December 10, 2009

Fiel no Pouco, Fiel no Muito

Fiel no Pouco, Fiel no Muito
"Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito." (Lucas 16:10 ARA)

Quando pensamos nos casos terríveis de corrupção como os que estão sendo veiculados na mídia nós não pensamos em nos comparar com os que participam deles.

No entanto, uma coisa que poucos percebem é que essas pessoas não começaram cometendo erros tão grandes, elas aprenderam cometendo pequenos deslizes que, por falta de disciplina, foram sendo assimilados como hábitos. Com o tempo, estes pequenos deslizes foram se repetindo e, à medida que não eram flagrados, iam aumentando tanto em valor como em audácia.

Jesus expõe nessa passagem do evangelho um princípio da vida: aquilo que você começa pequeno crescerá com você. Ou seja, se você tiver um bom caráter nas pequenas coisas e tiver persistência para cultivá-lo, com o tempo, quando as suas responsabilidades e privilégios aumentarem, você ainda terá um bom caráter.

Mas se você abre mão de cultivar um caráter íntegro nas pequenas coisas, estará treinando para ser corrupto quando o poder e a influência estiver à sua disposição. Mentir no imposto de renda, fazer "gato" na contra-mão para não ter que ir até o próximo retorno, prometer e não cumprir, dormir até mais tarde e dizer que o trânsito é que estava ruim, faltar ao trabalho sem motivo e comprar um atestado médico, e por aí vai, com certeza você pode aumentar os exemplos.

Na tentativa de viver uma vida íntegra você enfrentará a barreira do deboche dos amigos que lhe apelidarão de "perfeitinho" e dirão constantemente que você é o trouxa da história, pois os "espertos" acabarão por aproveitar-se de você.

Mas a promessa de Jesus é que aquele que for fiel no pouco, sobre o muito será colocado (Mateus 25:23).

"Senhor, ajuda-me a não negociar a minha integridade, de maneira que, desde as pequenas coisas, eu seja sal e luz do mundo."

Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2009/12/08/fiel-no-pouco-fiel-no-muito/

December 02, 2009

A cidade

A cidade
Como viver de forma cristã na cidade

- por Russell Shedd

Quando Deus criou o primeiro casal, o colocou no paraíso (significa “jardim” na língua persa). A decisão catastrófica ocorreu quando eles cederam à tentação de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Deus os expulsou do jardim e eles começaram sua busca pelo sentido da vida, levantando torres e construindo cidades. “Caim fundou uma cidade”, informa o texto bíblico.

Muitos anos depois, Deus convocou Abraão a deixar a cidade de Ur dos Caldeus, entre as mais modernas do mundo antigo. Peregrinou na terra prometida alojando-se numa tenda, mas esperava uma “cidade que tem alicerces cujo arquiteto e edificador é Deus” (Hb 11.10). Essa cidade deve ter sido a Nova Jerusalém.

H. Drummond nos surpreende, ao afirmar que o cristianismo é distinto de todas as outras religiões porque é a “religião de cidades... sua esfera é a rua, o mercado, a vida do empregado no mundo. De fato, o novo mundo do Apocalipse se apresenta para nós em forma de uma imensa cidade. A vida da cidade é intensa, real e comunitária” (The Greatest Thing in the World). Na cidade, quem desejar pode se isolar, ou ter muitos amigos.

O Espírito Santo desceu sobre os 120 discípulos na cidade. A primeira igreja foi plantada na cidade. Atos narra o sucesso do Evangelho correndo a largos passos pelas cidades de Jerusalém, Damasco, Antioquia, Tessalônica, Corinto, Éfeso e Roma.

Deus planejou enviar seus embaixadores às cidades de onde o conhecimento da verdade salvadora se espalharia pelas zonas rurais. A dinâmica da mensagem em Éfeso foi tal que, em apenas dois anos “todos os judeus e os gregos que viviam na província da Ásia ouviram a palavra do Senhor” (At 19.10).

Mas nem tudo é belo e atraente na cidade. Tem seu lado sombrio. Nela, proliferam a competição, a busca frenética do poder, do dinheiro, de ter em vez de ser. Na cidade, a prostituição, as drogas e a violência contaminam a atmosfera. Creio que muitos concordariam que é mil vezes mais fácil sentir a presença e ação de Deus no campo do que na confusão de prédios e ruas congestionadas. Não foi por meio de um arbusto em chamas que Deus se revelou a Moisés?

No congresso de evangelismo, Lausanne II, em Manila (1989), um palestrante, Os Guiness, citou Abraão Kuyper, primeiro ministro da Holanda, “Não há uma polegada sequer de qualquer esfera da vida sobre a qual Cristo não diz: “Meu”. É isto que torna a modernidade tão difícil”. Precisamente na cidade, a modernidade nos confronta com a força de um tsunami. Mas sobre a cidade, Deus tem vontade de revelar seu poder transformador, dizendo: “Isto é meu!”.

Se o nosso destino final é de fato uma cidade, não seria de primordial importância aprendermos a viver de forma cristã na cidade? Não seria alvo digno do Senhor da igreja, nos esforçar na transformação da comunidade na qual ela se encontra, num reflexo do modelo da Nova Jerusalém?

Richard Baxter, dedicado pastor da igreja de Kidderminster, Inglaterra (séc. XVII), foi o instrumento da mudança na reputação da cidade. De pior, passou a ser considerada a mais santa do país. A contagiosa influência de um pastor santo como Baxter tem poder para mudar um bairro, uma cidade ou um país. Em vez de escândalos abalarem a igreja, roguemos a Deus por líderes que consigam implantar o modelo da Nova Jerusalém no meio dos homens engavetados na cidade poluída e escura, carecendo da luz de Deus.

De cima é fácil identificar uma cidade pela mancha de luz que passa por debaixo do avião. Milhares de luzes juntas dão a impressão de uma luz espalhada numa grande área da terra. Seria assim que a cidade corrompida pela pecado poderia ser modificada? Não espere pelos políticos, nem pela legislação, nem uma maior proliferação de policiais. A mudança da cidade ocorre pelas luzes que vidas santas produzem. Jesus declarou: “É impossível esconder uma cidade construída sobre um monte”. Mas uma cidade sem luzes se esconde, sim! Portanto, candeias colocadas em lugares apropriados iluminam a todos que estão na casa e transformam a cidade numa mancha de luz gigante.

Assim, não podemos imaginar a beleza da Cidade de Deus que os herdeiros da salvação ocuparão. Todos se amarão perfeitamente. O fruto do Espírito dominará todos os relacionamentos. No presente gozamos das primícias do Espírito para experimentar a sombra dessa realidade.

Russell Shedd é PhD em Teologia do Novo Testamento e doutor em Divindade.

Fonte: http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=56&materia=356