August 20, 2011

Perguntas que equilibram nossas emoções

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- pr. Ricardo Barbosa

Vivemos um tempo onde é muito fácil perder o equilíbrio emocional e espiritual. Uma dificuldade que muitos cristãos enfrentam é a de aceitar a realidade e responder a ela apropriadamente. Nossas reações emocionais emergem da forma como pensamos sobre a vida e os acontecimentos. Sabemos que não são as realidades externas que nos perturbam, mas o julgamento que fazemos sobre elas. Sobretudo, a forma como cremos que Deus participa delas.

O apóstolo Paulo, em sua carta aos cristãos que viviam na capital do Império Romano, faz quatro perguntas retóricas que nos ajudam a construir uma estrutura espiritual capaz de produzir em nós sentimentos e atitudes verdadeiros diante das diferentes situações e experiências.

Primeira pergunta. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Sabemos que existem muitas coisas “contra nós”. Existem acidentes, doenças, mortes. Existem as crises econômicas e políticas. Existem as fofocas, mentiras, calúnias, traições. Paulo não está afirmando que nada disto vai acontecer conosco. Acontecem com todos os santos. Sofremos as frustrações de um divórcio, a angústia da demissão ou a desilusão em relação aos amigos. Tudo isto atua “contra nós”. Porém, a pergunta que Paulo faz é: “Se Deus é por nós, quem será contra nós”?

Como é que reagimos emocionalmente a estas situações? Fugindo? Vitimando-nos? Responsabilizando os outros? Duvidando de Deus? A verdade que compõe a estrutura espiritual de Paulo é que Deus é por nós. O Deus criador de todas as coisas, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, é por nós. Paulo estava seguro desta verdade. Era uma convicção que moldava seu pensamento e, conseqüentemente, seus sentimentos e emoções.

Segunda pergunta. “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas”? Sabemos que a ansiedade é um dos grandes males do nosso tempo. Porém, quando achamos que estamos perdendo alguma coisa, Paulo nos convida a perguntar: Se na cruz Deus nos deu o melhor, porque o medo de perder algo? Confiamos em Deus que ele nos dará tudo o que necessitamos? A verdade que sustenta a vida de Paulo é: o Deus que nos deu o que tinha de mais precioso, não deixará de nos dar nenhuma outra coisa que nos seja necessária.

Como é que reagimos emocionalmente a este sentimento de que alguma coisa está faltando? Davi nos responde dizendo: “O Senhor é meu pastor, nada me faltará”. Como Paulo, ele confiava no Deus que ama e supre cada uma de suas necessidades.

Terceira pergunta. “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus”? Somos constantemente afligidos por sentimentos de culpa. Para Paulo, se Cristo nos justifica, quem pode nos condenar? O veredicto que Paulo apresenta não é baseado no que temos feito, mas no que Cristo fez. Precisamos aprender a lidar com nossos problemas onde eles foram definitivamente tratados. As pessoas podem nos acusar, cobrar ou condenar, mas isto pode mudar alguma coisa? O único que de fato pode me acusar é o mesmo que me justifica.

Sabemos que o nosso maior problema não são os outros, somos nós. Uma grande liberdade emocional nasce do simples fato de nos fazer esta pergunta: “quem intentará acusação contra os eleitos de Deus”?

A quarta pergunta. “Quem nos separará do amor de Cristo”? Paulo aqui fala de situações que podem nos fazer sentir que Deus se esqueceu de nós. Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada. Situações que ele viveu. São experiências com grande potencial de nos fazer sentir abandonados. De onde vem estes sentimentos? Destes eventos ou do que pensamos sobre eles? Podem estas circunstâncias nos separar do amor de Cristo? Para Paulo, não.

Nossas respostas aos fatos não são determinadas por eles, mas pelo julgamento que fazemos deles. Se julgamos que uma provação tem o poder de nos afastar do amor de Deus, certamente nos afastará. Se julgamos que qualquer pessoa pode levantar uma acusação contra nós e nos fazer sentir culpados, certamente isto acontecerá.

Fazer estas perguntas, não mudam as circunstâncias, mas mudam a forma como as vemos ou julgamos. Ao fazê-las adquirimos uma perspectiva correta e amadurecemos nossos sentimentos.

Fonte: http://www.ippdf.com.br/ipp/node/612
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