September 21, 2011

Visão bíblica sobre foco

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A Importância de Foco na Vida de Jesus

- pr. David Kornfield

1. Jesus tinha um sentido claro de visão e missão desde o início de seu ministério. Ele expressa isso quando diz “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para...” (Lc 5.18, 19a). E eu, sou ungido para o que?

2. De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-se, saiu de casa e foi para um lugar deserto onde ficou orando. Simão e seus companheiros foram procurá-lo e, ao encontrá-lo, disseram: “Todos estão te procurando”. Jesus respondeu: “Vamos para outro lugar, para os povoados vizinhos, para que também lá eu pregue. Foi para isso que eu vim” (Mc 1.35-38). O foco de Jesus superou as vozes da multidão e dos discípulos.

3. Quando Jesus comissionou os Doze, também os mandou com um foco: “Não se dirijam aos gentios, nem entrem em cidade alguma dos samaritanos. Antes, dirijam-se às ovelhas perdidas de Israel” (Mt 10.5, 6).

4. De forma parecida, quando Jesus manda os Setenta ele diz “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Portanto... vão... não levem bolsa, nem saco de viagem, nem sandálias; e não saúdem ninguém pelo caminho” (Lc 10.2-4). Em outras palavras, as oportunidades são grandes, não se desviem. Mantenham seu foco.

5. Na parábola dos solos (ou do semeador), o solo espinhoso representa aqueles que “ouvem, mas ao seguirem seu caminho, são sufocados pelas preocupações [ativismo, correria], pelas riquezas [materialismo] e pelos prazeres desta vida [valores deste mundo]...” (Lc 8.14). Todos os três nos tiram do foco.

6. “Desde aquele momento Jesus começou a explicar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse para Jerusalém e sofresse muitas coisas...” (Mt 16.21). Dentro do foco de sua missão, houve momentos de águas divisórias onde o chamado de Jesus se enfocava ainda mais.

7. “Aproximando-se o tempo em que seria elevado aos céus, Jesus partiu resolutamente em direção a Jerusalém” (Lc 9.51). Não deixava Pedro (Mt 16.22-23) ou mais ninguém o desviar de seu foco.

8. “Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e tudo que dá fruto ele poda para que dê mais fruto ainda” (Jo 15.1, 2). Jesus quer nos cortar atividades desnecessárias para focalizar nossa energia. Somos sábios ao tomar iniciativa para sermos parceiros nisso, abraçando essa disciplina da poda. Se não, sofreremos quando ele precisa nos podar de forma dura porque nós não prestamos atenção.

9. “Eu te glorifiquei na terra, completando a obra [o foco] que me deste para fazer” (Jo 17.4). Conseguimos dizer isso ao final do dia, do mês, do ano? Apenas assim poderemos dizer-lho ao final de nossa vida.

10. “‘Está consumado!’ Com isso, curvou a cabeça e entregou o espírito” (Jo 17.30). O propósito, o foco, pelo qual Jesus veio à terra, foi completado.

A Importância de Foco na Vida de Paulo

11. “Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo [sem foco], e não luto como quem esmurra o ar [dando golpe em tudo e qualquer lugar, sem foco], mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo...” (1 Co 9.26, 27a). Alguém que está numa corrida olímpica ou uma maratona, não corre por qualquer lado. Corre com foco. Nesta ilustração, Paulo estende o conceito ao fato que nossos corpos precisam ser disciplinados para que eles não nos impeçam em manter nosso foco.

12. “Uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo [o foco]” (Fp 3.13, 14). Quatro frases, cada um expressando dedicação a um foco.

13. “Nós o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo. Para isso eu me esforço, lutando conforme a sua força, que atua poderosamente em mim” (Cl 1.28-29). Tendo um foco, Paulo dedicou todas suas forças, humanas e espirituais, para isso.

14. Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha [tudo que for fora do foco] e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus...” (Hb 12, 1, 2). Mais uma vez, surge a imagem de um atleta que sacrifica tudo que é peso. Foco requer perseverança. Requer concentração. Mas quem nos lidera na corrida é Jesus. Ele nos mostra o caminho e estabelece o ritmo. Parar de segui-lo resulta em desvios ou uma corrida frenética em direção errada. Pode também resultar num foco obsessivo e desequilibrado.

15. “Nenhum soldado se deixa envolver pelos negócios da vida civil, já que deseja agradar àquele que o alistou” (2 Tm 2.4). Estamos debaixo de autoridade. Estamos numa batalha. Não podemos nos perder em “negócios da vida civil”, especialmente se queiramos agradar a Jesus.

16. “Assim, rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial” (At 26.19). Você e eu: temos uma visão celestial? Estamos sendo obedientes? A convicção de Paulo foi tal que a declarava até para autoridades não crentes. Nesta passagem, Paulo está de viagem para Roma, entendendo que sua vida encerrará ali. Continua com a mesma simples dedicação ao seu foco.

17. No final de sua vida, no último capítulo de sua última carta, Paulo diz, “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé” (2 Tm 4.6, 7). Esta é uma expressão parecida à de Jesus em João 17.4. Tive uma corrida que me foi proposta e a terminei. Tive foco... e o alcancei.

O discipulado como foco de Jesus... e para nós também

Vejamos a última noite de Jesus (João 13-17) e a forma que o foco dele no discipulado se manifestou.

18. Já citamos João 17.4 onde Jesus diz “Eu te glorifiquei na terra, completando a obra [o foco] que me deste para fazer” (Jo 17.4). Qual essa obra? Sem tomar o tempo para explicar com detalhes, deixe-me sugerir que Jesus tinha uma obra para completar através de sua morte e outra através de sua vida. Por sua morte, completou a obra redentora (“Está consumado!”). Por sua vida, completou a obra do discipulado. O contexto de João 17 é a última noite de Jesus com seus discípulos; é uma oração por eles. Jesus iniciou seu ministério chamando discípulos a lhe seguirem (Mc 1, Jo 1), se entregou a eles durante três anos e meio e encerrou seu ministério com eles (a última noite de sua vida e os 40 dias depois de sua ressurreição; At 1).

19. “Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo” (Jo 17.18). Jesus enviou os Doze, e por extensão a nós também (Jo 17.20), para fazer a mesma missão, a mesma obra que ele: proclamar sua obra redentora e fazer discípulos.

20. “Em favor deles [meu foco] eu me santifico [me consagrou, me separo], para que também eles sejam santificados [separados] pela verdade” (Jo 17.19). Enviados como Jesus foi enviado, precisamos nos santificar a favor das pessoas que o Pai nos deu. Você sabe quais são essas pessoas? Está dedicado a elas, se consagra para eles, se entrega para eles?

21. Se voltarmos ao início dessa última noite com os discípulos, este foco se revela de diversas outras formas. “Um pouco antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que havia chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13.1). Seu coração foi entregue aos Doze.

22. Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus diz “Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz. Digo-lhes verdadeiramente que nenhum escravo é melhor do que o seu senhor, como também nenhum mensageiro é maior do que aquele que o enviou. Agora que vocês sabem estas coisas, felizes serão se as praticarem” (Jo 13.15-17). Jesus é nosso exemplo. Devemos fazer o que ele fez. Ele discipulou os homens que o Pai lhe deu. Nós não somos melhores; não devemos ser diferentes. Seremos felizes se discipularmos e infelizes se não.

23. “Foi me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mt 28.18-20). Esta é a única vez que Jesus se veste de autoridade como Rei dos reis e nos manda cumprir sua comissão real. Nos tempos bíblicos, desobedecer a um comando do rei foi motivo para morte. Precisamos levar a sério esta Grande Comissão. Fazendo como Jesus fez, não é principalmente o discipulado de novos convertidos e sim, o discipulado de líderes.

24. “Quem me vê, vê o Pai. Você não crê que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu lhes digo não são apenas minhas. Ao contrário, o Pai que vive em mim, está realizando a sua obra. Creiam em mim quando digo que estou no Pai e que o Pai está em mim...” (Jo 14.9b-11a). Jesus revelou o Pai e devemos fazer o mesmo. Uma das formas principais que fazemos isso é através de ser um pai espiritual (mentor, discipulador) para outras pessoas. Jesus fez isso para os Doze. No próximo parágrafo, ele prometeu que não os deixaria órfãos (Jo 14.18). Hoje a igreja está cheia de órfãos, filhos sem pai ou mãe espiritual. Essa epidemia de orfandade inicia-se no próprio pastor e flui dele. Cada um reproduz segundo sua espécie.

25. “Vocês serão meus amigos se fizerem o que eu lhes ordeno. Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvir de meu Pai eu lhes tornei conhecido. Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça...” (Jo 15.14-16a). Somos verdadeiros amigos de Jesus, verdadeiros seguidores? Se formos, faremos discípulos. Daremos fruto, fruto que permaneça, líderes discipuladores que permaneçam fieis a Jesus. Essa permanência e fidelidade são reforçadas quando esses líderes amadureçam a ponto de não abrirem mão do valor de serem discipulados e discipularem. Como discípulo, mentoreado ou pessoa pastoreada, mantemos o valor de ser um aprendiz, ensinável, humilde, submisso e interdependente. Isso nos dá a autenticidade e autoridade para também discipular, mentorear ou pastorear outros.

Quando pensamos em nosso foco, precisamos pensar nas pessoas que Deus nos deu. Parecido à parábola dos talentos (Mt 25), não importa muito quantas pessoas Deus nos deu; importa o que façamos para que elas cresçam e se multipliquem. Ao fazer o exercício do foco, normalmente uma de nossas quatro atividades prioritárias deva ser o investimento nestas pessoas. Para muitos, será uma das duas atividades mais prioritárias.
 
Fonte: http://www.nimbusoft.com/Ferramentas/Exerc%C3%ADcios/Exerc%C3%ADciodoFocoVis%C3%A3oB%C3%ADblica/tabid/1434/language/pt-BR/Default.aspx
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