May 25, 2018

Para curar a sua dor

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Jean Francesco

O apóstolo Paulo, à semelhança de nosso Senhor Jesus, sabia o que era sofrer. Escrevendo aos Coríntios, ele menciona algumas de suas piores experiências humanas já vividas: prisões, açoites, perigos de morte, quarentenas, apedrejado, apedrejamento, naufrágio, ficar à deriva no mar, fome, sede, frio e nudez (2 Co 11.23-27). Será que esse homem, com este currículo, pode nos ensinar alguma coisa a respeito de como enfrentarmos o sofrimento? Acredito que sim.

Na mesma carta do apóstolo (2 Co  4.16-18), recebemos uma descrição valiosa a respeito de como enfrentar o sofrimento. Diante das piores dores da vida, podemos fazer pelo menos três coisas: 1. Não desanimar; 2. Redefinir o sofrimento; 3. Atentar para as realidades eternas. Vamos analisar essas três atitudes:

(1) Não desanime diante do sofrimento (v.16)

A primeira atitude diante do sofrimento deve ser individual/pessoal. Precisamos enfrentar a nós mesmos em meio às dores existenciais. Em muitos momentos da vida nós somos os próprios causadores das nossas dificuldades. Sem ânimo, o sofrimento é multiplicado, o peso é aumentado, e a nossa alma é achatada.

Por que não podemos desanimar jamais em face do sofrimento? Deus faz uma promessa maravilhosa para nós. Guarde-a no coração: “mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia”.

De acordo com essa palavra, o nosso interior se renova diariamente em meio ao sofrimento. Em suma, o sofrimento é um pedagogo da alma, ele nos ensina a experimentar mais de Deus nas horas mais difíceis.

Esse é o remédio do bom ânimo.

(2) Redefina o que é sofrimento (v. 17)

Se a primeira atitude diante da adversidade é pessoal, a segunda pode ser descrita como intelectual/mental/espiritual. Tem a ver com a nossa leitura, compreensão e percepção da realidade. Note como Paulo enxerga todos os seus sofrimentos como uma “leve e momentânea tribulação”. Pare tudo. Respire fundo. Uma grande verdade vem agora. O seu sofrimento é mais leve do que você imagina, e mais passageiro do que você pensa.

Na perspectiva cristã, o sofrimento tem três faces: 1. Ele é suportável, 2. Ele é transitório, 3. Ele produz peso de glória. Faltaria papel para escrever o que tudo isso significa. Vamos tentar resumir em três frases as verdades maravilhosas dessa passagem. Primeiro, apesar do que aparenta, sua dor é leve e, portanto, Deus te faz forte o suficiente para suportá-la. Segundo, apesar do que ela aparenta, suas dores são passageiras e, portanto, não devem roubar a sua paz e esperança. Terceiro, apesar do que aparenta, o sofrimento é uma árvore frutífera e, portanto, quem aprende a enfrentá-lo nesta vida terá muitas glórias a receber na vida eterna. Tome estes três comprimidos diariamente como tratamento das suas dores, é um remédio com princípios ativos poderosos.

Esse é o remédio da percepção.

(3) Mantenha seu olhar na eternidade (v.18)

Se a primeira e segunda atitudes diante do sofrimento são eminentemente pessoais, a terceira atitude é essencialmente teológica. Para enfrentarmos o sofrimento precisamos saber qual é a nossa escatologia, nossa visão a respeito do futuro e da eternidade. Quem não tem uma visão sólida e coerente a respeito da vida porvir está fadado à amargura sem esperança na vida presente. Precisamos ter uma esperança futura gloriosa e restauradora. Sem uma esperança concreta e certa do fim, o ser humano se perde em meio às dores do presente.

Existem dois tipos de gente no mundo, as espirituais e as carnais. As que nasceram apenas do ventre materno e as que nasceram de novo (do Espírito). Para os primeiros, a vida se reduz às coisas “que se veem”, e às coisas “temporais”. O hoje é tudo que possuem, o visível é tudo o que podem ver. Por outro lado, para os discípulos de Jesus, aqueles que foram regenerados, a vida é mais abrangente, a visão é larga, e nós podemos manter os olhos naquilo que “não se vê”, e nas coisas que “são eternas”. É assim que enfrentamos o sofrimento: comparando aquilo que vemos, o “caos”, com aquilo que ainda não vemos, a “glória”, na certeza de que Deus irá colocar em ordem todas as coisas e viveremos para sempre ao seu lado numa criação restaurada.

Esse é o remédio da esperança.

Enfrente o sofrimento com as armas adequadas. Tome os seus remédios espirituais regularmente. Não desanime jamais, porque Deus faz o seu interior ser renovado através das vias amargas da dor. Redefina sua percepção do que é a dor; ela é leve, momentânea e produz glórias incomparáveis para nós. Pare de olhar apenas para o que se vê e para aquilo que pode ser temporal, abra os olhos da fé e creia que Deus tem coisas a serem manifestas que nem olhos viram, ouvidos não ouviram, nem jamais passou no coração humano.

Deus tem preparado o melhor para aqueles que O amam.

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2018/05/14/tres-remedios-para-curar-a-sua-dor/

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