January 30, 2013

O mundo do qual quero fazer parte ; )!

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O mundo do qual quero fazer parte começa dentro de você, de mim, de nós ; )!

É quando a sua, a minha, a nossa vida se torna ponto de encontro e amor para todos que estão perto de nós.

Vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=nwAYpLVyeFU
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January 29, 2013

Um ano

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- André Laurentino

Fim de ano é amigo velho. Chega com os mistérios resolvidos e bem conversados, com todos os problemas de anteontem desmistificados. Fim de ano não tem mais o frescor de erros recentes, apenas eco sem vida de uma culpa (que surge no estalo de língua de um muxoxo, à noite, quando a gente deita na cama e revê o dia).

Fim de ano é tomar susto com um cachorro latindo às três horas da tarde no apartamento ao lado, como se nunca houvesse havido cachorro no mundo, ou três horas da tarde numa quinta-feira. É a falta de ordem, é o excesso de planos.

São os parentes distantes e suas antiguidades: presépios de palavra guardados na boca. “Dega era alegre. Dega era como uma casa cheia”, “Todo dia Marcelo corria em volta dessa piscina”, “Seu avô, meu filho, nem sentiu a morte do pai: era só preocupado com as duas”. São os cheiros e gestos lançando gente de repente no tapete da sala.

Fim de ano são os filhos que choram abraçados a um cachorro de pelúcia. São os passarinhos que sumiram da gaiola (mas como?) no telefonema que se ouve da cozinha. São a poesia que vive na “ligação de certos objetos / que separadamente nada significam para nós”. São os lugares para onde se viaja, que a qualquer instante podem saltar de um azulejo.

São os bares de encontros estridentes e longas cervejas. Um que engordou, uma que entristeceu, uma que se mudou para Vitória e venceu. Saudades mortas. Lembranças boas. E os silêncios a gargalharem na mesa zombando de tudo.

Crianças de olhos acesos diante da manjedoura, renovando o evangelho. O menino nasceu, a dúvida surgiu, a estrela chegou. Meu Deus, quanto Jesus! Papai Noel é o pai dele? Não põe a mão, menina, que dá choque.

Cheiro de protetor solar, passas no arroz, gordura nas bordas do copo, corte no pé, calço na mesa, areia. Listas e enumerações caóticas. Tristeza porque tudo passou. Alegria pelo que já foi. Esperança, superstição.

Travo na hora do brinde, anseios mudos espocando dentro das taças. O amor está, o precipício está, a noite esconde o destino.

Fim de ano é ida. Fim de ano é volta. Fim de ano é mar.

Fonte: OESP, Divirta-se, 28/12/12.
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January 28, 2013

Cuidado com os atalhos


- pr. Ricardo Barbosa

Tenho recebido, com certa freqüência, propostas tentadoras para ganhar muito dinheiro sem trabalho e sem sair de casa. Algumas vêm pelo correio outras pela Internet. Outros já receberam por meio de correio as famosas pirâmides, nas quais, através de uma matemática duvidosa, a pessoa envia R$ 2.00, reproduz algumas cartas e pode ganhar até R$ 300 mil ou mais. Muitos ingênuos entram e alguns pouquíssimos espertos sempre ganham — dos ingênuos, é claro.

Tenho recebido, também, com mais freqüência do que as pirâmides e promessas alusivas a Bill Gates, propostas tentadores para solucionar problemas espirituais, eclesiásticos, pastorais e relacionais. São folhetos convidando para encontros, congressos, cursos e retiros que prometem a solução dos problemas relacionais, que a liderança das igrejas será mais dinâmica, que a vida de oração do crente será mais poderosa, que será batizado com Espírito Santo e receberá os dons que farão dele tudo aquilo que sonhou. Tudo será resolvido numa final de semana, numa palestra, num congresso, numa oração.

Somos fascinados pelos caminhos mais curtos, seja para a solução de um problema econômico, espiritual ou de um conflito relacional. Trilhar o longo caminho da obediência, da dignidade, do trabalho honesto, da honra, do respeito, da formação do caracter, acaba, em ou outro momento, esbarrando na pressa e na sedução dos atalhos!

Na busca frenética pelos atalhos encontramos os especialistas, aqueles que farão o seu caminho mais curto. Eles não perdem tempo com a complexidade da vida, vão direto ao ponto, pois enfim o caminho mais curto entre dois pontos é uma reta. Não sabem esperar, preferem os atalhos aos caminhos longos, a satisfação imediata ao crescimento maduro, as relações superficiais às amizades verdadeiras, preferem ser robotizados. Creio nos milagres e na intervenção divina que sobrenaturalmente transforma, liberta, cura e salva. Minha preocupação é com os atalhos que temos criado para a vida e a fé.

A complexidade da vida e da experiência espiritual não pode ser simplificada e tratada com recursos técnicos. O processo do crescimento sempre passa por caminhos longos, sempre enfrenta desertos e vales áridos. A recomendação sábia e orientada pelo Espírito Santo nas Escrituras é para ter paciência nas tribulações. No caminho longo da maturidade não há atalhos. Mas todas as vezes que temos de que enfrentar as lutas e complexidades da vida, tornamo-nos vulneráveis aos atalhos. Ao invés de percorrer o caminho longo do discipulado de Cristo, discernindo sua vontade através do estudo cuidadoso e diligente das Escrituras, respondendo com obediência e submissão, buscando o poder e direção do Espírito Santo para viver a vida de fé, preferimos o atalho de um final de semana em que algum religioso carismático e especializado irá libertá-lo do caminho natural do discipulado e, como um passo de mágica, promovê-lo a mestre e discipulador de outros.

Tome cuidado com os simplificadores da vida, com os atalhos da fé. Jesus, ele mesmo nos alertou para o caminho largo, fácil, convidativo, e espaçoso. Ele disse que a vida tem que passar pelo caminho estreito, apertado, difícil e árduo. A dura realidade é que não existem atalhos para o amadurecimento. Jesus nunca propôs nenhum atalho — short cut, nunca simplificou a vida, jamais apresentou qualquer substituto para a cruz que temos que carregar. A vida continua tal como era nos tempos de Nosso Senhor.

Se aquilo que plantamos é uma boa semente, foi colocada num bom solo, regada e cuidada com carinho e amor pelo bom jardineiro, ela florescerá e dará frutos bons. Mas se o que plantamos é a semente da pressa e do interesse próprio, colocada na superfície de um solo volúvel e arenoso, regada com a impaciência de um jardineiro imaturo, ambicioso e vilão, ela morrerá antes mesmo de nascer. Cuidado, queridos irmãos com os atalhos nefandos e simplicadores da vida e da fé cristã.

Fonte: http://presbiterianaderiodoce.blogspot.com.br/2009/06/reflexao-cuidado-com-os-atalhos-ricardo.html
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January 27, 2013

Desejos, fantasias e sonhos

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- pr. Ariovaldo Ramos
1

“(...) Maus desejos (...) estão sempre lutando dentro de vocês.” Tg 4.1

Temos desejos continuamente maus por causa de nossa maldade (Rm 3.12).

Desejamos o que contraria nossos corpos, nosso papel zoológico, nossos valores, nossa humanidade.

Nossos desejos não dizem a verdade.

Devemos descartar os nossos desejos.

“(...) As pessoas são tentadas quando são atraídas e enganadas pelos seus próprios maus desejos. Então esses desejos fazem com que o pecado nasça, e o pecado, quando já está maduro, produz a morte.” Tg 1.14,15
2

“Jesus e os seus discípulos estavam jantando. O Diabo já havia posto na cabeça de Judas, filho de Simão Iscariotes, a idéia de trair Jesus.” Jo 13.2

O Diabo se aproveita dessa maldade e semeia fantasias.

As fantasias nos imobilizam ou nos levam ao pecado.

Gente fantasiosa fica sempre marcando passo, por fantasiar o que não é.

Gente fantasiosa vive num mundo paralelo e improdutivo.

Gente fantasiosa, quando se movimenta, agride ao próximo.

Gente fantasiosa não vê o outro, vê só o personagem de sua fantasia.

Devemos resistir às fantasias.

A fantasia é a mãe de todos os abusos!

“Portanto, obedeçam a Deus e enfrentem o Diabo, que ele fugirá de vocês.” Tg 4.7

3

“Certa vez José teve um sonho (...) O Senhor estava com José (...) tudo o que ele fazia o Senhor abençoava.” Gn 37.5; 39.2;23

Deus nos dá sonhos e nos capacita para realizá-los, como fez com José.

Não devemos permitir que as circunstâncias, por piores que sejam, nos roubem os sonhos.

José não fez caso da maldade dos irmãos. (Gn 45.9)

*
Não devemos trocar os sonhos de Deus pelas fantasias do Diabo.

José, se recusou a participar do pecado, da fantasia da mulher de Potifar. (Gn 39.9)

*

Não devemos esmorecer. Mesmo diante das maiores agruras devemos continuar a acreditar em Deus.

José, na prisão injusta, continuava a acreditar em Deus.

Deus, quando fala por sonhos, não engana, dá a interpretação correta. (Gn 40.8)

*

Quem acredita em Deus faz bem tudo o que lhe vem à mão. (Gn 39.23)

Deus, em meio a escravidão, capacitava José para realizar os sonhos que lhe deu.

Deus, por meio da escravidão, ensinou José a administrar o que não era seu, e que devia ser de todos.

*

Quem se submete a Deus sonha, interpreta sonhos, corrige pesadelos, gera sonhos e implementa os sonhos que gera.

José transformou o pesadelo de Faraó em sonho. (Gn 41.32-36)

Deus, mais que sonhos, dá, aos seus, a capacidade de gerar sonhos nos corações que só conheciam o pesadelo.

Deus, aos seus, dá sonhos que salvam aos demais de seus pesadelos.

Deus, que realiza os sonhos que dá, confere, aos seus, a capacidade de gerar sonhos no coração dos outros.

Deus, aos seus, capacita para implementar os sonhos que, por graça, geraram nos corações dos outros.

“Foi para salvar vidas que Deus me enviou na frente de vocês” (Gn 45.5).

Fonte: http://ariovaldoramosblog.blogspot.com.br/2011/03/desejos-fantasias-e-sonhos.html

PS- Precisa de uma chacoalhão de amor? Vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=pU1x4nDbhak
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January 26, 2013

Um dia cheio de sorrisos ; )!

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Tem coisa mais gostosa do que se deleitar com a alegria dos outros?

E se, no meu último trabalho mandava bem com os clientes, por que não proporcionar o melhor aos meus queridos?

Por isto foi muito gratificante viver o dia de hoje.

Registrar e eternizar milhares de momentos repletos de sorrisos ; )!
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January 21, 2013

Oração da serenidade

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Concede-me, Senhor,
serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar,
coragem para modificar as que eu posso e
sabedoria para distinguir umas das outras.

Vivendo um dia de cada vez,
desfrutando um momento de cada vez,
aceitando as dificuldades como um caminho para alcançar a paz,

considerando o mundo cheio de pecados como ele é,
e não como gostaria que ele fosse,

confiando em Deus para endireitar todas as coisas
para que eu possa ser moderadamente feliz nesta vida e
sumamente feliz contigo na eternidade.

- Reinhold Niebuhr
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January 20, 2013

Homo scaenicus

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Com um celular em uma ilha deserta você é autossuficiente, e não precisa de ninguém, nem da realidade

- Patrícia Melo

A literatura está cheia de cenas em que, no metrô parisiense, o protagonista se vê cercado de leitores, absorvidos na leitura de um romance. A má notícia é que definitivamente isso é tão passado e romântico quanto a ideia de consertar eletrodoméstico quebrado – em vez de jogá-lo fora e comprar um novo, pagando bem menos. Os parisienses, agora, como o resto do mundo, viajam de metrô olhando, absortos, para seus aparelhos celulares.

O escritor Ray Bradbury, no seu romance “Fahrenheit 451”, publicado em 1953, pensou num futuro assustador, em que as cidades estariam abarrotadas de telas gigantes, onde seriam projetadas imagens de perseguições e detenções, 24 horas por dia, que monopolizariam a atenção dos transeuntes.

Quase 60 anos depois, dá para dizer que Bradbury só errou no tamanho da tela.

A verdade é que estamos obcecados pelos nossos celulares. Amamos nossos telefones de tal forma que ninguém mais se atreve a colocá-lo no bolso da calça ou dentro da bolsa. Eles são carregados como se fossem santos de barro. Com toda a reverência. Nos restaurantes, ficam visíveis nas mesas e, se bobear, recebem mais atenção do que o amigo chato ao lado. Claro que isso tem uma explicação. Telefone hoje é entretenimento. A vida que rola aqui fora, no mundo real, com as pessoas reais, rola muito mais rápida, mais intensa e mais divertida dentro de um telefone, que baixa músicas, filmes, fotografa, manda mensagens, fotos, se conecta com Facebook, Orkut, localiza endereços, pessoas, sem jamais perder sua função básica: estar disponível para quem quiser entrar em contato.

(A teledramaturgia deu sinais de que assimilou a mudança dos tempos e se reinventou. Se tiver oportunidade, preste atenção nos seriados “Wallander” ou “The Killing”, que certamente estão fazendo sucesso por aí também. Note que as tramas acontecem por telefone. É sempre a mesma coisa: duas pessoas conversam sobre o nada em geral até que o telefone toca e revela a ação em particular, que já ocorreu. E de chamada em chamada, a história vai se construindo. Não seria de todo mal se nomeássemos essa nova dramaturgia. Aí vai minha sugestão: telefodrama).

Além disso o celular traz emoção às coisas rotineiras. Por exemplo, antigamente ir ao banheiro significava apenas isso: ir ao banheiro. Hoje, você vai ao banheiro e usa o seu celular para postar no Twitter: “No toilette.” Muito melhor do que defecar no anonimato (ops, fui mal no exemplo). E quando você come, você “tuíta”: “Almoçando frango com polenta.” Dessa forma, até a Madonna pode saber que você está comendo frango com polenta. É só ela se interessar por você. Isso não é sensacional?

Agora pense na pergunta clássica: quem você levaria para uma ilha deserta? Uma pessoa só? Para depois se aborrecer com ela? E correr ainda o risco de ganhar um inimigo?

Muito melhor levar um celular. Com ele, você é autossuficiente e não precisa de ninguém, nem da realidade. O mundo inteiro está ali, na palma da sua mão.

Claro que estamos cada vez mais solipsistas, mas e daí? Já fomos comunistas, existencialistas, niilistas, materialistas, budistas, qual o problema de sermos mais um “ista”, que adora o seu próprio umbigo?

Esse é só o início de uma nova era. O telefone é entretenimento, num mundo em que, cada vez mais, a única coisa que importa é isso mesmo: entretenimento.

Fonte: http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/colunista/42_PATRICIA+MELO

PS- Quer saber o que acontece quando o celular é desligado? Vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=wf_dzUamjwg
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January 19, 2013

Liberdade e felicidade

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- pr. Ed René Kivitz

Tenho certeza que você quer ser livre e feliz. Então faça o seguinte: esqueça a liberdade e a felicidade. Preste atenção na Voz. Quando você ouvir a Voz e fizer o que ela mandar, então a liberdade e a felicidade chegarão sem que você se dê conta.

Imagino que você é uma pessoa muito parecida comigo. Quando as coisas não vão muito bem, você fala sem parar - mesmo que suas palavras não saiam da sua cabeça, tenta resolver do seu jeito e acha que "quem sabe faz a hora, não espera acontecer". Você deve ser do tipo que acha que as coisas acontecem para quem se mexe, e mesmo que você seja uma daquelas pessoas que não têm muita iniciativa, no fundo sente uma pequena culpa achando que poderia se mexer mais. Em síntese, você sabe que o tempo não para, e que a melhor coisa que você tem a fazer é ir à luta: falar e fazer um monte de coisas.

Tudo errado. Nossas palavras e ações não são suficientes para colocar as coisas em ordem. Somente a Voz sabe o que, porque, para que, quando e como as coisas devem ser feitas. Agora preste atenção: tenho uma notícia boa e outra ruim. A boa é que a Voz quer contar o segredo da liberdade e da felicidade para você. A ruim (que na verdade é boa, mas quase ninguém acredita) é que a primeira coisa que a Voz vai dizer para você é que você precisa de uma profunda transformação para experimentar a liberdade e a felicidade.

A Voz vai dizer para você que a felicidade está dentro de você, e que quando você for você mesmo, ou mesma, a felicidade será natural, porque o que faz você infeliz é tentar ser o que todo mundo diz que você deve ser-ter-fazer-conquistar e por aí vai. Para saber quem você é de fato, você tem que ouvir a Voz. A Voz vai funcionar como um espelho, onde você vai ver sua imagem falsa e seu semblante desfigurado, e vai sussurrar no seu coração como você deve ser. E a melhor coisa que você terá a fazer será obedecer a Voz.

A Voz também vai dizer que as correntes que impedem você de experimentar a liberdade atende pelo nome de "egoísmo". A Voz vai dizer que enquanto você estiver vivendo em busca da liberdade e da felicidade tudo o que você vai conseguir é se tornar cada vez mais escravo ou escrava dos seus desejos e caprichos. A Voz vai dizer que quando você fizer morrer seu ego infantil e melindroso e se converter ao seu próximo, a liberdade vai bater à sua porta. Ninguém é tão livre quanto aquele que já não vive para si mesmo.

Livre é quem rompe os grilhões do egoísmo. Esse também é feliz.

Fonte: http://www.ibab.com.br/palavra-pastoral.php?id=60
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January 18, 2013

Ouvir a voz de Deus

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- pr. Ricardo Agreste

O mundo moderno, com seu legado positivista, nos ensina a ler com os olhos e refletir com a mente. No entanto, preciso redescobrir o lugar do ouvir a voz de Deus e como acolhê-la no meu coração.

Em minha jornada pessoal, o início de cada ano sempre foi caracterizado por muita reflexão e tomada de decisões em relação aos próximos passos de minha vida. Essa época, e também a proximidade da data em que comemoro mais um aniversário, me proporcionam o cenário adequado para momento mais íntimo de avaliação interior e consequente percepção da agenda de Deus para minha vida e história.

Envolvido por este exercício, fui levado a me questionar: O que mais necessito neste momento de minha existência? Qual é a minha maior necessidade para a continuidade de minha jornada? O que devo buscar como essencial nos próximos dias, semanas e meses de minha vida? A conclusão a que cheguei foi de que eu preciso ouvir mais a voz de Deus em meu coração. Ela é essencial para a ordem de minha vida e para o sentido de minha história.

A história da salvação, conforme registrada nas páginas da Bíblia, tem seu início com o relato da criação do universo. Em Gênesis 1.2, encontramos a afirmação de que “a terra era sem forma e vazia”. A palavra normalmente utilizada pelos estudiosos para definir esse estado “sem forma” e “vazio” da terra é caos, ou seja, ausência de ordem ou completa confusão. Este é o universo antes que a voz de Deus ecoe nele e através dele. Mas, imediatamente após tal descrição, encontramos uma frase que dá início a uma grande transformação no cenário. Por onze vezes, ao longo daquele capítulo, o autor de Gênesis faz uso da seguinte frase: “Disse Deus”. A partir do momento em que a voz de Deus ecoa no caos, tudo, gradativamente, passa a ganhar forma e ordem. Na medida em que a voz de Deus é ouvida, o caos se dissipa e a vida, em sua plenitude, se instala.

É surpreendente observar como o fantástico cenário que nos é oferecido no relato da Criação se transforma numa espécie de padrão ao longo da história bíblica, assim como em nossas vidas. Onde a voz de Deus não é mais percebida ou ouvida, gradativamente, o caos se instala e a vida se esvai. Contudo, quando a voz de Deus volta a ecoar num coração ou volta a ser ouvida numa situação, mais uma vez, o caos se dissipa – e a vida se reorganiza. Assim também acontece em minha própria vida. Existem momentos em que passo a me dedicar tão exaustivamente a atender as demandas dos que me cercam, a corresponder aos desafios que me são lançados e a cumprir os papéis que me são impostos, que minha vida se transforma em um verdadeiro caos. Em momentos assim, não faltam compromissos e movimentos em minha agenda; tudo, no entanto, se torna “sem forma” e “vazio”.

Quando minhas prioridades não estão alinhadas com minha vocação e meus esforços estão desprovidos de propósito, é aí que me rendo à necessidade de “ouvir mais a voz de Deus”. Somente esta voz, quando ecoa em nossos corações, tem o poder de dissipar o caos que se instala em nossas vidas. Só ela pode nos levar a reencontrar a ordem interior, lembrando-nos de quem realmente somos e para quê fomos efetivamente chamados.

Minha constatação sobre a necessidade de ouvir mais a voz de Deus me conduz a outras perguntas. Como posso ouvi-la de forma mais consistente no meu coração? Como posso discernir de forma mais clara a voz de Deus em meio a tantas outras vozes, inclusive as de minha alma, que tentam impor em mim suas agendas?

Em primeiro lugar, para ouvir a voz de Deus com mais consistência e discernimento, preciso demonstrar que tal anseio é realmente prioritário em minha vida. Isso implica em sentar-me mais vezes na presença do Senhor em solitude, silêncio e total atenção, na expectativa de ouvi-lo falar. Afinal, como podemos ouvir uma pessoa se não encontramos tempo para nos assentarmos com ela e lhe dedicarmos total atenção?

Em segundo lugar, para ouvir a voz de Deus com mais consistência e discernimento, preciso redescobrir a capacidade de ler as Escrituras “com os ouvidos” e acolher as palavras “com o coração”. O mundo moderno, com seu legado positivista, nos ensina a ler com os olhos e refletir com a mente. Creio na importância dos olhos atentos e da reflexão profunda – no entanto, preciso redescobrir o lugar do ouvir a voz de Deus e como acolhê-la no meu coração.

Em terceiro lugar, para ouvir a voz de Deus com mais consistência e discernimento, preciso me comprometer no desenvolvimento de relacionamentos com pessoas que tenham o mesmo anseio e disposição. Pessoas envolvidas com o mesmo propósito podem me ajudar, com suas próprias experiências, nesta caminhada. No entanto, pessoas desinteressadas pela voz de Deus apenas contribuem com a sobrecarga de demandas, desafios e papéis que sempre me levam para bem longe de minha identidade e vocação.

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/materia.php?k=735
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January 17, 2013

Entre palavras ditas e palavras ouvidas

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- pr. Ricardo Agreste

Quando pronunciamos palavras, temos sempre a opção entre sermos fonte de boas coisas ou de coisas ruins para aqueles que nos cercam.

Nossas vidas são construídas pelas opções que fazemos nas inúmeras bifurcações com as quais nos deparamos ao longo da jornada. Optamos por fazer determinado curso universitário e não um outro, por exemplo. Consequentemente, desenvolvemos amizades com certas pessoas, e não com outras, e frequentamos determinados lugares em detrimento de outros. Depois de formados, aquela rede de relacionamentos que formamos podem nos levar a trabalhar em determinadas empresas, e não em outras.

Mas nossas vidas não são construídas apenas pelas opções que fazemos. As palavras que ouvimos também entram nesse processo. Palavras influenciam grandemente nossas escolhas ao longo do caminho, e o que ouvimos ecoam dentro de cada um de nós. Palavras têm o poder de nos mover aos lugares mais altos da vida; podem, por outro lado, nos levar a situações de tristeza, escuridão e crise. Assim, uma conversa com o filho pode determinar seu sucesso futuro; um elogio recebido do chefe pode mudar a disposição e o futuro da carreira de um profissional; e um conselho de amigo pode resultar na restauração de um casamento.

Palavras de carinho da mulher para seu marido podem mudar seu ânimo diante da adversidade. E até mesmo um frase despretensiosa, dirigida a uma pessoa numa roda de amigos, pode fazer grande diferença àquele que a recebe. Porém, palavras podem ter efeitos negativos. Uma crítica feita em momento inapropriado pode levar ao abandono de uma vocação; uma difamação pode levar à destruição de uma carreira ou de uma família; comentários levianos podem semear intrigas e sabotar amizades desenvolvidas ao longo de anos. Por isso, precisamos reconhecer que palavras têm grande poder – tanto para gerar as coisas mais positivas como as mais negativas numa pessoa.

Quando pronunciamos palavras, temos sempre a opção entre sermos fonte de boas coisas ou de coisas ruins para aqueles que nos cercam. E tais efeitos podem determinar escolhas definitivas na vida daqueles que ouvem. Certas vezes, não nos encontramos na posição daqueles que proferem as palavras, mas sim, na daqueles que as escutam. Queiramos ou não, somos constantemente alvo das palavras alheias, e não temos qualquer controle sobre elas, muito menos sobre o conteúdo do que dizem a nós ou sobre nós. Palavras, simplesmente, vêm ao nosso encontro, alcançam nossas mentes e corações, gerando efeitos positivos ou negativos em nossos sentimentos e opções ao longo da vida.

Certo amigo de muitos anos é um especialista em gerar coisas boas através de suas palavras. Ele teve importante participação em meus primeiros anos como pastor de uma comunidade local. Com suas palavras, ele sempre encontrava uma forma de fortalecer minha confiança e valorizar a forma como atuava. Mas, paralelamente aos elogios, não me poupava das criticas necessárias. Pelo contrário – sempre dizia, com muita franqueza e assertividade, o que considerava errado em minhas atitudes, além de pontuar meus erros com clareza. A maneira como ele usava as palavras fez de mim uma pessoa melhor.

Recentemente, contudo, vivi situação oposta. Alguém proferiu palavras que me levaram a uma tristeza tão grande que cogitei a possibilidade de abandonar todo um ministério de 25 anos. Por quê? Porque aquelas palavras desvalorizavam tudo o que tenho feito. Não foi uma crítica construtiva, pois nem mesmo a mim as palavras foram dirigidas: tratava-se de um conjunto de leviandades e questionamentos sem qualquer amor, com propósito maior de intimidar, ferir, destruir – e por muito pouco tal propósito não foi alcançado.

Mas a sabedoria cristã aponta noutra direção. Através de Tiago, as Escrituras nos aconselham a sermos prontos para ouvir, tardios para falar e mais tardios ainda para nos irar, pois nossa ira não traz à tona a justiça de Deus, conforme Tiago 1.19. Logo, precisamos submeter as palavras que ouvimos à justiça de Deus. Isso significa que a última palavra acerca de quem somos ou fazemos vem do Senhor. Ele deve ser a maior fonte de influência em nossas escolhas.

Diante do grande poder das palavras, que tal resgatar o silêncio em nossas vidas? A quietude nos ajuda a discernir as palavras que devem ser ditas, que produzirão o bem para os outros, e palavras que não merecem ser proferidas.

Mas o silêncio também nos ajuda a ouvir a voz daquele que é justo e verdadeiro, mostrando-nos claramente o que devemos acolher e o que devemos simplesmente dissipar de tudo quanto ouvimos.

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/materia.php?k=860
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January 16, 2013

Entre a ação e a oração

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- pr. Ricardo Agreste

Certa vez, ouvi um pastor dizer: “Um dos pontos fortes de nossa comunidade é o planejamento das mensagens e liturgias com certa antecedência. Isso nos proporciona a oportunidade de fazer a obra de Deus com a excelência que ele merece”. Outro líder retrucou: “Bem, mas precisamos tomar cuidado com o planejamento excessivo que nos leva a não depender do Espírito Santo e a confiar mais em nossas próprias ações do que na obra de Deus.” Diante disso, a dúvida se instalou: Devemos ou não planejar? Devemos ou não assumir a responsabilidade pela ação? Ou devemos, simplesmente, orar e confiar que Deus, do seu jeito e a seu tempo, vai fazer a obra?

De outra feita, um casal de amigos me disse que estavam orando a Deus e esperando sua resposta acerca de suas próximas férias. Eles queriam muito viajar, tinham recursos e tempo para isso, e sabiam que o momento era oportuno. “No entanto”, disseram, “queremos ouvir a Deus sobre esta situação”. Diante da resposta, confesso que fui tomado por certo sentimento de culpa. Será que tive a mesma atitude nas últimas vezes em que tive que tomar decisões como mudar de casa, comprar um carro, ir ou não ao cinema no sábado a noite ou fazer uma viagem de férias? Ou será que, ao agir, deixei de ouvir a voz do Senhor?

Até que ponto a oração nos isenta do planejamento e da ação? Por outro lado, a partir de quando esse planejamento e essa ação se caracterizam como uma afronta à oração e, consequentemente, a dependência ao Espírito Santo? Com certeza, nesta reflexão, os extremismos devem ser evitados. Existem aqueles que se perdem numa passividade contemplativa em nome da dependência de Deus, assim como também há os que confundem a necessidade de controle total sobre todos os processos com o desejo de servir a Deus com excelência. Mas como fugir dos extremos? Existiria um ponto de equilíbrio nesta questão?

Para mim, as pessoas que insistem em estabelecer esta dicotomia entre oração e ação insistem numa falácia e aqueles que defendem o equilíbrio estão equivocados. Precisamos, sim, aprender a orar avaliando e considerando as situações, da mesma forma como precisamos aprender a planejar e agir, orando. Os dois movimentos não são contraditórios, mas complementares. Logo, a resposta para a questão é a integração entre oração e ação em nossas vidas.

Prova disso podemos encontrar na vida e missão de Neemias. Nenhum outro personagem na Bíblia aparece mais vezes orando do que ele. Ao mesmo tempo, pouquíssimos personagens bíblicos demonstram ser tão elaborados em seus planos e determinados em suas ações como ele. Neemias é um exemplo perfeito de como devemos e podemos integrar a oração à ação, bem como a ação à oração. Desde o primeiro momento em que Neemias recebe informações sobre a cidade de Jerusalém, ele passa a orar, conforme o primeiro capítulo de seu livro. Quatro meses depois, na presença do rei, quando questionado sobre a preocupação que transparecia em seu semblante, Neemias ora e apresenta um detalhado plano de ação ao rei. O que Neemias havia feito durante os quatro meses anteriores? Ele havia orado, avaliando e considerando possibilidades.

Por outro lado, quando Neemias já se encontra no meio da execução do plano de reconstrução dos muros, ele se depara com adversidades. Mais uma vez, busca alternativas que conciliavam a oração com a ação (Neemias 4.9). Diante das escolhas a serem feitas e das necessidades que apareciam, Neemias procura sempre considerar as possibilidades e tomar as melhores decisões – sem, no entanto, deixar de reconhecer sua dependência de Deus (Neemias 4.13-14). Sendo assim, a confiança no cuidado e no amor do Senhor por nós não deve nos isentar da responsabilidade de considerarmos os caminhos que temos diante de nossos olhos, avaliarmos com critério as possibilidades de cada um deles e tomarmos a decisão que nos parece mais coerente com um coração disposto a viver nos valores de Deus e com uma vida desejosa de honrá-lo a todo tempo.

A certeza de que o Senhor está no controle de todas as coisas e de que nossa capacitação vem dele não pode nos conduzir a uma atitude de passividade para com as decisões e ações em nossas vidas. Parte da capacitação que Deus nos concede está relacionada à percepção da realidade que nos cerca, à avaliação das possibilidades vinculadas aos nossos valores e princípios e à elaboração de ações planejadas a partir de tal capacidade.

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/materia.php?k=834
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January 15, 2013

Entre Marta e Maria

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- pr. Ricardo Agreste

O relato da visita de Jesus à casa das irmãs Marta e Maria, registrado em Lucas 10.38-42, sempre me levou a alguns questionamentos. A forma como costumeiramente esse trecho das Escrituras é interpretado faz com que nos sintamos pressionados a optar entre duas possibilidades, que parecem extremamente restritas e incompletas – a de sermos contemplativos, como Maria se mostrou ali, ou engajados, a exemplo da atitude de Marta. O problema maior é que, seguindo a costumeira linha de raciocínio, Maria normalmente é tida como a pessoa que fez a escolha certa. Argumenta-se que o próprio Jesus, ao elogiá-la, justificou sua atitude, tida como exemplo de devoção e espiritualidade. Ao mesmo tempo, Marta fica estigmatizada como aquela que errou, tendo preferido dar conta dos afazeres materiais ao invés de largar tudo e, a exemplo da irmã, permanecer ao lado do Mestre.

É preciso, no entanto, analisar o episódio por outras perspectivas. Em primeiro lugar, essa suposta indicação de Jesus soa inconsistente diante da biografia de outros personagens bíblicos. Quando olhamos, por exemplo,para homens como Moisés, Josué, Neemias ou Paulo, sem mencionar o próprio Jesus, encontramos pessoas com um estilo bem diferente de Maria. Suas histórias são grandemente caracterizadas pela ação. Logo, a suposta dicotomia entre a passividade e a contemplação de Maria e o engajamento e o ativismo de Marta começa a parecer equivocada. Ela dá margem para que muita gente, sob a justificativa de seguir o “bom exemplo” de Maria, negligencie o envolvimento com a missão dada por Cristo aos seus próprios discípulos. Assim, a essência da vida cristã se torna uma relação abstrata, quase esotérica, com a pessoa de Jesus.

Precisamos, além disso, observar o contexto em que Lucas registra o célebre encontro de Jesus com as duas irmãs. O trecho imediatamente anterior de seu evangelho contém a parábola do bom samaritano, na qual o Salvador aponta para a necessidade de nosso amor a Deus ter uma dimensão prática e concreta de serviço àqueles que estão à nossa volta. Neste sentido, portanto, Marta estaria fazendo justamente o papel da boa samaritana. O que passa desapercebido para maioria de nós é o sentido das palavras finais de Jesus a ela: “(...)Todavia, apenas uma [coisa] é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”. De acordo com a interpretação costumeira desta passagem, o que Jesus está dizendo aqui é: “Marta, você precisa se tornar como Maria”. Tal hipótese, contudo, seria injusta para com o fato de que pessoas com o perfil de Marta foram muito importantes no Reino de Deus. Muitos homens e mulheres descritos na Bíblia foram pessoas orientadas por tarefas, e em momento algum são desafiadas a deixar de serem como são para se tornarem contempladores passivos.

Jesus, em sua fala, usa a expressão “boa parte”. Maria havia escolhido se dedicar, naquele momento, à “boa parte”. O que ela está fazendo não é a totalidade do discipulado. Ser discípulo de Jesus tem inúmeras implicações, inclusive o engajamento no serviço objetivo e concreto àqueles que nos cercam. Mas a “boa parte” do discipulado é estar aos pés do Mestre, ouvindo a sua voz e reorientando o mundo interior a partir de suas palavras. Logo, neste sentido, Jesus não está confrontando Marta a deixar de ser Marta e se tornar Maria; ele está, isso sim, desafiando Marta a perceber que, em meio às muitas tarefas, preocupações e inquietações, estava se privando e desprezando a “boa parte” do discipulado: a relação pessoal e íntima com o Mestre.

Este é o ponto principal da história: Marta, em meio à sua agenda atribulada, perdeu a percepção da presença de Jesus em sua própria sala de estar. Da mesma forma, em nossa rotina diária, envolvidos que somos por inúmeras demandas e pressionados por vários imprevistos, também perdemos a consciência da presença de Deus em nossas histórias. Não vemos mais o Senhor agindo em nós, por nós e através de nós.

As palavras de Jesus a Marta nos convidam não a uma substituição da atividade pela contemplação, e nem a trocar o dinamismo pela passividade. Suas palavras nos estimulam a integrar a contemplação à nossa rotina repleta de atividades e a incluir um tempo para a quietude e o silêncio em nossas agendas abarrotadas de compromissos urgentes.

Só assim poderemos viver neste mundo sem perder a percepção da presença de Jesus, a todo tempo, em nossas vidas.

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/interna.php?subcanal=55
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January 14, 2013

De volta para casa

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Uma das coisas mais surpreendentes na Bíblia é que ela não edita ou esconde as partes feias - muito pelo contrário, mostra tudo: as qualidades, os defeitos, os pontos fortes, os fracos, as presepadas...

Deus aceita - você e eu - com tudo o que temos e o que somos.

Porque a relação que Ele tem com a gente é de aliança: somos filhos, e não escravos ou empregados.

Quando a gente se dá conta deste Amor, não dá para continuar levando a mesma vidinha. E tudo o que a gente passa a querer é voltar para casa, para o colo amoroso do Pai.

E como o pai do filho pródigo, Ele está à espera de nós: com os braços abertos, pronto para nos receber ; ).

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=yuNKSA44z4E
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January 13, 2013

Você realmente confia em mim?

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- Joyce Meyer

Deus tem bênçãos guardadas para cada um de nós. Antes de você e eu podermos recebê-las, Ele precisa desenvolver em nós um certo nível de maturidade e faz isto através de várias provações que somos conduzidos a passar. Assim como o Espírito Santo conduziu Jesus para o deserto para ser provado antes de promovê-Lo ao ministério, o Espírito de Deus nos conduz a épocas de provações antes de nos promover. Deus usa as provações para tirar de nós atitudes, mentalidades e comportamentos errados.

Uma provação que Deus nos concede repetidamente é a provação da confiança. Quando nossa fé é provada, estamos sendo preparados para a promoção. Quando Deus pediu para eu deixar a igreja em que servia, foi muito difícil CONFIAR que o lugar onde Ele estava me levando seria melhor de onde eu estava porque todas as pessoas me conheciam e eu era importante (ou pensava que era). Porém, quando deixei de fato, Deus tirou a minha confiança destas coisas e estabeleceu uma confiança profunda nEle e somente nEle.

DEUS QUER QUE CONFIEMOS NELE até mesmo quando não entendemos o que está acontecendo. Talvez vc esteja em uma situação difícil agora e é difícil para vc confiar em Deus para suprir suas necessidades. Talvez Deus falou algo com vc em seu coração e vc não entende como Ele vai fazer com que isto aconteça. Não entre em pânico, é apenas uma prova. Vá a Deus e diga a Ele "Pai, preciso da sua ajuda. Quero confiar em Ti, mas estou tendo dificuldades. A Tua Palavra diz que posso ir a Ti e pedir por graça para ajudar-me quando eu precisasse (Hb 4: 16). Por isto estou aqui agora. Como um ato da minha vontade, eu escolho lançar todas as minhas preocupações e ansiedades em Ti e peço que cuide delas (1 Pe 5: 7). Recebo Tua graça para confiar em Ti e para entrar no Teu descanso"

Uma vez que vc lançou seus cuidados nEle, comece a pensar em todas as vezes na quais Deus proveu no seu passado e cumpriu o que Ele disse em seu coração. Pode ser que vc queira escrever uma lista.

A sua confiança em Deus vai crescer e a paz dEle vai inundar a sua alma. Antes de vc perceber, a provação vai ter passado e vc estará desfrutando de um novo nível de vitória em sua vida.
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January 12, 2013

Reconhecendo os limites

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- Dave L. Goetz

O médico oncologista conversa com um homem de quarenta e poucos anos com um tumor cerebral inoperável. O paciente já tinha um histórico de câncer com o qual conviveu de maneira assintomática durante anos, mas agora se deparava com o crescimento da lesão encefálica que, provavelmente, tiraria sua vida. “Sei que você precisa falar comigo sobre minhas opções”, diz o paciente ao especialista. Mostra-se resignado por ter de enfrentar o penoso tratamento de quimioterapia e seus desconfortos, se assim lhe fosse recomendado. Mas o que afirma em seguida é que revela seu estado de espírito. Após compartilhar com o médico sobre sua fé em Cristo, o homem confessa o que passou a ser seu maior projeto neste mundo: “O que mais quero, doutor, é olhar o pôr-do-sol e desfrutar da minha família no tempo que ainda me resta.”

Minutos depois, entra outra paciente no consultório. É uma senhora na faixa dos 80 anos que acabara de receber a notícia da metástase de seu câncer. A doença, até então restrita a um órgão, espalhara-se por outras partes do corpo. Para a medicina, não havia mais o que fazer, a não ser ministrar tratamentos paliativos para mitigar suas dores até a morte. Ao contrário daquele homem – e, numa atitude até certo ponto inesperada numa anciã –, a mulher demonstra extrema ansiedade e não consegue esconder o pânico diante do diagnóstico. A idade, é claro, não está necessariamente relacionada ao pavor ou à calma perante a notícia da iminência do fim da história de uma vida. Mas é curioso como um paciente de meia-idade encara um diagnóstico fatal com serenidade, enquanto que uma idosa, que já viveu muito mais, desespera-se diante da mesma perspectiva.

O poeta W.S. Merwin enfatizou que, todos os anos, passamos despercebidos pelo aniversário de nossa morte. Que nível de fé na bondade de Deus é necessário para suportar emocionalmente uma notícia sombria? Que tipo de maturidade espiritual pode fazer a diferença entre a serena confiança e o desespero incontrolável? Aquele paciente que queria viver intensamente seus últimos meses ao lado de quem amava demonstrou ter uma realidade de fé que ia além da intelectualidade, fundamentada nas verdades bíblicas. Para muitos, o despertar da espiritualidade coincide com sua adolescência ou juventude. É a fase da vida na qual tudo é novo e cheio de potencial para transformar o mundo para Cristo. É a fase das viagens missionárias, das decisões pelo serviço a Deus e de longas conversas idealistas sobre como viver uma vida com mais significado. Muito do que disse João da Cruz, monge espanhol do século 16, sobre o que chamou de “anos iniciais da fé”, corresponde aos primeiros marcos da vida: o colégio, a universidade, casamento e filhos.

Contudo, algum tempo após os 30 anos de idade, a curva da aprendizagem não é tão evidente e as marcas do crescimento espiritual são menos visíveis. A linguagem da fé não é tão nova, assim como as pessoas também já não o são. Após muitos anos de atividades tão diversas como cantar no coral, participar ativamente de estudos bíblicos, visitar penitenciárias e trocar fraldas em berçários de igrejas, a vida religiosa se torna confortável, como aquela amizade construída ao longo de décadas entre um casal de idosos. O passar dos anos nos coloca diante de necessidades outras. É preciso administrar e investir na carreira, desdobrar-se em tempo para atender demandas pessoais, aprovisionar recursos para o futuro – e, em meio a sofrimentos e situações não planejados, parece que os trilhos da vida vão se desgastando e perdendo a nitidez diante de um crescente deserto.

IDEIA DE FINITUDE

A maturidade é repleta de correções de rota e esperança de reconstrução. Então, qual a medida de nossa vida em Cristo, uma vez que caminhamos por rotas diferentes e quase sempre chegamos a lugares totalmente diversos daqueles que, no início, tínhamos a certeza de que Deus havia planejado para nós? Um dos conceitos teológicos mais misteriosos – o kenosis de Cristo – adquire novos significados conforme avançamos na jornada da vida. Kenosis, do grego, pode ser traduzido por “esvaziamento”, e é a tentativa teológica de explicar a encarnação do Verbo, quando Deus tornou-se humano na pessoa de Jesus. Paulo usa a palavra em um trecho crucial de sua carta aos Filipenses: “Embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo”. O que Cristo fez voluntariamente apresenta um modelo diferente de crescimento espiritual, enquanto, involuntariamente, deparamo-nos com os limites em nossa própria história.

Quem pode realmente dizer quando começa a meia-idade? Ela seria um momento exato, determinado por mera classificação etária? Uma mudança de mentalidade, construída a partir das experiências e sentimentos acumulados até ali? Ou, simplesmente, um despertar para a realidade de que mais da metade da vida já se passou e resta menos tempo para fazer aquilo que consideramos certo? Por certo, é uma época de realizações, quando muitos contemplam a família formada e os filhos bem encaminhados, experimentam momentos pessoais marcantes e têm a satisfação de haver construído relacionamentos sólidos. Uma espécie de tempo de colheita, por assim dizer. Por outro lado, é a fase da vida na qual muitas sombras se apresentam na forma de decepções, cansaço, tristeza, problemas de saúde, funerais de parentes e amigos. São os anos nos quais a fé colide com a dura realidade e somos, afinal, confrontados com a ideia de nossa finitude.

Esses “limites acumulados”, como os descreveu o franciscano Richard Rohr, permitem que nos abalemos emocionalmente e sintamos um pouco do que Cristo experimentou como ser humano. Quando Deus tomou a forma de homem, foi confrontado com nossas limitações, apesar de ter vivido em níveis bem diferentes este sofrimento, se comparado às nossas dificuldades psicológicas e físicas. Sua decisão voluntária demonstra autoconhecimento e prudência, um modelo para como devemos nos portar frente aos limites da vida. No livro O castelo interior, Teresa de Ávila, escritora espiritual do século 16, aproxima a palavraautoconhecimentodo termo humildade. Ela descreve o autoconhecimento como nossa primeira questão na progressão para o conhecimento total de Deus: “Não importa quão alto o estado da alma possa estar, o autoconhecimento é essencial (...) A humildade deve estar sempre fazendo seu trabalho, como uma abelha faz o mel: sem a humildade, tudo está perdido.”

O autoconhecimento e sua visível parceira, a humildade, não são uma aquisição única, como a conversão ou um sentimento urgente de chamado que marca os primeiros anos da fé. É uma progressão lenta e agonizante que a alma faz na direção de Deus. Nos nossos primeiros anos de fé, certamente não imaginávamos o tipo de pessoas que nos tornaríamos. Todavia, mesmo com todas as promessas de reconstruções na meia-idade – os segundos (ou terceiros) casamentos, o contato com novas famílias, novas carreiras e jornadas radicais de serviço cristão –, ainda é final de verão. Não é primavera. Conforme nossa história caminha, continuamos a perder qualquer tipo de status ou poder que construímos. A marca do kenosis inclui o cuidado de parar de brigar com os limites da vida. Não se trata de uma concessão passiva ao tempo, mas sim, de uma disciplina ativa, que nos permite viver de maneira mais livre no nosso chamado em vida, buscando o que Deus tem para nós e fazendo isso com honestidade, energia e alegria. Talvez tenha sido isso que Thomas Merton quis dizer com “o eu imaginário”: a ficção que demonstramos a respeito de quem somos quando distorcemos nossa percepção da realidade. Com a maturidade, podemos enxergar que a razão da humildade está interligada ao autoconhecimento.

Por que não percebemos isto antes? Talvez porque a humildade e o sentimento de estupidez são relacionados, embora não equivalentes. A humildade da identidade verdadeira é escolhida – portanto, um componente voluntário de nossa trajetória –, e não uma consequência. A vida se torna, como escreveu Merton, “uma série de escolhas entre a ficção do falso eu, que alimentamos com nossas ilusões apaixonadas e apetite egoísta, e nossa amável permissão à pura e misericordiosa graça de Deus”. Tal marca não é facilmente adquirida, especialmente para aqueles que desenvolveram durante a vida o consumismo e acumularam status. Mas as marcas da fé não costumam aparecer totalmente desenvolvidas; elas emergem como a larva que, depois de anos amadurecendo no fundo do rio, faz seu trajeto para a superfície na forma adulta.

Estes sinais não são, necessariamente, nosso destino final na caminhada com Cristo. Mas a busca da humildade é um importante ponto de partida na meia-idade, condição na qual faremos bem se mergulharmos mais uma vez nas palavras de Thomas Merton: “Os rios de tranquilidade e paz que fluem de Deus para todo o universo e atraem tudo de volta a Deus.”  

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/materia.php?k=748
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January 11, 2013

Espiritualidade cristã e outras espiritualidades

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Temos que admitir que algumas igrejas e pastores estão ensinando mentiras

- pr. Ricardo Agreste

Vivemos um período histórico no qual assistimos um grande e crescente interesse por tudo quanto é chamado de espiritualidade. Os dois séculos em que o mundo ocidental esteve subjugado pela falácia do positivismo, o qual tentava reduzir homens e mulheres à mera racionalidade, geraram este contrafluxo em nossa cultura contemporânea. O tema da espiritualidade encontra-se como um dos elementos centrais deste movimento; podemos perceber isso nos inúmeros livros, cursos, vídeos e práticas que se apresentam como possibilidades àqueles que estão nessa busca.

Por um lado, essa redescoberta da espiritualidade pode ser vista como algo bom, especialmente para aqueles que, como servos de Cristo, estão engajados na tarefa de fazer outros discípulos em todas as culturas. A busca pela espiritualidade tem gerado nos dias de hoje inúmeras oportunidades como aquela vivida por Paulo no areópago da cidade de Atenas. Da mesma forma que o apóstolo fez uso do próprio interesse de homens e mulheres por preencher o vazio interior de suas almas, podemos conduzir outros à pessoa graciosa de Jesus, levando-os à compreensão de que sua obra na cruz nos coloca numa posição de liberdade e intimidade junto ao Pai celeste. No entanto, não podemos desprezar o crescente risco de confundirmos a espiritualidade cristã, como nos é oferecida a partir da pessoa e da obra de Jesus, com os modelos que nos são apresentados neste aquecido mercado da fé secular. Mesmo aqueles modelos considerados como “cristãos” – seja devi- do à utilização que fazem de terminologias e conceitos do Cristianismo, seja pela associação do seus articuladores com a fé e religiosidade cristã – podem, na verdade, prescindir do fundamento sobre o qual toda espiritualidade cristã deve ser desenvolvida e articulada: a vida e obra de Jesus.

Para nós, é bem mais fácil percebermos estas disfunções quando presentes em propostas vinculadas ao mercado secular da espiritualidade, as quais nos falam deste tema como uma forma de entrarmos em contato com o nosso próprio ser interior e desfrutarmos da paz proveniente da reconciliação com a nossa alma. Outras nos oferecem uma espiritualidade que nos coloca numa posição de harmonia com o cosmos, produzindo em nós saúde física, emocional e espiritual necessária para a vida. Ainda outras nos falam da espiritualidade como um meio de apropriação de toda energia positiva, na medida em que tudo o que não é bom em nós é gradativamente dissipado e diluído.

No entanto, torna-se bem mais difícil distinguir a espiritualidade a partir da pessoa e da obra de Jesus de outros modelos espirituais que são partes inerentes daquilo que consideramos como “evangélico”. Temos muita dificuldade em admitir e declarar que algumas de nossas igrejas, pastores e pensadores podem, sim, estar ensinando, como diria o apóstolo Paulo, um “outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho” (Gálatas 1.6-7).

Precisamos identificar e compreender que o que nos é oferecido por Deus na pessoa e na obra de Cristo é parte central e inegociável na verdadeira espiritualidade – e se distingue frontalmente de toda tentativa de promoção de qualquer outro sistema que prescinda de Deus como Deus e se confunda com auto-construção ou auto-salvação humana. Logo, enquanto as mais variadas espiritualidades têm como propósito o bem estar pessoal e o desenvolvimento do ser de maneira autônoma, o exercício da genuína espiritualidade cristã tem como propósito renovar, dias após dia, nossa confiança e dependência no amor e na graça de Deus.

Segundo Hebreus 10.19, “temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo”. Logo, nossa confiança para adentrarmos na presença do Senhor a fim de desfrutar de sua intimidade não deve estar colocada em ritos, conceitos intelectuais profundos ou práticas diversas, mas no que o Salvador fez por nós na cruz através do derrama- mento de seu sangue. É claro que determinadas práticas, como a leitura bíblica e a contemplação, nos possibilitam mais qualidade em nosso tempo e relação com Deus, enriquecendo nossa percepção acerca de Deus e do seu amor. No entanto, não são estas coisas que nos asseguram a entrada na presença de Deus, mas o que Jesus Cristo já fez na cruz do Calvário, ao derramar seu sangue pelos pecados, limitações e incapacidades do homem. A nós nos cabe, tão somente, o coração quebrantado e humilde diante da perplexidade que o amor de Deus nos gera.

Toda espécie de espiritualidade que faz com que nos sintamos pessoas superiores e, conseqüentemente, dignas de estarmos na presença do Senhor, acaba por nos colocar ainda mais distantes dele. A única forma de realmente nos aproximarmos de Deus e compartilharmos de seu amor é a confiança plena do que aconteceu na cruz e a compreensão de que isso nos é oferecido inteiramente pela graça. Por isso, entre na presença de Deus e desfruta de sua intimidade tendo a plena confiança de que Deus lhe ama e lhe deseja, não pelo que você tem sido, refletido ou praticado, mas pelo que Jesus fez por você.

E, como dizia o apóstolo Paulo, que este amor de Cristo nos constranja, a fim de que toda e qualquer transformação em nossas vidas seja decorrente do poder que emana da cruz e do constrangimento que seu amor produz.

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/materia.php?k=514
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January 10, 2013

Vida em aliança

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Nossa vida é permeada por relacionamentos.

Algumas pessoas se relacionam de forma circunstancial, outras por funcionalidade, mas quem busca relacionamentos significativos, escolhe vida em aliança.

Eu sei que é meio pobre querer rotular as coisas, mas viver em aliança diz respeito à fidelidade (não ao outro, mas a você mesmo - de ser íntegro com aquilo que acredita). E assim, a sua vida se torna um porto seguro para o outro, independente do que se pensa ou da circunstância pela qual se passa.

Não é todo mundo que tem estrutura para viver assim (nem exija isto dos outros, para não se decepcionar). E não é para todo mundo que se oferece este tipo de amizade.

Por ser sagrado, envolve reverência, tempo, esforço, cultivo.

Mas como tudo que dá trabalho, vale a pena ; ).
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January 09, 2013

Amizade também é uma forma de amor

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Amizade não tem gênero, idade ou classe social.

É um milagre quando você encontra um bom amigo, uma boa amiga.

Os amigos fazem você acreditar num mundo melhor: pelo qual lutar, pelo qual viver.

Uma boa amizade desperta o que temos de melhor ; )!

E é muito bom quando há mutualidade e reciprocidade, pois o amor sempre agrega gente em volta.

Quando você encontra uma amizade de alma, as palavras são desnecessárias.

Você não precisa pedir, porque o ombro amigo está lá.

Você não precisa oferecer, porque a maior ajuda é a sua presença.

Quem possui um bom amigo, encontrou uma pérola de grande valor ; )!
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January 07, 2013

O Jesus que nos desaponta

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O que, de fato, queremos de Deus? Justiça ou misericórdia?
O que parece é que desejamos a justiça sem julgamento, e a misericórdia sem justiça

- John Koessler

Quando veio ao mundo, Jesus Cristo fez questão de afirmar que seria motivo de escândalo para muitos, até mesmo de tropeço. Tais advertências parecem perder sentido diante do amor e da obra de salvação promovida pelo Filho de Deus. Porém, aqueles que servem a Cristo são tão propensos a dores e frustrações quanto qualquer outro mortal. Se os evangelhos servem de indicação, podemos até dizer que a decepção é uma certeza. Quem lê os relatos da passagem do Salvador pela terra percebe: o que eles são, senão um registro em larga escala de decepções com Jesus?

Pergunte-se a João Batista, por exemplo. Sentindo-se incomodado na prisão de Herodes, o profeta enviou mensageiros a Jesus com a pergunta direta: “És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?” A indagação vem como uma surpresa. Afinal de contas, João foi um dos primeiros a identificar o Rabi da Galileia como “o qual vem após mim” (João 1.27). E fez questão de afirmar que ele é que precisava ser batizado pelo Filho de Deus, e não o contrário. João também viu o Espírito de Deus descer sobre Jesus em seu batismo e ouviu uma voz dizer do céu: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”, conforme Mateus 3.17. Portanto, se alguém sabia a resposta a tão inquietante dúvida era o próprio João Batista.

É possível que, nas circunstâncias tão extremas nas quais vivia naquele momento, João tenha se desencorajado. Talvez, a escuridão da prisão de Herodes tenha diminuído sua confiança em Jesus e em sua missão. Mas isso também parece improvável. João estava acostumado a uma vida de dificuldades. Ele se vestia como um nômade e vivia como um homem selvagem do deserto, sobrevivendo à base de insetos e mel, de acordo com o relato de Mateus. Será razoável acreditar que uma cela de prisão poderia destruir seu espírito? Mais ainda, João não ficaria surpreso por se tornar prisioneiro de Herodes; afinal, como conhecedor das Escrituras que era, ele sabia o que acontecia com os profetas – e o destino de um profeta é, em nove de dez vezes, ruim. João dificilmente se chocaria com sua experiência.

“METAS” PARA DEUS

A pergunta de João mostra sua decepção com o relatório que recebeu do ministério de Jesus. Os contornos gerais das expectativas do profeta do Novo Testamento estavam marcados em seus alertas aos líderes religiosos, quando estes vieram até ele para serem batizados. “Raça de víboras!”, João trovejou. “Quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer entre vós mesmos: ‘Temos por pai a Abraão’; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo” (Lucas 3.7-9).

Segundo João, Jesus tinha vindo para peneirar a colheita. De acordo com a Palavra, ele iria juntar o trigo e queimar a palha com fogo inextinguível. Em vez disso, Jesus estava percorrendo as montanhas da Galileia pregando o Evangelho e curando os doentes. O machado havia de fato sido afiado e o fogo, aceso; mas Jesus não parecia interessado em nenhum dos dois. Esse fato estava em tamanha contradição com o entendimento de João a respeito do que o Messias faria que ele não podia evitar seu questionamento. O que está por trás daquela pergunta é, sem dúvida, uma decepção. Expectativas frustradas se encontram no centro de toda decepção. Esperamos alguma coisa e recebemos algo diferente. Queremos carne para o jantar e temos frango. Pensamos que vamos receber a restituição do imposto de renda e em vez disso somos acionados por uma dívida como Fisco. A previsão do tempo prometeu sol para o fim de semana, mas chove! Decepções como essas são tão comuns que, provavelmente, deveríamos estar acostumados a elas.

Mas as coisas são diferentes com Deus. Esperamos um tratamento melhor da parte do Senhor. Sabemos que as pessoas irão nos desapontar, apesar desse conhecimento não aliviar nossa decepção quando isso de fato acontece. Porém, Deus não é assim. Podemos não saber muito de teologia, mas pelo menos sabemos que ele não mente. Não há variação ou sombra de mudança no Senhor; sim, ele é confiável. No entanto, essa boa teologia, por vezes, leva a más práticas. Ela nos faz confundir confiança com previsibilidade. Por pensarmos que a mente de Deus e a nossa são iguais, estabelecemos metas para o Todo-poderoso. Sabemos o que queremos, e então colocamos isso na boca do Senhor, e permitimos que nossos desejos governem nossas expectativas.
Algumas vezes, é verdade, as metas que estabelecemos se alinham com as intenções de Deus. Quando isso acontece, podemos nos sentir tão encorajados que estabelecemos novas metas para ele. Porém, mais cedo ou mais tarde – e provavelmente mais cedo, e não mais tarde –, o agir de Deus estará em tamanho desacordo com nossa expectativa que mal saberemos o que pensar. Oramos por cura, e o doente morre. O emprego, que parecia tão perfeito, fica para outro. E a pessoa a quem devotamos tanto amor não retribui nosso sentimento. O resultado é mais do que uma crise de fé, pelo menos como costumamos definir fé.

INDIGNADOS E AFLITOS

É claro que nem todas as decepções são iguais. A maioria tem pouca importância e é facilmente esquecida. Algumas, porém são mais sérias. Outras nos assombram todos os dias. A decepção de João era do tipo mais sério – era o tipo de decepção que Jonas sentiu quando viu que o povo de Nínive seria poupado da destruição pelo Senhor. Era a mesma frustração que levou o profeta Habacuque a reclamar perante o Altíssimo: “Por que me mostras a iniquidade e me fazes ver a opressão?” É a mesma decepção que eu e você sentimos quando vemos injustiças ao nosso redor. A opressão e o mal parecem estar em toda parte, e Deus parece fazer muito pouco ou nada a respeito.

Já que somos pessoas de ação e fé, fazemos o que está ao nosso alcance para fazer a diferença. Vamos às ruas e ajudamos mendigos. Doamos nosso dinheiro a organizações que lutam por justiça. Votamos e tentamos mudar o sistema. Porém, não importa o que façamos, os problemas se multiplicam. Continuamos à procura de reforço, mas nenhum salvador da pátria aparece no horizonte. De que adianta o Evangelho, se ele permite que um ímpio como Herodes trate um profeta de Deus como seu brinquedinho pessoal? Enfim, desapontamo-nos com o Senhor porque ele permite que os culpados fiquem impunes.

Curiosamente, é possível que se encontre as duas posturas – indignação e aflição – na mesma pessoa. Tais pessoas estão simultaneamente frustradas com Deus por deixar os culpados impunes e aflitos com a ideia da condenação de alguém. São como as pessoas que Jesus descreve depois que os mensageiros de João se retiram: “Mas a quem hei de comparar esta geração? É semelhante a meninos que, sentados nas praças, gritam aos companheiros: ‘Nós vos tocamos flauta, e não dançastes; entoamos lamentações, e não pranteastes’. Pois veio João, que não comia nem bebia, e dizem: ‘Tem demônio!’ Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: ‘Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!’ Mas a sabedoria é justificada por suas obras” (Mateus 11.16-19). Quando Jesus condena a geração de João com essas palavras, também condena a nossa e oferece uma franca avaliação de nossa ambivalência. O que, de fato, queremos de Deus? Justiça ou misericórdia? O que parece é que desejamos a justiça sem julgamento, e a misericórdia sem justiça.

As condenações de Jesus revelam uma verdade ainda mais desconcertante. Elas sugerem que, de certa forma, Cristo desaponta a todos – e desaponta-os de igual modo. O Filho de Deus não decepciona apenas as pessoas de Nazaré, que o levaram para fora da sinagoga e tentaram jogá-lo de um penhasco porque ele não quis realizar milagres. Ele decepciona também as pessoas de Corazim e Betsaida, onde ele efetivamente fez maravilhas. Sim, Jesus decepcionou a amigos e inimigos da mesm maneira.

A resposta de Cristo à pergunta de João deveria ser uma pista de que deixamos algo passar despercebido. Nossa decepção está ligada, principalmente, a um problema de percepção. O mais impressionante a respeito da resposta de Jesus é que ele não oferece nenhuma informação nova. João já sabia tudo aquilo que o Filho de Deus fala para ele. Até mesmo a descrição dos milagres é apenas um lembrete para João de tudo que ele já ouviu. Como, então, a resposta de Jesus ajuda? Ela faz uma alusão a uma passagem de Isaías, inserida no contexto de uma promessa que João, como um estudioso das Escrituras, reconheceria imediatamente: “Fortalecei as mãos frouxas e firmai os joelhos vacilantes. Dizei aos desalentados de coração: ‘Sede fortes, não temais. Eis o vosso deus’. A vingança vem, a retribuição de Deus; ele vem e vos salvará” (Isaías 35.3-4).

E qual é a resposta de Jesus aos mensageiros de João? “Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o Evangelho” (Mateus 11.4-5). Com efeito, é como se Cristo dissesse: “Diga a João que o seu Deus veio – que veio com vingança. João, seu Deus veio para te salvar”. Em outras palavras, assim como João, nós estamos desapontados com Jesus porque não vemos o que ele está realmente fazendo. Acontece que temos trabalhado sob um grande equívoco. O Salvador veio por nós, mas isso não significa que ele veio para nos agradar. Jesus veio por nós, mas ele não nos deve satisfações de seus atos. Logo, ele não vai se submeter aos nossos planos, não importa quão bons eles possam ser – em vez disso, ele exige que nós nos submetamos a seus planos.

DOMÍNIO DA GRAÇA

A solução para a nossa decepção é, então, engolir e tolerar isso? Ou admitir que a vida é decepcionante e decidir superar? Não, é justamente o oposto. As palavras de despedida de Jesus aos discípulos de João foram tanto palavras de bênção quanto de aviso: “E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço” (Mateus 11.6). Essas foram as últimas palavras que João ouviu de Jesus antes de morrer, e são as últimas palavras de Cristo para nós sobre o nosso desapontamento, independentemente do motivo.

Diante de uma grande decepção, normalmente queremos uma explicação. Isso porque, de maneira tola, pensamos que assim nos sentiremos melhor. Mas já nos ocorreu que isso, na verdade, pode acarretar efeito contrário? Ao invés de uma explicação, Jesus nos oferece algo infinitamente melhor: ele mesmo. Quando se trata de decepção, não há outra solução. A decepção nos faz desejar devolver na mesma moeda. Enquanto nos agarrarmos a isso, a decepção irá envolver nosso coração como uma serpente; quanto mais forte nos apegarmos a ela, mais ela nos dominará. A única maneira de nos libertarmos é nos ajoelhando diante de Jesus.

Podemos nos agarrar à decepção ou podemos nos agarrar a Cristo. Podemos colocar nossa decepção sob o poder da cruz e nos agarrar à esperança. Quando entregamos nossa decepção a Cristo, na verdade estamos nos entregando a ele; e, enquanto nos apegarmos à esperança, estamos nos rendendo ao domínio da graça de Deus. João sabia disso. Foi isso que a voz vinda do céu havia dito o tempo todo: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus 3.17). Jesus desaponta a todos. A todos exceto, exceto um – o Pai.  

Fonte: http://www.cristianismohoje.com.br/materia.php?k=871
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January 06, 2013

Mãos à obra ; )!

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COMEÇAR DE NOVO
.2 Samuel 12.16-24

Todo mundo tem de chorar seus mortos. Quem não vive os seus lutos não consegue se libertar da presença da morte. Quando o filho de Davi, fruto de seu adultério com Bate-Seba, estava para morrer, Davi se trancou no quarto, não quis falar com ninguém, não se barbeou, caiu prostrado na cama e ali "curtiu" sua dor até o limite em que sua alma podia agüentar. Quando o menino morreu, ele se levantou da cama, tomou seu banho, chamou sua mulher e resolveu fazer outro filho.

Sua história se tornou paradigma de recomeço. Tem uma hora que nós devemos permitir que os mortos se vão, que o passado fique para trás, que as tragédias e amarguras sejam deletadas do arquivo das emoções. Há tempo para tudo e a integridade do ser está em sofrer, lutar e se alegrar nos tempos devidos.

Há pessoas que preferem manter seus mortos-passados bem presentes em sua memória e até visíveis a todos ao seu redor fazendo disso um álibi para justificar sua decisão de 'não' viver, de morrer lentamente, porque tem medo de lutar. Preferem conviver com o estigma de perdedor e 'coitadinho' a levantar a cabeça e começar de novo.

Quando acabar o tempo do choro o melhor é levantar e começar de novo. O passado está na cruz, o futuro é eterno.

Foi porque Davi recomeçou que Salomão nasceu.
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January 05, 2013

Bem querer ; )!

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Não lhe desejo dinheiro, mas que você faça algo de que se orgulhe, seja no seu trabalho formal, aquele que você tem para poder se sustentar, seja através de outras atividades, especialmente uma que não te remunere, mas que você faça por puro prazer. Que ao final do processo você seja agraciado com a alegria da qual nem mesmo o Criador se privou, a de olhar o que fez e poder dizer “ficou bom”.

Não desejo grandes viagens para lugares exóticos ou sonhados desde a infância, desejo que você faça uma viagem pra dentro de si mesmo, e depois outra, e depois outra. Desejo que você não viaje sozinho, mas seja acompanhado da consciência da presença do seu Criador. Que você traga boas lembranças de sua viagem e que lance fora coisas velhas, como quem as coloca num barquinho e empurra para alto mar.

Não desejo que você não erre ou que ninguém ao seu lado erre com você, isso seria uma tolice! Desejo sim que você descubra a liberdade que somente o perdão pode trazer. Que você se perdoe do que não pode ser alterado e que você perdoe quem lhe fez mal, antes mesmo de que haja mudança ou a despeito de nunca haver.

Não desejo um ano novo, anos não se renovam, o tempo apenas passa. Desejo que você seja uma pessoa nova, todos os dias, todos os anos. Desejo que você aceite a aventura de se renovar, a partir do olhar. Desejo que seu olhar sobre a vida seja como o de criança, aquela de quem Jesus disse pertencer o Reino de Deus, porque as crianças sabem olhar o que importa.

Não desejo, como você já deve ter notado, situações externas favoráveis de acordo com a média de nossa geração, mas que você possa viver tudo o que lhe vier com a dignidade desse tipo de gente que Jesus ensinou a ser, apenas humano e de tão humano que consiga ser, chegue bem perto de ser um só com o Criador.

© Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/desejo-pra-voce/
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January 04, 2013

O caminho da graça

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Já aconteceu com você de saber algo racionalmente, porém não sentir paz?

Sabia que o caminho da graça possui 30 centímetros?

É preciso descer do cérebro para o coração.

Vida em abundância envolve saber e sentir - só saber faz de você um morto vivo e só sentir faz de você uma alma penada.

Integrar é o desafio.

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=SHcvfTWpAuA
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January 03, 2013

Ano novo sem resoluções

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- pr. Ricardo Agreste

2 de janeiro, a segunda manhã de um novo ano. Em casa, todos ainda estavam dormindo. O silêncio se contrastava com a intensidade dos últimos dois dias. Parentes e amigos haviam nos presenteado com a oportunidade de tê-los em nossa nova casa nas celebrações da passagem de mais um ano. Com isso, meu tempo havia sido consumido nos preparativos, na recepção e no esforço de prover a todos o tempo mais agradável possível. Somente naquela manhã, passadas as comemorações da véspera, consegui entrar no escritório para aquietar-me diante de Deus e refletir sobre os desafios do ano novo.

Enquanto minha alma se silenciava na presença de Deus, os rumores das muitas vozes que nos últimos dois dias haviam demandado minha atenção iam gradativamente se dissipando. Seria impossível ouvir ao Senhor sem primeiramente aquietar minha alma. Pouco a pouco, fui tomado por um sentimento de profundo prazer sem que qualquer palavra fosse pronunciada por mim. Em absoluto silêncio, senti-me acolhido por Deus e convidado a descansar em seus braços. Contudo, permanecia preocupado – eu ainda não fizera os costumeiros planos de boas intenções e necessárias ações para com a vida pessoal, familiar e profissional. Afinal, pensava, ninguém pode iniciar um ano sem boas metas a serem alcançadas e sem determinar caminhos a serem percorridos.

Enquanto insistia em “refletir”, sem muito sucesso nos resultados, fui sendo convencido que aquela inquietação não era fruto de qualquer demanda de Deus, mas sim da minha própria alma. Da parte do Senhor, parecia mais do que suficiente o simples fato de eu estar silenciosa e intencionalmente em sua presença. Fui sendo convencido de que os oito anos anteriores, tendo iniciado uma nova igreja e vendo-a crescer de maneira um tanto surpreendente, haviam gerado em mim um grande cansaço e, consequentente, a necessidade de um tempo de descanso no amor de Deus.

Não considero errado ou pecaminoso aproveitar o início de um novo ano para avaliação da vida no passado recente e definição de prioridades para os doze meses seguintes. Além disso, concordo plenamente com aqueles que afirmam não existir um momento mais propício para tanto do que as tradicionais viradas de ano. Só que este tipo de exercício se tornou, ao longo dos anos, uma espécie de ritual para mim. Passei a fazê-lo como parte integrante de meu exercício de devoção a Deus, desejoso de ouvi-lo e obedecê-lo, constantemente alinhando meu foco à sua vontade.

No entanto, naquele exato momento deparei-me com um cenário completamente diferente. Por mais que insistisse com Deus sobre a necessidade de avaliar e planejar, ele me convidava a simplesmente estar e descansar. Lembrei-se então das palavras do Salmo 62.1-2, que fala sobre esse descanso na presença do Eterno. Sim, quando permanecemos em Deus, estamos numa rocha alta e firme. Os braços do Senhor nos são uma torre segura. Logo, posso não saber o que emergirá diante de mim no futuro, mas o que importa é onde me encontro no presente. Eu não preciso saber para onde estou indo, se quem está no controle é o próprio Deus. Neste caso, minha tarefa é apenas estar com Ele e descansar no seu cuidado para comigo.

Foi assim que, para o escândalo de muitos, iniciei o ano como um dos anos mais “sem propósito” e “por acaso” de minha vida. Não tenho claro em minha mente se existem grandes mudanças que devo efetuar, muito menos se existem novos projetos nos quais devo me envolver; tampouco estabeleci grandes metas pessoais, familiares ou profissionais. Envolvido pelos braços fortes e amorosos de Deus, fui convidado a simplesmente estar e descansar. Entendi que este era o projeto de Deus para minha vida no ano que se iniciava.

Mas, para não deixar por demais desesperados os superativos como eu, ou gerar um espanto demasiado àqueles que me cercam e bem me conhecem, preciso concluir dizendo que estar em Deus e descansar em seu amor não torna nossas vidas vazias, sem trabalhos ou demandas. Se assim o fosse, a vida de Jesus, descrita nos evangelhos, teria sido bem diferente. O que muda é a fonte de onde emanam as forças para os desafios que emergem e as adversidades que nos assaltam.

Para mim, entrar em um novo ano com o desafio de estar em Deus e descansar no seu amor significa viver intensamente, deixando que a graça e o amor do Pai sejam tão presentes em minha vida que transbordem, envolvendo tudo o que faço e todos que me cercam. E fazendo minha uma das orações de Bernardo Clairveaux: “Pai, faça-me represa do teu amor. Não peço para ser canal, pois passa por períodos de seca; mas que eu seja represa do teu amor que alaga e inunda a todos ao meu redor, a partir do meu coração”.

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/interna.php?subcanal=55&id_conteudo=548
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January 02, 2013

O que esperar de um ano novo?

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O Pai sabe do que vocês precisam.
Mateus 6

Tomo a liberdade de definir desejos como expectativa de concretização de tudo aquilo que acreditamos ser capazes de nos satisfazer, e de anseios as nossas necessidades profundas.

Geralmente desejos desconsideram o que é realmente necessário; desejos definem objetos, experiências e lugares de satisfazer os anseios.

Ao idealizar tais realidades, passamos a esperar por elas, a tomar providências para realizá-las. Tornam-se metas.

O que realmente precisamos é amor correspondido, paz serena, sentido na vida. No entanto, não sabemos como tais anseios irão se concretizar.

Pensamos que eles acontecem por meio de um romance, de uma troca de emprego ou de um regime. Planejamos, prometemos e nos esforçamos para cumprir. Quando os desejos não se concretizam, sofremos.

Deveríamos prever que o amor pode surgir do conflito, que a paz pode resultar da crise, que o sentido na vida pode ser encontrado no sacrifício. Porém ninguém coloca como meta para o ano novo a perda, o sofrimento e a falência.

Por isso, o que quero para o ano novo é não desejar, na esperança de que Aquele que sabe do que preciso, e a partir de qualquer circunstância que eu venha viver, satisfará qualquer anseio do meu coração, segundo a Sua graça e misericórdia.

© Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/o-que-esperar-de-um-ano-novo/
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January 01, 2013

É dentro de você que o Ano novo cochila e espera desde sempre


RECEITA DE ANO NOVO
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- Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação
com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo,
remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber
champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados,
começando pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

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