October 06, 2023

Terminar bem

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A) Introdução:

Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério. Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda”. 
2 Tm 4: 1-8

B) Você conhece a história de um jovem, filho de uma rainha belíssima e de um rei amado por Deus, que na sua juventude orou pedindo sabedoria? Sabia que Deus concedeu a ele sabedoria e inteligência, e tudo mais o que ele nem havia pedido: riquezas e honras (1 Rs 3: 3-15)? Mas, será que Salomão terminou bem como começou sua vida (1 Rs 11)? Nem sempre começar bem é garantia de obter um bom final.

C) RECAPITULANDO:

Atos 8
- Saulo consentindo na morte de Estevão
- Saulo perseguindo cristãos
 
Atos 9
- Conversão de Saulo na estrada de Damasco
- A mentoria de Barnabé
 
Atos 13
- 1ª. viagem missionária: Barnabé e Paulo
 
Atos 14
- retorno a Antioquia
 
Atos 15-18
- 2ª. viagem missionária: Paulo e Silas
  [1 ½ ano em Corinto]
  * cartas I e II Tessalonicenses (Corinto)
 
Atos 18-20
- 3ª. viagem missionária
   * cartas I Coríntios (Éfeso)
                II Coríntios (Macedônia)
                Gálatas (Corinto)
                Romanos (Corinto)
 
Atos 21
[v. 21 profecia de Ágabo]
- retorno a Jerusalém
 
Atos 22
- prisão
 
Atos 23
- enviado a Cesaréia (verão 58 dC)
 
Atos 24
- 2 anos preso (diante de Felix, apela para César) – (verão 58~outono 60 dC)
 
Atos 25-26
- diante de Pórcio Festo e Agripa
 
Atos 27
- 4ª. viagem missionária: tempestade
 
Atos 28
- Malta: naufrágio e víbora
- Roma: correntes
 
Obs:
* capacidade de lotação de um navio: 237 pessoas e 300 toneladas
* Alexandria: principal porto de exportação de trigo para Roma
* liderança em tempos de crise e lado prático de Paulo: dá instruções claras

At 28: 11-31 

11 Depois de ficarmos três meses na ilha, embarcamos num navio da cidade de Alexandria, que tinha na proa a figura dos deuses gêmeos Castor e Pólux. O navio tinha passado o inverno na ilha. 12 Nós chegamos à cidade de Siracusa, onde ficamos três dias. 13 Dali seguimos viagem e chegamos à cidade de Régio. No dia seguinte o vento começou a soprar do sul, e em dois dias chegamos a Potéoli. 14 Nessa cidade encontramos alguns cristãos que nos pediram que ficássemos com eles uma semana. E assim chegamos a Roma. 15 Os irmãos de Roma tinham recebido a notícia da nossa chegada e foram se encontrar conosco nos povoados de Praça de Ápio e de Três Vendas. Ao ver esses irmãos, Paulo agradeceu a Deus e se animou.

16 Quando entramos em Roma, Paulo recebeu permissão para morar por sua conta, guardado por um soldado.

17 Três dias depois, Paulo convidou os líderes dos judeus de Roma para se encontrarem com ele. Quando estavam reunidos, ele disse:

— Meus irmãos, eu não fiz nada contra o nosso povo, nem contra os costumes que recebemos dos nossos antepassados. Mesmo assim eu fui preso em Jerusalém e entregue aos romanos. 18 Eles me interrogaram e queriam me soltar, pois não acharam nenhum motivo para me condenar à morte. 19 Mas os judeus não queriam que me soltassem. Por isso fui obrigado a pedir para ser julgado pelo Imperador, embora eu não tenha nenhuma acusação para fazer contra o meu próprio povo. 20 Foi por esse motivo que pedi para ver vocês e conversarmos. Estou preso com estas correntes de ferro por causa daquele que o povo de Israel espera.

21 Então eles disseram:

— Nós não recebemos nenhuma carta da Judeia a seu respeito. Também nenhum dos nossos irmãos veio de lá com qualquer notícia ou para falar mal de você. 22 Mas gostaríamos de ouvir você dizer o que pensa, pois sabemos que, de fato, em todos os lugares falam contra essa seita à qual você pertence.

23 Então marcaram um dia com Paulo. Nesse dia, muitos deles foram ao lugar onde Paulo estava. Desde a manhã até a noite ele lhes anunciou e explicou a mensagem sobre o Reino de Deus. E, por meio da Lei de Moisés e dos livros dos Profetas, procurou convencê-los a respeito de Jesus. 24 Alguns aceitaram as suas palavras, mas outros não creram. 25 Então todos foram embora, conversando entre si. Mas, antes que saíssem, Paulo ainda disse mais uma coisa:

— O Espírito Santo tinha razão quando falou por meio do profeta Isaías aos antepassados de vocês. 26 Pois ele disse a Isaías:

“Vá e diga a esta gente: Vocês ouvirão, mas não entenderão; olharão, mas não enxergarão nada. 27 Pois a mente deste povo está fechada; eles taparam os ouvidos e fecharam os olhos. Se eles não tivessem feito isso, os seus olhos poderiam ver, e os seus ouvidos poderiam ouvir; a sua mente poderia entender, e eles voltariam para mim, e eu os curaria — disse Deus.”

28 E Paulo terminou, dizendo:

— Pois fiquem sabendo que Deus mandou a mensagem de salvação para os não judeus! E eles escutarão!

29 [Depois que Paulo disse isso, os judeus foram embora, discutindo com violência.]

30 Durante dois anos Paulo morou ali numa casa alugada e recebia todos os que iam vê-lo. 31 Ele anunciava o Reino de Deus e ensinava a respeito do Senhor Jesus Cristo, falando com toda a coragem e liberdade.


D) ESTUDO

v. 11: 3 meses na ilha - partida em fev ou mar num navio alexandrino com figuras de Castor e Pólux (filhos de Zeus, deidades guardiãs dos marinheiros)

v.12: 3 dias em Siracusa, principal cidade da Sicilia

v. 13: Regio (Calábria) e 2 depois chegaram em Potéoli

v. 14: 1 semana com os cristãos locais

v. 15: chegada em Roma: cristãos esperando: ao vê-los, Paulo agradece a Deus e sente-se encorajado.

v. 16: Em Roma, recebe permissão para morar por sua conta com um soldado, acorrentado junto dele (Ef 6: 20; Fp 1: 13, 14, 17; Cl 4: 3, 18; Fm 10, 13)

v. 17: 3 dias depois, Paulo convida os líderes judeus de Roma e apresenta sua defesa: “Meus irmãos” = reconhecimento do sangue judeu (Paulo sempre procura um ponto de convergência) / em caso de divergência, procure resolver primeiro com o envolvido (sempre dê a 1ª. chance de reconciliar cara a cara - Mt 18: 15-17)

v. 18: até os líderes romanos não haviam encontrado motivo

v. 19: estratégia de apelar a César apesar dele não ter nenhuma acusação contra os judeus

v. 20: esperança de Israel = Messias / preso com correntes de ferro - Ora, o Senhor é o Espírito e onde está o Espírito do Senhor ali há liberdade”. (2 Co 3: 17)

v. 21: líderes judeus locais não receberam nenhuma acusação

v. 22: abertura para ouvir o que Paulo tinha a dizer

v. 23: 1 dia inteiro explicou sobre o Reino de Deus por meio de Moisés e dos Profetas (Lc 24: 27, 44 = caminho de Emaús e discípulos)

v. 24: alguns ACEITARAM, mas outros não creram

vv. 25-28: enquanto saíram conversando entre si, Paulo cita Isaías [ qdo a sabedoria se torna arrogância e causa cegueira espiritual – Jo 9: 39-41)

vv. 26-27: Mc 4: 11-12, Is 6: 9-10 (Sl 115: 5-8, Sl 135: 16-18)

vv. 28: Atos enfatiza que O EVANGELHO É PARA TODOS!

v. 29: Judeus ficaram bravos (Provérbios adverte: o sábio ouve qdo recebe admoestação, mas o tolo não aceita)

v. 30: 2 anos em Roma numa casa alugada recebendo todos que queriam vê-lo (2 anos: período máximo legal de encarceramento): indícios de que Paulo não foi ouvido por César e sim solto por falta de acusadores

v. 31: anunciava o Reino e ensinava a todos sobre Jesus falando com toda coragem e liberdade - as cadeias físicas não impediram Paulo de pregar (sentido de urgência: quando temos consciência de que podemos morrer, damos prioridade ao que de fato importa (separamos o essencial do supérfluo).

Nas palavras de Paulo:

* No que acreditava:

“Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pela vontade de Deus, de conformidade com a promessa da vida que está em Cristo Jesus, ao amado filho Timóteo, graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor. Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com consciência pura, porque, sem cessar, me lembro de ti nas minhas orações, noite e dia. Lembrado das tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de alegria pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Loide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti. Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos. Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação. Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu; pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus, que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho, para o qual eu fui designado pregador, apóstolo e mestre e, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia”. (2 Tm 1: 1-12 - RA)

“Diante de tudo isso, o que mais podemos dizer? Se Deus está do nosso lado, quem poderá nos vencer? Ninguém! Porque ele nem mesmo deixou de entregar o próprio Filho, mas o ofereceu por todos nós! Se ele nos deu o seu Filho, será que não nos dará também todas as coisas? Quem acusará aqueles que Deus escolheu? Ninguém! Porque o próprio Deus declara que eles não são culpados. 34 Será que alguém poderá condená-los? Ninguém! Pois foi Cristo Jesus quem morreu, ou melhor, quem foi ressuscitado e está à direita de Deus. E ele pede a Deus em favor de nós. Então quem pode nos separar do amor de Cristo? Serão os sofrimentos, as dificuldades, a perseguição, a fome, a pobreza, o perigo ou a morte? Como dizem as Escrituras Sagradas: Por causa de ti estamos em perigo de morte o dia inteiro; somos tratados como ovelhas que vão para o matadouro.” Em todas essas situações temos a vitória completa por meio daquele que nos amou. Pois eu tenho a certeza de que nada pode nos separar do amor de Deus: nem a morte, nem a vida; nem os anjos, nem outras autoridades ou poderes celestiais; nem o presente, nem o futuro; nem o mundo lá de cima, nem o mundo lá de baixo. Em todo o Universo não há nada que possa nos separar do amor de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor”. (Rm 8: 31-39)

* Sobre os problemas que enfrentava:

“Em 5 ocasiões os judeus me deram 39 chicotadas. 3 vezes os romanos me bateram com porretes, e 1 vez fui apedrejado. 3 vezes o navio em que eu estava viajando afundou, e numa dessas vezes passei 24 horas boiando no mar. Nas muitas viagens que fiz, tenho estado em perigos de inundações e de ladrões; em perigos causados pelos meus patrícios, os judeus, e também pelos não judeus. Tenho estado no meio de perigos nas cidades, nos desertos e em alto mar; e também em perigos causados por falsos irmãos. Tenho tido trabalhos e canseiras. Muitas vezes tenho ficado sem dormir. Tenho passado fome e sede; têm me faltado casa, comida e roupas. Além dessas e de outras coisas, ainda pesa diariamente sobre mim a preocupação que tenho por todas as igrejas. Quando alguém está fraco, eu também me sinto fraco; e, quando alguém cai em pecado, eu fico muito aflito”. (2 Co 11: 25-29)

Agora me alegro em meus sofrimentos por vocês e completo no meu corpo o que resta das aflições de Cristo, em favor do seu corpo, que é a igreja. Dela me tornei ministro de acordo com a responsabilidade, por Deus a mim atribuída, de apresentar a vocês plenamente a palavra de Deus, o mistério que esteve oculto durante épocas e gerações, mas que agora foi manifestado a seus santos. A ele quis Deus dar a conhecer entre os gentios a gloriosa riqueza deste mistério, que é Cristo em vocês, a esperança da glória”. (Cl 1: 24-27)

“De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte”. (2 Co 12: 9-10)

* Em relação ao futuro:

“Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fp 1: 21)

Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda”. (2 Tm 4: 7-8)

Epílogo (segundo alguns estudiosos da tradição cristã):

- Este foi o 1º aprisionamento em Roma

   * cartas Filemon
                 Colossenses
                 Efésios
                 Filipenses

    * cartas I Timóteo
                 Tito

- 2º aprisionamento (67 dC):
   
    * carta II Timóteo

- Martírio de Pedro e Paulo (67-68 dC): Pedro foi crucificado de cabeça para baixo e Paulo decapitado.

E) REFLEXÃO -  O que aprendemos sobre Paulo:

  • de perseguidor passou a ser perseguido
  • de discípulo se tornou discipulador (recebe mentoria de Barnabé e depois se torna mentor de Timóteo, Tito, Priscila, Áquila e muitos outros)
  • final da vida - apesar das tempestades, das adversidades, das correntes: senso de dever cumprido
O segredo de Paulo? DEUS nele é que fazia toda a diferença!

Agora queria que você pensasse na sua própria história:
  • Onde você esteve, onde você está e para onde você vai?
  • O que você quer e o que você acha que DEUS quer de você? 
  • O que você vai fazer com o que Deus quer?
F) ENCERRAMENTO:

“O que, de fato, está acontecendo é o que o profeta Joel disse: “É isto o que eu vou fazer nos últimos dias — diz Deus —: Derramarei o meu Espírito sobre todas as pessoas. Os filhos e as filhas de vocês anunciarão a minha mensagem; os moços terão visões, e os velhos sonharão. Sim, eu derramarei o meu Espírito sobre os meus servos e as minhas servas, e naqueles dias eles também anunciarão a minha mensagem. Em cima, no céu, farei com que apareçam coisas espantosas; e embaixo, na terra, farei milagres. Haverá sangue, e fogo, e nuvens de fumaça; o sol ficará escuro, e a lua se tornará cor de sangue, antes que chegue o grande e glorioso Dia do Senhor. Então todos os que pedirem a ajuda do Senhor serão salvos.” (At 2: 16-21)

“Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”. (Jo 7: 38)

“Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito’, diz o Senhor dos Exércitos”. (Zc 4: 6)

“No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor sentado num trono alto e elevado. O seu manto se estendia pelo Templo inteiro, e em volta dele estavam serafins. Cada um deles tinha seis asas: com duas eles cobriam o rosto, com duas cobriam o corpo e com as outras duas voavam. Eles diziam em voz alta uns para os outros: “Santo, santo, santo é o Senhor Todo-Poderoso; a Sua presença gloriosa enche o mundo inteiro!” O barulho das vozes dos serafins fez tremer os alicerces do Templo, que foi ficando cheio de fumaça. Então eu disse: — Ai de mim! Estou perdido! Pois os meus lábios são impuros, e moro no meio de um povo que também tem lábios impuros. E com os meus próprios olhos vi o Rei, o Senhor Todo-Poderoso! Aí um dos serafins voou para mim, segurando com uma tenaz uma brasa que havia tirado do altar. Ele tocou a minha boca com a brasa e disse: — Agora que esta brasa tocou os seus lábios, as suas culpas estão tiradas, e os seus pecados estão perdoados. Em seguida, ouvi o Senhor dizer: — Quem é que eu vou enviar? Quem será o nosso mensageiro? Então respondi: Aqui estou eu. Envia-me a mim!” (Is 6: 1-8)

Fontes:
- Comentários Bíblia Vida Nova.
- Comentários Bíblia de Estudo NVI.
- BRUCE, F.F. Paulo, o apóstolo da graça - sua vida, cartas e teologia. São Paulo: Shedd Publicações, 2003.

PS- Trilha do dia: https://www.youtube.com/watch?v=nKYrTQDFqMg&t=3s

October 05, 2023

O tempo

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Para entender o valor de um ano:
Pergunte a um estudante que não passou nos exames finais.

Para entender o valor de um mês:
Pergunte a mãe que teve um filho prematuro.

Para entender o valor de uma semana:
Pergunte ao editor de uma revista semanal.

Para entender o valor de uma hora:
Pergunte aos apaixonados que estão esperando o momento do encontro.

Para entender o valor do minuto:
Pergunte a uma pessoa que perdeu o avião, o trem, ou o ônibus.

Para entender o valor de um segundo:
Pergunte a uma pessoa que sobreviveu a um acidente.

Para entender o valor de um milissegundo:
Pergunte a uma pessoa que ganhou a medalha de prata nas olimpíadas.

O tempo não espera por ninguém.
Valorize cada momento de sua vida.

PS- Trilha do dia: https://www.youtube.com/watch?v=RhXDO2a3-sE

October 04, 2023

Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão

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Mc 2:1-12
  1. Alguns dias depois, Jesus voltou para a cidade de Cafarnaum, e logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa.
  2. Muitas pessoas foram até lá, e ajuntou-se tanta gente, que não havia lugar nem mesmo do lado de fora, perto da porta. Enquanto Jesus estava anunciando a mensagem,
  3. trouxeram um paralítico. Ele estava sendo carregado por quatro homens,
  4. mas, por causa de toda aquela gente, eles não puderam levá-lo até perto de Jesus. Então fizeram um buraco no telhado da casa, em cima do lugar onde Jesus estava, e pela abertura desceram o doente deitado na sua cama.
  5. Jesus viu que eles tinham fé e disse ao paralítico: — Meu filho, os seus pecados estão perdoados.
  6. Alguns mestres da Lei que estavam sentados ali começaram a pensar:
  7. “O que é isso que esse homem está dizendo? Isso é blasfêmia contra Deus! Ninguém pode perdoar pecados; só Deus tem esse poder!”
  8. No mesmo instante Jesus soube o que eles estavam pensando e disse: — Por que vocês estão pensando essas coisas?
  9. O que é mais fácil dizer ao paralítico: “Os seus pecados estão perdoados” ou “Levante-se, pegue a sua cama e ande”?
  10. Pois vou mostrar a vocês que eu, o Filho do Homem, tenho poder na terra para perdoar pecados. Então disse ao paralítico:
  11. — Eu digo a você: levante-se, pegue a sua cama e vá para casa.
  12. No mesmo instante o homem se levantou na frente de todos, pegou a cama e saiu. Todos ficaram muito admirados e louvaram a Deus, dizendo: — Nunca vimos uma coisa assim!
- pr. Ariovaldo Ramos

Jesus está em Cafarnaum, sua base operacional. Ele foi para aquela cidade provavelmente porque, em Nazaré, não havia fé e é exaustivo realizar qualquer coisa onde não existe fé, mesmo para Jesus Cristo. 
 
Ele mudou então de cidade e muita gente O procurou para ouvi-Lo, para ser curado.
 
Dentre os que rumaram para Cafarnaum havia um grupo carregando um jovem paralítico na esperança de o colocarem em contato com Jesus. E Jesus, vendo a fé daquele jovem e de seus amigos, o curou.
 
Que bom que este homem tinha amigos...
 
O que teria acontecido se aquele moço paralítico não tivesse amigos? Qual teria sido a sua situação? Ele estava estirado num leito. Não tinha como locomover-se, nem como chegar onde Jesus estava. Como fazê-Lo saber da sua situação?
 
Mas ele tinha amigos... E que bom que ele os tinha!
 
Você alguma vez já precisou de um amigo e este lhe faltou? Você alguma vez já precisou de amigos e não achou um único sequer? Eu me lembro da história de um homem que ligou para um pastor pedindo ajuda: "Pastor, eu tenho 53 anos e estou numa situação muito difícil. A esta altura da vida eu fiz uma lista dos meus amigos e só achei dois!".
 
Há certas coisas, e certos momentos da vida, que a gente não vai conseguir fazer ou alcançar, sem a ajuda de amigos. Não tem jeito, simplesmente não dá pra fazermos tudo sozinhos. Além do que, a solidão é uma péssima companheira...
 
Mas, que bom que aquele homem tinha amigos. Quantos amigos você tem? De quantas pessoas você é amigo? Quantas pessoas podem contar com você? Com quantas pessoas você pode contar?
 
Que bom que os amigos dele eram "parteiros"...
 
Mas, amigos podem ser "parteiros" ou "coveiros". Sabemos que os parteiros ajudam crianças nascer, a virem à luz, enquanto que, os coveiros, as enterram.
 
Aqueles amigos acreditaram na possibilidade. Sim, porque, o que adiantaria ao jovem paralítico ter amigos que não acreditassem em sua cura? Talvez, ele até tivesse amigos que ficassem ao seu lado, distraindo-o na sua angústia, o que já não é má coisa.
 
Mas, seus amigos, o levaram a Cristo, porque acreditaram na possibilidade. Eles foram amigos "parteiros". Eles acreditaram que a vida daquele homem podia ser mudada. Eles acreditaram que Jesus Cristo podia mesmo fazer o milagre.
 
É muito difícil viver com alguém que nunca acredita nas nossas potencialidades, que são eternos "coveiros" das nossas ideias, dos nossos sonhos, possibilidades...
 
Esses amigos são maridos, filhos, pais, esposas, dizendo para seus respectivos cônjuges, filhos, ou pais: "Você não pode! Você não vai conseguir! Nem adianta tentar!". Pergunta: Como você é como amigo? Como você é como esposo? Como você é como pai, mãe, filho ou filha? Você é do tipo "parteiro" ou faz o estilo "coveiro"?
 
Quando as pessoas chegam a você elas são estimuladas, ou você acaba de enterrá-las? É muito difícil viver com gente assim, é muito difícil conviver com gente que diz: "Não dá! Não dá, não dá... Olha, você não vai conseguir!".
 
Isso mata as pessoas, mata grandes ideias e mata possibilidades no nascedouro. Quanta gente talentosa não desenvolveu seu talento porque, a primeira pessoa a quem demonstrou o seu potencial resmungou: "Ah, isso é bobagem! Não perca tempo com isso não... É besteira!", e um talento maravilhoso, uma possibilidade maravilhosa morreu ali.
 
Quantas pessoas se casaram esperando ser felizes e se viram dia-a-dia, anuladas por maridos ou esposas que só criticam: "Nem tente, que não dá! Bobagem, esquece... É perda de tempo! Isso não vai dar certo!"?
 
Que bom que esse homem tinha amigos dispostos a carregá-lo...
 
Há momentos na vida que precisamos ser carregados e, se não o formos, morreremos no meio do caminho. Questiono outra vez: Que tipo de amigo você é?
 
As pessoas sabem que podem contar com você para carregá-las? Você é dos tais "parteiros" que todo mundo gosta de ter por perto? Aquele sujeito que gosta de estar sempre incentivando: "Vamos lá! É isso aí! Nós vamos conseguir! Deus é bom e joga no nosso time!" ?
 
Que bom que ele recorreu aos amigos...
 
Quantos de nós estão sofrendo sozinhos?
 
A solidão é uma péssima companheira. A solidão é como o silêncio. E o silêncio só é bom quando, entre sons, comunica; quando é uma breve pausa entre sons, porque, se for eterno, é o silêncio da morte.
 
O silêncio é maravilhoso quando nos ajuda a apreciar melhor os sons que ouvimos, quando, recobra em nós, a capacidade do ouvir.
 
Mas, o silêncio é muito triste quando representa a interrupção de todas as nossas atividades. O silêncio é ótimo quando representa renovação e, muito triste, quando é o anúncio do fim.
 
A solidão também é assim. Ela é ótima quando é uma pausa entre encontros, mas, quando é resultado de um desencontro absoluto, ela se torna a pior das companheiras. E como é triste estar só!
 
Que bom que aquele moço recorreu aos amigos...
 
Quanta gente há, nestes dias, tentando se virar sozinha, achando que vai dar um jeito... Deus não criou o homem assim. Aliás, a segunda coisa que Deus disse sobre o homem foi: "Não é bom que ele esteja só".
 
Deus não criou os seres humanos para a solidão e nem mesmo Ele é um ser solitário mas triuno, como Pai, Filho e Espírito Santo. Deus é a comunhão de três grandes amigos, e criou os seres humanos à Sua imagem e semelhança para que eles também experimentem a comunhão da amizade e cheguem, guardadas as devidas proporções, à unidade.
 
Não é bom que o homem esteja só.
 
Mas, quanta gente sozinha há! Quanta gente há se julgando super-homem. Ora, super-homens não existem! Nietzsche dizia que o homem devia buscar superar-se a si mesmo e tornar-se um super-homem. Saiba que ninguém consegue ser o super-homem que Nietzsche preconizou. Ninguém consegue andar nos passos de Zaratustra, seus passos são muito tortuosos.
 
Todos precisamos de amigos, todos precisamos de ajuda porque, há momentos que a nossa fé, por melhor que seja, é insuficiente para nos levar à presença de Jesus Cristo. Não que precisemos de uma fé especial para chegar à presença de Cristo. Não é isto! Uma fé do tamanho de um grão de mostarda já faz muito.
 
É que a nossa fé é do tamanho da nossa esperança e quando a nossa esperança se desvanece e a fé vai embora com ela, aí não dá mesmo para chegarmos à presença de Jesus Cristo sozinhos.
 
E que bom que esses amigos sabiam o que fazer...
 
Aqueles homens sabiam a quem levar o amigo enfermo. Sabiam que deviam levá-lo à presença de Jesus Cristo.
 
Ser amigo é acreditar nas possibilidades que o outro tem a partir dos seus talentos, dos seus dons, das suas inclinações.
 
Ser amigo é acreditar na possibilidade do outro quando este é posto na presença de Deus. É acreditar que se for levado à presença de Jesus Cristo, Ele irá ajudá-lo de tal maneira que todos os seus dons, todas as suas capacidades, serão restauradas; tudo o que ele tem de melhor virá à tona, todo o seu talento emergirá e, ao invés dele ser carregado, ele é que vai sair de lá carregando.
 
Porque, fé, é crer nas possibilidades que existem, quando vamos à presença de Jesus Cristo.
 
É por isso que o livro de Hebreus diz que quem se aproxima de Deus precisa crer que Ele existe e que Ele se torna galardoador daqueles que O buscam.
 
Deus é assim. Quando você Lhe entrega um pedaço de madeira quebrada, Ele a devolve inteira, como se esta nunca tivesse tido sequer uma lasquinha, quanto mais uma fratura.
 
Deus é assim. Quando você leva a Ele um pavio que está se apagando, Ele o devolve como uma labareda. E uma labareda que incendeia pela eternidade!
 
Que bom que os amigos daquele moço paralítico sabiam onde levá-lo, como ajudá-lo e se dispuseram a carregá-lo.
 
Que bom que esses amigos não sonegaram os seus dons...
 
Sim, por que há amigos que se dispõem a ir com a gente até um determinado ponto, mas, quando se dão conta de que nos ajudar de verdade terão que dispor dos seus dons, da sua capacidade, do seu trabalho, do seu sacrifício, eles param.
 
Aqueles amigos, quando viram a multidão, com gente "saindo pelo ladrão" - tanta gente que não havia nem lugar para sentar - poderiam ter dito para o moço: "É companheiro, vai ficar para a próxima. Todas as portas estão fechadas", e fechadas por outras pessoas, por gente, o que é muito pior.
 
Porque quando as portas estão apenas trancadas, sempre se pode derrubá-las. Às portas, às janelas, seja qual for o obstáculo. Mas, quando gente decide atrapalhar, quando gente decide ser o problema, a obstrução do caminho, daí só Deus mesmo! Porque, lidar com gente não é fácil... Deus que o diga!
 
Eles poderiam ter dito ao paralítico: Olha, quando Jesus voltar à cidade, a gente chega antes. Quando Ele entrar na casa a gente já vai estar lá.
 
Que bom que eles não pensavam assim! Que bom que eles dispuseram seus dons, seus talentos, seu recursos para ajudar o amigo.
 
Que bom que eles se dispuseram ao sacrifício, que bom que eles disseram: "Já que não tem uma porta aberta, vamos fazer uma! E vamos fazer no teto, porque o único jeito de fazer porta fácil é no teto". É só arrancar a cobertura e, naquele tempo, nem telha era.
 
Você é um amigo assim? Disposto a abrir portas onde elas não existem? Você é um amigo assim? Pronto a dar do que você sabe, e tem, para criar portas? Afinal, há tanta gente que só precisa de uma porta aberta!
 
Você é assim?
 
E você tem amigos assim?
 
Que bom que os amigos daquele moço eram do tipo que abriam portas.
 
E que garotada boa, eficiente! Um teve a ideia, outro já foi providenciar a corda, um terceiro ficou lá com ele dizendo: "Calma que nós estamos dando um jeito. Você vai chegar lá!".
 
Aí, o mais magrinho deles deve ter subido ao telhado, por causa da fragilidade do teto. E os outros, sempre trabalhando em equipe e com a mesma motivação, conseguiram prendê-lo bem, içá-lo, depois, com todo o cuidado, descer o leito na presença de Jesus.
 
Que bom que eles colocaram os seus talentos, seus dons, seus recursos, em favor daquele amigo necessitado!
 
Você sabia que Deus nos dá dons, talentos e recursos para isto?
 
Há tanta gente necessitada... É por isso que você tem tantos dons!
 
Não sei por que "cargas d'água", Deus resolveu fazer com que eu e você, de vez em quando, tivéssemos um experiência como a d'Ele.
 
É como se Ele dissesse: "Eu vou lhe dar uma grande oportunidade. Eu vou fazer você experimentar a alegria que Eu experimento. Eu vou deixar você fazer o papel de Deus para alguém. Eu vou lhe dar tantos recursos, que quando as pessoas baterem à sua porta, você vai poder fazer como Eu. Você terá a chance de abençoá-las e irá descobrir o que sinto quando abençoo você.
 
Você vai descobrir o que é que motiva o meu coração a abençoá-lo. Vai descobrir a alegria de agir como Eu ajo. Vou lhe dar uma oportunidade de agir como Deus na vida de alguém, mas não o Deus judicioso que você gostaria de ser, não! Essa qualidade pode deixar comigo, que sou misericordioso e sei como fazê-lo. Como você não o é, melhor você não experimentar isto.
 
Mas, que coisa chata! É justamente isso que a gente quer experimentar o tempo todo! Essa capacidade divina de fazer cair fogo do céu e dizimar os nossos adversários.
 
Esse é o poder que a gente quer experimentar todos os dias - a capacidade divina de julgar, de dizer: "culpado!". É desse poder que a gente gosta.
 
Mas aí Deus diz: "Não. Não vou deixar! Você não tem a misericórdia que Eu tenho e quem não conhece a misericórdia, jamais conhecerá a justiça, porque não há justiça onde não há misericórdia. Não há justiça onde não há amor. Não há justiça onde não há perdão. Então, deixe isto comigo. Mas vou te dar uma outra chance. A chance de ser abençoador. Você vai experimentar o que eu experimento!"
 
Que bom que os amigos desse moço agiram como se soubessem disso, que agiram como se aquele obstáculo fosse a grande oportunidade que tinham de experimentar, ainda que um pouquinho, o que significa ser um Deus abençoador.
 
E aquele grupo de amigos levou o moço à presença de Jesus. Ora, na presença de Jesus, tudo é festa! Quem precisa ser perdoado, o será; quem precisa ser curado, o será. Jesus reagiu à fé do moço e dos seus amigos.
 
Fé genuína é assim: arregaça as mangas. Quem crê, arregaça as mangas. Quem crê que é possível transformar uma vida, vai ao encontro da vida. Por isso Tiago diz que fé tem que ter obras, senão, é morta.
 
E Jesus viu a fé desses meninos e disse para o moço: "Filho, perdoados estão os teus pecados!". As pessoas ficaram bravas... Muita gente fica brava quando há perdão. Há uma grande disposição nos seres humanos de condenar, acusar, exterminar, matar. Há quem ache que perdão sempre, é demais.
 
E Jesus o perdoou...
 
Porque é assim... As vezes a luta do nosso amigo só vai ser vencida se ele for perdoado. E o perdão cura!
 
Há alguém precisando de seu perdão? Perdoe-o para que ele possa andar de novo.
 
Há alguém a quem você precisa pedir perdão? Então, se apresse em pedi-lo para que você possa andar de novo.
 
Jesus pega nossa maior fraqueza e a transforma no nosso maior troféu.
 
A cama era a marca da derrota daquele homem. Quem é o sujeito? É aquele que não sai da cama. Ele não tem alternativas, só pode ficar sobre a cama, e agora, depois do encontro com Jesus, quem é o sujeito? E aquele que carrega sua cama!
 
Antes, ele era carregado sobre ela, agora, é ele quem a carrega sobre os ombros porque Jesus Cristo age assim. Ele pega sua maior fraqueza e a transforma no seu maior troféu.
 
Eu não me canso de contar a história de um amigo do "Jovens da Verdade" que foi ladrão. Ele tinha diversas passagens pela prisão e um dia teve um encontro com Jesus, se converteu. Ele tornou-se uma das pessoas mais honestas que conheço. Você poderia entregar o que tivesse de mais valioso em suas mãos que estaria seguro. A sua fraqueza tornou-se o seu maior troféu!
 
Vale a pena acreditar nas possibilidades que as pessoas têm quando são colocadas na presença de Jesus Cristo. Gosto de pensar que esses amigos representam a Igreja de Jesus Cristo. Porque Ele a fundou para ser uma nação de amigos. Uma nação de gente que se carrega mutuamente.
 
Jesus Cristo não fundou Sua Igreja para ter uma nação de juízes. Jesus Cristo fundou Sua Igreja para ter uma nação de sacerdotes. E o sacerdote é, antes de tudo, um amigo. Ninguém pode ser sacerdote se, antes, não for um amigo.
 
É lamentável ver que, nos nossos dias, muitos que se chamam (ou são chamados) de "sacerdotes" são tudo, menos, amigos. São tudo, menos gente com quem se pode contar. É impossível alguém ser sacerdote se, antes, não for aquele que carrega, aquele que leva o outro a ser perdoado.
 
A Igreja de Jesus Cristo tem esse chamado: a amizade.
 
Sua esposa sabe que casou com um amigo? Seus esposo sabe que casou com uma amiga? Seu filho sabe que tem um pai que é amigo, uma mãe que é amiga?
 
Seu pai sabe que tem um filho que é amigo, uma filha que é amiga, com quem ele sempre pode contar e que sempre vai ver as coisas de um lado positivo, e sempre vai ser um estímulo?
 
O sonho de Deus é ter um mundo de amigos.
 
O sonho de Jesus Cristo é ter uma Igreja de amigos.
 
Que o meu sonho e o seu sonho seja o de "ser amigo", porque há coisas que a gente não faz sem amigos. Há lugares que a gente não vai sem amigos, há coisas que a gente não alcança sem amigos. O sonho de Deus é uma Igreja de amigos, um mundo de amigos...
 
Eu queria desafiá-lo a buscar ser amigo de alguém. Quero desafiar você, que está sozinho, a pedir amigos a Deus. Quero desafiá-lo a abrir o seu coração e a colocar os seus dons à disposição dos amigos. Queria desafiá-lo a ser alguém que se dispõe a ser amigo, que pede ajuda aos amigos - e não, que os explora.
 
Um "mundo de amigos", é isso que a Igreja de Jesus Cristo tem de ser, foi isso que Jesus Cristo veio construir na Sua cruz e na Sua ressurreição: Ele veio trazer aos homens a paz e a amizade n'Ele.

Fonte: http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action=viewnews&id=112

October 03, 2023

How far would you go for love?

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¹⁵ Depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro:
  — Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros me amam?
  Ele respondeu:
  — Sim, o Senhor sabe que eu o amo.
  Jesus lhe disse:
  — Apascente os meus cordeiros.
¹⁶ Jesus perguntou pela segunda vez:
  — Simão, filho de João, você me ama?
  Ele respondeu:
  — Sim, o Senhor sabe que eu o amo.
  Jesus lhe disse:
  — Pastoreie as minhas ovelhas.
¹⁷ Pela terceira vez Jesus lhe perguntou:
  — Simão, filho de João, você me ama?
  Pedro ficou triste por Jesus ter perguntado pela terceira vez: "Você me ama?" E respondeu:
  — O Senhor sabe todas as coisas; sabe que eu o amo.
  Jesus lhe disse:
  — Apascente as minhas ovelhas.
¹⁸ Em verdade, em verdade lhe digo que, quando era mais moço, você se cingia e andava por onde queria. Mas, quando você for velho, estenderá as mãos, e outro o cingirá e o levará para onde você não quer ir.
¹⁹ Jesus disse isso para significar com que tipo de morte Pedro havia de glorificar a Deus. Depois de falar assim, Jesus acrescentou:
  — Siga-me. 

October 01, 2023

A benção da traição

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- H. L. ROUSH

A neve caía silenciosamente como plumagem flutuante, cobrindo a terra parda e manchada por uma camada alvíssima. Havia caído neve a noite toda e eu estava contemplando da janela do meu escritório esta primeira nevasca de inverno com um coração contente e quieto. Era o dia seguinte ao Dia de Ações de Graças e esta nevada me fornecia desculpa suficiente para que eu desacelerasse meu horário atarefado e gastasse o tempo necessário para gozar a comunhão da minha família. Tínhamos muitos motivos para dar graças naquele ano, como aliás sempre tivemos.

A calma preciosa daquela manhã foi destronada pela chamada insistente do telefone. Seria o primeiro elo numa corrente pesada que em breve me envolveria em desespero e tristeza; pois a voz no telefone me informava que um grande transtorno acabava de penetrar na minha vida. As circunstâncias que acabavam de suceder, colocariam todo o meu ministério em perigo, e pressagiariam a ruína potencial da minha vida familiar e pessoal. É espantoso notar como o mundo toma outro aspecto de acordo com as nossas circunstâncias. Verdadeiramente, a beleza está nos olhos de quem contempla, pois a alvura tranqüila da neve agora representava apenas uma hipocrisia que escondia os fatos duros e cruéis que estavam, como eu bem sabia, sob sua capa enganadora. Denúncias sérias haviam sido feitas contra mim por um acusador desconhecido, mas Deus conhecia meu coração que eu era uma vitima inocente de circunstâncias distorcidas.

Eu só podia clamar: "Ó Pai, quem teria feito isto?" Minha oração foi respondida dentro de poucos dias e com a resposta veio a dor mais aguda de todas, pois descobri que meu traidor fora um amigo que professava me amar.

Por dois dias meditei em silêncio estupefato e desespero tenebroso. A crise na qual me encontrava já era suficientemente séria, mas ela se complicava e ultrapassava, segundo eu pensava, as minhas forças para suportá-la por causa do fato incrível de que o instrumento desta aflição na minha vida era alguém que partia pão comigo em torno da mesa do Senhor e que freqüentemente expressava o seu amor por mim.  

Nossas experiências "pessoais" não são tão pessoais ou peculiares quanto geralmente imaginamos - o que sucede nas nossas vidas como membros do corpo de Cristo está acontecendo para trazer conforto e apoio a outros (2 Co 1). Está "acontecendo" porque é a herança mútua dos membros do corpo de Cristo compartilhar dos sofrimentos da cabeça (Fp 1:29; Cl 1:24). 

A CERTEZA DA TRAIÇÃO

A experiência debilitante de ser traído pelos próprios amigos e amados necessariamente virá a vida de cada crente. Baseio esta observação em muita experiência na vida cristã e no ensinamento claro e simples da Palavra de Deus. É uma descoberta interessante aprender que a palavra "trair" e suas formas derivadas são empregadas somente em relação à traição de Jesus por Judas, com uma exceção em Lc 21:16. Nesta passagem profética, a palavra é empregada para retratar o final da era da graça, e é identificada como uma das marcas características ou sinais da vinda do Senhor Jesus Cristo. No versículo lemos simplesmente o seguinte: "E sereis entregues (traídos) até por vossos pais, irmãos, parentes e amigos; e matarão alguns dentre vós."

E terrível aguardar tal acontecimento, mas essa é a promessa clara da palavra de Cristo. A era da graça vai findar com um engano religioso mundial. Será uma hora de grande falsificação - hora perigosa em que se resistirá à verdade por engano e engenhosidade (estudar as palavras de Paulo em 2 Tm 3:1-18). 

Creio que todo homem em quem Jesus habita terá nestes últimos e terríveis dias o seu próprio Judas particular; pois no dia de engano e falsificação será preeminente o irmão falso. Além disso, traição é a experiência comum de todo homem que Deus já usou em qualquer época para a sua glória.

Nosso texto em Lc 21:16 diz que a traição vem por intermédio de "pais, irmãos, parentes e amigos". Fato espantoso, mas verdadeiro e com boa razão. Em primeiro lugar, nossos inimigos não podem nos trair. Não lhes permitimos se aproximarem suficientemente dos nossos corações. Não temos intimidade suficiente com nossos inimigos. Compartilhamos do nosso coração com os nossos irmãos e amigos. Já que nossos inimigos não nos podem prejudicar, são os nossos amigos que nos ferem.

Assim disse o salmista em Sl 55:12-14: "Com efeito, não é inimigo que me afronta: se o fosse, eu o suportaria; nem é o que me odeia quem se exalta contra mim pois dele eu me esconderia; mas és tu, homem meu igual, meu companheiro, e meu intimo amigo. Juntos andávamos, juntos nos entretínhamos e íamos com a multidão à casa de Deus."

Da mesma forma, toda a história da Bíblia repete o fato da traição que vem por intermédio dos nossos amigos. Abel foi traído pelo seu irmão único, Esaú pelo seu irmão gêmeo, Isaque pelo próprio filho, Urias pelo rei em quem ele confiava e pela sua bela esposa. Jesus por seu discípulo dedicado, Paulo por "falsos irmãos". Não precisamos prosseguir, pois esta verdade solene e grave permanece: frequentemente são nossos amigos que se levantam contra nós e desta forma multiplicam nossas aflições na vida cristã.

O MÉTODO DA TRAIÇÃO

O método será sempre o mesmo. Em primeiro lugar, os nossos traidores escolherão cuidadosamente a hora. No caso de Jesus, ele foi traído justamente na hora precisa da sua vida, quando ele precisava mais do que nunca de comunhão com outros homens (Mc 14:37); na hora da sua maior necessidade; e quando ele estava no limiar da sua maior obra (Calvário). 

Os nossos traidores também conhecem o lugar de nos atacar. Jo 18:2 mostra que Judas conhecia o lugar secreto do refúgio de Jesus. Eles nos observam e conhecem o nosso lugar de agonia e oração; tendo assim a vantagem da intimidade, atacam-nos num lugar oportuno.

Seu instrumento de traição será sempre o beijo. Encoraja-nos por seu amor para que possam nos atacar num momento em que estamos desprevenidos. A Palavra de Deus diz: Até o meu amigo íntimo, em quem eu confiava, que comia o meu pão, levantou contra mim o calcanhar". (Sl 41:9) 

Há um quadro precioso retratado aqui pelas palavras deste versículo. O sentido original é de um cavalo doméstico de confiança escoiceando maliciosamente um amigo confiante e despercebido, pelas costas. 

VITÓRIA SOBRE O TRAIDOR

Qual foi o fim de Judas? A história registra seu fim trágico, mas encoberto pela obscuridade aparente dos relatos sumários da sua morte, se encontra um drama que tem permanecido demasiadamente oculto.

A fim de colocar este drama na sua devida perspectiva, devemos examinar ligeiramente o relacionamento que existia entre Jesus e Judas. Jesus escolheu Judas e orou por ele (Lc 6:12,13), assim como ele fez também por Jerusalém que o rejeitou e por aqueles que o crucificaram. Jesus desejou que Judas comesse a última páscoa com ele (Lc 23:14,15), amou-o e ofereceu-lhe o lugar de amor e comunhão à mesa no cenáculo da páscoa (Jo 13:26). Jesus lavou os seus pés (Jo 13:5) e desta forma expressou-lhe um amor não fingido e verdadeiramente digno do Filho de Deus. Jesus concedeu a Judas reconhecimento total e nunca o apontou como seu futuro traidor, referindo-se a Judas como o seu "amigo" (Mt 26:50). Meditação cuidadosa sobre os acontecimentos que antecederam à traição revela que Jesus ofereceu a Judas toda demonstração de amor possível, e, que ele não quis repudiá-lo mesmo no momento do seu crime. 

Jesus ensinou em Mt 5:44 que devemos amar os nossos inimigos, e ele mesmo praticou tudo o que ensinou sobre este assunto. Ainda que soubesse, bem antes o mal que Judas praticaria contra ele, demonstrou-lhe o seu amor genuíno de toda forma possível.

Em Marcos 14:45 Judas conspira para trair Jesus com um beijo. Há duas palavras na língua original que podem ser traduzidas como "beijo". Uma significa o beijo da amizade e a outra significa um beijo fervoroso ou o beijo do verdadeiro amor. Agora, venha a Getsêmani e veja a cena final. Judas chega com a multidão armada de espadas e cacetes para prender Jesus. Judas sauda Jesus e beija-o; porém, de acordo com o original, não com o beijo da amizade conforme havia combinado, mas com o beijo de amor genuíno. Só a eternidade poderá revelar o que sucedeu naquele momento no coração de Judas. Possivelmente, diante das tochas tremeluzentes, Judas percebeu no rosto de Jesus a verdade assustadora de que, apesar da sua traição, Jesus ainda o amava, pois lhe chamou de "amigo". Jesus é levado embora e Judas clama, dizendo que traíra sangue inocente; descobriu que o amor de Jesus por ele era real. Seu coração sofreu, sem dúvida, um abalo esmagador e agora lhe é impossível racionalizar sua loucura ou justificar seu feito infame. 

Será que Judas se matou? Parece-me claro que Judas morreu sob a força do amor irresistível de Cristo. Judas destruiu-se porque não podia mais viver consigo próprio nem com os outros - e tudo isto resultou da operação do amor não fingido do Senhor Jesus Cristo. Parece-me que as palavras em Romanos 12: 20, 21 neste contexto, de repente se tornam claras: 

"Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem."

Não se cumpre assim aquela palavra que afirma: "porque as armas da nossa milícia não são carnais..." (2 Co 10:4), e: "o amor jamais falha" (1 Co 13:8)? De fato, precisamos desesperadamente firmar nos nossos corações que a Palavra de Deus é verdade. Só damos mais razão ao ódio dos nossos inimigos e motivo à traição dos nossos amigos quando retribuímos o mal com o mal.
A NECESSIDADE DA TRAIÇÃO

Há uma outra consideração no fato da traição de Judas. Ele foi escolhido pelo Senhor Jesus Cristo, ainda que o Senhor soubesse de antemão que Judas havia de traí-lo (Jo 6: 64). Na minha própria experiência pessoal de traição por intermédio de um amigo, o querido Senhor mostrou-me esta verdade preciosa. Enquanto eu estava passando pelo fogo desta prova, fui deitar-me certa noite, meditando melancolicamente a respeito daquela pessoa que professava me amar e que usou essa confissão para trair-me as mãos de inimigos. Durante a noite, acordei orando e recebi a resposta por meio destes pensamentos: o Senhor Jesus escolheu os seus próprios amigos e sabendo de antemão da traição de Judas, escolheu-o assim mesmo! Ele disse dos seus discípulos que os escolheu em número de doze, mas que, um deles era diabo. Eu fui instruído a agradecer a Deus por aquele diabo, pois era necessário ao ministério de Jesus, e igualmente por meu traidor, visto que certamente eu precisava dele na minha vida também.

Que necessidade poderia ter o crente de ser traído por amigos ou parentes, que propósito aproveitável teriam a dor e a tristeza de um coração ferido? Perguntei essas coisas naquela noite e encontrei respostas que vieram ao encontro das necessidades do meu coração. Temos de reconhecer a fidelidade do Espírito Santo nas nossas vidas. Considere o fato de que Jesus nunca foi enganado por Judas. 

"Pois Jesus sabia desde o princípio quais eram os que não criam, e quem o havia de trair". (Jo 6:64).

Estou certo de que em cada experiência de traição na vida de um crente, ele poderá olhar em retrospecto e se lembrar dos avisos fiéis do Espírito Santo. Num caso, recordo-me que eu poderia ter sabido desde o principio se tivesse apenas prestado atenção ao testemunho do Espírito no meu interior. Quem poderá explicar a natureza de uma advertência ou alarme de Deus dentro da sua alma contra um falso irmão? Isto não se exprime facilmente através de palavras, mas todo santo conhece a inquietude e desassossego que o raciocínio não pode apagar a respeito de alguém que professa ser seu amigo. A experiência da traição põe em evidência a verdade de que a aceitação pública no meio dos crentes, o emprego do vocabulário comum entre os santos, a realização de obras religiosas, a pregação da palavra, ou qualquer outro sinal exterior que normalmente constitui uma "prova" da salvação e probidade de alguém, nem sempre manifestam a situação verdadeira. "... porque o homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração" (l Sm 16:7).

Reconheçamos em cada pessoa a posição que ela mesma professa ter diante de Deus, porém nunca devemos ultrapassar o testemunho do Espírito de Deus nos nossos corações em relação ao nosso relacionamento com outros. Lemos nos evangelhos de muitos que vieram a Jesus e professavam ter fé nele, baseados puramente nos milagres que ele realizava e não numa fé real de coração em Cristo como o Filho de Deus. Atraídos apenas pelos efeitos das suas obras exteriores, consideravam-se seus seguidores:

"Mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos. E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque Ele mesmo sabia o que era a natureza humana". (Jo. 2:24.25)

Nossa obrigação é não abrir os nossos corações a toda pessoa que deseja penetrar no nosso homem interior, mas pelo contrário, permitir que nossos corações sejam inclinados aos outros pelo Espírito Santo que nunca falhara em nos advertir sobre aqueles que procuram nos enganar. Aprendam os que "comunhão" é obra do Espírito Santo e não do homem. Não procuremos estabelecer comunhão sem o seu auxílio e nem a rejeitemos quando claramente ele está criando uma ligação entre os nossos corações e outros no corpo de Cristo.

Por que precisamos da traição? Talvez possamos ver um raio de luz através das palavras de Pedro na sua primeira epístola, quando ele declara que "se necessário, sejais contristados por várias provações". Isto é necessário porque, como ele explica com tanta perfeição, tais experiências dilacerantes e doídas produzem fruto tanto presente como futuro. No futuro, essa prova da nossa fé, como ouro depurado por fogo, sairá da fornalha da aflição como louvor, glória e honra para o Senhor Jesus Cristo na sua vinda. Se pudéssemos apenas tomar posse deste tremendo potencial no meio das nossas provas, que diferença haveria nas reações dos nossos corações ao desafio do momento? Mas, além disso, (graça sobre graça), as provas duras da vida têm o propósito de realizar uma obra tão necessária a todos nós - a obra de aumentar o nosso amor e gozo nesta vida presente. Leia 1 Pe 1:6-8 e lembre que de cada fornalha de aflição saímos amando o Senhor como nunca antes e regozijando-nos na realidade da sua comunhão.

Precisamos da experiência da traição para que aprendamos a verdadeira submissão ao Senhor. A maior oração que um filho de Deus pode fazer é a oração do filho perfeito: "... sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado" (Lc 10:21). Quando podermos assim clamar do íntimo dos nossos corações feridos, saberemos que o amargo já passou e que triunfamos; pois a nossa submissão á vontade do Pai nas nossas vidas traz vitória sobre todo ataque que vier contra nós (ver 2 Co 2:14). 

Leia 2 Co 4:15-18, onde encontrará outras razões que justifiquem os grandes desapontamentos e frustrações aparentemente inexplicáveis da vida . Paulo põe as nossas mágoas e tristezas de coração na perspectiva certa ao dizer-nos que não estamos sendo atacados no homem exterior, mas sim, no interior. Freqüentemente estremecemos por causa do medo das "conseqüências disto tudo na minha vida" e nos esquecemos de que nas horas de provação e dificuldade nada poderá atingir o homem interior, se tivermos nos revestido dá armadura de Deus. Estas coisas duram apenas um momento em comparação à eternidade e um dia operarão um eterno peso de glória. Estas águas profundas só servirão para erguer os nossos olhos dos laços terrenos e das "coisas" deste mundo e firmá-los sobre valores eternos. O inimigo gostaria de nos acabrunhar e escurecer a nossa razão, fazendo-nos concentrar a nossa atenção sobre os detalhes temerosos da experiência exterior. 

Dessa forma, enquanto nos ocupamos com preocupações inúteis sobre o exterior, freqüentemente somos feridos no homem interior, e consequentemente derrotados. Quantos santos têm sobrevivido aos ataques exteriores apenas para caírem, feridos mortalmente por amargura, ressentimento, malícia e um coração que não perdoa. Nas horas de traição, que os santos aprendam em 1º. lugar a cingir os lombos da sua mente em Cristo e a apropriar-se de toda a armadura de Deus, que na verdade significa se revestir de Cristo em toda a sua força e vigor.

A BÊNÇÃO DA TRAIÇÃO

Considere a benção que a traição traz quando aprendemos através dela a reconhecer tão somente a mão do nosso amoroso Pai que está no céu, em todas as coisas. Damos muitas vezes mais glória ao diabo, ao mundo e à carne nas circunstâncias das nossas vidas do que merecem. Culpamos os nossos inimigos quando somos esbofeteados; mas recebemos grande paz e quietude de coração quando nos recusamos a reconhecer causas secundárias nas nossas vidas. Deus é soberano e ele é nosso Pai. Ele se agradou em permitir que essas coisas nos acontecessem é a nossa parte é crer que " ... todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8:28).

Na bênção dessa quietude, Davi suportou com um espírito paciente a maldição de Simei e proibiu que se retribuísse mal algum pelo mal praticado. Davi viu apenas uma mão atrás de tudo isso - a mão amorosa de Deus operando o bem através do mal de Simei. 

José foi cruelmente traído pelos seus irmãos, lançado numa cova e vendido como escravo, para depois ser favorecido por Potifar e outra vez maliciosamente traído pela sua esposa. Lançado no cárcere, ele se tornou amigo do mordomo do rei e brevemente conheceu a agonia do beijo mais uma vez. Mas os anos passaram e o Senhor se lembrou de José e o exaltou ao trono do Egito em vitória. O segredo bendito da sua sabedoria, sim da sua paciência triunfante e conquistadora é revelado nas suas palavras aos seus irmãos: "Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou. em bem." (Gn 50:20).

Pedro manifestou essa mesma verdade na sua perspectiva da cruz do calvário. Mesmo acusando a nação de ter tomado Jesus com aos de iníquos para crucificá-lo e matá-lo, Pedro não viu nisto nenhuma vitória de Satanás; porém, anuncia triunfantemente que o Senhor Jesus Cristo foi "... entregue pelo predeterminado desígnio e presciência de Deus" (At 2:23).

E assim, mui amados santos de Deus, que neste momento se encontram em perplexidade por causa da traição de um amigo, reconheçam nesta hora que Deus bem poderia ter impedido o acontecimento se assim quisesse, mas o permitiu para o, seu bem. Regozijem-se nesta bênção, pois ele está aceitando-os como filhos e preparando-os como instrumentos de conforto e consolação a outros (2 Co 1:3,4). Ele tem agraciado assuas vidas com o privilégio glorioso de compartilhar dos sofrimentos mais íntimos de Cristo (Fp 3:10). Esta comunhão é dada a um grupo selecionado, pois nem todos gozam o privilégio de conhecer a agonia da traição, cuja finalidade é levar-nos a compartilhar em alguma medida a profundidade do amor de Cristo. Seu traidor intentou-lhe mal, mas Deus tornará tudo para o bem; e como Jesus escolheu Judas porque ele precisava daquela traição na sua própria vida, da mesma maneira Deus na sua fidelidade tem escolhido os nossos traidores - pois ele sabe muito bem que se deixasse a escolha para nós, nunca teríamos aceitado.

Mas alguém pergunta: "Escolheu os nossos traidores? Que bem podem fazer a nós?'' Você se esqueceu que a traição de Judas levou Jesus Cristo à sua maior obra e desencadeou os eventos que cumpriram os Propósitos eternos de Deus em Cristo? A redenção eterna pelo sangue de Cristo foi o fruto daquele ato infame de Judas! 

O fato permanece que nossos amigos não farão isto por nós. Somente os nossos inimigos nos entregarão à dor de circunstâncias além do nosso controle, desta forma realizando ou prestando um verdadeiro serviço aos santos de Deus.

Foi um traidor que me entregou às circunstâncias que transformaram o curso do meu ministério e me libertaram à maior obra da minha vida. Foi um traidor que trouxe sofrimento à minha vida, cujo resultado foi a minha libertação da dependência de homens e que me tornou livre no Senhor! 

A bênção da traição? Só Deus poderia fazer assim, mas eu descobri que o paradoxo destas palavras contém uma realidade. A traição às mãos daqueles em quem temos confiado o nosso coração, pode trazer uma bênção impossível de se conter. Através da traição aprendi o que o salmista quis dizer quando cantou: "Com isto conheço que tu te agradas de mim; em não triunfar contra mim o meu inimigo" (Sl 41:11).

Também o que o profeta quis dizer quando escreveu: "Toda arma forjada contra ti, não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor, e o seu direito que de mim procede, diz o Senhor" (Is 54:17).

Através da traição aprendi que a força e graça do Senhor Jesus Cristo na minha vida só podem ser operadas através da bênção da fraqueza que é produzida pelas bofetadas do mensageiro de Satanás como um espinho na carne (2 Co 12:7).

Através da traição somos preparados para a benção de sermos usados para confortar outros que atravessam a mesma prova da sua fé, com a mesma consolação que nós mesmos recebemos de Deus (2 Co 1:4). 

Através da experiência de traição por falsos amigos, recebi uma das maiores bênçãos da vida ao aprender como amar aos meus inimigos e abençoar os que me perseguem.

Quando se concretizar a benção da traição, olharmos em retrospecto, e virmos o quanto colhemos na multiplicação de alegria, amor, graça, força e comunhão com o querido Senhor Jesus, nos sentiremos abismados pelo reconhecimento do bem imensurável que nosso traidor tem operado em nosso favor.

Não importa quais foram as suas intenções. Importante é o fruto bendito que ele introduziu nas nossas vidas. 

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Esta mensagem foi traduzida por John Walker do original em inglês:
The Blessing of Betrayal
Copyright by H.L.Roush
Em março de 1967
Fonte: http://ichtus.com.br/publix/ichtus/mensagem/traicao.html