Quando ser íntegro não basta
.
- Ricardo Barbosa
Um jovem
aproxima-se de Jesus. Boa aparência, educado e rico, pergunta: “Bom
Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”.
Jesus pergunta se ele
conhece os mandamentos. Ele responde dizendo que desde a sua infância
tem procurado observar todos eles. Era um bom moço que certamente
honrava seus pais e jamais furtou ou cobiçou algo que não fosse seu.
O
que é que lhe faltava?
Jesus olha para ele com um olhar cheio
de amor e ternura e conclui a conversa com uma proposta inesperada: “Só
uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás
um tesouro no céu; então, vem e segue-me”.
Certamente o jovem não
esperava por esta. Vender tudo, distribuir o produto entre os pobres,
ficar sem nada; o que isto tem a ver com sua busca pela eternidade?
Não
seria suficiente o temer a Deus, guardar seus mandamentos e viver de
forma íntegra diante dele e dos homens?
Há duas pequenas expressões que podem
nos ajudar a entender a proposta de Jesus.
A 1a. é quando o jovem o
chama de “bom Mestre”. Será que ele de fato reconhece que Deus é bom? A
bondade de Deus, embora reconhecida por todos, nem sempre é
experimentada como uma realidade pessoal. Tenho a impressão que se Jesus
fizesse o mesmo comigo, pedindo para vender tudo o que tenho e
distribuir o dinheiro entre os pobres, possivelmente também não o faria.
Embora não sendo rico e não tendo muita coisa para desfazer, reconheço
que é difícil crer plenamente na bondade divina.
A 2a. é o desejo do jovem em herdar a
vida eterna. Bem, quem está de fato interessado na vida eterna não
está, por dedução, preocupado em acumular tesouros e bens aqui na terra.
A proposta de Jesus procura desmascarar as contradições que sempre
existem entre nossas convicções e anseios e a realidade que nos envolve.
Vender tudo o que se tem e distribuir entre os pobres para então ter um
tesouro nos céus, seria a atitude mais natural de alguém que realmente
está interessado na vida eterna.
O encontro de Jesus com o jovem rico
tira 2 máscaras que normalmente usamos em nossa espiritualidade.
A 1a. é a de pensar que ser moralmente correto é suficiente. A outra é
o modelo utilitário que molda nosso relacionamento com Deus. Deus não é
necessariamente bom; éapenas útil.
A vida em Cristo requer mais do que a
obediência aos Seus santos mandamentos: requer uma auto-entrega à Sua
bondade. O jardim da criação e o descanso que desfrutamos nEle refletem o
reconhecimento de que Deus é bom.
A eternidade é o que fazemos hoje
quando aceitamos descansar no amor e na bondade de Deus.
Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/quando-ser-integro-nao-basta/
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