March 31, 2015

Como adorar

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- Russell Shedd

Do começo ao fim, a Bíblia se apresenta apelando aos homens a adorar o Deus único, Criador dos céus e da terra.

O cerne da adoração se resume no conhecimento e na comunhão com Deus, porém, o rompimento com o Criador no Jardim do Éden pelo pecado de rebeldia tornou a realidade de ouvir e falar com Deus mais distante.

A natureza caída dos seres humanos torna a adoração algo irreal, vago e, para muitos, irrelevante.

A descrição bíblica do homem como inimigo de Deus, precisando de reconciliação e perdão, destaca o desastre da Queda.

A promessa de Satanás de que Adão e Eva seriam como Deus se cumpriu no desejo mais profundo do coração humano: buscar a própria glória, almejar ser honrado, exaltado e até adorado.

A raiz mais profunda e dominante do pecado, portanto, se concentra no orgulho e na soberba.

Vemos isso na descrição que Paulo apresenta da sua incapacidade de cumprir a lei de Deus. “Sabemos que a Lei é espiritual: eu, contudo, não o sou, pois fui vendido como escravo ao pecado. Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio... Não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim” (Rm 7.14-17).

PASSOS BÍBLICOS ESSENCIAIS À ADORAÇÃO

Primeiro, precisamos nos aproximar de Deus, o que é impossível com o pecado reinando no coração. Jesus garantiu que Nicodemos não teria chance de ver o Reino, muito menos o Rei, se não nascesse da água e do Espírito. A água representa o arrependimento e o Espírito o nosso Paracleitos (“Advogado”) para nos apresentar diante de Deus.

A mulher samaritana também foi informada de que adoração não requer tempo nem local especial. O que Deus procura é a verdadeira adoração em Espírito e em verdade. A verdade inclui uma visão correta sobre Deus – infinitamente santo e impossibilitado de aceitar ou ser cúmplice do pecado. Inclui, igualmente, uma visão correta de nós mesmos e de como podemos nos “limpar” para poder entrar na gloriosa presença de Deus.

Jesus falou para Pedro, no Cenáculo, na mesma noite em que foi traído: “Se eu não o lavar, você não terá parte comigo” (Jo 13.8). O simbolismo da lavagem dos pés não nos permite pensar de outra forma senão na necessidade de perdão para adorarmos em verdade. João escreve para seus filhinhos na fé acerca da importância do reconhecimento e confissão do pecado. Admitindo nossa maldade e crendo no sacrifício purificador da morte de Jesus por nós, podemos contar com a fidelidade do Senhor para perdoar os nossos pecados e nos purificar de todo pecado (1 Jo 1.9).

Exatamente como na adoração no Tabernáculo e no Templo, onde o adorador não tinha acesso à “habitação de Deus” sem primeiro passar pelo altar do sacrifício – ali um animal inocente tomava sobre si o pecado do homem culpado –, nós também, somente após a devida purificação, somos, como adoradores, autorizados a entrar no Santo Lugar. Davi perguntou sobre quem poderia subir o monte do Senhor. Sua resposta foi: “Aquele que tem mãos limpas e o coração puro, que não recorre aos ídolos...” (Sl 24.3,4).

Segundo, é necessário exercer a fé, sem a qual é impossível agradar a Deus. Precisamos invocá-Lo e crer que Ele nos ouve, que Ele fala conosco através da Sua palavra. Adorar é também orar e pedir sua intervenção gloriosa em nossas vidas, famílias, nações e no mundo todo. Não devemos esquecer de clamar pelos perdidos e por missões.

Terceiro, precisamos declarar suas grandezas e as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz. Elas devem ser anunciadas, principalmente o seu amor e a sua salvação entre as nações. A Bíblia manda que façamos todos saberem que o seu nome é exaltado.

Quarto, devemos cantar seus louvores, reconhecendo com júbilo e alegria que Ele é nosso Deus.

Quinto, a obediência faz parte da adoração bíblica. “A obediência é melhor do que o sacrifício”, Samuel lembra a Saul. Sendo Ele Senhor nosso, ao comer, beber ou fazer qualquer outra coisa, temos a responsabilidade de fazer tudo para sua glória. Repartir com os necessitados faz, igualmente, parte integral da adoração.

Muitas práticas externas nos cultos não fazem parte essencial da adoração bíblica. Agradam mais ao auditório ou aos dirigentes do que a Deus.

Pastores e líderes das comunidades têm a importante responsabilidade de fazer tudo o que puderem para incluir o que essencial à adoração e excluir o que distrai desse propósito.

Fonte:  http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action=viewnews&id=7240

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=DA7wO5vPMRU

March 30, 2015

Entre afogados e sobreviventes


Portanto, todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, 
e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.
Mateus 23: 12 

Humilde

Não pense que ao encontrar um homem realmente humilde ele será o que a maioria das pessoas chama de “humilde” hoje em dia.

Não será o tipo bajulador e escorregadio, que sempre diz que não é ninguém. Provavelmente, a impressão será de alguém inteligente e gentil, que se interessa, de fato, pelo que você disse a ele. Se você não gostar dele, é porque, na verdade, sente um pouco de inveja de uma pessoa que parece levar a vida com tanta leveza. E ele não será do tipo que fica pensando em humildade. Aliás, ele não ficará pensando em si mesmo.

Para quem está realmente interessado em adquirir humildade, posso recomendar-lhe um primeiro passo — admita que somos orgulhosos. E esse é também um passo enorme. Pelo menos não há nada a fazer antes dele. Se você não está convencido, isso é sinal de que você é mesmo arrogante.

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2015/03/30/autor/c-s-lewis/o-primeiro-passo/ 

Humilhado

Quem nunca passou por uma situação humilhante sem ter feito nada de errado, ou caluniado, que saiu de casa e tudo deu errado do início ao fim? Todos passamos por estes tipos de constrangimentos e logo o que queremos é nos esconder, fugir e não aparecer mais.

Tudo que nos acontece na vida ou nos faz crescer ou nos faz cair, nos faz vitoriosos ou derrotados isso depende da ótica de como você tem enxergado cada fase que tem passado na sua vida. 

Hoje realmente não pode ser um dia bom ou os dias não tem sido bons e parece  que nada vai mudar. 

Mas mesmo quando há nuvens durante o dia cobrindo o sol ele esta lá e não deixa de brilhar, mesmo que haja nuvens na sua vida, não deixe que roubem o brilho dos seus sonhos e a esperança de ver.

Fonte: http://atosdavida.zip.net/arch2015-03-01_2015-03-07.html#2015_03-03_07_40_49-184314272-0

March 29, 2015

Uma nova perspectiva sobre o sofrimento

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Chérie, como está?

Fui na PIBJI e a Palavra foi flecha certeira (Deus sempre sabe o que nosso coração precisa; ).

A mensagem do pr. Vandeir Dantas foi sobre... sofrimento (tema recorrente, não?).

Bom, e como não estou sozinha nesta jornada, divido com você o que aprendi.

Que Deus te abençoe e complete esta verdade em nossas vidas ; ).

Bjs,

KT

SOFRIMENTO

A. Fontes:
  • Corpo
  • Alma
  • Relacionamentos
  • Sofrimento dos que nos cercam
B. Razão
  • Desde que Adão e Eva desobedeceram a Deus (Gn 3)
C. Resultado
  • Somos herdeiros e agora sofremos as consequências (Rm 5)
D. Propósitos

Na vida de Jó (Jó 42: 1-6)
  • Conhecer Deus como Ele é e não como eu acho (vv. 1-4)
  • Desenvolver uma relação pessoal, íntima e experimental com Deus (v. 5)
  • Admitir que não sou autossuficiente [ o sofrimento desnuda quem a pessoa é realmente: carente e dependente de DEUS ] (v. 6)
Na vida de Paulo (2 Co 12: 1-10)
  • prevenir o pecado do orgulho (vv. 7 e 8)
  • suficiência em Deus (v. 9)
  • produzir dependência constante e consciente de Deus [ não nas circunstâncias ou na opinião das pessoas, mas em DEUS ] (v. 10)
Deus é livre para não responder cf gostaríamos e usa o sofrimento para nos aperfeiçoar em meio à dificuldade

E.O desafio
  • ALEGRIA nas fraquezas;
  • ALEGRIA nos insultos;
  • ALEGRIA nas necessidades;
  • ALEGRIA nas perseguições; e
  • ALEGRIA nas angústias.
F. Conclusão
  • Enxergar o sofrimento como instrumento de Deus para nosso aperfeiçoamento em direção à maturidade.
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March 27, 2015

Como achar a vontade de Deus

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- Ralph Mahoney

DOIS EXTREMOS

"Pois, enquanto os judeus pedem sinal, os gregos buscam sabedoria" (1 Co 1:22).

Há no mundo hoje duas espécies de pessoas. Uma classe, semelhante aos gregos, é intelectual. Quando uma pessoa desta classe se converte, ela se prende mais ao aspecto intelectual do evangelho. Podemos dizer que estas pessoas aceitam mais o lado objetivo das coisas. Estão acostumadas a interpretar e a estudar as coisas conforme as exigências da sua razão, e trazem esta tendência para sua vida espiritual também.

Outra classe de pessoas se assemelha aos judeus. Estas são tendentes, por natureza, ao lado subjetivo das coisas. São emocionais, baseiam suas opiniões e idéias em experiências e sentimentos. No evangelho também elas reagem mais a um sinal ou milagre que a uma apresentação lógica dos fatos. Na vida cristã, elas buscam experiências, sentimentos, curas e fenômenos sobrenaturais.

Deus tem usado ministérios diferentes no mundo espiritual. Alguns têm uma ênfase mais lógica, intelectual, ou objetiva nos seus ministérios. Outros possuem sinais e milagres. Deus tem lugar para todos. A contribuição de cada um é importante.

Ao mesmo tempo, é perigoso ir a um ou outro extremo. Atualmente vivemos numa sociedade dominada por materialismo, razão humana, e intelecto natural. Todos andam atrás de sabedoria e conhecimentos. No meio da renovação da igreja, que Deus está trazendo através do derramamento do seu Espírito em todo o mundo, muitos intelectuais têm sido atingidos. Tendo já procurado conhecer a Deus por meio da sua razão, cheios de diplomas e títulos, descobriram que tudo isto só produz morte.

Porém, ao encontrar o outro lado da verdade, e a realidade de uma experiência viva com Deus através do Espírito Santo, correm o risco de ir ao outro extremo. Muitas vezes saem do intelectualismo para entrar no misticismo. Começam a dar ênfase apenas aos aspectos subjetivos do cristianismo. Isto tem ocorrido também com os jovens modernos. Antes de se converterem, reagindo à sociedade materialista, recorriam a drogas e outras experiências para fugirem da frieza e do vazio oferecidos pela sabedoria natural e impessoal. Depois, quando convertem, são encantados pela experiência transbordante e sobrenatural que encontram no Espírito. Passam também ao extremismo das experiências subjetivas do cristianismo e ignoram os aspectos objetivos.

Se você viver no extremo subjetivo, vai acabar em misticismo e orientação falsa. Se você viver no extremo objetivo e intelectual, vai murchar e secar. A letra mata. E possível possuir poder - tanto poder que você explode. É possível possuir sabedoria - tanta sabedoria que você se resseca e morre! Mas nós não queremos ir a nenhum dos dois extremos.

Em Mt 22:29 Jesus disse aos fariseus: "Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus". É possível conhecer apenas as Escrituras - e secar-se completamente. É possível também conhecer apenas o poder sobrenatural de Deus - e sofrer uma explosão na sua vida. Mas se você conhecer as Escrituras e o poder de Deus, irá crescer e amadurecer. Pois este é o propósito de Deus: que todos nós cresçamos até a medida da estatura de varão perfeito (Ef 4:14).

Qualquer cristão que estiver andando neste caminho de crescimento e desenvolvimento espiritual, agindo na dimensão de uma fé viva, e obedecendo à palavra do Senhor para a sua vida, enfrentará, dia a dia, a necessidade de descobrir a vontade de Deus em situações concretas e urgentes. O próprio crescimento, as bênçãos do Senhor, e o progresso espiritual trazem a necessidade de orientação divina, a fim de dar o passo seguinte e pôr em prática aquilo que Deus vai revelando.

Neste campo de orientação divina nós encontramos os dois extremos já mencionados. Podemos buscar a direção de Deus usando o nosso próprio intelecto e raciocínio como instrumento básico. Por outro lado, podemos ir ao extremo do misticismo.

Podemos ser tão místicos e superespirituais ao ponto de buscarmos direção do Espírito até para saber qual vestido devemos vestir hoje. Ou qual alimento devemos preparar para o almoço. Absurdo? É uma realidade. Pois o povo de Deus anda, na maior parte, em extremos sem saber como ser guiado pelo Senhor.

Portanto, a fim de entendermos claramente a vontade de Deus é necessário conhecer estes dois lados do assunto: o racional e o místico. Paulo diz em 1 Co 14:10 que no lado místico, ou subjetivo, existem muitas vozes, vários tipos de vozes, cada uma com seu significado próprio. Se você estiver aberto para este tipo de experiência, poderá ouvir muitas vozes. O importante é saber quais vêm de Deus e quais devem ser rejeitadas. Para isto você vai precisar da sabedoria divina e de amadurecimento.

Alguns ouvem toda espécie de voz e não discernem entre uma e outra. Outros vão ao extremo oposto e são tão lógicos, tão racionais, tão prudentes e cautelosos que rejeitam toda experiência subjetiva da vida cristã. Perdem, desta forma, um dos elementos indispensáveis da fé, que é o risco de fracassar. Pois fé não opera no nível visível onde você pode provar, apalpar, e verificar cuidadosamente as possibilidades antes de dar o passo. Pelo contrario, você dá um passo no escuro, pisa no que é invisível - e acontece o impossível! Como ocorreu isto? Pela fé. Fé é o elemento que você mistura com uma situação ou ação que seria loucura e bobagem no natural, mas que com a fé se torna possível e ao seu alcance.

Agora, a fé precisa de um fundamento. Ela tem de ser baseada em alguma coisa. Porque se você agir "pela fé" quando a sua fé não tem uma base sólida, ela deixa de ser fé. É presunção. Especialmente em se tratando de orientação divina, ao procurar a vontade de Deus para nossas vidas e decisões, podemos ser presunçosos se agirmos sem um fundamento para nossa fé, ou sem saber de onde vem a nossa direção. Por isto queremos mostrar pela palavra de Deus um caminho equilibrado, entre os extremos do misticismo e do racionalismo, onde você pode com segurança ser guiado pelo Senhor e conhecer com clareza a sua vontade.

NAVEGAÇÃO NA VIDA CRISTÃ

Uma pequena ilustração poderá servir para nos ajudar a entender melhor este assunto de orientação divina. Quando um navio vindo do oceano se aproxima de um porto, o timoneiro tem que tomar muito cuidado e usar muita perícia para levar o navio com segurança até o seu ancoradouro. Para ajudar o timoneiro a evitar os perigos das águas litorâneas e rasas, o porto tem uma série de luzes instaladas na água e no litoral, a fim de oríentá-lo e informá-lo, a cada momento, da sua posição. Para o timoneiro saber que esta guiando o navio no caminho certo, livre de todos os perigos, tem que estar sempre numa posição tal que todas as luzes estejam enfileiradas. Quando ele olha para aquelas luzes, e vê uma só, é porque elas estão todas alinhadas. Enquanto as luzes estiverem assim, ele sabe que o navio esta percorrendo a trajetória certa. À direita pode haver o casco de um navio submergido a poucos metros da superfície. Porém, ele não vai se chocar com este obstáculo porque ele está com todas as luzes alinhadas. À esquerda pode haver algumas minas deixadas no tempo da guerra que poderiam explodir debaixo do navio. Mas o timoneiro não vai passar por cima delas porque está com todas as luzes enfileiradas. E seguindo desta forma, mantendo sempre a sua direção através destas luzes, o navio chegará seguro sem perigo de naufrágio.

Deus tem nos dado também algumas luzes para nos ajudar a navegar no meio dos perigos da nossa experiência cristã. Através destas luzes nós podemos ter orientação segura e descobrir em cada circunstância a vontade de Deus. Vamos estudar sete destas luzes para que você encontre o caminho claro sem perigo de naufrágio.

Convicção Interior

Vamos chamar a primeira luz que Deus nos dá para a nossa orientação de "Convicção Interior". Encontramos esta luz em Atos 16:10. Nesta passagem, Paulo tentara entrar na Ásia, porem Deus queria que ele fosse a outro lugar. Paulo precisava de orientação. Como a recebeu?
  
"Assim que teve a visão, imediatamente procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o evangelho."

Que aconteceu com Paulo? Ele recebeu uma convicção interior, uma certeza de que Deus queria que ele fizesse uma determinada coisa. Por duas vezes o Espírito havia impedido que ele entrasse na Ásia, e agora o Espírito lhe deu uma visão de um homem da Macedônia que lhe dizia: "Venha para cá, ajude-nos". Quando Paulo viu isto, falou: "Agora estou convencido que Deus quer que vamos a Macedônia".

Onde se iniciou a sua orientação? Na sua convicção interior sobre o que ele sentia ser a vontade de Deus. Podemos chamar isto de "testemunho do Espírito", ou outro nome qualquer. Mas o importante é saber que antes de qualquer outra luz de orientação, você precisa ter uma certeza interior sobre a vontade de Deus. Deus põe a responsabilidade sobre você mesmo em primeiro lugar, para descobrir a sua vontade. Se você confundir a ordem das luzes e tentar usar uma antes da outra numa ordem que não seja a ordem de Deus, entrará em escuridão e confusão nas suas tentativas de descobrir a vontade de Deus.

Há muitos hoje que correm de um lado para outro em busca de ministérios proféticos, colocados por Deus no corpo de Cristo, para que lhes possam fornecer uma direção às suas vidas. Dizem: "Irmão, dê-me uma palavra do Senhor!"

Às vezes podemos procurar estes ministros quase da mesma maneira que alguém procuraria um adivinho ou feiticeiro. E por causa de um conceito errado. Em primeiro lugar, antes de qualquer outro passo, descubra o que Deus quer que você faça. Só então é que você deverá buscar confirmação.

Você pode fazer isto passando um período de tempo esperando em Deus com um coração puro e fervoroso, orando e buscando a Deus até que, ao seu espírito, venha uma convicção de que é isto que sente de Deus para esta decisão na sua vida. Não é necessário ter certeza absoluta, mas deve ser uma convicção forte sobre aquilo que Deus quer que você faça.

Não é possível enfatizar demasiadamente o fato de que este é o verdadeiro ponto de partida em qualquer busca de orientação divina. Se você partir pela direção dos outros, é quase certo que terminará em confusão. É preciso que você seja firme primeiro em seu próprio coração, entre você e Deus, para então depois, procurar confirmação.

As Escrituras

Nenhuma direção de Deus, em hipótese alguma, contradirá os princípios que temos revelados nas Escrituras. O segundo passo consiste, portanto, de um exame das Escrituras para se obter nelas uma confirmação objetiva para nosso sentimento ou convicção subjetiva. Primeiro eu tenho um sentimento subjetivo daquilo que eu sinto que é a vontade de Deus para mim.

Depois eu meço este sentimento à luz das Escrituras.

"À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva." (Is 8:20). A lei e o testemunho representam as Escrituras. Se alguém não falar segundo a palavra escrita, é porque não há nele luz alguma. Qualquer sentimento que não estiver de acordo ou em harmonia com as Escrituras não vem de Deus. Estamos alinhando as primeiras duas luzes para verificar se estamos ou não no percurso correto. Conforme vemos em l Co 14:10 há muitas vozes, e uma voz que não falar de acordo com a palavra escrita certamente nos levará a um desvio do plano de Deus.

Muitas pessoas recebem hoje todo tipo de orientação e sentimentos. Alguém diz: "Deus está me mostrando que minha companheira no ministério não é a minha esposa é aquela outra irmã. Nós temos plena comunhão. Nossos ministérios complementam um ao outro".

Você acha que Deus pode orientar assim? As Escrituras mostram claramente que não. Portanto toda direção subjetiva deve ser conferida com a palavra escrita. As vezes cristãos baseiam todas as suas decisões inteiramente nos seus sentimentos subjetivos. Os jovens costumam dizer: "Eu estou sentindo que devo me casar com fulana".

Este tipo de sentimento é muito suspeito! Se você tomar uma decisão como esta, baseando-se unicamente num sentimento, entrará num território extremamente perigoso. Precisamos das Escrituras e de outras luzes que ainda vamos citar a fim de andarmos seguros.

Imagine se você fosse um piloto, preparando-se para aterrissar, e encontrasse apenas uma luz na pista. Uma luz não lhe daria orientação nenhuma, pois de qualquer ângulo que você viesse, veria a luz da mesma maneira. As conseqüências de tal situação seriam catastróficas! Aprendamos esta lição também na vida espiritual. É perigoso navegar com apenas uma luz!

Confirmação Profética

Uma terceira luz que Deus pode nos dar para confirmar nosso sentimento Inicial sobre a vontade dele é a confirmação profética ou a confirmação através de profecia. As Escrituras são uma confirmação objetiva enquanto que a profecia é uma confirmação subjetiva.

Em At 21:10-13 temos uma ilustração disto. O profeta Ágabo está confirmando através de profecia algo que Paulo já sabia (At 20:23). É um bom sinal do nível da igreja do Novo Testamento o fato de que em cada cidade onde Paulo ia os dons estavam em funcionamento e o Espírito lhe assegurava que cadeias e tribulações o esperavam em Jerusalém.

Ainda em At 21:4, em outro lugar, os discípulos foram movidos pelo Espírito para recomendar a Paulo que ele não fosse a Jerusalém. Aqui temos, então, três passagens, todas confirmando a mesma coisa. Todas representam esta confirmação subjetiva, ou seja, uma palavra sobrenatural. Não foi uma palavra intelectual, que poderia ser conhecida naturalmente. Foi uma palavra discernida espiritualmente.

Agora, poderíamos perguntar se Paulo estava certo ou não em ir a Jerusalém assim mesmo. At 21:4 diz que os discípulos lhe recomendaram "pelo Espírito" a não ir. Paulo foi assim mesmo. Algumas pessoas são da opinião que Paulo era um apóstolo "cabeça-dura" ou obstinado. Pode ser que isto seja verdade. Pois todo ministério ou dom se encontra num vaso de barro.

Paulo começou se considerando como "em nada ... inferior aos mais excelentes apóstolos" (2 Co 11:5) e terminou escrevendo em Ef 3:8 que era "o menor de todos os santos". Você não acha que ele progrediu?

De qualquer maneira, se Paulo foi certo ou se ele foi "cabeçudo", a verdade é que estas passagens demonstram a importância da confirmação através de profecia. E a ordem certa é que homens falam pelo Espírito para confirmar uma convicção interior coerente com as Escrituras. Se você trocar a ordem, entrará em grandes problemas. Pois muitas pessoas procuram primeiro uma profecia, depois buscam uma passagem para confirmar a profecia, para em último lugar convencer a si próprias de que aquela é realmente a vontade de Deus. Esta é a ordem errada, e se você seguir as luzes desta maneira, aterrissará no lado errado do aeroporto, com desastre certo. Pois a primeira obrigação de uma pessoa que estiver buscando uma direção de Deus é conhecer, ela própria, o que Deus quer sem nenhum outro intermediário.

É claro que este é um princípio geral, e poderá haver situações excepcionais em que Deus atue de maneira diferente. Mas normalmente deverá vir em primeiro lugar a certeza interior através de uma busca real do Senhor, esperando nele em submissão completa à sua vontade; depois um alinhamento deste sentimento com as Escrituras para ver se estas o aprovam; e finalmente poderá vir uma confirmação profética. Quando a confirmação profética vem nesta ordem, ela aumenta tremendamente a sua fé, pois mostra que você realmente ouviu de Deus e está andando no centro da sua vontade.

Agora, quando uma profecia vem sobre alguém que não descobriu primeiro por si mesmo o que Deus quer, ela será uma palavra que cai sobre terra que não produz fruto. Pois se a palavra não foi do agrado pessoal dela, a pessoa pode dizer que quem profetizou foi um falso profeta. O profeta pode ter revelado a vontade de Deus para aquela vida, mas não estando preparada, ela não permitiu que a palavra se cumprisse e produzisse o fruto esperado. Pois não tendo buscado a Deus primeiro a palavra não foi confirmada ao seu coração, e conseqüentemente a pessoa não a seguiu.

Podemos ilustrar este princípio em At 13:1,2. Na igreja em Antioquia havia certos profetas. No Novo Testamento um profeta era um homem que operava nos dons de revelação: palavra de sabedoria, palavra de conhecimento, discernimento de espíritos, e muitas vezes o próprio dom de profecia. Deus pôs cinco ministérios na igreja: os apóstolos para fundar, os profetas para revelar, os evangelistas para ajuntar, os pastores para zelar, e os mestres para ensinar. Em Atos 13 havia profetas e mestres.

Estes ministérios são complementares - precisam um do outro. Enquanto eles ministravam ao Senhor, o Espírito Santo disse: "Separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (At 13:2).

Como foi que o Espírito falou? Através dos profetas. Por que ele falou: "... a obra a que os tenho chamado"? Você pode perceber o que implica este tempo do verbo?

O Espírito já havia falado com Barnabé e com Saulo. Os profetas agora estavam confirmando o que eles já tinham recebido diretamente do Espírito. Portanto, é essencial que você tenha um encontro pessoal com Deus neste assunto de orientação divina, antes de buscar uma palavra de outras fontes. Nesta ordem você receberá a palavra profética como confirmação e saberá que está sendo guiado por Deus. Na ordem errada você não terá segurança e poderá ser levado a sair da vontade do Senhor.

Conselho Piedoso

A quarta luz é rejeitada por muitos cristãos hoje e conseqüentemente muitos estão naufragando espiritualmente. Salomão disse, mil anos antes de Cristo: "Na multidão de conselheiros há segurança" (Pv 11:14).

Há uma idéia hoje no meio dos cristãos que é mais ou menos assim: "A ordem do rei é urgente (1 Sm 21:8); portanto, seja o que for que você estiver fazendo, faça-o com urgência". Mas um exame do contexto desta passagem revela que a ordem do rei que exigiu pressa foi uma ordem falsa! Geralmente um serviço que exige pressa e um serviço desonesto, algo que deve ser realizado às escondidas. Mas Isaías diz: "Aquele que crer não se apressa" (Is 28:16). Se um espírito apressado começar a agir em você, é um sinal certo de que você está prestes a errar e a perder a orientação certa de Deus. Tenha cuidado daquele senso de pressão sobre você, daquela pressa que o leva a pensar que deve agir agora e que não há tempo para buscar o conselho piedoso. Isto tem levado muitas pessoas a naufragarem.

Na multidão de conselheiros há segurança. Agora, isto não significa que a Maria com quinze anos deve buscar conselho da Suzana com dezesseis anos. Estou me referindo a conselho que vem de Deus através de homens que têm andado com Deus por muitos anos, que conhecem os seus caminhos e adquiriram conhecimento espiritual. Um homem que tenha estas qualificações poderá ouvir o seu dilema ou problema e discernir quase imediatamente se você está andando na direção certa ou se está caminhando para um desastre espiritual.

Você terá muito mais segurança na sua vida espiritual, e nas decisões que você tomar, se puder parar o tempo suficiente para buscar, ouvir, e meditar no conselho que vem de um homem com vários anos de experiência com Deus. Será uma verdadeira luz que o ajudará a navegar na sua vida espiritual. Mesmo que você já tenha uma convicção interior, em harmonia com as Escrituras, e que foi confirmado profeticamente; o conselho piedoso ainda se constitui um elemento essencial para encontrar a vontade de Deus.

Com toda diligência, portanto, busque alguém que possa lhe dar este conselho. Porém, de maneira nenhuma receba conselho de neófitos. Você sabe o que é um neófito? É um novo convertido, com um ou dois anos de conversão, com pouca experiência com o Senhor, que em pouco tempo se transformou em um conselheiro perito nas coisas de Deus. Ele tem resposta para tudo! Mas o seu conselho não tem o fundamento de um conhecimento espiritual e real dos caminhos de Deus, e poderá se tornar um verdadeiro laço para desviar os outros da vontade de Deus. Conselho piedoso vem de homens experientes, tementes a Deus, que estão andando com Deus, e têm andado com ele por muitos anos.

As Evidências das Circunstâncias

Esta luz nem sempre aparece quando estamos buscando a vontade de Deus. Há ocasiões, até, em que você tem que se esquecer de todas as circunstâncias e obedecer a voz de Deus. Todas as circunstâncias podem ser contrárias e ainda não invalidar a orientação que Deus lhe tem dado. Há outras vezes, porém, em que ao andar no centro da vontade de Deus, você notará que as circunstâncias confirmam a sua orientação. Deus pode dar evidencia através de circunstâncias de que você está andando de acordo com a sua vontade.

Em 1963, o Senhor falou comigo e com a minha esposa que deveríamos nos mudar para o Oeste dos Estados Unidos. Fomos às imobiliárias e todas nos informavam que levaríamos um ou dois anos para vender a nossa casa devido à crise econômica.

Porém, eu falei com a minha esposa: "Estou certo que Deus pode vender a nossa casa, com boas condições de venda, num prazo curto - até em duas semanas."

Foi exatamente o que aconteceu. Tivemos quatro compradores interessados e o que realmente comprou a casa deu metade do valor à vista. Isto era muito difícil de acontecer, pois via de regra a entrada de casas baratas era muito pequena. Portanto, para nós esta era uma evidência das circunstâncias confirmando que Deus estava realmente dirigindo a nossa mudança.

Agora é importante relembrar que nem sempre ocorre assim. Há ocasiões em que todas as circunstâncias são contrárias, mas você tem a palavra de Deus bem clara no seu coração. O fato de ter um Mar Vermelho à sua frente não significa que você não vai conseguir atravessá-lo. Deus o trouxe até este ponto e ele mesmo há de providenciar um meio para passar. Se você tiver a sua palavra, pode ir em frente, que ela se cumprirá indiferentemente de circunstâncias contrárias.

No livro de Josué, ao atravessar o rio Jordão ,os sacerdotes tiveram que pôr os seus pés na água para que esta abrisse diante deles. Se você tiver a certeza da palavra do Senhor e da sua direção na sua vida, você andará até no meio do rio Jordão, sem medo, e as águas hão de se abrir diante de você. A palavra do Senhor é capaz de mudar as circunstâncias!

Mas eu gostaria também de dar uma advertência: é possível entrar no rio Jordão e afogar! Porque se você não tiver a palavra do Senhor, não adianta tentar mudar as circunstâncias. Sem a certeza da direção de Deus, não é fé ir em frente sem olhar para evidências externas -- é presunção! Por isto, é importante entender como as circunstâncias podem nos servir também de luz para a nossa navegação a fim de estarmos sempre no centro da vontade de Deus.

A Paz de Deus

Esta luz é muito importante na nossa busca da vontade de Deus. Primeiro devemos fazer uma distinção: a paz com Deus e a paz de Deus são duas coisas diferentes. Quando você é justificado pela fé (Rm 5:1), ou salvo, você recebe paz com Deus. A paz de Deus vem como resultado do seu andar em obediência à vontade de Deus.

"Não andeis ansiosos de coisa alguma... E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus" (Fp 4:6,7). A palavra "guardará" significa também "juiz" ou "árbitro". Esta paz de Deus tem a função de "juiz" ou "árbitro" em nossos corações. Qual é a função de um juiz num jogo? Dizer o que está certo, de acordo com as regras, e o que está errado. O juiz descreve a situação como ela realmente é.

Como é que a paz de Deus age na função de um juiz? Vou mostrar. Em primeiro lugar, quando você chegar a um ponto na sua vida onde você precisa tomar uma decisão, meu conselho é: tome uma decisão: Em outras palavras, ao mesmo tempo que não devemos ter pressa em excesso, não devemos ficar numa encruzilhada por dez anos, com medo de errar! Quando você estiver enfrentando uma decisão, submeta-a ao Senhor, ore a ele, busque a sua vontade, e depois aja! No momento em que você começar a caminhar na direção que você escolheu, pode ser que a paz de Deus o abandone. O que você vai fazer? Voltar atrás, dizendo: "Senhor, fiz a decisão errada".

Se, ao mudar de direção, você notar que a paz de Deus volta ao seu coração, então poderá saber que você está fazendo a sua vontade. Isto não é um princípio teórico - é muito prático. Pois a paz de Deus realmente age como juiz em nossos corações. Se ela o abandonar, é porque é tempo de parar e examinar a situação.

Aqui também cabe uma palavra para explicar situações um pouco anormais. Você pode se encontrar numa situação onde sente tanta confusão interior que se torna impossível ter a paz de Deus. Talvez você tenha sido abalado tanto de um lado para outro que decisão alguma parece lhe trazer paz. Mas esta situação não é normal, e enquanto ela permanecer na sua vida para um fim especial de Deus para o seu aperfeiçoamento, transformação e reconstrução, você terá que depender exclusivamente de outras luzes para sua orientação. Geralmente, porém, você pode depender da paz de Deus para agir como juiz no seu coração e mente, mostrando-lhe se está andando na sua vontade ou não.

A Provisão de Deus

Uma outra luz que serve para nos orientar é a provisão de Deus. Devemos buscar a provisão de Deus na direção em que estamos caminhando. É claro que isto não quer dizer que você tem que ver uma mina de ouro na sua frente para acreditar que Deus o está guiando.

Posso ilustrar o que quero dizer com um exemplo de missionários. Muitas vezes eu converso com um missionário que tem um chamado para algum país estrangeiro na África ou na Ásia ou outro lugar, e pergunto: "Quando você chegar lá, como você vai ser sustentado financeiramente?"

Às vezes ele está pensando que eu vou ajudá-lo! Mas quando eu dou resposta negativa, ele diz: "- Eu vou assim mesmo."'
Então eu pergunto: "- Você vai sem provisão alguma?"
"- Sim, eu vou, pois Deus falou comigo para ir e eu vou!"
"- Mas", eu pergunto, "você tem certeza que foi Deus quem lhe falou, ou é apenas a sua vontade própria misturada com um pouco de teimosia?"

Porque você pode andar pela fé numa situação impossível - se você tiver uma palavra definida e confirmada de Deus. Mas se você não tiver esta palavra, poderá cair num buraco enorme e encontrar desastre. Watchman Nee dizia que Deus usa a necessidade de provisão para segurar alguns dos seus filhos que são zelosos demais. Se alguém quiser ir à Índia, por exemplo, fora da vontade de Deus, ele simplesmente não providencia o dinheiro da passagem. E assim ele o impede de sair da sua vontade.

Hudson Taylor, missionário para a China, dizia: "Onde Deus guia, ele providencia". Esta lei espiritual é invariável. A provisão de Deus é um dos elementos essenciais da direção divina. Eu conheço pessoas que foram "fazer a vontade de Deus", e deixaram suas esposas e filhos sem dinheiro, comida, roupa, ou outra necessidade, Simplesmente saíram para obedecer um "chamado de Deus" dizendo que Deus cuidaria da família. Mas isto não funciona. Qualquer que seja a vontade de Deus, ela não o isentará da sua responsabilidade em relação à sua família ou em relação a outros seres humanos que dependem de você.

O mesmo Hudson Taylor também dizia: "A obra de Deus, realizada na hora de Deus, da maneira de Deus, nunca faltara a provisão de Deus". Vale a pena sempre se lembrar disto. Quando você propõe fazer a vontade de Deus, pode estar certo de que ele mesmo providenciara.

Eu fiz um contrato com Deus alguns anos atrás. Falei com ele: "Senhor, irei a qualquer lugar, qualquer hora que quiseres - numa condição: que tu providencies tudo e pagues todas as contas".

Ele falou: "Está certo. Pode assinar aqui".

Deus, não só tem cumprido a sua parte do acordo, mas tem exigido de mim que eu cumpra a minha! Eu tenho atravessado o mundo, andando em mais de cinqüenta países, e ele nunca tem me chamado a um lugar sequer sem providenciar o suficiente para mim e para deixar com a minha família. Eu nunca subi a um púlpito com a intenção de levantar uma oferta para ajudar cobrir as minhas despesas. Até hoje só tenho recebido duas ofertas públicas de uma igreja. Muitos perguntam: "Como você consegue viajar assim?" A resposta é que Deus tem providenciado.

Mas Deus me guardou por doze anos num estado financeiro tão crítico que muitas vezes eu não tinha dinheiro para andar de ônibus urbano. Assim ele usou esta falta, por tantos anos, para me conservar no lugar onde ele queria, onde ele podia me preparar. Se eu tivesse feito a minha vontade, eu teria saído muito antes da hora. Chegueí até a tentar fazer isto, e há marcas ou "cicatrizes" na minha vida que mostram quantas portas tentei derrubar! Mas Deus segura as chaves e se você andar com ele, for fiel a ele e consagrar sua vida inteiramente a ele, é certo que você terá a sua provisão. Pois quando chegou a hora dEle para eu sair, ele fez a provisão e tem feito até hoje.

Não quero dizer com isto que é errado levantar ofertas ou que todos são dirigidos de forma exatamente igual. Mas Deus usa a provisão como uma das suas luzes para nos guiar e é uma lei espiritual que onde ele guia, ele sempre providencia.

GUIANDO OS CEGOS

"Guiarei os cegos por um caminho que não conhecem, fá-los-ei andar por veredas desconhecidas: ... Quem é cego como o meu servo, ou surdo como o meu mensageiro, a quem envio? Quem é cego como o meu amigo, e cego coro o servo do Senhor?" (Is 42:16,19).

Talvez a minha conclusão pareça a alguém uma contradição de tudo que tenho falado até este ponto. Mas não vou anular nada que eu disse antes - apenas vou acrescentar uma explicação sobre uma situação pela qual quase todos os cristãos passam em algum ponto da sua experiência.

Você já passou pelos tratamentos de Deus em que não sabia em qual rumo estava andando - se para cima, para baixo, para a direita ou para a esquerda? Você já esteve num lugar onde não podia discernir nenhuma luz para o orientar, para lhe dar segurança sobre o que estava acontecendo ou em que caminho você estava andando? Tenho algo para lhe dizer. Se você tiver sua vida inteiramente dedicada a Deus e comprometida à sua vontade, e se você não estiver em rebelião contra Deus, então mesmo numa situação como esta, você pode estar certo, Deus está guiando-o. Na passagem que citamos acima, Deus fala que guiará cegos por um caminho que não conhecem. Deus pode nos guiar através destas sete luzes que mostramos, ou pode nos guiar na nossa cegueira - mas ele está guiando. Ó quão grande é a misericórdia e graça de Deus em nos guiar! Quando eu olho para trás na minha própria vida, eu posso enxergar agora que Deus me guiava mesmo quando eu tinha perdido a visão do caminho por onde devia andar, não sabia aonde estava indo, nem a razão de me encontrar daquela maneira - contudo Deus estava me guiando. Tanto na cegueira, como quando eu estava na luz, com clareza enxergando a sua direção e com certeza de que eu estava andando na sua vontade, Deus estava me guiando.

Se você estiver em rebelião contra Deus ou contra sua vontade, você não poderá gozar desta confiança de que Deus o está guiando mesmo na sua cegueira. Mas se você estiver passando pelos açoites e tratamentos e disciplinas do Senhor, encontrando a sua vida como a de José na prisão do Egito, pode ficar confiante de que ele está guiando e dirigindo. Quer pela luz ou pela cegueira, se a sua vontade for comprometida e dedicada a fazer somente a vontade de Deus, então certamente ele o guiará. Deus há de guiá-lo!

Esta mensagem foi traduzida e publicada por John Walker a partir de uma fita por Ralph Mahoney, intitulada "How to Obtain Divine Guidance". É a quinta fita numa série de 5 mensagens chamada "Growth of Faith".

Publicada no site Ichtus com permissão.

Fonte: http://ichtus.com.br/publix/ichtus/mensagem/vontade.html

March 26, 2015

Aprendendo a se comunicar

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"Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos." (Jó 42:5)

- Luis Antonio Luize

Toda comunicação é baseada no processo de transmissão verbal ou não verbal de uma informação de uma pessoa para outra.

Muitos se comunicam falando e gesticulando. Em casa nós brincamos com o fato de que um de nossos filhos gesticula bastante para falar e damos muitas risadas com isto. Parece que ele não consegue falar sem mexer suas mãos. Aliás, não conseguimos enxergá-lo falando sem que mexa suas mãos, passou a ser sua marca registrada e facilita compreendermos o que diz.

Mas além disto, a mensagem é importante e podemos comunicá-la em níveis diferentes.

O nível superficial é quando conversamos com alguém sem nenhum envolvimento ou comprometimento, principalmente sem emitir opinião ou sentimentos. Mais ou menos como aquelas conversas que dois minutos depois nem sabemos o que foi falado. Neste estágio ninguém tem receio de ser rejeitado, pois a conversa é muito limitada.

Já no nível descritivo, nos limitamos a descrever fatos ou relatar o que outras pessoas fizeram. Mesmo assim ainda não criamos nenhum tipo de envolvimento e, no máximo, expressamos nossa opinião a respeito de determinado assunto. Aqui muitas pessoas transitam tentando compreender o que os outros pensam sobre determinado assunto de forma a conhecê-las e saber se podem compartilhar algo sem serem rejeitadas.

Caminhando nestes níveis, chegamos no compartilhar de ideias e sentimentos. Neste estágio ainda preservamos parte de nossa intimidade e revelamos apenas o que nos parece oportuno ou que não será objeto de rejeição por parte da outra pessoas e, ao mesmo tempo, não nos ocasionará feridas. Normalmente nos preservamos em relação aos assuntos que nos são importantes e que, se forem atingidas, poderão nos trazer dor e algum tipo de desajuste interno.

O último nível que chegamos é a comunicação total. Então passamos a compartilhar nossos sentimentos e emoções. São relacionamentos baseados na honestidade e abertura completa. Aqui corremos o risco de sermos criticados ou rejeitados pela outra pessoa. Isto mostra-se bastante ameaçador para qualquer pessoa, mas é um nível necessário a todo ser humano, apesar de não poder ser desenvolvido em todos os nossos relacionamentos. Por outro lado, é essencial para o sucesso da vida conjugal.

Muitos casais jamais chegam a desenvolver um nível de comunicação adequado que permita se conhecerem e viverem bem. Eu glorifico ao meu Deus que, desde cedo, colocou no meu coração e no da minha esposa desenvolvermos um nível de comunicação adequado.

Conheço muitos casais que viveram décadas juntos sem se comunicarem adequadamente. Isto os privou de uma vida alegre e gerou problemas sérios no relacionamento, a ponto de levar a uma crise. Somente por não se comunicarem bem.

Muitas vezes os casais passam o dia inteiro trabalhando fora e quando chegam em casa sequer falam sobre seu dia. Aqui em casa desenvolvemos a prática que aprendemos nas aulas de casais que ministramos.

A ideia consiste em quando nos encontramos ao final do dia fazermos duas perguntas bem simples um ao outro:

— O que aconteceu de melhor para você hoje?
— O que aconteceu de pior para você hoje?

Ao fazer cada uma das perguntas o outro deve escutar ativamente a resposta e apoiar tanto quanto necessário. Em seguida o outro cônjuge faz a primeira pergunta ao outro, que responde.

Somente depois é que fazemos a segunda pergunta, que dependendo dos acontecimentos do dia pode exigir que o cônjuge ministre ao coração do outro aquilo que seja necessário para que alcance a paz.

Isto tem funcionado muito bem e nos leva a compartilhar nossos sentimentos e emoções um ao outro. Experimente!

PARA EXERCITAR COM SEU CÔNJUGE
  • Qual tem sido o nosso nível de comunicação?
  • Você se sente seguro para compartilhar seus sentimentos e emoções comigo?
“Pai celestial, ajuda-me a comunicar-me mais e melhor. Que eu tenha um coração que permita ouvir sem se zangar e apoiar meu cônjuge com amor. Que nós possamos desfrutar de um novo nível de comunicação e de relacionamento. Amém!"

Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2015/03/25/a-fe-comeca-em-casa-aprendendo-a-se-comunicar/

March 25, 2015

"Ele faz"!

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Está escrito no Salmo 113: “Ele faz com que eles [os pobres] sejam companheiros de governantes, dos governantes do seu povo” (v. 8) e “Ele faz com que a mulher que não tem filhos seja respeitada no seu lar e a torna feliz, dando-lhe filhos” (v. 9).

Não é a revolução socialista que coloca ombro a ombro a classe mais alta com a classe mais baixa. Não é o ginecologista que torna fértil a mulher infértil.

É Deus!

A expressão “ele faz” é mais conhecida no enfadonho jargão político. Porém, quando se refere a Deus deixa de ser vulgar e temerária para ser solene e verdadeira.

A história do universo e do gênero humano começa com uma série enorme de “ele faz” (ou seus sinônimos). Toda hora repete-se: “E Deus viu que o que havia feito era bom” (Gn 1.10, 12, 18, 21, 25 e 31).

No prólogo de seu Evangelho, João registra: “Por meio da Palavra, Deus fez todas as coisas, e nada do que existe foi feito sem ela” (Jo 1.3).

Uma das expressões de louvor mais notável lembra o “ele faz” de Deus: “Ó Senhor, tu tens feito tantas coisas e foi com sabedoria que as fizeste. A terra está cheia das tuas criaturas” (Sl 104.24).

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/352/ele-faz

March 24, 2015

Quem sou eu para vocês?


- Ricardo Barbosa

Jesus, certa vez, perguntou aos seus discípulos: “Quem eu sou para vocês?”

Pedro, orientado pelo Espírito Santo, reconhece que Jesus não é simplesmente mais um dos que se autoproclamavam messias. Ele responde: “O Senhor é o Cristo de Deus” – o Senhor é o Rei ungido por Deus que veio trazer o governo de Deus sobre toda a criação, salvando, redimindo e curando tudo o que foi corrompido pelo pecado e pela desobediência. Essa é a confissão básica de onde tudo o mais tem sua origem.

O chamado para seguir a Cristo requer, antes de tudo, uma confissão. Para Pedro e os primeiros discípulos, essa confissão representou um longo caminho de obediência, entrega sacrificial, serviço e martírio. Se Jesus é o Cristo de Deus, o Rei ungido por Deus, enviado para estabelecer seu governo de justiça, paz, alegria e salvação, para aqueles que assim confessam, não existe nenhuma outra opção senão a de segui-lo nos termos que ele mesmo define. C. S. Lewis disse que “o cristianismo, se for falso, não tem valor; se for verdadeiro, tem valor infinito. A única coisa que lhe é impossível é ser mais ou menos importante”.

A experiência cristã começa com uma confissão sobre quem é Jesus. Toda confissão é clara, objetiva e racional. Nenhuma confissão diz respeito ao que sentimos ou achamos. Nenhuma confissão se fundamenta em ideias vagas, conceitos abstratos ou sentimentos subjetivos. Quando Pedro afirma “O Senhor é o Cristo de Deus”, ele reconhece quem Jesus é dentro da história e da teologia.

A partir dessa confissão começa uma longa jornada. Essa confissão nos oferece uma identidade, um caminho, um jeito de viver e um destino. O apóstolo Paulo entendeu sua identidade como uma nova criatura em Cristo. Era um apóstolo de Cristo, um servo de Cristo, um prisioneiro de Cristo, estava no mundo para realizar a vontade de Cristo. “Para mim o viver é Cristo” – disse ele.

Essa confissão nos aponta um caminho onde abrimos mão da busca por autoafirmação e realização. Um caminho onde buscamos obedecer incondicionalmente ao Cristo de Deus. Um caminho onde aprendemos a orar dizendo: “Não o que eu quero, mas o que tu queres”. Nesse caminho, tomamos a nossa cruz e com ela renunciamos nossa agenda, e nos entregamos à agenda do reino de Cristo.

A confissão diz respeito a uma pessoa. Confessamos a Cristo. Seguimos a Cristo e vivemos como Cristo viveu. A vida de Jesus define nosso jeito de viver – nossos relacionamentos, valores, ética e moral. A pergunta de Jesus é clara: “Quem eu sou para vocês?”. Não cabe na resposta um conceito impessoal, seja ele religioso ou ideológico. A resposta será sempre pessoal – “O Senhor é…”. Quando seguimos uma pessoa, quem ela é define quem seremos enquanto caminhamos.

A confissão define nosso destino. O destino de Jesus foi a morte na cruz, o nosso também será. Dietrich Bonhoeffer disse: “Quando Jesus Cristo chama um homem, ele o chama para morrer”. Não existe um meio-termo. Ou Jesus é o Cristo de Deus ou é um grande impostor. Se confessarmos que ele é o Senhor, nosso destino será traçado por ele. Porém, a morte na cruz não foi o destino final de Jesus; a ressurreição e sua ascensão revelam sua vitória sobre a morte e nosso destino final.

Quem é Jesus para você?

Escreva a sua confissão usando apenas uma sentença. Não responda repetindo irrefletidamente o que Pedro ou outros já responderam.

Dê sua resposta pessoal, uma resposta que seja coerente com a forma como você vive. Todos nós vivemos a partir daquilo que cremos, quer tenhamos consciência da nossa confissão ou não.

Uma confissão verdadeira nos conduz a uma vida igualmente verdadeira.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/352/quem-eu-sou-para-voces

March 23, 2015

Viver com integridade em um mundo desintegrado

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- David  Bookless

Cada geração acredita que o mundo está se desmoronando moral e socialmente. Hoje, ele está se desmoronando também ecologicamente. Os recentes padrões climáticos são apenas sintomas do dano que nosso uso não sustentável dos recursos da terra tem causado à estrutura que mantém a biosfera.

A maioria de nós vive como se isto não fosse verdade. Num mundo desintegrado, temos a tendência de viver vidas fragmentadas, com crenças, valores e estilos de vida em compartimentos separados. Claro, isto é verdade não apenas ecologicamente falando. É fácil ser uma pessoa completamente diferente no trabalho, na igreja, na internet ou com os amigos.

Isto pode levar a um forte sentimento de culpa. Em termos ecológicos, sei que sou um hipócrita. Sim, tomo muitas decisões ecológicas, mas, sempre que alguém diz: “Uau! Você é um exemplo”, me sinto culpado pelas minhas muitas concessões quando dirijo um carro ou às vezes viajo de avião.

Porém a culpa não ajuda. Ela tem a tendência de criar muros ainda maiores entre os compartimentos da nossa vida. Assim, apresento algumas sugestões proativas, que são também para mim.

Presença de Deus – o Salmo 24.1 nos lembra que “do Senhor é a terra e a sua plenitude”. Isto é tão escandalosamente contracultural que deveria ser um lema diário, guiando as nossas escolhas de compra e decisões de viagem. Cada compartimento da nossa vida, tudo o que fazemos, consumimos, respiramos e pisamos é criado e sustentado pelas amorosas mãos de Deus.

Ritmo e descanso – a maneira de acabar com maus hábitos é criar bons hábitos, os ritmos de vida que nos sustentam e formam o tecido da vida. Isto pode significar arrumar tempo para preparar uma comida que não seja congelada, gastar menos tempo conectado à internet, recitar um salmo enquanto fazemos compras, começar a falar da nossa fé no trabalho ou das nossas escolhas ecológicas na igreja. O que quer que façamos, precisamos descansar, para celebrar o Sabbath de Deus por toda a criação.

Responsabilidade – preciso de pessoas que questionem as minhas incoerências e me ajudem a viver o que prego. Quem somos nós quando compramos, viajamos e comemos? Não se trata de comparação nem coerção, mas sim de suporte mútuo entre amigos, o que nos ajuda a viver com integridade. Há duas ou três pessoas com quem você possa conversar sobre esta difícil questão de estilos de vida?

Comunidade – o individualismo é a semente da desintegração do nosso mundo. Deus existe na divina comunhão de Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e nosso mundo desintegrado só pode ser curado quando reconstruímos as relações dentro de nós mesmos, com o outro e com a comunidade da criação.

Apreciando o mundo de Deus – uma razão para compartimentar a vida são a exaustão e o estresse. Nós nos trancamos diante daquilo que não podemos enfrentar. O renovo começa quando passamos tempo na presença de Deus no jardim da criação. Cuidar de plantas, alimentar aves no jardim, respirar ar fresco, aprender a observar e meditar sobre a mão de Deus nos ciclos da natureza são práticas espirituais que trazem esperança e unem os fragmentos da vida.

Na língua inglesa, os cinco pontos descritos anteriormente, Presença de Deus (God’s presence), Ritmo (Rhythms), Responsabilidade (Accountability), Comunidade (Community) e Gozo (Enjoyment) começam com as mesmas letras que formam a palavra GRAÇA (GRACE).

A graça perdoa as nossas incoerências e nos liberta para seguir adiante. A graça nos dá coragem para responder com gratidão em lugar de culpabilidade. Saber que habitamos um mundo inundado pela graça de Deus nos desobriga de pensar que é nossa responsabilidade salvar o planeta terra. A terra será restaurada e renovada somente pela graça de Deus. A graça não resolve todos os nossos dilemas, mas traz esperança e nos torna livres para reintegrar as nossas vidas fragmentadas e viver com integridade em um mundo desintegrado.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/352/viver-com-integridade-em-um-mundo-desintegrado

March 22, 2015

Não quero me lembrar de tudo


A partir de hoje, com a ajuda de Deus, vou deixar de me lembrar de muitas coisas.

Não me lembrarei de alguns traumas da infância. Daquele professor que zombou de mim em público quando escrevi uma palavra errada no quadro-negro. Daquela correada de meu pai que atingiu o tumor que eu tinha na barriga. Da falta de aplicação aos estudos que me obrigou a repetir a série duas vezes. Das discussões sem fim entre meu pai e minha mãe. Do suicídio do garoto da minha idade perto da minha casa. Daquele teco-teco que caiu e matou o piloto.

Não me lembrarei dos pecados anteriormente cometidos, dos pecados ocultos nem dos pecados públicos. Não há proveito algum nessa lembrança mórbida e desnecessária, pois já chorei por eles e eles já foram confessados, perdoados e removidos.

Não me lembrarei daquela provocação, daquela injustiça, daquela dolorosa afronta que alguém me dedicou. Vou me esquecer do lugar, da data e das circunstâncias em que o desagravo aconteceu. Considerarei definitivamente perdoada a pessoa que o cometeu. Porei no fogo documentos históricos que lembrem esse incidente e qualquer outro do mesmo porte. Ficarei completamente livre de recordações incômodas.

Não me lembrarei demasiadamente das placas, dos troféus, dos diplomas, das honrarias, dos prêmios, das coroas recebidos no percurso da minha caminhada. Para evitar o espírito de superioridade, o nariz empinado, a empáfia, a situação de risco, a queda. Para não provocar a inferioridade nem a antipatia alheias. Com a ajuda de Deus, lançarei minha coleção de coroas diante “daquele que está sentado no trono e que vive para todo o sempre” (Ap 4.9).

Não me lembrarei unicamente de mim, de minhas dores, de meu sofrimento, de minhas carências, de minha posição, de meus bens. Esse mandamento recebi de meu Pai. Ele tem me dito e repetido: “A pessoa que procura seus próprios interesses nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo terá a vida verdadeira” (Lc 17.33, NTLH).

Não me será fácil agir dessa maneira cristã, pois, como descendente de Adão, eu me lembro de tudo, menos dos outros. Porém de hoje em diante será diferente!

Que o Senhor me socorra!

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/325/nao-quero-me-lembrar-de-tudo

March 21, 2015

A maldição da culpa

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Satanás usa a culpa decorrente desses pecados para extirpar todo sonho radical 
que a pessoa teve ou poderia vir a ter

- John Piper

Em 26 anos de pastorado, o mais perto que eu havia chegado de ser demitido da Igreja Batista Bethlehem foi em meados da década de 1980, depois de escrever um artigo intitulado Missões e masturbação para nosso boletim. Eu o escrevi ao voltar de uma conferência sobre missões presidida por George Verwer, presidente da Operação Mobilização. No evento ele disse como seu coração pesava pelo imenso número de jovens que sonhavam em obedecer completamente a Jesus, mas que acabavam se perdendo na inutilidade da prosperidade americana.

A sensação constante de culpa e indignidade por causa de erros sexuais dava lugar, pouco a pouco, à falta de poder espiritual e ao beco sem saída da segurança e conforto da classe média. Em outras palavras, o que George Verwer considerava trágico – e eu também consideroé que tantos jovens abandonem a causa da missão de Cristo porque ninguém lhes ensinou como lidar com a culpa que se segue ao pecado sexual. O problema vai além de não cair; a questão é como lidar com a queda para que ela não leve toda uma vida para o desperdício da mediocridade. A grande tragédia não são práticas como a masturbação ou a fornicação, e nem a pornografia.

A tragédia é que Satanás usa a culpa decorrente desses pecados para extirpar todo sonho radical que a pessoa teve ou poderia vir a ter. Em vez disso, o diabo oferece uma vida feliz, certa e segura, com prazeres superficiais, até que a pessoa morra em sua cadeira de balanço, em um chalé à beira de um lago.

Hoje de manhã mesmo, Satanás pegou seu encontro das duas da manhãseja na televisão ou na cama – e lhe disse: “Viu? Você é um derrotado. O melhor é nem adorar a Deus. Você jamais conseguirá fazer um compromisso sério para entregar sua vida a Jesus Cristo! É melhor arrumar um bom emprego, comprar uma televisão de tela plana bem grande e assistir o máximo de filmes pornográficos que agüentar”.

Portanto, é preciso tirar essa arma da mão dele. Sim, claro que quero que você tenha a coragem maravilhosa de parar de percorrer os canais de televisão. Porém, mais cedo ou mais tarde, seja nesse pecado ou em outro, você vai cair. Quero ajudá-lo a lidar com a culpa e o fracasso, para que Satanás não os use para produzir mais uma vida desperdiçada.

Cristo realizou uma obra na história, antes de existirmos, que conquistou e garantiu nosso resgate e a transformação de todos que confiarem nele.

A característica distintiva e crucial da salvação cristã é que seu autor, Jesus, a realizou por completo fora de nós, sem nossa ajuda. Quando colocamos nele a fé, nada acrescentamos à suficiência do que fez ao cobrir nossos pecados e alcançar a justiça que é considerada nossa. Os versículos bíblicos que apontam isso com mais clareza estão na epístola de Paulo aos Colossenses 2.13-14: “Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões e cancelou o escrito de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz”.

É preciso pensar bem nisso para entender plenamente a mais gloriosa de todas as verdades: Deus pegou o registro de todos os seus pecados – todos os erros de natureza sexual – que deixavam você exposto à ira. Em vez de esfregar o registro em seu rosto e usá-lo como prova para mandar você para o inferno, Deus o colocou na mão de Seu filho e pregou na Cruz. E quem são aqueles cujos pecados foram punidos na cruz? Todos que desistem de tentar salvar a si mesmos e confiam apenas em Cristo. E quem assumiu essa punição? Jesus. Essa substituição foi a chave para a nossa salvação.

Alguma vez você já parou para pensar no que significa Colossenses 2.15?

 Logo depois de afirmar que Deus pregou na cruz o registro de nossa dívida, Paulo escreve que o Senhor, “tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz”. Ele se refere ao diabo e seus exércitos de demônios. Mas como são desarmados? Como são derrotados? Eles possuem muitas armas, mas perdem a única que pode nos condenar – a arma do pecado não perdoado.

Deus pregou nossas culpas na cruz. Logo, houve punição por elas – então, seus efeitos acabaram!

O problema é que muitos percebem tão pouco da beleza de Cristo na salvação que o Evangelho lhes parece apenas uma licença para pecar. Se tudo que você enxerga na cruz de Jesus é um salvo-conduto para continuar pecando, então você não possui a fé que salva. Precisa se prostrar e implorar a Deus para abrir seus olhos para ver a atraente glória de Jesus Cristo.

Culpa corajosa

A fé que salva recebe Jesus como Salvador e Senhor e faz dele o maior tesouro da vida. Essa fé lutará contra qualquer coisa que se coloque entre o indivíduo salvo e Cristo. Sua marca característica não é a perfeição, nem a ausência de pecados

Quem enxerga na cruz uma licença para continuar pecando não possui a fé que salva. A marca daé a luta contra o pecado. A justificação se relaciona estreitamente com a obra de Deus pregando nossos pecados na cruz. Justificação é o ato pelo qual o Senhor nos declara não apenas perdoados por causa da obra de Cristo, mas também justos mediante ela

Cristo levou nosso castigo e realiza nossa retidão. Quando o recebemos como Salvador e Senhor, todo o castigo que ele sofreu, e toda sua retidão, são computados como nossos. E essa justificação vence o pecado.

Possuímos uma arma poderosa para combater o diabo quando sabemos que o castigo por nossas transgressões foi integralmente cumprido em Cristo. Devemos nos apegar com força a essa verdade, usando-a quando o inimigo nos acusar pelas nossas faltas. O texto de Miquéias 7.8-9 apresenta o que devemos lhe dizer quando ele zombar de nossa aparente derrota: “Não te alegres a meu respeito; ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei (...) Sofrerei a ira do Senhor, porque pequei contra ele, até que julgue a minha causa e execute o meu direito”. É uma espécie de “culpa corajosa” – o crente admite que errou e que Deus está tratando seriamente com ele. Mas, mesmo em disciplina, não se afasta da bendita verdade de que tem o Senhor ao seu lado!

Há vitória na manhã seguinte ao fracasso!

Precisamos aprender a responder ao diabo ou a qualquer um que nos diga que o Senhor não poderá nos usar porque pecamos. “Ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei”, frisou o profeta. “Embora eu esteja morando nas trevas, o Senhor será a minha luz.” Sim, podemos estar nas trevas da iniqüidade; podemos sentir culpa, porque somos, realmente, culpados pelo nosso pecado. Mas isso não é toda a verdade sobre o nosso Deus. O mesmo Deus que faz nossa escuridão é a luz que nos apoia em meio às trevas. O Senhor não nos abandonará; antes, defenderá a nossa causa.  

Quando aprendermos a lidar com a culpa oriunda de nossos erros com esse tipo de ousadia em quebrantamento, fundamentados na justificação pela fé e na expiação substitutiva que Cristo promoveu por nós, seremos não apenas mais resistentes ao diabo como cometeremos menos falhas contra o Senhor. E, acima de tudo, Satanás não será capaz de destruir nosso sonho de viver uma vida em obediência radical a Jesus e de serviço à sua obra.

Fonte: http://www.cristianismohoje.com.br/artigos/teologia/a-maldicao-da-culpa

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=3AjooDQoGwQ