May 05, 2006

Um estímulo especial

UM ESTÍMULO ESPECIAL

Conta-se que uma família do leste europeu foi forçada a sair de sua casa, quando tropas invasoras invadiram a localidade onde viviam. Para fugir aos horrores da guerra, perceberam que sua única chance seria atravessar as montanhas que circundavam a cidade. Se conseguissem ter êxito na escalada, alcançariam o país vizinho e estariam a salvo. A família compunha-se de umas 10 pessoas, de diversas idades.

Reuniram-se e planejaram os detalhes: a saída de casa, por onde tentariam a difícil travessia. O problema era o avô. Com muitos anos aos ombros, ele não estava muito bem. A viagem seria dura. "Deixem-me”, falou ele. “Serei um empecilho para o êxito de vocês. Somente atrapalharei. Afinal, os soldados não irão se importar com um homem velho como eu”. Entretanto, os filhos insistiram para que ele fosse. Chegaram a afirmar que se ele não fosse, eles também ali permaneceriam. Vencido pelas argumentações, o idoso cedeu.

A família partiu e direção à cadeia de montanhas. A caminhada era feita em silêncio. Todo esforço desnecessário deveria ser poupado. Como entre eles havia uma menina de apenas 1 ano, combinaram que, a fim de que ninguém ficasse exausto, ela seria carregada por todos os componentes da família, em sistema de revezamento.

Depois de várias horas de subida difícil, o avô se sentou em uma rocha. Deixou pender a cabeça e quase em desespero, suplicou: "Deixem-me para trás. Não vou conseguir. Continuem sozinhos”.

"De forma alguma o deixaremos. Você tem de conseguir. Vai conseguir” - falou com entusiasmo o filho. "Não” - insistiu o avô - "Deixe-me aqui." O filho não se deu por vencido. Aproximou-se do pai e energicamente lhe disse: "Vamos, pai. Precisamos do senhor. É a sua vez de carregar o bebê".

O homem levantou o rosto. Viu as fisionomias cansadas de todos. Olhou para o bebê enrolado em um cobertor, no colo do seu neto de 13 anos. O garoto era tão magrinho e parecia estar realizando um esforço sobre-humano para segurar o pesado fardo. O avô se levantou. "Claro" - falou - é a minha vez. Passem-me o bebê".

Ajeitou a menina no colo. Olhou para o seu rostinho inocente e sentiu uma força renovada, um enorme desejo de ver sua família a salvo, numa terra neutra, em que a guerra seria somente uma memória distante tomou conta dele. "Vamos" - disse com determinação - "Já estou bem, só precisava descansar um pouco, vamos andando". O grupo prosseguiu, com o avô carregando a netinha. Naquela noite, a família conseguiu cruzar a fronteira a salvo. Todos os que iniciaram o longo percurso pelas montanhas conseguiram terminá-lo. Inclusive o avô.

Se alguém a seu lado, está prestes a desistir das lutas que lhe compete, ofereça-lhe um incentivo. Recorde da importância que ele tem para a pequena ou grande comunidade em que se movimenta. Lembre-o que, no círculo familiar, na roda de amigos ou no trabalho voluntário, ele é alguém que faz a diferença.

Ninguém é substituível. Cada criatura é única e tem seu próprio valor. Uma tarefa pode ser desempenhada por qualquer pessoa, mas uma pessoa jamais substituirá a outra.

Não permita que ninguém fique à margem do caminho, somente porque não recebeu um incentivo, um estímulo, um motivo para prosseguir, até a vitória final.

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