Qual é a real motivação do seu amor?
.
“1 Ao anjo da igreja em Éfeso
escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e
que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: 2 Conheço as tuas obras, tanto o
teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que
puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os
achaste mentirosos;3 e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu
nome, e não te deixaste esmorecer. 4 Tenho, porém, contra ti que abandonaste o
teu primeiro amor.5 Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à
prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu
candeeiro, caso não te arrependas.6 Tens, contudo, a teu favor que odeias as
obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.7 Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da
vida que se encontra no paraíso de Deus”.
Ap 2: 1-7
A
desordem em Éfeso
At 19: 23-41
23 Foi nessa ocasião que houve
na cidade de Éfeso uma grande desordem por causa do Caminho do Senhor. 24 Um
ourives chamado Demétrio fazia pequenos modelos de prata do templo da deusa
Diana, e o seu negócio dava muito lucro aos que trabalhavam com ele. 25 Então
ele chamou estes e outros da mesma profissão e disse:
— Meus amigos, vocês sabem que
a nossa riqueza vem deste nosso ofício. 26 Vocês mesmos podem ver e ouvir o que
esse tal de Paulo está fazendo. Ele afirma que os deuses feitos por mãos
humanas não são deuses de verdade. E está conseguindo convencer muita gente,
tanto daqui como de quase toda a província da Ásia. 27 Assim nós estamos
correndo o perigo de ver o povo rejeitar o nosso negócio. E não é só isso.
Existe o perigo de o templo da grande deusa Diana não ficar valendo mais nada e
também de ser destruída a grandeza dessa deusa adorada por todos na Ásia e no
mundo inteiro.
28 Quando a multidão ouviu
isso, ficou furiosa e começou a gritar:
— Viva a grande Diana de
Éfeso!
29 E a confusão se espalhou
por toda a cidade. A multidão agarrou Gaio e Aristarco, dois macedônios que
viajavam com Paulo, e os arrastou até o teatro. 30 Paulo queria falar ao povo,
mas os irmãos não deixaram.31 Alguns altos funcionários daquela província, que
eram amigos de Paulo, mandaram a ele um recado, pedindo que não fosse ao
teatro.32 Naquela altura dos acontecimentos a multidão que se achava no teatro
estava em completa desordem: uns gritavam uma coisa, e outros gritavam outra,
pois a maioria nem sabia por que estava ali. 33 Algumas pessoas ficaram
pensando que Alexandre era o culpado, pois os judeus o obrigaram a ir e ficar
lá na frente. Aí Alexandre fez um sinal com a mão e tentou falar para se
defender diante do povo. 34 Mas, quando perceberam que ele era judeu, ficaram gritando
todos juntos a mesma coisa durante duas horas:
— Viva a grande Diana de
Éfeso!
35 Finalmente o secretário da
prefeitura da cidade conseguiu acalmar o povo. Ele disse o seguinte:
— Cidadãos de Éfeso! Todos
sabem que a nossa cidade é a guardadora do templo da grande Diana e da pedra
sagrada que caiu do céu. 36 Ninguém pode negar isso. Assim fiquem calmos e não
façam nada sem pensar bem. 37 Vocês trouxeram aqui estes homens, mas eles não
assaltaram o templo, nem ofenderam a nossa deusa. 38 Se Demétrio e os seus
ajudantes têm alguma acusação contra alguém, eles podem apresentar suas
acusações no tribunal, pois para isso há dias certos de reunião, e também
existem os governadores. 39 Porém, se vocês querem mais alguma coisa, isso será
tratado na reunião do povo, convocada de acordo com a lei. 40 Pois corremos o
risco de sermos acusados de revolta, por causa do que está acontecendo hoje.
Não há motivo para toda esta confusão. E nós não poderíamos justificar tudo
isso.
41
Depois de dizer essas
palavras, ele terminou a reunião.
PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR:
Por que o Caminho provoca tumulto?
O livro de Atos mostra a comunidade cristã vivendo num espírito de
partilha o que contrasta com a idolatria do mundo pagão que defende os próprios
interesses. E é neste contexto que surge o alvoroço causado pelos fabricantes
de lembranças da deusa Artemis.
A. RECAPITULANDO
Entre o capítulo 18 e 20, Paulo escreve sua primeira carta aos
coríntios, e quando fica preso em Roma, escreve aos efésios.
A evangelização da Ásia proconsular foi uma das fases mais frutíferas da
carreira missionária de Paulo e suas experiências - especialmente o perigo de
morte do qual foi liberto de modo tão inesperado - tiveram um efeito profundo
sobre a vida interior de Paulo.
- Queima de livros* no
valor de 50 mil dracmas = R$ 1.207.500 (24.150 livros) * gde centro de feitiçaria e ocultismo
- Timóteo (1 Co 4: 17 e
1 Co 16:10)
- Cenário: grande
tumulto v. 23 (1 Co 15: 32, 1 Co 16: 8-9 e 2 Co 1: 8-10) e escreve para os coríntios!
B. CONTEXTO HISTÓRICO
Éfeso era a capital e o principal centro de negócios da Ásia, parte da
atual Turquia, e a mais ilustre das povoações jônicas. Por ser uma das maiores
cidades no litoral do mar Mediterrâneo, tornou-se um centro de transporte marítimo e terrestre tão importante quanto
Antioquia na Síria e Alexandria no Egito (aqui se vê mais uma vez o método de
Paulo que escolhia locais estratégicos para expansão do Evangelho, onde a
mensagem tinha potencial de se propagar pelas áreas adjacentes).
A cidade tinha reputação de centro de encantamentos e magias, e também se
orgulhava de ter o título de guardiã do templo
de Artemis, adorada por toda Ásia e mundo (At 19: 27). Este templo que era
uma das 7 maravilhas do mundo antigo.
C. Estudo
v. 24 - Demétrio: cada profissão tinha sua associação de classe e tudo
indica que Demétrio era o líder responsável pela corporação dos artífices de
miniaturas e imagens.
Ártemis: nome grego da deusa romana Diana.
Porém, a Artemis efésia era muito diferente da deusa romana, pois tinha
assumido as características de Cibele, a deusa da fertilidade, adorada na Ásia
Menor e atendida por muitas sacerdotisas cultuais (prostitutas)
v. 25 - uma boa fonte de lucro: como o templo de Ártemis era uma das 7
maravilhas do mundo antigo, as pessoas vinham de toda a parte para vê-lo. As
miniaturas davam muito lucro aos ourives
v. 26 - Contraste: mensagem de Paulo (Deus que não é feito por mãos
humanas) x Artemis sustento dos ourives
v. 27 - Demétrio se preocupa primeiro com a questão econômica e depois
com a religião.
Templo da grande deusa:
quatro vezes maior que o Partenon em Atenas, sustentado por 127 colunas de 20
metros de altura (138m x 71,5m) e adornado por grandes escultores da Antiguidade
v. 28 - O objetivo de Demétrio para iniciar uma revolta contra Paulo
consistiu em despertar nos colegas de profissão o amor ao dinheiro e encorajá-los
a esconder sua cobiça atrás da máscara do patriotismo e da lealdade religiosa.
Os amotinadores não demonstravam motivações egoístas, viam a si mesmos como
heróis que defendiam sua pátria e suas convicções religiosas.
v. 29 - Como é fácil ajuntar uma
multidão! Maaas... onde estão as
sacerdotisas*?!! *1
Rs 18: 400 profetas Baal + 450 Aserá
v. 30 - Paulo quer falar, mas seus amigos não permitem. Sabedoria e
discernimento: não dar perola aos porcos nem oferecer o que é santo aos cães.
v. 31 - autoridades da província: membros de um concílio de homens ricos
e influentes, eleitos para promover o culto ao imperador. Paulo tinha amigos
neste círculo de alta importância.
v. 32 - a maior parte do povo nem sabia por que estava ali!
vv. 33 e 34 - A multidão reconhece que os judeus não eram adoradores de
Artemis assim como os cristãos.
v. 35 - Para chamar a atenção e acalmar os ânimos, o escrivão inicia o
discurso com um ponto de convergência (algo que todos concordavam): guardiã do
templo - título de honra concedido à cidade que mantivesse um templo de culto
imperial.
Escrivão da cidade:
secretário que publicava as decisões da assembleia do povo. Era o oficial mais
importante da localidade, e principal oficial executivo da assembleia, agindo
de intermediário entre Éfeso e as autoridades romanas.
v. 36 - pede calma e chama à razão (visão grega)
v. 37 - Reporta a realidade (vocês trouxeram estes homens sem ter havido
roubo nem blasfêmia): a honra e a fama da grande deusa não estavam em jogo - os
homens com os quais eles estavam indignados não tinham cometido sacrilégios nem
blasfemado. Paulo não havia cometido nenhum sacrilégio (sentido literal = roubo
do templo)
Sacrílegos (literalmente roubadores de
templo). O templo era o lugar de maior segurança na antiguidade para guardar
objetos de valor.
Blasfemam: o caminho mais certo para derrubar
uma religião falsa é apresentar a verdade.
v. 38 - Conclama o procedimento correto a ser tomado (para qualquer
crime, existe o tribunal ou as autoridades): se alguém tivesse alguma acusação
contra Paulo ou os outros, tinham de usar os tribunais.
Procônsules: Na época o procônsul da Ásia era
Marco Junio Silano, que foi envenenado por Agripina, mãe de Nero. Esse
incidente ocorreu no intervalo entre o assassinato de Silano e a chegada de seu
sucessor.
v. 39 - Lembra ainda da regra (existe a assembléia): questões que diziam
respeito à cidade, deviam ser tratadas na reunião regular (assembléia cívica) e
não em aglomerações ilegais como essa.
Assembléia: conforme a lei, a reunião regular
dos interesses do povo era realizada três vezes por mês.
v. 40 - E conclui, de maneira sábia, sobre o perigo de insistirem no
caminho da ilegalidade, lembrando à multidão que a administração romana da
província não toleraria essa conduta e poderia priva-los de seus privilégios
cívicos (Éfeso poderia perder sua autonomia parcial).
Éfeso estava sob o domínio do Império Romano.
A principal responsabilidade dos líderes da cidade era simplesmente manter a
paz e a ordem (pax romana). Se falhassem em controlar o povo, Roma destituiria
os funcionários designados para o cargo. A cidade inteira poderia ser posta sob
a lei marcial, perdendo grande parte de sua liberdade cívica.
O secretário tinha bons motivos de
preocupação, pois talvez fosse a pessoa mais influente na cidade e seria
responsável perante aos romanos pela conduta dos cidadãos.
v. 41 - Bom senso de todos: algo concreto e real a ser perdido. Deus
usou a revolta em Éfeso para ensinar muitas coisas a Paulo além de convencê-lo
que era hora de partir.
Priscila e Áquila arriscaram a própria vida no esforço de ajudar Paulo
(Rm 16: 4 - At 18: 19)
D. Algumas perguntas
- Qual a verdadeira razão do barraco (vv. 26 e 27): embate entre Deus x
deuses feitos por mãos humanas?
- O que movia Paulo? antes da conversão x depois da conversão [ amor
genuíno a Deus ]
- Comportamento de Paulo: aC (legalismo capaz de matar) x dC (amor
disposto a morrer)
Agora queria que você
pensasse na sua própria vida:
- Quem é Deus para você: Criador ou criatura?
- Como você está?
Talvez como:
- Demétrio (engano: culpa Paulo quando seu problema é com Deus + enxerga
Deus como criatura + esconde de si mesmo a real motivação da sua vida)
- ourives (defendendo os próprios interesses)
- multidão (maria-vai-com-as-outras)
- Gaio e Aristarco (pegando carona no sofrimento de alguém)
- Paulo (sendo lapidado em meio a um desafio)
- amigos influentes de Paulo (fazendo diferença na vida de alguém ao
invés de cruzar os braços)
- Alexandre (aumentando ainda mais a confusão)
- escrivão da cidade (fazendo bom uso da liderança para resolver um
conflito)
- ou como os efésios, que trabalhavam arduamente, mas precisavam voltar
ao primeiro amor.
E. Reflexão:
- Uma palavra de Paulo: Fp 3: 7-14
- O verdadeiro sentido do Natal: Jo 3: 16
- A razão da nossa vida: Mc 12: 30 - “Ame o Senhor, o seu DEUS, de todo o seu
coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças”.
Fontes:
- Comentários Bíblia de Estudo NVI.
- Comentários Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
Revista e Atualizada.
- Comentários Bíblia Vida Nova.
- Comentários Bíblia Edição Pastoral.
- Brandão, Junito de Souza. Mitologia Grega volume 1.
Petrópolis: Vozes, 2004.
- Brandão, Junito de Souza. Mitologia Grega volume 2.
Petrópolis: Vozes, 2003.
- BRUCE, F.F. Paulo, o apóstolo da graça – sua vida,
cartas e teologia. São Paulo: Shedd Publicações, 2003.
- REINKE, André Daniel. Atlas bíblico ilustrado. São
Paulo: Hagnos, 2006.
- http://en.wikipedia.org/wiki/Temple_of_Artemis
- http://en.wikipedia.org/wiki/Pax_Romana
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