Ele mudou então de cidade
e muita gente O procurou para ouvi-Lo, para ser curado.
Dentre os que rumaram para
Cafarnaum havia um grupo carregando um jovem paralítico na esperança de o
colocarem em contato com Jesus. E Jesus, vendo a fé daquele jovem e de seus
amigos, o curou.
Que bom que este homem
tinha amigos...
O que teria acontecido se
aquele moço paralítico não tivesse amigos? Qual teria sido a sua situação? Ele
estava estirado num leito. Não tinha como locomover-se, nem como chegar onde
Jesus estava. Como fazê-Lo saber da sua situação?
Mas ele tinha amigos... E
que bom que ele os tinha!
Você alguma vez já
precisou de um amigo e este lhe faltou? Você alguma vez já precisou de amigos e
não achou um único sequer? Eu me lembro da história de um homem que ligou para
um pastor pedindo ajuda: "Pastor, eu tenho 53 anos e estou numa situação muito
difícil. A esta altura da vida eu fiz uma lista dos meus amigos e só achei
dois!".
Há certas coisas, e certos
momentos da vida, que a gente não vai conseguir fazer ou alcançar, sem a ajuda
de amigos. Não tem jeito, simplesmente não dá pra fazermos tudo sozinhos. Além
do que, a solidão é uma péssima companheira...
Mas, que bom que aquele
homem tinha amigos. Quantos amigos você tem? De quantas pessoas você é amigo?
Quantas pessoas podem contar com você? Com quantas pessoas você pode
contar?
Que bom que os amigos
dele eram "parteiros"...
Mas, amigos podem ser
"parteiros" ou "coveiros". Sabemos que os parteiros ajudam crianças nascer, a
virem à luz, enquanto que, os coveiros, as enterram.
Aqueles amigos acreditaram
na possibilidade. Sim, porque, o que adiantaria ao jovem paralítico ter amigos
que não acreditassem em sua cura? Talvez, ele até tivesse amigos que ficassem ao
seu lado, distraindo-o na sua angústia, o que já não é má coisa.
Mas, seus amigos, o
levaram a Cristo, porque acreditaram na possibilidade. Eles foram amigos
"parteiros". Eles acreditaram que a vida daquele homem podia ser mudada. Eles
acreditaram que Jesus Cristo podia mesmo fazer o milagre.
É muito difícil viver com
alguém que nunca acredita nas nossas potencialidades, que são eternos "coveiros"
das nossas idéias, dos nossos sonhos, possibilidades...
Esses amigos são maridos,
filhos, pais, esposas, dizendo para seus respectivos cônjuges, filhos, ou pais:
"Você não pode! Você não vai conseguir! Nem adianta tentar!". Pergunta: Como
você é como amigo? Como você é como esposo? Como você é como pai, mãe, filho ou
filha? Você é do tipo "parteiro" ou faz o estilo "coveiro"?
Quando as pessoas chegam a
você elas são estimuladas, ou você acaba de enterrá-las? É muito difícil viver
com gente assim, é muito difícil conviver com gente que diz: "Não dá! Não dá,
não dá... Olha, você não vai conseguir!".
Isso mata as pessoas, mata
grandes idéias e mata possibilidades no nascedouro. Quanta gente talentosa não
desenvolveu seu talento porque, a primeira pessoa a quem demonstrou o seu
potencial resmungou: "Ah, isso é bobagem! Não perca tempo com isso não... É
besteira!", e um talento maravilhoso, uma possibilidade maravilhosa morreu
ali.
Quantas pessoas se casaram
esperando ser felizes e se viram dia-a-dia, anuladas por maridos ou esposas que
só criticam: "Nem tente, que não dá! Bobagem, esquece... É perda de tempo! Isso
não vai dar certo!"?
Que bom que esse homem
tinha amigos dispostos a carregá-lo...
Há momentos na vida que
precisamos ser carregados e, se não o formos, morreremos no meio do caminho.
Questiono outra vez: Que tipo de amigo você é?
As pessoas sabem que podem
contar com você para carregá-las? Você é dos tais "parteiros" que todo mundo
gosta de ter por perto? Aquele sujeito que gosta de estar sempre incentivando:
"Vamos lá! É isso aí! Nós vamos conseguir! Deus é bom e joga no nosso time!"
?
Que bom que ele
recorreu aos amigos...
Quantos de nós estão
sofrendo sozinhos?
A solidão é uma péssima
companheira. A solidão é como o silêncio. E o silêncio só é bom quando, entre
sons, comunica; quando é uma breve pausa entre sons, porque, se for eterno, é o
silêncio da morte.
O silêncio é maravilhoso
quando nos ajuda a apreciar melhor os sons que ouvimos, quando, recobra em nós,
a capacidade do ouvir.
Mas, o silêncio é muito
triste quando representa a interrupção de todas as nossas atividades. O silêncio
é ótimo quando representa renovação e, muito triste, quando é o anúncio do
fim.
A solidão também é assim.
Ela é ótima quando é uma pausa entre encontros, mas, quando é resultado de um
desencontro absoluto, ela se torna a pior das companheiras. E como é triste
estar só!
Que bom que aquele moço
recorreu aos amigos...
Quanta gente há, nestes
dias, tentando se virar sozinha, achando que vai dar um jeito... Deus não criou
o homem assim. Aliás, a segunda coisa que Deus disse sobre o homem foi: "Não é
bom que ele esteja só".
Deus não criou os seres
humanos para a solidão e nem mesmo Ele é um ser solitário mas triuno, como Pai,
Filho e Espírito Santo. Deus é a comunhão de três grandes amigos, e criou os
seres humanos à Sua imagem e semelhança para que eles também experimentem a
comunhão da amizade e cheguem, guardadas as devidas proporções, à
unidade.
Não é bom que o homem
esteja só.
Mas, quanta gente sozinha
há! Quanta gente há se julgando super-homem. Ora, super-homens não existem!
Nietzsche dizia que o homem devia buscar superar-se a si mesmo e tornar-se um
super-homem. Saiba que ninguém consegue ser o super-homem que Nietzsche
preconizou. Ninguém consegue andar nos passos de Zaratustra, seus passos são
muito tortuosos.
Todos precisamos de
amigos, todos precisamos de ajuda porque, há momentos que a nossa fé, por melhor
que seja, é insuficiente para nos levar à presença de Jesus Cristo. Não que
precisemos de uma fé especial para chegar à presença de Cristo. Não é isto! Uma
fé do tamanho de um grão de mostarda já faz muito.
É que a nossa fé é do
tamanho da nossa esperança e quando a nossa esperança se desvanece e a fé vai
embora com ela, aí não dá mesmo para chegarmos à presença de Jesus Cristo
sozinhos.
E que bom que esses
amigos sabiam o que fazer...
Aqueles homens sabiam a
quem levar o amigo enfermo. Sabiam que deviam levá-lo à presença de Jesus
Cristo.
Ser amigo é acreditar nas
possibilidades que o outro tem a partir dos seus talentos, dos seus dons, das
suas inclinações.
Ser amigo é acreditar na
possibilidade do outro quando este é posto na presença de Deus. É acreditar que
se for levado à presença de Jesus Cristo, Ele irá ajudá-lo de tal maneira que
todos os seus dons, todas as suas capacidades, serão restauradas; tudo o que ele
tem de melhor virá à tona, todo o seu talento emergirá e, ao invés dele ser
carregado, ele é que vai sair de lá carregando.
Porque, fé, é crer nas
possibilidades que existem, quando vamos à presença de Jesus
Cristo.
É por isso que o livro de
Hebreus diz que quem se aproxima de Deus precisa crer que Ele existe e que Ele
se torna galardoador daqueles que O buscam.
Deus é assim. Quando você
Lhe entrega um pedaço de madeira quebrada, Ele a devolve inteira, como se esta
nunca tivesse tido sequer uma lasquinha, quanto mais uma fratura.
Deus é assim. Quando você
leva a Ele um pavio que está se apagando, Ele o devolve como uma labareda. E uma
labareda que incendeia pela eternidade!
Que bom que os amigos
daquele moço paralítico sabiam onde levá-lo, como ajudá-lo e se dispuseram a
carregá-lo.
Que bom que esses
amigos não sonegaram os seus dons...
Sim, por que há amigos que
se dispõem a ir com a gente até um determinado ponto, mas, quando se dão conta
de que nos ajudar de verdade terão que dispor dos seus dons, da sua capacidade,
do seu trabalho, do seu sacrifício, eles param.
Aqueles amigos, quando viram a
multidão, com gente "saindo pelo ladrão" - tanta gente que não havia nem lugar
para sentar - poderiam ter dito para o moço: "É companheiro, vai ficar para a
próxima. Todas as portas estão fechadas", e fechadas por outras pessoas, por
gente, o que é muito pior.
Porque quando as portas estão apenas
trancadas, sempre se pode derrubá-las. Às portas, às janelas, seja qual for o
obstáculo. Mas, quando gente decide atrapalhar, quando gente decide ser o
problema, a obstrução do caminho, daí só Deus mesmo! Porque, lidar com gente não
é fácil... Deus que o diga!
Eles poderiam ter dito ao paralítico:
Olha, quando Jesus voltar à cidade, a gente chega antes. Quando Ele entrar na
casa a gente já vai estar lá.
Que bom que eles não pensavam assim!
Que bom que eles dispuseram seus dons, seus talentos, seu recursos para ajudar o
amigo.
Que bom que eles se dispuseram ao
sacrifício, que bom que eles disseram: "Já que não tem uma porta aberta, vamos
fazer uma! E vamos fazer no teto, porque o único jeito de fazer porta fácil é no
teto". É só arrancar a cobertura e, naquele tempo, nem telha era.
Você é um amigo assim? Disposto a
abrir portas onde elas não existem? Você é um amigo assim? Pronto a dar do que
você sabe, e tem, para criar portas? Afinal, há tanta gente que só precisa de
uma porta aberta!
Você é assim?
E você tem amigos assim?
Que bom que os amigos daquele
moço eram do tipo que abriam portas.
E que garotada boa,
eficiente! Um teve a idéia, outro já foi providenciar a corda, um terceiro ficou
lá com ele dizendo: "Calma que nós estamos dando um jeito. Você vai chegar
lá!".
Aí, o mais magrinho deles deve ter
subido ao telhado, por causa da fragilidade do teto. E os outros, sempre
trabalhando em equipe e com a mesma motivação, conseguiram prendê-lo bem,
içá-lo, depois, com todo o cuidado, descer o leito na presença de
Jesus.
Que bom que eles colocaram os seus
talentos, seus dons, seus recursos, em favor daquele amigo
necessitado!
Você sabia que Deus nos dá dons,
talentos e recursos para isto?
Há tanta gente necessitada... É por
isso que você tem tantos dons!
Não sei por que "cargas d'água", Deus
resolveu fazer com que eu e você, de vez em quando, tivéssemos um experiência
como a d'Ele.
É como se Ele dissesse: "Eu vou lhe
dar uma grande oportunidade. Eu vou fazer você experimentar a alegria que Eu
experimento. Eu vou deixar você fazer o papel de Deus para alguém. Eu vou lhe
dar tantos recursos, que quando as pessoas baterem à sua porta, você vai poder
fazer como Eu. Você terá a chance de abençoá-las e irá descobrir o que sinto
quando abençôo você.
Você vai descobrir o que é que motiva
o meu coração a abençoá-lo. Vai descobrir a alegria de agir como Eu ajo. Vou lhe
dar uma oportunidade de agir como Deus na vida de alguém, mas não o Deus
judicioso que você gostaria de ser, não! Essa qualidade pode deixar comigo, que
sou misericordioso e sei como fazê-lo. Como você não o é, melhor você não
experimentar isto.
Mas, que coisa chata! É justamente
isso que a gente quer experimentar o tempo todo! Essa capacidade divina de fazer
cair fogo do céu e dizimar os nossos adversários.
Esse é o poder que a gente quer
experimentar todos os dias - a capacidade divina de julgar, de dizer:
"culpado!". É desse poder que a gente gosta.
Mas aí Deus diz: "Não. Não vou
deixar! Você não tem a misericórdia que Eu tenho e quem não conhece a
misericórdia, jamais conhecerá a justiça, porque não há justiça onde não há
misericórdia. Não há justiça onde não há amor. Não há justiça onde não há
perdão. Então, deixe isto comigo. Mas vou te dar uma outra chance. A chance de
ser abençoador. Você vai experimentar o que eu experimento!"
Que bom que os amigos desse moço
agiram como se soubessem disso, que agiram como se aquele obstáculo fosse a
grande oportunidade que tinham de experimentar, ainda que um pouquinho, o que
significa ser um Deus abençoador.
E aquele grupo de amigos levou o moço
à presença de Jesus. Ora, na presença de Jesus, tudo é festa! Quem precisa ser
perdoado, o será; quem precisa ser curado, o será. Jesus reagiu à fé do moço e
dos seus amigos.
Fé genuína é assim: arregaça as
mangas. Quem crê, arregaça as mangas. Quem crê que é possível transformar uma
vida, vai ao encontro da vida. Por isso Tiago diz que fé tem que ter obras,
senão, é morta.
E Jesus viu a fé desses meninos e
disse para o moço: "Filho, perdoados estão os teus pecados!". As pessoas ficaram
bravas... Muita gente fica brava quando há perdão. Há uma grande disposição nos
seres humanos de condenar, acusar, exterminar, matar. Há quem ache que perdão
sempre, é demais.
E Jesus o
perdoou...
Porque é assim... As vezes a luta do
nosso amigo só vai ser vencida se ele for perdoado. E o perdão
cura!
Há alguém precisando de seu perdão?
Perdoe-o para que ele possa andar de novo.
Há alguém a quem você precisa pedir
perdão? Então, se apresse em pedi-lo para que você possa andar de
novo.
Jesus pega nossa maior fraqueza e
a transforma no nosso maior troféu.
A cama era a marca da derrota daquele
homem. Quem é o sujeito? É aquele que não sai da cama. Ele não tem alternativas,
só pode ficar sobre a cama, e agora, depois do encontro com Jesus, quem é o
sujeito? E aquele que carrega sua cama!
Antes, ele era carregado sobre ela,
agora, é ele quem a carrega sobre os ombros porque Jesus Cristo age assim. Ele
pega sua maior fraqueza e a transforma no seu maior troféu.
Eu não me canso de contar a história
de um amigo do "Jovens da Verdade" que foi ladrão. Ele tinha diversas passagens
pela prisão e um dia teve um encontro com Jesus, se converteu. Ele tornou-se uma
das pessoas mais honestas que conheço. Você poderia entregar o que tivesse de
mais valioso em suas mãos que estaria seguro. A sua fraqueza tornou-se o seu
maior troféu!
Vale a pena acreditar nas
possibilidades que as pessoas têm quando são colocadas na presença de Jesus
Cristo. Gosto de pensar que esses amigos representam a Igreja de Jesus Cristo.
Porque Ele a fundou para ser uma nação de amigos. Uma nação de gente que se
carrega mutuamente.
Jesus Cristo não fundou Sua Igreja
para ter uma nação de juízes. Jesus Cristo fundou Sua Igreja para ter uma nação
de sacerdotes. E o sacerdote é, antes de tudo, um amigo. Ninguém pode ser
sacerdote se, antes, não for um amigo.
É lamentável ver que, nos nossos
dias, muitos que se chamam (ou são chamados) de "sacerdotes" são tudo, menos,
amigos. São tudo, menos gente com quem se pode contar. É impossível alguém ser
sacerdote se, antes, não for aquele que carrega, aquele que leva o outro a ser
perdoado.
A Igreja de Jesus Cristo tem esse
chamado: a amizade.
Sua esposa sabe que casou com um
amigo? Seus esposo sabe que casou com uma amiga? Seu filho sabe que tem um pai
que é amigo, uma mãe que é amiga?
Seu pai sabe que tem um filho que é
amigo, uma filha que é amiga, com quem ele sempre pode contar e que sempre vai
ver as coisas de um lado positivo, e sempre vai ser um estímulo?
O sonho de Deus é ter um mundo de
amigos.
O sonho de Jesus Cristo é ter uma
Igreja de amigos.
Que o meu sonho e o seu sonho seja o
de "ser amigo", porque há coisas que a gente não faz sem amigos. Há lugares que
a gente não vai sem amigos, há coisas que a gente não alcança sem amigos. O
sonho de Deus é uma Igreja de amigos, um mundo de amigos...
Eu queria desafiá-lo a buscar ser
amigo de alguém. Quero desafiar você, que está sozinho, a pedir amigos a Deus.
Quero desafiá-lo a abrir o seu coração e a colocar os seus dons à disposição dos
amigos. Queria desafiá-lo a ser alguém que se dispõe a ser amigo, que pede ajuda
aos amigos - que pede ajuda -, não, que os explora.
Um "mundo de amigos", é isso que a
Igreja de Jesus Cristo tem de ser, foi isso que Jesus Cristo veio construir na
Sua cruz e na Sua ressurreição: Ele veio trazer aos homens a paz e a amizade
n'Ele.
Fonte:
http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action=viewnews&id=112