Mudanças
METANÓIA: basta concordar
Mc 1: 14
- pr. Ariovaldo Ramos
Satanás nos venceu no jardim, que era o nosso ambiente. Por isto agora Jesus vai ao deserto, para vencer o inimigo no ambiente dele. O deserto é o lugar árido da solidão, da desolação. Com Jesus, Deus inaugura um novo mundo, uma nova fase de relacionamento. Não é mais a lei e sim a graça: é o novo mundo!
"Convém que Ele cresça e que eu diminua". Qdo João diz isto, é como se ainda existissem 2 ministérios paralelos. Ele não compreende que falando, Jesus não podia falar. E enquanto João não parou, o novo mundo não pôde começar. João não entendeu que era a última voz e, como não soube fechar a porta (pq Jesus é a porta), Deus teve de levá-lo.
E nós? O que é que temos de parar para Deus começar? O que estou fazendo, pensando, sentindo, sonhando... que deixo Deus em tempo de espera?
Note a paciência de Jesus, Ele fica em tempo de espera (Deus é um ser que agüenta não ser amado).
João não percebeu que o novo mundo só começaria quando ele parasse. O novo mundo começa quando a gente toma consciência. E pela graça, a gente não precisa fazer nada, só concordar que precisa parar. O resto é com Deus, o controle passa a ser dEle.
Uma edição antiga da revista Mensagem da Cruz (editora Bethânia) conta a história de uma tribo africana que capturava macacos com uma cumbuca que tinha uma pedrinha dentro. O macaco era atraído pelo barulho (se ele soltasse a pedra, a armadilha não prenderia mais a sua mão, porque era assim que ele era capturado). Jesus veio para nos libertar da paixão mórbida pela pedrinha e nos fazer agentes do mundo novo.
Qual é o mundo novo em:
- nossos relacionamentos familiares;
- nosso trabalho;
- sociedade;
- agir/escolher (quais as escolhas que não são mais viáveis)?
João devia estar deprimido: o seu primo nem foi visitá-lo na prisão, por isto pediu que seus discípulos perguntassem se Ele era mesmo o Messias. E Jesus teve de fazer milagres para responder: - Sou eu mesmo, vc é que não é mais vc - vc deixou de ser vc mesmo! Por isto o Altíssimo resolveu intervir, não há nada que eu possa fazer.
Reflexão: Senhor, o que é que tem de parar na minha vida?
A gente só precisa concordar que precisa parar.
Vamos pedir que Deus liberte-nos da paixão pela pedrinha e nos ajude a concordar com Ele. Para que o novo mundo comece dentro de nós.
Fonte: Mensagem ministrada na IBAB dia 27/11/05 às 10h (resumo elaborado por KT).
PESSOAS MUDAM?
Pessoas não mudam. Esta é a tese de Po Bronson em seu livro O que devo fazer da minha vida? (Editora Nova Fronteira). Depois de mais de 900 entrevistas, Bronson conta a história de 40 pessoas e chega à conclusão de que as pessoas falam em mudar, mas na verdade, mudam apenas quando não têm alternativa.
Essa é uma visão otimista, pois a IBM, em sua Conferência de Inovação Global realizada em novembro de 2004, buscou soluções científicas e tecnológicas para os grandes problemas atuais. No topo da agenda estava à questão da saúde, que custa aos Estados Unidos 1,8 trilhão de dólares ao ano (quase três vezes o PIB do Brasil). O fenômeno tão caro aos americanos é agravado pelo fato da constatação de outra pesquisa: diante da alternativa de mudar ou morrer, apenas 1 em cada 10 pessoas realmente promove alterações em sua maneira de pensar e modifica seus hábitos e estilo de vida.
Sigmund Freud dizia que existem 4 fatores determinantes da transformação pessoal: o sofrimento, um grande amor, a psicanálise e a experiência religiosa. Concordo, apesar de crer que mudança não significa necessariamente torna-se uma pessoa melhor. Muita gente muda para pior. Não é todo mundo que sai do sofrimento aperfeiçoado. Paixão romântica é diferente de amor, e não necessariamente afeta desvios de caráter e personalidade. A análise não se propõe a mudar ninguém, mas a entregar cada um à sua própria verdade. Daí por diante, as pessoas devem contar apenas com seus recursos interiores para, de fato, ajustar suas vidas e o problema é que nem todo mundo tem recursos interiores. A experiência religiosa, por sua vez, não pode ser confundida com encontro com Deus, e infelizmente parece que a religião tem contribuído mais para adoecimentos do que para processos de saúde pessoal, comunitária e social.
Acho que o profeta hebreu tinha essa mesma sensação a respeito dos processos de transformação pessoal. Deve ter pronunciado com pesar o veredicto de Deus “Será que o etíope pode mudar a sua pele? Ou o leopardo as suas pintas? Assim também vocês são incapazes de fazer o bem, vocês que estão acostumados a fazer o mal” (Jeremias 13: 23).
Mas não desisto. Pessoas mudam, sim. Jacó mudou quando lutou com Deus. Mas teve de lutar muito antes de mudar. Lutou não porque Deus não quisesse transformá-lo, mas certamente porque ele Jacó se recusava a se deixar transformar. Geralmente é assim. Mudar implicar admitir erros e pecados; abandonar hábitos arraigados; romper relacionamentos duradouros; renunciar confortos convenientes; abrir mão de convicções antigas; aprender coisas novas, reeducar o corpo, a mente, as emoções; re-significar memórias; e principalmente outorgar perdão. Mudar implica abandonar a ilusão e encarar a verdade. E a verdade geralmente dói. A verdade a nosso respeito, a respeito das pessoas que amamos e das pessoas que acreditamos que nos amam. Talvez por isso as pessoas mudem pouco, sejam poucas as que mudam e as mudanças demorem a se solidificar.
Pessoas mudam, sim. Mudam porque não há pecado ou culpa que Deus não possa perdoar. Mudam porque não há lugar distante ou abismo tão profundo que o amor de Deus não possa alcançar. Mudam porque Deus é especialista em transformações. É aquele que faz novas todas as coisas. E sua graça é irresistível.
© 2005 Ed René Kivitz
Fonte: Informativo IBAB Edição 170, 04 de setembro de 2005.
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