02.06.06
F-É-R-I-A-S!!!
Até parece um sonho!!! Não acredito que finalmente ficarei 16 dias fora (iuuupi)!!!
Já comecei bem com um pocket-show grátis de um grupo grego na FNAC (que aliás, bombou) rs. Além da alegria contagiante, o que mais me chamou a atenção foram duas crianças na platéia. Acho que a babá estava aguardando a mãe sair do trabalho e combinaram de se encontrar lá. O menino não devia ter mais que 5 anos e a menina uns 3. Com o ritmo, o menino começou a se animar (olha que fofo) e a mãe atenta, perguntou se as crianças não queriam dançar. O menino olhou para a irmã (como que dizendo: se vc topar, vou nesta), porém a menina enfaticamente não quis. A mãe, percebendo o desapontamento do menino, se ofereceu para dançar com ele, mas o filho timidamente recusou (que pena)!
Às 20h me encontrei com uma amiga (aquela que completou comigo 25 anos de amizade) rs no Reserva Cultural para assistir
Buenos Aires 100 km e olha a surpresa: o diretor estava lá para divulgar o lançamento e falou com o público antes da exibição. O filme traz a história de 5 adolescentes e questiona o sentido da amizade:
será que vale a pena dividir momentos; viver o cotidiano sem ter intimidade e transparência?
Depois da sessão, fomos no La Buca Romana e ela comentou da
não necessidade que tem de Deus e do universo religioso. Fiquei desapontada, mas ao mesmo tempo compreendi o que ela queria dizer. De uma maneira geral, temos uma visão estereotipada do que é igreja. Achamos que é um amontoado de gente, um ambiente oco, teatral igual àquela convenção que participei no RJ: um diretor falando para 500 caras sentados que
fingiam prestar atenção, ninguém com o menor comprometimento de viver aquilo na prática (inclusive o diretor).
Porém tb fiquei triste com a falta de sede dela do Pai. Porque qdo a gente sente Seu grande amor, é impossível viver longe da Sua doce presença.
Sei que o Pai nunca acusa, mas voltei para casa me questionando se tenho refletido Seu caráter. E foi com este gosto de cabo-de-guarda-chuva na boca que adormeci.
03.06.06
JOGUE O LIXO NO LIXO!
Muitas vezes fazemos coisas mais por obrigação do que pelo prazer (se bem que o certo é a gente fazer tudo – inclusive a obrigação – com prazer). No meu caso, uma das coisas que não morro de amores é fazer parte do conselho do condomínio. Em abril passado comprei uma briga (apoiada pelo síndico, claro) contra a administradora que vinha cobrando valores abusivos. O lado bom é que a taxa não foi reajustada.
Por isto quase dou um piti qdo acordei e fui tirar o lixo do apê dando de cara com as tralhas de algum perverso que jogou seu lixo fora do lixo pela enésima vez... Francamente!!! Será que a criatura não respeita os outros? Acha isto normal? Só porque mora no chiqueiro obriga os funcionários e os vizinhos passarem por este constrangimento?!
Vejo que isto tb acontece com nossa vida espiritual:
estamos tão acostumados a viver na bagunça que não nos importamos com o lixo que temos dentro de nós (ira, mágoa, falta de perdão etc.) sem nos dar conta que incomodamos àqueles que nos cercam.
04.06.06
CONVITE: O VERBO SE TORNAR CARNE (A PALAVRA VIRAR ATITUDE)
Um dos presentes mais importantes que recebi do Pai foi ter a oportunidade de fazer parte de uma comunidade de amor. Parece bobagem, mas a minha transferência para Batista trouxe uma alegria que nunca imaginei ser possível dentro da caminhada cristã. Não é mais a obrigação que me leva à casa do Senhor, mas puro deleite e curiosidade em descobrir qual será o recado comunitário semanal que Ele vai mandar aos nossos corações. A 1ª. coisa que percebi nos batistas é um amor genuíno, um zelo à Palavra. Não são opiniões humanas (os
achismos), mas o que o pp Manual do Construtor diz.
Estou amando esta abordagem e tenho procurado inspiração para viver, ou seja, consultar a Palavra antes de tomar qq decisão (além de pedir ajuda do Alto para colocar em prática). Sei que ainda piso muito na bola, mas tenho pedido para Jesus que é o Verbo (Palavra) se tornar Carne (ação, atitude) na minha vida. Porque
“conhecer e não aplicar é o mesmo que não saber”.
Lá na PIBJI o pr. Vandeir começou uma série de mensagens sobre vida em comunhão:
Mandamentos que visam criar Relacionamentos
* Amai-vos uns aos outros
* Acolhei-vos uns aos outros
* Saudai-vos uns aos outros
* Tende igual cuidado uns pelos outros
* Sujeitai-vos uns aos outros
· Suportai-vos uns aos outros
· Confessai vossos pecados uns aos outros
· Perdoai-vos uns aos outros
Mandamentos que visam Proteger nossos relacionamentos
· Não vos julgueis uns aos outros
· Não vos queixeis uns dos outros
· Não faleis mal uns dos outros
· Não vos mordais e devorais uns aos outros
· Não vos provoqueis uns aos outros
· Não tenhais inveja uns dos outros
· Não mintais uns aos outros
Mandamentos de Mútua Edificação
· Edificai-vos uns aos outros
· Instruí-vos uns aos outros
· Exortai-vos uns aos outros
· Admoestai-vos uns aos outros
· Falai uns aos outros com salmos...
Mandamentos que visam o Serviço Mútuo
· Sede servos uns dos outros
· Levai as cargas uns dos outros
· Sede mutuamente hospitaleiros
· Sede benignos uns para com os outros
· Orai uns pelos outros
Neste processo de cirurgia plástica espiritual (joke), por uma "cristocidência" (rs) estou lendo o excelente A Conspiração Divina de Dallas Willard... Baby, tô
bege com minha pp conduta: tanta coisa para melhorar! Descobri que tenho abrigado desprezo (uma espécie de assassinato no coração) e mais outra lepra espiritual, o espírito de julgamento. O autor até fala sobre o poder destrutivo da condenação: uma criança que vive neste ambiente qdo adulta, mina seus relacionamentos porque mantém esta postura sem se dar conta.
O problema não é o problema, mas separar o problema da pessoa. Por exemplo, tenho o péssimo hábito de desprezar gente que maltrata crianças ou que tem perfil perverso (só "o" fulano quer levar vantagem e, de preferência, em cima dos outros). Tenho tb o defeito de julgar gente que valoriza dinheiro preterindo pessoas. O desafio é odiar o comportamento, mas amar a criatura (
separar a pessoa do problema ao invés de colocar tudo num balaio só).
Que Deus tenha misericórdia de mim e me ajude a sair do projeto Cingapura (marginal) para eu entrar no Reino dos Céus!
05.06.06
HÁ EXATAMENTE 20 ANOS...
É num clima de nostalgia e contentamento que volto à USP para buscar meu diploma. A 1ª. vez que pisei os pés lá foi há exatamente 20 anos, qdo cismei que queria fazer comunicação social. Passear no meio de tantas árvores (eu a-m-o o outono), pelo CEPE de onde guardo doces lembranças (a mais engraçada foi o BICHUSP qdo o André representou a ECA na prova dos 50m e nadou cachorrinho), me equilibrar nas curvas sinuosas até chegar à unidade (dá para tirar diploma de surfista urbano, sabia?)... Realmente a USP em dias de sol, não tem para ninguém!
Qdo chego ao prédio, levo o maior susto: tudo moderno, organizado, chic. Mas a grande surpresa foi reencontrar o Carlos, supervisor da seção de alunos. Quase caí dura qdo me disse que seu filho está com 18 anos, fala sério! Conversa vai, ele pergunta da vida e falo das minhas peripécias.
Acho que nestes últimos tempos, nunca recebi um olhar tão repleto de compaixão. Foi aí que me dei conta que não tive tempo para lamentar de verdade o que passei, ainda tem muita coisa debaixo do tapete, escondida até de mim mesma...
Qdo pergunto do diploma, ele não acredita que a cara-pálida aqui não havia retirado, confere os registros (nem eu acredito) rs... E lá vou eu ao banco pagar a taxa de calígrafo.
Andando a pé pelas ruas, me pergunto: - Onde foi parar aquela menina vivaz, repleta de sonhos? Quando foi que eu deixei ela morrer, se é que não a matei?
06.06.06
NÃO SEJA REFÉM DA SITUAÇÃO OU DO COMPORTAMENTO DOS OUTROS
E lá vou eu de novo para ATA já sabendo o que vou encontrar pela frente... Ir para lá significa estar com todos os sentidos alertas pq todo cuidado é pouco ("vigiai e orai para que não entreis em tentação; o espírito na verdade está pronto, mas a carne é fraca" - Mt 26: 41) rs. É preciso recitar mil vezes o mantra: “aqui não é SP, eles não fazem isto para me irritar, esta casa não é minha”...
Às vezes abaixo a guarda e aí é briga na certa. Tudo ia bem até minha mãe dar piti (parecia um caminhão de lixo desgovernado, despejando um monte de absurdos - dureza é perceber que
para alguém cuspir ácido precisa ter um bule fervendo dentro de si) e o meu pai negando-se a sair para o jantar de aniversário pq “tinha de orar das 21h às 22h” – fala sério!!! Nesta hora a casa caiu e até bati boca com Deus:
- Não acredito que saio do meu canto para me irritar e brigar com os outros!
Nesta hora lembrei da tentação de Cristo (Mt 4) pq o que estava em questão não era o poder de transformar pedras em pão, mas a identidade de Filho Amado.
Jesus tinha acabado de ser batizado, todo mundo ouviu a voz do céu que dizia que Ele era o Amado do Pai; no entanto o inimigo aparece para questionar, ou melhor, minar a confiança no coração e na mente de Jesus.
Se existe um lugar que ninguém chega se não permitirmos, é o nosso coração – ou como diriam os hebreus, as entranhas. Por isto o inimigo utiliza armas de média distância (porque ninguém pode nos tocar): os famosos dardos inflamados (Ef 6:16) lançados contra nós. A questão é:
estes dardos irão nos atingir?
A identidade de Jesus sempre foi muito clara, Ele nunca foi refém do comportamento de ninguém e nem dos papéis que desempenhou.
Uma coisa que veio para mim qdo estava querendo voltar para SP é que talvez Jesus não visse a hora de tb voltar ao Pai (aliás, estar diante dEle deve ser a coisa mais gostosa do mundo) e que talvez toda noite Ele pedisse para voltar por isto o “afasta de mim este cálice, mas que não seja como eu quero e sim como Tu queres”. Quem disse que Jesus gostava de estar aqui? Nós é que gostamos (até nisto somos egoístas)!!! O desafio é
não permitir que as circunstâncias ou o comportamento dos outros determinem teu humor.
O punk é que
“falar é muito fácil, viver é que é difícil”.
Tem uma frase que tem tudo a ver com o momento que estou vivendo: A
mar a humanidade é fácil, difícil é amar o próximo (rs).
07.06.06
DEIXANDO PAI E MÃE
Qdo meu pai teve o 1º derrame, prometi a mim mesma que não seria hipócrita a pt de valorizar meus pais qdo os perdesse. Desde então, procuro vê-los uma vez por mês. Porém qdo alguém faz aniversário, aí a coisa muda de figura: o encontro torna-se obrigatoriamente motivo de celebração. Por isto voltar para Araçatuba no aniversário de minha mãe tinha um gostinho todo especial.
O único problema é meu jeito
meigo-taleban-fundamentalista de ser, mania de perfeccionismo e controle. Na hora que a lôca aqui surtou, quase pego as malas e me pirulito para SP (que fracasso!), três coisas vieram:
- Primeiro, uma mensagem do pr. Ariovaldo Ramos em que ele desafiava a gente deixar pai e mãe para recebê-los como irmãos amados em Cristo;
- Qdo olho meus pais, vejo a mim mesma (por mais que não queira admitir). Olhar para eles me faz ver de verdade quem eu sou (talvez este seja o problema), um pedaço da história das famílias do meu pai e da minha mãe;
- A Palavra de Deus é para ser usada como espelho e não como janela (vá lá: http://www.estudosdabiblia.net/esc53.htm). Ao invés de olhar para o defeito dos outros, tenho de olhar para dentro e ver o que precisa ser mudado em mim (Mt 7: 5 - hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho que de tão grande dá para fazer gol) rs.
Que desafio!
08.06.06
COISAS PARA FAZER (E SE DISTRAIR DO QUE É IMPORTANTE)
Que mêda! Até nas férias tenho me descoberto obcecada por produtividade! São tantas coisas para fazer, uma agenda apertada a cumprir...
O que é isto, companheira?
Dureza é estender este padrão doentio de cobrança aos que me cercam e descobrir que os outros entram no ritmo alucinado sem questionar, achando normal. E olha que maluco: quem quer sair agora deste círculo vicioso sou eu e não faço a menor idéia de como!
Atolar-se em zilhões de coisas para fazer nos impede de meditar, refletir, avaliar e ver o que está podre por dentro (o lixo interior). Porque admitir que temos um problema é o 1º. passo para virar o jogo.