January 04, 2011

Não há silêncio que não termine

4/1/11
O livro narra os 7 anos de cativeiro em que Ingrid Betancourt, candidata à presidência da Colômbia, ficou em poder das Farc.

O 1º sentimento que tive quando soube que ela foi libertada foi: - como ela conseguiu? Depois, veio a desconfiança, pois os comentários não eram os melhores. No final do ano passado ela chegou a vir ao Brasil para uma palestra, mas não me senti compelida a ir. Depois saiu um artigo na revista Claudia detonando-a. A minha opinião (ou melhor, curiosidade) mudou após o comentário da Isabelle.

E lá fui eu na livraria da Vila (já virei sócia) rs, ler alguns capítulos para ver se poderia aprender alguma coisa (sim, comprei) rs.

Algumas reflexões que fizeram paralelo com o momento que estou vivendo:

  • O pior não é o episódio em si (no caso dela, o seqüestro), mas a crueldade, a humilhação e a vilania. Eles não se contentam em retirar a liberdade, precisam tirar também a dignidade da pessoa. Interessante notar que ela não se sentiu intimidada, muito pelo contrário, manteve o brio, a força. Mas uma coisa é certa: tirou o orgulho próprio (o fogo queima tudo que não é ouro);
  • Até na selva é possível encontrar intriga palaciana;
  • Infelizmente existem pessoas com satisfação perversa em destruir, tem prazer em causar sofrimento nos outros;
  • Matar, mentir e trair faz parte do mundo deles;
  • O pior não era morrer, mas ficar igual a eles;
  • Na crise, emerge sempre o que há de ‘melhor’ dentro de cada um (você pode ser surpreendida pela gentileza dos seus algozes como pela maldade de seus ‘ditos’ colegas de cela, a amizade pode vir do ‘lado’ que você menos espera);
  • Naquele ambiente, a gentileza e a cortesia eram produtos raros;
  • Em alguns momentos ficou patente que não existia separação de classes ou faixa etária (os sonhos dos guerrilheiros não eram diferentes dos sonhos dos filhos dela);
  • O mundo das crianças pode ser mais cruel que o dos adultos (ilusão acreditar em pureza);
  • A traição vem das pessoas próximas (não é o inimigo que sabe o que te machuca);
  • Passar por uma situação de sofrimento, faz com que vc veja a vida com outra perspectiva, enxergue os acontecimentos sob um novo ângulo;
  • O poder criativo e terapêutico dos trabalhos manuais e da leitura bíblica;
  • A Palavra que vira carne: lá aprendeu por si mesma que o presente, a promessa de Deus é o descanso, a paz, a prudência, a liberdade de escolha, vencer o mal com o bem;
  • São os princípios que norteiam nossas escolhas (aprendeu pelo exemplo de vida do pai);
  • Cada um escolhe o que quer ser (Jesus e os discípulos tiveram e fizeram suas escolhas);
  • A alegria pode ser perigosa, às vezes é preciso escondê-la para não ‘incomodar’ os outros (o inconveniente é que vc acaba tb ‘desligando’ a atenção e o afeto);
  • Os mais agressivos sempre são os mais medrosos;
  • O planejamento pode ser um mecanismo de defesa para mascarar o medo;
  • Ao invés de entrar no jogo nocivo, enfrente a situação e desarme a bomba (- não cante ameaçando, me mate de uma vez); e
  • A liderança sempre é solitária, nem sempre as pessoas vão gostar de você (não dá para virar refém do que os outros pensam e então viver com medo, tentando agradar todo mundo).

0 Comments:

Post a Comment

Note: Only a member of this blog may post a comment.

<< Home