March 29, 2010

Problemas, paradoxos e perplexidades

PROBLEMAS, PARADOXOS E PERPLEXIDADES
Fecha a porta do teu quarto para orar. Esta orientação de Jesus pode significar a necessidade de um ambiente onde os ruídos na comunicação sejam mínimos: nada de telefones tocando, crianças reclamando atenção, chefes cobrando tarefas, religiosos cochichando, rádios e televisores ligados, sinais anunciando e-mails recebidos, sinais de amigos no messenger, gritarias pela casa, ou qualquer coisa que possa competir com a atenção que deve ser exclusivamente dedicada a Deus, que recebe nossa oração.

Fechar a porta do quarto pode também significar outra coisa, a saber, a busca de um estágio profundo de instrospecção. Abandonar o barulho das vozes, silenciar os pensamentos e alcançar aquela quietude de alma recomendada pelo Pai Celestial: "Aquietai-vos e sabei que sou Deus".

Algumas pessoas conseguem apreender apenas aquilo que as palavras traduzem. Estão na camada dos óbvios e naturais da vida. Ficam na cadeia de causas e efeitos e tratam tudo como PROBLEMA: o que dá para montar, dá também para desmontar; o que pode deixar de funcionar, pode também ser consertado; o que pode ser expresso em palavras, pode ser compreendido e controlado. Isso vale para máquinas de lavar, aviões supersônicos, pessoas e relacionamentos, pensam elas.

Mas há pessoas que vão um pouco mais longe e descobrem que a vida não é tão lógica assim. Tratam a realidade na categoria do PARADOXO. Sabem que duas pessoas podem ter razão ao mesmo tempo, que pessoas podem ser capazes de fazer tanto o bem quanto o mal, enfim, que a vida é muito mais um degradê de cinzas do que um quadro em preto e branco.

Finalmente, há pessoas que penetram a dimensão da PERPLEXIDADE. Já não se ocupam tanto em compreender, explicar e controlar. Sabem que algumas coisas simplesmente são, sem qualquer explicação aparente ou apesar de todo o absurdo. Sabem apreciar a música e a poesia. Abraçam crianças, rolam no chão com seus cães e ficam extasiados com um pôr de sol. Não precisam de palavras para trocar segredos de amor, sabem como foi o dia dos filhos pelo bater da porta do quarto e se comunicam com os olhos, mesmo estando nos extremos de um salão de festa. Suas vidas estão além das fronteiras da razão e dos sentidos físicos. São sensíveis ao belo, ao bom, ao justo e ao verdadeiro.

A mente de Deus é, também, lógica e sua sabedoria capaz de oferecer solução às questões mais complexas da existência. Mas a intimidade com Deus se aprofunda no quarto, a portas fechadas, na quietude da alma, onde as palavras funcionam mais para fugas do que aproximações e o silêncio é significativo, como a mais bela das vozes a pronunciar a mais fértil das frases: "Tu és meu filho amado, em quem tenho prazer".

© 2006 Ed René Kivitz

Fonte: http://www.ibab.com.br/ed060212.html

March 24, 2010

Feliz dia de hoje!

Feliz 2010
Chérie,
este texto foi escrito pelo Ed René Kivitz tempos atrás, por isto ‘adaptei’ para sua leitura.
Feliz dia de hoje!
KT


Os gregos usavam pelo menos três palavras para designar tempo: aion, kairós e kronos. Aion indicava o tempo de longo prazo, na verdade, de longuíssimo prazo, que o apóstolo usa quando diz que Jesus é Senhor não apenas neste século, ou era, isto é, aion, como também no vindouro. Kairós indicava um bloco de tempo, uma ocasião adequada ou uma oportunidade: o tempo das “águas de março que fecham o verão”, a estação da sua fruta predileta, o período da adolescência ou a hora certa de pedir a moça em casamento. Kronos é o tempo medido pelo relógio: segundos, minutos e horas.

Enquanto atravessamos o palco da história, somos convocados a responder a cada uma destas dimensões do tempo. O aion reclama nossa entrega e rendição, a admissão de nossa finitude. Diante do aion, a duração de nossas vidas é comparada a um vapor, a uma pequenina flor que pela manhã floresce e ao final da tarde voa no vento. O aion exige humildade: agradecer a Deus a oportunidade de entrar na existência e encarar a aventura de viver um privilégio, como gota que se alegra em participar do mar.

O kairós exige atenção e prontidão, pois tal é a oportunidade como um cometa que passa em velocidade atroz: quem piscou, perdeu o espetáculo. Não há espaço para protelação, procrastinação e displicência. O kairós exige sabedoria. O apóstolo Paulo recomenda remir o tempo, isto é, aproveitar a oportunidade para que não se ouça “não adianta mais, agora é tarde, passou o tempo, deixamos escapar o kairós”.

Kronos é o mais cruel. Na mitologia grega, incitado pela mãe Gaia (a terra), castrou o pai Urano (o céu) e se tornou o primeiro rei dos deuses. Seu reinado foi de prosperidade, mas viveu ameaçado pela profecia de que seria vencido por um dos seus filhos. Para que não se cumprisse este vaticínio, devorava os filhos assim que nasciam. Até que Zeus foi salvo pela mãe Réia e, tendo destronado o pai, o expulsou do Olimpo e libertou todos os irmãos. Talvez por isso Kronos seja visto como o tempo devorador, cruel, que corre sem parar nos empurrando para perto e cada vez mais perto da morte. Kronos é tempo com medida, e cada pessoa terá a sua, no mistério da economia divina. O que não é inesgotável reclama cuidado, recursos finitos implicam boa administração. Cada um tem sua fatia de segundos, minutos e horas, e ninguém sabe ao certo sua porção, ninguém é capaz de saber quando será seu último dia, viverá seu último segundo, consumirá seu último fôlego. E como advertiu Jesus, ninguém pode acrescentar um passo sequer ao seu limite de existência. Mas pode abreviar. Kronos exige responsabilidade. O poeta bíblico recomenda a oração: pedir a Deus que ensine a contar os dias, isto é, ensine a viver, concedendo coração sábio para o bom uso da medida de kairós: usar bem, não desperdiçar, desfrutar.

O ano de 2009 se foi. “O tempo voa”, dizemos, “como passou rápido esse ano”. Gratidão, sabedoria e responsabilidade, eis os desafios para o aproveitamento do tempo. À sombra da eternidade, caminhamos gratos pelo privilégio de existir e viver. Na dança das oportunidades, caminhamos com sabedoria para colher cada fruto em sua estação própria. Enquanto corre o tempo, vivemos. Enquanto nos empurra para o fim de nossa medida, vivemos. Vencemos a morte vivendo. É melhor morrer vivendo que viver morrendo.

Que 2010 seja tempo de Deus. Tempo com Deus. Tempo para Deus. E vida para todos nós. Amém!

© 2007 Ed René Kivitz

Fonte: http://www.ibab.com.br/ed071223.html

March 23, 2010

Cegueira espiritual

Cegueira espiritual
Apresentação

  • Is 59: 10 - Apalpamos as paredes como cegos; sim, como os que não têm olhos andamos apalpando; tropeçamos ao meio-dia como no crepúsculo, e entre os vivos somos como mortos.
  • Mt 6: 23 - se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!
  • Mt 7: 5 - Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão.
  • Mt 15: 14 - Deixai-os; são guias cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão no barranco.
  • Ef 4: 18 – entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração.
  • 1 Jo 2: 11 - Mas aquele que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai; porque as trevas lhe cegaram os olhos.
Características
  • Falta de amor (1 Jo 2: 9-11): Aquele que diz estar na luz, e odeia a seu irmão, até agora está nas trevas. Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há tropeço. Mas aquele que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai; porque as trevas lhe cegaram os olhos.
  • Conduz a todos os males (Ef. 4: 17-19): Portanto digo isto, e testifico no Senhor, para que não mais andeis como andam os gentios, na verdade da sua mente, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; os quais, tendo-se tornado insensíveis, entregaram-se à lascívia para cometerem com avidez toda sorte de impureza.
  • Incoerente com comunhão com Deus (1 Jo 1: 6-7): Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos, e não praticamos a verdade; mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.
  • Dos ministros – falta a si mesmos e ao povo (Mt 15: 14): Deixai-os; são guias cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão no barranco.
  • Cegos espirituais consideram-se justos aos pp olhos (Mt 23: 19-26): Cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar que santifica a oferta? Portanto, quem jurar pelo altar jura por ele e por tudo quanto sobre ele está; e quem jurar pelo santuário jura por ele e por aquele que nele habita; e quem jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está assentado. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas. Guias cegos! que coais um mosquito, e engulis um camelo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança. Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo, para que também o exterior se torne limpo ; (Ap 3: 17): Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu.
  • Devemos orar por remoção (Sl 13:3): Considera e responde-me, ó Senhor, Deus meu; alumia os meus olhos para que eu não durma o sono da morte; (Sl 119: 18): Desvenda os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da tua lei.

Atitudes

  • olhar para trás, impede crescimento (Gn 19: 26): Mas a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida em uma estátua de sal.
  • olhar para as dificuldades, deprime e afunda (Mt 14: 29-30): Disse-lhe ele: Vem. Pedro, descendo do barco, e andando sobre as águas, foi ao encontro de Jesus. Mas, sentindo o vento, teve medo; e, começando a submergir, clamou: Senhor, salva-me.
  • olhar para Cristo, salva (Jo 3: 14-15): E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna.

Visão Espiritual

  • Dada em resposta à oração (2 Rs 6: 17): E Eliseu orou, e disse: Ó Senhor, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. E o Senhor abriu os olhos do moço, e ele viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo em redor de Eliseu.
  • Aflições preparam para ela (Jó 42: 5): Com os ouvidos eu ouvira falar de ti; mas agora te vêem os meus olhos.
  • Pureza de coração (Mt 5: 8): Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.
  • Usa o telescópio da fé (Hb 11: 27b): ficou firme, como quem vê aquele que é invisível.

Recompensa

  • Olha para Jesus em busca de inspiração e ajuda (Sl 34: 5): Olhai para ele, e sede iluminados; e os vossos rostos jamais serão confundidos.
  • Contempla a glória das cousas futuras - (1 Jo 3: 2): Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é, o veremos; (Ap 22:4): e verão a sua face; e nas suas frontes estará o seu nome.

    Fonte: Bíblia Vida Nova

March 22, 2010

Ocupando-se de viver

OCUPANDO-SE DE VIVER
"E Jesus disse: Que queres que te faça? E o cego lhe respondeu: Mestre, eu quero ver.”
Marcos 10.51

Jesus estava passando e uma multidão o seguia. Um cego ouviu os passos e os gritos de euforia e começou a clamar. Jesus parou e foi em sua direção perguntando o que queria. A resposta aparentemente óbvia do cego foi que queria enxergar.

Há pessoas que não sabem qual é sua doença e, portanto, não sabem o que pedir a Deus. Costumam gastar a vida distraidas com necessidades fabricadas e petições desnecessárias.

Também há aqueles que preferem a manutenção da doença de tão acostumados que estão com ela e até por desfrutarem dos benefícios que ela traz. O cego poderia ter pedido a Jesus uma moeda, porque sua cegueira o fazia um mendigo.

Por isso Jesus pergunta o que ele quer. Você conhece seu problema ou ele está mascarado por banalidades que ocupam o tempo e roubam a energia? Você quer mesmo ser curado ou prefere sobreviver de sua doença, utilizando-a como álibi? Você está ocupado de viver ou de morrer?

Esta é a questão mais importante. Gente que está ocupada de viver fica em estado de alerta, busca tratamentos, não se permite acomodar nos estados de adoecimento e jamais utiliza suas doenças como desculpa para não viver, como quem se ocupa de morrer, reclamando de tudo, fazendo-se de vítima e fugindo da cura.

©2009 Alexandre Robles

Fonte:: http://www.alexandrerobles.com.br/ShowTexto.aspx?ID=771&MidiaID=1