November 30, 2015

Glória sem poeira

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- João Pereira Coutinho 

Em maio passado fiz parte de uma banca de doutorado na USP. A tese era sobre John Milton, o candidato era Martim Vasques da Cunha e na altura disse duas coisas que agora repito.

A primeira era que o autor não tinha apenas escrito uma tese de doutorado em Ética e Filosofia Política. Ele tentava construir uma obra —passo a passo, de agonia em agonia— e a meditação sobre o pensamento político de John Milton era uma continuidade em relação a um livro anterior sobre Thomas More.

Mas o segundo ponto é mais importante que o primeiro (afinal de contas, todos pensam que escrevem uma "obra"): o tema que Vasques da Cunha elegia como objeto de estudo em Milton era o mesmo que ele tratara em Thomas More: o conceito (e a importância) da "liberdade interior".

É provável que a modernidade, e a era das "ideologias" que ela consagrou, tenha esquecido essa categoria ética fundamental. A linguagem política, pelo menos a partir de Maquiavel, passou a tratar dos problemas "exteriores" à vida dos homens. Quais os limites da ação governativa? Quais os direitos que assistem aos governados? O que é um regime legítimo? E o que fazer com um regime ilegítimo?

Maquiavel não foi citado por acaso. O que este monstruoso pensador fez (e "monstruoso" em várias dimensões da palavra) não foi apenas uma cisão entre a moralidade cristã e a moralidade pagã, como disse Isaiah Berlin. Maquiavel foi ainda mais longe —e aqui Quentin Skinner é mais sagaz do que Berlim: ele operou uma cisão dentro da própria moralidade pagã.

Quando o florentino, em "O Príncipe" ou nos "Discursos", faz uma apologia da "virtù" clássica, ele não está a prestar a sua homenagem aos antigos (como Cícero, por exemplo). "Virtù" surge agora desligada das dimensões de honestidade, coragem ou temperança que, apesar de tudo, ainda faziam parte do horizonte dos autores latinos.

Para Maquiavel, "virtù" era agora um instrumento para "mantenere lo Stato" —um instrumento que legitimava a violência, a mentira, a dissimulação. E a "virtude"? E essa "ordem da alma", que é um esforço pré-político e sem a qual a "res publica" será sempre um regime degenerado?

Silêncio. A moderna política converteu o acto de governar em mera técnica —e, no glorioso século 20, numa forma de arte, em que a realidade passou a ser uma espécie de massa informe onde o "artista" faz o que entende (com a vida de milhões de seres humanos, claro).

Pois bem: não há duas sem três. Depois de Thomas More e John Milton, Martim Vasques da Cunha escreve sobre o Brasil através de alguns nomes "canônicos" da sua literatura. É um erro ler "A Poeira da Glória" (título) como uma "inesperada história da literatura brasileira" (subtítulo).

O alvo do autor não é a literatura; é, como sempre, as consequências éticas e políticas que a ausência de "liberdade interior" nos escritores brasileiros provocou no país.

Ou, dito de outra forma: se entendermos como "liberdade interior" a capacidade solitária e inegociável de manter uma ordem espiritual virtuosa, o autor entende que o problema das letras brasileiras —desde os seus "founding fathers"— foi o de ter optado por uma visão simplesmente esteticista, desprezando as dimensões do verdadeiro e do justo.

Isso é visível em autores tão intocáveis como Machado de Assis, Oswald e Mário de Andrade - e até em Guimarães Rosa, um gênio da palavra que se ficou apenas por um "pacto diabólico" com as palavras.

Mas, se assim foi, onde reside o problema do "esteticismo" exclusivo?

Para Martim Vasques da Cunha, esse "esteticismo" exclusivo tem implicações pessoais, sociais e políticas que resultam do abismo entre a realidade e a fantasia que muitos escritores tomaram como realidade.

Esse "baile de máscaras" começa por embotar o próprio autor —e são pungentes, por exemplo, os textos confessionais de Lima Barreto— o seu "ennui" e o seu sentimento de "covardia".

Ou, como Gonzaga de Sá comunica a Machado, haverá maior inferno do que estarmos apenas condenados a "girar em torno" de nós próprios —como se fôssemos a besta na jaula do célebre poema de Rilke?

Mas existem também implicações sociais. Porque um autor pode subestimar o real com o seu próprio real.

Infelizmente, o primeiro não desaparece com o segundo. Habitar o mundo é habitar os dilemas morais que a cada momento nos assaltam. A pergunta é óbvia: como lidar com tais desafios quando o único "músculo" que temos é estético e não ético?

A resposta típica do intelectual é o ressentimento: tentar encontrar "lá fora" (nos pares, na "sociedade", até em Deus) o que ele foi incapaz de encontrar "cá dentro".

Finalmente, e ante as limitações de um modo de vida estético, o que sucede com frequência é a "traição" que Julien Benda denunciara: o "fascínio pelo poder" que leva muitos intelectuais a aderir a uma qualquer ideologia, seja de esquerda ou de direita, e que o possa resgatar do seu labirinto interior.

"A poeira da glória" é um tratado de "ética literária". É um livro que nos surpreende, intriga questiona - e algumas dessas inquietações estão no diálogo mais abaixo com o autor.

Mas uma coisa parece-me evidente: não será mais possível pensar as letras no Brasil sem enfrentar a poderosa e fascinante interpretação que Martim Vasques da Cunha publica sobre o assunto.

*   *   *

"First things first": como surgiu a ideia de "soprar" a glória de tantas vacas sagradas?
 
Apesar do livro ter sido escrito durante os últimos dois anos e meio, na verdade ele foi meditado por quatorze anos, desde que comecei a escrever sobre grandes nomes da inteligência brasileira, como Sergio Buarque de Holanda, Joaquim Nabuco e José Guilherme Merquior. Sempre quis escrever um livro que narrasse o drama da alma do Brasil não como um livro didático e sim como se fosse um romance vibrante, um ensaio que levasse ao extremo o próprio gênero literário e que o leitor entendesse que, ao abordar a literatura brasileira, o que estava em jogo era sobretudo um exame de consciência de si mesmo.

Você interpreta a "intelligentsia" brasileira como dominada pelo esteticismo, desprezando as dimensões éticas e transcendentais da vida. Falta explicar o básico: porque motivo há essa preferência pelo esteticismo?
 
Assim você quer que eu conte a grande surpresa do livro para os leitores (risos)! Sem querer entregar a reviravolta que ocorre no raciocínio apresentado —e quais são as suas consequências para a sociedade brasileira, cujos efeitos sofremos até hoje, principalmente na Era FHC-Lula-Dilma— digo apenas que a resposta à sua questão pode ser encontrada na análise que faço das obras de Guimarães Rosa e de Otto Lara Resende.

Você é capaz de apresentar um exemplo —da literatura brasileira ou universal— em que uma grande obra literária surge despojada de qualquer propósito moral?
 
Claro que sim —inclusive eu até gosto de muitas delas, mas sempre fico com um pé atrás. Pode-se dizer que são meus "guilty pleasures" [risos]. Na literatura universal, podemos ficar com o simbolismo de Mallarmé, algo maravilhoso em termos estéticos, mas que não possui aquela fagulha que ajuda o sujeito a enfrentar as ambiguidades da vida.

Sua análise de Machado de Assis é duríssima e a acusação é implacável: Machado era um fingidor, que usava o véu estético para esconder quem era. Você não acha que é possível dizer o mesmo sobre Fernando Pessoa?
 
São casos diferentes. Machado não era apenas um fingidor; era um dissimulado, ou seja, era o típico sujeito que esconde a sua verdadeira mensagem em uma "pose literária" —o fato de que a vida não tem sentido e, se houver, ela é uma palhaçada, incapaz de exibir um único ato de bondade, de inocência ou de esperança— numa obra literária de inegável primor técnico. Já Pessoa era um sujeito que usava aquilo que Mario Vargas Llosa chamava de "a verdade das mentiras" para mostrar não só os tormentos da sua alma, mas também os tormentos de Portugal, que, por sua vez, são os tormentos da própria Europa. Ele teve de usar os seus heterônimos para querer encontrar alguma unidade em sua psique alquebrada, uma psique que ficava cada vez mais frágil justamente porque o "homem-Pessoa" não conseguia encontrar no seu cotidiano a unidade desejada pelo "poeta-Pessoa".

Você deposita uma grande fé no poder da cultura como promotora das virtudes cardeais. Se assim é, e para recordar George Steiner, como explicar que grandes homens cultos —homens que viviam em contacto com obras plenas de Belo, Verdadeiro e Justo— cometessem tantas atrocidades?
 
Não deposito fé nenhuma no poder da cultura como promotora das virtudes cardeais. A meu ver, uma sociedade só pode ser livre e sadia se optar pela liberdade interior, que está intimamente ligada com a Cultura e não com os ditames do Poder, sendo este último ligado com as instituições democráticas da liberdade exterior. A liberdade interior é aquilo que ocorre dentro do nosso mais íntimo, é a luta que temos para conquistar nossas paixões desgovernadas (cobiça, inveja, ódio, ressentimento) e fortificar nossas virtudes morais, como a justiça, a temperança, a coragem, etc.

E você não encontra isso no Brasil?
 
O problema da cultura brasileira, em especial a sua literatura, é que ela é fascinada pelo Poder e é incapaz de ajudar o cidadão a formar a sua personalidade no momento em que, para citar Lionel Trilling, ele tem de lidar com o abismo da existência humana, o abismo que nos faz confrontar com o único problema realmente importante: o da morte. A Cultura por si mesma não vale nada; ela só funciona mesmo se a liberdade interior for o seu fundamento primeiro. O único problema disso tudo é que a conquista por esse tipo de liberdade pode durar uma vida inteira.

Você acredita, como Steiner igualmente sugeriu, que o contacto com a grande cultura, longe de nos "humanizar", pode mesmo "desumanizar-nos"?
 
Sim, claro que acredito nisso. Aliás, cultura em demasiado pode nos levar ao fenômeno do "esnobismo", algo que é comum em todos os intelectuais e bem típico entre a inteligência brasileira, principalmente nos nossos dias, seja no espectro ideológico da esquerda como da direita.

No seu livro existe uma interpretação de obras literárias integrando aspectos biográficos dos autores. Será legítimo fazer isso? No fundo, retorno há velha contenda entre Proust e Sainte-Beuve: não haverá uma diferença entre a biografia e a escrita?
 
O que eu faço no livro é ler a obra do escritor como manifestação de um drama interior que, igual a um processo alquímico, é transmutado simbolicamente em um romance, um ensaio, um poema ou em um estudo histórico. A ideia de que não deve se relacionar a vida do autor com o que ele escreve é um dos vícios mortais do estudo formalista (e, portanto, esteticista) da literatura. A função do crítico é encontrar a experiência crucial que motivou o livro analisado, coberto por uma manta de símbolos, signos e metáforas, urdido naquela carpintaria literária que só os grandes conseguem fazer - e assim entregá-la ao leitor de uma forma em que ele perceba que a grande obra de arte não é algo impossível de ser compreendida, mas sim como algo que pode ser de extrema valia quando for lidar com os momentos mais imprevisíveis da sua vida.

Se você tivesse que apresentar uma espécie de cânone da literatura brasileira, qual seria?
 
É claro que todos os autores analisados no meu livro, mesmo os mais criticados, têm uma razão para estarem no "cânone". Se tivesse uma lista alternativa com outros nomes, eis aqui os suspeitos de sempre: Manuel Bandeira, Gilberto Freyre, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Francis. Eles devem ser lidos, justamente para que possamos entender o que aconteceu de certo ou errado conosco. O problema é que, hoje em dia, a literatura neste país chegou a um estado miserável porque não sabemos mais o que é um debate, o que é uma discussão verdadeiramente sadia.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2015/11/1712742-gloria-sem-poeira.shtml

November 29, 2015

A mulher, a massa e o fermento

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Muito se fala sobre o Reino de Deus, sem que se compreenda bem do que se trata. Sim, sabemos que o Reino é uma maneira poderosa de expressar a realidade da ação do Senhor Criador do universo em seu mundo criado. Reconhecemos que é como uma chave que nos ajuda a entender muito da vida cristã. Que também aponta para a nova realidade surgida em Jesus, e depois vivida e proclamada pelos seus discípulos.

Agora, como explicar o Reino de Deus de uma maneira simples e clara de tal forma que as pessoas entendam essa nova realidade? Jesus o fez de inúmeras maneiras, e em especial através da linguagem popular, com as suas parábolas sobre o Reino. A parábola sobre a mulher, a massa e o fermento é uma delas (Lucas 13.20-21).

“Mais uma vez ele perguntou: ‘Com que compararei o Reino de Deus? É como o fermento que uma mulher misturou com uma grande quantidade de farinha, e toda a massa ficou fermentada’.”

Como essa parábola tão pequena nos ajuda a entender melhor o Reino e a vivê-lo em nossa realidade hoje?
Pensemos juntos em quatro rápidos aspectos.

1. O Reino cresce de onde menos se espera, com os protagonistas mais improváveis

A mulher, na cozinha, um personagem impensado para exemplificar as grandes expectativas para o Reino. Os discípulos, juntos com todo o povo judeu da época, esperavam um reino de evidente poder político e institucional. Chega Jesus e fala do Reino como uma mulher trabalhando na cozinha! Lembremos que as mulheres nem tinham “direitos”, não eram protagonistas de nada à época. Jesus utiliza a mulher no seu lar, na sua cozinha, como ilustração do que significa o Reino. Uma mensagem simbólica poderosa acerca do caráter dessa nova realidade.

O humilde, o simples, o menos valorizado, o pequeno, como a semente de mostarda na parábola registrada por Lucas logo antes. Aí está o Reino! No simples, no que parece pequeno, no que aparenta ser desprovido de poder. Claro, só aparenta, porque nessas ações pequenas começam as verdadeiras revoluções. A Bíblia nos mostra que muitas vezes são os personagens que estão nas margens que possuem grande e genuíno poder.

2. O Reino tem a ver com o cotidiano de nossas vidas

A mulher cozinhando também nos ajuda e ver como Reino de Deus é algo muito mais próximo de nossa realidade do que muitas vezes imaginamos. Ou seja, não é algo para ser experimentado só no futuro, não é relacionado somente aos grandes projetos, mas se trata de um Reino que se manifesta também e de maneira importante nas micro relações de nossas vidas. Aliás, o Reino só pode chegar a produzir grandes impactos, em escala maior, se em verdade também é algo real e presente nas vidas e nas relações daqueles que começam a experimentá-lo.

Claro que isso nos leva a perguntar, a avaliar e a revisar o que for preciso para que o Reino de Deus não seja apenas uma categoria abstrata, mas uma expressão concreta da presença de Deus que atua e intervém nas relações e no cotidiano de nossas vidas.

3. O Reino se expressa, cresce e se implementa através de processos

O Reino começa pequeno (o inexplicável aos olhos humanos), se dá através de processos (que dão trabalho, a mão na massa), que levam tempo (a dimensão da expectativa positiva, que alimenta o trabalho e a espera ativa no tempo presente). Qualquer um que trabalha na cozinha sabe como funciona. Não é algo mágico, que se dá de uma hora para a outra. É preciso literalmente colocar a mão na massa, mexer, bater a massa, misturar cada um dos ingredientes, por fim misturar bem o fermento. Sem trabalho, sem mão na massa, é impossível ver o Reino.

O Reino, apesar de ser algo presente em nosso meio porque Jesus já o trouxe em toda a potencialidade do que pode vir a ser, também se define pela espera. Uma espera esperançosa cheia de expectativa que alimenta a nossa obediência e a fidelidade em cada momento do processo, naquilo que nos cabe fazer.

4. O Reino tem alcances redentores amplos: toda a massa é fermentada

Não há aqui explicação científica sobre como o fermento atua. Aos olhos humanos não há muita clareza sobre como na verdade funciona a dinâmica do Reino. O que sabemos é que provoca transformação, crescimento, algo que atinge toda a massa. Ou seja, primeiro o Reino é marcado pela agenda da conversão, da transformação, e segundo, se trata de algo com amplo alcance, que vem para abençoar a muitos.

Quando o Reino chega, ele demanda conversão, arrependimento (Mc 1.15). Mas ele também provoca oposição e leva à expulsão do mal como evidência da chegada do Reino (Mateus 12:28). A transformação será inevitável. “Evangelizados transformados”, como já dizia Orlando Costas, serão o resultado do Reino que veio até nós. Esse testemunho transformador prossegue até que todas as coisas sejam reconciliadas, reivindicadas e consumadas em Jesus Cristo (Ef 1.9-10). Vivemos nessa esperança, crendo que o Senhor do Reino estabelecerá definitivamente o governo de Deus quando o Cristo ressurreto voltar.

Ainda segundo Costas essa conversão será “um momento distinto e o primeiro de uma série de experiências transformadoras. É uma virada única e um movimento transformador contínuo, possibilitado pela força capacitadora do Espírito da liberdade.”1

Essa é uma conversão pessoal e comunitária, da igreja, para que esta seja voltada para os que são de fora, para alimentar com essa massa levedada, que cresceu, a todos os de fora que estão famintos. O Reino (como deveria ser sempre com a agenda da igreja) traz essa marca de sempre ser voltado para os que (ainda) não são membros. O Reino, a igreja, o corpo de Cristo, estão para defender a vida, para promovê-la, restaurá-la e nunca para limitá-la a um só grupo. No Reino, a massa fermentada resultante é bem grande, a mesa está servida para todos os famintos.

Assim, nessa “espiritualidade do Reino”, cremos que o Reino pode ser vivido e experimentado, antecipadamente degustado, de maneira que nos tornamos agentes para influenciar, salgar e transformar o mundo ao nosso redor. É preciso contar com a ajuda do Senhor para que trabalhemos bem a massa como aquela mulher na sua cozinha. Assim, essa massa fermentada que cresceu, através da ação de Deus em nós, de nossa conversão, de nossa transformação, poderá também ser oferecida nas mesas de nossas vidas a todos que desse Reino necessitam.

Nota:
1. Orlando E. Costas, “Proclamar Libertação – Uma teologia de evangelização contextual”. Garimpo Editorial, 2014, p. 182.


Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/a-mulher-a-massa-e-o-fermento

November 28, 2015

Líderes esgotados

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- Ronaldo Lidorio

Estes são dias marcados por líderes cansados, em crises pessoais ou de trabalho, desanimados e frequentemente experimentando “burnout” ou outra sorte de esgotamento. Boa parte dos fatores de risco se encontra na sociedade: pressões externas, demandas sem fim ou enfermidades psicológicas. Outra parte é definida pela atitude de nosso coração.

Em 2 Timóteo 2:11-15, Paulo dá orientações ao jovem líder Timóteo:

“Esta palavra é digna de confiança: se morremos com ele, com ele também viveremos; se perseveramos, com ele também reinaremos. Se o negamos, ele também nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo. Continue a lembrar essas coisas a todos, advertindo-os solenemente diante de Deus, para que não se envolvam em discussões acerca de palavras; isso não traz proveito e serve apenas para perverter os ouvintes. Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade”.

As principais orientações de Paulo ao jovem líder não se referem a sucesso, destaque, produção, promoção ou realizações, mas a uma postura do coração. Ele diz “se… morremos…, se perseveramos…, se somos infiéis…” – falando sobre as coisas do coração e não da vida pública.

Paulo ensina que aquilo que nos define não é o nosso trabalho, imagem ou reconhecimento, mas nosso relacionamento com Deus. Não é um título ou reconhecimento público, mas nossa vida com o Pai. Vale lembrar que quem ensinava sobre isto era um homem afeito ao trabalho, um incansável missionário, plantador de igrejas e grande teólogo. Parece-nos que ele compreendeu (e ensinou) que a primeira missão da igreja não é frutificar, mas morrer. Apenas quando morrermos para nós mesmos é que conseguiremos viver para Deus. Por isto, escrevendo aos Gálatas, ele declara: “já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20).

Paulo ensina também que o obreiro chamado por Deus deve se apresentar “aprovado”. A expressão usada para esta aprovação (“Dokimon”) indica “medida completa”; nem mais nem menos. Ser e fazer aquilo que Deus colocou em suas mãos.

Talvez esteja aí a principal fonte de esgotamento entre aqueles que fazem o trabalho de Deus: a necessidade de discernir entre aquilo que Ele colocou em nossas mãos e o que simplesmente nos encanta.

Compartilho a seguir alguns breves conselhos:

1. Tenha clareza sobre o que Deus colocou em suas mãos – aquilo com o qual você deve se envolver e aquilo que, mesmo importante, não lhe compete. Não se envolva com tudo que lhe encanta.

2. Procure ser um modelo de vida, e não apenas de trabalho.

3. Guie-se pela visão que Deus lhe deu, não pelas críticas e muito menos pelos elogios.

4. Identifique os seus pontos de dispersão (aquilo que lhe tira da rota) e aprenda a evitá-los. Preste contas.

5. Lidere pela influência spiritual, e não pela autoridade da sua função.

6. Mantenha-se saudável emocionalmente. Não ande com o tanque vazio. (Leia “Andando com o tanque vazio”, de Wayne Cordeiro).

7. Tenha uma vida de oração e mantenha o equilíbrio entre a reflexão e a decisão. Evite os extremos: ser autoritário ou indeciso.

8. Alimente-se, sobretudo pela Palavra, e imprima em sua alma profundas reflexões cristãs. (Leia O Discípulo Radical, de John Stott; De Hoje em Diante, de Elben César; “O Legado Espiritual”, de James Houston; e “Vocação perigosa”, de Paul Tripp).

9. Seja coerente e consistente com suas convicções. Não negocie sua integridade, por mais alta que seja a proposta. (Leia “Dinheiro, sexo e poder”, de Richard Foster).

10. Invista em outros líderes, fazendo discípulos – não seus, mas de Cristo.

Que o Altíssimo nos ajude a termos nossa identidade definida em Cristo, a fazer tudo (e tão somente) o que Ele colocou em nossas mãos e sermos encontrados aprovados – por Ele.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/lideres-esgotados

November 27, 2015

Escravos de hábitos estranhos


Cada pessoa é escrava daquilo que a domina. (2 Pe 2.19)

Como ninguém gosta de ser chamado de escravo, a linguagem de Pedro é dura.

Todavia, a verdade é esta mesmo: somos escravos daquilo que não conseguimos dominar.

Quando dizemos que tal pessoa é dependente do álcool, por exemplo, queremos dizer que ela é escrava do álcool ou, em outras palavras, ela não é independente da bebida.

Se deixarmos o sol se pôr antes de nos livrarmos da ira, somos escravos da ira (Ef 4.26). Se só pensarmos em aumentar os ganhos, somos escravos do dinheiro. Se nos deleitarmos em falar mal de uma pessoa, somos escravos do mexerico. Se mancharmos costumeiramente o nome de uma pessoa atribuindo a ela coisas que ela nunca fez, somos escravos da calúnia.

Os que não conseguem deixar de roer as unhas, deixar de ranger os dentes, deixar de espremer cascas das espinhas são escravos dessas coisas.

Por causa do contexto da carta, é possível que Pedro esteja se referindo a “hábitos imorais”.

Ele tinha acabado de fazer uma denúncia séria quanto aos falsos profetas (“Não podem ver uma mulher sem a desejarem”). Deve ser exatamente nessa área que muitos são escravos de seus impulsos. Tim Challies, autor de Desintoxicação Sexual, afirma que “a pornografia é tão predominante, que é praticamente certo que todo jovem vai se deparar com ela, e, depois de a experimentar, é difícil não se entregar”.

Jesus surpreendeu os mestres da lei e os fariseus declarando: “Quem peca é escravo do pecado” (Jo 8.34).

Eles não gostaram dessa palavra e responderam soberbamente: “Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém!” (Jo 8.33).

Se o Senhor pôde quebrar o bastão dos poderosos que oprimiam o povo de Israel, ele pode nos libertar do bastão daquilo que nos domina.

Enquanto não localizar a sua dependência, o crente jamais será liberto.

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2015/08/25/autor/elben-cesar/escravos-de-habitos-estranhos-2/

November 26, 2015

Temos escolha?

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- Rogério Brandão

Evidentemente existem coisas na vida pelas quais nenhum de nós pode ou pode optar: os pais que tivemos, a época do nascimento, e tantas outras características naturais que nos acompanharão a vida toda (ou pelo menos boa parte dela).

O sexo, por exemplo. Existe opção sexual? Ou o dia da morte. Quem pode ou não escolher o dia de sua própria morte?

A escolha nos coloca frente a frente com dois problemas básicos: o primeiro é de ordem moral. Fazer escolhas certas. Optar pelo que é correto e bom.

Escolher é quase sempre decidir entre o bem e o mal.

O segundo é de ordem intelectual. Escolher é comparar, analisar, achar a solução lógica e inteligente para um problema. Tomada de decisão é uma faculdade que deve ser baseada na descoberta do verdadeiro.

Uma escolha acertada requer sabedoria.

O mercado e seu descomunal avanço das técnicas de marketing tem confrontado cada vez mais a sociedade e os indivíduos com sua faculdade de escolha. A variedade de produtos e diversidade de especificações tem levado as pessoas a estarem tomando dezenas de decisões a cada produto que consomem. Cor, sabor, processo (ou não) na fabricação, materiais, opções extras, e tudo mais.

Há sempre uma infinidade de aspectos a serem decididos.

Antigamente não era assim.

Mas até que ponto somos responsáveis por nossas próprias escolhas? Existe liberdade, ou somos condicionados? Há em nossa mente uma zona livre das tendências, das condicionantes sociais, pressões e forças externas, na qual somente você ou eu, sozinhos, em nossa individualidade tomamos nossas decisões? Em linguagem filosófica: existiria um livre arbítrio?

Sendo Deus Amor, fica claro que ele liberta o ser humano, e oferece a ele não somente uma zona livre para seguir seu próprio caminho, como lhe dá integridade para tal. Então, somente a existência de Deus, um Deus pessoal, possibilita ao homem a verdadeira liberdade de escolha. E nesse ponto em especial, Deus é particularmente exigente: Deus não poderia “forçar a barra” para que o homem, robotizado “livremente” escolhesse amá-lo.

Nosso intelecto e nosso coração onde se processam nossas decisões são como um solo, um terreno. A alma do ser humano é um terreno em formação. Não se pode afirmar categoricamente que as decisões humanas, ali tomadas, serão sempre más e imbecis. Mas também não podemos esperar que elas sejam sempre sábias e boas.

As palavras de Jesus e dos profetas de Deus não nos revelam nada diferente daquilo que outras culturas e religiões nos falam, indícios de que o homem vive em ambiguidades e contradições. Hora, a mesma pessoa pode ser capaz de atitudes perversas e hora, de atitudes nobres.

Um homem que leva uma vida moralmente correta pode tropeçar em seu próprio orgulho e ser incapaz de repartir seus bens com necessitados. Outro que leva uma vida moralmente devassa, se vê humilhado com seu próprio sentimento de culpa e é capaz de atos de altruísmo raros. Um religioso piedoso pode negligenciar o serviço a seu próximo, enquanto que um aparentemente não religioso pode se sentir responsável pelo bem estar daqueles que lhe cercam.

É nesse contexto que os Evangelhos nos apresentam a alegoria de duas sociedades. A antiga e a moderna. A moderna é preocupada e atarefada com muitas coisas, a antiga se dedica à meditação, à contemplação, à espiritualidade.

Marta e Maria são duas irmãs, mas poderiam ser duas igrejas, duas famílias. Prefiro entendê-las como duas épocas. Vivemos todos hoje na era de Marta. Nossos antepassados viveram na era de Maria. Todos temos hoje uma agenda definida, as tarefas nos absorvem e nos atropelam e não temos mais tempo para simplesmente nos assentarmos aos pés de Jesus. Os meios de comunicação e seus aparelhos múltiplos nos cercam por todos os lados a todos os momentos. TVs, rádios, laptops, tablets, PCs e smartphones não nos possibilitam mais a solitude.

No passado, a vida espiritual ocupava um lugar de maior importância na sociedade. Até nossas igrejas e cultos já não oferecem mais um ambiente e atmosfera para um tempo de devocional em sossego. Como disse certa poetisa, “já não via a hora daquele ajuntamento religioso terminar para ir a um lugar mais apropriado e poder falar com Deus”.

Mas se vivemos na era de Marta, não teríamos mais a escolha de regressarmos a era de Maria? Estaríamos fadados ao stress secular de nosso tempo?

Talvez no plano social pouco poderemos mudar nesse sentido. Mas no plano individual fica a esperança da atitude de um indivíduo. Uma mulher que entre dois estilos de vida, optou pelo melhor. Uma mulher que entre o ativismo e o relacionar-se, entre o realizar e o ouvir, entre o fazer e o ser, soube decidir pela parte mais nobre.

Maria teve escolha. E a fez de forma sábia e acertada: “Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”.

Deus não irá forçar nem determinar nossa decisão nesse sentido.

Mas uma vez também escolhido, nada nem ninguém poderá nos remover a boa parte.

Você e eu também somos livres para escolher.

A cada dia.

Nós temos escolha : ).

Fonte: http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/temos-ou-nao-escolha

November 25, 2015

Dualidade

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Há dentro de você um cordeiro e um leão.

A maturidade espiritual é a habilidade de permitir que o cordeiro e o leão deitem-se juntos. Seu leão é o “eu” adulto e agressivo. É seu “eu” que toma iniciativas e decisões.

Contudo, há também o seu cordeiro amedrontado e vulnerável; a parte de você que precisa de afeição, apoio, afirmação e cuidado.

Atentando somente para o leão, você se verá além de seus limites, e chegará à exaustão. Quando prestar atenção somente no cordeiro, você facilmente se tornará uma vítima de sua necessidade de receber atenção de outras pessoas.

A arte da vida espiritual é sustentar plenamente tanto seu leão quanto seu cordeiro.

Assim, você poderá agir de maneira positiva, sem negar suas próprias necessidades. E poderá pedir afeição e cuidado sem trair sua vocação de líder.

Desenvolver sua identidade como um filho de Deus não significa, de forma alguma, abrir mão de suas responsabilidades no mundo. Assim como afirmar seu “eu” adulto não significa, de forma alguma, que você não possa se tornar um filho cada vez mais dependente de Deus.

Na realidade, o oposto é verdadeiro.

Quanto mais segurança você puder sentir como um filho de Deus, mais livre estará para sustentar sua missão no mundo como um ser humano responsável.

E quanto mais consciente você estiver que tem uma tarefa singular e única a cumprir para Deus, mais aberto estará para permitir que sua necessidade mais profunda seja suprida.

Henri Nouwen

Meditações com Henri J. M. Nouwen – Leituras e Reflexões. Editorial Habacuc.

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Henri Nouwen captou uma boa metáfora para descrever a dualidade que vivemos. A crise é dupla. Temos leões que não são cordeiros, e cordeiros que não são leões. No final, temos líderes ou irresponsáveis ou autoritários, e cristãos ou subservientes ou superficiais. Precisamos do equilíbrio e da transparência que só o Espírito Santo nos dá.

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/fatosecorrelatos/2015/11/18/dualidade/ 

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=pgYEJHJXFB4 
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November 24, 2015

Entre a calma dos mais velhos e a agilidade da conexão 2.0 dos mais novos

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- Calebe Ribeiro

Interagimos com o mundo virtual ao mesmo tempo em que conversamos com os nossos amigos. Comemos um delicioso prato ao mesmo tempo em que postamos uma foto nas redes sociais. Vislumbramos uma bela paisagem ao mesmo tempo em que nos arrumamos para uma selfie.

A tecnologia potencializou a nossa capacidade de fazer mais coisas ao mesmo tempo. Mas para isso, precisamos abrir mão da atenção concentrada e optar pela atenção partilhada, e assim aumentamos a velocidade dispensada a cada ação.

Quando fazemos apenas uma coisa de cada vez, investimos uma determinada velocidade e ritmo, mas quando fazemos mais de duas atividades ao mesmo tempo, aceleramos a velocidade dedicada a cada ação, realizando algo de forma mais rápida.

Então, não estamos simplesmente fazendo mais coisas, mas sim, fazendo as coisas mais apressadamente.

De certa forma, encurtamos o tempo dedicado a uma determinada ação, para assim realizarmos mais coisas simultaneamente em um menor espaço de tempo. Talvez você não tenha percebido, mas a nossa forma de se relacionar com a realidade ao nosso entorno já mudou, por conta dessa aceleração na relação (tempo x atividade) dos nossos afazeres.

Velocidade é uma das marcas das tecnologias e ferramentas atuais, tudo para dar a possibilidade de se fazer mais coisas ao mesmo tempo. Temos dificuldade em ler textos grandes na internet, preferimos as manchetes.

Estamos encurtando nossas mensagens de textos, abreviando cada vez mais palavras, abusando das figuras.

Trocamos as ligações longas pelas mensagens de voz. Nossa comida já vem numerada, basta escolher um número de 1 a 10.

Na contramão de tudo isso está a recomendação bíblica das práticas espirituais, tais como a oração, leitura da palavra, jejum, intercessão, enfim, coisas que são totalmente contrários àquelas destacadas acima. Pois exigem de nós atenção concentrada, tempo de qualidade, paciência e perseverança. Elementos cada vez mais ausentes em nossos dias. Além do mais, o exercício devocional é um chamado para silenciar o coração e ouvir, um chamado para ser sensível e acolher a Palavra do Eterno.

Não dá para desenvolver uma jornada de oração em cinco minutos (aliás, nossas orações têm se tornado cada vez mais parecidas com torpedos de WhatsApp: curtas e fragmentadas). Também não é possível aprofundamento na leitura bíblica com apenas um versículo.

O desenvolvimento na fé cristã demanda tempo e nós temos uma crise com tudo o que demora, pois vivemos numa era de conexão rápida.

É preciso encontrar um ponto de equilíbrio entre a calma dos mais velhos e a agilidade dos mais novos.

Que o nosso coração seja sempre ágil para o encontro com o Eterno, porém sempre calmo em sua presença.

Descansa ó minha alma no Senhor

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2015/11/18/entre-a-calma-dos-mais-velhos-e-a-rapidez-da-conexao-2-0-dos-mais-novos/

November 23, 2015

Feliz 2016 ; )!

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Precisamos aprender a ser crentes.

Ser crente não é uma chatice, uma eterna mesmice, uma alegria para ser experimentada só no futuro, só depois da volta do Senhor, só depois da ressurreição, só na consumação dos séculos.

A alegria de ser crente é para hoje e desde hoje.

Todo dia, nos bons momentos e nos maus momentos.

Ser crente é ter comunhão contínua e crescente com Deus por meio do Salvador e da salvação.

Isso significa ter vida devocional, saber chegar perto de Deus, ouvir a sua voz pela Palavra e falar com ele pela oração.

Eugene Peterson tem 83 anos e gastou a metade de sua vida para fazer a excelente paráfrase de toda a Bíblia, intitulada “A Mensagem”. Há dez anos, ele escreveu também o devocionário Um Ano com Jesus – Leituras e Meditações Diárias:

“O objetivo de passarmos um ano com Jesus é aprender a orar. Nossas orações não começam conosco. Começam com Jesus. Antes mesmo de abrirmos a boca em oração, Jesus está orando por nós. Apesar de tudo o que se diz em contrário, não há segredos para viver a vida cristã. Não há atitudes como pré-requisitos. Não há condições mais ou menos favoráveis para se buscar o caminho. Qualquer um pode fazê-lo, de qualquer lugar, começando a qualquer momento. Mas isso só é possível mediante a oração. Só podemos orar para que nossa vida siga os passos de Jesus”.

Em 2016, não vamos comer nem demais nem de menos.

Vamos ter mais energia e menos gordura.

Feliz 2016 ; )!

Fonte:  http://www.ultimato.com.br/conteudo/em-2016-vamos-ter-mais-energia-e-menos-gordura

November 22, 2015

Composição, decomposição e recomposição

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São três palavras soleníssimas que devem ser memorizadas. Elas têm muito a ver com a história do gênero humano.

O fenômeno da “composição” diz respeito à criação do homem e da mulher; o fenômeno da “decomposição” diz respeito à morte dos vivos; e o fenômeno da “recomposição” diz respeito à ressurreição dos mortos.

A primeira acontece num passado bem longínquo; a segunda está acontecendo desde então; e a terceira acontecerá numa ocasião indeterminada no futuro.

Se quisermos usar um só versículo da Bíblia para nos referir a cada um desses três episódios, ficaremos assim:

A composição aparece em Gênesis 2.7 -- Do pó da terra, o Senhor formou o ser humano.

A decomposição aparece em Eclesiastes 12.6 -- A vida preciosa e bela terminará e então o corpo voltará ao pó.

A recomposição aparece em 1 Coríntios 15.54 -- Na ressurreição o perecível será substituído pelo que não é perecível e o mortal será substituído pelo imortal.

“Composição” é o ato de compor e o verbo compor significa formar, produzir, inventar, arranjar, pôr em ordem. Dizemos, por exemplo, que Amadeus Mozart compôs a ópera “As bodas de Fígaro”.

“Decomposição” é o contrário de composição. É o ato de decompor e o verbo decompor significa deformar, dividir o todo, inutilizar, corromper. Dizemos, por exemplo, que o corpo de Herodes se decompôs comido de vermes.
 
“Recomposição” é o contrário de decomposição. É o ato de recompor e o verbo recompor significa tornar a unir, trazer de volta, recuperar, restabelecer, reconstituir. Dizemos, por exemplo, que Neymar recompôs sua forma física.

Depois da criação dos céus e da terra, da vida vegetal e da vida animal, depois de tudo pronto, Deus cria os seres humanos, o homem e a mulher, à sua imagem e semelhança, e os coloca como mordomos sobre tudo (Gênesis 1.27-30). Esse é o fenômeno da “composição”.

Depois de certo tempo de vida, o ser humano começa a morrer e tudo converge para o último e indesejável ato, a retirada daquele fôlego que mantinha o corpo vivo. Esse é o fenômeno da “decomposição”.

Depois que a vida se acaba, depois que o pó volta à terra e o espírito volta a Deus, resta ainda uma esperança!

É Jesus quem a dá: “Eu sou a ressurreição e a vida [e] quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11.25).

Embora se refira à volta dos exilados de Israel à sua própria terra, a visão de Ezequiel serve de ilustração para a ressurreição física dos mortos. Primeiro, o profeta vê um vale cheio de ossos humanos sequíssimos, quase pó. Mas à palavra do Senhor os ossos começam a se juntar, osso com osso, e são cobertos de tendões, músculos e peles. Mesmo completamente arrumados, esqueletos por esqueletos, o estado da morte permanece. Até que o Senhor volta a falar e ordena que a respiração ou o fôlego da vida entre de novo naqueles esqueletos. Então, eles vivem e se colocam em pé.

A tragédia da morte está desfeita.

É por isso que Paulo personaliza a morte e zomba dela: “Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu poder de ferir?” (1Co 15.55).

Esse é o fenômeno da “recomposição”

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/356/composicao-decomposicao-e-recomposicao

November 21, 2015

Dia de reaver as coisas perdidas

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- Elben M. Lenz Cesar

Todos nós perdemos alguma coisa no ano que está escoando. Algumas não tinham muito valor. Outras eram de algum valor ou de imenso valor.

Não sabemos onde as deixamos nem onde procurá-las. E elas nos fazem muita falta e nós queremos reavê-las.

Para nos encorajar, vamos chamar o dia 31 de dezembro de o Dia de Reaver as Coisas Perdidas.

Todavia, tomemos cuidado para não nos tornarmos simplórios demais. Na verdade há coisas irrecuperáveis e outras que demandam algum tempo.

Pela graça de Deus e pela tenacidade da busca, não é de todo impossível reaver algumas delas no espaço de um dia ou no espaço de uma hora. Embora muito raramente, pode acontecer que, no estalar de dedos, de um momento para o outro, a coisa perdida apareça diante de nós.

Quem sabe vale a pena fazer uma relação de coisas perdidas em diferentes áreas da vida.

No sentido físico, alguns de nós perdemos a saúde, o vigor, a disposição, a resistência, a audição, a visão, o paladar, a memória, algum órgão do corpo (os ovários, a próstata, a vesícula, o rim, o baço) ou parte dele (o seio, a perna, o braço).

No sentido emocional, alguns de nós perdemos a vontade e a alegria de viver, o sentimento de valor próprio, a sensação de segurança, a paz interior, o entusiasmo pela vida.

No sentido comportamental, alguns de nós perdemos a inocência, o escrúpulo, o juízo, a vergonha, o caráter, a pureza, o respeito, a autoridade, o bom nome.

No sentido profissional, alguns de nós perdemos a posição, o emprego, a capacidade de trabalho, as oportunidades, os ganhos, a liberdade.

No sentido transcendental, alguns de nós perdemos a fé, as convicções, a esperança, o temor do Senhor, o discernimento espiritual, a comunhão com Deus, a sensibilidade, o caminho, os exercícios devocionais (leitura meditativa da Bíblia e oração).

Devemos nos lembrar de que José e Maria, na viagem de volta de Jerusalém a Nazaré, perderam Jesus, na época com 12 anos. Foi aquela correria, aquela busca que só terminaram três dias depois. O menino estava conversando com os mestres da lei num dos pátios do Templo (Lucas 2.41-48).

Jesus nos ensina a valorizar as coisas perdidas e a procurá-las até achar, por meio das parábolas da ovelha perdida, da moeda perdida e do filho perdido (Lucas 15).

Na primeira, um pastor tinha 100 ovelhas e uma delas se perdeu (1%); na segunda, uma mulher tinha 10 moedas e uma delas se perdeu (10%); e na última, um pai tinha dois filhos e um deles se perdeu (50%). Em cada caso, houve uma festa de arromba porque todos os três perdidos foram achados.

Vale muito a pena gastarmos algum tempo hoje, quinta-feira, para reconhecermos humildemente que alguma coisa muito cara, especialmente na área transcendental, foi perdida e está nos fazendo muita falta.

Uma oração de confissão precisa e bem feita e um grito de socorro dirigido diretamente a Deus podem nos levar a reaver o componente perdido.

Depois é só coloca-lo dentro da bagagem que estamos levando para 2016.


Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/dia-de-reaver-as-coisas-perdidas

November 20, 2015

A convicção de um legado

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- pr. Jefferson Martins
Posso ouvir as pessoas dizendo a João Batista: “Você não se importa de ter feito tudo e agora Ele vai ficar com a glória?”

Ele responde: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua.” (João 3:30).

Que convicção maravilhosa!

Sem ciúmes, sem sentimento de posse, João Batista simplesmente abriu mão de todos os seus discípulos, e os conduziu Àquele que é o verdadeiro dono do rebanho: Jesus Cristo. (Rm 11:36)

Nenhum sinal miraculoso foi operado pelas suas mãos, porém Jesus disse que “ele era o maior de todos os homens nascidos de mulher” (Mt 11:11). Ele pregava no deserto, multidões o seguiam, ele pregava arrependimento, a ele foi revelado que Jesus era o Messias – o Cordeiro de Deus, ele se vestia com simplicidade, se alimentava com o básico, ele batizou o filho de Deus, Apóstolos (os verdadeiros) seguiram a Jesus por causa da sua pregação, a sua mensagem chegou a todos os lugares, das vilas mais longínquas ao palácio real; homem do qual o mundo não foi digno, porém, a vaidade não subiu ao seu coração; ele direcionou tudo o que conquistou a Jesus Cristo. Que lição aos grandes líderes de hoje, não acham?

A mensagem de João Batista foi tão contundente que o rei Herodes mandou prendê-lo e decapitá-lo e a sua cabeça posta em uma bandeja. (Mc 6:26,27). Porém, nos estertores da morte, a dúvida invade João Batista e lhe corrói o coração: "És tu aquele que haveria de vir ou devemos esperar algum outro?" (Mt 11:3).

Neste episódio João Batista revela toda a sua humanidade.

Isso nos mostra que podemos ser muito usados por Deus, mas ainda assim continuamos em uma situação de fragilidade e total dependência do Senhor.

O legado que Deus soberanamente determinou a João Batista era fazer convergir todas as coisas a Jesus Cristo.

E quanto a nós?

Temos executado o legado que Deus nos determinou?

Que o Senhor nos ajude!


Fonte: http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/a-conviccao-de-um-legado

November 19, 2015

A nobreza secreta

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- Ricardo Barbosa

Só se reconhece o valor de algumas pessoas muitos anos depois de sua morte. Uma razão para isso é que essas pessoas valorizavam mais os outros do que a si mesmas. Viveram na obscuridade. As luzes dos holofotes incidiam sobre os outros, nunca sobre elas. Escolheram o difícil caminho da renúncia e da negação e encontraram sua alegria na liberdade de servir.

Uma dessas pessoas foi Francisco de Assis (1182–1226). G. K. Chesterton, admirador de Francisco, escreveu uma biografia completa sobre sua vida e obra. Num artigo sobre o ascetismo na vida de Francisco de Assis, reconhece que o segredo do seu sucesso foi possuir uma mente de uma “simplicidade quase enlouquecedora” e prossegue afirmando que “é costume dizer que o segredo de tais homens é sua profunda crença em si mesmos, e isso é verdade, mas não toda a verdade. 

Reformatórios e asilos de lunáticos estão apinhados de homens que acreditam em si mesmos. A respeito de Francisco é mais correto dizer que o segredo de seu sucesso era sua profunda crença em outras pessoas, e é a falta dessa crença que frequentemente foi a ruína desses obscuros Napoleões”. 

O primeiro passo em direção a uma existência livre e feliz é a humildade. 

É assim que Jesus inicia suas bem-aventuranças: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus”.

A humildade não é outra coisa senão o dom de reconhecer o outro e valorizá-lo. 

Como disse C. S. Lewis, a verdadeira humildade não é “pensar menos de nós mesmos, mas pensar menos em nós mesmos”. 

Foi o que o apóstolo Paulo recomendou aos cristãos de Filipos: “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” (Fp 2.3-4). Certamente, não é fácil pensar menos em mim e mais nos outros; como também não é fácil desenvolver uma profunda crença em outras pessoas.

Deus pensou em nós e acreditou em nós. Ele nos amou de tal maneira que nos deu seu Filho. 

Jesus entrou em nosso mundo e participou de nossa humanidade. Ele se humilhou e tornou-se servo. Mesmo sendo pecadores e indignos de receber qualquer favor de Deus, ainda assim, ele veio a nós, entregou-se por nós, esvaziou-se por nós, fez-se pobre por nós, para que pela sua pobreza nos tornássemos ricos. Assumiu a nossa culpa, morreu na cruz e ressuscitou para nos reconciliar com ele e nos fazer seus amigos. Ele fez isso porque pensou em nós e acreditou em nós.

Existe uma nobreza secreta na bem-aventurança dos humildes. Os humildes sabem ouvir primeiro para depois falar. Sabem confiar, esperar e descansar em Deus. Reconhecem que há sempre algo novo para aprender. Possuem uma certa ingenuidade e pureza porque amam aquilo que outros desprezam. São tolos para o mundo, mas sábios para Deus. Preferem lutar pelo bem dos outros do que pelo seu próprio bem.

Em um mundo onde todos clamam pelos seus direitos e poucos pelas suas responsabilidades; onde muitos lutam pelo sucesso e poucos se preocupam com a sobrevivência dos outros ou mesmo do planeta; onde muros ideológicos, raciais, sociais e econômicos se levantam, aumentando as distâncias e aprofundando as suspeitas e desconfianças, proponho que se ouça mais uma vez o convite de Jesus para aprendermos com sua humildade e mansidão. 

Isso significa pensar menos em nós e mais nos outros, tomar a cruz da renúncia e abnegação, e nos entregarmos ao serviço sacrificial, seguindo o exemplo de Jesus.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/356/a-nobreza-secreta

November 18, 2015

Eu creio no perdão dos pecados

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- C.S. Lewis

Falamos muita coisa na igreja (e também fora dela) sem pensar no que estamos falando.

Por exemplo, dizemos no credo: “Eu creio no perdão dos pecados”. Fiquei repetindo isso por muitos anos antes de me perguntar por que isso estava no credo. À primeira vista, parece difícil valer a pena explicar. “Quando alguém é cristão”, pensei comigo, “é claro que acredita no perdão dos pecados. É uma evidência gritante.”

Porém, parece que quem escreveu e compilou os credos achou que essa era uma parte da nossa crença que precisávamos lembrar toda vez que fôssemos à igreja. Depois que me dei conta disso, se me perguntassem hoje, eu diria que eles estavam certos.

Acreditar no perdão dos pecados não é tão simples quanto eu pensava. A crença real nesse tipo de coisa facilmente nos escapa se não tivermos a disciplina de continuar alimentando-a.

Acreditamos que Deus perdoa os nossos pecados, mas também que ele não o fará a menos que nós perdoemos os pecados que as outras pessoas cometem contra nós. Não há dúvida sobre a segunda parte dessa declaração. Está escrito no Pai-Nosso e foi fortemente enfatizado pelo nosso Senhor.

Se você não perdoar, não será perdoado. Não há parte mais clara no ensinamento de Jesus, e ela não dá margem a exceções. Deus não diz que devemos perdoar os pecados dos outros se eles não forem tão assustadores ou desde que existam circunstâncias atenuantes ou algo desse tipo.

Devemos perdoá-los todos, não importa o quanto eles sejam malignos, miseráveis e frequentes. Se não o fizermos, também não seremos perdoados de nenhum dos nossos.

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2015/08/26/autor/c-s-lewis/eu-creio-no-perdao-dos-pecados-2

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=rWlnRn_4HEU
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November 17, 2015

Alfa e Ômega



Tu que estás assentado no trono
Sempre reinando, soberano
Anjos cantando, homens louvando
Deus reunindo o seu povo

Alfa, Ômega
Cristo Filho
Ó vem
Senhor Jesus.

Ansioso espero a tua volta
O grande dia em que Tu virás
Então subiremos, contigo estaremos
Pra todo o sempre
Aleluia

Maranata Cristo
Filho Mestre
Ó vem,
Senhor Jesus.
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PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá:  https://www.youtube.com/watch?v=450ILTlnBOg
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November 16, 2015

Nas profundezas do Hades e nas alturas dos céus

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Jesus precisa ser visto em Isaías 53 e no Salmo segundo.
Jesus precisa ser visto nos quatro Evangelhos e no Apocalipse.
Jesus precisa ser visto como filho de Abraão e como filho unigênito de Deus.
Jesus precisa ser visto como filho de Tamar, de Rebeca, de Rute e de Bate-Seba e como filho de Maria.
Jesus precisa ser visto deitado na manjedoura e sentado junto ao Pai.
Jesus precisa ser visto como homem e como Deus, em sua humanidade e em sua divindade.
Jesus precisa ser visto carregado de pecados e sem pecado algum.
Jesus precisa ser visto ao lado da mulher pecadora e no colo de Maria.
Jesus precisa ser visto com fome e como o Pão da Vida.
Jesus precisa ser visto com sede e como a fonte de água viva.
Jesus precisa ser visto montado num jumentinho e montado no cavalo branco.
Jesus precisa ser visto pagando o imposto do templo e multiplicando pães e peixes.
Jesus precisa ser visto na companhia de publicanos e meretrizes e na companhia de uma multidão de pessoas vestidas de roupas brancas.
Jesus precisa ser visto morto no morro da Caveira e vivo no jardim de José de Arimateia.
Jesus precisa ser visto como réu da morte e como juiz de vivos e mortos.
Jesus precisa ser visto sendo tentado pelo Diabo e lançando o Diabo no lago de fogo e enxofre.
Jesus precisa ser visto como homem de dores e como a estrela d’alva.
Jesus precisa ser visto em sua humildade e em sua glória.
Jesus precisa ser visto como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e como o Leão da Tribo de Judá que quebra os selos daquele livro escrito dos dois lados.
Jesus precisa ser visto no meio de salteadores e no meio dos vinte e quatro anciãos.
Jesus precisa ser visto com as roupas manchadas de sangue no Getsêmani e com as roupas brancas como a luz no monte da transfiguração.
Jesus precisa ser visto com a coroa de espinhos e com a coroa de glória.
Jesus precisa ser visto nas profundezas do Hades e nas alturas dos céus.
Jesus precisa ser visto como aquele que desceu do céu e como aquele que ascendeu aos céus.
Jesus precisa ser visto em seu primeiro advento e em seu segundo advento.
Jesus precisa ser visto como Salvador e como Senhor.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/356/nas-profundezas-do-hades-e-nas-alturas-dos-ceus

November 15, 2015

O Senhor luta por nós!

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- Ronaldo Lidório

O Senhor luta por nós!

Ele conhece os nossos corações, o tempo de nossa vida, os sentimentos não explicados e o ambiente incerto ao redor.

E Ele luta por nós.

Ele, que luta por nós, não é um mero valente do seu povo, um guerreiro de grandes vitórias ou um rei amado pela nação.

É o Senhor todo poderoso, Criador dos céus e da terra, Governante absoluto de tudo o que existe, Feitor da luz e da vida, Rei dos reis, Controlador do universo, Salvador da humanidade, Resgatador dos perdidos e Pai de seus filhos.

E Ele luta por nós.

A convicção de que o Senhor dos Senhores luta por nós produz dois efeitos sobre nossos corações.

O primeiro é de descanso, pois aquele que controla todas as coisas controla também a nossa vida.

Aquele que rege o universo tem poder sobre nossos corações, relacionamentos, corpos, provisões e futuro.

Descansemos no Senhor que luta por nós.

Coloquemos perante Ele nossas aflições e peçamos o retorno das noites bem dormidas e do riso aliviado.

Ele cuida de nós.

O segundo efeito é de expectativa no Senhor. Se Ele luta por nós, qualquer coisa nova pode acontecer!

Qualquer coisa pode mudar, qualquer situação pode ser consertada, qualquer pessoa pode ser quebrantada, qualquer pecado pode ser perdoado.

Se Ele luta por nós, podemos, a qualquer momento, ser curados da enfermidade mais profunda que amedronta o corpo e a alma.

Descansar em Deus e esperar em Deus, porque Ele luta por nós.

Encontramos esta palavra de encorajamento à nossa fé em Deuteronômio.

Moisés a proferiu ao povo de Israel em um momento emblemático de sua jornada. Após 40 anos peregrinando no deserto, o povo se vê próximo ao rio Jordão, prestes a entrar na terra prometida. Vivia, assim, o momento de pesado cansaço pela peregrinação longa e árida e, por outro lado, profunda esperança para entrar na terra tão esperada.

Moisés, usado por Deus, encoraja o povo lembrando como o Senhor foi fiel no passado. Amanhã não seria diferente. Moisés declara que o povo ainda passará por muitas provações e que aquele não é, enfim, o momento de descanso.

E falando sobre reis e reinos que ainda os confrontarão ele lhes diz: “não os temais, pois o Senhor luta por vós” (Dt 3.22).

A caminhada é longa e ainda não cruzamos o Jordão, mas esta verdade nos levará até o final, na paz de Deus.

O Senhor luta por nós!

Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/o-senhor-luta-por-nos

November 14, 2015

Nem sempre andamos sobre as águas

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- Daniel Conegero

Dias atrás uma forte ventania me fez lembrar de uma situação que um dia os discípulos passaram.

Já era noite quando eles pegaram o barco e partiram rumo a Cafarnaum. Durante a madrugada um forte vento os alcançou, deixando o mar totalmente agitado. De repente, eles começaram a ver algo inusitado, alguém andando sobre as águas. A primeira reação, claro, foi o medo, mas logo Jesus se apresentou e, então, Pedro pediu para encontra-lo sobre as águas.

Essa história todos conhecem, vocês sabem o que aconteceu, e a maioria das pessoas usam o fato de Pedro ter afundado como exemplo de fracasso a não ser seguido, e é aí que eu ouso discordar.

Eu concordo que o problema com a falta de fé é uma lição que Jesus sempre quis nos ensinar, e até cobra Pedro a respeito disso, porém existem algumas coisas nesta história que muita gente acaba não percebendo.

Primeiramente o homem incrédulo de quem estamos falando é o mesmo que mais tarde apenas a sombra dele já curava os doentes.

Mas então, por que ele afundou?

Ele afundou pelo mesmo motivo que Moisés bateu na rocha, pelo mesmo motivo que Elias fugiu e pelo mesmo motivo que Davi errou.

O lado bom da história é que Jesus estendeu as mãos para ele, e o segurou, também pelo mesmo motivo que Ele falava com Moisés praticamente face a face, pelo mesmo motivo que Ele tomou Elias para si sendo arrebatado e pelo mesmo motivo que Davi foi o rei que Ele pessoalmente escolheu.

Pedro poderia ter andado sobre as águas sem problema algum, mas não foi isso que aconteceu, e o fato dele ter afundado torna a história ainda mais extraordinária, pois nos dá a certeza de que o socorro está a caminho.

Nós poderíamos estar falando hoje sobre um homem que andou sobre as águas desafiando toda a lógica conhecida e deu tudo certo, mas hoje estamos falando sobre um homem que andou sobre as águas mas as coisas não saíram como esperado, e ele provou algo mais incrível, a experiência de ter sido segurado pelas mãos de Deus.

O que estou querendo dizer com tudo isso é que qualquer um de nós naquela situação teria afundado porque às vezes vivemos situações complicadas, o vento sopra contrário sobre uma vida fragilizada em meio a uma noite de incertezas e medo, quando de repente agente consegue enxergar Jesus, e a possibilidade de andar sobre as nossas dificuldades passa a ser real, mas por sermos limitados o que parecia ser difícil parece que fica ainda mais difícil e começamos a nos afogar em nossos problemas.

Nessas horas não adianta o nosso preparo e a nossa capacidade, porque Pedro era uma exímio nadador, ele poderia ter ficado tranquilo e ter nadado o resto do caminho, mas ele reconheceu a sua inferioridade e gritou por socorro com toda força que tinha.

Muita gente se comporta desta forma, vai até a metade do caminho andando sobre as águas e a outra metade tenta ir nadando de braçadas.

Nós precisamos entender que o maior milagre não é andar sobre as águas e sim ter a certeza de que estamos seguros nas mãos de Jesus.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/nem-sempre-andamos-sobre-as-aguas

November 05, 2015

Prestação de contas, uma das marcas da liderança saudável

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"Quando os homens se levantaram para partir, avistaram lá embaixo Sodoma; e Abraão os acompanhou para despedir-se". Então o Senhor disse: "Esconderei de Abraão o que estou para fazer"?"
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Gênesis 18:16-17


Princípio da prestação de contas é um dos atributos do Deus Criador do Universo e criador do Homem.
Quando assumimos uma liderança podemos correr o risco de nos sentir no direito de cobrar prestações de contas dos liderados, dos discípulos, das pessoas que estão sob nossa responsabilidade e somente cobrar.

Porém, o texto acima exemplifica onde o próprio Deus tem uma "atenção" especial em não deixar de prestar conta para Abraão. Este havia sido convidado para uma missão estratégica de nele ser gerada uma nação, escolhida para representar a presença, as leis, os atributos do próprio Deus na terra, pois a primeira família a quem Deus tinha confiado este compromisso, esta responsabilidade, havia falhado.

Os versos deste capítulo nos mostra a prestação de contas do próprio Deus informando que em Abraão e Sara nasceria um filho.

Quando os anjos terminam sua missão na prestação de contas à Abraão, eles se levantam para partir, olham para a cidade que iriam destruir. Eles tinham agora outra missão, diferente da primeira. A primeira tratava de vida, de continuidade na família de um homem que foi desafiado para tal projeto. A segunda dizia respeito de destruição, eliminação, dizimar uma cidade que vivia totalmente contrária aos princípios divinos.

O verso 17 do capítulo 18, realça, chama nossa atenção para a importância da aplicação deste princípio: Prestação de Contas, avisar, colocar a par da situação, dar Feedback mesmo sobre as coisas negativas.

Deus presta conta a Abraão 

O texto diz: "Esconderei de Abraão o que estou para fazer?"

Interessante: Como pode o próprio Deus fazer pergunta a si mesmo, a respeito de uma situação da qual não teria necessidade de prestar conta a qualquer pessoa?

Este modelo de liderança que foi replicado por Cristo, o próprio Deus, nos mostra a forma correta de desenvolvermos a gestão da Liderança com transparência e prestação de contas.

No caso de Abraão, teve todo um desenvolvimento com Deus, na verdade é o único que Deus dá testemunho quando fala: Vê meu Amigo Abraão?

Portanto, se nós que exercemos funções de liderança, somos de fato imitadores, aplicadores da palavra, não podemos deixar de atentar para a importância de colocar em prática este princípio.

Quero enfatizar, pois corremos o risco de somente cobrar prestação de contas do liderado e não ser franco quando temos intenções positivas ou negativas para tratar um problema.

Podemos usar do artifício da informação privilegiada, como uma carta na manga para surpreender, para deixar nossos liderados em situações vexatórias.

Deus não fez assim com Abraão e inclusive, quando revela para Abraão sua ação de destruição da cidade, Abraão propõe uma negociação.

Numa atitude de intercessão Abraão pede clemência, se coloca no lugar daquele que seria o alvo desta atitude severa.

Veja, Abraão havia se desvencilhado fisicamente de seu sobrinho Ló. Este escolheu sair da cobertura do tio por conta de desavença dos seus pastores (funcionários).

No entanto a atitude de proteção, de intercessor que Abraão nos ensina , mostra-nos que algumas responsabilidades foram colocadas sobre nossa vida a fim de sermos treinados para desafios ainda maiores.

Líder, você que almeja influenciar pessoas não se deixe ser moldado pelo modelo de liderança apresentada por séculos através dos formadores de opinião, pelos filósofos e grandes oradores que o mundo nos apresentou.

Portanto siga o modelo de liderança apresentado por Deus e por Seu Filho Jesus Cristo, colocando em prática o principio da Prestação de Contas na gestão da Liderança Transparente.

Não esconda informação no intuito de usá-la como seu trunfo para surpreender seu liderado, mas mantenha uma linha de comunicação transparente, mesmo quando a mensagem tratar sobre um assunto negativo, pois assim, além de desenvolver seu liderado estará criando modelos dignos de serem copiados.

"A informação gera confiança e a Prestação de Contas nos protege"

Fonte:  http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/prestacao-de-contas-uma-das-marcas-da-lideranca-saudavel