December 31, 2018

Aprender a nos definir pelo que amamos

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As pessoas passaram a identificar-se mais pelos seus sentimentos negativos do que pelos positivos. É como se odiar ou não suportar coisas lhes desse mais credibilidade do que amar ou gostar de algo

- Ruth Manus

Outro dia assisti ao vídeo da palestra que um comediante americano proferiu na formatura de uma universidade. Num dado momento ele dizia que precisamos aprender a nos definir por aquilo que amamos ao invés de nos orgulharmos de estar eternamente em oposição a alguma coisa.

Fiquei pensando no assunto e percebi que, de fato, é muito mais frequente ouvir pessoas se vangloriando do próprio ódio do que dividindo suas paixões. Odeio futebol. Odeio o Corinthians. Odeio o Sporting. Odeio coentro. Odeio dias chuvosos. Odeio gente que fala alto. Odeio música pop. Odeio os textos daquela brasileira que escreve no Observador. Odeio o Facebook. Odeio chocolate amargo.

É realmente curioso observar como as pessoas passaram a identificar-se mais pelos seus sentimentos negativos do que pelos positivos. É como se o fato de odiar, detestar ou não suportar coisas desse mais credibilidade para as pessoas do que o fato de amar, gostar ou adorar algo.

O grande problema é que esse astral vai se espalhando em diversas esferas da vida. Torna-se mais prazeroso falar mal do que falar bem, reclamar do que elogiar. Falar sobre coisas boas começa a soar como superficialidade, como se o fato de não colocar-se como o feroz opositor a alguma causa seja sinônimo de ausência de conteúdo.

Em inglês a palavra “hater” ganhou destaque na última década exatamente para designar as pessoas que utilizam as redes sociais como mera forma de canalizar o próprio ódio por tudo e por nada. Um hater nem é alguém com uma opinião divergente das demais, mas um simples odiador, com o perdão do neologismo.

É normal não gostar, mas odiar parece-me dispensável. E incluir esse verbo em dezenas de frases, como se isso fosse natural, me parece uma tendência um tanto quanto doentia, uma forma gratuita de espalhar negatividade.

Talvez seja uma boa meta para 2018: odiar menos. Ou, pelo menos, se orgulhar menos do próprio ódio. Treinar, dia após dia a capacidade de orgulhar-se das coisas que amamos e não das coisas que nos desagradam.

Fonte: https://observador.pt/opiniao/tire-o-verbo-odiar-do-seu-vocabulario/

December 30, 2018

Prudência


- Prudência de Neemias;
- Prudência de Jesus; e
- Prudência do cristão em Jesus.

A prudência garante qualidade de vida, evita aborrecimentos e angústias.

Prudência de Neemias
- Oração: arrependimento, direcionamento e ação.

* Reconstrução dos muros de Jerusalém: quais muros na sua vida precisam ser reconstruídos?

Muros = segurança, cautela, prudência.

* Quais tesouros estão guardados dentro dos seus muros?

Prudência de Jesus (Mt 2: 14-16 e Mt 26)
- Tudo tem a hora certa, o importante é fazer a vontade do Pai.
- Não se expunha à publicidade.
- Mesmo nas injustiças, não retrucou (para que se cumprisse o plano de Deus = salvar os pecadores)

Prudência do cristão em Jesus

Expressa no:
- falar (palavras, tom de voz)
- discernir
- alimentação
- saúde
- divertimento
- dinheiro
- trabalho

A pessoa prudente observa os sinais à sua frente!

Ex.: assim como as placas de trânsito, existem os sinais do corpo: cansaço, dores etc.

Mt 7 = se praticarmos as suas palavras, construiremos na Rocha (temos de praticar, não apenas ouvir)

* Mt 25 (parábola das 10 virgens onde 5 eram prudentes) = vc tem guardado seu “azeite”? Motivação? Fé?

IMPORTÂNCIA DE VIGIAR E ORAR (Lc 21: 34-36)

O vigiar é a partir de nosso coração e não para julgar os outros. Tenha o cuidado de não ser legalista (quando a justiça e a lei se tornam maiores que o AMOR).

E como vc consegue?

LENDO e MEDITANDO na Palavra de Deus para saber qual é a santa e perfeita vontade do Pai.

Rm 12: 1-3:
- Apresentarmos como sacrifício vivo, santo e agradável perante Deus;
- Não devemos usar os valores do mundo como padrão; e
- Não exigir que os outros sejam iguais a nós. Cada um tem sua função e dons cf o Pai distribuiu.

Mensagem de Daniel Nomura em 18/09/05 na Igreja Holiness de Curitiba.

December 29, 2018

A história começa quando o conto de fadas acaba

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Gosto da pessoa que sou quando estou junto da pessoa que amo

- João Pereira Coutinho

Devemos a Platão uma das mais vetustas definições do amor. Acontece no seu “Banquete”, pela boca de Aristófanes. Houve um tempo em que os seres humanos eram perfeitamente esféricos. Mas Zeus decidiu cortar-nos ao meio para punir a nossa soberba.

A partir desse momento doloroso, a vida dos mortais passou a ser uma busca incessante pela outra metade que nos falta.

O mito entrou na corrente sanguínea do amor romântico. Mas existem duas formas de olhar para essa história, com consequências igualmente distintas.

A primeira é imaginar que a parte que nos falta é um prolongamento de nós próprios. Todos conhecemos versões eruditas ou populares em que ele, ou ela, procura o seu par ideal.

Corrijo. Todos nós, em algum momento, imitamos esses personagens de romance ou cinefilia, procurando no outro a confirmação do que somos.

Confesso que a ideia nunca me entusiasmou. Uma extensão de mim próprio nos meus gostos e desgostos? Dispenso. Quem deseja apenas o reflexo das suas excelsas personalidades deveria poupar-se ao trabalho e casar consigo próprio.

Não brinco. Na Europa, e sobretudo na Ásia, esses casos de “sologamia” têm crescido nos últimos anos. Com cerimônia a rigor: a pessoa jura amar-se até ao fim da vida e, presumivelmente, se beija ao espelho.

Mas existe outra forma de olhar para a história platônica. A metade que nos falta não é mais do mesmo; é diferente do mesmo, e essa diferença basta.

Essa diferença nos salva do tédio da repetição.

Anos atrás, quando assistia a essa obra prodigiosa de Lawrence Kasdan que é “O Turista Acidental”, encontrei na voz de Macon (leia-se: na belíssima voz de William Hurt) a observação mais sábia sobre o assunto. O importante talvez não seja apenas o quanto amamos alguém, dizia ele. Importante é também a pessoa que somos quando estamos junto da pessoa que amamos.

Demorei a entender essa sutil diferença. Mas mesmo uma cabeça dura como a minha acaba por ceder com as pancadas da vida. Gosto da pessoa que sou quando estou junto da pessoa que amo. Por quê?

Um dia perguntaram a Evelyn Waugh como era possível ele ser católico e, ao mesmo tempo, uma pessoa absolutamente intratável. O escritor respondeu que, se não fosse seu catolicismo, ele dificilmente seria um ser humano.

Faço minhas as palavras dele. A mulher que eu amo é a minha igreja. Ela me recebe como pecador e me absolve na mesma medida. Não me torna apenas melhor. Torna-me um ser humano apresentável.

Claro que, oito anos atrás, eu não sabia disso. Nem podia. Foi na virada do ano, quando a vi pela primeira vez, que o pensamento diabólico se insinuou: avança e estarás perdido.

Alguém dizia que o amor não é para covardes, e eu era um covarde. Como são os homens, quase todos, para quem conquistar várias mulheres é sempre mais fácil e mais seguro do que conquistar a mesma mulher várias vezes.

Mas não era possível ser covarde naquele momento com alguém que prometia inundar de verão quem vivia no conforto ilusório da frieza outonal. Dizemos que não queremos luz, tanta luz, porque tememos a claridade. Mas a verdade é que só pensamos naquela luz, em mais luz, como Goethe no seu leito derradeiro.

Então o verão chega e afasta cada sombra do passado que ficou pendurada nos velhos cabides da memória. Tudo nos parece risível agora porque aprendemos a rir melhor. É um riso de perdão, não de despeito. É um riso de nós, para nós, sem máscaras de qualquer espécie.

Todas as máscaras caíram entretanto e ficaram apenas as palavras essenciais. Amantes. Cúmplices. Amigos. Pais.

Avança e estarás perdido? Eu avancei para me perder. E para me encontrar diferente do outro lado.

Hoje, último dia de 2018, estou sentado à mesa, cultivando a única paixão rival e tolerada: a escrita. Bato essas linhas nas primeiras horas da manhã, pateticamente em cuecas, enquanto o terno aguarda pelos meus talentos com o ferro de passar.

Por isso apressa-te, rapaz, coloca um ponto final nesse texto sentimental e ridículo, e sai de casa porque já estás atrasado. Onde já se viu tamanha deselegância? É o noivo que espera pela noiva, e não o contrário.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2019/01/turistas-acidentais.shtml

December 27, 2018

Um menino nos nasceu

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Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. (Isaías 9.6)
Um filho nos foi dado. É assim que o profeta Isaías anuncia o nascimento do Messias: “Um menino nos nasceu” e “um filho se nos deu”. 

É um presente de Deus para a humanidade. O apóstolo João também fala da vinda de Cristo como um presente, uma dádiva de Deus para nós. Ele afirma: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
O Natal é o momento em que o mundo deveria parar para receber o presente de Deus, mas um presente só é de fato recebido quando o aceitamos com gratidão. Existem aqueles que o rejeitam, aqueles que o aceitam por educação e aqueles que o aceitam com alegria e gratidão.
Estes últimos são os que recebem e guardam o presente, tornam-no uma dádiva pessoal e, sempre que olham para ele, lembram-se de quem o deu. Isso é o que a Bíblia chama de adoração.
Como você tem recebido o presente de Deus para sua vida?
“Eterno Deus, tudo o que sou, sei, posso e consigo é tua criação. Nada possuo perante ti de que me possa gloriar, a não ser que tu sejas o meu Criador. Agradeço-te de coração, porque dia a dia a tua benignidade nos mantém e porque através de teu Filho amado tudo puseste debaixo de nossos pés” (Martim Lutero, 1483–1546).
Senhor, reconheço que muitas vezes tenho estado inquieto, preocupado com muitas coisas, tão ansioso pelo dia de amanhã que não paro para te ouvir, para ser tomado em teus braços e para receber de tuas mãos as dádivas do teu amor. Aquieta meu coração, ensina-me a te adorar, enquanto, com gratidão, me recordo do grande presente de teu Filho a nós. 

Amém.
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2018/12/26/autor/varios-autores/um-menino-nos-nasceu-4/

December 26, 2018

Paz na terra

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E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem. (Lucas 2.13-14)
O nascimento de Cristo foi um momento glorioso, um momento em que o céu e a terra se tocam, em que Deus e o homem se encontram na criança de Belém. É um momento em que toda a criação explode num canto de louvor a Deus. A milícia celestial exalta e glorifica a Deus nas alturas porque a paz entre os homens na terra, a quem Deus quer muito bem, foi proclamada.
O Natal é um convite à adoração, é a lembrança de que Deus veio até nós, viveu entre nós, abriu mão da glória de sua majestade para nos revelar em Cristo Jesus a verdadeira humanidade. É Deus redimindo sua criação, restaurando o homem, que foi criado à sua imagem e semelhança, reconciliando-nos com ele, com o próximo, conosco mesmo e com toda a criação. Glória a Deus nas maiores alturas, glória a Deus porque se lembrou de nós, glória a Deus porque temos provado a graça da salvação.
O que o Natal representa para você: adoração ou agitação, comunhão ou solidão? 

Ore pelos homens e mulheres a quem Deus enviou seu Filho e que ainda não experimentaram a paz da reconciliação. “Ó Senhor Jesus Cristo, que nasceste de mãe hebraica, mas que te alegraste pela fé de uma mulher síria e de um soldado romano, que recebeste amigavelmente os gregos que te procuravam, que permitiste que um africano carregasse a tua cruz: ajuda-nos a levar pessoas de todas as raças a serem coerdeiras de teu reino, destinadas a verem a tua glória” (Oração da África do Sul). 

Senhor, queremos hoje nos unir aos anjos e te adorar, te glorificar, porque te lembraste de nós, não nos abandonaste, mas nos trouxeste a paz por meio de Jesus. Permite que o Natal seja para nós, mais uma vez, um encontro entre o céu e a terra, que te adoremos e te glorifiquemos de forma que o teu reino venha até nós e que a tua vontade seja feita aqui na terra da forma como ela é feita nos céus. 

Amém.
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2018/12/27/autor/varios-autores/paz-na-terra-3/

December 25, 2018

Muito obrigada!

  1. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome.
  2. Bendize, ó minha alma, ao Senhore não te esqueças de nem um só de seus benefícios.
  3. Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara todas as tuas enfermidades;
  4. quem da cova redime a tua vida e te coroa de graça e misericórdia;
  5. quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.
  6. O Senhor faz justiça e julga a todos os oprimidos.
  7. Manifestou os seus caminhos a Moisés e os seus feitos aos filhos de Israel.
  8. O Senhor é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno.
  9. Não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira.
  10. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniquidades.
  11. Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem.
  12. Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.
  13. Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem.
  14. Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó.
  15. Quanto ao homem, os seus dias são como a relva; como a flor do campo, assim ele floresce;
  16. pois, soprando nela o vento, desaparece; e não conhecerá, daí em diante, o seu lugar.
  17. Mas a misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade, sobre os que o temem, e a sua justiça, sobre os filhos dos filhos,
  18. para com os que guardam a sua aliança e para com os que se lembram dos seus preceitos e os cumprem.
  19. Nos céus, estabeleceu o Senhor o seu trono, e o seu reino domina sobre tudo.
  20. Bendizei ao Senhor, todos os seus anjos, valorosos em poder, que executais as suas ordens e lhe obedeceis à palavra.
  21. Bendizei ao Senhor, todos os seus exércitos, vós, ministros seus, que fazeis a sua vontade.
  22. Bendizei ao Senhor, vós, todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio.
  23. Bendize, ó minha alma, ao Senhor.
PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=Yam5uK6e-bQ
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December 24, 2018

Contexto

Salmo 103
- Charles Spurgeon

Um salmo de Davi. Sem dúvida por Davi; está no seu próprio estilo quando no seu auge e devemos atribuí-lo a seus anos mais maduros, quando ele sentia mais a preciosidade do perdão, por ter um senso mais aguçado do pecado do que quando mais moço. Seu senso claro da fragilidade da vida indica estar nos anos de mais fraqueza, assim como a própria imparcialidade de seu senso de louvor na gratidão. 

Como nos altos Alpes alguns picos sobem mais do que todos os outros, também nos salmos inspirados há alturas de cântico que superam os outros. Este salmo 103 sempre nos pareceu ser o Monte Rosa da cadeia divina de montanhas de louvor, cintilando com uma luz mais rubra do que qualquer outra. É como a macieira em meio às arvores da mata, e seu fruto dourado tem um sabor como nenhuma outra a não ser que tenha amadurecido no sol pleno da misericórdia. 

É a resposta do homem à bênção de seu Deus, seu Canto no Monte respondendo o Sermão no Monte que seu Redentor apresentou. Nabucodonosor adorou seu ídolo com flauta, harpa, cítara, saltério, pífaro, e todo tipo de música, e Davi, em estilo bem mais nobre, acorda todas as melodias do céu e terra em honra do único Deus vivo e verdadeiro. 

Nossa tentativa de exposição começa sob um senso impressivo da completa impossibilidade de fazer justiça a tão sublime composição; invocamos nossa alma e tudo que está dentro de nós para ajudar-nos na tarefa agradável, mas, ai, nossa alma é finita, e toda nossa faculdade mental pequena demais para o empreendimento. 

Há demais no salmo para mil penas escreverem; é uma daquelas Escrituras que a tudo compreende, que é uma Bíblia em si mesmo, e que poderia sozinha quase ser suficiente para o hinário da igreja.

DIVISÃO

Primeiro, o salmista canta de misericórdias pessoais que ele mesmo recebeu, Sl 103.1-5; depois ele magnifica os atributos de Jeová como mostram seus tratos com seu povo, Sl 103.6-19; e ele completa invocando todas as criaturas do universo para adorarem o Senhor e juntarem-se a ele bendizendo Jeová, o sempre gracioso.

VERS. 1.
1. Devemos bendizer o próprio Altíssimo. É possível que não o bendigamos, enquanto bendizemos suas dádivas, sua palavra, suas obras, seus modos.
2. Devemos bendizê-lo individualmente. "Minha alma". Não meramente a família através do pai, nem as pessoas através do pastor, nem a congregação através do coro; mas pessoalmente.
3. Devemos bendizê-lo espiritualmente: "alma". Não só com órgão, voz, oferta, obras.
4. Devemos bendizê-lo sem reservas: "todo o meu ser".
5. Devemos bendizê-lo resolutamente. Davi pregou a comunhão consigo mesmo, o incentivo de si e o comando de si (W. Jackson).

VERS. 1. Aqui está:
1. Converse consigo: "Ó minha alma". Muitos conversam bastante livremente com outros, mas nunca conversam consigo mesmo. São estranhos para si - estão "de mal" consigo próprios - não se interessam pelas próprias almas - ficam entorpecidos e melancólicos quando estão a sós.
2. Exorte a si: "Bendiga ao Senhor, ó minha alma". Teu Criador, teu Benfeitor, teu Redentor.
3. Encoraje a si. "Tudo que há em mim" - toda faculdade de meu ser mental, moral e espiritual: com dez cordas - toda corda em movi-mento. Não é preciso que uma faculdade diga a outro: "conheça o Senhor", pois todos o conhecerão do menor até mesmo o maior" (G. R.).

VERS. 1 (primeira cláusula, e Sl 103.22, última cláusula) Culto pessoal é o Alfa e Ômega da religião (C. Davis).

VERS. 2. Pesquise as causas de nosso freqüente esquecimento das misericórdias do Senhor, mostre o mal disso, e aconselhe remédios.

VERS. 3.
1. O perdão está em Deus: "Contigo há o perdão". É de sua natureza perdoar bem como punir o pecado.
2. Vem de Deus. Ninguém pode perdoar pecado a não ser Deus. Ninguém pode revelar perdão senão Deus.
3. É como Deus, pleno, de graça e para sempre - "todas as tuas iniqüidades" (G. R.).

VERS. 3. Cura todas as tuas doenças.
1. Por que o pecado é chamado de doença?
(a) Porque destrói toda a beleza moral da criatura. Porque suscita dor.
(b) Porque incapacita para o dever.
(c) Porque leva à morte.

2. A variedade de doenças pecaminosas à qual somos sujeitos, Mc 7.21-23; Gl 5.19.

3. O remédio com que Deus cura essas doenças.
(a) Sua misericórdia perdoadora através da redenção de Cristo.
(b) As influências santificadoras da graça.
(c) O meio da graça.
(d) A ressurreição do corpo. (De "O Estudo", 1873).

VERS. 3 (última cláusula) Nossas doenças por natureza, nosso grande Médico, a perfeita sanidade com que ele trabalha em nós, resultados desta sanidade.

VERS. 3-5. A Hexapla da Misericórdia (isto é, as seis colunas do templo, a misericórdia em seis colunas).
1. Três maldições tiradas.
(a) A culpa tirada.
(b) A corrupção tirada.
(c) A destruição evitada.
2. Três bênçãos dadas.
(a) Favores que podem gratificar.
(b) Prazeres que podem satisfazer.
(c) A vida que nunca pode morrer.

Ou

1. Perdão (Sl 103.3).
2. Purificação (Sl 103.4).
3. Redenção.
4. Coroação (Sl 103.5).
5. Abundância concedida.
6. Poder renovado (W. Durban).

VERS. 4. (primeira cláusula). A Redenção da vida de Davi da destruição.
1. Sua vida de pastor.
2. Sua vida militar.
3. Sua vida perseguida.
4. Sua vida real.
5. Sua vida espiritual (W. J.).

VERS. 4. O que é redimido, e de quê? Quem é redimido, e por quem?

VERS. 5.
1. Uma única condição - satisfação.
2. Uma única provisão - boas coisas.
3. Um único resultado - juventude renovada.

VERS. 5. Rejuvenescimento.

VERS. 7.
1. Deus quer que os homens o conheçam.
2. Ele é seu próprio revelador.
3. Há graus na revelação.
4. Nós podemos orar por mais conhecimento dele.

VERS. 8.
1. Misericórdia especificada: "Compassivo e misericordioso".
2. Misericórdia qualificada: "Mui paciente". Dificilmente se enfurece. A misericórdia pode se enfurecer, e então como é terrível a ira.
3. Misericórdia expandida: "Cheia de amor". "Ele perdoará abunda-ntemente; e só ele sabe o que perdão abundante significa" (G. R.).

VERS. 9.
1. O que Deus fará para seu povo. Ele por vezes admoesta - contende com eles.
(a) Do ponto de vista da providência, com provações externas.
(b) Do ponto de vista da experiência, com conflitos internos.
2. O que ele não fará a eles.
(a) Não os repreenderá continuamente nesta vida.
(b) Não os repreenderá nem um pouco no além.
(c) "Os dias de sua lamentação terão fim" (G. R.).

VERS. 11-13. A estatura, a extensão e a profundidade do amor divino.

VERS. 12. "Absolução completa".

VERS. 12.
1. A união que está implícita. Entre o homem e suas transgressões.
(a) Legalmente.
(b) Realmente.
(c) Experimentalmente.
(d) Eternamente, neles considerada.

2. A separação efetuada.
(a) Por quem? "Ele afasta".
(b) Como? Por seu próprio Filho ficar entre o pecador e seus pecados.

3. A "re-união" evitada. "Como o Oriente". Quando oriente e ocidente se encontram então, e não antes, a reunião se dará. Como as duas extremidades de uma linha reta nunca se podem encontrar, e não podem ser encompridadas sem se distanciar mais ainda uma da outra, assim sempre será com um pecador perdoado e seus pecados (G. R.).

VERS. 13-14 "A Terna Piedade do Senhor" (Sermão de Spurgeon).

VERS. 13-14.
1. De quem Deus se compadece; "daqueles que o temem".
2. Como ele se apieda "como um pai se compadece de seus filhos".
3. Por que ele se apieda? "Sabe do que somos feitos". Ele tem razão de conhecer nossa estrutura, pois ele nos estruturou, e tendo ele mesmo feito o homem do pó, "ele lembra de que somos pó" (Matthew Henry).

VERS. 14.
1. A constituição do homem.
2. A consideração de Deus (W. D.).

VERS. 15. A carreira terrena do homem. Seu surgimento, progresso, glória, queda, e oblívio.

VERS. 15-18.
1. O que o homem é quando deixado por conta própria? "A vida do homem".
(a) O que há aqui? Seus dias são como relva, sua glória como a flor da grama.
(b) O quê, depois? ... que se vai quando sopra o vento, por uma rajada de ira divina - não é mais conhecido na terra, conhecido só na perdição.

2. O que a misericórdia de Deus faz para ele:
(a) Faz uma aliança de graça a seu favor, uma flora eterna.
(b) Faz uma aliança de paz com ele nesta vida.
(c) Faz-lhe uma aliança de promessa por uma eternidade que virá.

3. Quem são os objetos desta misericórdia?
(a) Aqueles que temem a Deus.
(b) Que andam nos passos de ancestrais piedosos.
(c) Que confiam na misericórdia da aliança.
(d) Que são fiéis a seus compromissos da aliança (G. R.).

VERS. 18. A aliança, como podemos guardá-la, em que estado mental precisa ser guardada, e qual a prova real de estar fazendo isso.

VERS. 19. "Um discurso sobre o Domínio de Deus" (Charnock).

VERS. 19.
1. A natureza do trono.
2. A extensão do domínio.
3. O caráter do monarca.
4. A alegria conseqüente dos súditos: "Bendito seja o Senhor".

VERS. 20. O serviço dos anjos é instrutivo para nós.
1. Sua força pessoal é excelente. Como servos de Deus nós também devemos cuidar de nosso próprio rigor e saúde espiritual.
2. Eles são realistas em sua obediência, não teóricos.
3. Eles são atenciosos enquanto estão no trabalho, prontos a aprender mais, e mantendo comunhão com Deus, que fala pessoalmente com eles.
4. Eles fazem tudo no espírito de alegre louvor, bendizendo o Senhor.

VERS. 20-21,
1. O centro do louvor: "Bendizei o Senhor". Todo o louvor se centra nele.

2. O concerto de louvor.
(a) Anjos.
(b) As hostes dos redimidos.
(c) Ministros em especial.
(d) A criação em volta.

3. O clímax de louvor: "Bendizei o Senhor, ó minha alma. Isto tem grande direito sobre mim para gratidão e louvor. Vasto como pode ser o coro, não será perfeito sem a minha nota de louvor. Esta é a nota culminante: "Bendiga o Senhor, ó minha alma" (G. R.).

VERS. 21. Quem são os ministros de Deus? Qual é seu trabalho? Fazer a sua vontade. Qual é seu deleite? Bendizer o Senhor.

VERS. 21-22. Henry Melville tem um sermão notável sobre "O perigo do guia espiritual". Seu sentido pode ser constatado no trecho extraído que colocamos como uma observação sobre a passagem.

VERS. 22.
1. O coro.
2. O eco (W. D.)

Fonte: http://cblibrary.org/portuguese/salmos/salmo103.htm
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December 23, 2018

Não esqueças

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- pe Ney Pereira

Uma gratidão entusiasmada brilha em cada linha deste salmo, dirigido ao Deus de toda graça, antecipando no Antigo Testamento a revelação da paternidade divina, que é o centro do Evangelho de Jesus. Parece que o salmo seguinte, 104, foi escrito para complementá-lo e explicitá-lo, a julgar pela abertura e o encerramento, semelhantes nos dois salmos. Ambos louvam a Deus como Salvador e Criador, Pai poderoso e cheio de misericórdia. Como escreveu alguém: “na galáxia do Saltério, estes salmos são estrelas gêmeas de primeira grandeza”.
Note-se antes de tudo, na estrutura do salmo, a importância do verbo “bendizer”, com o sentido de agradecer, louvar. O salmo apoia-se nesse verbo, repetindo-o duas vezes no começo, na 2ª pessoa do singular – bendize! –  o autor incentivando-se a si mesmo, e mais quatro vezes no final, três delas convocando todas as criaturas, na 2ª pessoa do plural – bendizei! – e uma última vez a si mesmo, na 2ª pessoa do singular.
O autor começa, partindo da experiência pessoal. No v. 10 entra em cena o plural: “nós, nossos”. Quem são esses? Os vv. 6-9 e 17-18 remontam à recordação histórica de Moisés e da Aliança. Trata-se, portanto, do povo escolhido, que de novo experimentou, após o Exílio, a misericórdia do Senhor.  Os vv. 14-16 remontam, porém, à criação do ser humano (Gn 2), alargando a dimensão do salmo para toda a humanidade.
Bendize, minha alma!
  1. Bendize, minha alma, ao Senhor / e tudo o que há em mim, ao seu santo Nome!
  1. Bendize, minha alma, ao Senhor / e não esqueças nenhum de seus benefícios!
  1. É Ele quem perdoa todas as tuas culpas, / e cura todas as tuas enfermidades;
  1. É Ele quem salva tua vida da fossa / e te envolve com sua bondade e sua misericórdia;
  1. É Ele quem te cumula de bens pela vida afora; / e tua juventude se renova como a da águia.
  1. O Senhor age com retidão, / faz justiça a todos os oprimidos;
  1. Revelou a Moisés os seus caminhos, / suas grandes obras aos filhos de Israel.
  1. O Senhor é misericordioso e compassivo, / lento para a cólera e rico em bondade.
  1. Não está sempre pleiteando, / e não dura eternamente a sua 
  1. Não nos trata conforme nossos pecados, / não nos castiga conforme nossas culpas.
  1. Pois quanto é alto o céu sobre a terra / tanto é excelsa a sua bondade para com os que o temem.
  1. Quanto é distante o oriente do ocidente, / tanto Ele afasta de nós as nossas culpas.
  1. Como um pai se compadece dos filhos, / o Senhor se compadece dos que o temem.
  1. Pois Ele sabe de que somos feitos: lembra-se de que não somos
  1. Como a erva são os dias do ser humano, / ele floresce
  1. Basta que sopre o vento, desaparece, / e o lugar que ocupava
  1. Mas a bondade do Senhor desde sempre e para sempre / é para aqueles
  1. Para os que guardam sua aliança / e se lembram de observar
O salmista insiste na interioridade, de certo modo visceral, do seu louvor. Por isso, quer engajar, nessa atividade, “tudo o que há em mim”: todo o seu aparelho cognoscitivo, volitivo, emocional, passional, imaginativo. É uma verdadeira mobilização geral do orante.

Não esqueças!
Um dos grandes perigos das fases de ventura, saúde, sucesso, vitória, é o esquecimento de que todos esses dons são passageiros, efêmeros e, por mais que resultem também do esforço e engenho humanos, são dons de Deus. Por isso, o  salmista começa com a advertência a “não esquecer” “nenhum dos benefícios” de Deus.
É, aliás, a repetida advertência de Moisés a seu povo, no Deuteronômio, p. ex: “Toma cuidado! Procura com grande zelo nunca te esqueceres de tudo o que teus olhos viram…” (Dt 4,9) A essa advertência negativa corresponde a positiva: “Lembra-te bem do que o Senhor teu Deus te fez…” (Dt 7,18)
É ele quem perdoa, cura, salva
Nestes três versículos, o salmista enumera o que Deus fez, e faz, continua fazendo, por ele. Começa mencionando o perdão dos pecados e, logo a seguir, a cura das enfermidades, de certo modo supondo vinculados pecado e doença, como no Sl 38. Menciona também a libertação de um perigo mortal, expresso pela metáfora da “fossa”. Deus aí se revela como  seu “resgatador”, ou “redentor”,  em hebraico, go’el, título frequente de Deus em Isaías 40-55. O salmista sente-se também “envolvido”, protegido, pela bondade e a misericórdia de Deus, que o “cumula”, o sacia de bens. Isto a tal ponto, que ele sente rejuvenecer-se, como a águia, metáfora que encontramos também em Isaías: “Os que esperam no Senhor renovam suas forças, criam asas como a águia” (Is 40,31).
Moisés e seus caminhos
O v. 6 faz a transição entre os benefícios pessoais, recebidos pelo salmista, (cf vv. anteriores), e a justiça de Deus libertando “todos os oprimidos”. Esse modo de agir de Deus evoca no orante a lembrança do Êxodo, com a figura do seu mediador, Moisés, o único nome pessoal evocado no texto. 

É a Moisés que Deus “revela seus caminhos”, e através dele realiza “suas grandes obras” em favor dos “filhos de Israel”. Quais obras? Podemos concentrá-las em três: a saída do Egito (Ex 12-15), a celebração da Aliança (Ex 19-24), e a manifestação do “Nome” (Ex 34,6).
Rico em misericórdia
A grande revelação do Deus misericordioso (Ex 34,6) é assumida pelo salmista quase literalmente. O que Moisés escutou dos lábios do próprio Senhor, experimenta-o agora um israelita: enche-lhe a alma e dela transborda. Já não por assentimento intelectual ou por “ouvir dizer”, mas por experiência pessoal, à semelhança de Jó: “Eu te conhecia por ouvir dizer. Agora, meus olhos te viram!” (Jó 42,5).

O salmista comprovou, e agora também proclama, que “o Senhor é misericordioso, rico em bondade, sua ira não dura sempre, não nos trata conforme nossos pecados…” São afirmações extraordinárias, que parecem contradizer as frequentes ameaças de castigo, p. ex., nos profetas. Mais ainda. Se o autor do salmo 77 pergunta, angustiado, se o Senhor se esqueceu do seu povo “para sempre” (Sl 77,8), este salmista responde: não, não “para sempre”.
Mais alto e mais longe
As duas comparações cósmicas são de altura e de distância. Altura não apenas de montanhas ou de nuvens, mas do próprio céu em relação à terra: assim, a bondade do  Senhor nos ultrapassa e nos envolve. Quanto à distância, que não pode ser desfeita, assim o seu perdão remove para longe nossos pecados. É o que, com outra metáfora, expressa Miquéias: “lançará no fundo do mar os nossos crimes” (Mq 7,19)
Como um Pai misericordioso
As comparações cósmicas não bastam ao autor.  São impressionantes, mas  falta-lhes emoção humana. É o que ele expressa agora, falando de Deus “como um pai”, e poderia dizer também “como uma mãe”, à semelhança do extraordinário início do capítulo 11 de Oseias: “Do Egito chamei meu filho…” (Os 11,1, mas ver ainda os vv. seguintes, até o v. 9).
Como o barro, como a erva
mais que pó.
como a flor do campo;
não voltará a vê-la.
Motivando a misericórdia divina, o salmista apresenta a fragilidade do ser humano, feito de pó (cf Gn 2,7), e a sua duração efêmera, como a da flor do campo. A propósito, sobre a paciência de Deus para conosco, vale a pena conferir a reflexão do Eclesiástico, no cap. 18,7-14.
Sua bondade, e sua Aliança
 que o temem; / e sua justiça para os filhos dos filhos,
seus preceitos.
19.O Senhor estabeleceu seu trono nos céus; / seu reinado se estende
sobre o universo.
Em contraste com a pequenez humana, avulta a grandeza e perenidade da misericórdia divina. Esta, porém, condicionada à fidelidade à Aliança: é para “os que guardam seus preceitos” que Ele manifesta sua bondade e justiça, Ele, cujo trono está nos céus.
Bendizei, bendigamos!
20.Bendizei ao Senhor, vós, os seus anjos / heróis fortes que executais
suas ordens, / obedecendo a sua palavra!
21.Bendizei ao Senhor, vós, todos os seus exércitos / que o servis
e executais suas vontades!
22.Bendizei ao Senhor, vós, todas as suas obras, / em todos os lugares
onde Ele domina!
Bendize, minha alma, ao Senhor!
O final do salmo é uma grandiosa sinfonia coral, como o último movimento da IX Sinfonia de Beethoven, só que não na terra mas no céu: convidados a executá-la não são os seres humanos, mas os angélicos e, enfim, toda a criação. O próprio salmista, porém, não quer ficar de fora desse louvor. 

E por isso retoma seu autoconvite inicial: “Bendize, minha alma, ao Senhor! 
Para refletir: 
1) Qual o sentido e a importância do verbo “bendizer”, neste salmo?
2) Por que a exortação a “não esquecer”?
3) Quais os caminhos revelados por Deus a Moisés?
4) Qual a experiência pessoal de Deus, do salmista?
5) Como o salmista expressa o contraste entre a pequenez humana e a grandeza da misericórdia divina?
Fonte: https://arquifln.org.br/noticias/conhecendo-o-livro-dos-salmos-103-102-por-pe-ney-brasil/

December 22, 2018

A Tua vontade


Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada.
A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados.
Pois ela foi submetida à futilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança
de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra para a gloriosa liberdade dos filhos de Deus.
Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto.
E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo.
Pois nessa esperança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo?
Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente.
Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.
E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.
Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.
Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou.
Que diremos, pois, diante dessas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?
Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.
Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós.
Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?
Como está escrito: "Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro".
Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.
Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes,
nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=HW7_r-BLYKE

December 21, 2018

A crise, a paz, o amor e você

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Estamos em meio a uma grande oportunidade para mudar a nossa vida para muito melhor.
- Márcia de Luca

Enquanto você está lendo esta mensagem, procure uma postura confortável, com a coluna ereta e os olhos fechados. Inspire profundamente, coloque sua atenção no momento presente e tenha a intenção de relaxar e aquietar a mente. Esqueça que o mundo lá fora. Esqueça as preocupações, esqueça os compromissos, os problemas. 

Pare um instante para analisar como foi o seu ano. O que você fez de bom para si mesmo e para os outros? 2018 passou voando, não foi? E, aposto, o que você mais fez foi correr. Valeu a pena? Ou tanta correria foi como a do cachorrinho atrás do próprio rabo, que não chega a lugar nenhum? Muito provavelmente, esta é a resposta que a maioria de nós ouvirá. Corremos, nos estressamos, nos cansamos - e aqui estamos, exaustos no final de mais um ano... e também muito provavelmente nos sentindo incompletos. E, além do mais, no meio de uma crise mundial.

Puxa, que bom que o mundo está em crise. Explico: a história da humanidade é cíclica. Altos seguem baixos e assim por diante. As crises podem se tornar nossas grandes aliadas. Basta aquietarmos a mente, pararmos para pensar, analisarmos os velhos padrões de comportamento que se tornaram uma camisa de força.

Sabe, nós nos acostumamos com certas situações e continuamos na mesmice quando tanto já não nos serve mais. Esse tipo de atitude nos torna covardes além de acomodados. E então é preciso uma crise enorme como a atual para nos conscientizarmos de que é chegada a hora de tomar coragem - coragem para mudar, para recriar, para reinventar.

O meu presente para você neste Natal é um desejo: que você crie uma nova realidade na sua vida. Em vez de se preocupar em comprar milhões de presentes sem significado (como é de praxe na sociedade), invente algo diferente para dar. Está na hora de adotarmos uma nova moeda na nossa vida, a moeda do amor.

Que daqui para a frente, você pague com amor e receba amor. Pague com compaixão e receba compaixão. É implacável a lei do dar e receber, na mesma moeda, sempre. 

Ao criar felicidade à sua volta – com pequenos gestos, atitudes cotidianas – você verá como a energia começa a fluir a sua volta e o mundo se torna melhor. Como será bom viver quando uma massa crítica de pessoas agir desta maneira.

Desejo a você um Natal repleto de Paz, Harmonia, Alegria e Amor.

Fonte: http://www.ciymam.com.br/midia/filosofia_2008_dezembro.htm

December 20, 2018

Ele faz forte ao cansado

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- pr Adail Sandoval

O cansaço pode ser físico, mental, emocional ou espiritual. Depois de uma luta insana, qualquer pessoa se sente cansada. É normal, ao nos aproximarmos do fim do ano, ver o cansaço estampado na face dos irmãos, amigos e vizinhos. Em especial, diante da situação angustiante que vivemos em nosso país.

Uma canção popular brasileira expressa bem esse estado de alma em desespero. "Vivo pelas noites tão longas de fracasso em fracasso. E hoje, descrente de tudo, só resta o cansaço. Cansaço da vida, cansaço de mim, velhice chegando e eu chegando ao fim." Esse poema revela um coração longe de Deus e das promessas maravilhosas contidas em sua Palavra: "Ele faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não têm nenhum vigor" (Is 40:29).

A Bíblia nos revela que servos de Deus, no passado, se cansaram, como Elias, Jeremias, Jonas, Davi e outros. Mas foram completamente restaurados pelo Senhor. Cansar-se da labuta de cada dia é natural. Sentir-se enfraquecido, após trabalhar por todo um ano, é, também, normal. Abater-nos diante de problemas emocionais ou espirituais, nossos próprios ou de outros, também é humano e perfeitamente compreensível. Por outro lado, recuperar o vigor físico, emocional e espiritual, mais do que desejável, é imperioso, porque a vida continua, o tempo não espera, e os desafios se multiplicam.

É ilusão acharmos que um tempo de férias é suficiente para nos restaurar. As férias são boas e ajudam. Porém, nossa necessidade é bem maior. Como cidadãos do Reino, temos uma missão a cumprir, uma obra a realizar e, assim, como os servos de Deus do passado, precisamos ser renovados e revigorados pelo Senhor. Quem nos renova é Deus. O profeta Isaías declara "os que esperam no Senhor renovam as suas forças..." (Is 40:31). O pecado cansa muito mais do que o trabalho. O peso da culpa esgota bem mais do que o esforço mental. O peso de problemas passados, não resolvidos, corrói mais do que uma enfermidade física. Daí as promessas do Senhor em sua Palavra.

Na experiência amarga de Davi, antes da confissão de seu pecado, ele dizia: "Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim. O meu vigor se tornou em sequidão de estio" (Sl 32:4). No mesmo Salmo, ele declara, restaurado: "Felizes aqueles, cujos pecados Deus perdoa, e cujas culpas Ele apaga" (Sl 32:1). A grande diferença é entre um homem cansado, inseguro, em desespero e, agora, um homem aprovado por Deus e feliz, porque descansou no Senhor, confessando suas culpas e sendo perdoado.

Só descansamos verdadeiramente na intimidade com Deus porque só Ele nos restaura do cansaço dos problemas que nos angustiam, e nos renova, a cada dia, para sermos instrumentos de bênçãos na restauração daqueles que se encontram com o coração extenuado pelo caminho.

O convite de Jesus continua sendo dirigido ao nosso coração: "Venham todos vocês que estão cansados e sobrecarregados e eu os aliviarei... E vocês acharão descanso para sua alma" (Mt 11:28 e 29 Nova Almeida Atualizada – SBB).

Que o Senhor nos abençoe.

Fonte: https://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/ele-faz-forte-ao-cansado

December 19, 2018

Batalha espiritual

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Texto Básico: 1 Reis 18
Para ler e meditar durante a semana
– Jo 15 – Escolhidos e enviados; 
– Js 24.1-25 – Serviço com fidelidade; 
– Mc 8.34-38 – Negue-se e siga a Jesus; 
– Gl 6.10-20 – Prepare-se para a batalha; 
– Ef 5.1-21 – Andai como filhos da luz; 
– At 4.1-31 – Firmeza diante da perseguição; 
– 1Jo 5 – A confiança que temos nele
INTRODUÇÃO
Na lição passada vimos que o Senhor é o único que tem o poder de dar o sustento material e que usa seu poder para cuidar daqueles que o temem. 

Hoje nossa atenção estará nos aspectos que caracterizam o conflito espiritual entre o verdadeiro Deus e aqueles deuses que não são, entre o evangelho e a proposta de vida deste mundo. 

Aprenderemos sobre o que nós, como servos de Deus, devemos ser, saber e fazer diante desse conflito.
I. A PERSEGUIÇÃO
1. Sobre o cumprimento das palavras de Elias, explique:
a) O que isso causou aos profetas do Senhor.
b) O que isso revelava sobre o culto a Baal.
c) Como reagiram Acabe e Jezabel.
2. Sobre a perseguição aos servos de Deus, explique:
a) O que ela evidencia.
b) O ensino de Jesus sobre isso em João 15.18-20.
c) O que Daniel 7.25 e Apocalipse 13.7 nos informam sobre o forte ataque que os santos sofrerão no último tempo.
d) Como devemos reagir a ela. (cf. Mt 5.11-12; Ef 6.10-13)
Depois de esconder seu profeta por mais de três anos, Deus deu novo passo em seu projeto de instrução espiritual enviando-o de volta para Israel para anunciar a volta da chuva. Durante o período em que Elias esteve escondido, o povo ficou sem chuva, sem alimento, sem a Palavra de Deus, e experimentou os efeitos da falta dos cuidados divinos. 

O cumprimento das palavras de Elias gerou profunda perseguição contra os profetas do Senhor. A falta contínua humilhava Baal e colocava em risco o projeto de divulgar o seu culto em Israel. Por isso, Jezabel, mulher de Acabe, passou a perseguir abertamente os profetas do Senhor e a matá-los (1Rs 18.4,13). 

Obviamente, o seu alvo era Elias. Acabe mandou procurá-lo por toda a parte, mas não teve êxito. Não podia imaginar que Deus o escondera na própria terra de Jezabel e nem que o seu mordomo estava servindo como instrumento de Deus para a proteção e o sustento dos profetas. Pelo menos cem profetas foram escondidos e sustentados por Obadias, o mordomo de Acabe.
A perseguição só fez complicar o estado de espiritual de Israel. Agora, os profetas do Senhor estavam escondidos ou mortos. Foram cortadas todas as fontes de orientação divina. Israel se encontrava em densas trevas espirituais. 

A perseguição dos homens de Deus é o sinal mais evidente da batalha espiritual. Jesus advertiu seus discípulos quanto a essa realidade ao dizer “não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós” (Jo 15.20). Não estamos falando de um desentendimento isolado, da atitude má de alguns homens maus. 

Como odiou o Mestre, o mundo odeia os discípulos que Jesus escolheu do mundo (Jo 15.18-19). Esse ódio vai desde o riso de zombaria até o ataque direto e mortal e é uma das manifestações do poder do Anticristo sobre esse mundo. Tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento, somos informados sobre o forte ataque que os santos sofrerão no último tempo (Dn 7.25; Ap 13.7).
Não é nada fácil ter os poderes de Jezabel e do Anticristo buscando nossa morte. Em situações como essa, muitos crentes se deixam vencer pelo temor e recuam em seu testemunho e compromisso com Deus. 

Por isso, Jesus nos estimula ao apontar como bem-aventurados aqueles que são perseguidos por causa da justiça. Diante da injúria, da perseguição e da mentira devemos nos regozijar por compartilhar da perseguição e do galardão dos profetas (Mt 5.11-12).
A história dos profetas é marcada pela rejeição e pela hostilidade. Houve momentos em que a Palavra de Deus exortava a um procedimento santo que os homens não queriam aceitar. Em outros, a Palavra denunciava o pecado e anunciava o juízo, colocando o profeta em direta oposição à liderança e ao povo, gerando, muitas vezes, morte e prisão.
Paulo resumiu muito bem essa realidade quando, relembrando suas próprias perseguições, disse a Timóteo: “Todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3.12). 

Quando assumimos um compromisso com o reino de Cristo, nos colocamos em rota de colisão com os poderes e os valores deste mundo. Então começam as perseguições de todo o tipo. Por isso, Paulo nos exorta a revestir do Senhor e da força do seu poder para resistir às ciladas do maligno e permanecer inabaláveis (Ef 6.10-13).
II. O CONFRONTO
3. O confronto é outro aspecto da batalha espiritual.
Explique:
a) Como isso ocorreu no ministério do profeta Elias (cf. 1Rs 18.21).
b) De que modo a apresentação do profeta ao rei Acabe aponta para o envio de Jesus ao mundo?
4. O que o evangelho nos ensina ao confrontar o nosso pecado? (Mt 6.24; Mc 8.34-38; 1Jo 1.6; Ef 5.11; Tg 4.4)
Surge então um segundo e importante aspecto da batalha espiritual: a necessidade do confronto.
Não é possível ficar indefinidamente no esconderijo. Em Sarepta ou nas cavernas, os profetas do Senhor encontraram sustento e proteção contra as investidas de Jezabel. No entanto, Israel definhava em trevas. 

Por isso, em sua misericórdia, Deus ordenou a Elias que se apresentasse a Acabe. Esse não seria um encontro fácil. Depois de três anos procurando, o ódio de Acabe por Elias só podia ter aumentado. Obadias tem medo até mesmo de anunciar que Elias voltou. 

Ainda assim, Elias está disposto a obedecer a Deus, enfrentar a perseguição e apresentar-se diante do rei.
Essa apresentação de Elias nos aponta para o envio de Jesus ao mundo. Ele foi enviado para manifestar a glória do Pai, é a luz que vinda ao mundo ilumina a todo o homem (Jo 1.9,14,18). Ao enviar seu Filho, Deus demonstra todo seu amor e cuidado com a humanidade. 

No entanto, em vez de receber a Jesus com júbilo, Israel e o mundo de forma geral rejeitaram e se rebelaram contra o amor de Deus. Israel não aceitou a sua palavra e uniu-se para crucificá-lo (At 4.27).
De forma semelhante, Jesus nos enviou para ser sal da terra e luz do mundo. Mais do que ninguém, ele sabe dos perigos que nos ameaçam nessa missão. Ele mesmo disse que nos enviava como ovelhas para o meio de lobos, recomendando prudência e simplicidade diante dos tribunais e açoites a serem enfrentados (Mt 10.16-18). No entanto, ele não nos deixou desprotegidos. Em sua oração sacerdotal, Jesus não pediu que fôssemos retirados do mundo, mas que o Pai nos guardasse do mal (Jo 17.15). 

Por isso, não podemos recuar diante do desprezo ou da maldade dos homens. Somos embaixadores chamando homens rebeldes ao arrependimento (2Co 5.18-20). Não podemos nos calar. É preciso levar a luz da Palavra de Deus ao mundo que nos cerca, de modo a resgatar das trevas todos os que tiverem seus corações dispostos a ouvir a mensagem do Senhor. O confronto com o mundo é necessário para a salvação dos homens.
O maior confronto se dá no coração dos homens, em nosso próprio coração. 

Precisamos lembrar que não é possível servir a Deus e às riquezas (Mt 6.24), que é preciso servir inteiramente ao Senhor (Js 24.14-16). Por isso, Elias reuniu o povo e deixou clara a decisão que precisavam tomar: “Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o” (1Rs 18.21). Tristemente, após séculos de cuidado divino e três anos e meio de seca, o povo ainda não estava pronto para abandonar a confiança em Baal. 

Ninguém respondeu ao desafio de Elias, porque não sabiam como responder. O próprio Obadias estava dividido. Queria servir ao Senhor, preservando e sustentando os profetas, mas continuava servindo a Acabe, o rei inimigo de Deus. Ele estava a serviço de Deus, desde que isso não colocasse em risco sua vida e sua posição no reino. 

O evangelho nos chama a atenção para o desafio de negar a si mesmo para seguir a Jesus (Mc 8.34-38).
Quando a Bíblia nos ensina sobre os deuses deste mundo, exige que abandonemos a confiança e a esperança que, devido à nossa condição caída, depositamos nas riquezas, no trabalho, no poder, nos prazeres, na beleza, etc. Qualquer um que queira viver de acordo com esses valores não pode manter comunhão com Deus (1Jo 1.6; Ef 5.11). 

Infelizmente são muitos os que hoje continuam tentando conciliar sua fidelidade a Deus com a fidelidade ao mundo. Apenas se esquecem de que isso é impossível (Tg 4.4).
III. A VITÓRIA
5. Elias demonstrou a certeza de sua vitória de três modos. Cite, explique e relacione cada um deles com o ensino de Jesus.
A dúvida no coração do povo gerou o terceiro aspecto da batalha espiritual que precisamos considerar: a certeza da vitória. Essa certeza é demonstrada na convicção de que só há um Deus, no uso que fazemos da oração e na perseverante confiança nas promessas do Senhor.
A. Só o Senhor é Deus
A solução que Elias propõe para o conflito parece bem simples: “Há de ser que o deus que responder por fogo esse é Deus” (1Rs 18.24). 

Todos aceitam o desafio, mas somente Elias pode ter a certeza do que vai acontecer. Essa é toda a questão: se Baal ou qualquer outro deus desse século pode atender ao chamado dos homens, a confiança nele deve ser considerada uma opção plausível. 

Mas estamos diante de uma realidade bem diferente: só existe um Deus de quem todos os homens dependem, então só Elias pode sair vitorioso desse desafio. Sua convicção é tão grande que ele até reforça as dificuldades para o sucesso. Muitos adversários, pouco tempo, muita água, tudo é colocado junto para mostrar que nada poderia impedir Deus de manifestar seu poder.
Na batalha espiritual, o crente é chamado a exercer sua convicção de que nosso Deus é o único soberano em toda a terra, que seu domínio se estende a todos os lugares e a todas as gerações. Certa vez Jesus descreveu as multidões como um rebanho exausto e aflito, como ovelhas que não tinham pastor (Mt 9.36).
Todos os poderes, recursos, diversões e prazeres deste mundo servem apenas para distrair os homens de modo que, por algum tempo, não percebam a sua miséria e solidão. 

Sem buscar recursos em Jesus, a igreja de Laodiceia estava infeliz, miserável, pobre, cega e nua (Ap 3.17-18). Assim ficam todos os que buscam viver sem Deus nesse mundo. 

Somente o Senhor da seara poderia mandar trabalhadores para atendê-la. Essa convicção é o primeiro passo para vencermos esse mundo.
B. O uso da oração
A convicção de que o Senhor é o único Deus, nos leva necessariamente a buscar nele tudo que precisamos e desejamos. Quando chegou sua vez de oferecer o sacrifício, Elias ergueu sua voz em oração e pediu a Deus que respondesse confirmando sua aliança com Israel desde o tempo dos patriarcas, sua exclusividade como Deus de Israel e a fidelidade de Elias como profeta. 

Aquela oração não era uma lista de desejos aleatórios, mas um meio de glorificar o Senhor diante do povo. A resposta àquela oração fez o povo cair de joelhos reconhecendo o Senhor como Deus

Jesus fez algo semelhante diante do túmulo de Lázaro (cf. Jo 11.41-42) e recomendou essa mesma certeza a seus discípulos. Ele disse-lhes que “tudo o que pedirdes em oração, crendo, recebereis” (Mt 21.22). 

Para que tivéssemos condições de enfrentar o conflito com esse mundo, Jesus nos deu um caminho de acesso ao trono de Deus, onde acharemos graça sempre que precisarmos (Hb 4.16). 

Quando oramos exercitamos nossa fé, expressamos o que cremos acerca de Deus e o que esperamos que ele faça em seu poder. 

O compromisso com a oração tem sido uma rica experiência para todos os homens de Deus. Por intermédio dela, eles têm desenvolvido comunhão com o Senhor e recebido inconfundíveis sinais de sua graça. Assim, têm alcançado vitória em seu confronto com o mundo.
C. A perseverança
A resposta à oração de Elias parece por fim a toda a questão. No entanto, quando voltamos ao início do capítulo, percebemos que o propósito de Deus para aquele encontro era outro. “Vai, apresenta-te a Acabe, porque darei chuva sobre a terra” (18.1).
É nesse ponto que muitas pessoas se perdem quando pensam na batalha espiritual. Imaginam que a vitória está na resposta de Deus às nossas orações. Tudo o que querem é ter suas necessidades e desejos atendidos por Deus. No entanto, o processo se conclui apenas quando os propósitos do Senhor, declarados em sua Palavra, se cumprem na vida se seu povo. 

Por saber disso, Elias voltou à oração. Agora pedindo chuva, mas a resposta não foi imediata como a anterior. Por seis vezes, Elias mandou seu moço olhar para o mar em busca de um sinal de chuva e nada se viu. 

Em situações como essa, começamos a pensar se  realmente o que Deus disse vai se cumprir. Nossa confiança no poder de Deus, tão firme em outros momentos, se abala e somos tentados a retirar esses tópicos de nossa oração. 

Note que não estamos falando de nossos desejos e necessidades. Eles foram tratados no item anterior. Aqui estamos falando sobre o governo de Deus sobre as nações, sobre a conversão dos povos da terra, sobre o retorno de Cristo, sobre o fortalecimento da igreja e do evangelho. 

O  verdadeiro  soldado  de  Jesus  está comprometido  com  os  propósitos  de Deus para esse mundo. E mesmo que os sinais que confirmem esses planos sejam mínimos ou  até mesmo  invisíveis, não esmorecerá em sua oração até ver a glória do Senhor encher toda a terra, como as águas cobrem o mar. 

A Palavra de Deus anunciou essas coisas e  isso é  suficiente para nós. A resposta de Deus aos nossos pedidos deve servir como estímulo para aguardarmos  o  cumprimento  de  suas promessas de redenção.
Quando surgiu uma pequena nuvem no horizonte, Elias mandou avisar Acabe que o Senhor renovara a sua misericórdia sobre Israel e estava mandando chuva. Por isso, a Escritura registra que a vitória que vence o mundo é a nossa fé (1Jo 5.4). 

A provação da nossa fé produz perseverança (Tg 1.3), a perseverança produz experiência e esta produz esperança, esperança da glória de Deus (Rm 5.2-4).
Quando  essa  glória  se manifestar com  plenitude,  todos  os  inimigos  de Deus e do seu povo serão definitivamente vencidos.
CONCLUSÃO
6. O que você aprendeu hoje sobre aquilo que, como servo de Deus, deve ser, saber e fazer diante da oposição entre o evangelho e os poderes e valores deste mundo?
Aprendemos  com  Elias  que  o evangelho  encontra-se  em  inevitável oposição e conflito com os poderes e os valores desse mundo. 

Aqueles que foram chamados para viver pelo evangelho devem estar conscientes da perseguição que terão que  enfrentar  e  da  necessidade  de confrontar  esse mundo  e  a presença de seus valores em nossos corações. 

Esse não foi um caso isolado, mas é uma ocorrência do permanente conflito entre os filhos de Deus e as forças de Satanás.
Entretanto, a realidade dessa batalha é  superada  pela  certeza  que  temos  da vitória, uma vez que conhecemos o único e verdadeiro Deus, que responde às nossas orações e que cumprirá todos os propósitos que anunciou em sua Palavra.
APLICAÇÃO
- Qual tem sido a sua posição no conflito espiritual? Perseguidor ou perseguido?
- Tem estado  escondido  ou  partido  para  o confronto? Está decidido a quem servir? 

Deixe tudo de lado para seguir a Jesus e manifeste em sua vida a vitória do único e soberano Deus agora e para sempre.
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/o-evangelho-e-a-batalha-espiritual/