November 11, 2016

Quando ser íntegro não basta

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- Ricardo Barbosa

Um jovem aproxima-se de Jesus. Boa aparência, educado e rico, pergunta: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”. 

Jesus pergunta se ele conhece os mandamentos. Ele responde dizendo que desde a sua infância tem procurado observar todos eles. Era um bom moço que certamente honrava seus pais e jamais furtou ou cobiçou algo que não fosse seu. 

O que é que lhe faltava?

Jesus olha para ele com um olhar cheio de amor e ternura e conclui a conversa com uma proposta inesperada: “Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me”. 

Certamente o jovem não esperava por esta. Vender tudo, distribuir o produto entre os pobres, ficar sem nada; o que isto tem a ver com sua busca pela eternidade? 

Não seria suficiente o temer a Deus, guardar seus mandamentos e viver de forma íntegra diante dele e dos homens?

Há duas pequenas expressões que podem nos ajudar a entender a proposta de Jesus. 

A 1a. é quando o jovem o chama de “bom Mestre”. Será que ele de fato reconhece que Deus é bom? A bondade de Deus, embora reconhecida por todos, nem sempre é experimentada como uma realidade pessoalTenho a impressão que se Jesus fizesse o mesmo comigo, pedindo para vender tudo o que tenho e distribuir o dinheiro entre os pobres, possivelmente também não o faria. Embora não sendo rico e não tendo muita coisa para desfazer, reconheço que é difícil crer plenamente na bondade divina.

A 2a. é o desejo do jovem em herdar a vida eterna. Bem, quem está de fato interessado na vida eterna não está, por dedução, preocupado em acumular tesouros e bens aqui na terra. A proposta de Jesus procura desmascarar as contradições que sempre existem entre nossas convicções e anseios e a realidade que nos envolve. Vender tudo o que se tem e distribuir entre os pobres para então ter um tesouro nos céus, seria a atitude mais natural de alguém que realmente está interessado na vida eterna.

O encontro de Jesus com o jovem rico tira 2 máscaras que normalmente usamos em nossa espiritualidade. 

A 1a. é a de pensar que ser moralmente correto é suficiente. A outra é o modelo utilitário que molda nosso relacionamento com Deus. Deus não é necessariamente bom;  éapenas útil.

A vida em Cristo requer mais do que a obediência aos Seus santos mandamentos: requer uma auto-entrega à Sua bondade. O jardim da criação e o descanso que desfrutamos nEle refletem o reconhecimento de que Deus é bom. 

A eternidade é o que fazemos hoje quando aceitamos descansar no amor e na bondade de Deus.

Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/quando-ser-integro-nao-basta/

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