June 30, 2018

A arte é o coração do artista


- Rafaela Senfft

A arte tornou-se assunto privado, coisa reclusa à vida pessoal. A este respeito, Walter Benjamin chegou a falar de uma perda da “aura” das obras de arte. É certo, portanto, como já observara Hegel, que a arte não desempenha entre nós o papel central que desempenhava na vida coletiva, como era o caso com os antigos gregos.

Ao invés de experiência no sentido objetivo e coletivo, o que temos hoje são vivências isoladas e fragmentadas da arte. Os homens solitários das grandes cidades são incapazes de compartilhar uma experiência comum. Sim, estamos solitários: o artista está solitário e o espectador também. A comunicação entre ambos está se tornando desajustada.

Os problemas da frustração e desilusão com a vida, vindas da proposta iniciada no Renascimento e depois retomada pelo Iluminismo, de que a ciência e a tecnologia forneceriam recursos para uma vida mais justa, impactaram o final do século 19, o que gerou uma arte apática e sem esperança.

Houve no campo das artes uma urgência por re-significação, voltada a uma busca individual para as demandas da existência. Cada grupo ou artista foi buscar o elo perdido, e assim cada arte refletia uma busca individual.

A arte é e sempre será a ilustração do seu tempo. Se o tempo é de paz, existe uma arte que corresponde a esse adjetivo. Se forem tempos de tensão, haverá uma arte com características correspondentes a elementos tensos.

O que um artista em meio a uma Alemanha pós-guerra, desiludida e devastada existencialmente, teria para retratar? Ele próprio devia estar tão devastado quanto seu meio. Se fosse um homem cheio de fé, poderia produzir uma arte que retratasse esperança; mas não podemos esperar isso de quem não tem essa convicção.

A boca fala do que está cheio o coração, e a arte é o coração do artista.

Acredito que precisamos ter um olhar maduro ao ver a contemporaneidade. Precisamos ser maduros para compreender tempos passados, a produção e o desenvolvimento da arte naqueles momentos, e para compreender os vínculos aos quais determinada estética estava ligada. Há sempre um clamor por trás da imagem.

A arte desta época, como está sendo produzida, pode ser uma oportunidade para abrir nossos olhos para os problemas contemporâneos, para buscarmos lidar e responder a eles com responsabilidade, amor e sabedoria.

Somos responsáveis pela redenção da cultura, que será alcançada com oração para que Deus prepare o terreno - os corações -, para que possamos falar do Seu amor.

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2017/10/06/a-arte-e-o-coracao-do-artista-e-quando-esse-coracao-nao-leva-a-esperanca/#more-6316

June 29, 2018

Tempo, o bem mais precioso

.
Assisti recentemente ao filme “O Preço do Amanhã”, no qual, em um futuro próximo, o envelhecimento passa a ser controlado para evitar a superpopulação, tornando o tempo a principal moeda de troca. Um cafezinho custa 3 minutos. Um carro de luxo, 20 anos.

As pessoas vivem tranquilamente até os 25 anos. Ao atingirem essa idade, recebem um relógio subcutâneo no braço com um ano de crédito e passam a trabalhar para ganhar tempo para viver e para pagar as contas. Quem fica rico pode viver centenas de anos sem nunca deixar de aparentar 25 anos.

Todas as relações comerciais agora são desenvolvidas por meio de compra, venda, troca e doação de tempo. Se o relógio de alguém chega a zero, a pessoa cai morta onde estiver. Uma proposta instigante.

De fato, o tempo é um bem limitado. Quando estamos impacientes com as crianças, dizemos: “Ei, não tenho todo o tempo do mundo!”. Queremos dizer que não aceitamos que “tomem o nosso tempo”. No filme isso seria possível; alguém poderia ser roubado, à noite.

Pessoas educadas dizem: “Posso tomar alguns minutos seus?”. E depois agradecem: “Obrigado pelo seu tempo”. O tempo é reconhecido como um “objeto de valor”.

Veja como isso é verdade: Você marca um encontro para as 6h e, cuidadoso, chega até antes. Mas sua contraparte chega às 7h e diz: “Desculpe o atraso”. Ok, mas o que você fez nesse tempo? Se já conhecia o jeito da pessoa, pode ter levado um livro para ler ou o caderno para estudar. Mas, se estava desprevenido, sente-se roubado naquilo que poderia ter feito com essa hora “perdida”.

Há, inclusive, um custo social para o mau uso do tempo. É quando uma pessoa (ou instituição) se apropria do tempo de muita gente. Isso acontece, por exemplo, quando um médico dá um “chá de cadeira” em seus pacientes, deixando-os esperar por horas. Pode acontecer o mesmo em qualquer sala de espera. As filas desproporcionais e os engarrafamentos de trânsito são outros exemplos. Há organizações especializadas em medir e quantificar o custo desse tempo perdido, em termos nacionais.

Quando ouço que a água é um bem escasso e não renovável, que devemos usá-la com consciência, penso no meu tempo de vida e em como usá-lo com sabedoria.

De todas as coisas que podemos fazer com nosso tempo, a mais improvável é “doá-lo” ― usá-lo como “serviço” gratuito aos outros –, porque a lógica diz que cada um deve usar o seu ou vendê-lo. Então contemplo o Natal de Jesus; e naquela manjedoura percebo Deus entrando no tempo para doá-lo inteiramente a nós. Ao iniciar sua vida pública, Jesus sabia que já lhe restava pouco tempo. Mas estava disposto a oferecê-lo.

Qual é o maior presente que alguém pode dar? Talvez a vida.

Mas se déssemos “tempo”, não estaríamos dando “vida”? A nossa vida? Penso imediatamente em doação de tempo entre cônjuges, pais e filhos, família, amigos ― e tempo para Deus! Sim, nosso presente maior para eles talvez seja nosso tempo. Já não falo do tempo que “me tomam”, mas daquele que, deliberada e alegremente, ofereço.

Gostaria de aprender a arte de doar tempo. Mais do que isso, doar “o melhor do meu tempo”, para que, quando meu relógio chegar a zero, eu saia do tempo rico em amizades.

Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/doacao-de-tempo-2/

June 28, 2018

Apatia, a anestesia da alma

.
- Gabriel Louback

Meu irmão tinha me mandado um link para uma matéria que continha os áudios de crianças presas na fronteira dos Estados Unidos, separadas dos pais, sozinhas, chorando e chamando por eles. Eu já havia visto alguns tweets sobre o assunto, mas ainda não tinha tido a coragem de ler e me aprofundar no assunto.

Eu não aguentava mais.

A crise política e social no Brasil, a crise migratória na Europa, países cada vez mais burocratas  e menos humanos, mais fechados e menos acolhedores, comportamentos sociais nocivos à minorias, desrespeito com a mulher, com o próximo, o diferente. A sensação é de que nos últimos meses minha alma tem sido despedaçada, pouco a pouco, todo dia.

Frente a isso, por coincidência divina, descobri que existe um termo para esse sentimento de impotência que muitas vezes nos acomete: “desamparo aprendido” (learned helplessness, em inglês, para quem quiser pesquisar mais sobre o assunto). De forma resumida: isso acontece quando, depois de passar por diversas situações de adversidade, dor ou sofrimento, a gente para de tentar evitá-las, ainda que haja condições e seja possível fazermos isso, ainda que seja possível fazermos algo. É uma forma de apatia frente ao que nos traz desconforto.

Porém, a partir da perspectiva na qual somos chamados para sermos embaixadores do Reino, respostas da oração “Venha o Teu Reino”, e seguidores do Messias que declarou que o Seu Reino já chegou, ao abraçarmos o desamparo aprendido corremos o risco de não cumprirmos o nosso papel de sermos sal que traz gosto ao mundo e luz que ilumina em meio às trevas.

Jesus não diz para nos tornarmos sal e luz, Ele afirma que somos sal e luz desse mundo. Esse é nosso papel, nossa função, é nossa condição já posta como filhos do Eterno. Somos o Corpo de Cristo manifesto. E isso implica uma ação intencional da nossa parte, um coração disposto a sermos instrumentos de Deus na sociedade onde vivemos, transformando-a não pela força, mas pela nossa ação, nossa presença, nosso envolvimento, de dentro para fora.

É uma armadilha perigosa nos entregarmos ao sentimento de desamparo, de que não podemos fazer nada, de que as próximas eleições não vão mudar nada, de que não há jeito, de que tudo está perdido.

Aprendemos a nos sentirmos desamparados pois muitas e muitas vezes colocamos nossas esperanças na promessa de um messias que resolveria tudo, porém um messias terreno, escolhido por nós. Votamos em um presidente, governador ou prefeito e achamos que ele, agora sim, resolveria tudo. E nos decepcionamos.

Mudamos nosso voto e escolhemos outras pessoas, achando que, agora sim, parece que tudo vai mudar. E nos decepcionamos.

Qual a razão de nossa esperança?

Devemos, sim, cumprir nosso papel político e social. Devemos, sim, cobrar justiça e paz dos governos, acolhimento e misericórdia. E devemos, ao mesmo tempo, nós também lutarmos contra a injustiça e acolhermos e sermos misericordiosos e sermos sal e luz. Não podemos perder a esperança, pois somos parte do Corpo que é a resposta para o que está quebrado nesse mundo: governos, sociedade, nossas almas. Vivemos e caminhamos não com base naquilo que vemos, mas por fé, no poder do Espírito e do sangue do Cordeiro, que é antes de todas as coisas, e Nele tudo subsiste.

Minha oração é para que eu possa sair dessa condição de “desamparo aprendido”, pois não é o que a Bíblia nos diz. Há, sim, esperança. Ela está em Cristo, que age em nossas vidas e nos chama a sermos embaixadores de seu Reino, que já veio, mas ainda não está completo. Cristo é a resposta desse mundo, agindo por meio de sua Igreja, por meio de nós, o seu Corpo.

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2018/06/22/o-problema-da-apatia-em-nossos-dias/

June 27, 2018

Os intelectuais não aprendem com a experiência histórica

.
- Luiz Felipe Pondé


A atividade intelectual é um tanto solitária. Por isso, muitos parecem gente estranha, com hábitos pouco comuns. Muita leitura e silêncio podem deixar você um tanto distante do mundo. Lugares mais quietos e recolhidos são bons para a atividade intelectual. Pensar horas a fio também é uma constante nesse ramo.

Como tudo, tem "seu lado mais e seu lado menos". Um "lado menos" dos intelectuais já é conhecido desde o século 18, com o advento do Iluminismo: intelectuais facilmente viajam na maionese e falam de mundos que não existem. O homem não é o ser racional que pensavam os iluministas, nem revoluções em nome do povo se saem muito bem. Normalmente, há de matar muita gente para se chegar ao povo que muitos intelectuais têm na cabeça.

A pergunta que me faço é: os intelectuais não aprendem com a "experiência histórica", essa mesma que tanto falam por aí? Por que muitos insistem no mesmo erro? Qual erro?

Antes de tudo, que fique claro que não creio que o capitalismo seja o paraíso na Terra nem que sua majestade, o mercado, resolva tudo. Mas, sim, creio que o Estado, quando grande e gastador, destrói a economia e a vida as pessoas, fingindo que as ajuda.


Acredito também que posições liberais (em economia, política e moral) costumam ser melhores, no meu entendimento, para formar pessoas mais maduras na lida com a realidade do que posições mais dadas ao controle da vida das pessoas, em nome do "bem" delas. O resto é contingência e experiência de lida com esta contingência.

Dito isso, voltemos ao erro acima. O erro é o seguinte: muitos intelectuais parecem beirar a idiotia no que se refere à capacidade de dizer frases que pareçam fazer sentido, mas que, se analisadas no contexto da realidade, se revelam estúpidas.

Imagine alguém que diz o seguinte: "o modo de divisão do trabalho deve mudar no mundo". Uma frase dessas, que parece responder aos problemas mundiais relativos à vida das pessoas e seu trabalho, peca de várias formas. Quer ver?

Quem faria essa mudança? Você? Eu? Ele? Um ser iluminado? Uma comissão? Como seria escolhida essa comissão? Qual método? Quantas pessoas? Quantas reuniões ela deveria ter pra decidir? Quem decidiria quantas reuniões? Como seria feita essa reunião? Teria hierarquia dentro da comissão? Como seria essa hierarquia? Quem decidiria como seria? Qual seria essa mudança?

Uma vez "decidido" por um tipo de mudança (sem entrar no mérito de qual mudança seria nem quem disse que ela seria melhor), como seria posta em prática? Se alguém discordasse dela, como se resolveriam as discordâncias? Como se identificaria esse "modo de divisão de trabalho" exatamente?

Basta um livro "dizendo" que é assim que se dá esse "modo de divisão de trabalho" ou muitos livros? Quantos exatamente? Alguma instituição seria utilizada como credenciada para "dizer" isso? Quem credenciaria a credencial dessa instituição credenciada pra dizer qual é o "modo de divisão de trabalho" a ser mudado? Todas as forma de trabalho existentes? Ou haveria algum tipo de ajuste a formas especificas de trabalho?

Como se decidiria o quão especifica é uma forma de trabalho? Como resolver o fato de que muitas funções acabam com o tempo e outras são criadas por conta, por exemplo, de mudanças tecnológicas? Como se ajustaria essa mudança ao fator tempo? Por quanto tempo essa mudança valeria?

Cansei de fazer essa lista de perguntas que parece escapar à mente brilhante de alguns intelectuais. Soltam pérolas que, na verdade, seriam identificadas como falas de um idiota caso o agente da fala no caso não fosse visto como um cara inteligente ou um dos caras mais importantes no pensamento contemporâneo.

Outro exemplo? "O povo deveria decidir diretamente tudo na democracia." Brilhante! O povo já provou que escolhe qualquer coisa a qualquer momento. Agora, na Turquia, acabou de dar poder a um islamita autoritário que quer ser sultão.

O povo escolhe de acordo com a melhor propaganda ou a melhor retórica que atenda aos seus "pequenos" interesses cotidianos

Seriam os intelectuais idiotas? 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2017/05/1883913-os-intelectuais-nao-aprendem-com-a-experiencia-historica.shtml

June 26, 2018

Aflições tão comuns quanto calçar ou descalçar sapatos

.
Não fiquem admirados com a dura prova de aflição pela qual vocês estão passando, como se alguma coisa fora do comum estivesse acontecendo. (1 Pe 4. 12) 

Cristianismo não significa apenas alegria, ânimo, conforto, segurança emocional, vantagens, livramentos, socorro bem presente, esperança e muitas outras vivências positivas. Significa também provações, tentações, apertos, sufocos, lágrimas e muitas outras experiências negativas. Prega-se mentira quando só se promete o primeiro grupo de coisas agradáveis. Prega-se mentira quando só se promete o segundo grupo de coisas desagradáveis.

Enquanto a salvação ainda está em processo e a sua plenitude ainda não chegou, os cristãos podem passar pela fornalha da provação com menor ou maior frequência, com menor ou maior intensidade. Essas alterações de humor nunca significam o afastamento de Deus. Nem sugerem obrigatoriamente algum problema de cunho mental. Em nenhum tempo, o crente tem sido enganado quanto à presente ordem das coisas.

No Antigo Testamento está escrito: “Os bons passam por muitas aflições, mas o Senhor os livra de todas elas” (Sl 34.19). Jesus também abriu o jogo: “No mundo vocês vão sofrer, mas tenham coragem. Eu venci o mundo” (Jo 16. 33).

Apesar de não conviver com eles, Pedro está ciente de que os queridos irmãos da Ásia Menor estão passando por “uma dura prova de aflição”. A respeito da natureza dessa prova, a carta não entra em detalhes. À luz do contexto, pode ter relação com a raiva dos descrentes que não se conformavam com a conversão de alguns dos seus antigos parceiros (1Pe 3.4). Pode ter relação com o fato de que todos eles eram peregrinos ainda em trânsito em direção à Canaã celestial (1Pe 2.11).

A parte mais importante do recado de Pedro é a explicação de que essa fornalha de incêndio não era “alguma coisa fora do comum” - não era problema só deles, não era um acontecimento excepcional, anormal, estranho ou extraordinário. Também não tinha nada a ver com algum pecado que tivessem cometido.

O sofrimento dos justos é apenas uma questão de tempo.

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/elbencesar/2017/12/05/aflicoes-tao-comuns-como-calcar-e-descalcar-sapatos/

June 21, 2018

O fazer que vem do nosso (in)consciente

.
Catito Grzybowski

Toda pessoa já se pegou alguma vez na vida fazendo alguma coisa que era contrária àquilo que gostaria, especialmente repetindo modelos que havia visto em um dos progenitores e que jurara que jamais faria igual.
Quando isso ocorre ficamos pensando: puxa vida, eu sempre detestei esse comportamento em meu pai/minha mãe, por que agora estou fazendo igualzinho?


Na verdade, a criança cresce em um ambiente que lhe ensina a forma de se comportar diante da vida – a esse contexto geralmente denominamos de família, que pode ser da forma tradicionalmente concebida em nossa cultura (com ambos os pais vivendo juntos com um ou mais filhos) ou de formas estruturais alternativas (como a família da mãe solteira ou até mesmo uma casa lar em um orfanato).

Assim a criança vai incorporando valores do que é certo ou errado a partir do que ela observa na convivência com os adultos ao seu redor. E essa observação vai sendo gravada de forma sutil e permanente na memória da criança e determinando a forma dela interagir com o mundo quando tornar-se adulta.

Costumo dizer que os filhos, de alguma forma, potencializam aquilo que absorvem dos pais – tanto do positivo quanto do negativo. Dessa forma, nunca pergunte com quem o filho aprendeu certos comportamentos, sem antes analisar a própria conduta para verificar se em menor escala não foi isso que “ensinou” para ele.

Essa “aprendizagem” que vai se instalando lenta e progressivamente em nosso ser, muitas vezes irrompe em momentos de tensão e evidenciamos condutas disfuncionais, as quais nós imaginávamos que só faziam parte de nossos progenitores e, nesse momento, levamos um choque. Trata-se da evidenciação que o processo educacional não ocorre apenas pelas palavras e orientações que recebemos, mas antes – e arrisco dizer principalmente – pelo que vivenciamos nas relações familiares.


Nesse sentido, é a herança do pecado que trazemos desde a Queda, pois o afastar-se de Deus trouxe para o convívio humano o retrocesso ao “eu-auto-centrado” (a mulher que me deste), desviando-se dos planos perfeitos do Criador de sermos seres relacionais complementários (essa enfim é osso dos meus ossos e carne da minha carne). A partir de Adão, cada nova geração foi incorporando as condutas disfuncionais maculadas pelo erro e pelo engano da serpente.

Todavia o pecado não tem a palavra final determinante e o Messias irrompe na história para nos mostrar que é possível “livrar-se desse nosso corpo de morte” (Rm 7.24). Sendo tentado em todas as coisas, Jesus nos indica o caminho de que é possível seguir a vida sem continuar pecando. O primeiro passo é justamente reconhecer que temos essa “herança do pecado” que nos é passada na convivência com nossos pais e cuidadores e não negá-la.

Em seguida é preciso buscar a Palavra de Deus e ler todos os dias, pois ela é agente transformador de nossas mentes (Rm 12.2) e desenvolver o mais difícil dos frutos do Espírito Santo: o domínio próprio (Gl 5.22)!

E. assim. caminharemos por um longo e lento caminho de transformação (Fp 3.14) em busca da imagem de Cristo – varão perfeito.


Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/o-fazer-que-vem-do-nosso-in-consciente

June 19, 2018

Para descansar é preciso crer

.
Texto básico: Marcos 6. 7-13, 30-44
Textos de apoio
– Gênesis 2. 1-3
– Êxodo 20. 8-11
– Salmo 62. 1-8
– Mateus 12. 1-14
– Hebreus 4. 9-11
– Apocalipse 14. 13

Introdução

O cansaço, e eventualmente até mesmo o esgotamento (“burnout”), tem se tornado uma experiência cada vez mais comum na nossa sociedade, inclusive entre os cristãos.

No que diz respeito ao ambiente cristão, uma das consequências mais desastrosas do cansaço é o surgimento de um coração endurecido e insensível, que nos afasta da compaixão pelo próximo e também da possibilidade de sermos renovados pelo Senhor.

No presente estudo vamos olhar para um momento de cansaço e estresse dos apóstolos de Jesus, diante das suas demandas ministeriais, e buscar analisar como o Mestre procurou ajudá-los a lidar com as consequências do cansaço, levando-os a um espaço de descanso e de confiança na Sua graça e provisão.

Temos nos preocupado com nosso cansaço, buscando previamente alternativas para minorar suas consequências? Ou normalmente agimos apenas como “apagadores de incêndios”? O descanso sabático, em um dia completo da semana ou em algum horário curto de cada dia, tem sido uma disciplina saudável dentro de nossa prática espiritual? Temos visto esta prática não apenas como uma necessidade, mas como uma oportunidade de relacionamento confiante com o Senhor de nossas vidas?

Para entender o que a Bíblia fala

  1. Você acha que a missão executada pelos doze tenha sido desgastante (vv. 12-13)? Que palavras ou expressões ajudam a justificar sua resposta?
  1. Após a intensa atividade realizada nos povoados, os discípulos retornam para junto de Jesus (v. 30), relatando tudo o que tinha acontecido. Talvez esperassem ter um merecido tempo de descanso, mas isso não foi possível. Por que? Qual a solução encontrada por Jesus (v. 31)?
  1. Até que enfim iriam descansar… Mas, novamente tiveram seus planos frustrados por uma multidão de necessitados (vv. 32-33). O plano inicial era o descanso, mas por que Jesus resolveu atender a multidão (v. 34)? Como você acha que os apóstolos devem ter se sentido com esta decisão de Jesus?
  1. Será que Jesus considerava o descanso pouco importante ou secundário (v.31)? A experiência da multiplicação dos pães e peixes, de alguma maneira, pode ter proporcionado um momento de descanso para os discípulos? Como?
  1. Uma vez que o descanso e a compaixão são marcas inegociáveis do discipulado cristão, como as atitudes de Jesus neste trecho (vv. 31, 34) nos ensinam sobre a complementaridade de ambos, sem deixar que sejam necessária e mutuamente excludentes?

Hora de Avançar

“Uma dificuldade que todos os que procuram servir a Deus enfrentam é não saber celebrar, contemplar a grandeza, a majestade e o governo de Jesus Cristo. O repouso sabático é um mandamento da graça de Deus. É o lugar onde aprendemos que é Deus, e não nós, quem governa e reina. É o lugar onde somos nutridos e restaurados por ele, onde a aliança é reafirmada e aprendemos a celebrar o cuidado e a bondade de Deus. Disse Jesus: “Vinde repousar um pouco, à parte, num lugar deserto”. É apenas disso que precisamos”.  (Ricardo Barbosa) 

Para pensar

A prática do descanso em um dia da semana, ou de uma hora por dia, ou idealmente a prática de ambas as estratégias, podem nos proporcionar uma melhor percepção e uma preparação especial para remirmos todo o nosso tempo. O “dia sabático” nos permite compreender o verdadeiro sentido dos outros seis dias de semana. O rabino Abraham Heschel no lembra: “O descanso sabático serve de exemplo do mundo futuro…  A essência do mundo por vir é um descanso sabático eterno, e o sétimo dia, dentro do tempo, é um exemploda eternidade”.

Ainda segundo Heschel: “A grosso modo pensamos que a terra é a nossa mãe, que o tempo é dinheiro e que o lucro é nosso companheiro. Mas o sétimo dia serve-nos de lembrete de que Deus é o nosso Pai, de que tempo é vida e de que o espírito é o nosso companheiro”.                        

O que disseram

Em um sentido mais profundo, não guardamos o sábado; o sábado é que nos guarda. A finalidade do sábado era ser o período de lazer intencional em que refletíssemos sobre a origem e os alvos de nossa vida na terra. Logo, o sábado nos mantém voltados para Deus, como quem está viajando com destino ao céu. E assim, mostramo-nos disponíveis ao dom do sábado precisamente porque não somos capazes, por nós mesmos, de suster nossa jornada em direção a Deus, em direção ao céu. (Paul Stevens, Disciplinas Para Um Coração Faminto, Abba Press, 1994)   

Para responder

  1. Você está se sentindo pressionado ou desgastado em sua vida pessoal ou ministerial? Que decisões práticas você poderia tomar para evitar que esta situação atinja um estágio de “esgotamento espiritual”?
  1. Alguma vez você percebeu que o cansaço havia “sabotado” sua compaixão e a sua vontade de cuidar do próximo? O que você aprendeu desta experiência?

Eu e Deus 

Aquele que habita no abrigo do Altíssimo
E descansa à sombra do Todo-poderoso
Pode dizer ao Senhor:
“Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza,
O meu Deus, em quem confio”.
(Salmo 91. 1-2, NVI)  


Fonte: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/cansaco-e-esgotamento-para-descansar-e-preciso-crer/

June 18, 2018

Prática da Leitura da Bíblia

.
Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia! [Salmo 119.97]

Texto Básico: 2 Tm 3.16-17

Textos de Apoio
Dt 6.6-9
Sl 119.105
Is 34.16a
Is 55.10, 11
Rm 15.4
Hb 4.12

Introdução

A Bíblia é a Palavra de Deus. Isto quer dizer que ela encerra a autorevelação de Deus e expressa toda a vontade de Deus em matéria de fé e conduta — pelo menos tudo o que Deus achou por bem revelar-nos. Significa que não estamos desesperadamente em estado de absoluta desinformação quanto a Deus, quanto à vida e quanto à eternidade.

Temos, em nossa própria língua, um livro que revela todo o programa de Deus, uma espécie de enciclopédia que expõe toda sorte de informação teológica necessária, um manual de avaliação que mostra a diferença entre o certo e o errado.

Nas palavras do conhecido teólogo e escritor inglês, John Stott, “Nosso cristianismo é particularmente superficial porque a imagem que fazemos de Cristo é superficial. No entanto, os segredos da maturidade cristã estão prontos para serem descobertos na Escritura por todos aqueles que os buscam. Há uma amplitude na Palavra de Deus que poucos de nós conseguem depreender, uma profundidade que raramente sondamos”. John Stott, em Para Entender a Bíblia.

Para entender o que a Bíblia Fala

1. Toda Escritura é extremamente útil. De que maneiras ela nos ajuda?
(Dt 8.3; 2 Tm 3.16-17; Rm 15.4; Sl 119.105)

2. Como na nutrição, quando lemos a Bíblia ocorrem dois processos:
Ingestão e digestão.
Identifique-os nas seguintes passagens:
Jr 15.16
Is 55.10-11
Ez 2.8–3.3
Hb 4.12

3. A leitura da Bíblia requer algumas técnicas.
Descubra quais são, de acordo com os textos:
Is 34.16a
Sl 1.2 e 119.148
Sl 119.112
Dt 6.6, 7
At 15.15
2 Pe 3.1-2

Hora de Avançar

“A prática da leitura da Palavra de Deus é a arte de procurar o Senhor nas páginas das Sagradas Escrituras, de enxergar toda a riqueza que está por trás da mera letra, de ouvir a voz de Deus, de relacionar texto com texto e de sugar todo o leite contido na Palavra revelada e escrita, tanto nas passagens mais claras como nas passagens aparentemente menos atraentes, por meio de uma leitura responsável e do auxílio do Espírito Santo.”

Para pensar

Na leitura da Bíblia, a ingestão depende de nós. É necessário “comer” a Palavra de Deus. Basta comer: “abrir a boca”, abrir-se para Deus. Fazemos isto por meio da leitura cuidadosa e regular da Palavra. 

A leitura formal, superficial, ocasional, desordenada ou supersticiosa rende muito pouco ou nada; assim como a leitura feita para satisfazer apenas o intelecto. Já a digestão não depende de nós. É a parte de Deus na boa leitura da Bíblia. 

A digestão é a assimilação da Sagrada Escritura em nosso interior. O processo é inconsciente, automático e irreversível. É possível por causa do valor intrínseco da Palavra e da operação do Espírito Santo em nós.

O que disseram

O cristão deve ler a Bíblia no mínimo de modo compatível ao seu nível intelectual, nunca de modo inferior. (Paul Freston)

A prática da leitura da Palavra de Deus depende da qualidade do empreendimento, que se consegue depois das providências de ler, meditar, memorizar, inculcar (impregnar todo o ser), conferir texto com texto e lembrar. Assim fazendo, este exercício espiritual será altamente proveitoso! (Elben César)

Para responder

a) Que lugar a leitura da Bíblia ocupa em sua vida?
b) O que é necessário modificar em sua rotina para que a Palavra de Deus se torne sua meditação todo o dia?

Você e Deus

Cada um de nós precisa descobrir e adotar a maneira própria mais indicada de ler a Bíblia. Considere, todavia, estas sugestões:

a) Reserve a hora mais propícia do dia para ler a Bíblia.
b) Procure ler toda a Bíblia. Não necessariamente do Gênesis ao Apocalipse.
c) Leia grupos de livros: os livros poéticos, as cartas de Paulo, os profetas menores, o Pentateuco, os quatro Evangelhos, os livros históricos e assim por diante. A preocupação maior deve ser com a qualidade da leitura e não com a quantidade.
d) Sublinhe o que você achar mais interessante. Faça notas à margem ou num papel à parte.
e) Use a Concordância Bíblica para conferir escritura com escritura.
f) Além da tradução de Almeida, que é a mais usada, consulte outras versões e paráfrases: A Bíblia Viva, a Nova Tradução na Linguagem de Hoje, A Bíblia de Jerusalém e a Nova Versão Internacional.
g) Só consulte as notas de rodapé, comentários e dicionários depois do esforço próprio de entender o texto. Evite a preguiça mental.
h) Peça sempre o auxílio do Espírito Santo para entender as Escrituras e se beneficiar delas, seja por meio de uma pequena oração, seja por meio de uma atitude de dependência e humildade.

Estudo bíblico a partir do capítulo 1 do livro Práticas Devocionais. Editora Ultimato.

Para saber mais, conheça também:
Para Entender a Bíblia
Por Que Confiar na Bíblia?

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/pratica-da-leitura-da-biblia/

June 15, 2018

Os planos de Deus

.
- C.S. Lewis

Em Cristo surgiu um novo tipo de ser humano; e o novo tipo de vida que começou com ele deve ser internalizado em nós. Como isso acontece?

Primeiro, lembre-se de como adquirimos o velho e ordinário tipo de vida. Nós a recebemos dos outros, dos nossos pais e ancestrais, sem o nosso consentimento e por um processo muito curioso que envolve prazer, sofrimento e perigo. Um processo que você jamais teria imaginado.

A maioria de nós passa muitos anos da infância tentando reconhecê-lo. Há crianças que, quando ouvem falar disso pela primeira vez, não acreditam — e não sei bem se as condeno, pois é mesmo muito estranho.

Agora, o Deus que elaborou todo esse processo é o mesmo que mostra como esse novo tipo de vida — a vida em Cristo — deve ser espalhada pelo mundo.

Temos de estar preparados para o fato de esse processo ser estranho também. Ele não nos consultou quando inventou o sexo; e também não nos consultou quando fez esse outro processo.

Existem três coisas que propagam a vida de Cristo em nós: o batismo, a fé e aquela ação misteriosa a que os cristãos dão diferentes nomes (Santa Ceia, missa, Eucaristia): esses são, pelo menos, os três métodos mais comuns. […]

Não vejo por que essas coisas devem ser os fios condutores do novo tipo de vida. Mas, se não fosse assim, nunca veria qualquer conexão entre um prazer físico particular e o aparecimento de um novo ser humano no mundo.

Temos de aceitar a realidade como ela é: não é nada bom ficar falando bobagens sobre como ela deveria ser ou como esperaríamos que fosse.

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2018/05/17/autor/c-s-lewis/os-planos-de-deus-9/

June 14, 2018

À procura de algo mais

.
- C.S. Lewis

Não é verdade que todas as amizades duradouras nascem no momento em que você finalmente encontra outra pessoa que tem certa percepção (embora superficial e vaga) daquilo que você nasceu desejando? E que por baixo do fluxo de outros desejos e em todos os silêncios momentâneos, entre as paixões mais gritantes, você a tem buscado, observado e ouvido noite e dia, ano após ano, desde a infância até a idade adulta? 

Acontece que você nunca teve isso.

As coisas que arrebataram profundamente sua alma não passaram de pistas: piscadelas sedutoras, promessas nunca inteiramente cumpridas, ecos que se foram assim que caíram em seus ouvidos. 

Porém, se a coisa realmente se tornar manifesta - se um dia você ouvir um eco que não se desfez, mas se transformou no próprio som - você o saberá. 

 Diante de qualquer possibilidade de dúvida você dirá para si mesmo: “Foi para isso mesmo que eu fui feito”.

Não dá para contar isso aos outros. 

É a assinatura secreta de cada alma, o desejo incomunicável e insaciável; aquilo que desejávamos antes de conhecer nossas esposas ou nossos amigos, ou de ter escolhido nossa profissão, e que devemos continuar desejando até morrermos, quando a mente já não mais conhecer esposa, nem amigos, nem trabalho. 

Será sempre assim, enquanto formos gente. 

Se deixarmos escapar isso, estaremos pondo tudo a perder.

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2018/04/17/autor/c-s-lewis/a-procura-de-algo-mais-4/

June 13, 2018

A beleza da intimidade sexual

.
Extensão e limites da relação no casamento

Texto básico:  1 Coríntios 7.5

Leitura Diária
D 1 Co 7.1-5 – Direito e precaução
S Ct 2.1-17 – Romance e cuidado
T Ef 5.22-33 – Sujeição e revelação
Q 1 Co 13 – “Ah! O amor!”
Q Jo 10.11-18 – Entrega
S Fp 2.5-11 – Amor abnegado
S Ct 5.1-16 – Romance nunca é demais

Introdução

A relação sexual gera dúvidas em qualquer fase de um relacionamento. Antes do casamento, os problemas são como nos livrarmos das tentações e nos mantermos firmes no propósito de nos santificar. Após o casamento, as indagações são outras. Não é porque a relação sexual é permitida que tudo se torna simples.

A sexualidade de um casal pode ser um grande problema, e é necessário definir a extensão e os limites dessa relação. Como veremos nesta lição, há princípios bíblicos práticos para a relação sexual no casamento, que é o ambiente adequado de consumação dos planos de Deus para a união de um homem e uma mulher, e que gera bênçãos na comunhão do casal.

I. Fartura ou escassez?

Fomos feitos para o casamento e para a relação sexual. As formas de nossos corpos, as regiões erógenas, o fato de que nos reproduzimos por meio dessa relação, tudo isso aponta a vontade de Deus de que homem e mulher se relacionem sexualmente.

Como já vimos, há um modo correto para isso. Não é só uma questão de não adiantar as coisas antes do casamento, mas também de mantê-las na linha durante o casamento. Devendo ocorrer no casamento a união física de um homem com uma mulher, o que faz com que os dois tornem-se uma só carne diante de Deus, a primeira regra é que a relação sexual não pode faltar. A própria sociedade fala em casamento que “não se consumou”, quando não ocorreu entre marido e mulher essa união física. Há, contudo, duas questões a serem levantadas: a exposição ao pecado e a manutenção do casamento.

1 Coríntios 7.5 reconhece a importância do sexo na relação conjugal. O texto não nega nem tenta suprimir os desejos sexuais, pelo contrário, ele os descreve como legítimos e, menciona que impróprio, sem
motivo justo, privar o cônjuge de relações sexuais. Tal privação seria uma exposição desnecessária às artimanhas do inimigo; é provocar uma tentação, já que o casamento é o ambiente para o sexo.

Isso nos leva à segunda questão: a manutenção do casamento. Cântico dos Cânticos 2.15 traz a figura das raposinhas que destroem os vinhedos, uma metáfora do relacionamento. Devemos lembrar que sempre há raposas prontas para destruir vinhedos. O exercício da intimidade física é essencial para se manter o desejo sexual dentro de um ambiente próprio.

O livro de Cântico dos Cânticos está repleto de descrições a respeito do desejo eda satisfação de um casal.

A demonstração de amor é intensamente demonstrada por contatos físicos e de carinho, cujas práticas contínuas, no relacionamento do casal, são o caminho para afastar as “raposinhas” das “vinhas”. O relacionamento sexual, como prática comum da vida do casal, é uma bênção de Deus para a satisfação do casal, a fim de que o interesse sexual se mantenha em seu devido lugar.

II . Moeda de troca?

Como visto, há uma relação de direito no casamento; essa relação é tão profunda que Deus olha marido e mulher como se fossem apenas um. Por isso o casamento não pode ser conduzido em meio a disputas de poder e nem pode ser baseado em uma constante troca de favores: “Você faz o que quero e eu faço o que você quer”.

Como templos do Espírito que somos, nosso corpo deve ser instrumento de santidade para ser utilizado com a mesma disposição de amor e dedicação, como Cristo fez com seu próprio corpo. Quando a Escritura compara a relação marido e mulher com a relação de Cristo e a igreja, ela está se referindo à entrega. A entrega do Redentor pelo bem de sua igreja é uma amostra da entrega graciosa que deve existir no matrimônio. O cônjuge não deve considerar apenas seu bem-estar, mas deve pensar nas necessidades e agir para o bem-estar do outro.

1 Coríntios 7 fala sobre a autoridade (poder) que um cônjuge tem sobre o corpo do outro. Efésios 5.21 destaca que há uma relação de constante sujeição de um em relação ao outro. Sexo, cuidado, amor, carinho e proteção se constituem modos de sujeição que um ser humano, antes cheio de si e que vivia para si, pratica em relação a seu cônjuge. Por amor, Cristo humilhou-se como servo, abriu mão de sua glória, sujeitou-se à forma humana, à lei e à morte. Ele não chantageou a igreja, não negociou sua entrega, mas entregou-se espontaneamente (Jo 10.18).

Usar o sexo como um prêmio pelas boas ações ou como punição pelos erros, é desvalorizar o próprio corpo. Enquanto Cristo o utilizou como meio de graça, perdão e vida, muitas pessoas o utilizam como meio de vingança, ira e condenação. Isso é tirar a sublimidade do corpo e deixar de reconhecer que a entrega tem de ter um significado; ela deve ser ligada ao amor e não à troca.

O movimento feminista, por exemplo, prega que a mulher deve ter poder sobre o próprio corpo (a ponto de decidir pelo aborto, por exemplo). O cristianismo luta para que o corpo seja utilizado, na relação entre marido e mulher, como um instrumento de bênção, intimidade, entrega, misericórdia e outras marcas que externem Cristo.

É evidente, contudo, que em um relacionamento de amor deve haver espaço para que cada coisa ocorra no momento e do modo certo. O marido ou a esposa, por exemplo, não podem passar o dia humilhando, magoando o outro e depois querer que o parceiro sinta desejo e se entregue. Uma ferida precisa ser tratada.

O perdão, no casamento, deve ser trabalhado, deve haver sujeição da humilhante confissão do erro e pedido de perdão, não como moeda de troca pelo sexo, mas para vivenciar o amor, a entrega e a sujeição mútua, e não uma ação unilateral e solitária.

Devemos lembrar que somos fracos e temos muito a caminhar, até chegarmos à estatura de Cristo.

III . E as fantasias?

Imaginação é uma qualidade muito valorizada hoje. De fato, criar uma fantasia pode ser algo não apenas interessante, mas animador e, na área sexual, ela pode ser interessante, além de demonstrar interesse na relação e na satisfação do outro. Por outro lado, fantasias podem dar vazão a desejos e paixões pecaminosos. Mais uma vez, por causa de nosso pecado, algo bom pode tornar-se mau.

Devemos ter cuidado com as fantasias, mas isso não significa que precisamos matar a imaginação. Os perigos são muitos, mas uma dose de bom senso tornar as fantasias seguras. Nesse sentido, Cântico dos Cânticos, como excelente guia, mostra dois aspectos importantes: exclusividade e romantismo. As comparações estranhas desses livro podem parecer até ofensivas para nós, mas, elas faziam todo o sentido naquela época, demonstrando o valor, a singularidade e a beleza do relacionamento entre Salomão e a jovem sulamita.

A valorização do marido e da esposa no livro de Cântico dos Cânticos mostra o primeiro aspecto: a exclusividade. A grandeza do prazer demonstrado por ambos dispensava uma terceira pessoa na relação dos dois “pombinhos”. Você pode estar perguntando: O que isso tem a ver com fantasiar? Ora, é sabido que muitas das fantasias em nossa sociedade incluem situações com personagens diferentes, além dos cônjuges. Por exemplo, fantasiar que o cônjuge é outra pessoa é uma maneira de projetar, imaginar que se está com outra pessoa.

A fantasia deve ser uma forma de externar desejo pelo cônjuge, portanto, ela não deve incluir outra pessoa, mas ressaltar, valorizar, reforçar a ligação entre os cônjuges. Pode parecer exagero, mas fantasiar que se é ou que se está com outra pessoa não é romantismo, é fuga e pecado. Não é nada romântico querer outra pessoa, ao contrário, essa atitude demonstra que o cônjuge não é importante, não é único em sua vida, nem mesmo quando você busca prazer. Por isso, as fantasias devem ressaltar o valor do outro por meio de declarações e ações que enfatizem a ligação emocional e sexual entre o casal.

Vejamos o significado de algumas declarações do casal de Cântico dos Cânticos.[1]

1.9: “Às éguas dos carros de Faraó” – as éguas egípcias eram muito enfeitadas e se destacavam em meios aos garanhões, causando admiração e excitação.
1.15: “Eis que és formosa, ó querida minha, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas” – possivelmente, uma referência à meiguice.
4.8: “Vem comigo do Líbano, noiva minha, vem comigo do Líbano; olha do cimo do Amana, do cimo do Senir e do Hermom, dos covis dos leões, dos montes dos leopardos.” – Líbano, Amana, Semir, Hermon são lugares altos, pontos de difícil acesso, que deveriam ser vencidos, para se chegar à pessoa amada.
8.10: “Eu sou um muro, e os meus seios, como as suas torres…” – uma referência tanto à integridade moral da jovem como à sua maturidade sexual, que mostra-se reservada a seu amado.

Perceba que essas figuras e fantasias estão ligadas a imagens que enalteçam o relacionamento do casal. 

Não há espaço para terceiros, pelo contrário, o foco é a troca de prazer, o amor e a atenção de um em relação ao outro. Esse é o romantismo ensinado como uma forma de relação que revela verdadeiramente o amor de Cristo por sua igreja.

IV . Nada além das quatro paredes

Pelo que vimos, o relacionamento de um casal não deve ir além das quatro paredes. Ao erguer as quatro paredes para a vida sexual, o casal deve seguir estes padrões bíblicos: amor, abnegação, satisfação e respeito; essas quatro “paredes”, quando ligadas, formam o ambiente seguro para o relacionamento sexual de um casal.
A. Amor
O amor é a primeira parede de qualquer relacionamento. Ele nos leva a ter total interesse no bem-estar do próximo. Na conversa entre Deus e Abraão, sobre a destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 18.22-33), o Senhor declarou que seu amor pelos justos o levaria a poupar aquelas cidades. Já 1 Coríntios 13 nos mostra que o amor é uma inclinação em favor do outro. Um relacionamento amoroso se estabelece somente quando duas pessoas desejam e trabalham pelo bem um do outro; e isso deve ser aplicado no relacionamento sexual do casal: o interesse não é somente buscar o próprio prazer, mas também o do outro.
B. Abnegação
A abnegação é a marca do amor verdadeiro da igreja de Cristo. Paulo ressaltou isso ao falar da igreja de Tessalônica (1Ts 1.3), que mostrava abnegação ao apoiar os necessitados, ao abrir mão de parte de seus recursos pelo bem do outro.

Uma relação matrimonial que revele como deve ser a igreja do Senhor tem na abnegação um importante parâmetro. No relacionamento conjugal, ambos devem se entregar, abrindo mão de si mesmo pelo bem do outro. Amor e abnegação são paredes que, unidas, formam parte da estrutura de um lar. O amor nos move em direção do outro, em favor do outro; já a abnegação nos move para longe de nós mesmo. Tanto o amor como a abnegação foram demonstrados por Cristo (Fp 2.5-11).
C. Satisfação
Paulo demonstrou seu amor aos filipenses, mesmo diante de tantas pessoas que tornavam sua prisão ainda mais dura. Ele mostrou que seu desejo em permanecer era ver os frutos do evangelho na vida de seus irmãos. A satisfação de quem ama é a satisfação da pessoa amada.

Esse princípio também se aplica na vida conjugal. A terceira parede da intimidade do casal é a satisfação. O amor é uma ação em favor do outro. Quando amamos o nosso cônjuge o seu bem-estar é uma satisfação para nós.
D. Respeito
A quarta parede, o respeito, completa o fechamento correto da relação de um casal. Em tempos em que tanto se fala de fantasias e de coisas para “apimentar” a relação, devemos lembrar que a Palavra de Deus preza a honra do corpo. Antes de ser meio de prazer para um casal, o corpo é oferta a Deus (Rm 12.1).

O prazer e a satisfação do próprio corpo não devem ser o foco do ser humano. Antes de tudo, o corpo deve ser encarado como instrumento para serviço de Deus. Além da satisfação sexual do casal, Deus nos constituiu para seu serviço, por isso imprimiu-nos sua imagem e semelhança. O uso do corpo deve ser respeitoso, de modo que nem esposo, nem esposa, o usem indevidamente, sem objetivar a glória de Deus.

Infelizmente, diante de tanta perversão sexual, os crentes têm adotado formas grotescas de sexo, que desviam o propósito de Deus para nosso corpo. Para que um casal cristão não ceda à tentação de imitar o que a pornografia vende como sendo simples formas de se esquentar a relação é preciso haver respeito entre os cônjuges.

Conclusão

Sexo é importante e deve ser praticado dentro dos limites do matrimônio. Não deve ser usado como moeda de troca. Há uma forma bíblica para o romantismo e, para alcançá-la, o casal deve construir sua relação a partir de quatro pilares sólidos; são eles: o amor, a abnegação, a satisfação e o respeito.

O cristão deve ter cuidado com as inspirações, e as fontes de onde ele tira ideias para incrementar o relacionamento sexual. Além disso, ele deve enxergar o corpo, a relação sexual e a vida a dois como um serviço diante de Deus e não como uma simples forma de satisfação pessoal.

Aplicação

Leia com atenção Cântico dos Cânticos e pense bem no “romantismo” que o mundo oferece atualmente. Sua ideia de romantismo tem sido mais parecida com os ensinos da Escritura ou com os ditames do mundo?

[1] Notas da Bíblia de Estudo de Genebra.

 Estudo publicado originalmente na revista Nossa Fé, da Editora Cultura Cristã. Usado com permissão.

Leia mais
» Homem e mulher os criou

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/a-beleza-da-intimidade-sexual/

June 12, 2018

Porque casei com 20 e poucos anos

.
- Luiza Agreste Nazareth

Achei interessante a reação quase unânime de todos que me encontraram nestes últimos dias ao saberem do meu noivado: “Mas já?! Por quê? Você é tão nova!”. Aí logo pensei: “Poxa! Como eu gostaria de poder contar o porquê de ser assim”. É lógico que uma conversa como esta mereceria uma longa tarde entre xícaras de café e cookies em uma boa cafeteria, mas estas palavras podem vir por aqui mesmo, pra quem eu não conseguiria proporcionar isto.


Pra começar, o por quê. Primeiro, não estou grávida. Segundo, não é tanto pela cerimônia ou festa em si. Não é por um dia em que eu possa usar um vestido branco e, aparentemente, transformar todas as minhas vontades em pequenos detalhes de um evento. Vai além disso. Vai muito além de assinar um contrato ou de dizer “sim” na frente de nossas famílias e amigos. Não é por que encontrei o meu “príncipe encantado” e estou perdidamente apaixonada por ele, sem conseguir raciocinar direito (por mais que eu esteja perdidamente apaixonada e o ache um príncipe, hehe – e ainda acho, amor!). E, definitivamente, pra quem me conhece bem, não é porque eu não conseguiria viver bem sozinha.

Noivar, pra mim, é uma opção de me engajar na construção da felicidade na vida de outra pessoa. Em inglês, noivar é “to get engaged”. Em minha opinião, essa expressão capta melhor o significado desse momento. Noivar é se comprometer, é dizer publicamente que estou “engaged” – engajada – em uma jornada de tornar outra pessoa feliz que não a mim mesma, mesmo sabendo que este caminho muitas vezes irá passar por eu abnegar da minha própria vontade.

Esses dias, vendo o programa de televisão Bones (nossa! não vejo esse programa há anos! hehe) ouvi um diálogo muito bacana. Era entre a protagonista e um japonês que tinha acabado de perder sua irmã em um assassinato. Ela o perguntava se valia mesmo a pena ter a sua felicidade tão atrelada à felicidade de outra pessoa. Ele respondeu prontamente: “Se eu seria capaz de dar a minha vida por uma pessoa, por que não trocaria a minha felicidade pela dela?”.

É isso aí. Concordo plenamente.

Casar é conjugar um futuro no qual o “eu” se torna um “nós”. Casar assim, desejando e buscando sinceramente o melhor para o outro, não é fácil em uma sociedade que prega que “se você não se importar com você mesmo, quem mais irá?”. Casar é juntar duas culturas, duas personalidades, dois temperamentos, dois modos de dormir na cama, de organizar as roupas no armário e de escovar os dentes. É juntar tudo que é completamente diferente e querer que isso se torne uma coisa só. É mais do que lógico que sai faísca, e muita! Mas é justamente essa antítese que faz florescer o amor ou queimar a última esperança.

Nesse conjugar de valores, ideias e jeitos, aprendemos que não somos o centro do universo, que o seu jeito nem sempre é o melhor e que alguém sempre tem que ceder – e, às vezes, esse alguém será você. Aí entra o amor. Não esse amor piegas-romântico, mas um amor que se consolida em meio às fraquezas e limitações do outro. Um amor-escolha que faz com que o ceder seja como uma partida de frescobol, na qual o objetivo comum é não deixar a bola cair. Pena que muitos entram em um casamento como se estivessem em lados opostos de uma partida de tênis, não vendo a hora de o outro deixar a bola cair pra poder ganhar. É um desafio e tanto abrir mão e entregar a sua felicidade para ser conjugada por outra pessoa que não você mesmo. Só se pode fazer isso por alguém que você tem certeza que também daria a vida por você.

Mas, enfim, agora que já esclareci o por quê, vamos à resposta da outra pergunta: “mas já?”. Sim, já. Não por me sentir capaz ou mesmo pronta. Mas porque encontrei alguém, com 20 anos, em quem vi um amor capaz de dar a própria vida por mim. Encontrei alguém em quem valeria a pena investir minha vida e a quem poderia confiar minha felicidade. Alguém com quem eu gostaria de passar o resto da minha vida e queria começar isso logo, com 20 e poucos anos. Pode ser que, pra muitos, isso pareça difícil demais de digerir. Investir sua vida na vida de outra pessoa? Simplesmente abrir mão de sua própria realização para se preocupar mais com a felicidade de outro do que com a sua? Fazer isso com 20 e poucos anos e deixar de “curtir” sua juventude?

Calma, deixei o mais importante para o final.

Só posso confiar minha felicidade a alguém porque um dia já encontrei uma fonte inesgotável de alegria e paz. Assim como o Paulo, a quem tenho escolhido amar. Só podemos nos propor a isso, desta maneira, porque estamos sendo ensinados a amar pelo Perfeito Amor. Assim, podemos assumir esse compromisso um com o outro tendo plena consciência de que não seremos capazes de cumpri-lo e que erraremos muitas vezes nessa tentativa. Isso mesmo! Você leu direito. Nós não seremos capazes a não ser que o que nos mova e capacite seja a graça do nosso Pai. E, sinceramente, tem jeito melhor de curtir a vida do que construindo uma caminhada junto com seu amor e melhor amigo?

Gosto de pensar que, se quisermos começar essa caminhada sozinhos, seremos sempre dois. Dois pensamentos diferentes que querem trilhar dois caminhos diferentes e não abrem mão disso. Mas se optarmos por caminhar a três, só assim poderemos ser um. Sendo um, não existirá mais “meu” ou “dele” e poderemos conjugar, juntos, a nossa felicidade.

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2018/05/16/porque-me-casei-com-20-e-poucos-anos/

June 08, 2018

Quando e como terminar um namoro?

.
- Jean Francesco
Terminar um namoro nunca é uma decisão fácil. Estamos falando de duas pessoas que um dia se entregaram uma à outra e depois de algum tempo escolheram romper relações. Quando iniciamos uma aliança com alguém, nossos corações, nossas vidas e nossos sonhos se misturam e, uma vez que quebramos esse laço afetivo, é praticamente impossível pelo menos um dos lados não se sentir ferido, triste e quebrado por dentro. É por isso que relacionamento, como disse em outro texto (Como começar um namoro cristão), é coisa pra gente que já tem alguma dose mínima de maturidade e responsabilidade. Relacionamentos unem, alegram e fazem bem ao coração, mas ao mesmo tempo eles também têm o poder, se não bem administrados, de dividir, entristecer e machucar de maneiras significativas.
Eu mesmo sou prova disso. Sou um exemplo vivo de como é duro frustrar e magoar alguém por não entender quão sérias são as implicações de começar um namoro. Certa vez, tentei despertar em mim o amor por uma garota muito legal que certamente cumpria todos os critérios para ser uma ótima esposa. Começamos a namorar. Visitava os seus pais com frequência. Parecia estar tudo muito bem. Mas, no final das contas, por não haver em mim nenhum sentimento real por ela, acabei machucando gravemente seu coração quando, após poucos meses de relacionamento, pedi para terminar. E é por esta razão que muitos namoros deveriam terminar: porque na verdade não deveriam nem ter começado.
O belo poema de Mário Quintana é cirúrgico sobre isso:
“Nunca diga ‘te amo’ se não te interessa. 
Nunca fale sobre sentimentos, se estes não existem. 
Nunca toque numa vida, se não pretende romper um coração. 
Nunca olhe nos olhos de alguém, 
se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti. 
A coisa mais cruel que alguém pode fazer 
é permitir que alguém se apaixone por você, 
quando você não pretende fazer o mesmo”.
Em outras palavras, precisamos ser honestos e diretos desde o início com alguém antes de criarmos falsos sonhos em seu coração que não conseguiremos tornar realidade. Não tomar essa atitude responsável no princípio da relação produz namoros longos e sem propósito. Tome, por exemplo, a fala de um rapaz que namorava uma menina há 10 anos. Perguntei a ele se tinham planos para casar. A resposta foi a pior possível: “Estamos juntos há dez anos, mas ainda não tenho certeza de que ela é a pessoa certa pra mim, preciso pensar mais um pouco”. A questão que se coloca é a seguinte: Se esse rapaz ficou dez anos ao lado dessa moça e ainda tem dúvidas, quantos anos mais ele precisará viver ao lado dela para começar a ter convicções? Não queria estar na pele daquela moça… não mesmo.
Mas vamos ao que interessa. Quais são os sinais de um relacionamento fadado ao fracasso? Como proceder sabiamente em direção ao término? Os conselhos que vou compartilhar aqui não são decretos imutáveis que funcionarão em qualquer relacionamento, nem princípios atemporais aplicáveis em todos os casos. Você terá que ser sábio e tomar a decisão por si mesmo. Tenha em mente que os alertas a seguir são como placas espalhadas pela estrada em meio a um nevoeiro, ou como sinais luminosos no chão para que você não se perca no caminho. Quatro sinais são extremamente relevantes: 1. Perda de propósito; 2. Ruptura na pureza; 3. Irresponsabilidade financeira; 4. Incompatibilidade de personalidades.
  1. Perda de propósito
Em primeiro lugar, a ausência de propósito num relacionamento é um sinal claro de que ele não vai a lugar nenhum. É possível que você tenha conhecido alguém por um “acaso” e, com o passar do tempo, desenvolveram suas responsabilidades, afeto, sonhos e propósitos juntos. Isso é um bom sinal. Uma curva do acaso para o propósito foi feita e isso é um indicativo de sucesso na relação. Por outro lado, se você conheceu uma pessoa, decidiram ficar juntos, os meses e anos têm passado e vocês simplesmente estão perdidos sem saber para onde ir… parece que o relacionamento não passa de um “passatempo”. Perguntem a si mesmos: Por que estamos juntos, afinal? Namoro não deve ser encarado como um passatempo. Namoro não é pegar alguém emprestado. Namoro é um ensaio para o casamento.
  1. Ruptura na pureza
Em segundo lugar, a perda da pureza sexual do casal — seja pelo sexo antes do casamento ou devido a uma traição — é outro sinal de alerta para alguém que pensa em ter um relacionamento sério. A lógica da sabedoria bíblica é a de que compromisso precede intimidade, casamento precede sexualidade, entrega de vidas precede entrega de corpos. Agir na contramão dessa lógica é semear desconfiança em seu próprio coração. Afinal, se o teu parceiro(a) quer intimidade antes de ter compromisso, quem te garante que ele(a) não buscará intimidade sem compromisso depois (com outros)? Conversem sobre isso de forma séria. Quem ama de verdade não verá problemas em esperar um pouco para não precisar esperar nunca mais. Se alguém “diz” que te ama, mas se nega a esperar para ter relações sexuais com você, na verdade essa pessoa não ama você, mas sim seu próprio desejo egoísta de ser feliz.
  1. Irresponsabilidade financeira
Em terceiro lugar, a completa falta de responsabilidade financeira e profissional de uma das partes é uma placa de alerta no relacionamento. De acordo com a sabedoria bíblica, um homem não deve unir-se a uma mulher a menos que esteja preparado para deixar a casa de pai e mãe. Não estamos falando do mito da estabilidade financeira, nem de ter uma casa própria, mas de ter trabalho, renda e condições mínimas para dar dignidade a quem você ama. Se você está namorando alguém que não apresenta a mínima preocupação em trabalhar, estudar, desenvolver-se profissionalmente, sair da casa dos pais e te oferecer uma vida digna, tenham uma conversa séria sobre isso e, caso mudanças não aconteçam, fuja dessa pessoa enquanto é tempo.
  1. Incompatibilidade de personalidade
Em quarto lugar, a total incompatibilidade de personalidades é uma trombeta contra um relacionamento saudável. É bom termos em mente que isso tem a ver com os aspectos essenciais de um relacionamento, não com os secundários. Do que estamos falando? Aspectos secundários são os gostos pessoais: time, predileções, comidas, traços da personalidade, entre outras coisas. Isso tudo é absolutamente normal e não deve preocupar o casal. Por outro lado, os aspectos essenciais dizem respeito a pelo menos três coisas: caráter, religião e sonhos. Se você não tolera desonestidade, será difícil conviver com alguém que ganha a vida pela trapaça. Se você professa uma religião diametralmente oposta à de seu namorado(a), será quase impossível concordarem com uma série de coisas essenciais da convivência (a menos que haja conversão). Se você tem o sonho de trabalhar viajando o mundo praticamente todos os dias do ano, será muito difícil se dar bem com alguém que almeja ser dona de casa e criar filhos. Não jogue nada disso para debaixo do tapete. Namoro serve para deixar tudo às claras e não brincar com a vida, o presente e o futuro dos outros.
Por fim, peça a Deus sabedoria antes de tomar qualquer decisão precipitada. Converse também com seus pais, amigos e casais experientes. Certamente a orientação deles vai ampliar os seus horizontes e te preparar para uma decisão acertada. Coloquem os quatro alertas na balança. Não leve a relação “com a barriga”. Não deixe para amanhã aquilo que pode ser feito agora. Relacionamentos sem dúvidas envolvem emoção, mas devem estar fundamentados, antes de tudo, na verdade. Espero que as placas de sinalização apresentadas aqui te ajudem a formar um juízo sóbrio sobre o rumo que seus relacionamentos estão tomando. Que Deus te ilumine e te dê sabedoria no caminho.
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2018/06/15/quando-e-como-terminar-um-namoro/

June 07, 2018

Quando é hora do namoro virar casamento?

.
- Jean Francesco 

É difícil começar um texto com esse título sem antes mencionar que, se tratando de relacionamentos, cada caso é um caso. No fim das contas, ninguém está credenciado a dizer a hora exata em que um namoro deve começar ou terminar senão o próprio casal. Portanto, não leia esse texto como uma espécie de “receita de bolo”. Definitivamente não. Ao invés de dar uma receita, escrevo este texto como alguém que deixa pistas pelo caminho a fim de que você mesmo consiga trilhá-lo e decidir o que irá fazer com seu relacionamento. A pergunta é a seguinte: Qual seria a hora ideal de um namoro culminar em casamento?
Acredito que existem dois mitos que atualmente impedem muitos namorados de decidirem pelo casamento: a tão sonhada estabilidade financeira e o desejo pela casa própria. Alguns acreditam que o namoro só poderá transformar-se em casamento quando as finanças não forem mais um problema. Mas pense bem, quantas pessoas em nossa sociedade têm estabilidade financeira? Quanto tempo demora para chegar neste patamar? Quantos anos de namoro vamos precisar ter até alcançar este nível? Ou podemos nos perguntar algo ainda mais sensato: Existe, de fato, esse negócio chamado estabilidade financeira?
De acordo com a sabedoria bíblica, não devemos depositar nossa esperança na instabilidade da riqueza. Colocando de outra forma, não existe essa tal estabilidade financeira pelo simples fato de que a relação de ter ou não ter dinheiro é absolutamente incerta e variável (1 Timóteo 6.17-19). Ao invés de confiarmos em nossa capacidade de ganhar dinheiro, o apóstolo Paulo nos recomenda a confiar em Deus, o qual tudo nos proporciona de acordo com as nossas necessidades. Embora seja nosso dever trabalhar duro, fazer planos e procurar ter uma vida financeira saudável, depositar nossas esperanças em nós mesmos é um sinal de orgulho. Nossa única esperança de sustentabilidade está no amor, na bondade e nos cuidados do nosso Deus. Nosso futuro, embora possa e deva estar em nossas planilhas, está exclusivamente nas mãos do Todo-Poderoso. Podemos fazer planos, mas é Deus quem dá a última palavra (Tiago 4.13-15).
Está na moda ouvir também que, antes de casar, os noivos precisam comprar sua casa própria. Alguns argumentam que esse é um investimento excelente para os recém-casados. Mas… será mesmo? O consultor financeiro Gustavo Cerbasi discorda dessa ideia. Para ele, “a última prioridade dos recém-casados deve ser comprar um apartamento”. Ele dá um conselho valioso:
Eu acho que eles (jovens) necessariamente não devem comprar casa própria… Mais perto dos 40 anos, a renda é maior, você acumulou FGTS e pode entrar no financiamento para quitar o imóvel em 10 anos, ao invés de ficar 30 anos pagando. Meu convite é para os que jovens diminuam o gasto fixo, continuem aproveitando o que motivou o casamento, como romantismo, lazer, cuidado de um com o outro, e experimentem a vida para criar condições de ganho (Disponível aqui)
Eu tenho a impressão de que a maioria dos nossos pais se casaram em condições bem humildes no início e, somente após muitos anos de desenvolvimento pessoal, tiveram condições de adquirir uma casa própria. Não é um problema começar pequeno. Não é um problema construir juntos. Não podemos sonhar em começar um casamento partindo de onde os nossos pais estão hoje. Precisamos escrever a nossa própria história. A vida não começa pronta, casais inteligentes devem crescer juntos.
Longe da assombração da obrigatoriedade de estabilidade financeira e casa própria, nossa visão é a de que o namoro deve progredir para o casamento quando tiver bons alicerces. Existem pelo menos quatro coisas que devem estar bem alicerçadas: 1. Compromisso, 2. Independência paterna, 3. Desejo sexual, 4. Dependência de Deus.
  1. O alicerce do compromisso
Primeiro, o casal precisa refletir a respeito do compromisso que um tem em relação ao outro. Sonham juntos? Suas vidas convergem para o mesmo propósito? Seus planos contemplam a vontade das duas partes? Muito mais do que sentimentos, o amor é bem traduzido numa relação de pleno compromisso. Amar é decidir viver em aliança. Assim, o primeiro sinal de que o namoro já está na hora de virar casamento é o desejo de ambos somarem suas vidas numa só direção. É a vontade de viver a dois. Quando a responsabilidade é mútua, o senso de pertencimento é recíproco e você não consegue mais pensar na sua própria vida sem que outra pessoa esteja incluída no projeto, é um momento ideal de marcarem o dia de dizer “sim”.
  1. O mínimo de recursos necessários ou independência paterna
Em segundo lugar, está na hora de casar quando você percebe que pode caminhar com “as próprias pernas”, sem a ajuda de seus pais. Vocês conseguem viver sozinhos com o mínimo de maturidade financeira? Você tem um trabalho que te dê condições mínimas de sobrevivência? Boa notícia. Eu aconselho vocês a fazerem um diagnóstico de como lidam com dinheiro, trabalho, profissão etc. Conversem sobre dinheiro no namoro. Perguntas como: 1. Quanto precisamos para viver? 2. Qual é a nossa receita atual? 3. Como gastaremos nosso dinheiro? 4. Quem irá administrar os ganhos? 5. Que tipo de casamento (festa e cerimônia) está dentro do nosso orçamento? Se vocês têm respostas para essas perguntas, pensar na data do casamento é uma atitude muito sensata.
  1. O desejo sexual constante
Terceiro, outro indicativo de que está chegando a hora apropriada de casar é o desejo constante pela intimidade sexual. Sentir desejo sexual pela pessoa que você está namorando não é algo ruim, pelo contrário, é uma dádiva, um presente, uma benção de Deus. Porém, você pode jogar isso facilmente na lata do lixo se não tomar a atitude certa, no momento certo.
Planeje seu casamento: a data, o local, a cerimônia, o custo, o aluguel da casa, os móveis, carro, contas, plano de saúde, e peça ajuda aos seus amigos de confiança para caminharem ao seu lado, pois eles são indispensáveis. Isso vai exigir muita responsabilidade da sua parte, vai ter que suar a camisa o tempo todo, mas valerá muito a pena. É melhor casar com poucos recursos, numa casa simples e sem luxos, honrando a Deus com sua santidade, do que esperar para viver em condições melhores enquanto o pecado domina o seu namoro. Sim, é melhor ser um casal pobre e santo do que continuar um namoro impuro que idolatra o conforto. Deus honra aqueles que vivem em santidade e simplicidade.
  1. Dependência de Deus
Quarto, comprometam-se com a Palavra de Deus, disponham-se a viver em oração e em santidade. Ele irá sustentar vocês; sejam confiantes. Um casal que planeja o dia do compromisso para depois desfrutar o dia da intimidade, sem dúvidas, será muito abençoado por Deus. Quando começamos a namorar com o mínimo de maturidade espiritual, financeira, moral e social, dificilmente o casamento chegará atrasado. Tive o privilégio de celebrar o casamento de amigos que tinham apenas 1, 2, 3, 4 anos de namoro. Tive o privilégio de namorar dois anos, desfrutar um ano de noivado e casar. Não troco essa benção por nada. Casar vale muito a pena!
Você não precisa e nem deve viver a vida de casado no namoro. Planeje-se para curtir a vida de casado, casado. Seu namoro pode ser um bom ensaio para o casamento ou um total desastre. Por isso, concordo com um grande amigo que diz: “Namoro bom sempre dá em duas coisas: Casamento ou em separação”. Colocando a ironia de lado, em outras palavras, quando o namoro é bom, sempre vai dar em casamento, já quando o namoro não anseia chegar ao casamento, precisa ser desmanchado antes de virar uma bola de neve.
Finalmente, eu acredito que as quatro pistas acima são sinais suficientes para você tomar uma decisão sábia. Minha esposa e eu seguimos esses passos. E eu te garanto: o casamento é uma das melhores formas de diversão da juventude que Deus poderia ter planejado. A sabedoria bíblica ensina que curtir a vida como jovem, entre outras coisas, se dá através do casamento. Casei com meus vinte e poucos anos e não tenho do que me arrepender, fiz a melhor escolha de minha vida.
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2018/06/13/quando-e-hora-do-namoro-virar-casamento/

June 06, 2018

Como começar um namoro cristão?

.
- Jean Francesco
Começar um namoro não é uma decisão simples. Para iniciar um namoro cristão é preciso ter em mente com clareza o que é um relacionamento à luz das Escrituras, seu propósito último e os critérios mínimos que devemos buscar em nós mesmos e em nosso futuro par. Escrevo este texto para ajudar você — que provavelmente se encontra nesta fase da vida — a decidir com sabedoria quando e como é hora de começar um namoro.
Obviamente, muita gente tem opiniões diferentes sobre quando se deve começar o namoro. Movidos pelo espírito hedonista da nossa cultura, alguns acreditam que o ponto de partida para iniciar um relacionamento é simplesmente a “vontade de começar”. Nessa perspectiva, a carência, os desejos e os sentimentos são os sinais que mostram quando é a melhor hora para começar a namorar. Vários jargões do tipo “siga a voz do coração”, “faça aquilo que você quer”, “tenha liberdade”, e “entregue-se nos braços da paixão” estão aí para dizer que, no fundo, o importante é você se sentir bem, apesar dos apesares.
Por outro lado, como cristãos, nossa opinião é bem diferente disso. Ela está um pouco deixada para escanteio ultimamente, mas continua viva: Namore quando tiver um pouco de maturidade. Se você é adolescente, com certeza sentiu um aperto no coração ao ler isso! O critério mais sábio para iniciar o namoro não é o sentimento ou a vontade, é o princípio da maturidade. Não resta dúvidas de que a questão da idade é relativa. Dependendo da cultura, as coisas mudam bastante. Maria, mãe de Jesus, por exemplo, casou-se com José quando tinha cerca de 16 ou 17 anos. Isso significa que ela iniciou seu relacionamento pré-marital sendo uma adolescente.
No entanto, na época de José e Maria, os noivados eram arranjados entre os clãs até o momento do casamento. Não existia namoro. Isso perdurou por milênios. Minha avó, por exemplo, casou-se com 14 anos, pois meu avô prometeu ao seu pai cuidar dela como se fosse sua própria filha. Eles viveram juntos por mais de 50 anos. Será que podemos comparar aqueles “adolescentes” com os “adolescentes” de hoje? São diferenças radicais.
Mas vamos ao que interessa: Como podemos saber se temos maturidade suficiente para iniciar um relacionamento com alguém? Sugiro alguns itens essenciais:
  1. Satisfação pessoal
Em primeiro lugar, tem muita gente que deseja namorar para se tornar feliz. Será que na prática isso dá resultados? Na perspectiva cristã, isso simplesmente não funciona. Não namoramos para ficarmos felizes, namoramos para compartilharmos a felicidade que já possuímos. Nós, cristãos, sabemos que a felicidade e realização do nosso ser estão em Deus. A menos que já tenhamos descoberto o amor de Deus, revelado na pessoa de Jesus, nenhum outro amor dará conta de nos fazer felizes.
Não coloque sobre as pessoas expectativas que somente Deus é capaz de suprir. O contentamento, por exemplo, é um presente que apenas Deus é capaz de oferecer, portanto, cada vez que colocamos a nossa esperança de sermos satisfeitos em uma relação amorosa, estamos, na verdade, procurando nos seres humanos aquilo que só podemos alcançar no divino. Enquanto você não alcançar algum contentamento em sua dimensão pessoal, não valerá a pena se envolver em qualquer relacionamento amoroso.
Meu conselho é: procure amadurecer em sua vida espiritual, pois se você não possui uma espiritualidade sadia antes de namorar, provavelmente não irá desenvolvê-la em um namoro. Não é impossível, mas é bem menos provável.
  1. Engajamento profissional
Em segundo lugar, você trabalha ou tem alguma renda? A pessoa que deseja namorar e se casar precisa ser alguém financeiramente responsável. Eu não aconselho que você inicie um namoro antes de ganhar seu próprio dinheiro — mesmo que seja bem pouco. A lógica desse raciocínio é plenamente bíblica. Na criação, por exemplo, Deus instituiu o casamento após instituir o trabalho. Adão tinha pelo menos três profissões antes de encontrar sua querida Eva: 1. Administrador do jardim; 2. Agricultor; 3. Biólogo (sendo um taxonomista por excelência, dando nome aos animais). Sim, a primeira coisa que Deus criou após ter criado o homem não foi a mulher, foi o trabalho. Portanto, antes de qualquer homem tocar em mulher, precisa primeiro pôr as mãos no arado e trabalhar. Salomão é bem claro ao dizer: “Cuida dos teus negócios lá fora, apronta a lavoura no campo e, depois, edifica a tua casa” (Provérbios 24.27).
Uma observação importante. Não acredito que todos os casais que começam a namorar antes de trabalhar estão necessariamente em pecado. Há casos e casos. Em alguns deles, isso seria realmente uma tolice, principalmente quando são adolescentes imaturos. Há também alguns jovens que namoram enquanto fazem faculdade em tempo integral e não podem fazer outra coisa a não ser estudar. Cada caso é um caso. De forma geral, o que as Escrituras tentam nos ensinar a esse respeito é que “responsabilidade precede relacionamentos”. Sendo assim, iniciar um namoro com uma pessoa que não é responsável, não faz planos para o futuro ou não se preocupa em prover os recursos para sua namorada e, em breve, futura esposa (e vice-versa) é não apenas uma atitude anti-bíblica, também é inconsequente.
  1. Valores e sonhos
Em terceiro lugar, quais são os seus valores de vida? Quais são também os teus sonhos pessoais? Todo ser humano precisa desenvolver seus valores de vida. Todo ser humano precisa ansiar por chegar em algum lugar. Antes de iniciar um namoro, você precisa ter convicções firmes sobre seus próprios valores e sonhos. Namoro é um tempo de preparação para o casamento. É o ambiente ideal para longas conversas, sobre todas as áreas da vida. É a hora de conhecer o que o outro pensa sobre verdade, família, religião, moralidade, honestidade, sonhos, trabalho, carreira, estudos, generosidade e respeito. Aproveite o seu estado de solteiro para pensar sobre essas coisas. Sem dúvidas, isso o ajudará muito no processo de encontrar seu par, iniciar o namoro, noivar e casar.
4. Passos práticos
Uma vez que os critérios acima forem respeitados, é hora de tomar atitude. Como começar um namoro cristão… na prática? Sugiro algumas ações bem concretas:
  • Ore e peça alguém especial a Deus (Provérbios 18.22, 19.14);
  • Seja um observador atento e escolha alguém que se encaixe naquilo que você está procurando;
  • Converse com essa pessoa e marquem um encontro;
  • Se tudo estiver correndo bem, não hesite em conhecer a família da pessoa, pedir a aprovação e benção dos pais;
  • Se tudo deu certo até agora, falta uma coisa: Peça a pessoa em namoro e deixe claro desde o início que seu objetivo no relacionamento não é passar tempo, mas entrar num ensaio até o casamento.
Para terminar, é sempre bom lembrar o essencial: namoro não é pegar alguém emprestado, é um vestibular para ter alguém para sempre. Namoro não existe para beijar e dizer tchau no dia seguinte. No namoro, ensaiamos um beijo porque pretendemos beijar para sempre. O namoro não é um fim em si mesmo, não devemos namorar por namorar, namoramos para casar. O fim principal do namoro é ensaiar bem todos os passos da dança até entendermos que estamos prontos para dançar com o nosso par para a vida toda.
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2018/06/11/como-comecar-um-namoro-cristao/