Família, Cirque du Soleil e afins
23.08.06
Chérie, qto tempo!
Que saudade! Espero que esteja tudo bem com vc e principalmente, que vc venha sentindo a presença amorosa de Deus de maneira perceptível (pq Ele sempre está perto, a gente é que às vezes tá cego que não enxerga) rs!
Desculpe o sumiço, mas estava numa correria alucinada (para variar). O mês de agosto foi punk: lançamento de todos os projetos 2007 ao mercado publicitário, reunião com as emissoras afiliadas, apresentação da proposta sobre os 100 anos de imigração japonesa e na vida pessoal a festa de comemoração do dia dos pais (tuuuudo de bom), Cirque du Soleil, arrumação da casa para receber as visitas (sou tão metódica que a ansiedade para que tudo dê certo acaba me oprimindo – e oprimindo os outros de tabela).
Então, rolou um barraco antes. Uma semana antes, minha mãe fala que não vem para SP (e eu com os ingressos do Cirque comprados com 3 meses de antecedência, fala sério)! Fiquei aborrecida pq não sabia se ela não queria vir por causa da homenagem do dia dos Pais (situação dejá vù: qdo é encontro da família do meu pai, a minha mãe faz birra e qdo é reunião da família da minha mãe, o meu pai faz corpo mole) ou pq não queria encontrar os irmãos (desde a morte da minha avó e da minha tia, tá rolando um barraco pela herança) ou pq não queria vir mesmo (falta de vontade). Depois de discutir com ela (e com Deus, claro... sempre sobra para Ele) rs, resolvi entregar... ou melhor, largar na mão dEle.
- Quer vir? Que bom que vc veio!
- Não quer vir? Desculpe, mas vai ser bom do mesmo jeito (nada mais vai roubar minha alegria). Que pena 'para vc' que vai perder...
E ela não veio.
Na seqüência da novela mexicana, uma chuva de propostas de gente querendo comprar o ingresso (que se esgotaram em maio). Mas como não tomo mais nenhuma decisão sozinha, conversei com o Dario: che faciamo? Decidimos então abençoar o meu tio de 80 anos (o japinha nem piscava, de tão lindo que foi o espetáculo ; ) !
Confesso que sou meio suspeita para falar pq sou apaixonadíssima pelo Cirque du Soleil. É até maluco dizer, mas a verdade é que assistir a um espetáculo deles mudou a minha percepção de vida. Aprendi que encontrar um talento é maravilhoso, mas encontrar uma equipe inteira talentosa, é lindo demais, não tem para ninguém. E a melhor coisa do mundo é fazer parte de um time assim, todos comprometidos em dar o seu melhor, com o talento individual reconhecido, porém o impacto está na beleza rara do conjunto.
Para mim, o Cirque du Soleil é a metáfora da vida (familiar, profissional e cristã). Nunca estamos sozinhos. Vc até pode ser brilhante (e é muito bom ser o melhor naquilo que se faz), mas a diferença é fazer parte de uma família, de uma equipe de trabalho e de uma comunidade que compartilha os mesmos objetivos, valores, respeito e cooperação - um pedacinho do céu aqui na Terra (pq é assim que imagino que deve ser o Reino).
Mas voltando à minha mãe - por mais que não quisesse admitir - fiquei com o coração pesado. Poxa, como pôde perder uma coisa desta? E pensei: será que Deus tb não pensa isto da gente? Tem surpresas maravilhosas reservadas para a gente, mas não confiamos o suficiente para receber estes presentes!
Como diria C. S. Lewis* “se considerarmos as promessas pouco modestas de galardão e a espantosa natureza das recompensas prometidas nos evangelhos, diríamos que o nosso Senhor considera nossos desejos não demasiadamente grandes, mas demasiadamente pequenos. Somos criaturas divididas, correndo atrás de álcool, sexo e ambições, desprezando a alegria infinita que se nos oferece, como uma criança ignorante que prefere continuar fazendo bolinhos de areia numa favela, porque não consegue imaginar o que significa um convite para passar as férias na praia. Contentamo-nos com muito pouco”.
Uma coisa que tenho prestado atenção é que se algo me incomoda ao ver nos outros, é pq posso ter igual. Esta “cegueira” da minha mãe seria resultado da vida machucar tanto ela que agora não consegue mais confiar em ninguém? Ou seria mera teimosia? Será que eu confio nas promessas de Deus? Ou será que sou obstinada, com a cerviz tão dura que não consigo nem virar a cabeça para apreciar a beleza que me rodeia?
Dureza é que a minha mãe, né?! E se filha de peixe, peixinha é (joke) preciso ficar atenta para não repetir os erros (igual Isaque que mentiu dizendo que Rebeca era sua irmã, ou seja, a mesma história de Abraão e Sara... que situação dejá vù)!
Bem, deixa eu ir nesta... são 22h34 e tô morrendo de sono (a geriátrica aqui gosta de dormir às 21h) rs.
Beijão e que o Pai ilumine os olhos do seu e do meu coração para conhecermos a esperança pelo qual fomos chamados (Ef 1: 18)!
KT
PS- siiiiim, continuo orando por vc!
* Fonte: Peso de Glória, Editora Vida Nova
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