July 31, 2016

Ambição e desejo: o que o amor tem a ver com isto?

.
- Jen Pollock Michel

A leitura da Bíblia (e o seu ensino) depende da atenção que os leitores dão a pequenos e imperceptíveis detalhes. Talvez essa também seja a sua percepção. De fato, ao passar os últimos anos estudando o lugar do desejo na vida cristã, percebi que minha interpretação errada – o desejo é sempre egoísta e autocentrado, não podemos confiar no desejo – deu-se, em parte, devido a uma leitura descuidada das Escrituras.

Sempre presumi que os autores bíblicos, assim como eu, colocavam a culpa no desejo pela traição humana. Era fácil chegar a essa conclusão, principalmente porque a queda da humanidade é facilmente explicada pelo desejo expresso de forma errada: “Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o...” (Gn 3.6, NVI). Além disso, os autores do Novo Testamento, como Tiago, pareciam confirmar minhas suspeitas sobre a natureza irremediável do desejo humano: “Cada um, porém, é tentado pela própria cobiça, sendo por esta arrastado e seduzido. Então a cobiça, tendo engravidado, dá à luz o pecado; e o pecado, após ter-se consumado, gera a morte”. (Tg 1.14,15). A Bíblia provava (ou assim eu entendia) que o desejo humano era a cobra que jamais seria domada. 

O que percebi desde então é que os autores bíblicos não culpam tanto o desejo – na verdade eles oqualificam. Ou talvez mais precisamente, os tradutores bíblicos têm como desafio esta nuance: são eles que decidem quais palavras correspondem ao “desejo” de acordo com o contexto da passagem. Como um exemplo no Antigo Testamento, quando os israelitas são alertados sobre a “cobiça” nos Dez Mandamentos, a palavra traduzida como “cobiça” na verdade é um termo neutro para desejo. Pode ser traduzida, de acordo com Robert Alter, especialista em hebraico, como “anseio”, “desejo”, “luxúria” ou “vontade”. Porém, como a conotação em Êxodo 20.17 é claramente proibitiva, os tradutores decidiram por “cobiça” para sugerir um desejo corrompido. No Novo Testamento, a palavra mais comum para “desejo” em grego é epithymia; similarmente, essa palavra pode ser traduzida como desejo, anseio, vontade, luxúria, cobiça e paixão – novamente de acordo com o contexto. 

A neutralidade linguística de “desejo” na Bíblia nos diz algo sobre a própria natureza da palavra: o desejo não é intrinsecamente mal. Nós podemos querer coisas boas (ou más), e podemos querê-las de formas certas (ou erradas). E isso nos direciona para uma importante pergunta: Se os tradutores da Bíblia precisavam discernir o desejo antes de culpá-lo, porque nós não fazemos o mesmo? 

Como escreve James K. A . Smith em Disiring the Kingdom (Desejando o Reino) e, mais recentemente, em You Are What You Love (Você é o que você ama), os seres humanos são criaturas desejosas. Isso significa que o desejo tem mais peso em nossa vida do que nossas crenças. Provar e desistir de um desejo certamente é tão fácil quanto provar e desistir do ar. Nós respiramos, nós queremos. Isso é o que significa ser humano. 

Não podemos desistir do desejo, nem devemos – porque o desejo não é apenas o combustível para o adultério e a ganância; ele também impulsiona a missão, a oração e a transformação pessoal. Crer que Deus ressuscitou Jesus dos mortos, mas não é capaz de transformar a natureza dos nossos desejos – do egoísmo para o autossacrifício; do ódio para a paz; da amargura para o perdão; da luxúria para o amor – é dizer que o evangelho tem apenas consequências cósmicas; que não atinge o pessoal. E isso certamente não é o que acreditamos como cristãos. 

“Pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele” (Fp 2.13), escreve o apóstolo Paulo. Uma evidência de maturidade espiritual é o quanto nossos desejos estão em conformidade com os desejos de Deus. Mas assim como um paciente transplantado, precisaremos de um novo coração. Graças a Deus, no entanto, existe um doador – Jesus Cristo! Através do batismo pela morte de Cristo, nós morremos (devagar e às vezes dolorosamente), para nossos desejos pecaminosos; por meio de sua ressurreição, nascemos para uma nova vida – o que inclui nossos desejos. 

Ao lermos a Bíblia, prestemos atenção às pequenas palavras que dão sentido ao desejo: tanto suas armadilhas quanto suas promessas. E o mais importante, procuremos nos tornar pessoas que amam o que Deus ama – e que odeiam o que ele odeia. O tipo de pessoas cujo único desejo é que Sua vontade seja feita tanto na terra quanto no céu.


Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/ambicao-e-desejo-o-que-o-amor-tem-a-ver-com-isso

July 20, 2016

Apaixone-se por alguém que NÃO te merece

.
- Thales Rios

Ah, como eu queria viver noutros tempos!

Nesses dias de touchscreens, selfies e Tinder todo o romantismo nos foge por entre os dedos. Bons tempos eram aqueles em que ficávamos a ver as moças passearem pelos bosques, cavalgávamos no fim da tarde pelas campinas ao encontro da amada para declamar todo o nosso amor com o joelho direito no chão, os braços abertos e as folhas de outono como testemunhas. E então, depois um pé na bunda, voltávamos pro feudo tocando no alaúde aquela música fossa do Frejat.

Seja no feudo ou na cidade, seja à cavalo ou espremido num metrô, se apaixonar de verdade é quase sempre aquele ato irracional que muitas vezes vai nos custar horas de terapia e algum tempo pra recuperar a dignidade perdida. Mesmo assim, todo dia me deparo com vários textos do tipo “Apaixone-se por uma pessoa que te faça rir”, ou “Namore alguém que ande de bicicleta”, ou ainda “Case-se com alguém que saiba o nome dos 151 Pokemons da primeira temporada” (mentira, eu só estou tentando me ajudar nessa). Todo mundo quer dar um pitaco de como você deve proceder pra encontrar a pessoa ideal pra passar o resto da vida junto. Todo mundo pinta a vida como um conto de fadas, mas ninguém conta que o príncipe só sabe falar de academia e a princesa tem mais bafo que o dragão do castelo. Não é por acaso que essas dicas geralmente não dão certo.

Em todos os meus fracassos amorosos alguém (geralmente minha mãe) sempre chegava em mim dizendo que foi melhor assim, que quando não é pra ser não acontece, que Deus está preparando alguém melhor pra mim, que “quem sabe sua prometida ainda nem nasceu” (tem coisa mais desesperadora do que ouvir isso com mais de 25 anos?). São sempre essas e outras coisas do tipo advindas de contos de fadas, livros de autoajuda baratos e forçação de barra bíblica.

Por muito tempo acreditei que um dia Deus gastou tempo planejando a moça A para o moço A, a moça B para o moço B e todo esse alfabeto pareado e destinado a se encontrar um dia para viverem felizes para sempre. Acreditava que toda panela tinha sua tampa e comecei a pensar que talvez eu fosse uma frigideira ou, sei lá, um rodinho de pia nessa história toda. Mas um dia vi minha mãe tampando a panela do feijão com um prato e parei pra perceber que a moça A namorava o moço A e depois o traiu com o moço B, que por sua vez era afim da moça C e usou essa situação toda pra flertar com a moça E e gerar ciúmes, o que revoltou o moço J, que foi fofocar tudo pro moço L, que era secretamente afim do moço R, que virou padre depois que a moça N morreu num acidente trágico antes do casamento deles. A teoria do caos e toda aquela baboseira do bater da asa de uma borboleta podem explicar bem todo esse tornado nos planos do destino depois que a moça A resolveu dar uma escapadinha.

Já me cansei de ouvir aquele papo de que “existe uma pessoa prometida” pra mim, mas a verdade é que ninguém nunca me prometeu nada disso. E duvido que tenham prometido pra você também (a não ser que vossa senhoria ainda esteja a viver no Brasil Colônia e já pagaste adiantado o dote ao pai da donzela).

Não bastando a falta de lógica nessa história de que as pessoas estão destinadas umas às outras, o grande problema reside no fato de que não tem como existir uma pessoa certa pra outra se todo mundo no mundo é errado. De Dilma Roussef à Megan Fox não existe gente perfeita neste mundo.

Portanto, desencane de buscar a pessoa certa pra você e comece a buscar uma pessoa errada, porque é o único tipo de pessoa que se vai encontrar por aí. Aprender a se perceber como uma pessoa cheia de defeitos é essencial para finalmente se enxergar no mesmo patamar de gente ruim que, surpresa, todo mundo está. E a partir daí se pode derrubar os preconceitos e expectativas irreais baseados em ideais de perfeição que deixariam até Platão enjoado. Se precisar, assista aquele filme de terror chamado O Amor é Cego.

Mas calma.

Não estou falando que se deva abdicar de todos os gostos pessoais e coisas que se acha importante encontrar na outra pessoa, mas sim de que você não vai encontrar todos esses gostos pessoais e coisas que acha importante numa pessoa. Não no mundo real. Aceite isso e aprenda a lidar com o inesperado sem descambar para a frustração. Boa parte do que chamamos de defeito são apenas características que o outro vai carregar pra sempre, e depende exclusivamente de você se esforçar para ajustar um pouco suas expectativas para fazer caber a pessoa que se gosta integralmente nos seus sonhos.

No fim das contas, é muito bonita a ideia de nascer destinado para amar e ser amado por outra pessoa, mas a realidade é sempre mais bonita que a fantasia simplesmente por ser real.

Na vida real não existem príncipes cavalgando cavalos brancos para salvar donzelas em perigo, mas existe pegar dois ônibus pra conseguir passar uma hora ao lado da pessoa (e mais dois ônibus pra voltar pra casa). Na vida real não existem dragões acorrentados em castelos, mas existe parar tudo que se está fazendo para ouvir a outra pessoa chorar do outro lado do telefone por alguma coisa que deu errado no dia dela. Na vida real não tem bruxa malvada, mas tem aquele chefe que te segura até às 19h e te faz perder a reserva do restaurante bem no aniversário de namoro. Na vida real não tem sapo enfeitiçado, mas tem vício em foto de perereca. Na vida não real não tem torre de castelo, mas tem 12 andares sem elevador. Na vida real não tem maçã envenenada, não tem fada madrinha, não tem sapato de cristal. Na vida real tem câncer, tem boleto, tem verruga na testa, tem suor na mão, tem erro de português, tem tênis molhado, tem um filho de 5 anos, tem calvície hereditária, tem parente morrendo, tem diarreia no primeiro encontro, tem alface no meio do dente.

Na vida real não tem muita ficção.

E concorde comigo: é muito mais bonito se apaixonar com tudo isso acontecendo do que simplesmente porque o destino apresentou a pessoa prometida para você.

Há um tempo atrás uma das minhas amigas que mais me conhece na vida veio me falar que esperava muito que eu encontrasse alguma garota especial que me merecesse de verdade. Recebi aquilo respondendo um “Eita, tomara que não!”. Eu, que me conheço melhor que minha amiga, sei o quão ruim sou e o quão péssimo consigo ser se parar de me esforçar só um pouquinho. Além disso, não sou rico nem galã, e o que deveria compensar sendo legal e engraçado geralmente não sai como esperado. Então me parece um baita de um castigo alguém merecer uma pessoa cheia de defeitos como eu.

Porém, sabendo que no fundo ninguém realmente merece algo de bom, espero encontrar um dia alguém que me aceite. E espero estar pronto para aceitá-la também.

Acredito que tudo que existe e acontece de bom sobre a Terra nos ajuda a entender um pouco mais de quem Deus é e o que ele tem feito por aí, e no caso de se apaixonar isso fica ainda mais evidente para mim. Nosso coração é podre demais para aceitar o quão podres realmente somos, e toda essa presunção só evidencia o quanto estamos distantes de alcançar qualquer coisa de bom por nossa própria conta. Somos culpados do mau que somos e do mal fazemos, e não merecemos nada além da justa punição de morrermos solitários e separados do que quer que buscamos pra vida. Mas apesar dos defeitos, apesar dos erros, apesar de quem nós somos, o Amor se encarrega de absorver isso tudo e anular toda e qualquer rebarba que o impeça de nos aceitar ao seu lado onde não existe “até que a morte os separe”.

Não existe merecimento nenhum em ser amado. O nome disso é graça. Se for pra se apaixonar, que não seja por quem te mereça.

Tenha paciência e deixe que o Amor faça o trabalho dele e una perfeitamente todas as coisas.

Se apaixone por graça, simplesmente.

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2016/07/13/apaixone-se-por-alguem-que-nao-te-merece/

July 17, 2016

Receber e confessar

.
- Luis Antonio Luize

Hoje em dia há muita gente hipócrita por aí, que diz uma coisa e faz outra. Na sua origem a palavra hipócrita significa “alguém que usa uma máscara”, um ator, alguém que desempenha um papel. Na antiguidade, cada vez que um ator trocava de personagem também trocava de máscara, uma espécie de disfarce para se proteger. O mesmo sentido ainda permanece hoje.
Num sentido genérico, é aquele que professa um princípio, mas age diferente do mesmo. Também pode indicar aquele que possui uma certa convicção no coração mas que declara outra com a boca.
O número dos que se dizem seguidores de Jesus mas que demonstram um comportamento inadequado é bastante alto. Creem que devem abençoar, mas sua boca profere palavrões e maldições contra todos que estão por perto.
Estas pessoas creem que Cristo é seu Salvador, mas não confessa e vive de acordo com isso. Nós precisamos levar uma vida compatível com a nossa confissão em Cristo.
Estes dias aconselhava um jovem casal, já com filho, vivendo juntos mas com idas e vindas no relacionamento. Eu os aconselhei que tomassem uma decisão e vivessem de acordo com isto, ou seja, casem-se, pois aquilo que confessamos torna-se um compromisso.
Não confessar seu voto é não assumir compromisso com seu cônjuge. Assim também são muitas pessoas envolvidas com seu trabalho secular que não revelam crentes em Jesus, pois seu mau comportamento no trabalho não lhes permite isso. Máscaras.
A confissão pode promover o bem ou o mal. Jefté fez um voto precipitado. Poderia ter confessado seu erro e retirado a palavra, mas preferiu seu orgulho à ter sua filha. Herodes fez o mesmo em relação a João Batista, pois entregou a cabeça dele à filha de Herodias, mesmo não desejando fazê-lo.
Mas quando reconhecemos e confessamos nossa situação, alcançamos a misericórdia de Deus.
Muitos não recebem as bênçãos de Deus sobre suas vidas porque se sentem inferiores ou indignos, mas a palavra diz que Deus não nega bem algum aos que andam retamente.
Se após crermos não confessarmos com nossa boca e formos capazes de receber o que Deus tem para nós, nossa crença perde o sentido.
Quero dizer, creia em Jesus, confesse-o andando retamente e dando um bom testemunho para os de dentro e para os de fora, e então receba o que Deus lhe reservou.
José tomou posse de tudo o que Deus lhe deu e prosperou. O sonho não foi ideia de José, mas de Deus, e ele o recebeu com fé. O primeiro capítulo de Gênesis está escrito “Deus disse” e tudo se fez, o Espírito trouxe à existência o que Deus determinou.
O que nos dá condições de receber as bênçãos do Senhor é o fato de Jesus ser digno delas ao comprá-las para nós através de Seu sacrifício na cruz.
Estas riquezas de Deus estão à nossa disposição quando as recebemos pela fé, pois o receber é mediante fé que confessamos.
Confie que Deus suprirá suas necessidades. Creia que Ele fará grandes coisas por você, e então receba estas bençãos do Senhor sobre sua vida.
PARA EXERCITAR
  • Tenho confessado a minha fé através do meu comportamento?
  • O que posso fazer para passar a agir de acordo com minha fé em Cristo?
Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2016/06/09/receber-e-confessar-a-mudanca-comeca-em-mim

July 13, 2016

Gratidão - parte II

.
“Portanto, já que estamos recebendo um Reino inabalável, sejamos agradecidos e, assim, adoremos a Deus de modo aceitável, com reverência e temor”
Hebreus 12:28

- Mário Fernandez
A gratidão deveria ser uma marca de quem vive o evangelho simples, autentico, legítimo, purinho. Decidi-me a escrever uma segunda meditação, depois de argumentar os motivos de ser grato, agora investindo em expôr algumas das muitas formas de ser agradecido. Em outras palavras, começamos falando sobre PORQUE ser agradecidos e agora vamos meditar em COMO.
Podemos começar a ser agradecidos do modo mais óbvio possível: falando. Dizer “obrigado Senhor” pode ser superficial, ou não. Mas precisa ser dito, nada é mais básico do que isso. É simples, é grátis, não humilha e não exige formação acadêmica. Funciona. Isso pode ser feito em voz alta, em silêncio, mentalmente, em oração. Precisa ser feito.
Podemos também agradecer retribuindo. No caso da nossa salvação por exemplo não existe uma forma de retribuir, mas pela natureza que desfrutamos (podemos preservá-la), pela família (podemos zelar por ela), pela saúde (cuidando dela), pelo dom da vida (preservando) e mesmo pela nossa igreja (podemos servir através dela). É uma retribuição singela, mas faz parte.
Podemos agradecer presenteando, mas Deus é dono de todas as coisas. O que pode lhe interessar que já não seja Dele? Talvez almas perdidas… Talvez alguma honraria que Lhe seja devida. Talvez seja o mais complicado,
Podemos agradecer elogiando, tanto com palavras diretas (direcionadas a Ele) como para outras pessoas. Se eu contar para todo mundo das maravilhas que Ele fez e tem feito, rasgar elogios sobre Suas obras, com isso estou agradecendo.
Claro, podemos agradecer honrando e amando, mas estamos falando de como fazer as coisas. Servir para mim é a forma mais clara de honrar e amar ao Senhor. Quando eu O sirvo fazendo qualquer coisa para o Seu Reino em detrimento de meus interesses individuais, estou mandando uma declaração à Ele de que sou propriedade Dele. Se Ele é meu dono eu posso servi-lo por obrigação, obediência, constrangimento, medo – ou por gratidão, que é o caso.
Mas na minha opinião nada é mais eficiente como agradecimento do que agradar (no sentido de fazer coisas do agrado). Quando meus filhos fazem as coisas que eu gosto me sinto agradecido por tê-los criado. Quando fazemos o que é do agrado de Deus, estamos agradecendo incontestavelmente a Ele.
Se você conhece ou entende outras formas de agradecer que sejam práticas, nos ajude com seus comentários. Estamos todos ansiosos por fazer mais para o nosso Dono.
“Senhor, obrigado pela herança de um Reino Inabalável. Agora quero te agradecer de forma prática e visível, aplicando aquilo que sei e Te honrado mais e mais.“
Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2016/07/13/gratidao-2-vivendo-o-evangelho/#.V4cNf9QrJkg

July 09, 2016

A menina e o general


Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era muito respeitado e honrado pelo seu senhor, pois por meio dele o Senhor dera vitória à Síria. Mas esse grande guerreiro ficou leproso.
Ora, tropas da Síria haviam atacado Israel e levado cativa uma menina, que passou a servir à mulher de Naamã.
Um dia ela disse à sua senhora: "Se o meu senhor procurasse o profeta que está em Samaria, ele o curaria da lepra".
Naamã foi contar ao seu senhor o que a menina israelita dissera.
O rei da Síria respondeu: "Vá. Eu lhe darei uma carta que você entregará ao rei de Israel". Então Naamã partiu, levando consigo trezentos e cinqüenta quilos de prata, setenta e dois quilos de ouro e dez mudas de roupas finas.
A carta que levou ao rei de Israel dizia: "Junto com esta carta estou te enviando meu oficial Naamã, para que o cures da lepra".
Assim que o rei de Israel leu a carta, rasgou as vestes e disse: "Por acaso sou Deus, capaz de conceder vida ou morte? Por que este homem me envia alguém para que eu o cure da lepra? Vejam como ele procura um motivo para se desentender comigo! "
Quando Eliseu, o homem de Deus, soube que o rei de Israel havia rasgado suas vestes, mandou-lhe esta mensagem: "Por que rasgaste tuas vestes? Envia o homem a mim, e ele saberá que há profeta em Israel".
Então, Naamã foi com seus cavalos e carros e parou à porta da casa de Eliseu.
Eliseu enviou um mensageiro para lhe dizer: "Vá e lave-se sete vezes no rio Jordão; sua pele será restaurada e você ficará purificado".
Mas Naamã ficou indignado e saiu dizendo: "Eu estava certo de que ele sairia para receber-me, invocaria de pé o nome do Senhor seu Deus, moveria a mão sobre o lugar afetado e me curaria da lepra.
Não são os rios Abana e Farfar, em Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Será que não poderia lavar-me neles e ser purificado? " Então, foi embora dali furioso.
Mas os seus servos lhe disseram: "Meu pai, se o profeta lhe tivesse pedido alguma coisa difícil, o senhor não faria? Quanto mais, quando ele apenas lhe diz para que se lave e seja purificado! "
Assim ele desceu ao Jordão e mergulhou sete vezes conforme a ordem do homem de Deus; ele foi purificado e sua pele tornou-se como a de uma criança.
Então Naamã e toda a sua comitiva voltaram à casa do homem de Deus. Ao chegar diante do profeta, Naamã lhe disse: "Agora sei que não há Deus em nenhum outro lugar, senão em Israel. Por favor, aceita um presente de teu servo".
O profeta respondeu: "Juro pelo nome do Senhor, a quem sirvo, que nada aceitarei". Embora Naamã insistisse, ele recusou.
E disse Naamã: "Já que não aceitas o presente, ao menos permite que eu leve duas mulas carregadas de terra, pois teu servo nunca mais fará holocaustos e sacrifícios a nenhum outro deus senão ao Senhor.
Mas que o Senhor me perdoe por uma única coisa: quando meu senhor vai adorar no templo de Rimom, eu também tenho que me ajoelhar ali pois ele se apóia em meu braço. Que o Senhor perdoe o teu servo por isso".
Disse Eliseu: "Vá em paz".

Contexto:

- Período: 864 a. C.
- Distância entre Damasco e Samaria: 150 km * velocidade: Usain Bolt 44km/h (hoje) x carroça 4 km/h (= 37 dias viagem)
- Personagens (8): Naamã, esposa, menina escrava, rei da Síria, rei de Israel, Eliseu, empregado de Eliseu, empregados de Naamã

Aspectos históricos e culturais

Síria (hoje 21 milhões) x Israel (7 milhões) eram inimigos apesar de estarem em período de paz

Numa das guerras, tropas sírias atacaram Israel e sequestraram uma menina de sua casa e família (costumes, língua e comida diferentes) - Apesar de pequena e cativa, a menina estava consciente da presença de Deus e testemunhou sua fé, fazendo diferença na vida de Naamã!

Naquela época:
  • lepra era uma doença incurável (em Israel um leproso jamais teria lugar de destaque)
  • não existiam shoppings nem roupas para comprar (Síria: presentes x Israel: rasgar como sinal de desespero, luto ou horror)
Fé não é apenas acreditar, mas agir e obedecer (Hb 11)
  • A menina escrava confiava em Deus e testemunhou (apesar de ser criança, de estar longe da família e daquilo que estava acostumada)
  • Naamã ouviu a menina, foi até o rei da Síria, rei de Israel, profeta, ouviu os empregados, mergulhou 7 x no rio Jordão
  • Contraste com a incredulidade do rei Jorão
Personagens

Naamã
(v. 1) comandante do exercito sírio; respeitado e honrado pelo rei; por meio dele Deus concedeu vitoria à Síria; leproso
(v. 4) homem de fé (ação); proativo, foi falar com o rei da Síria
(v. 6) rico, levou 350 kg de prata + 72 kg de ouro + 10 mudas de roupas finas
(v. 9) obediente, mas orgulhoso (achava que merecia tratamento especial - Tg 2)!
(v. 11) esperava algo extraordinário; teve dificuldade em aceitar que a cura podia vir de uma fé simples
(v. 14) ouviu os empregados, fez o que precisava ser feito
(v. 15) homem de fé: curado, transformado! "Agora sei que não há Deus em nenhum lugar senão em Israel" - pq ele disse isto? Porque agora ele viveu, experimentou na pp pele!
(v. 17) cultura diferente: pediu para carregar duas mulas de terra

Menina escrava
(vv. 2 e 3) não sabemos seu nome, apenas que tropas sírias atacaram Israel e ela foi sequestrada de sua casa e família (costumes, língua e comida diferentes) - mesmo sendo pequena e cativa, estava consciente da presença de Deus,  testemunhou sua fé e isto fez diferença na vida de Naamã!

Rei da Síria - (v. 5) escreve a carta

Rei de Israel - (v. 7) se desespera; pensava que o rei sírio estava buscando um pretexto para entrar em guerra / apesar de líder, era incrédulo; não tinha consciência da presença de Deus ao contrário da menina que era escrava, e de Naamã que era pagão

Profeta Eliseu
(v. 9) 'relembrou' o rei de que havia profeta de Deus em Israel!
(v. 10) por meio de um empregado, deu instruções a Naamã para mergulhar 7 vezes no rio Jordão e ser curado
(v. 15) íntegro, não aceitou os presentes
(v. 19) abençoou e despediu em paz (acreditou que Deus guiaria o general em seu caminho ensinando-o conforme a capacidade dele entender)

Empregados de Naamã - (v.13) amavam seu senhor, tinham bom senso, não deixaram ele perder a benção e exortaram em amor "meu pai, se o profeta não tivesse pedido algo difícil; não faria?"

Lições

  • mesmo em situações difíceis, Deus está presente (= menina, empregados, Eliseu)
  • Deus se revela àqueles que O buscam (Jr 29: 11-14)
  • Deus se importa!
Agora eu queria que você pensasse na sua própria história...

[ sabendo que Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre - Hb 13: 8]
  • o mesmo Deus que curou Naamã e que usou a vida da menina escrava, é o mesmo que cuida de você
  • não sei se você está passando por algum problema na sua vida ou família (saúde, desemprego, relacionamentos quebrados), se está como Naamã (doente, não conhecia a Deus até experimentar na própria pele) ou como a menina escrava (numa situação desconfortável, longe de quem ama, num outro ambiente, num outro costume mas nem por isto sem deixar de testemunhar sobre o amor de Deus) ou como o rei de Israel (sem noção de que Deus estava ali)
  • sobre como vai ser o seu futuro (sustento, moradia, saúde), mas Deus está no controle e promete nunca te deixar ou abandonar (Mt 28: 20 /Hb 13:5)
Que o Espírito Santo complete esta verdade em sua vida!
.

July 08, 2016

Correndo mais rápido do que carruagens

.
- Gary Wilkerson


Elias havia acabado de operar um milagre. Sozinho ele havia enfrentado 450 profetas de Baal e 400 profetas de Aserá, e os vencera. Deus havia dado uma vitória poderosa - Elias estava vendo coisas incríveis do céu sendo supridas para a sua vida e seu ministério.

Então algo aconteceu. Em 1 Reis 18, Elias ora para que a chuva venha sobre a terra desolada pela seca. Sentado no topo da montanha enquanto orava, Elias olhava para ver se seu clamor estava sendo atendido. Mas não havia evidência de uma resposta de Deus. Então Elias orou de novo. Mas não viu nuvem alguma. Orou outra vez, outra vez e mais uma vez, mas mesmo assim não aparecia nem uma nuvem.

Talvez você esteja familiarizado com esta experiência. Houve vezes em que você teve grandes vitórias em Cristo. Mas aí você precisou de algo desesperadamente e orou por isso. Mas não teve resposta. Você foi ouvir tapes, buscar conselho com o pastor, continuou orando. Mas nada de Deus.

O que Elias fez durante seu confuso período de necessidade? As escrituras dizem que ele cobriu a cabeça com um manto. Elias estava dizendo na realidade, "Senhor, estou excluindo o mundo ao meu redor porque preciso de uma palavra Tua. Precisamos desesperadamente de água em cima desta terra seca. Se ela não vier, estamos acabados".

Então algo aconteceu. Ao levantar a cabeça Elias viu uma pequena formação no céu distante. Era uma nuvem pequeníssima, não maior que a palma da mão de uma pessoa. Agora Elias sabia que Deus o havia ouvido. Ele grita, "Pronto! Deus respondeu minha oração!".

O profeta mandou seu servo Geazi levar uma mensagem ao rei Acabe: "Sobe e dize a Acabe:Aparelha o teu carro e desce, para que a chuva não te detenha" (I Reis 18:44, itálicos meus). Elias estava dizendo ao rei em verdade, "Eu te encontro em Jezreel. Mas é melhor você se apressar em tua cintilante carruagem, ou vai atolar no barro. E chego mais cedo na cidade do que você".

Deus tem uma mensagem importante para o Seu povo através da historia de Elias. E tem a ver com carruagens.

Ao longo do Velho Testamento as carruagens tinham um papel importante na economia

Jezreel era conhecida como a cidade das carruagens. Ela tinha vantagens na guerra devido à vasta frota de veículos de ferro feitos para movimentos ligeiros em batalha. Na história de Elias, as carruagens representam a força do homem. Significam vitalidade para saltar à frente com grande agilidade, competência para cumprir objetivos através de um recurso poderoso e dominador.

Hoje há um "estilo de vida carruagem" – um estilo de conforto e tranqüilidade, com todas as necessidades atendidas. Se precisamos de algo, fazemos um cheque. Se queremos algo, vamos em frente e o fazemos. O estilo carruagem é bom porque temos acesso a todos os recursos necessários para tudo que quisermos.

Claro que para o cristão, o estilo carruagem pode atrair muito. Olhando o padrão de sucesso no mundo vemos "carruagens" e "garanhões". São os recursos, a riqueza material que concedem tranqüilidade e segurança às pessoas. Tais pessoas têm tudo que necessitam para sair à frente da tempestade e se manter seguras o tempo todo.

Mas o servo de Deus não busca tais coisas primeiramente; antes, ele busca obedecer à voz do Mestre e os interesses do Seu reino. O cristão aprende cedo em seu caminhar de fé que seguindo primeiramente o Senhor, "todas as demais coisas lhe serão acrescentadas" (Mateus 6:33).

Porém esse mesmo crente pode se vir em falta às vezes. Ele não tem os recursos para fazer certas coisas à sua família. Não vê o seu chamado ou ministério sendo cumprido. Então é tentado a pensar, "Os recursos existem, e o mundo os utiliza com grandes resultados. Mas não tenho nenhum destes recursos. Preciso deles para realizar a obra de Deus. Como farei para me apropriar deles?".

Elias tinha coisa melhor a fazer do que olhar para os recursos do mundo. Imagine a cena quando ele mandou mensagem ao rei Acabe. Lá estava o rei empoleirado no alto de sua brilhante carruagem elevando-se sobre o humilde profeta. Porém Elias fala ousadamente com Acabe: "Tu tens o maior poderio da terra, comandando uma enorme frota de carruagens levadas por poderosos garanhões. Mas nem mesmo as tuas velozes carruagens são páreo para o Senhor. É melhor você começar a se mexer, Acabe. Deus vai me fazer chegar a Jezreel antes de você".

A seguir lemos, "O poder do Senhor veio sobre Elias, e ele, prendendo a capa com o cinto, correu à frente de Acabe por todo o caminho até Jezreel" (I Reis 18:46). O homem de Deus correu (a pé) mais rápido do que a carruagem! E a distância era de vários quilômetros. Como Elias conseguiu isso? A frase "prendendo a capa com o cinto" quer dizer basicamente "cingindo o lombo". A única coisa que Elias fez foi "cingir o lombo", significando, ele se preparou.

I Pedro 1:13 nos diz para "cingir o nosso entendimento" ("estar com a mente preparada")

O apóstolo Paulo diz que fomos chamados por Deus para disputar uma corrida. Pedro se refere a essa corrida também quando manda-nos cingir o entendimento. Ele está dizendo que precisamos nos preparar para a competição reforçando a fé e a confiança no Senhor.

Veja, todos temos um chamado do céu predeterminado por Deus. Talvez o Espírito Santo tem lhe dado uma visão em relação ao que seja o seu chamado. Mas há uma grande distância entre o alto chamamento e o seu cumprimento. Às vezes essa distância pode lhe incitar ao desespero. É exatamente por essa razão que Pedro lhe diz para cingir o entendimento – se recordar de certa verdade a respeito do seu Deus. A história de Elias nos dá essa verdade:

"Quando você vir carruagens na sua frente, levando rapidamente as pessoas a seus objetivos, não desespere. Não desanime diante do poder que elas têm, e você não tem. Deus tem um caminho diferente para você. Quando você coloca os olhos no Pai e deixa que a Sua poderosa mão vá sobre você, você pode correr mais rápido do que carruagens."

Davi conhecia essa verdade em relação ao Pai celestial. Ele usa a mesmíssima imagem para transmitir o desejo de Deus em suprir o Seu povo: "Alguns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós confiamos no nome do Senhor, o nosso Deus" (Salmo 20:7).

Agora mesmo, você pode parecer estar em falta. Contudo Deus diz que você poderá fazer mais do que as pessoas que têm tudo. Como? Deus deseja ardentemente se mostrar forte com aquele cujo coração é inteiramente d'Ele.

O Senhor está lhe dizendo, "Você pode achar que não tem o que precisa. Mas você não precisa dos recursos do mundo. Você não necessita da velocidade da carruagem, porque a Minha velocidade é mais rápida. Se você confiar em Mim para que Eu cumpra o Meu propósito para a tua vida, você verá isso acontecendo mais rápido do que imagina. Farei isso de um modo mais poderoso, com mais autoridade – e serei glorificado através da tua vida".

Imagine Elias correndo a pé mais rápido do que Acabe de carro, para Jezreel. E ele tinha confiança suficiente para se gabar disso – até antes de acontecer! Se formos honestos, vamos admitir que a maioria de nós pode apenas fingir ter este tipo de confiança.

Vou ilustrar contando algumas "histórias de carruagem" nas quais a minha mulher e eu estamos. A nossa família é como a maioria. Precisamos de dois carros para estar em todos os lugares onde precisamos estar. 

Isso muitas vezes significa minha mulher e eu acabando no mesmo lugar, em dois carros. Quando isso acontece, uma competição não declarada se levanta entre nós: quem vai chegar primeiro em casa?

Não desobedecemos a lei, mas ambos pisamos fundo indo para casa, usando todos os atalhos para economizar tempo.

Ela me passa numa lombada, e depois eu a ultrapasso bocejando como se não estivesse prestando atenção. Adoro chegar antes dela. Saio correndo do carro, vou para fora da garagem, me lanço pela cozinha e pela sala. Ligo a TV, abro o jornal, ponho os pés no descanso. Mesmo estando completamente sem ar, ajo de maneira desinteressada quando ela entra e digo, "Oi, finalmente você chegou!".

É bem assim que eu acho que Elias reagiu quando Acabe chega a Jezreel. O rei tinha fustigado seus cavalos como Ben Hur. Mas mesmo assim na hora que ele despenca na cidade lá está Elias despreocupadamente lendo um pergaminho. Elias olha para cima, abafa um bocejo e diz, "Oh, finalmente você chegou!".

Eis a mensagem desta cena: você verá as promessas de Deus se cumprindo porque Ele lhe dá poder para isso – não por causa de uma carruagem do mundo.

O que teria acontecido caso Elias tivesse tido acesso a uma carruagem de verdade? O veículo dele não seria páreo para o de Acabe. Com tanta chuva caindo ele iria atolar. E ficaria parado lá por haver confiado no uso da carruagem. Ele teria deixado passar o chamado principal do Senhor – que é o de depender exclusivamente d'Ele.

Ageu descreve uma experiência enfrentada por muitos cristãos que perseguem uma visão lhes dada por Deus

Em Ageu 2:15-16 os filhos de Israel estavam tendo dificuldades em construir um prédio. O grito deles era: "Precisamos de umas 50 unidades de material para revestir o edifício. Mas só temos 20".

Talvez isso descreva a sua própria vida ou chamado. Você necessita de algumas "unidades" para conseguir o que Deus pôs diante de si, mas só tem parte disso. Você espera certa quantidade, mas recebe uma menor.

Deus tem uma mensagem para você através da história de Elias. É essa: Ele deseja nos conceder aquilo que sozinhos não conseguimos obter. Na verdade, Jesus diz que o Pai anseia dobrar a nossa colheita. Em João 4:35 Jesus e os discípulos caminhavam em meio a campos de cultivo de grãos. Ele aponta para os campos e diz aos Seus seguidores: "Os campos estão prontos para colheita. Então, não digam, 'Em quatro meses a partir de agora, colheremos'. Elevem os olhos. A safra já está pronta para ser colhida".

Mas os discípulos ficaram perplexos. Eles viam que as plantas tinham crescido só a metade. Eles pensaram, "Qualquer pessoa de bom senso vê que os campos não estão nem um pouco prontos para serem colhidos". Mas claro, Jesus estava falando da colheita de almas para o reino de Deus.

A lição da colheita tem igualmente um sentido mais amplo para as nossas vidas. Para nós, tem a ver com os propósitos do reino de Deus em nossas vidas. Jesus está dizendo, "Você não precisa esperar quatro meses para se santificar. Você não precisa aguardar até sobrepujar o pecado ou até ter uma paixão fervente por Mim. Torno todas estas coisas disponíveis para você agora mesmo. Isso pode lhe parecer impossível. E é na sua própria força ou capacidade. Mas estou acelerando as coisas. Não pode haver desculpas dentre os que Me seguem. Estabeleço todas as coisas diante de ti para você pegar!".

Tenho uma pergunta a fazer a todo estudante ou a todo jovem trabalhador que esteja lendo isso. Você se pergunta, "Vou esperar me formar para parar de beber"? Ou, "Vou esperar até ficar mais velho para parar de dormir por aí e me acertar no casamento"? Ou, "Só quero experimentar um pouco mais do mundo antes de eu me dar inteiro a Jesus"?

A lição de Jesus nos campos de colheita diz não a tudo isso. Ele declara a todos os que O seguiriam: "O momento é agora". Essa lição da colheita é endereçada a todas as desculpas humanas: "Inexiste espera no Meu reino. Se você aguardar quatro meses, a colheita vai te ignorar. Não deixe que nenhuma desculpa te desvie. No Meu reino, o dia é hoje. A hora de Me seguir é agora. Agora é o tempo para que o chamado que fiz a você seja cumprido".

Se isso é verdade em você, ofereço um desafio. Escreva a sua desculpa num pedaço de papel. Leia-a pela última vez. Aí amasse esse papel e jogue-o no lixo. Diga, "Estou deixando essa desculpa para trás. Não tenho mais desculpas. Jesus diz que a colheita d'Ele na minha vida está madura nesse momento!".

O profeta Amós também fala de uma dupla ceifa para o povo de Deus nos últimos dias: "'Dias virão', declara o Senhor, 'em que a ceifa continuará até o tempo de arar, e o pisar das uvas até o tempo de semear. 

Vinho novo gotejará dos montes e fluirá de todas as colinas'" (Amós 9:13). Na verdade Amós está dizendo, "Não só os campos estão maduros quatro meses mais cedo. O que ara ultrapassará aquele que colhe!".

Mais uma vez, a mensagem foi incompreensível para os ouvintes de Amós. Eles sabiam que primeiro vinha o sulcar, o arar a terra; depois o plantar das sementes, e depois a colheita. Além disso, era fisicamente impossível àquele que ara e para o que colhe trabalharem no mesmo lugar ao mesmo tempo. Mas é exatamente isso que Amós está descrevendo. Ele estava sugerindo duas safras numa só estação – algo totalmente impossível! Mas Deus queria promover uma dupla colheita em Israel.

Então, qual é a dupla colheita na sua vida? De qual assunto ou situação Deus está lhe falando? Seria uma questão financeira? Seria do seu casamento, dos filhos, assuntos familiares, do seu chamado? Não importa qual seja, Ele reservou para você uma colheita dupla – da Sua presença, da Sua graça, dos Seus recursos, de todas as coisas que você precisa para a vida.

A palavra d'Ele nos pergunta: "A coisa parece impossível? Parece inalcançável? Talvez você esteja desanimado porque precisa de 20. Muito bem, vou lhe dar 40. Você acha que precisa 100? Receberá 200". Simplificando, não devemos olhar para o mundo em busca de recursos. O nosso Pai celestial conhece-os todos. E Ele deseja nos favorecer com o Seu poder, com a Sua glória, com a Sua capacidade sobrenatural.

Talvez você esteja pensando: "Tudo isso soa bem – força para a jornada, destreza para ultrapassar uma carruagem, uma dupla colheita. Mas como vou conseguir isso para a minha vida?".

Eliseu, o sucessor de Elias, proporciona o nosso exemplo

Eliseu herda de Elias o papel de profeta na terra. Em 2 Reis 4, Eliseu encontra um de seus primeiros grandes testes. Ele foi abordado por um casal sunamita cujo filho havia acabado de morrer. Desesperada, a mãe diz a Eliseu, "Orei, jejuei, chorei e pedi. Mas não tive nada do Senhor. Sem meu filho, não tenho forças para prosseguir. Simplesmente não entendo o que Deus está fazendo. Está acima de mim suportar".

Eliseu respondeu fazendo algo incomum. "Então Eliseu disse a Geazi (seu servo): 'Ponha a capa por dentro do cinto'" (2 Reis 4:29). Em outras palavras, "Cinge os teus lombos". E aí disse, "Pegue o meu cajado e corra. Se você encontrar alguém, não o cumprimente e, se alguém o cumprimentar, não responda. Quando lá chegar, ponha o meu cajado sobre o rosto do menino".

Geazi fez como Eliseu instruiu. Ele foi à casa da família, e pôs o cajado sobre o rosto da criança morta. Mas não houve sinal de vida. Então Geazi retornou a Eliseu dizendo, "A criança não despertou".

Aqui está a minha pergunta para você: o que você faz quando a sua equipe não trabalha? A que você recorre quando todo esforço que você aplica não consegue o propósito? Do que você lança mão quando tudo que você tenta não traz resultado algum?

Chega uma hora em que não há nenhum outro recurso senão unicamente Jesus. Ele é a nossa solução. E nessa história Eliseu é um tipo de Cristo. Ele foi até a família sunamita e deitou-se sobre o corpo do menino morto. E quando face a face, pé com pé, mão com mão sobre a criança, ele respirou dentro dela.

O que aconteceu então? As escrituras dizem que o garoto espirrou sete vezes. Ele estava vivo!

Diga-me, o que trouxe essa vida? O próprio Jesus respirou dentro da situação. Quando não temos esperança, recursos, capacidade, Cristo sopra a Sua vida sobrenatural para dentro da nossa circunstância. Precisamos que Ele se deite sobre o nosso problema e sopre a Sua vida ressurreta dentro dele.

Você ainda procura confiar nas poderosas carruagens do mundo?

Talvez todo este tempo você tenha tido os olhos em cima de uma carruagem de ferro de algum tipo. A sua vida de oração tinha como alvo Deus concedendo isso a você. Mas o seu Pai pode estar lhe dizendo, "Você não precisa dessa carruagem. Vou te conceder tudo que você necessita. Vou lhe dar poder não apenas para as 20 medidas que você acha que precisa, mas para as 50 medidas que Eu quero que você tenha".

Torne sua essa oração, "Senhor, nada tenho – mas Tu tens todas as coisas. Nenhuma fonte de recursos deste mundo pode se comparar a Ti ou ao Teu poder. E preciso de Ti agora. Se tu não respirares vida dentro do meu problema, não terei solução. Não tenho saída, mas Tu tens, Senhor. Contigo, consigo correr mais rápido do que carruagens!".

© 2011 World Challenge, Inc., PO Box 260, Lindale, Texas 75771

Fonte: http://estudos-biblicos.blogspot.com.br/2011/07/correndo-mais-rapido-do-que-carruagens.html

July 07, 2016

Maturidade, abandonando a infância espiritual


- Ronaldo Percinoto Junior


Texto básico: Colossenses 1.28-29
Textos de apoio
– 1 Coríntios 3. 1-3
– Efésios 4. 11-16
– Colossenses 1. 15-20
– João 5. 31-47
– Filipenses 3. 12-15
– Tiago 2. 2-4

Introdução

O crescimento quantitativo é ruim? Não. Mais do que isso, ele é desejável e necessário. Mas, um crescimento que é apenas numérico é ruim, pois ele carece de uma dimensão qualitativa para ser saudável. De acordo com John Stott, ao analisarmos o cenário cristão mundial, nos dias atuais, precisamos ter cuidado com nossa propensão ao triunfalismo, pois “na maioria dos casos trata-se de crescimento sem profundidade” (p. 33). Fazendo uma rápida comparação, seria como construirmos uma represa com uma largura de milhares de quilômetros quadrados, mas com uma profundidade de algumas dezenas de centímetros.
Como lidar com este quadro? Para Stott, a solução passa pelo nosso autêntico compromisso com uma “responsabilidade dupla: a maturidade em Cristo é o alvo tanto para nós quanto para o nosso ministério” (p. 41). Baseando-se no pensamento do apóstolo Paulo, ele procura destacar passos simples, mas consistentes, que podem nos sustentar no caminho da maturidade espiritual, gerando um discipulado radicado na confiança e obediência a Cristo.

Para refletir e entender o que a Bíblia fala

  1. A palavra grega teleios, no v. 28, em geral foi traduzido como “perfeito”. Mas Stott nos indica que este adjetivo grego é melhor traduzido pelo termo “maduro”. Sendo assim, a preocupação de Paulo com os colossenses, e com todos nós, é que sejamos “maduros em Cristo”. Levando em consideração que existem diferentes tipos de maturidade (física, intelectual, emocional, etc…), a qual maturidade Paulo está se referindo? Como a expressão “em Cristo” nos ajuda a definir a natureza e o “alvo” desta maturidade?
  2. Um dos grandes desafios enfrentados pelo cristianismo atual tem a ver com os “muitos ‘Cristos’ sendo oferecidos nas religiões comerciais do mundo, e muitos deles são falsos Cristos, Cristos distorcidos, caricaturas do Jesus autêntico” (p. 37). Como a nossa visão sobre Cristo, sendo correta ou distorcida, pode influenciar nossa busca pela maturidade cristã? Onde podemos encontrar uma visão autêntica sobre o verdadeiro Cristo? E como podemos valorizar cada vez mais esta fonte da correta visão?
  3. “A maturidade em Cristo está enfaticamente disponível não somente a um seleto grupo de pessoas; mas a todos” (p. 40). Os leitores originais de Paulo provavelmente estavam enfrentando um tipo de “elitismo cristão”, provocado por um gnosticismo embrionário. E nós hoje, será que também enfrentamos um certo “elitismo cristão” em nossas comunidades? Como este texto de Colossenses, especialmente o v. 28, nos ajuda a combater esta atitude, onde quer que ela apareça? A quem é permitida (e indicada!) esta busca pela maturidade cristã?
  4. Uma primeira perspectiva para o nosso texto básico nos convida a estarmos no lugar dos primeiros leitores de Paulo, entendendo que também somos desafiados a perseguir a maturidade em Cristo. Por outro lado, guardadas as devidas proporções, também precisamos atentar para o ministério de Paulo, e pensar nas implicações para o nosso próprio ministério. O apóstolo trabalhava para “apresentar todo homem perfeito [maduro] em Cristo” (v. 28b, NVI). E, no v. 29, encontramos dois verbos que, no original grego, deixam transparecer como Paulo realizava seu trabalho. Esses verbos “expressam metáforas que implicam empenho físico. O primeiro é usado para o trabalhador rural e o segundo para o competidor nos jogos gregos” (p. 41). O que podemos aprender aqui, com o apóstolo, sobre o necessário equilíbrio entre esforço pessoal e dependência de Deus? Como essas duas dimensões têm se expressado em seu ministério (serviço) no reino de Deus?

Hora de Avançar

Assim, estar “em Cristo” é estar relacionado a ele de forma pessoal, vital e orgânica. Nesse sentido, ser maduro é ter um relacionamento maduro com Cristo, no qual o adoramos, confiamos nele, o amamos e lhe obedecemos. (John Stott, p. 36)
Há dentro de você um cordeiro e um leão. A maturidade espiritual é a habilidade de permitir que o cordeiro e o leão deitem-se juntos.(…) Atentando somente para o leão, você se verá além de seus limites, e chegará à exaustão. Quando prestar atenção somente no cordeiro, você facilmente se tornará uma vítima de sua necessidade de receber atenção de outras pessoas. A arte da vida espiritual é sustentar plenamente tanto seu leão quanto seu cordeiro. Assim, você poderá agir de maneira positiva, sem negar suas próprias necessidades. E poderá pedir afeição e cuidado sem trair sua vocação de líder.  (Henri Nouwen, A voz íntima do amor, Paulinas, 1999)

Para Terminar

  1. Neste capítulo, Stott define maravilhosamente a Bíblia como “o livro que pode ser descrito como o retrato que o Pai fez do Filho, colorido pelo Espírito Santo” (p. 38). De fato a Bíblia é a fonte por excelência onde podemos conhecer o Jesus autêntico. “A Bíblia é repleta de Cristo” (p. 38). Como você avaliaria a sua dedicação no estudo pessoal das Escrituras? Ele tem sido abrangente e sistemático? Tem sido uma prioridade na sua agenda? Que passos práticos e simples você poderia tomar para aperfeiçoar sua dedicação? Não deixe de avaliar se esses passos são realizáveis, realistas, para a sua agenda.

Eu e Deus

Senhor nosso Deus, faze que sejamos cheios de esperança à sombra de tuas asas, e dá-nos proteção e apoio. Tu nos sustentarás desde pequenos e até o tempo dos cabelos brancos, pois a nossa firmeza é firmeza quando se apoia em ti, mas é fraqueza quando se apoia em nós.

(Agostinho, Confissões, Livro IV, cap. 31, Paulus, 1984).
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/maturidade-abandonando-a-infancia-espiritual/

July 03, 2016

Gratidão

.
“Portanto, já que estamos recebendo um Reino inabalável, sejamos agradecidos e, assim, adoremos a Deus de modo aceitável, com reverência e temor”
Hebreus 12:28

-  Mário Fernandez
A gratidão deveria ser uma marca de quem vive o evangelho simples, autêntico, legítimo, purinho. Os motivos são meio óbvios, mas como sempre o que é simples demais parece que nem é verdade ou não funciona. Durante muitos anos (muitos mesmo) havia uma fama de que software grátis não prestava, era necessário desembolsar muito dinheiro para ter algo decente. Veja o cenário de hoje com tanta coisa freeware no mercado e com qualidade. Claro, ainda cabem no mercado soluções de alto nível com custo, mas o conceito mudou gradualmente.
Nosso conceito de gratidão também precisa mudar. Temos de tirar da cabeça que devemos agradecer a Deus APENAS pelo que Ele nos fez ou ainda fará. É mais do que isso, vai além dos atos ou dos presentes (dons) que ganhamos Dele. Nossa gratidão tem por base nossa salvação imerecida, tem estrutura na fé da revelação dada pelo Espírito Santo diariamente e tem cobertura em nossa herança eterna. Aleluia, somos herdeiros. Co-herdeiros, para ser mais preciso, mas herdeiros.
O Reino que herdaremos não é para nós reinarmos, pois só tem um trono e este já tem dono, já está ocupado. Seremos alguma outra coisa lá. Também não seremos bobos da corte, ou copeiros, ou jardineiros, ou trabalhadores que tiram o lixo. Como eu sei disso? Somos irmãos adotivos do herdeiro principal de todas as coisas, de alguma forma que não sei qual é seremos tratados como nobreza. E mais – este Reino não apenas vai durar para sempre como nem treme – é isso que significa inabalável.
Agora, se herdar algo que não merece, de graça, altíssimo valor, para sempre, inabalável, com qualidade de nobreza; se isso não é motivo de gratidão, então…
Raciocine comigo: o evangelho é o poder de Deus para salvação de quem crer. Quem crer e for batizado será salvo. Quem for salvo é co-herdeiro com Cristo. Quem é herdeiro vai receber este reino inabalável. SEJA AGRADECIDO.
Talvez nem todos nós, mesmo na igreja local, tenhamos noção disso e por este motivo o nível de gratidão ainda é um pouco abaixo do que deveria. Mas nós podemos melhorar. Podemos ser mais agradecidos. Devemos ser mais agradecidos. Como? Bem, isso talvez mereceria uma meditação específica.
“Senhor, obrigado pela herança de um Reino Inabalável. Me ensina formas de mostrar e viver uma gratidão que seja adequada e compatível com Tua Vida em mim.“
Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2016/07/04/gratidao-vivendo-o-evangelho
PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=CWIkSS1U8ms

July 01, 2016

Cheios do Espírito

.
- pr. Russell Shedd

A expressão “cheio do Espírito” é encontrada algumas poucas vezes no livro de Atos dos Apóstolos.

Em Efésios, Paulo manda que seus leitores “deixem-se encher pelo Espírito” (NVI), a tradução certa do grego. Paulo fala aos Gálatas que ele está sofrendo “dores de parto... até que Cristo seja formado” neles (4.19).

Na segunda oração, registrada em Efésios, o apóstolo culmina seu pedido com a frase: “... para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus” (3.19b).

Jesus também falou para seus discípulos, na noite de sua traição, que eles deveriam permanecer nEle, e Ele permaneceria neles. Por isso, examinemos o significado dessas palavras bíblicas e suas implicações para a vida cristã autêntica.

Em 1o. lugar, parece-me provável que todas essas frases são, senão sinônimas, pelo menos paralelas. Se alguém está cheio de Cristo ou de Deus, entende-se que ele está cheio do Espírito, uma vez que este não é outro senão o Espírito de Cristo, ou o Espírito Santo de Deus. Cristo, formado num cristão, deve equivaler a alguém que goza da plenitude de Deus, “pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). Acreditando firmemente que a Trindade se compõe de três pessoas numa só essência, concluímos que é razoável crer que ficar cheio de um deles significa estar cheio dos outros.

Em 2o. lugar, mesmo que não faça parte de nossa maneira contemporânea de falar, estar cheio de uma pessoa comunica que ela exerce uma influência forte sobre aquele. Diríamos que um indivíduo ficou sob o domínio do outro. Uma vez cheio do Espírito, o crente não agiria de modo independente. Estaria, consciente ou inconscientemente, controlado por um “espírito” distinto do seu espírito humano. O homem cheio do Espírito pensaria, falaria, desejaria e agiria de modo distinto daquele com que ele atuaria se estivesse apenas cheio de si.

Paulo fala dessa distinção quando se refere ao “espírito do mundo” ou o indivíduo “que não tem o Espírito de Deus” (traduz a palavra psuchikos, “almal”, 1 Co 2.12,14). Os espirituais podem ser os que, tendo o Espírito, se dispõem a ouvi-lo e obedecer-lhE. Todos temos ouvido falar de pessoas possessas. Quer dizer, uma pessoa dominada por um espírito que nem é humano e nem divino. A única outra opção seria um espírito imundo ou demoníaco. Jesus enviou seus discípulos numa missão em que uma de suas tarefas era a de “expulsar espíritos imundos” (Mt 10.1). Porém, a maioria maciça dos não-cristãos não é de pessoas endemoninhadas. Paulo ensina que o príncipe do poder do ar, o espírito que está atuando nos que vivem na desobediência (Ef 2.2), influencia até os não-cristãos. Mas isso não quer dizer que todos os que não se submetem ao senhorio de Cristo estão cheios de Satanás, ou possessos. Claro que não.

Essa distinção notável no mundo incrédulo pode nos mostrar bem o caminho para uma compreensão mais clara do enchimento do Espírito. Todos os cristãos verdadeiros, nascidos do Espírito, têm uma medida da influência do Espírito, mas parece que a maioria não está dominada por Ele. Se alguém não tem o Espírito, tal pessoa não deve ser reconhecida como cristão. Mas ter o Espírito e ficar cheio do Espírito referem-se a distinções que podemos observar em qualquer igreja.

Por fim, gostaria de oferecer sugestões que poderão ser úteis num autoexame e dirão se somos ou não cheios do Espírito:
  1. Pessoas cheias do Espírito são as que mais se parecem com o Senhor Jesus. São imitadores de Jesus.
  2. São pessoas humildes. Jesus os chamou de “pobres em espírito”. Consideram os outros superiores a si mesmos.
  3. São membros bem integrados na igreja, o Corpo de Cristo, de maneira que a Cabeça evidentemente os controla. Não são nem egoístas nem independentes, mas servidores.
  4. Elas buscam em primeiro lugar o Reino de Deus, e não seu próprio reino.
  5. Elas confiam de tal maneira no controle soberano de Deus sobre todas as pessoas e eventos que não se preocupam com sua própria vida, mas se entristecem com o sofrimento dos outros.
  6. Elas procuram entender a Bíblia como Jesus a entendeu, e se comprometem em obedecer seus mandamentos.
  7. Elas são semeadores da boa semente do Evangelho e se empenham no discipulado das nações.
  8. Elas vivem na gloriosa esperança da Vinda do Senhor, de modo que não ficam desesperadas com a multiplicação da maldade no mundo.
  9. Elas perdoam em vez de se vingarem.
  10. Acima de tudo, são arraigadas e alicerçadas em amor.
Fonte: http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action=viewnews&id=7368

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=Tj7NlZN5ds8
.