November 28, 2006

Uma pergunta que você precisa se fazer

Uma pergunta que você precisa se fazer
"Por que você está assim tão triste, ó minha alma, e por que você está tão abatida, dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus; Ele é o meu Salvador e o meu Deus" (Salmo 42:11 NVI).

- pr. Paulo Cardoso

Este é o verso final de uma canção composta por um dos filhos de Coré, num momento de muita angústia e tristeza. Quem ainda não passou por um momento assim? Todos nós.

Só que neste simples verso, eu encontro uma pergunta que todos nós precisamos fazer a nós mesmos, toda vez e cada vez que percebermos a nossa alma abatida, confusa, deprimida, amedrontada, encolhida, triste, apagada e angustiada. A pergunta é: Por que?

Perceba que este não é um "por que" que eu pergunto para Deus, para a vida, para as circunstâncias ou para as pessoas - mas, única e exclusivamente, para a mim mesmo. Você já perguntou à sua alma: Por que?

Por que você está tão triste? Por que está tão abatida? Por que está tão infeliz? Por que está com tanto medo? Por que está tão ansiosa? Por que está tão insegura? Por que está sentindo-se tão solitária?

No Salmo 4, o salmista diz que eu devo consultar o meu coração, no meu travesseiro, e sossegar. É quando eu aprendo a ouvir aquilo que a minha alma está tentando me dizer. Porque ela está falando, eu é que não a estou ouvindo.

Eu estou tão aprisionado pelos falsos conceitos, idéias, imagens, ideais, padrões e mentiras que eu aceitei como verdades na minha mente, que eu não ouço mais o que a minha alma quer me dizer. Eu só ouço aquela conversa que se passa na minha mente, dia e noite, noite e dia, muitas vezes, me jogando para baixo, me denegrindo e me desencorajando. Não é isto que está acontecendo com você?

Mas, eu não faço calar e sossegar a minha alma, como a mãe com a criança desmamada (Salmo 131). Eu não a tranquilizo e acalmo. Pelo contrário, eu deixo a minha alma chorando, com medo, com fome, com frio, abandonada e sem atenção.

Você pode ter sete anos ou oitenta anos: a sua alma é como uma criança que precisa ser ouvida e cuidada, ou ela vai adoecer. E, não é isso mesmo que está acontecendo com você? E não é isso que você vê, o tempo todo, acontecendo, ao seu redor, inclusive no meio daquelas pessoas que confessam crer em Deus e na Sua Palavra?

Que tal começar a se perguntar: Por que?

Por que você mergulhou neste marasmo interior? Por que você está tão insegura com tudo? Por que você está com tanta raiva? O que foi que você começou a dizer para si mesma e acreditar como verdade final, absoluta e imutável em sua vida, que jogou você neste fosso de depressão e tristeza? O que foi que você aceitou como sendo a sua sentença na vida e que levou você a todo este desespero?

Não só isto: por que todo este desespero? Por que toda esta aflição? Por que toda esta ansiedade com esta área da sua vida? Por que você está dizendo para si mesma que isto é a pior coisa que poderia acontecer a você? Por que você está dizendo para si mesma que isso seria insuportável? Por que você está dizendo que a sua vida está acabada? Por que você está dizendo que nunca vai ser feliz a menos que isto ou aquilo aconteça em sua vida? Por que você sempre precisa que alguém afirme você?

E por que você tem que provar isto para si mesma? Por que você tem que mostrar isto para os outros? Será que é porque você não se valoriza como pessoa? Será que é porque você ainda não aprendeu a se amar, aceitar, gostar de si mesma e festejar sua própria existência?

Pare e pense, por favor. Faça como o salmista, no Salmo 42: pergunte a si mesmo por que? Ouça o que a sua alma tem a dizer. Dê atenção a ela. Não a maltrate. Não a pressione desta forma. Faça bem a ela.

E, então, tente encorajar-se a si mesmo, como o salmista fez. Ele disse: Ponha a sua esperança em Deus, Ele é o meu Salvador e o meu Deus.

Posso dizer algo? Deus ainda existe. Ele ainda reina. Ele ainda está no controle de todas as coisas. Ele nos ama e cuida de nós. E nossa vida tem valor em si mesma. E Ele quer que nós nos amemos e cuidemos de nós mesmos. E Ele quer que nós façamos bem a nós mesmos e tranquilizemos a nossa própria alma, colocando nEle a nossa esperança e confiança.

Então, diga para si mesma: Ponha a sua esperança em Deus! Ele é o meu Salvador e o meu Deus!

Pode estar escuro, as coisas podem não estar do jeito que eu gostaria, eu posso estar limitada, eu posso não ter tudo que eu queria, o mundo pode estar confuso, os problemas podem estar por todo lado; mas Deus é o meu Salvador. Ele nunca vai me deixar e jamais vai me desamparar. É uma questão de aliança.

Deus se comprometeu com todo aquele que colocar a sua confiança em Jesus Cristo e no que Ele consumou na cruz em seu lugar. Ele fez uma aliança com todo aquele que põe a sua fé em Jesus. Nada pode separar você do Seu imenso amor.

Que estas palavras façam muito bem à sua alma.

Fonte: http://www.encontrocomavida.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=4&sg=0&form_search=&pg=1&id=422

November 27, 2006

Por que eu não consigo?

Por que eu não consigo?
- pr. Paulo Cardoso

"Por que eu não consigo?"

Esta foi a pergunta que recebi, fruto do texto "Uma pergunta que você precisa se fazer". Se você ainda não leu, leia-o antes deste.

Muitas vezes, tentamos eliminar as consequências das nossas vidas e não tratamos as causas que nos levam a elas. É aí que perguntar "por que?" para a sua alma tem tanta importância. Porque há algo que ela está tentando nos dizer a respeito daquilo que estamos sentindo e como estamos nos comportando.

Algumas coisas que fazemos são apenas a consequência de nossas ansiedades, carências e desconfortos interiores. Daí que se estas causas não forem tratadas, muitos de nós teremos dificuldade de livrar-nos daquilo que elas geram no nosso comportamento do dia a dia.

William Backus, autor do livro "Fale a verdade consigo mesmo" alerta que aquilo que dizemos para nós mesmos, acaba se transformando em emoções e comportamentos que passamos a ter.

É aí que temos que aprender a questionar esta fala interior, quando percebemos que ela está gerando algo adoecido em nossa vida. Foi o que Davi fez, quando perguntou para si mesmo: "Por que você está assim tão triste, minha alma?".

Por exemplo, quando dizemos que não conseguimos fazer ou deixar de fazer alguma coisa, temos que parar e refletir sobre isto. Por que será que nós, realmente, não podemos parar, ou será que isto é o que sempre repetimos para nós mesmos e assumimos como uma verdade absoluta que está aprisionando o nosso modo de pensar e sentir?

A pergunta é: Por que nós não podemos parar? Por que é impossível? Por que nós dependemos disto para viver? Por que isto é o único prazer que resolvemos ter na vida? Não existe nada além disto? Por que é preciso fugir para isto? E por que sempre nestes momentos?

Pare e pense sobre o que você está, continuamente, dizendo para si mesma a respeito disto. O que se tornou uma verdade para você e que, na verdade, não passa de um falso conceito, de algo que parece ser verdade, mas não é?

O fato é que se você só tiver um prazer em sua vida, é provável que em sua fala interior, você esteja, sempre, dizendo para si mesma: "Eu tenho o direito de me dar este prazer, afinal, minha vida é tão sofrida...". Ou, então, "eu preciso disto para aliviar a minha tensão", ou "eu não posso viver sem isto, é a única coisa que me faz relaxar e me dá algum sabor na vida". Será que não é isto que você está dizendo no seu monólogo interior (naquilo que você conversa consigo mesma o tempo todo)? Mas, será que isto é verdade? E será que isto não está envolvido pela culpa e por cobranças que você mesmo se faz?

Uma outra verdade, é que quanto mais tornamos o libertar-nos de uma coisa uma questão de vida ou morte e de uma repressão moral, mais ela se torna numa prisão em nossas mente e emoções. E, ao contrário, quanto mais nos amamos a nós mesmos, nos aceitamos em Deus e sabemos que Ele nos ama incondicionalmente, mais somos livres para poder fazer nossas escolhas como resultado da nossa consciência e liberdade interior e sairmos daquilo que nos faz mal.

Repressão vira pulsão que vira vulcão que acaba entrando em erupção. É simples assim. Por isso é que ninguém é liberto de nada que faça mal para si mesmo através do moralismo, mas de uma fé que age através do amor, de uma escolha que é resultado de uma consciência boa e clara diante de Deus, de si mesmo e da vida. Jesus disse que conhecer a verdade é que nos liberta.

Pense, num exemplo bem simples: há pessoas que sentem-se em profunda agonia emocional, porque estão há anos e anos seguindo a Jesus, mas nunca conseguiram se livrar do cigarro. Elas transformaram o livrar-se do cigarro numa questão de entrar ou não no céu, estar ou não entre os salvos, poder ou não ter acesso a Deus.

Só que elas estão abordando o problema de uma forma completamente errada. Porque o problema delas não é Deus. Deus as ama. Deus sabe o que as leva àquela atitude. Jesus já rasgou o escrito de dívida que era contrário a elas e que constava de ordenanças, e o encravou na cruz. Deus estava em Cristo reconciliando consigo os homens (o que inclui a elas), não atribuindo a eles os seus pecados (o que inclui a elas) e nos confiou o ministério da reconciliação. O problema não está em Deus. Jesus já gritou do alto da cruz: Está feito! Está pago! Está consumado!

O problema é que o cigarro tem cerca de 4.000 substâncias venenosas e diversas outras substâncias tóxicas, provoca câncer e muitas outras doenças. Não é uma questão moral, é uma questão de saúde e um problema social. É um problema para elas, porque está fazendo mal à saúde delas e das pessoas que com elas convivem, porque o cigarro prejudica, muito, os não fumantes que estão ao redor dos fumantes. Este é o problema. É assim que a questão tem que ser encarada: como uma questão de saúde e não como uma questão moral; como algo que está fazendo mal à pessoa e aos seus e não como uma questão religiosa.

O fato é que ninguém, absolutamente, ninguém se liberta de uma dependência emocional, física e mental se culpando e condenando moralmente. Isto é fato. Primeiro é preciso reconhecer que se tem um problema e questionar aquilo que nos acostumamos a acreditar como verdade a respeito daquilo, com tranquilidade e bom senso.

Quando podemos ver a coisa de uma forma mais sadia, já começamos a caminhar na direção da cura. Por que, de repente, descobrimos que outros, também, já passaram por isto, outros passam por isto e conseguiram sair disto. É uma questão humana. É coisa de gente. Cada um tem uma questão com alguma coisa. Alguns nunca colocaram um cigarro na boca, mas tem uma dificuldade enorme de controlar a ira. Outros, a crítica. Outros, o medo.

Por exemplo, nós dizemos que não temos auto-controle. Mas, será mesmo? Se disso depender a nossa vida, literalmente, será que não vamos ter auto-controle? Se for algo que está ali, bem diante dos nossos olhos, será que não vamos nos controlar? Se disto depender o nosso emprego, o nosso sustento, o pão dos nossos filhos, a vida de quem amamos, de uma forma dramática e visível, será que não vamos ser as pessoas mais controladas do mundo? Então, já não podemos mais afirmar que é impossível nos controlar, porque isto não é verdade. Parece verdade, nós sentimos como se fosse verdade - mas, é uma mentira.

Também se nós vivemos dizendo que nós somos assim e agimos desta ou daquela maneira, porque nossos pais são assim, nossos avós eram assim, e que todos em nosso meio são assim, estamos escolhendo falar uma mentira para nós mesmos. Nós vamos acreditar nela e até viver segundo ela, mas é uma mentira. Porque a Bíblia diz que nós podemos ser transformados pela graça de Jesus.

É claro que há a genética. Há exemplos. Há influências. Há a educação. Há circunstâncias. Há facilidades e dificuldades. E é claro que há situações e situações na história da nossa vida. Mas, ainda assim, nós podemos escolher pensar e ver as coisas de modo diferente.

A história está cheia de exemplos assim. Jacó teve muitos filhos e a maioria criou muitos problemas, mas José escolheu ser uma pessoa diferente. E, pela graça de Deus, ele foi. Jefté nasceu do relacionamento de seu pai com uma "mulher de programa", mas se tornou em um libertador e líder de seu povo, num momento de extrema crise. Nós podemos escolher agir diferente, se começarmos a pensar diferente e a crer diferente. É um processo, mas tem um início.

Agora, nós só podemos mudar algo em nós, quando podemos olhar aquele algo com um olhar diferente do que estávamos olhando anteriormente. Não com o olhar da culpa e da condenação, mas da consciência e da vida.

Se você pensar como sempre pensou, vai sentir como sempre sentiu e se comportar como sempre se comportou. Não é uma questão de convencer a si mesmo. Não é lavagem cerebral. Não é auto-indução. Não é o poder da mente. É sermos transformados por Deus através da renovação do nosso entendimento (Romanos 12:2). É muito diferente. É o poder de Deus se aperfeiçoando em nossa fraqueza. Só que sem culpas e neuroses, mas sabendo que Deus se importa conosco.

Deus sempre pode nos ajudar, não importa a situação. Mas, a primeira coisa é vê-lo conosco. É saber que o Seu amor é o que vai nos ajudar a vencer. Não o medo, não o ódio de si mesmo, não a auto-punição, não a agressão a si mesma, não a repressão doentia - mas o amor de Deus e o passar a ver as coisas com consciência e sensatez.

Espero que estas palavras ajudem alguém que escolheu acreditar que não consegue. Oro para que estas simples palavras a ajudem a ver que o principal é tratar o que nos leva a agir como agimos e que podemos mudar quando entendemos que é o melhor para nós.

A graça de Deus é suficiente para nos socorrer. Deus não está contra nós, Ele está conosco querendo nos ajudar a vencer aquilo que está nos fazendo mal.

Nunca esqueça que não é um moralismo frio, é vida. E é isto porque Jesus nunca pregou moralismo - os fariseus já faziam isto - Ele pregou o amor de um Deus que é capaz de nos alcançar onde nós estivermos e nos levar onde planejou que nós estejamos. Um Deus que desce do Seu trono de glória e poder, se faz homem, em Jesus, e se entrega, por amor a nós, ensanguentado, no alto de uma cruz. É muito diferente!

Não se agrida, não se ofenda, não se bata, não se torture - fale consigo mesma. Pergunte-se: Por que? E trate sua alma como uma criança que precisa ser curada e restaurada, não espancada e machucada. Jesus pagou um alto preço por você.

Talvez os fiscais da religião não concordem com o que escrevi, mas não escrevi para eles. Eles coam um mosquito, enquanto engolem um camelo. Escrevi para gente sincera que ama a Deus e quer aprender um caminho mais sincero, verdadeiro e sadio para viver. Estamos todos aprendendo com Ele.

Pense nisto!

Fonte: http://www.encontrocomavida.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=4&sg=0&form_search=&pg=1&id=425

November 24, 2006

Momentos não são eternos

Momentos não são eternos... eles passam
Momentos não são eternos... eles passam

- pr. Paulo Cardoso

Todos nós já vivemos algum momento, em nossa vida, que desejamos que se tornasse eterno. Especialmente, quando o bem e a bondade nos tocam, de uma forma única e especial, o coração anseia para que aquele momento se eternize. Quem nunca, em sua vida, teve um momento, em que pensou: "Eu gostaria que este momento durasse para sempre"?

Mas, da mesma forma, todos nós já tivemos momentos, que nós desejamos que acabassem o mais rápido possível. Foram aqueles momentos em que a maldade e o que nos fazia mal estava, de alguma forma, tocando a nossa existência.

Só que o que nunca podemos esquecer é que momentos passam; quer sejam eles, bons ou ruins. Nenhum momento é eterno, justamente, porque é momento. Lembra daquela vez em que você pensou que aquela dor nunca iria passar? Mas ela passou, não passou? Ou, pelo menos, ela aliviou, não aliviou? Porque momentos são assim: eles vem e eles vão. As recordações podem até ficar e nós escolhemos o que vamos fazer com elas; mas, os momentos, em si, passam.

O que não passa é a fidelidade de Deus e o Seu amor para conosco. É por isso, que quando Jeremias, o profeta, estava andando pelo meio das ruas incendiadas de Jerusalém, depois do cerco e invasão babilônica, enquanto ouvia o choro desesperado de mulheres e crianças por toda parte e passava por sobre corpos de pessoas mortas, pelo caminho, disse algo para que sua alma pudesse ouvir. Ele disse: "Eu quero trazer à memória aquilo que pode me dar esperança. As misericórdias do Senhor são as causas de não sermos consumidos. Porque as Suas misericórdias não tem fim, renovam-se cada manhã. Grande é a Sua fidelidade".

Naquele momento, que parecia uma eternidade, Jeremias teve de fazer uma escolha. Porque as cenas eram chocantes demais, a dor era intensa demais, a impotência diante de tudo era forte demais, a sensação de angústia e desesperança era arrasadora demais. Ou, ele fazia uma escolha para proteger a sua alma ou ela sucumbiria diante de tanta dor e desespero.

Aquele era o grito da alma de alguém que se recusa a ser derrotada pelo seu momento, porque sabe que existe um Deus que é bom e cujas misericórdias o levam a se compadecer da miséria humana; um Deus que se compadece e cuja fidelidade às Suas promessas para o bem, jamais terá fim. Foi colocando a sua mente na graça deste Deus que tem prazer, não em condenar ou destruir; mas em perdoar e restaurar, mesmo que das cinzas, aquilo que foi assolado, que ele encontrou forças para ir em frente.

Momentos são momentos. Apenas momentos. Só momentos. Vão passar. A dor pode ser intensa, a angústia pode parecer além das nossas forças, o choro pode insistir em voltar aos nossos olhos; mas, como escreveu Brennan Manning, o nome de Deus é Misericórdia. Ele é um Deus bom e que tem prazer na bondade.

Jesus, antes de Sua morte e ressurreição, avisou Seus discípulos que eles iriam chorar e se angustiar; mas, que depois, daquele momento, eles iriam vê-lo outra vez, e provariam de uma alegria, tão grande, que ninguém poderia roubar deles. Ele chega a comparar o que aconteceria, com a mãe, que antes de dar à luz, chora e sente as dores do parto; mas que depois que a criança nasce, se esquece, até mesmo, das dores e lágrimas que derramou, pela alegria de abraçar seu neném.

Quem sabe, hoje, é um momento difícil para você? Uma noite escura em sua alma, um dia de lágrimas, uma semana de lutas, um mês de dores, um ano de tempestades, um tempo que parece que nunca vai acabar. Mas, quer saber, é um momento.

A vida tem momentos, fases, cenários e estações diferentes. Mas, seja, por qual deles estejamos passando, Deus sempre está conosco para nos socorrer e nos guiar. Ele é o Nosso Pastor e nada nos faltará. Se um pastor de ovelhas, humano, falho, frágil, imperfeito e rachado na alma, pode arriscar a sua própria vida para salvar os animais que estão sob à sua guarda, será que Deus que nos criou à Sua própria imagem e semelhança e que entregou Seu próprio Filho Jesus, para dar a Sua vida por nós, não cuidaria de nós? Pare e pense.

Momentos passam por mais difíceis que sejam. Cenários mudam, por mais que pareçam ter vindo para ficar como realidade eterna em nossa vida. O que nunca vai mudar é o amor de Deus por nós revelado em Jesus. O que nunca vai passar é a Palavra de Deus em nossas vidas. Ele nunca vai nos deixar e jamais vai nos desamparar. Ele está conosco todos os dias até a consumação dos séculos. Isto foi provado, de uma vez por todas e para todo o sempre, na cruz do Calvário. Deus se importa conosco e quer nos ensinar o Caminho que devemos seguir. E como Bom Pastor, Ele vai nos guiar através de todos os momentos: sejam nos pastos verdejantes, junto às águas de descanso e pelas veredas da justiça; ou, no vale da sombra da morte e na presença dos nossos inimigos.

Os momentos podem mudar; e eles mudam. O que nunca vai mudar é que Ele sempre estará conosco e se nós O reconhecermos em nossos caminhos, Ele endireitará as nossas veredas. Não porque somos bons, justos ou merecedores de algo; mas porque Ele é bom, justo, misericordioso, compassivo e fiel. Não porque fizemos por onde, conquistamos por nossas justiças ou oferecemos algo em troca; mas, porque Jesus consumou tudo por nós na cruz.

Ele me ama. Ele ama você. Isso nunca vai mudar.

Minha oração é que estas simples palavras possam ecoar em seu coração, trazendo consolo, ânimo, forças e vida para você.

Fonte: http://www.encontrocomavida.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=4&sg=0&form_search=&pg=1&id=420

November 23, 2006

Refúgio e fortaleza no coração do Pai

22.11.06
Chérie, qto tempo!

Espero que esteja tudo bem com vc (presumo que sim, senão vc já teria dado sinal de vida) joke!

Quero que saiba que apesar da correria continuo orando por vc, para o Pai cuidar e se manifestar de maneira perceptível em todos os momentos da sua vida, e que vc descubra a cada dia a altura, a largura, a extensão e a profundidade do amor de Cristo (não pq ouviu falar, mas pq está vivendo na pp pele).

Desculpe o sumiço, mas as coisas estavam punkérrimas: minha chefia imediata saiu de férias, semana passada demitiram uma pessoa da equipe (mó pressão) além dos eventos em andamento, reuniões inócuas e projetos para apresentar... Confesso que em alguns momentos a tolerância chegou bem perto de zero (rs).

Para melhorar, ainda estava numa fase questionadora com o Pai (só Ele para me agüentar; tem hora que nem eu “me” güento) rs. No auge da crise, pensei que fosse ficar manca igual Jacó qdo lutou com o Anjo do Senhor, aff... A bola da vez era minha vocação (ficar parada é a morte para uma ativista-de-plantão): ver tantas coisas para serem feitas e aquela vontade enooooorme de arregaçar as mangas e meter a cara para fazer e acontecer (qdo o Pai pedia claramente para eu aquietar e deixar Ele ser Deus)... Olha, vou te contar, não foi (está sendo) fácil não...

Mas deixa eu contar algumas coisas bacanas que aconteceram no meio da tormenta:

1) Estudo sobre Gálatas: tive acesso a um material excelente do pr. Luiz Sayão (Rota 66, programa exibido na rádio Transmundial) que abriu meus olhos: estava caindo novamente na armadilha do fazer ao invés de ser filha amada de Deus (se vc quiser emprestado, me avise). O problema nunca está na sinceridade do nosso coração em querer fazer as coisas certas e dar o nosso melhor, mas qdo passamos a confiar mais nos rituais (controle, independência) do que na graça de Jesus. Resumo da ópera: qq coisa que fizermos NUNCA será suficiente para “limpar nossa área” diante do Pai. É só pelo Espírito Santo (que sopra para onde quer) que conseguimos viver (dependência total) a Sua boa, agradável e perfeita vontade.

2) Retiro de professores da APEC (03 a 05/11): eu e meu pai pirulitamos para Mairiporã, no acampamento da Aliança Pró-Evangelização de Crianças e Deus renovou e restaurou nossos corações. No caso do meu pai, encorajou-o espiritualmente, mostrou o qto é amado, apontou horizontes... Achei super-fofo ele encontrar os amigos de 30 anos atrás e ver que nada mudou no carinho e na confiança! Para mim (para variar) hahaha foi um chacoalhão de amor: somos lavados pelo sangue de Jesus, mas a Palavra não se refere apenas ao passado ou só ao futuro: é para ser vivida HOJE, agora. Isto de certa forma, reforçou ainda mais a crise, pq tenho um passado ministerial (escola dominical e grupo de comunicação) e tenho sonhos para o futuro (trabalho com crianças), mas o presente tá em suspenso (lá vem a cobradora-de-plantão)... Só esqueci de que não é por que as coisas não saem como gostaríamos que elas não estão acontecendo (aquele velho problema de não saber separar o ideal x real) rs. Semana retrasada percebi claramente que o chamado da hora é ser sal e luz no meu trabalho (isto já vinha acontecendo, mas não estava levando tão a sério), logo nestes dias qdo a vontade de chutar o pau da barraca era imeeensa, ai ai... Realmente é preciso ter o foco bem claro para não desanimar no meio do caminho.

3) Eternos tesouros do Japão (18 e 19/11): mais uma vez, eu e meu pai nos pirulitamos, só que desta vez para Curitiba para conferir parte do acervo do Museu de Arte Fuji de Tóquio no Oscar Niemeyer. Ficamos de queixo caído (vá lá: http://www.pr.gov.br/mon/exposicoes/japao.htm); a mostra estava tão rica que ficamos mais de 1 hora! Mas a parte mais legal foi reencontrar os queridos: a família (primos, filhos e minha tia linda maravilhosa salve, salve - qdo crescer, quero ficar igual ela) rs, ouvir as histórias de pescaria, das viagens ao Japão... Outro presente do coração de Deus foi sermos acolhidos na casa da família da Ester (sou amiga dela há 23 anos, aff... muito mêdo nesta hora) rs, a tia preparou um jantar que parecia a festa de Babette de tanto gotissô (comida gostosa)! Fora as histórias da obatian e os compartilhamentos... Fiquei encantada com o carinho e a alegria, a força e a perseverança, a leveza e a grandeza em encarar as dificuldades. Noossa, ainda tenho muito toddynho pela frente!!!

Chérie, em tudo isto que te contei (aconteceram outros babados, mas depois coloco na roda) percebi que não tenho vivido de verdade. Pq vida real acontece de maneira ordinária, revela-se nas pequenas coisas ("The most simple things in life and the best ones are usually the same" já dizia Orlando Bloom) e ando tão viciada em adrenalina, sempre com um milhão de de jobs com prazos impossíveis de entrega, que perdi a sensibilidade de refletir e degustar cada instante vivido. Dureza é precisar ir até Curitiba para cair a ficha (fala sério)!

E olha que maluco, este movimento de consciência aconteceu na mesma época do ano passado (credo, coisa mais chata tornar-se previsível) rs... Digo isto pq estou definindo as metas de 2007 e já vi que terei de abrir mão de algumas coisas para abraçar outras novas no ano que vem (por exemplo, continuar no conselho do condomínio está completamente fora de cogitação) hahahah!

Bem, deixa eu ir nesta. Espero ter compartilhado um pc da vida corrida da formiga atômica, quer dizer, anônima aqui...

Agradeço de coração todas as suas orações, com certeza elas têm me sustentado, obrigada mesmo.

Peço ao Pai que continue derramando sobre nossas vidas graça e misericórdia e que continue iluminando os olhos do nosso coração para que saibamos a esperança da nossa vocação!

Bjs com carinho,

KT

PS- Domingo dia 26/11 às 16h59 (rs) meu professor de mestrado vai falar sobre espiritualidade no World Trade Center (Berrini), vamos vamos? O cara é mestre em hebraico pela USP, qq pergunta cabeluda sobre criação do mundo, anjos etc. o Sayão responde, mó crânio (entrou na fila da inteligência 2 vezes - eu só peguei a senha, sniff... sniff...) rs.

Se vc for e levar aquele colega ateu, cético e afins (joke), prepare-se pq o impossível vai acontecer (a Palavra nunca volta vazia). Mas é para vc ir com fé, igual aqueles 4 amigos que levaram o paralítico para Jesus, nada de pedras na mão (rs).

Dureza que a formiga anônima vai trabalhar antes (ninguém merece) então qq coisa a gente se encontra lá (se Jesus não voltar antes, claro) uhúúú!

Retiro de Professores APEC

Acampamento Boas-Novas
Novembro/2006

Mensagens

Pr. Ronaldo Perini (prperini@terra.com.br)

· O altar – 1 Rs 18: 30
· O sacerdócio – Lv 6: 8-13
O sacrifício - Hb 13: 15 e 16

O Altar - 1 Rs 18: 30
(03/11)

O altar representava a boa vontade do homem em oferecer o seu melhor bem como Deus disposto a receber.

O altar em ruínas significa indiferença

Consertar = arrependimento

Antes de oferecer seu sacrifício, veja as bases!

Deus olha primeiro o teu coração (1 Sm 16: 7)

O momento de adoração é sagrado (vide os filhos de Arão que apresentaram fogo estranho – Lv 10: 1)

1) Caráter do adorador (lembre-se que as crianças aprendem através de observação)
2) Modo de vida (com quem vc anda? Sl 1) – Desafio: ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5)
3) O que vc busca em 1º. lugar? (lembre-se de que Deus só fica onde é amado e buscado)
4) Quem é o seu Deus?
5) Tenha reverência com a Palavra!

O Sacerdócio - Lv 6: 8-13
(04/11)

Papel e responsabilidade* do sacerdote

* manter acesa a alegria diante dEle e tirar as cinzas para manter o altar puro

Fogo = presença de Deus, entusiasmo

Sem entusiasmo, a oferta não queima e assim o sacrifício apodrece, cheira mal.

No caminho de Emaús, Jesus** vai ao encontro para fazer arder o nosso coração (Lc 24: 32).

** Jesus pergunta e traz à tona a verdade (verbalize para Ele o que te incomoda)

Deus não olha para a aparência, olha para teu coração (1 Sm 16: 7).

Lábios, mente e coração precisam estar conectados!

Deus é Deus de vivos e não de mortos

O sacrifício precisa ser vivo (religiosidade não adianta e se dependesse da gente, não seria possível – Jó 15: 4)

1) Deus não quer fogo estranho no altar; as cinzas podem impedir o fogo arder

2) Apresente-se de maneira adequada, com vestes de linho (santidade, justiça) – Rm 12

3) TODO DIA é necessário retirar as cinzas (pecados não confessados, culpas do passado).

IMPORTANTE: o fogo vem do Pai (vc não pode manipular)!

O Sacrifício - Hb 13: 15 e 16
(05/11)

Para quem é o teu louvor? Para Deus ou teus ídolos*?
Não podemos ter 2 senhores

* ídolo é tudo o que vc coloca no lugar de Deus: Mamon, Narciso, Baco, Afrodite...

Cria** em mim um coração puro e renova um espírito inabalável” (Sl 51)

** este criar não é transformar, mas criar do nada (em hebraico esta expressão só aparece 2 vezes: em Gn 1 e no Sl 51)

Deus procura verdadeiros adoradores (Jo 4)

Adoração é estilo de vida que se reflete no falar, no acordar, no comer, no deitar... Não departamentalize sua vida separando o secular do espiritual

1 Co 10: 31 “quer comais quer bebais, fazei TUDO para a glória de Deus

Deus não habita em prédio construído por mãos humanas e sim em nosso coração!

Desafio: Adore a Deus em seu trabalho, no seu lar, em seus relacionamentos. Mais do que palavras, Deus quer atitudes!

Amar a Deus é fácil, difícil é amar o irmão que é criado à imagem e semelhança dEle. Quem não ama o irmão que vê, não pode amar a Deus a quem não vê (1 Jo 4).

O poder do perdão - Mt 5: 23 “Misericórdia quero, e não holocaustos

“Quando não há culto na vida, não há vida no culto” (rev. Caio Fabio)

O talento individual interfere no talento coletivo. Culto não pode ser ajuntamento de pessoas. Culto é oferecer o nosso melhor.

A conversão dos desejos – Gn 3
(04/11)

A serpente não argumentou – aguçou sim um desejo latente e distorcido que a mulher tinha.

“O meu desejo é por aquilo que eu oro”

Jo 4 – A mulher samaritana

v. 16 vá buscar paz no seu desejo
v. 17 não tenho paz
v. 18 5 maridos = 5 sentidos (?)

A verdade tem nome, é JESUS. O convite que Ele faz é para termos relacionamento!

Jesus resplandece através de vc (se vc tem não intimidade então vc faz mimetismo, é hipócrita)

Qdo a samaritana larga o cântaro, ela abre mão do conhecimento adquirido.

A fonte da água viva jorra de dentro de vc.

Mochila de Idéias
(04/11)

Ismael Jesus da Silva

Jz 2: 6-15 “foram... cada um para a sua herança...”

Lm 4: 4 “pedem pão... e ninguém lho reparte

At 1: 8 “recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas

1) Apoio da sua Igreja (APEC é apenas facilitadora)
2) Pegue carona nas oportunidades, aproveite as portas abertas (ex.: voluntário no projeto Amigos da Escola)
3) Encare a escola como campo missionário, aproveite a estrutura (ex.: Família na Escola, Dias de Vivência na escola)
4) Datas especiais (resgate o significado verdadeiro da Páscoa, do Natal etc).
5) Priorize relacionamentos e não atividades (foco na criança)
6) Educação por princípios
7) Entrega de material evangelístico
8) Escola Bíblica de Férias no prédio da escola
9) Programação fora do horário de aula

Desafio: o que o amor de DEUS está constrangendo vc a fazer?

Transformação
(04/11)

Satie Julia Mita

· DEUS é quem faz novas todas as coisas (II Co 5: 17)
· Por meio das perguntas, Jesus sondou o coração de Pedro para achar a única motivação: o AMOR* (Jo 21)

* Amar implica em se comprometer e conhecer a criança. É vc conviver para conhecer os problemas dela e levá-los a DEUS em oração

· Viva o que vc ensina (1 Co 11: 1)
· Qual é o seu objetivo? Visão é enxergar como Jesus vê e Missão é como vc vai chegar lá
· Os professores mais bem sucedidos são aqueles que ORAM
· Desenvolva caráter, compromisso e responsabilidade.

Atribuições do professor:

1) Possui visão e missão claras (sem visão, sonhos morrem)
2) É sensível, sabe ouvir
3) É acessível
4) Sempre preparado
5) É pontual
6) Exemplo de vida dentro e fora da aula
7) Surpreende, sabe que os alunos jamais vão se esquecer dele ou do seu ensino
8) Tem sonhos e ajuda seus alunos sonharem
9) Ouve seus alunos olhando nos olhos
10) Finaliza a aula com um desafio prático

Não espere muito das crianças, mas tenha a certeza de parabenizar e encorajar os que colocam em prática!!!

Culto infantil
(05/11)

Gislene Saraiva
  • Oração é fundamental
  • Definir prioridades (separe o essencial do supérfluo)
  • Desenvolver reverência a Deus (as crianças imitam seu exemplo – Dt 31: 12 e 13)
  • Definir o que é culto (o foco deve ser em DEUS)
  • Exercitar a gratidão
  • Ensinar as crianças a cultuarem a Deus (não é ter “comportamento” adequado; é desenvolver crenças e valores e não apenas atitudes / hipocrisia)

Cultinho x Escola Dominical
ética: exemplos práticos x doutrina: ensinamentos

Pré-requisitos:
- Nascido de novo
- Liderança espiritual
- Vida devocional
- Dá o seu melhor
- Segue instruções do mentor
- Equilíbrio emocional
- Aprendizado contínuo
- Postura agradável
- Cumpre sua palavra
- Preocupação com o SER ao invés do FAZER

Desafio: fazer as crianças crescerem em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens (Lc 2: 52)

Mensagens ministradas no retiro de professores APEC em Mairiporã/SP no período de 03 a 05/11/06 (resumos elaborados por KT - sujeitos a falhas).

November 21, 2006

Uma história de amor

Annie Leibovitz e a vingança dos anônimos
Annie Leibovitz e a vingança dos anônimos

Na semana passada eu soube que tinha chegado ao Brasil o livro de Annie Leibovitz, A Photographer´s Life (1990-2005). Claro que fui correndo à Livraria Cultura comprar o meu exemplar. Para quem não sabe (e, se trabalha em propaganda, deveria saber), Annie talvez seja a fotógrafa mais famosa do mundo e, com certeza, a mais bem paga. Aos 19 anos ela fotografou Allen Ginsberg fumando maconha em uma passeata de protesto contra a guerra do Vietnã. A imagem virou capa da revista Rolling Stone. Aos 24, já era chefe da mesma publicação e, aos 25, estava no helicóptero no dia que o presidente americano Richard Nixon teve de abandonar a Casa Branca.

Das cinco capas de revistas escolhidas como as melhores, nos últimos 40 anos, pela Sociedade Americana de Editores de Revista, quatro são dela: John Lennon, nu, em posição fetal abraçado a Yoko Ono, em um flagrante tirado poucas horas antes de o ex-Beatle ser assassinado, Demi Moore grávida (Vanity Fair, 1991), Muhammad Ali espetado por inúmeras setas como um São Sebastião negro (Esquire, 1968) e Andy Warhol sendo tragado por um redemoinho de sopa de tomate dentro de uma lata de Campbell´s (Esquire, 1969).

O que mais encanta nesse livro é que ele é um grande romance feito com imagens, e não palavras. E, como todo grande romance, conta uma história de amor. O livro percorre os anos de 1990 a 2005, período em que Annie dividiu sua vida com Susan Sontag, escritora e intelectual americana. Esse trabalho é dedicado a ela. Uma das últimas fotos é um retrato tirado do duplex da fotógrafa em Manhattan revelando do outro lado da rua o apartamento de Susan, agora com as luzes apagadas, pois ela acabara de falecer.

São centenas de imagens que contam as viagens que fizeram juntas, a felicidade por terem comprado um apartamentozinho construído em 1640 à beira do Senna, em Paris, a gravidez de Annie que deu à luz a primeira filha por fertilização artificial quando tinha mais de 50 anos, e muitas outras fotos. No entanto, como a vida não é feita só de bons momentos, existe um drama que aos poucos vai se revelando no sorriso triste de Susan Sontag, nos seus cabelos que vão ficando cada vez mais curtos, na doença que a leva à UTI e finalmente à morte. Tudo isso é contado com delicadeza, mas também com coragem pela câmera fotográfica.

Como a própria autora explica na abertura, a sua vida profissional e a pessoal são uma só, não existe uma divisão entre elas. Por isso, o livro apresenta fotos de celebridades e da sua família. E são justamente essas pessoas desconhecidas, chamadas de Sarah, Susan, Samuelle, Marilyn, Samuel, Bárbara, Philip, Lucille, que reforçam a emoção e a beleza desse trabalho. Ao lado de personalidades como Brad Pitt, George Bush, Bill e Hillary Clinton, Michael Jordan, Mick Jagger, Barysnikov, Bill Gates e Nelson Mandela, os anônimos não fazem feio. É impressionante a figura forte e segura de Marilyn, mãe de Annie, casada com Samuel Leibovitz, judeu e ex-piloto da força aérea americana. Uma mulher de rosto duro, lábios grossos e que na foto tirada em Clifton Point, em 1997, parece uma personagem saída de um filme de Vittorio De Sica, em uma autêntica cena de neo-realismo italiano. Aos 75 anos, ela é vista na praia tomando banho de mar com a irmã, posando de maiô na cozinha da casa na Flórida, participando de uma cerimônia religiosa em uma sinagoga ao lado do homem com quem viveu por 60 anos, abraçada a ele na noite em que ele morreu e agarrada aos filhos no dia seguinte.

O livro é uma seqüência de nascimentos, amores e mortes que registra o ciclo da vida. Um romance mudo, mas extremamente eloqüente, feito de luzes e sombras, que mostra a crueza da morte da sua companheira, o falecimento do pai apenas 35 dias depois, mas também o nascimento das filhas gêmeas no mês seguinte. São histórias tristes, histórias alegres, histórias que retratam o amor de diferentes formas, seja na figura de Susan, na família reunida na casa de praia, nas viagens, na vida a dois ou na vida juntos de muitos irmãos, tias, primas, do pai e da mãe. Nesses tempos politicamente corretos, em que poucos ainda acreditam que as regras foram feitas para serem quebradas, o livro de Annie Leibovitz é um sopro de ar fresco na paisagem e uma lição de vida. Raríssimas pessoas que trabalham em propaganda conseguem contar uma história com tanto talento e força como ela.

E não deixa de ser uma ironia descobrir que quem passou a vida inteira fazendo retratos de celebridades agora publique um livro no qual as pessoas famosas parecem se comportar como simples espectadores diante do dia-a-dia feito de risos, choros, beijos, afagos, banhos de mar, festas de criança, fins de semana preguiçosos, e no qual vários personagens são gordos, outros desengonçados, alguns feios, mas todos são de carne e osso. Exatamente como eu e você.

- Ruy Lindenberg

Fonte: Meio e Mensagem, Ano XXVIII, no. 1.235, 20/11/06, pág. 10.
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November 17, 2006

O tempo e a eternidade

O tempo e a eternidade
Trabalhar é cooperar com Deus para colocar ordem no caos. Na verdade, qualquer boa ação é um gesto solidário ao coração de Deus, que sempre desejou que esse mundo fosse um jardim. Dizem que quem não faz parte da solução, faz parte do problema, e, nesse caso, todo cristão deve agir como parte da solução para que o caos social, político, econômico, ético e ecológico seja revertido o máximo possível. Existe uma lógica para isso. Aliás, uma lógica que nem todo cristão alcança.

Por exemplo, quem acredita que haverá um dia quando Jesus substituirá esse mundo por um novo e uma nova terra, não tem muita razão para trabalhar para que este mundo seja melhorado e transformado. Por que gastar tempo, recursos e dedicar a vida a manter e aperfeiçoar algo que vai acabar? Talvez, no mínimo para evitar que o caos inviabilize nossa vida nesse mundo ou acabe batendo à nossa porta: até quem pensa que esse mundo vai acabar mesmo não deseja ficar sem água, ter um filho vítima da violência urbana ou ser usurpado por um governo corrupto. Talvez para anunciar que o reino de Deus virá em breve, e que é bom que as pessoas comecem a se preparar para viver nele, que, aliás, já dá os seus sinais. De fato, cuidar do mundo enquanto vivemos nele e promover sinais históricos do reino de Deus na história são duas excelentes razões para que todo cristão se comprometa a cooperar com Deus para colocar ordem no caos.

Mas, consideremos uma terceira razão. E se o novo céu e a nova terra não forem “outro mundo”, mas esse mundo, levado, por Deus, à sua plenitude? E se nosso trabalho e boas ações repercutirem na eternidade como matéria-prima que Deus usa para a transformação desse mundo em novo céu e nova terra? Você já imaginou a possibilidade de que, assim como você vive para sempre, seu trabalho e suas boas obras também subsistam por toda a eternidade, e que os sinais históricos do reino de Deus não cairão no vazio do nada, mas continuarão testemunhando a graça e a glória de Deus para todo o sempre?

Jesus disse que as pessoas abençoadas por nós na história nos receberão na eternidade. Paulo, apóstolo, disse que no juízo final Deus colocaria fogo na casa que construímos na história e preservaria apenas o que fosse ouro, prata e pedras preciosas. João, apóstolo, disse que a Nova Jerusalém desce do céu: desce para onde? O “fim do mundo” no Novo Testamento é mais parecido com uma mudança de tempo ou era (este século e o vindouro) do que uma mudança de endereço ou lugar. Os rabinos acreditam que “as boas ações dos homens são as sementes que Deus usa para plantar as árvores do paraíso”. É possível que não estejam muito longe de ter razão.

© 2006 Ed René Kivitz

Fonte: http://www.ibab.com.br/ed061119.html

November 10, 2006

Refletindo sobre relacionamentos

Refletindo sobre relacionamentos
As maiores emoções, alegrias, felicidades e amores na vida surgem através de relacionamentos. "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor. Porém, o maior destes é o amor" (I Coríntios 13:13).

Porém, existe o outro lado: as maiores feridas e desapontamentos resultam de relacionamentos. "Se vocês agem como animais, ferindo e prejudicando uns aos outros, então cuidado para que não acabem se matando" (Gálatas 5:15).

Quando confrontado com a frustração... Quando subjugado pela dor e pela ira... Quando cheio de apatia e confusão... Quando em luta com o egocentrismo... O QUE VOCÊ FAZ?

1) Graças a Deus por nossas diferenças!

Você concorda que homens e mulheres, pais e filhos são diferentes? Pensamos, trabalhamos, fazemos compras e até assistimos à TV de maneira diferente! Deus nos fez diferentes e únicos. "E criou Deus o homem à Sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gênesis 1:27). "Portanto, aceitem uns aos outros para a glória de Deus, assim como também Cristo aceitou vocês" (Romanos 15:7).

2) Leve a Deus os seus desapontamentos

A vida não é perfeita, nem se revelará de acordo com as suas expectativas. Existe uma "imagem idealizada" do relacionamento perfeito. Príncipe Valente e Cinderela não fazem parte da vida real. Meu casamento, meus filhos, meu trabalho, minhas amizades não se mostraram aquilo que eu esperava. E então, o que fazer? Levar os desapontamentos a Deus. Ele pode satisfazer todas as nossas necessidades. As pessoas não podem ser perfeitas, nem sempre estarão do seu lado quando precisar e algumas vezes falharão a você. Mas Deus preencherá todas as suas necessidades.

Você tem a escolha de permanecer quanto de fugir quando as pessoas o desapontam. "Sejam sempre humildes, delicados e pacientes. Mostrem o seu amor, suportando uns aos outros" (Efésios 4:2). "O amor nunca desanima, porém, suporta tudo com fé, esperança e paciência" (I Coríntios 13:7).

3) Submeta a Deus os seus sentimentos

Que dizer dos períodos em que você não sente que ama o seu cônjuge ou filho, seu patrão ou pregador? "Meu povo, confie sempre em Deus! Conte a Ele todas as suas aflições, pois Ele é o nosso abrigo" (Salmos 62:8). Deus fará aquilo que promete. O amor é mais que um sentimento; é ação. Sendo assim, aja abrindo caminho para um sentimento de amor.

Sentimentos sofrem altos e baixos. Você sentiu amor cada hora do seu casamento? Se você responder sim, então só esteve casado durante uma hora! Não, você provavelmente não sentiu amor o tempo inteiro. Portanto, continue agindo e permita que o sentimento seja restaurado. Lide com os seus problemas - não os enterre. Revelar seus sentimentos é o princípio da cura. Fale com Deus e com a pessoa envolvida no relacionamento, e confie na operação de Deus.

4) Peça a Deus sabedoria e orientação

Peça direção a Deus - Ele a dará a você. "Mas, se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus, e Ele dará porque é generoso e dá com bondade a todos" (Tiago 1: 5). Ouça-O através da Bíblia e por meio de amigos cristãos. O Criador sabe o que é melhor para a Sua criação.

5) Tome Jesus como seu exemplo - o que Jesus faria?

Seja amável. Perdoe os outros. Não seja egoísta, antes considere as demais pessoas mais importantes do que você e seja humilde. Tente fazer estas coisas por esta semana. Se precisar de ajuda, peça a Jesus. "O nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações" (I João 3:18).

- pr. Ailton de Souza

Fonte: http://sermao.com.br/sermao.asp?id=2175

November 07, 2006

Liberdade e Felicidade

Liberdade e Felicidade
Tenho certeza que você quer ser livre e feliz. Então faça o seguinte: esqueça a liberdade e a felicidade. Preste atenção na Voz. Quando você ouvir a Voz e fizer o que ela mandar, então a liberdade e a felicidade chegarão sem que você se dê conta.

Imagino que você é uma pessoa muito parecida comigo. Quando as coisas não vão muito bem, você fala sem parar – mesmo que suas palavras não saiam da sua cabeça, tenta resolver do seu jeito e acha que “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Você deve ser do tipo que acha que as coisas acontecem para quem se mexe, e mesmo que você seja uma daquelas pessoas que não têm muita iniciativa, no fundo sente uma pequena culpa achando que poderia se mexer mais. Em síntese, você sabe que o tempo não pára, e que a melhor coisa que você tem a fazer é ir à luta: falar e fazer um monte de coisas.

Tudo errado. Nossas palavras e ações não são suficientes para colocar as coisas em ordem. Somente a Voz sabe o quê, por que, para que, quando e como as coisas devem ser feitas. Agora preste atenção: tenho uma notícia boa e outra ruim. A boa é que a Voz quer contar o segredo da liberdade e da felicidade para você. A ruim (que na verdade é boa, mas quase ninguém acredita) é que a primeira coisa que a Voz vai dizer é que você precisa de uma profunda transformação para experimentar a liberdade e a felicidade.

A Voz vai dizer para você que a felicidade está dentro de você, e que quando você for você mesmo, ou mesma, a felicidade será natural, porque o que faz você infeliz é tentar ser o que todo mundo diz que você deve ser–ter–fazer–conquistar e por aí vai. Para saber quem você é de fato, você tem de ouvir a Voz. A Voz vai funcionar como um espelho, onde você vai ver sua imagem falsa e seu semblante desfigurado, e vai sussurrar no seu coração como você deve ser. E a melhor coisa que você terá a fazer será obedecer a Voz.

A Voz também vai dizer que as correntes que impedem você de experimentar a liberdade atende pelo nome de “egoísmo”. A Voz vai dizer que enquanto você estiver vivendo em busca da liberdade e da felicidade tudo o que você vai conseguir é se tornar cada vez mais escravo ou escrava dos seus desejos e caprichos. A Voz vai dizer que quando você fizer morrer seu ego infantil e melindroso e se converter ao seu próximo, a liberdade vai bater à sua porta. Ninguém é tão livre quanto aquele que já não vive para si mesmo.

Livre é quem rompe os grilhões do egoísmo. Esse também é feliz.

© 2006 Ed René Kivitz

Fonte: http://www.ibab.com.br/ed061105.html

November 02, 2006

Pai, preciso de Ti

Salmo 139

1. Senhor, tu me sondas, e me conheces.
2. Tu conheces o meu sentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.
3. Esquadrinhas o meu andar, e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos.
4. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces.
5. Tu me cercaste em volta, e puseste sobre mim a tua mão.
6. Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não o posso atingir.
7. Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua presença?
8. Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Sheol a minha cama, eis que tu ali estás também.
9. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,
10. ainda ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.
11. Se eu disser: Ocultem-me as trevas; torne-se em noite a luz que me circunda;
12. nem ainda as trevas são escuras para ti, mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa.
13. Pois tu formaste os meus rins; entreteceste-me no ventre de minha mãe.
14. Eu te louvarei, porque de um modo tão admirável e maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.
15. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado, e esmeradamente tecido nas profundezas da terra.
16. Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles.
17. E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles!
18. Se eu os contasse, seriam mais numerosos do que a areia; quando acordo ainda estou contigo.
19. Oxalá que matasses o perverso, ó Deus, e que os homens sanguinários se apartassem de mim,
20. homens que se rebelam contra ti, e contra ti se levantam para o mal.
21. Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam? e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti?
22. Odeio-os com ódio completo; tenho-os por inimigos.
23. Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos;
24. vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno.


Comentários da Bíblia Vida Nova:

vv. 1-24: Deus conhece nosso coração, está presente em cada lugar e tem o nosso destino em Suas mãos.

v. 2: Deus está seguindo, examinando e desejando guiar as mais simples atividades diárias.

v. 3: Caminhos: inclui pensamentos, agir e o não-agir; ou seja as diretrizes da nossa vida.

v. 4: Já conheces: Deus conhece nossos pensamentos antes de nós.

v. 5: A perpétua presença de Deus ao redor do homem, cuja vida está em Suas mãos.

v. 6: Em face de tão elevado conhecimento de Deus, o ser humano só pode humildemente reconhecer sua pequenez e limitação de entendimento.

v. 7: O Espírito de Deus, presente na hora da criação, não poderia estar ausente de nenhuma parte do Universo.

vv. 8-10: A providência divina não tolera nenhum limite. Jonas tentou fugir de sua vocação e viu que as próprias forças físicas da natureza trabalharam para conduzi-lo ao dever (Jn 1-3). Essa providência onipresente se revela sobretudo no amor de Cristo Jesus (Rm 8: 37, 39).

vv. 11-12: A escuridão serve para esconder um ser mortal, limitado, de seu semelhante mas para Deus não há elemento no universo que seja trevas quando Ele, a luz do mundo, se aproxima (1 Jo 1:5).

v. 15: Profundezas da terra: é uma descrição poética do ventre materno.

v. 16: Deus nos esquadrinha antes da nossa existência; quando determina sobre os nossos dias (Rm 8: 29-30, Rm 9: 11).

vv. 17-18: A Palavra de Deus estudada por aqueles que amam a Deus é uma fonte inesgotável de gozo e sabedoria.

vv. 19-22: Quem conhece a Deus que é ”tão puro que olhos não pode ver o mal” (Hc 1: 12-13) deve ter o mesmo ódio que Jesus revelou contra o pecado.

vv. 23-24: Quem quer clamar contra os pecados de outrem deve cuidar de estar submisso à disciplina santificadora de Deus (2 Co 12:9-10; Hb 12:10 e Tg 1:2-3).

N.Hom.:
1) O homem é limitado pelo poder de Deus que sabe de antemão tudo o que pensa (vv.1-6)
2) O homem tenta fugir desta limitação, mas todo o espaço está nas mãos de Deus (vv. 7-12)
3) O homem reconhece que até suas origens estão dentro da providencia divina portanto deve entrar em harmonia com os desígnios de Deus (vv. 13-18);
4) O homem que aprende se render à graça divina reconhece a perversidade da rebelião contra Deus, repudia-a nos outros e pede que Deus elimine toda raiz de pecado no seu próprio coração.