August 31, 2006

Pessoas mudam?

04.09.05
Pessoas não mudam. Essa é a tese de Po Bronson, em seu livro O que devo fazer da minha vida? (Editora Nova Fronteira). Depois de mais de 900 entrevistas, Bronson conta a história de 40 pessoas e chega à conclusão de que as pessoas falam em mudar, mas na verdade, mudam apenas quando não têm alternativa.

Essa é uma visão otimista, pois a IBM, em sua Conferência de Inovação Global realizada em novembro de 2004, buscou soluções científicas e tecnológicas para os grandes problemas atuais. No topo da agenda estava a questão da saúde, que custa aos Estados Unidos 1,8 trilhão de dólares ao ano (quase três vezes o PIB do Brasil). O fenômeno tão caro aos americanos é agravado pelo fato da constatação de outra pesquisa: diante de alternativa de mudar ou morrer, apenas 1 entre cada 10 pessoas realmente promove alterações em sua maneira de pensar e modifica seus hábitos e estilo de vida.

Sigmund Freud dizia que existem quatro fatores determinantes da transformação pessoal:

- o sofrimento;
- um grande amor;
- a psicanálise;
e
- a experiência religiosa.

Concordo, apesar de crer que mudança não significa necessariamente tornar-se uma pessoa melhor. Muita gente muda para pior.

Não é todo mundo que sai do sofrimento aperfeiçoado. Paixão romântica é diferente de amor, e não necessariamente afeta desvios de caráter e personalidade. A análise não se propõe a mudar ninguém, mas a entregar a cada um a sua própria verdade. Daí por diante, as pessoas devem contar com seus recursos interiores para, de fato, ajustar suas vidas, e o problema é que nem todo mundo tem recursos interiores. A experiência religiosa, por sua vez, não pode ser confundida com o encontro com Deus, e, infelizmente, parece que a religião tem contribuído mais para adoecimentos do que para processos de saúde pessoal, comunitária e social.


Acho que o profeta hebreu tinha essa mesma sensação a respeito dos processos de transformação pessoal. Deve ter pronunciado com pesar o veredicto de Deus: "Será que o etíope pode mudar a sua pele? Ou o leopardo as suas pintas? Assim também vocês são incapazes de fazer o bem, vocês, que estão acostumados a fazer o mal" (Jeremias 13.23 NVI).

Mas não desisto. Pessoas mudam, sim. Jacó mudou quando lutou com Deus. Mas teve que lutar muito antes de mudar. Lutou não porque Deus não quisesse transformá-lo, mas certamente porque ele, Jacó, se recusava a se deixar transformar. Geralmente é assim. Mudar implica admitir erros e pecados; abandonar hábitos arraigados; romper relacionamentos duradouros; renunciar confortos convenientes; abrir mão de convicções antigas; aprender coisas novas, reeducar o corpo, a mente, as emoções; re-significar memórias; e, principalmente, outorgar perdão. Mudar implica abandonar a ilusão e encarar a verdade. E a verdade geralmente dói. A verdade a nosso respeito, a respeito das pessoas que amamos e das pessoas que acreditamos que nos amam. Talvez por isso as pessoas mudem pouco, sejam poucas as pessoas que mudam, e as mudanças demorem a se solidificar.

Pessoas mudam, sim. Mudam porque não há pecado ou culpa que Deus não possa perdoar. Mudam porque não há lugar tão distante ou abismo tão profundo que o amor de Deus não possa alcançar. Mudam porque Deus é especialista em transformações. É aquele que faz novas todas as coisas. E sua graça é irresistível.
© 2005 Ed René Kivitz

Fonte: http://www.ibab.com.br/ed050904.html

August 30, 2006

Lutando com Deus

LUTANDO COM DEUS
Jacó lutou com Deus no Vale de Jaboque. Disse a Deus "não te deixarei ir até que me abençoes". Literalmente, saiu no tapa com Deus, e levou a pior: foi ferido no nervo da coxa e passou o resto da vida mancando. Mas foi abençoado, e nesse sentido se deu bem. Seu nome deixou de ser Jacó, que quer dizer "aquele que age traiçoeiramente", e passou a se chamar Israel, "aquele que luta com Deus".

A pergunta por trás dessa história é por que um homem tem que lutar com Deus para ser abençoado? Estaria Deus se recusando a abençoar? Teria Deus má vontade em fazer o bem? Seria o caso de Deus não ser tão generoso quanto queremos acreditar? Será que as bençãos de Deus nós as conquistamos às custas de muito esforço, através de vigílias de oração, correntes de fé, jejuns, sacrifícios com ofertas financeiras, penitências, e tantas outras expressões próprias das religiões? Seria a nossa parte "tomar posse" das bençãos e a parte de Deus dificultar ao máximo o acesso aos seus favores para que somente os muito perseverantes os alcancem? Precisamos mesmo reivindicar o que é nosso? Enfim, por que a Bíblia diz que Jacó lutou com Deus até ser abençoado por Ele?

A luta com Deus não se justitifica pela necessidade de convencer Deus a abençoar. A luta com Deus não visa a mudar o coração de Deus em relação a nós e nossas necessidades e desejos. Lutamos com Deus porque queremos ser abençoados em nossos termos. Lutamos com Deus porque não queremos permitir que Ele transforme nossos corações e mentes. Lutamos com Deus porque nos recusamos a mudar. Lutamos com Deus porque queremos os favores de Deus e ao mesmo tempo queremos permanecer as mesmas pessoas que sempre fomos, agarradas aos mesmos vícios, padrões de pensamento, idéias fixas, comportamentos maléficos e sentimentos mesquinhos. Lutamos com Deus como quem diz "anda logo, responda a minha oração, atenda os meus anseios e não se meta na minha vida". Lutamos com Deus porque queremos impor sobre Ele nossa vontade, em vez de nos submetermos à sua vontade, que é sempre boa, perfeita e agradável.

O evangelho não é um caminho de conquista de bençãos. O evangelho é um convite à intimidade com Deus, numa caminhada onde nossos corações e mentes vão sendo transformados de modo a nos ocuparmos tanto com o reino de Deus, a justiça de Deus e a glória de Deus, que nem nos damos conta que as coisas que desejamos Deus no-las concede como expressão de seu cuidado paterno amoroso e fiel.

© 2006 Ed René Kivitz

Fonte: http://www.ibab.com.br/ed060226.html

August 29, 2006

Adorando a Deus no Deserto - parte 2

Adorando a Deus no Deserto
(Natal, 2002) Uma História Natalina Verdadeira

- por Débora Kornfield

O telefonema de Dr. B me acordou de um sonho em que ainda preparava as coisas para o natal: decorando, cozinhando, forrando as camas dos meus dois filhos que logo chegariam dos EUA para passar as férias conosco em São Paulo. Reparei o tom de voz do médico antes de registrar o significado das palavras: "Não posso deixar a Karis viajar. Acho que ela não sobreviveria o vôo. Desidratará . . . a Barbara e eu queremos oferecer-lhe o nosso lar para passar as férias . . ."

"Como assim . . . espere . . . não é possível! A Karis está contando as horas até chegar em casa! Deverá pegar vôo amanhã!"

"Lamento, mas seria arriscado demais. E também não seria justo para pedir que a linha aérea lide com isso."

Era a noite de sexta-feira, dia 20 de dezembro. A Karis deveria viajar de ônibus até Chicago na próxima manhã para pegar o seu vôo, chegando em São Paulo domingo de manhã. Nessa semana, ela esteve internada, tomando soro, porque não conseguia manter-se hidratada. Havia perdido o seu cateter central devido a uma infecção, então o acesso venoso era através de veias periféricas.

Após ligar para a Karis e ouvi-la dizer "Não! Não posso perder o natal com a família! Estou morrendo de saudade!" a única idéia que tive era ligar para o seu médico em São Paulo para saber o que ele sugeriria.

"Isso é fácil," disse-me Dr. G. "Deixe-a viajar tomando soro. Peça-lhes que insiram duas linhas periféricas, para que se perder uma, ainda terá a outra. Quando ela chegar, leve-a direto do aeroporto para o hospital e eu os encontrarei lá."

A próxima manhã, liguei para Dr. B e passei-lhe a sugestão de Dr. G. "Tudo bem, tentaremos" resolveu Dr. B. "Mas precisamos correr. Faltam apenas duas horas para a partida do ônibus. Ligue para a Karis e mande-lhe ir de pressa até o centro de saúde da universidade. Eu ligarei para lá para combinar as coisas com as enfermeiras."

A Karis nem havia arrumado a mala. Ela correu até o centro de saúde e duas enfermeiras começaram a procurar veias úteis. Minutos e mais minutos se passaram sem sucesso. A ansiedade foi aumentando. Finalmente, no mesmo instante, as duas enfermeiras exclamaram, "Consegui!!" Um guarda universitário levou a Karis de volta para o dormitório junto com as bolsas de soro. A Karis enfiou algumas coisas na mala e saiu correndo para o ponto do ônibus, gritando "Feliz Natal!" para os amigos.

Quando a encontramos no aeroporto mais ou menos vinte horas depois, a Karis estava animada e alegre. "Tudo correu perfeitamente!" exclamou. "Perdi a segunda veia enquanto aterrizamos. E vomitei no vôo apenas uma vez, quando tomei um pouco de suco. Veja, estou bem! Por favor, me levem para casa, não para o hospital."

A resposta era simples: NÃO. Após examiná-la e observar a luta de mais uma equipe de enfermeiras para pulsionar mais uma veia, Dr. G nos disse que ela precisaria de um cateter central com urgência. Ela precisava de nutrição, não apenas de hidratação, pois tudo o que comia gerava diarréia violenta. Dr. G ligou para um cirurgião e combinou a inserção de um cateter logo após o natal. No meio tempo, a Karis teria que ficar internada.

Chegando o horário de pouso do vôo do Daniel, David, Raquel _e Valéria voltaram ao aeroporto para buscá-lo e trouxeram ele também direto do aeroporto ao hospital. Não eram as boas-vindas que havíamos antecipado, mas pelo menos estávamos todos juntos.

Na manhã de segunda-feira, o cirurgião, Dr. A, entrou preocupado no quarto da Karis. "Karis precisa de um cateter de qualidade alta, pois ele precisará durar por muito tempo," disse-nos. "Mas não consigo achar nenhum. Parece que não existe nesta cidade um exemplar sequer do tipo de cateter que ela precisa. Já o procuramos em todos os hospitais e casas cirúrgicas. Agora mesmo a minha secretaria está ligando para os principais hospitais em outras cidades, mas não estou otimista. Se encomendarmos um cateter dos EUA, levará pelo menos um mês para chegar. Só posso pedir a ajuda de vocês. Por favor, liguem para os hospitais que conhecem nos EUA e peçam-lhes que coloquem um cateter no correio FedEx hoje. Se esperarmos até amanhã, a véspera de natal, só Deus sabe quando chegará em nossas mãos. Karis precisa deste cateter urgentemente."

O Daniel estava cochilando numa cadeira do lado da cama da irmã. Sentando numa cadeira do outro lado da cama, telefonei para Dr. B e expliquei-lhe a situação. Imaginei que seria fácil conseguir um cateter e colocá-lo no FedEx. Logo, porém, ele retornou a ligação com noticias desencorajadoras: o hospital onde a Karis esteve internada durante a semana anterior não lhes permitia vender um cateter para pacientes não-internados. Dr. B havia ligado também para as casas cirúrgicas da cidade, mas estavam todas fechadas para as ferias. Ele nos disse que continuaria tentando, mas que eu deveria ligar para qualquer outro lugar que pudesse.

Liguei, então, para os outros hospitais onde a Karis havia sido internada no percurso de sua vida--em Chicago, Detroit, Indianapolis--e recebi a mesma resposta de cada pessoa com quem conversei. Sim, tinham o cateter no estoque mas não, não podiam enviá-lo para nós. Política do hospital.

Frustrada, eu estava olhando para o telefone, tentando imaginar para quem mais poderia ligar, pedindo a Deus que nos ajudasse, quando o Daniel mexeu-se na cadeira e disse-me, "Ligue para a Tia Karen." "O quê? Porquê?" indaguei. "Peça a Tia Karen que nos ajude."

Não consegui imaginar o que estaria passando pela cabeça do meu filho. A minha irmã, Karen, é esposa de um pastor e mãe de quatro filhos pequenos--e faltavam apenas dois dias para o natal. Certamente ela estaria numa correria danada. Na insistência do Daniel, porém, liguei para a Karen. Disse-lhe que não sabia porquê estava lhe perturbando a não ser que intercedesse para que pudéssemos solucionar o nosso problema.

A Karen ficou quieta por um momento e depois disse, "Antes de levantar da cama hoje de manhã, percebi que seria impossível fazer tudo que precisava fazer hoje. Quando orei a respeito, Deus me disse que deveria preparar-me para deixar tudo isso de lado, pois ele tinha outro plano para mim hoje. Dê-me um tempo e lhes ligarei de volta."

Nada mais podia fazer a não ser orar, esperar e desfrutar do tempo com os meus filhos, que não havia visto por vários meses. O Daniel estava no seu ultimo ano de universidade, enfrentando a grande pergunta do que ele faria quando se formasse. A Karis cursava o segundo ano de faculdade.

Logo, o David chegou no hospital com as duas meninas caçulas: a Raquel, terminando o seu último ano de colegial, _e Valéria, terminando o ginásio. Fizemos do quarto hospitalar da Karis o local de nossa celebração familiar. Quantas vezes no decorrer da vida dela havíamos feito o mesmo . . .

Quando o telefone tocou, não era a Karen. Ouvi a voz de um estrangeiro, um cirurgião, ligando de um hospital na cidade de Filadélfia, querendo confirmar o tamanho e tipo do cateter desejado e a melhor forma de enviá-lo para nós. Havia um posto do FedEx na mesma rua do hospital, disse-me, e ele mesmo pretendia efetivar o envio, para evitar as burocracias do hospital. Calculava que, devido ao natal, seria razoável antecipar a chegada do cateter na quinta-feira, dia 26 de dezembro.

Aliviada e curiosa, tentei ligar para a Karen para descobrir o que havia acontecido--quem era esta pessoa?!--mas ela não se encontrava em casa. Avisei Dr. A e ele reservou uma sala de cirurgia para a manhã da sexta-feira, dia 27.

Mais tarde, a Karen ligou e nos contou a sua história. Ela havia ligado para cada hospital que conhecia em Nova Iorque e Nova Jersey, e a cada vez a resposta era a mesma que nós havíamos recebido. Esgotada a lista, pediu a direção de Deus. Lembrou-se que algumas semanas antes, ela e o seu marido haviam jantado com um casal da igreja, e conheceram um irmão visitando de Filadélfia, um cirurgião.

A Karen nem lembrava o nome do irmão médico, mas ligou para o casal da igreja, que passaram-lhe o telefone do irmão. A Karen explicou para ele a situação da Karis. (Quantas vezes, em quantas cidades, foi contada esta história naquele dia?!) O cirurgião respondeu, “É claro, temos vários destes cateteres estocados em um armário ao meu lado. Acho que ninguém se importará se eu enviar um deles para o Brasil, especialmente se eu mesmo o colocar no FedEx. Farei isso na hora do almoço.”

Como louvamos a Deus pela sua bondade!

Na terça-feira, Dr. G deu para a Karis permissão para passar a véspera do natal em casa. Os nossos filhos estavam preparando-se para dormir embaixo da árvore de natal, como era o costume deles, quando chegou a hora de iniciar a infusão da nutrição parenteral da Karis. Dentro de segundos, ela ficou pálida—não, absolutamente branca--e desmaiou. Paramos imediatamente a bombinha de infusão e enquanto os irmãos tentaram reavivá-la, liguei para Dr. G em casa. Dr. G disse para não dar-lhe a NPT. Logo a Karis ficou bem e passou uma noite gostosa conosco. A próxima manhã, porém, a linha periférica estourou e tivemos que levá-la de volta para o hospital. Só conseguiam colocar a nova linha no pé, eliminando a possibilidade de mais tempo em casa. Mas ficamos contentes pelas horas de prazer que ela pode passar conosco em casa.

Na quinta, o dia após o natal, fiquei em casa para aguardar a chegada do FedEx. Ao final da tarde, o caminhão se encostou em frente à nossa casa. Me entregaram, não apenas um pacote, mas dois! Um deles veio da Filadélfia, como esperávamos. Mas o outro portou o carimbo de South Bend, Indiana. (Depois, descobrimos que um senhor empregado por uma das casas cirúrgicas de South Bend que havia falado para Dr. B que já haviam se fechado para as férias, quando chegou em casa ficou pensando sobre a situação da Karis. Ele havia voltado para o depósito, pegado um cateter e colocado-o no FedEx, sem falar para ninguém.)

Então—lá estávamos com não só um, mas dois cateteres! A minha reação inicial era preocupação, pois os cateteres eram caros, e certamente o nosso convênio não pagaria mais do que um. Mas alívio e gratidão—e curiosidade—eram as emoções mais fortes. Liguei para o consultório de Dr. A para confirmar a cirurgia agendada para a manhã seguinte.

Na manhã de sexta-feira, Dr. A entrou no quarto da Karis novamente preocupado. Ele nos contou que um rapaz de 17 anos, chamado Cristian, perfeitamente saudável até que o intestino dele torceu-se (cortando o fluxo de sangue e deixando o intestino morto), precisava do mesmo tipo de cateter da Karis. Ele também precisaria de nutrição parenteral a longo prazo. Mas como todos sabíamos, nenhum desses cateteres estava disponível no Brasil . . .

Sem comentário, coloquei nas mãos de Dr. A os dois pacotes entregues pelo FedEx. Por um instante, ele ficou perplexo; de repente os olhos encheram-se de lágrimas. Antes de prosseguir com a cirurgia da Karis, ele já agendou o mesmo procedimento para o Cristian.

O nosso convênio pagou pelo cateter de South Bend e o cirurgião em Filadélfia não nos cobrou nada pelo cateter que ele nos enviou. Portanto, o cateter do Cristian não lhe custou nada; era um presente de natal que lhe veio direto do céu. A comunidade dele já estava levantando recursos para pagar a nutrição parenteral dele, pois a família estava sem convénio.

As últimas notícias que recebemos a respeito de Cristian eram positivas: ele estava recuperando-se, nutrido através do seu cateter natalino.

“Deus é capaz de fazer infinitamente além de
tudo que pedimos ou imaginamos . . .”
(Efésios 3.20).

August 28, 2006

Gratidão

27.08.06
“Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor;
louvai-o, e bendizei o seu nome."
Salmo 100: 4

No mês de agosto de 2001, Moshe (nome fictício), um bem sucedido empresário judeu, viajou para Israel a negócios.

Na quinta feira dia nove, entre uma reunião e outra, o empresário resolveu fazer um lanche rápido em uma pizzaria na esquina das ruas Yafo e Melech George no centro de Jerusalém.

O estabelecimento estava superlotado. Logo ao entrar na pizzaria, Moshe percebeu que se realmente desejasse comer alguma coisa, teria de esperar muito tempo numa enorme fila, mas ele não dispunha de tanto tempo.

Indeciso e impaciente, pôs-se a ziguezaguear por perto do balcão de pedidos, esperando que alguma solução caísse do céu. Percebendo a angústia do estrangeiro, um israelense perguntou-lhe se ele aceitaria entrar na fila na sua frente.

Mais do que agradecido, Moshe aceitou. Fez seu pedido, comeu rapidamente e saiu em direção à sua próxima reunião. Menos de dois minutos após ter saído, ouviu um estrondo aterrorizador.

Assustado, perguntou o que acontecera a um rapaz que vinha pelo caminho que ele mesmo acabara de percorrer. O jovem disse que um homem-bomba acabara de detonar uma bomba na pizzaria Sbarro`s.

Moshe ficou branco. Por apenas dois minutos ele escapara do atentado.

Imediatamente lembrou do homem israelense que lhe oferecera o lugar na fila. Certamente ele ainda estava na pizzaria. Aquele sujeito salvara a sua vida e agora poderia estar morto.

Atemorizado, correu para o local do atentado para verificar se aquele homem necessitava de ajuda. Mas encontrou uma situação caótica no local.

A Jihad Islâmica enchera a bomba do suicida com milhares de pregos para aumentar o seu poder destrutivo. Além do terrorista de vinte e três anos, outras dezoito pessoas morreram, sendo seis crianças. Cerca de outras noventa pessoas ficaram feridas, algumas em condições críticas.

As cadeiras do restaurante estavam espalhadas pela calçada. Pessoas gritavam e acotovelavam-se na rua, algumas em pânico, outras tentando ajudar de alguma forma.

Entre feridos e mortos estendidos pelo chão, vítimas ensangüentadas eram socorridas por policiais e voluntários. Uma mulher com um bebê coberto de sangue implorava por ajuda.

Um dispositivo adicional já estava sendo desmontado pelo exército.

Moshe procurou seu "salvador" entre as sirenes sem fim, mas não conseguiu encontrá-lo. Ele decidiu que tentaria de todas as formas saber o que acontecera com o israelense que lhe salvara a vida. Moshe estava vivo por causa dele. Precisava saber o que acontecera, se ele precisava de alguma ajuda e, acima de tudo, agradecer-lhe por sua vida.

O senso de gratidão fez com que esquecesse da importante reunião que o aguardava.

Ele começou a percorrer os hospitais da região, para onde tinham sido levados os feridos no atentado.

Finalmente encontrou o israelense num leito de um dos hospitais. Ele estava ferido, mas não corria risco de vida.

Moshe conversou com o filho daquele homem, e contou tudo o que acontecera. Disse que faria tudo que fosse preciso por ele. Que estava extremamente grato àquele homem e que lhe devia sua vida. Depois de alguns momentos, Moshe se despediu do rapaz e deixou o seu cartão. Caso seu pai necessitasse de qualquer tipo de ajuda, o jovem não deveria hesitar em comunicá-lo.

Quase um mês depois, Moshe recebeu um telefonema em seu escritório em Nova Iorque. Era aquele rapaz contando que seu pai precisava de uma operação de emergência. Segundo especialistas, o melhor hospital para fazer aquela delicada cirurgia ficava em Boston, Massachussets.

Moshe não hesitou. Arrumou tudo para que a cirurgia fosse realizada dentro de poucos dias. Além disso, garantiu que os acompanharia em Boston.

Talvez outra pessoa não tivesse feito tantos esforços pelo senso de gratidão. Outra pessoa poderia ter dito "Afinal, ele não teve intenção de salvar a minha vida: apenas me ofereceu um lugar na fila..."

Mas não Moshe. Ele sentia-se profundamente grato, mesmo um mês após o atentado. E ele sabia como retribuir um favor.

Naquela manhã de terça-feira, Moshe foi para Boston encontrar o israelense - e deixou de ir trabalhar. Sendo assim, pouco antes das nove horas da manhã, naquele dia onze de setembro de 2001, Moshe não estava no seu escritório no 101º andar do World Trade Center Twin Towers.

(Relatado em palestra do Rabino Issocher Frand)

August 24, 2006

Família, Cirque du Soleil e afins

23.08.06
Chérie, qto tempo!

Que saudade! Espero que esteja tudo bem com vc e principalmente, que vc venha sentindo a presença amorosa de Deus de maneira perceptível (pq Ele sempre está perto, a gente é que às vezes tá cego que não enxerga) rs!

Desculpe o sumiço, mas estava numa correria alucinada (para variar). O mês de agosto foi punk: lançamento de todos os projetos 2007 ao mercado publicitário, reunião com as emissoras afiliadas, apresentação da proposta sobre os 100 anos de imigração japonesa e na vida pessoal a festa de comemoração do dia dos pais (tuuuudo de bom), Cirque du Soleil, arrumação da casa para receber as visitas (sou tão metódica que a ansiedade para que tudo dê certo acaba me oprimindo – e oprimindo os outros de tabela).

Então, rolou um barraco antes. Uma semana antes, minha mãe fala que não vem para SP (e eu com os ingressos do Cirque comprados com 3 meses de antecedência, fala sério)! Fiquei aborrecida pq não sabia se ela não queria vir por causa da homenagem do dia dos Pais (situação dejá vù: qdo é encontro da família do meu pai, a minha mãe faz birra e qdo é reunião da família da minha mãe, o meu pai faz corpo mole) ou pq não queria encontrar os irmãos (desde a morte da minha avó e da minha tia, tá rolando um barraco pela herança) ou pq não queria vir mesmo (falta de vontade). Depois de discutir com ela (e com Deus, claro... sempre sobra para Ele) rs, resolvi entregar... ou melhor, largar na mão dEle.

- Quer vir? Que bom que vc veio!
- Não quer vir? Desculpe, mas vai ser bom do mesmo jeito (nada mais vai roubar minha alegria). Que pena
'para vc' que vai perder...

E ela não veio.

Na seqüência da novela mexicana, uma chuva de propostas de gente querendo comprar o ingresso (que se esgotaram em maio). Mas como não tomo mais nenhuma decisão sozinha, conversei com o Dario: che faciamo? Decidimos então abençoar o meu tio de 80 anos (o japinha nem piscava, de tão lindo que foi o espetáculo ; ) !

Confesso que sou meio suspeita para falar pq sou apaixonadíssima pelo Cirque du Soleil. É até maluco dizer, mas a verdade é que assistir a um espetáculo deles mudou a minha percepção de vida. Aprendi que encontrar um talento é maravilhoso, mas encontrar uma equipe inteira talentosa, é lindo demais, não tem para ninguém. E a melhor coisa do mundo é fazer parte de um time assim, todos comprometidos em dar o seu melhor, com o talento individual reconhecido, porém o impacto está na beleza rara do conjunto.

Para mim, o Cirque du Soleil é a metáfora da vida (familiar, profissional e cristã). Nunca estamos sozinhos. Vc até pode ser brilhante (e é muito bom ser o melhor naquilo que se faz), mas a diferença é fazer parte de uma família, de uma equipe de trabalho e de uma comunidade que compartilha os mesmos objetivos, valores, respeito e cooperação - um pedacinho do céu aqui na Terra (pq é assim que imagino que deve ser o Reino).

Mas voltando à minha mãe - por mais que não quisesse admitir - fiquei com o coração pesado. Poxa, como pôde perder uma coisa desta? E pensei: será que Deus tb não pensa isto da gente? Tem surpresas maravilhosas reservadas para a gente, mas não confiamos o suficiente para receber estes presentes!

Como diria C. S. Lewis* “se considerarmos as promessas pouco modestas de galardão e a espantosa natureza das recompensas prometidas nos evangelhos, diríamos que o nosso Senhor considera nossos desejos não demasiadamente grandes, mas demasiadamente pequenos. Somos criaturas divididas, correndo atrás de álcool, sexo e ambições, desprezando a alegria infinita que se nos oferece, como uma criança ignorante que prefere continuar fazendo bolinhos de areia numa favela, porque não consegue imaginar o que significa um convite para passar as férias na praia. Contentamo-nos com muito pouco”.

Uma coisa que tenho prestado atenção é que se algo me incomoda ao ver nos outros, é pq posso ter igual. Esta “cegueira” da minha mãe seria resultado da vida machucar tanto ela que agora não consegue mais confiar em ninguém? Ou seria mera teimosia? Será que eu confio nas promessas de Deus? Ou será que sou obstinada, com a cerviz tão dura que não consigo nem virar a cabeça para apreciar a beleza que me rodeia?

Dureza é que a minha mãe, né?! E se filha de peixe, peixinha é (joke) preciso ficar atenta para não repetir os erros (igual Isaque que mentiu dizendo que Rebeca era sua irmã, ou seja, a mesma história de Abraão e Sara... que situação dejá vù)!

Bem, deixa eu ir nesta... são 22h34 e tô morrendo de sono (a geriátrica aqui gosta de dormir às 21h) rs.

Beijão e que o Pai ilumine os olhos do seu e do meu coração para conhecermos a esperança pelo qual fomos chamados (Ef 1: 18)!

KT

PS- siiiiim, continuo orando por vc!

* Fonte: Peso de Glória, Editora Vida Nova

August 23, 2006

A Arte de Casar e de Permanecer Casado - toda terça às 20h30

22.08.06
Estes encontros são imperdíveis se você:

  • Está pensando em casar, mas não sabe se é uma boa idéia;
  • Já está casado e não sabe como sair "bem" desta situação;
  • Já foi casado, mas deseja tentar novamente;
  • Ou mesmo, se deseja boas razões para jamais se casar!

Sobre o que vamos conversar?

  • Em busca de uma visão realista do casamento;
  • Resgatando o lugar do homem na relação;
  • Resgatando o lugar da mulher na relação;
  • Resgatando o lugar da sexualidade na relação;
  • Resgatando o lugar das crianças na relação (ensino e disciplina).

A arte de casar
22/08/06

- pr. Ricardo Agreste

Gn 1-2 "Homem e mulheres são essencialmente iguais, mas funcionalmente diferentes" (leia Gn 1: 26-27).

Ef 5: 21 "Sujeição mútua, formatos diferentes"

  • marido e mulher (Ef 5: 22-33);
  • pais e filhos (Ef 6: 1-4);
  • patrões e empregados (Ef 6: 5-9).

Na semana passada vimos que o homem precisar amar sua esposa (Ef 5: 25-28 aparece 5 vezes o verbo "amar"). Amor não são palavras ou sentimentos e sim ATITUDES.

A mulher, por sua vez, precisa respeitar o marido (Ef 5: 33). A linguagem do homem é respeito. É assim que ele se sente amado - por isto é tão complicado qdo um homem perde o emprego; mais do que o trabalho, é a sua dignidade, o seu sentido de valor.

Existem 2 tipos de mulheres (Pv 12: 4): coroa do marido x câncer nos ossos.

A mulher "câncer nos ossos" é briguenta (Pv 21: 9 ; 25: 24; 27:15; 19: 13 e 21: 19), rancorosa e agressiva. Primeiro ela fere pessoalmente, depois na frente dos filhos e por último na frente de outras pessoas.

Mulher, vc cria um ambiente acolhedor para seu marido voltar mais cedo para casa?

Desafio: a mulher se tornar "amável" para o marido amá-la. E o homem, por sua vez, tornar-se tornar respeitável para a esposa o respeitá-lo.

Possíveis causas da mulher "câncer nos ossos":

  • cultura (a mulher perde sua feminilidade, adota o padrão masculino de poder);
  • amizades podres (Pv 13: 20 ; Pv 26:20);
  • ausência de mentoria (Tt 3: 2-4).

A mulher coroa do marido (Pv 31) é:

  • temente a Deus;
  • sábia;
  • inteligente;
  • sua presença é agradável - transmite calor pq não fica reclamando;
  • justa (conhece o valor das coisas - sabe qdo, qto e a quem deve ajudar).

Um homem que encontrou uma mulher virtuosa, encontrou o verdadeiro tesouro!

Vá lá:

Série: A arte de casar e permanecer casado
Palestrante: Ricardo Agreste

Local: Park Suites Hotels
Endereço: R. Fidêncio Ramos 420 - Vila Olimpia

Dia: todas as terças a partir de 08/08/06
Horário: 20h30

Maiores informações acesse:
http://www.comunidadevilaolimpia.org.br/


August 21, 2006

Quão amáveis são os teus tabernáculos!

20.08.06
O que eu mais amo na PIBJI é a centralidade na Palavra. Não são opiniões que permeiam a pauta das discussões, mas o que Deus diz sobre determinado assunto. Foi na PIBJI que aprendi a desenvolver o olhar atento ao que o Pai quer dizer para mim (ao invés de ficar vigiando o quintal dos outros) rs.

Outra coisa que faz o meu coração bater mais forte é o compromisso de viver na prática (pq falar é fácil, viver é que é difícil). Não são palavras ocas, mas vida real. Na PIBJI encontrei uma comunidade de amor (pq Deus ama pelo que somos e não pelo que fazemos ou temos).

E para completar, tem o pr. Vandeir que é tuuuudo de bom (realmente somos privilegiados) rs pq ele tem um dom maravilhoso de explicar de maneira objetiva, didática e amorosa que vc se sente constrangido em aceitar o convite do Pai.

Só na PIBJI ouço mensagens inéditas (rs). Foi lá a 1a. vez que ouvi sobre a importância de ser imitador de Cristo (1 Co 11: 1) . E agora a série de mensagens sobre vida em comunhão.

Na minha opinião, estes mandamentos vem sendo esquecidos pelos filhos dEle (triste)! Pq
é muito fácil apontar os "pecados" aparentes (e de preferência, cometidos pelos outros como assassinato, roubo, divórcio, gravidez antes do casamento...) do que olhar para dentro de si mesmo e fazer uma faxina no sótão interior tirando os pecados ocultos como fofoca, mentira, julgamento e por aí vai.

Mesmo falando de coisas tão espinhosas, o pr. Vandeir tem sido instrumento de graça (pelo menos na minha vida)! E estar nos átrios do Senhor virou deleite (e não mais obrigação).

Vai lá: PIBJI, um pedacinho do céu (celebrações aos domingos das 8h45 às 9h30 ou 17h - R. José Solana 311 - Fones: 5928-2550 / 5927-7270 / 5939-5333).

Não mintais uns aos outros
(Cl 3: 9 e Ef 4: 25)

Mentira = distorção ou omissão

Exemplos:
- Resposta evasiva (Caim - Gn 4: 9)
- Falsidade deliberada (Jacó - Gn 27: 19)
- Representação falsa da vontade de Deus (Geazi - 2 Rs 5: 21-27)
- Engano (Ananias e Safira - At 5: 1-10)

Tipos comuns de mentira:
- Falsas acusações contra o próximo (Mt 5: 11 ; Pv 6: 19)
- "Mentirinhas" (At 25: 14)
- Enfeitar ou exagerar a verdade (Pv 30: 6)
- Gabar de coisas que não fizemos (Pv 25: 14)
- Desculpar o pecado (Pv 17: 15 ; Pv 24: 12)
- Diminuir ou subestimar o caráter (Pv 17: 15)
- Brincadeiras e trotes ( Pv 26: 18-19)
- Deixar de cumprir promessas ( Ec 5: 4-6 ; Tg 5: 12)

Posturas saudáveis:
- Sinceridade e abertura em todos os relacionamentos
- Honestidade e confiança
- Conversar com tudo que é verdadeiro (Fp 4: 8)
- Caráter: coerência do discurso com a prática.

Fonte: Mensagem ministrada na PIBJI pelo pr. Vandeir Dantas no dia 20/08/06 às 8h45 (resumo elaborado por KT).

August 07, 2006

Santidade

06.08.06
O Arminho

"Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires" (Ap 3:18 ARA)

- pr. Mário Fernandez

Há na Europa um animalzinho cobiçado pelos caçadores. É o “Arminho”. Sua pele tem alto preço. O pelo é branco como a neve, e o animal cuida dele todo dia. Não se encosta em lugares sujos, não se põe em ambientes em que a brancura do pelo seja manchada.

Sabendo, os caçadores, desse zelo, emporcalham a entrada da toca do bichinho em momentos em que ele lá não esteja. Depois, soltam a matilha na floresta.

Vendo-se perseguido, o Arminho procura a gruta, mas notando a imundície na porta de sua morada e sentindo que vai macular a pureza da pele, prefere morrer. Volta-se e enfrenta os cães, preferindo a morte à impureza.

Assim com este pequeno animal, os cristãos devem proteger a sua pureza a qualquer custo. Lembra-se de quando José foi tentado pela mulher de seu senhor? Preferiu enfrentar a ira da mulher rejeitada do que trair a confiança de seu senhor e pecar contra Deus.

"Senhor, ajuda-me a me manter fiel a Ti, mantendo a minha pureza tanto na mente como nos meus atos."

Fonte: http://ichtus.com.br/publix/ichtus/devocional/oarminho.html

August 02, 2006

Compaixão

02.08.06
Ontem tive uma conversa loooonga com o Pai antes de dormir. Coloquei diante dEle o que assaltava a minha alegria. Ainda assim, acordei com a sensação de estar fora do centro de Sua vontade. E lá vou eu de novo encarar meu sótão interior (rs)...

Enqto estendia as roupas (literalmente) rs... b-i-n-g-o!

Descobri que não estava me submetendo ao Pai: sabia o que tinha de fazer, mas não estava colocando em prática (saber e não fazer, é o mesmo que não saber).

Interessante foi receber um mail da Jun sobre a misericórdia de Deus: Ele tem baldes para despejar na gente e elas se renovam a cada manhã! Se estas misericórdias encharcam a nossa vida (obrigada obrigada obrigada), devemos nós (como filhos que refletem o caráter o Pai) fazer o mesmo.

Só que falar é muito fácil, viver é que é difícil... (principalmente qdo o que gostaríamos de fazer era chacoalhar certas pessoas) joke. Por isto orei pedindo: - Pai, me ajude pq por mim, não consigo. Me ajude a amar como o Senhor ama. Me ajude estender graça como o Senhor estende a mim.

Pq falar a verdade sem amor, machuca. O Pai não faz isto com a gente, pq vamos fazer? Da mesma maneira que Ele exorta em amor, no Seu colo carinhoso e com o Seu olho no nosso olho (chorando com os que choram e alegrando com os que se alegram), devemos fazer o mesmo.

Crescer e ficar parecido com o Pai - este é o nosso chamado.


Consolação é uma bela palavra.

Ela significa "estar" (con), "com o solitário" (solus).

Oferecer consolação é uma das formas mais importantes de cuidado.


A vida é tão cheia de dor, tristeza e solidão que muitas vezes pensamos no que podemos fazer para aliviar o imenso sofrimento que testemunhamos.

Podemos e devemos oferecer consolação.

Podemos e devemos consolar a mãe que perdeu seu filho, o jovem com aids, a família cuja casa foi destruída pelo incêndio, o soldado ferido, o adolescente que pretende se suicidar, o idoso que se pergunta por que ainda vive.

Consolar não significa eliminar a dor, mas estar lá e dizer: "Você não está sozinho, estou com você. Juntos podemos carregar o fardo. Não tenha medo. Estou aqui".

Isso é consolação.

Todos nós podemos dá-la e recebê-la.

(Henri Nouwen)

August 01, 2006

Controle

01.08.06
No começo do ano, senti no coração que era momento de perder o controle (calma, não vou surtar) rs, ou seja, abrir mão de ser controladora, de querer segurar as situações e as pessoas de acordo com o que eu achava ser melhor. Este convite do Pai tb se estendia à minha jornada espiritual (a promessa da coluna de nuvem que guia durante o dia e coluna de fogo que aquece à noite).

Perder o controle dá muito medo.

Mas a verdade é que a gente não tem controle de nada. Temos apenas a falsa ilusão de que temos controle, mas não temos.

A raiz desta obstinação é que em algum momento de nossas vidas, fomos reféns de alguma situação que nos machucou muito. E o controle, na vida adulta, se torna um mecanismo de defesa para não passarmos por aquela situação novamente.

Dureza é que, com este tipo de comportamento, passamos a sufocar as pessoas que nos cercam (o lixo interior que incomoda os outros, lembra?).

O convite de Jesus é desafiador: “Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo e leve” (Mt 11: 28 a 30).

Agora, vamos ser honestos: ninguém deixa de ser controlador de um dia para outro. E quer saber?

Por mais que a gente ache ser possível dar conta do recado sozinho, não dá.

O 1º. passo para mudar não é mudar, mas admitir que temos problema e colocar esta situação diante do Pai: “Deus, tenho um problema sério: oprimo as pessoas e a mim mesmo querendo ter controle da situação, mas só o Senhor tem o mundo nas Suas mãos. Perdão porque quero tomar o Teu lugar, me ajude a entregar a minha vida e as minhas vontades diante de Ti, sabendo que o Senhor que é Pai de amor, nunca vai dar pedra quando eu pedir pão. Jesus, confio em Ti e peço que me ajude a ficar com as mãos abertas para receber do Senhor aquilo que o Senhor quiser me dar, sabendo que a Tua vontade é santa, perfeita e agradável. Em nome de Jesus, amém”.

Agora vá lá em Hebreus, leia o livro inteirinho e aceite o convite para viver o hoje. O hoje de coração aberto, quebrantado e confiante no Altíssimo que promete nunca nos deixar ou abandonar.

Talvez vc tenha de refletir sobre isto várias vezes. Talvez vc tenha algumas recaídas (e quem não tem?).

Deixar Deus assumir o controle é um passo de fé.

No começo vc até sente um friozinho na barriga (rs), mas depois uma paz tãããão grande invade o seu coração e tudo fica mais leve que vale a pena correr o risco (experimenta, experimenta)!

É só trocar de fardo com Jesus.

Uma ostra que não foi ferida, não produz pérolas

Pérolas são produtos da dor, resultados da entrada de uma substância estranha e indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia. Na parte interna da concha é encontrada uma substância lustrosa chamada nácar. Quando o grão de areia penetra as células do nácar, começam a trabalhar e cobrir o grão com camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola vai se formando ali no seu interior.

Uma ostra que não foi ferida, nunca vai produzir pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.


Você já se sentiu ferido pelas palavras rudes de alguém?
Já foi acusado de ter dito coisas que não disse?
Suas idéias já foram rejeitadas ou mal interpretadas?
Já sentiu duros golpes de preconceito?
Já recebeu o troco da indiferença?


Então, produziu uma pérola.

Cubra suas mágoas com várias camadas de amor.

Infelizmente são poucas as pessoas que sabem amar. A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos, deixando as feridas abertas alimentado-as com de sentimentos pequenos, não permitindo que cicatrizem.

Assim, na prática o que vemos são muitas ostras vazias. Não porque não tenham sido feridas, mas porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor.