As tentações de Cristo
Chérie,
Jesus não foi tentado dentro do templo ou em seu batismo, mas no deserto onde se sentia cansado, só e faminto - quando estava mais vulnerável. O diabo frequentemente nos tenta nessas condições quando estamos sob forte tensão física ou emocional (solitários, cansados, ponderando grandes decisões ou em dúvida). Mas ele também nos tenta em nossos pontos fortes.
As tentações tiveram como foco três áreas cruciais: (1) física representada pela necessidade de comer, satisfazer o desejo de saciar a fome. (2) emocional representada pela necessidade de segurança e (3) psicológica representada pelo orgulho – Satanás estava tentando encobrir a visão de Jesus para que apenas enxergasse o poder terreno e não o plano de Deus.
Jesus estava fraco e com fome após jejuar por 40 dias. Ele escolheu não usar seu poder divino para satisfazer seu desejo natural por comida.
Comer quando está faminto é bom, mas era no momento errado porque Ele estava no deserto para jejuar, não para fazer uma refeição. Nós também podemos ser tentados a satisfazer um desejo perfeitamente normal de maneira errada ou no momento errado. Muitos desejos foram dados por Deus, mas Ele quer que satisfaçamos de modo correto e no momento certo.
Satanás havia memorizado as Escrituras, mas falhara em obedecê-las. Conhecer e obedecer a Palavra nos ajuda a fazer a vontade de Deus e, quando entendemos a Palavra como um todo, conseguimos reconhecer os erros de interpretação nas situações quando alguém usa fora do contexto torcendo o significado.
Segue outro ponto de vista sobre a mesma passagem.
Abs,
KT
- A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
- E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome.
- Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães.
- Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.
- Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo
- e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.
- Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.
- Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles
- e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
- Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.
- Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram.
A primeira tentação de Jesus era ser independente: “transformar pedras em pão”. Sentir-se irrelevante é uma realidade muito comum na experiência de muitos indivíduos de nossa sociedade, embora aparentem autoconfiança. A preparação seja moral, intelectual ou para dar respostas às questões polêmicas de nosso tempo não subsistirá sem obediência e relacionamento íntimo com Deus. E a disciplina da oração e a leitura da Palavra são instrumentos para ouvir Sua voz de amor e encontrar sabedoria e coragem para tratar quaisquer questões que apareçam.
A segunda tentação à qual Jesus foi exposto foi a tentação de fazer algo espetacular, algo que pudesse render elogios, aplausos e reconhecimento. A predominância do individualismo e o desejo de ser uma estrela ou um herói individual tão comum à nossa sociedade não é estranho também ao ambiente da igreja. A vida de Jesus não foi uma missão heroica, mas um ministério de humildade. E ministrar, ao contrário do que se pensa, é uma experiência coletiva e mútua. Jesus não espera especialistas que conheçam os problemas de seus clientes para ‘resolver’, mas líderes que se abram para um profundo relacionamento pessoal, confessando a própria fragilidade e sendo humildes para pedir perdão.
A terceira tentação de Jesus foi a “tentação do poder”. O diabo promete “todos os reinos do mundo e a sua glória”. A tentação do poder é umas das maiores ironias da história porque Jesus, não se apegando aos seus direitos divinos, se esvaziou e morreu por nós em amor. O poder é atraente, pois é um substituto fácil para a difícil tarefa de amar. É mais “ser Deus” do que amar a Deus. Muitos na história foram tentados a escolher o poder em lugar do amor, a tornar-se líder ao invés de ser liderado, e a controlar ao invés de aceitar a cruz e seguir a Cristo.
Ser relevante, ser popular e ter poder são tentações e não parte de nossa vocação, e Jesus nos convida com Seu próprio exemplo a trocar a relevância por uma vida de oração e dependência do Pai; a nossa empolgação com a popularidade por um ministério humilde e recíproco; e a busca pelo poder por uma consciência dos rumos para os quais Deus está guiando tanto a nós quanto o seu povo.