September 30, 2018

Surprised by Joy

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Pessoas não mudam. 

Essa é a tese de Po Bronson, em seu livro O que devo fazer da minha vida? (Editora Nova Fronteira). Depois de mais de 900 entrevistas, Bronson conta a história de 40 pessoas e chega à conclusão de que as pessoas falam em mudar, mas na verdade, mudam apenas quando não têm alternativa.

Essa é uma visão otimista, pois a IBM, em sua Conferência de Inovação Global realizada em novembro de 2004, buscou soluções científicas e tecnológicas para os grandes problemas atuais. No topo da agenda estava a questão da saúde, que custa aos Estados Unidos 1,8 trilhão de dólares ao ano (quase três vezes o PIB do Brasil). 

O fenômeno tão caro aos americanos é agravado pelo fato da constatação de outra pesquisa: diante de alternativa de mudar ou morrer, apenas 1 entre cada 10 pessoas realmente promove alterações em sua maneira de pensar e modifica seus hábitos e estilo de vida.

Sigmund Freud dizia que existem quatro fatores determinantes da transformação pessoal:
  • o sofrimento;
  • um grande amor;-
  • a psicanálise; e
  • a experiência religiosa.
Concordo, apesar de crer que mudança não significa necessariamente tornar-se uma pessoa melhor. Muita gente muda para pior. 

Não é todo mundo que sai do sofrimento aperfeiçoado. 

Paixão romântica é diferente de amor, e não necessariamente afeta desvios de caráter e personalidade. 

A análise não se propõe a mudar ninguém, mas a entregar a cada um a sua própria verdade. Daí por diante, as pessoas devem contar com seus recursos interiores para, de fato, ajustar suas vidas, e o problema é que nem todo mundo tem recursos interiores..

A experiência religiosa, por sua vez, não pode ser confundida com o encontro com Deus, e, infelizmente, parece que a religião tem contribuído mais para adoecimentos do que para processos de saúde pessoal, comunitária e social.

Acho que o profeta hebreu tinha essa mesma sensação a respeito dos processos de transformação pessoal. Deve ter pronunciado com pesar o veredicto de Deus: "Será que o etíope pode mudar a sua pele? Ou o leopardo as suas pintas? Assim também vocês são incapazes de fazer o bem, vocês, que estão acostumados a fazer o mal" (Jeremias 13.23 NVI).

Mas não desisto. 

Pessoas mudam, sim. Jacó mudou quando lutou com Deus. Mas teve que lutar muito antes de mudar. Lutou não porque Deus não quisesse transformá-lo, mas certamente porque ele, Jacó, se recusava a se deixar transformar. Geralmente é assim. 

Mudar implica admitir erros e pecados; abandonar hábitos arraigados; romper relacionamentos duradouros; renunciar confortos convenientes; abrir mão de convicções antigas; aprender coisas novas, reeducar o corpo, a mente, as emoções; re-significar memórias; e, principalmente, outorgar perdão.

Mudar implica abandonar a ilusão e encarar a verdade

E a verdade geralmente dói. 

A verdade a nosso respeito, a respeito das pessoas que amamos e das pessoas que acreditamos que nos amam. Talvez por isso as pessoas mudem pouco, sejam poucas as pessoas que mudam, e as mudanças demorem a se solidificar.

Pessoas mudam, sim. 

Mudam porque não há pecado ou culpa que Deus não possa perdoar. Mudam porque não há lugar tão distante ou abismo tão profundo que o amor de Deus não possa alcançar. Mudam porque Deus é especialista em transformaçõesÉ aquele que faz novas todas as coisas.

E Sua graça é irresistível ; ).
© 2005 Ed René Kivitz
Fonte: http://www.ibab.com.br/ed050904.html

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=d69geLYJmOo
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