Jesus se preocupa mais com você do que com o que você pode fazer por Ele
.
- Gabriel Louback
Quando me perguntam sobre minha vocação, geralmente falo de duas
coisas: a primeira, que Deus quer nos usar com aquilo que Ele nos deu. O
exemplo disso, para mim, é quando o Eterno convoca Moisés para libertar
o povo hebreu do Egito. Seu mais novo líder não sabe como fazer isso e o
Eterno pergunta a Moisés o que ele tem nas mãos. A resposta: um cajado –
afinal, ele pastoreava animais, e agora iria pastorear uma nação. Deus
usaria como ferramenta aquilo que Moisés já tinha em mãos, aquilo que
Deus já havia dado a ele.
Por isso, a segunda coisa que respondo é que cumpro minha vocação com
aquilo que Deus me deu: escrever. Há mais de 10 anos me formei em
jornalismo e nos últimos quatro tenho buscado responder à oração
“Venha a nós o Teu Reino” com meu dom e talento, em tempo integral, em
missões. Entendi que poderia fazer isso ao interpretar a realidade ao
meu redor e comunicá-la de forma que traga esperança e reconciliação ao
mundo, de erguer minha voz em favor dos que não podem defender-se, de
defender os direitos dos pobres e necessitados.
Descobri cedo, porém, que era possível conquistar minha identidade e
meu lugar no mundo a um preço muito alto: o ativismo. Nos primeiros
meses de dedicação exclusiva, passei a colocar o trabalho acima de tudo,
como a coisa mais importante que eu tinha a fazer como cristão. Afinal,
era essa minha vocação, e se eu não estava enterrando meu talento,
tampouco podia administrá-lo de forma preguiçosa ou sem excelência.
Aprendi, então que meu lugar no mundo é aos pés do Mestre. No final
do capítulo 10 de Lucas, no qual Marta está preocupada em servir e dar o
melhor de si para o Mestre, ela reclama com Ele e ouve que sua irmã,
Maria, fez a melhor escolha – ficar aos pés Dele. Ali, comecei a
entender como se dá essa dinâmica com o Mestre.
Ele tem mais interesse na nossa pessoa do que no nosso serviço. Jesus
está mais preocupado comigo do que com o que estou fazendo para Ele.
Nossa cultura de provar nosso valor pelo que fazemos muitas vezes
contamina esse nosso relacionamento com Deus. Por outro lado, a Marta
que há em mim, depois de entender que Maria tinha escolhido melhor,
ainda pergunta: “Sim, entendi, legal. Mas quando é que termina a hora de
ficar aos Seus pés e começa a de trabalhar?”
Consigo imaginar Jesus olhando para mim, com amor e ternura,
lembrando-me de outra história de Maria, no capítulo 12 do evangelho de
João. Seu irmão, Lázaro, havia ressuscitado dos mortos, depois que Jesus
o chamou de volta à vida, e estava acontecendo um banquete em
celebração a esse episódio. Maria, então, irrompe na cena, derramando um
caro perfume nos pés de Jesus, enxugando-os com seus cabelos. Consigo
imaginar Jesus olhando para mim, e dizendo: “Percebe, meu querido irmão?
É só aos pés do Mestre que você entende a melhor maneira de servi-los. E
se você realmente viver aos pés do Mestre, saberá a hora de levantar-se
e prestar serviço a esses mesmos pés”.
Sim,
creio que minha vocação está intrinsicamente ligada a Ele usar aquilo
que tenho em mãos. Sim, creio pessoalmente que a capacidade que tenho de
interpretar e comunicar a realidade ao meu redor é um dom que deve
estar a serviço Dele.
Porém, hoje, tento buscar esse lugar na minha vida, esse meu lugar no
mundo: aos pés do Mestre, e entender que qualquer coisa que eu faça,
fluirá à partir disso. No fim do dia, encontrar meu lugar no mundo é
encontrar-me aos pés do Mestre.
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2018/08/24/jesus-se-preocupa-mais-comigo-do-que-com-o-que-posso-fazer-para-ele/
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