March 30, 2012

Vida, liberdade e riscos

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Quem vive numa grande metrópole, não sabe (ou esquece) que a vida é como uma plantinha: é preciso escolher boas sementes, ter cuidado na rega, ser atencioso na poda, aguardar com expectativa a beleza das flores e então colher os bons frutos, saborosos, doces, maduros.

Infelizmente fazemos parte de uma geração microondas que compra tudo pronto no supermercado, depois coloca no freeezer e quando precisa de algo, aperta o botão e está pronto. Ah, e tem mais essa: caso passe do prazo do validade ou não seja mais do agrado, é só jogar no lixo. A vida vivida de maneira descartável.

Uma vida digna de ser vivida inclui integridade. E o livre arbítrio faz parte do pacote.

Liberdade pressupõe responsabilidade, e isto assusta muita gente. Porque quando você escolhe algo de livre e espontânea vontade, você tem consciência de que abriu mão de outras coisas. Não porque alguém forçou ou te obrigou, mas porque você quis (ou seja, não pode colocar a culpa em ninguém) rsrsrs.

Infelizmente muita gente tem a vida dirigida pela ansiedade, pelo medo ou pela culpa. É o tempo corrido, a obrigação, a agenda de afazeres que pressiona e empurra a pessoa. Ou o medo de perder a admiração das pessoas, de não ser aceito, de sofrer represálias, de ser descoberto (se bem que, quem faz o que é certo, não deve ter medo de nada, nem de ameaça de morte). E ainda tem a culpa (falsa) de não estar dando o seu melhor, de não estar vivendo como deveria viver (porque a culpa verdadeira deve ser tratada e levar à mudança de comportamento).

Viver não é fácil. Envolve riscos.

Rir é o risco de parecer tolo.
Chorar é o risco de parecer sentimental.
Estender a mão é o risco de se envolver.
Expor os sentimentos é o risco de mostrar o verdadeiro eu.
Defender seus sonhos e ideias diante da multidão é o risco de perder as pessoas.

Amar é o risco de não ser correspondido.
Viver é o risco de morrer.
Confiar é o risco de se decepcionar.
Tentar é o risco de fracassar.

Mas os riscos devem ser corridos porque o maior risco é não arriscar nada.

A pessoa que não corre riscos, não faz nada, não tem nada e não é nada.
Ela pode até evitar o sofrimento e a desilusão, mas não consegue nada, não sente nada, não muda, não cresce, não ama e não vive. Acorrentada por suas atitudes, vira escrava e priva-se de sua liberdade.

Somente quem corre riscos é livre.
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