Visão espiritual
Visão espiritual
A necessidade de vermos a vida com olhos espirituais o ocupou espaço importante no ensino de Jesus. Nossa visão da vida determina a qualidade de nossa existência. Exemplo disso são nossos relacionamentos pessoais.
Olhamos as pessoas como se estivéssemos utilizando um espelho, então tudo aquilo que sabemos em nós, projetamos no outro. Especialmente nossos defeitos e os que mais nos irritam. Desconfiamos de que se somos, pensamos e agimos de determinada maneira, então todos também são, pensam e agem.
Ou utilizamos uma lupa e o outro a nossa frente é superdimensionado. Passamos a nos menosprezar e projetar no outro nossa razão de existência. É a idolatria do relacionamento. Fatalmente quando descobrimos a verdade de que o outro é apenas um ser humano, não suportamos a frustração.
Ainda, podemos utilizar binóculos, ou telescópio. Enxergamos o outro, mas fazemos questão de mantê-lo distante o suficiente para evitar o toque, a intimidade. Fazemos isso ou porque nos cansamos da frustração que gera o real conhecimento das pessoas que preferimos idolatrar, ou porque não queremos expor quem somos e preferimos viver de aparências.
E usamos também um microscópio. Tratamos o outro como objeto de observação. Permanecemos sempre como quem avalia, compara, mede. Desconfiamos de tudo e depois de um tempo definimos as pessoas a partir das conclusões a que chegamos e passamos a nos relacionar com elas a partir de nossa avaliação, que reputamos sempre como adequada.
Certo é que nosso olhar não é perfeito, mas ao invés de utilizarmos estes objetos devemos fazer apenas o exercício da correção natural. Jesus disse que deveríamos tirar uma trave que há em nosso olhar, antes de tentarmos ajudar o outro a tirar um cisco. Seria como utilizar um colírio, um par de óculos.
Tais exercícios de aprimoramento da visão são resultado de uma auto-avaliação a partir do Evangelho de Jesus.
©2010 Alexandre Robles
Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/ShowTexto.aspx?ID=780&MidiaID=1