August 04, 2016

Onde os fortes não tem vez


Texto básico: João 15.1-17

Textos de apoio
– Deuteronômio 8. 10-18
– 1 Samuel 2. 1-10
– Salmo 127
– Mateus 6. 9-13
– 1 Coríntios 12. 12-26
– Tiago 4. 6-17

- Ronaldo Percinoto Junior


Introdução

René Padilla, em sua palestra no Congresso de Lausanne (1974), lembrou que “a proclamação do evangelho sempre se dá em contraposição a uma mentira organizada: a Grande Mentira que o homem se realiza tratando de ser Deus, em autonomia com relação a Deus; que sua vida consiste nos bens que possui; que vive para si e é dono de seu próprio destino” (Missão Integral – O reino de Deus e a igreja, Ed. Ultimato, 2014, p. 59).
John Stott, que foi um dos principais líderes do Congresso, retoma o tema neste capítulo de seu livro, destacando a “dependência” como uma das características essenciais do discípulo radical. Talvez até tentemos cultivar uma “autonomia ilusória” por algum período, mas basta uma reflexão mais atenta, às vezes (ou muitas vezes) provocada por um infortúnio indesejado, e a nossa consciência é novamente ativada para percebermos o quanto somos dependentes de Deus e das outras pessoas.
Não há como escapar, isso é inerente à nossa realidade. Fomos criados assim. Fomos criados para isso. Nas palavras de John Wyatt, citado por Stott: “O plano de Deus para nossa vida é que sejamos dependentes” (p. 93). E é isso o que experimentamos em nossa vida, desde o nascimento até a velhice, aprendendo a depender de Deus e dos outros.
Esse aprendizado costuma ser difícil para você? Como você se sente em situações que fogem ao seu controle? Ou quando a ajuda de outras pessoas é indispensável? E quando está tudo bem, tudo funcionado, tudo acontecendo… nesse momento você se lembra de que ainda é dependente da graça de Deus?

Para refletir e entender o que a Bíblia fala

  1. Jesus inicia seu discurso em João 15 se “apresentando” como a “videira verdadeira” (v. 1). Todos os seus discípulos são os “ramos” (v. 5). O que ele pretendia ensinar com esta ilustração? Será que existe o perigo de nos tornarmos dependentes de alguma “videira falsa”, de onde procuramos retirar “seiva” para nossos “frutos”?
  2. Além das figuras da videira e dos ramos, Jesus de refere a Deus Pai como o agricultor que cuida da videira. Ele poda (limpa) os ramos frutíferos para torná-los mais frutíferos ainda (vv. 1-2). De que maneira(s) esta “limpeza” pode ocorrer em nossa vida? Você se lembra de alguma experiência recente nesse sentido?
  3. Observe quantas vezes aparece o verbo “permanecer” entre os versos 4 e 10. Qual o significado de “permanecer em Cristo”? Qual a relação entre “permanência” e “dependência”?
  4. Segundo Stott, “tentar viver sem [Deus] é justamente o que significa pecado” (p. 85). Por outro lado, permanecer em Deus e depender dele produz alguns benefícios espirituais. Alguns deles são citados nos vv. 7-11. Quais são? Que risco(s) corremos ao fazer uma leitura seletiva do v. 11, enfatizando a segunda parte do verso e nos esquecendo do pré-requisito na primeira parte?
  5. Nos versos 12 e 17 Jesus põe em relevo os nossos relacionamentos uns com os outros. Qual é o referencial para sabermos se estamos amando uns aos outros (v. 12)? Neste contexto, a nossa dependência uns dos outros ganha um novo significado para você?

Hora de Avançar

Viemos a este mundo totalmente dependentes do amor, do cuidado e da proteção de outros. Passamos por uma fase na vida em que outras pessoas dependem de nós. E a maior parte de nós irá deixar este mundo dependendo totalmente do amor e do cuidado de outros. E isso não é nenhum mal ou realidade destrutiva. É parte do plano, da natureza física que nos foi dada por Deus. (John Stott, p. 93)
Em Deus, nos deparamos com algo que é incomparavelmente superior a nós, em todos os sentidos. Se você não conhece a Deus dessa maneira – e, portanto, não se reconhece como um nada em comparação a ele –, simplesmente você não conhece a Deus. Uma pessoa orgulhosa está sempre olhando de cima para baixo para os outros. É claro que, enquanto você se mantiver olhando para baixo, não terá como enxergar o que se encontra acima de sua cabeça. (C. S. Lewis, Cristianismo Puro e Simples)

Para Terminar

  1. No texto que estudamos, Jesus fala de três tipos de ramos: os que não dão fruto, os que dão fruto (e precisam de poda), e os que dão mais fruto ainda (pois foram podados). Em todo caso, um ramos só poderá dar fruto se estiver “permanecendo” na videira (que neste caso é o próprio Cristo). Fazendo uma avaliação honesta, em qual categoria de ramo você posicionaria a si mesmo? E, caso você se identifique com o primeiro tipo, qual é o chamado feito por Cristo a você neste estudo?

Eu e Deus

Deus, tenho o hábito de pensar em mim como a videira com os outros se ramificando a partir de mim. Que erro! Jesus é a videira e eu sou um ramo nele. Faze o que precisa ser feito, Pai, para tornar essa ligação entre videira e ramo vigorosa e saudável, em nome de Jesus. Amém.(Eugene Peterson, Um Ano com Jesus, Ed. Ultimato).
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/dependencia/

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