October 31, 2012

Eu, meu filho e o menino que um dia fui

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Enquanto orava pelo meu filho, pedia a Deus que o protegesse e que as sementes plantadas fossem preservadas para o crescimento.

Muitas vezes quando oro por ele, sinto uma agonia, um temor. Reflito no que tenho feito, me preocupo se estou agindo certo e se isso será suficiente para que ele seja um bom homem.

Já me disseram e estou começando a crer que esses carinhas tem poder muito maior de superação que nós, frágeis adultos. Parece mesmo que sim.

Então me dou conta de que, ao orar por ele, por sua infância pedindo a Deus essa proteção toda, estou de fato revelando meu coração e a avaliação que faço de minha própria história de vida.

Estou orando pelo menino que um dia fui. Ao desejar proteger meu filho, estou também (quem sabe principalmente), tentando proteger esse menino. Hoje sei que ao ser pai, aprendo a ser filho. Ao orar por ele, oro por mim. Os temores em relação a Ele são projeções de minhas carências.

É aqui que reside a angústia da paternidade e da maternidade: projetamos sobre os filhos nossas maiores fragilidades e por isso é tão importante nos juntarmos a eles, nos fazermos novamente filhos em busca do Pai de nossa existência, Aquele que nada projeta sobre ninguém, mas que tudo realiza conforme seu Amor, tantas vezes misterioso, porém eterno.

©2012 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/eu-meu-filho-e-o-menino-que-um-dia-fui/
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