January 01, 2017

Permanecendo juntos

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- Ricardo Barbosa

Permanecer por um longo tempo, num mesmo lugar, num mesmo projeto, numa mesma atividade, com o mesmo grupo, frequentemente produz em nós um sentimento de frustração, cansaço e desanimo. É comum sentir assim após uma longa estada num mesmo emprego, fazendo a mesma coisa, ou mesmo após um longo casamento, morando no mesmo lugar, convivendo com a mesma pessoa, mantendo a mesma rotina por anos a fio. Nós, seres modernos, diante do dinamismo que a cultura nos impõe, com todas as alternativas e opções que temos, nos tornamos cada vez mais resistentes à permanência e mais abertos às mudanças.

Mudar é sempre bom. Não podemos nos conformar e deixar que as coisas permaneçam como são, principalmente quando é possível torná-las melhores. Não podemos perder o bonde da vida nem da história, mas precisamos também resistir às inquietações da vida moderna e às pressões por mudanças, que em nada contribuem para o crescimento e para as transformações que necessitamos.
Porém, é importante reconhecer que nenhuma mudança real acontece sem que outros estejam também envolvidos. Somos parte de um corpo, o que acontece comigo, acontece com os outros e vice-versa, por isto é muito importante permanecer ligado à comunidade, seja esta comunidade, a família ou a igreja.
Todo o crescimento pessoal se dá dentro da dinâmica dos relacionamentos. É por isto que vivemos numa permanente tensão porque, de um lado, resistimos permanecer num mesmo lugar com as mesmas pessoas, mas por outro, não é possível crescer e amadurecer fora destes lugares e longe destas pessoas. Jesus certa vez disse aos seus discípulos: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós”. Foi um convite para um relacionamento longo, dinâmico e recíproco. Não seria fora de propósito, nem abusar das regras exegéticas, estender este convite de Jesus aos nossos relacionamentos familiares e comunitários.
Neste início de ano é bom pensar na fé como um relacionamento de longa duração. Preciso permanecer com minha esposa e filhos, com meus amigos e irmãos, com minha comunidade. Esta permanência não é simplesmente “estar juntos”, mas um caminhar em direção a Cristo e na comunhão com Cristo, “suportando uns aos outros”, “estimulando uns aos outros às boas obras”, “sendo pacientes uns com os outros”, “orando uns pelos outros”, “perdoando uns aos outros”, e tantos outros “uns aos outros” que podemos experimentar juntos.
Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/permanecendo-juntos/

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