March 31, 2012

Amor que inunda e alaga a partir do próprio coração

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Chérie,

só podemos dar o que temos dentro de nós mesmos.

E amor verdadeiro não dá para fingir, porque emerge de dentro para fora; inunda e alaga a partir do nosso próprio coração.

O desafio é deleitar-se diante de Deus, e naturalmente a nossa vida se derramar para aqueles que convivem conosco.

Você chegou a ver a performance da sul-coreana Yu-na Kim nos jogos olímpicos de Vancouver*? Não tem como não ser tocado pela paixão e perfeição dela.

O foco não é fazer para agradar os outros, mas na liberdade em ser quem você é.

Um beijo,

KT

http://www.youtube.com/watch?v=yc35PYNEQMk&feature=related
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March 30, 2012

Vida, liberdade e riscos

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Quem vive numa grande metrópole, não sabe (ou esquece) que a vida é como uma plantinha: é preciso escolher boas sementes, ter cuidado na rega, ser atencioso na poda, aguardar com expectativa a beleza das flores e então colher os bons frutos, saborosos, doces, maduros.

Infelizmente fazemos parte de uma geração microondas que compra tudo pronto no supermercado, depois coloca no freeezer e quando precisa de algo, aperta o botão e está pronto. Ah, e tem mais essa: caso passe do prazo do validade ou não seja mais do agrado, é só jogar no lixo. A vida vivida de maneira descartável.

Uma vida digna de ser vivida inclui integridade. E o livre arbítrio faz parte do pacote.

Liberdade pressupõe responsabilidade, e isto assusta muita gente. Porque quando você escolhe algo de livre e espontânea vontade, você tem consciência de que abriu mão de outras coisas. Não porque alguém forçou ou te obrigou, mas porque você quis (ou seja, não pode colocar a culpa em ninguém) rsrsrs.

Infelizmente muita gente tem a vida dirigida pela ansiedade, pelo medo ou pela culpa. É o tempo corrido, a obrigação, a agenda de afazeres que pressiona e empurra a pessoa. Ou o medo de perder a admiração das pessoas, de não ser aceito, de sofrer represálias, de ser descoberto (se bem que, quem faz o que é certo, não deve ter medo de nada, nem de ameaça de morte). E ainda tem a culpa (falsa) de não estar dando o seu melhor, de não estar vivendo como deveria viver (porque a culpa verdadeira deve ser tratada e levar à mudança de comportamento).

Viver não é fácil. Envolve riscos.

Rir é o risco de parecer tolo.
Chorar é o risco de parecer sentimental.
Estender a mão é o risco de se envolver.
Expor os sentimentos é o risco de mostrar o verdadeiro eu.
Defender seus sonhos e ideias diante da multidão é o risco de perder as pessoas.

Amar é o risco de não ser correspondido.
Viver é o risco de morrer.
Confiar é o risco de se decepcionar.
Tentar é o risco de fracassar.

Mas os riscos devem ser corridos porque o maior risco é não arriscar nada.

A pessoa que não corre riscos, não faz nada, não tem nada e não é nada.
Ela pode até evitar o sofrimento e a desilusão, mas não consegue nada, não sente nada, não muda, não cresce, não ama e não vive. Acorrentada por suas atitudes, vira escrava e priva-se de sua liberdade.

Somente quem corre riscos é livre.
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March 29, 2012

Para viver a vida que está esperando por nós ; )!

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Já aconteceu com você, de passar por um perrengue tão grande (fazer tudo certo e não entender por que Deus permitiu que você passasse por aquilo) que quase chega a perder a esperança?

Olha, sinto informar, mas tem coisas que não fazem (e nunca vão fazer) sentido mesmo.

E o Salmo 73 é prova disto: por que os ímpios prosperam e quem faz o que é justo e o que é direito, se dá mal?

Dureza, não é?!

Porém, meu amigo, minha amiga, saiba que por trás de uma situação adversa, sempre existe uma coisa boa escondida, uma lição preciosa:

  • A 1a. é que Deus está com você (você não vai passar pela peneira sozinho);
  • A 2a. é que falsas expectativas caem por terra (falsas amizades, falsos conceitos, rotas tortas, planos mirabolantes etc);
  • A 3a. é que você descobre que é melhor do que imagina (só quem passou por uma injustiça sabe a dor e decide não se tornar canalha fazendo esse mundo pior do que já é) rs;
  • A 4a. é que você se liberta da opinião dos outros (se você fez o que era certo e Deus, cujos olhos estão em todo lugar a contemplar os bons e os maus, sabe disto), você deixa de ser refém da opinião ou aprovação alheias;
  • A 5a. é que você se torna livre para viver a vida que está esperando por você, os planos de paz e prosperidade que Deus sonhou para você ; )!
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March 28, 2012

Paixão no que faz ; )!

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Uma das coisas mais tocantes é ver alguém apaixonado pelo que faz ; )!

Os olhos brilham, a pessoa está inteira no que faz, tudo parece fluir com naturalidade e leveza (mesmo quando as coisas saem do script) rsrsrs.

Ontem fui na aula de história da arte e saí encantada, porque foi mais ou menos isso o que vi.

Uma vida vivida de verdade.

E aí fica o recado: não é isto que quero também? 

É possível!
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March 27, 2012

O sonho de fazer o mundo melhor ; )!

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Hoje fui ao fórum promovido pela revista Claudia "Nossos sonhos, nossas conquistas" e foi bem bacana ver o que se passa na cabeça das pessoas (a maioria traduz por sonhos envelhecer bem, ter mais tempo, viajar mais)...

Mas se o Reino de Deus está dentro de nós, o maior sonho não seria ser feliz?

E mais, não seríamos nós os agentes de mudança para fazer o mundo melhor (porque felicidade que se traduz por auto-realização, é sonhar pequeno, não é mesmo)?

A cada dia me convenço de que um mundo melhor não é feito de grandes realizações, mas por gestos pontuais, pequenas atitudes, que começam com você, comigo, com nós.

É aquela coisa: não é possível mudar o planeta, mas podemos começar com aquilo que estiver ao nosso alcance, o próprio quintal.

E se a gente começar não fazendo nada, já é um bom começo (como assim?) rsrsrs.

Explico: o mal é inevitável, mas ai daqueles que o praticam!

Capisce?!
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March 26, 2012

O desafio de viver o presente no presente ; )!

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O dia tem 24h para todo mundo; a diferença é o que a gente faz com o tempo.

Existem várias maneiras de "otimizar" a agenda: planejando as atividades, escolhendo o que é essencial, priorizando o que é importante etc. etc. etc.

Mas também tem o nosso olhar: a capacidade de enxergar as coisas boas, de se maravilhar, ser feliz e principalmente o desafio de viver o presente no presente (porque o tempo de hoje não volta mais).
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March 25, 2012

Em busca de sentido

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Que sensação estranha de incômodo*!

Aparentemente tudo está bem... mas por que a insatisfação e a falta de contentamento?

Ingratidão? Ou olhos cegos e ouvidos moucos?

Como sempre, toda vez que algo vem ao meu encontro, seja bom ou não, mergulho de cabeça e abraço a alegria ou a dor para aprender com ela.

Dostoievski afirmou certa vez "Temo somente uma coisa: não ser digno do meu tormento".

Viktor Frankl diz que inerente ao sofrimento há uma conquista interior: a liberdade espiritual, a qual nada nem ninguém pode tirar e, permite ao ser humano até seu último suspiro, a configurar sua vida de modo que haja sentido. Ou seja, se a vida tem sentido, o sofrimento também necessariamente terá.

O desafio de toda a vida: crescer em integridade, maturidade e sabedoria ; )!

* Que bom que você está sentindo! Significa que você está vivo (os únicos que não sentem nada são os mortos) rsrsr...
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March 24, 2012

A orquestra é um casamento

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Na semana passada, a americana Marin Alsop, de 55 anos, estreou como regente titular da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Marin substitui o francês Yan Pascal Tortelier, cujos três anos no posto foram marcados por concertos erráticos e evidente falta de comprometimento com a orquestra. A tarefa de Marin não será apenas reinstaurar o clima de normalidade e aprimoramento que faltou à Osesp desde a saída de seu titular e renovador John Neschling, em 2009.

Marin representa a mentalidade predominante no mundo erudito, que dita que o maestro não deve apenas comandar seu grupo mas também integrá-lo à comunidade. O currículo da regente reflete essa maneira de agir. Em 1984, ela criou a Orquestra Concordia, especializada em jazz e música contemporânea. Quatro anos depois, tornou-se pupila dos lendários maestros Leonard Bernstein e Seiji Ozawa. Quando assumiu a Sinfônica de Baltimore, cuja direção ela acumula com seu cargo na Osesp, o grupo enfrentava dificuldades financeiras. Hoje a orquestra está com suas dívidas praticamente zeradas e recuperou seu prestígio.

O relacionamento com a Osesp, iniciado com um concerto em setembro de 2010, já tem dado bons resultados. Marin Alsop rege a orquestra na gravação da Quinta Sinfonia do russo Prokofiev e comandará seu grupo sinfônico em uma próxima turnê europeia.

Qual o regente ideal do século XXI? Ele tem de estar atento às mudanças ocorridas na sociedade. Embora as orquestras ainda o vejam como um semideus, ele não pode tratá-las com rispidez e indiferença - mesmo porque os sindicatos dos músicos têm representatividade maior e estão atentos a qualquer ato de tirania. A orquestra, por sua vez, não pode se contentar em apenas tocar música. Ela deve ser uma presença inspiradora na comunidade em que atua.

A senhora poderia dar um exemplo de como isso ocorre na Sinfônica de Baltimore? Hoje as pessoas não se contentam em apenas assistir aos recitais. Elas querem participar do dia a dia de uma orquestra. Criei então o Rusty Musicians ("músicos enferrujados"), grupo no qual qualquer sujeito que tivesse um dia tocado um instrumento poderia se apresentar num concerto ao lado da Sinfônica de Baltimore. No dia em que anunciamos o projeto, recebemos cerca de 400 pedidos de inscrição. Não fizemos isso para que os moradores da cidade se profissionalizassem, mas para que a música tivesse uma presença maior na vida deles. Os instrumentistas da Sinfônica de Baltimore também ganharam com o Rusty Musicians. Eles dão aulas para alguns dos participantes do projeto, o que ajuda no seu orçamento doméstico.

Grandes orquestras são notoriamente indóceis quando se trata de aceitar um novo regente. Qual o segredo para se fazer respeitar? O principal erro de um maestro é exigir que a orquestra o respeite. Respeito adquire-se. Você não pode se concentrar na dinâmica pessoal: tem é de servir à música e ao compositor. Essa é uma qualidade que um bom grupo sinfônico sempre há de respeitar.

Mas não faltam casos de grupos que hostilizam regentes. A Orquestra da Filadélfia, por exemplo, certa vez esnobou um maestro convidado e seguiu o andamento proposto pelo primeiro-violinista. A senhora já deparou com esse tipo de situação? Felizmente, não. Orquestras são criaturas enfronhadas em si mesmas. Cada uma tem a própria personalidade e jeito de fazer as coisas. E, às vezes, o regente não leva isso em consideração. É preciso conversar com os músicos no ensaio e nos intervalos, e verdadeiramente ouvi-los. No passado, até se esperava que os regentes fossem tiranos. Mas hoje não há orquestra que ande à base de gritos e insultos.

O francês Pierre Boulez diz que o regente tem de dar duas alegrias à orquestra: ao chegar e ao ir embora. É fato? Sim, mas espero que minhas chegadas causem mais alegria que as partidas. Regente e orquestra vivem um casamento: às vezes surgem desavenças, e temos de trabalhar para resolvê-las. E, apesar do desgaste, esse casamento é mais gratificante do que tratar cada orquestra como se fosse uma nova namorada - uma semana aqui, outra acolá... É divertido, mas onde está a profundidade?

Por essa definição, a senhora não estaria no máximo noiva da Osesp? Pois é, passo catorze semanas com a Sinfônica de Baltimore e outras catorze com a Osesp. Não sei se é o formato ideal: às vezes me pergunto se essa ausência não fará a orquestra perder sua personalidade, e por isso tento abreviar os afastamentos. O papel do regente convidado também é crucial. Ele não pode ser um clone do titular, mas alguém que traga variedade e diferentes pontos de vista para a orquestra.

Cada maestro imprime sua sonoridade particular às peças que rege. Qual é o "som Marin Alsop"? Embora alguns críticos ressaltem a profundidade e o calor das peças que rejo, não creio que eu tenha um som próprio. Acredito que o que torna um regente especial é a capacidade de fazer com que a orquestra seja grandiosa ao tocar Mahler e leve nas sinfonias de Mozart. Sou fascinada pelas diferenças na forma como cada regente conduz uma obra. Observo esse fenômeno com meus alunos: se cinco deles conduzirem a mesma orquestra no mesmo trecho de uma sinfonia, é certo que teremos cinco execuções distintas. A regência é uma metáfora do que você é como ser humano.

Como assim? Quando trabalho com jovens regentes, fico atenta à linguagem corporal deles, à maneira como cada um se conecta com os músicos. Há jovens que sobem ao pódio e ganham o coração da orquestra antes mesmo de começar a reger. O mais comum, infelizmente, é que sejam maltratados pelos instrumentistas. Por quê? Minha teoria é que, para atingir determinado patamar de excelência musical, você tem de saber a fundo o que almeja como regente, e usar toda a sua força e confiança para levar a orquestra até lá. Mas, em alguns casos, as fraquezas pessoais ficam tão expostas que o resultado final é prejudicado.

Leonard Bernstein, seu mentor, era a mesma pessoa no pódio e longe dele? Bernstein era como um cachorrinho: amoroso, estouvado, cheio de beijos e abraços. E, de vez em quando, mordia sua perna. Mas, de modo geral, era uma pessoa entusiasmada e excitante. Bem diferente de Herbert von Karajan, que vi reger apenas uma vez, mas me pareceu muito introspectivo - e pessoas que conviveram com ele confirmam essa impressão. No pódio, não há lugar para falsidade: quando você rege, mostra a sua essência como ser humano.

Bernstein era também espalhafatoso e às vezes parecia não estar conduzindo a orquestra, mas dando um show. Era esse mesmo o objetivo dele? Antes de conhecê-lo pessoalmente, eu pensava assim. Mas o fato é que ele era tão comprometido com a música que achava que ele é que a tinha escrito. Bernstein se tornava Mahler, ou Tchaikovsky. Seus gestos saíam da alma dos compositores. Ademais, não era com toda obra que ele se expandia assim. Certa vez, eu o vi reger A Sagração da Primavera, de Stravinsky, e ele foi incrivelmente econômico: sabia que tinha de reger essa peça com particular clareza. E ele tinha uma musicalidade tão profunda. Sua regência fazia sentido mesmo quando ele mudava os andamentos de uma obra, porque sempre revisitava a partitura. Nunca o vi conduzir uma obra da mesma maneira duas vezes.

A senhora sente-se à vontade tendo de ser também uma show woman? Não faço o gênero exibida, e prefiro me ater ao que o compositor escreveu. No máximo, eu me dou um pouquinho de liberdade nas orquestras em que sou diretora musical. Há quem diga que às vezes danço, como quando regi Short Ride in a Fast Machine, de John Adams. Mas foi decorrência do ritmo; algo natural, e não para "aparecer".

A senhora veio reger a Osesp em setembro de 2010. Cinco meses depois, foi anunciada como sua titular. Quais são as qualidades e os defeitos de seu novo conjunto? Prefiro falar das qualidades, porque elas se sobrepõem a qualquer defeito que a orquestra tenha apresentado. A Osesp reúne instrumentistas disciplinados e com força de vontade. Com isso, poderemos aprimorar alguns pontos importantes, como a integridade rítmica. Esse problema é mais comum do que se imagina: a maioria das sinfônicas não trabalha a parte rítmica com tanto interesse. Mas os compositores contemporâneos se caracterizam pelo ritmo forte, ou pela influência pop. Na Osesp, não falo em consertar erros, mas em ampliar o vocabulário musical.

A senhora pretende efetuar demissões na orquestra? A demissão é sempre o último recurso. Primeiro, deve-se identificar o problema e resolvê-lo na base da conversa. Tento desenvolver um método para que o instrumentista em questão passe a apresentar resultado satisfatório. Na maioria dos casos, isso funciona. É claro que já tive de mandar músicos embora. Mas essas decisões são raras e tomadas mutuamente - ou seja, o músico também chega ele próprio à conclusão de que não tem condições de tocar na orquestra.

Como um maestro trabalha novos repertórios com sua orquestra? Uma das funções do maestro é estar aberto a novos compositores e, sempre que possível, mostrar sua conexão com o que foi feito no passado. Em Baltimore, criei uma série em que compositores contemporâneos regiam suas obras junto com uma peça de Beethoven. No dia seguinte, eles falavam à plateia por que o compositor alemão é presente em nossa vida.

Na década de 60, Leonard Bernstein ajudou a difundir a música do austríaco Gustav Mahler, até então menosprezada. Hoje Mahler faz parte do repertório obrigatório das orquestras. Cabe ao maestro recuperar a obra de compositores esquecidos? Com certeza. Não cheguei ainda ao patamar de Bernstein, que transformou Mahler num cânone erudito. Mas tento divulgar compositores que considero importantes. Um desses casos é Roy Harris, cuja Terceira Sinfonia foi a mais executada nos Estados Unidos em 1939 e, depois, esquecida. Bernstein me mostrou o trabalho de Harris, autor de catorze sinfonias muito atraentes, que evocam a música americana do século XIX. Gravei dois CDs com obras de Harris com as sinfônicas do Colorado e Bournemouth. Gosto também de estudar a biografia de grandes compositores em busca de peças inéditas, que nunca foram gravadas ou das quais existam poucos registros. Fiz isso com George Gershwin, um clássico americano: descobri Blue Monday, uma opereta composta uma década antes de Porgy and Bess, e gravei-a com a Concordia, minha primeira orquestra. Ultimamente, venho vasculhando a obra de Prokofiev.

A primeira temporada da Osesp sob seu comando trará obras para violão e sanfona. Tendo em mente a função educativa de uma orquestra junto ao público, não seria mais adequado dedicar esse tempo ao universo erudito? Bem, a Filarmônica de Nova York toca Gershwin, que não é exatamente um compositor erudito. A única fórmula que a direção artística da Osesp e eu seguimos foi a do maestro Duke Ellington. Ele dizia que havia apenas dois tipos de música: a boa e a ruim. É preciso ainda lembrar que os compositores de hoje estão expostos a tantos gêneros musicais - rock, jazz, pop, rap... A música erudita contemporânea não é tão fechada.

Mas Gershwin, convenhamos, não tem mais a ver com a música erudita do que Chico Buarque? Acho que a proposta do concerto em que reuniremos obras de ambos é mostrar um pouco da música popular das Américas. Será o que levaremos para a praia de Santos. Vamos fazer o seguinte? Mostre-me bons compositores eruditos brasileiros. Estou aberta a sugestões.

Alguns regentes usam as mãos para conduzir a orquestra. Outros, como a senhora, usam a batuta. Por que a senhora optou por ela? Eu a uso porque ela é um ponto focal mais preciso. A batuta é mais identificável para os músicos do que os dez dedos do regente. E a clareza, para um maestro, é tudo.

Fonte: Revista VEJA, páginas amarelas, 14/03/12.
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March 23, 2012

Ser feliz é uma escolha ; )!

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Chérie,

ao longo da vida temos oportunidade de interagir com milhares de pessoas, mas raramente algumas conseguem tocar nossos corações. E é muito especial quando isto acontece.

Será que o convite da liderança não é exatamente este, o de impactar positivamente a vida das pessoas que nos cercam?

Não é uma jornada fácil. Às vezes somos tentados a pegar atalhos, a responder reativamente às situações (que perigo tornar-se refém das circunstâncias ou das emoções alheias), a esquecer quem somos de verdade...

Todo dia é uma oportunidade de resetar erros e acertos, e começar tudo de novo. Porque a vida não é feita só de um passado de glórias ou de derrotas, mas principalmente de presente e de futuro (expectativas, sonhos e promessas que já estão a caminho e serão cumpridas).

Passado é aprendizado e perdão (o tempo não cura feridas, só o perdão). Por isto cubra suas dores com camadas e camadas de amor.

Estenda misericórdia do mesmo jeito que você recebeu no trono do Pai. E mais leve, sem pesos desnecessárioscorra em direção ao lindo futuro que Ele (antes mesmo da fundação do mundo) reservou a você.

Um beijo,

KT
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March 22, 2012

De dar nó

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Estes exercícios do mestrado estão acabando comigo... É preciso ter muita integridade e consciência, o que nem sempre acontece.

Tem umas perguntas que são de matar, do tipo "dê um exemplo recente de quando você disse exatamente o  oposto do que estava pensando ou sentindo".

Nossa, o tempo todo!

Quantas vezes queremos dizer o quanto alguém é precioso e importante para nós, que sentimos falta, mas seguramos as palavras dentro do coração pelo medo de sermos mal interpretados?

O desafio da vida é integrar mente, lábios e coração.

Que Deus nos ajude ; )!
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March 21, 2012

As coisas mais gostosas

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Ando encantada com pequenas coisas.

Por exemplo, nessa semana conversei com três pessoas desconhecidas e sorrimos enquanto falamos da vida. Ganhei uma romã extraída do pé, especialmente para mim. E uma pessoa não quis cobrar um conserto, pois fez na mais pura gentileza.

Tem coisa mais gostosa do que sentir-se verdadeiramente viva?

E você?

O que quer da vida?

O que faz a vida valer a pena?

Cada um sabe o que é importante para si.

Não existe certo ou errado, apenas diferentes expectativas e valores.

Desapegar.
Simplificar.
Descomplicar.

Nada a temer.
Nada a esconder.
Nada a lamentar.
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March 20, 2012

Entre demandas e valores

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"Um novo equilíbrio entre nossos corações e nossas agendas"

- pr. Ricardo Agreste

Nunca na história da humanidade uma geração esteve tão cercada por demandas como esta à qual pertencemos. Vivemos imersos numa cultura geradora de demandas pessoais, familiares, profissionais, econômicas, sociais e ecológicas, entre outras. Parte delas tem sido gerada e propagada pela mídia de uma sociedade de consumo. Mas também têm sido produzidas e assimiladas através de nossas próprias redes de relacionamentos, nas quais, constantemente, estabelecemos como padrão de referência aquilo que o nosso amigo, vizinho ou parente diz ser, possuir ou fazer.

No passado, era muito mais fácil criar um filho, ter um corpo considerado saudável ou sentir-se realizado profissionalmente – até ter um padrão de vida tido como bom era menos complicado. Atualmente, para criar um filho, necessitamos de coisas que jamais passaram pela mente de nossos pais ou avós. Hoje, só é saudável quem passa horas e horas em academias, ou malha até o limite da resistência. Só pode ser considerado um bom profissional aquele que acumula títulos acadêmicos, domina idiomas e está disposto a sacrificar tudo pela carreira. E ter um bom padrão de vida significa necessariamente possuir bens considerados, até pouco tempo, como totalmente supérfluos.

O grande problema de estarmos inseridos nessa cultura da demanda é que, gradativamente, perdemos a noção da influência que ela exerce sobre nós e dos caminhos que nos leva a percorrer. Passamos a viver em função das demandas que emergem diante de nós e somos pressionados a seguir rumos que nos são impostos (ou a que nos impomos) sem refletir se eles nos levarão para onde um dia planejamos chegar. Assim, nossas vidas se transformam numa grande maratona, só que no ritmo de uma corrida de 100 metros rasos.

Podemos encontrar as consequências disso por todo lado. É fácil encontrarmos gente com agendas lotadas, valores confusos, sintomas crônicos de estresse, casamentos arrebentados, filhos ansiosos e sem limites, vida financeira em desequilíbrio e profundos sentimentos de frustração. Esse tipo de pessoa tem se tornado tão comum em nossa sociedade que corremos o risco de assimilar tal perfil como normal – e concluir que este é o único padrão possível numa cultura geradora de demandas.

No entanto, como discípulos de Jesus, não podemos – e nem devemos –, acreditar que tal é o padrão normal a ser vivido. Na verdade, imersos pela cultura das demandas, precisamos tomar uma decisão interior – afinal, quem determinará os rumos de nossas vidas? As demandas da cultura que nos envolve ou os valores de Deus em nossos corações? Nossa resposta não apenas determinará o futuro de nossas vidas, como também revelará quem de fato é nossa fonte primária de orientação.

Mas a decisão por fazer dos valores de Deus a nossa fonte primária de orientação não é tão simples como parece. Decisão assim impõe sobre nós a necessidade de uma verdadeira reorganização de prioridades em nossas vidas. Primeiramente, precisamos de um realinhamento entre os valores de Deus e os valores de nossos corações. Muitas pessoas frequentam igrejas, leem a Bíblia, conhecem seus principais personagens e histórias e até fazem orações diariamente. No entanto, os valores do Reino de Deus não estão em seus corações. Sua relação com a espiritualidade cristã é de mera informação, e não de transformação; e seus corações continuam envolvidos e encharcados pelos valores determinados pela cultura.

Em segundo lugar, após o realinhamento dos valores de Deus aos valores de nossos corações, precisamos também de um novo equilíbrio entre nossos corações e nossas agendas. Podemos afirmar que nossa família é prioridade em nossas vidas, mas nossas agendas não condizem com tal afirmação. Podemos dizer que nossa saúde física e emocional é fundamental em nossa caminhada, mas, novamente, nossa agenda diz o contrário. Logo, se queremos experimentar os valores de Deus como fonte primária de orientação em nossas vidas, precisamos fazer com que eles alcancem e influenciem nossas agendas.

Desta forma, como homens e mulheres imersos numa cultura de demandas, podemos viver uma verdadeira contracultura que tem como centro dinamizador os valores de Deus para a vida em todas as suas dimensões. Como consequência, nossas agendas não estarão mais condicionadas às demandas emergentes, mas sim, aos valores estabelecidos pelo Senhor – valores estes que nos conduzem a um projeto de vida marcado pela sabedoria do Criador, e não pela loucura da cultura gerada pela obstinação de suas criaturas.

Fonte: http://www.sepal.org.br/novo/index.php?option=com_content&view=article&id=3725:entre-demandas-e-valores&catid=36&Itemid=170
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March 19, 2012

Prioridades e escolhas

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- Jim Mathis

A vida gira em torno de escolhas e prioridades, não é mesmo? Nossas vidas são determinadas pelas escolhas que fazemos e nossas escolhas são determinadas por nossas prioridades.

Me recordo de minha primeira crise de prioridades. A viagem de classe da oitava série para Topeka, Kansas, foi marcada para o mesmo final de semana do evento regional dos "Dias 4-H" (4-H era um clube para jovens interessados em agricultura e questões culturais). Eu havia ganho uma competição oral num evento local, o que me dava oportunidade de participar do concurso regional. Mas a viagem da classe era no mesmo dia e seria a chance de passar algum tempo, pela última vez, com colegas que conviveram comigo nos últimos 8 anos. Esperava também ir à capital e ter oportunidade de estar com o Governador do Estado. Foi a decisão mais difícil que eu já tivera de fazer até àquela altura da minha jovem vida.

Hoje, adulto, me dou conta de que decisões difíceis são ocorrências constantes. Aprendi que colocar cada prioridade predeterminada em seu devido lugar, ajuda a tomar decisões com mais facilidade. Dizem que, para identificar nossas verdadeiras prioridades, basta dar uma olhada no calendário e no nosso talão de cheques. A forma como gastamos nosso tempo e nosso dinheiro são um bom indicador do que verdadeiramente é importante para nós.

Deus concede a cada um de nós diferentes quantias de dinheiro, mas todos temos igualmente vinte e quatro horas no dia. A administração do tempo, portanto, transforma-se numa questão de determinar o que é importante para nós, estabelecer nossas prioridades e gerenciar nosso tempo de acordo com isto.

Por exemplo, um clube musical de nossa cidade, nacionalmente conhecido, fechou recentemente, não porque não estivesse fazendo sucesso, mas porque o seu proprietário decidiu que já era tempo de começar a passar as noites em casa com sua família. Já que sua família era prioridade absoluta, fechar um negócio próspero tornou-se uma decisão relativamente fácil.

Porém, o desafio de se estabelecer – e manter – prioridades é um exercício contínuo, que dura a vida toda. Constantemente avalio o que estou fazendo a fim de decidir se essas coisas ainda são importantes. Tenho descoberto que algumas que pareciam muito importantes há alguns anos, hoje não são mais, enquanto outras se tornaram muito mais importantes.

Somos diferentes uns dos outros. Portanto, ninguém mais pode determinar nossas prioridades por nós. Meus pais me fizeram decidir entre viajar com minha classe da 8ª série ou participar da competição oral dos "Dias 4-H". Eles sabiam que a vida apresentaria muitas escolhas difíceis para mim e assim, quanto mais cedo eu aprendesse a decidir, especialmente diante de duas opções boas, melhor seria para mim ao longo da vida.

Para os seguidores de Jesus Cristo, há algo mais a considerar. A Bíblia diz que Deus deve ser nossa primeiríssima prioridade, seja em nossos lares, no trabalho ou no lazer. Em Mateus 6.33, Jesus ensinou: “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” Dizendo “essas coisas”, Jesus se referia às nossas necessidades e preocupações diárias – aquelas que podem facilmente consumir nosso tempo e energia. Ele estava dizendo duas coisas: devemos fazer de Deus nossa absoluta prioridade; e tudo o mais deve ser secundário. Quando determinamos fazer d’Ele o primeiro em nossas vidas, Ele promete cuidar de nossas necessidades e preocupações.

Você já confrontou Deus a respeito desta promessa?
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March 18, 2012

Escolhas

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Chérie,

vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=kcjvOpimRY4

Beijos,

KT
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March 17, 2012

A porta

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Se você abre uma porta, você pode ou não entrar em uma nova sala. Você pode não entrar e ficar observando a vida. Mas se você vence a dúvida, o temor e entra, dá um grande passo: nesta sala vive-se! Mas também tem um preço... São inúmeras outras portas que você descobre. Às vezes curte-se mil e uma.

O grande segredo é saber quando e qual porta deve ser aberta. A vida não é rigorosa, ela propicia erros e acertos. Os erros podem ser transformados em acertos quando com eles se aprende. Não existe a segurança do acerto eterno. A vida é generosa, a cada sala que se vive e descobre-se tantas outras portas. E a vida enriquece quem se arrisca a abrir novas portas. Ela privilegia quem descobre seus segredos e generosamente oferece afortunadas portas.

Mas a vida também pode ser dura e severa. Se você não ultrapassar a porta, terá sempre a mesma porta pela frente. É a repetição perante a criação, é a monotonia monocromática perante a multiplicidade das cores, é a estagnação da vida... Para a vida, as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens.

Quando uma porta se fecha, a outra se abre. Mas muitas vezes ficamos tão preocupados com a porta que fechou que nem conseguimos ver a outra se abrindo.

Nunca deixe de abrir uma nova porta. Por ela podem entrar amigos inesperados, amores verdadeiros, aventuras inesquecíveis... E não se esqueça, principalmente, de manter a janela bem aberta. Ela trará ao final de cada dia um lindo por-do-sol.
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March 16, 2012

No lugar mais seguro do mundo: o colo do Pai ; )!

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"Quando minha mente está cheia de dúvidas e preocupações, Tu me consolas e enches meu ser de alegria" (Sl 94: 19).

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=mBcqria2wmg&feature=related
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March 15, 2012

A vã filosofia não desconfia

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As questões espirituais são discernidas espiritualmente
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Paráfrase de 1 Coríntios 2.14

A espiritualidade cuida do transcendente. É o exercício de buscar o sentido da vida e de cada realidade que nos cerca. Considera que por trás de tudo, há um significado mais profundo. A espiritualidade cristã entende que o sentido último se encontra em Jesus Cristo, em suas palavras, na maneira como viveu e em seu sacrifício e ressurreição.

Sem essa consciência a vida tende a ser tratada pela via materialista, como se tudo o que é, tivesse seu fim em si mesmo, e como se cada realidade, experiência ou objeto estivesse desconectado do todo.

Mas se a vida é também espiritual e se aquilo que é intangível é ainda mais denso, o que mais nos afeta na vida é o que não acessamos através de nossos sentidos físicos.

É nosso equívoco prestar mais atenção na casualidade física que na realidade espiritual, assim, confundimos anonimato com inexistência, pensamos que é o tempo que cura as feridas e não o perdão, acreditamos que o que os olhos não veem o coração não sente e pretendemos viver como se nossos atos não causassem efeitos importantes nas pessoas que amamos, em todas as demais, no equilíbrio do Planeta, da vida, na história e na sociedade.

©2011 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/a-va-filosofia-nao-desconfia/
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March 14, 2012

A arte da comunhão

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- por Ricardo Barbosa de Sousa

Uma das reclamações mais freqüentes em nossas igrejas é a falta de amizades sinceras, amor verdadeiro, relacionamentos profundos. Podemos ter uma boa estrutura eclesiástica, boa doutrina, boa música, bons programas, mas nada disto é suficiente para atender a necessidade humana de ser amado, aceito, acolhido, reconhecido e valorizado. Por um tempo, os programas ajudam a preencher este vazio, a música parece criar um clima saudável, o trabalho e a participação nos programas dão a sensação de que é disto que precisamos, porém mais cedo do que imaginamos, nos vemos de novo frustrados com a superficialidade afetiva, a hipocrisia dos que nos cercam, a ausência de amizades sinceras e profundas.

A conversão é a transformação do “eu” solitário num “nós” comunitário. É o chamado para sermos amigos de Deus e dos nossos irmãos. As parábolas e imagens do reino glorioso de Cristo sempre envolvem mesas fartas, festas, multidão de todas as línguas, tribos, raças e nações; Paulo nos fala de uma nova família, um corpo; João nos fala de um rebanho e de uma cidade — essas imagens revelam que o reino de Deus é o lugar onde as pessoas se encontram na comunhão festiva com Cristo.

Porém, para muitos, a igreja não tem sido este lugar; pelo contrário, tem sido um lugar de desilusão, frustração e solidão. Um lugar de mágoas, ressentimentos e traições. Sei que existem aqueles que se sentem acolhidos e amados em suas comunidades, mas esta não é a regra geral. No entanto, mesmo os que se sentem bem nem sempre experimentam uma verdadeira comunhão de amizade e amor.

Grande parte do fracasso na comunhão deve-se aos falsos ideais e às fantasias que projetamos. Para Bonhoeffer, a comunhão falha porque o cristão traz em sua bagagem “uma idéia bem definida de como deve ser a vida cristã em comum, e se empenhará por realizar esta idéia... Qualquer ideal humano introduzido na comunhão cristã perturba a comunhão autêntica e há que ser eliminada, para que a comunhão autêntica possa sobreviver”. Para ele, o ideal que cada um traz para a igreja acaba sendo maior que a própria comunhão e termina destruindo-a.

As imagens bíblicas de banquete, mesa farta cheia de amigos, nos ajudam a refletir melhor sobre o significado da comunhão e da amizade. Quem viu o filme ou leu o livro A Festa de Babette percebe isto. Babette chega a um vilarejo na Dinamarca fugida da guerra civil em Paris e emprega-se na casa de duas filhas de um rígido pastor luterano. As irmãs seguem à risca os rigores da sua fé pietista, que as proíbe de qualquer prazer na vida, sobretudo o material. Um dia, Babette descobre que ganhou um prêmio na loteria e, em vez de voltar para a França, onde havia sido uma exímia cozinheira em Paris, pede permissão para preparar um jantar em comemoração do centésimo aniversário do pastor.

Sob o olhar suspeito das irmãs, Babette prepara o banquete. Durante o jantar, o sabor de cada prato, o aroma do vinho, o prazer de cada mordida, foi lentamente quebrando a frieza, demolindo as antigas mágoas e transformando aquela mesa num encontro de corações libertos. Quando terminou, uma das filhas, Philippa, assustada pelo fato de que Babette teria usado toda a fortuna da loteria naquele jantar, disse: “Não deveria ter gasto tudo o que tinha por nossa causa”. Depois de pensar um pouco, Babette respondeu: “Por sua causa?”, retrucou. “Não, foi por minha causa”. Depois disse: “Sou uma grande artista”. Após algum silêncio, Martine, a outra irmã, perguntou: “Então vai ser pobre o resto da vida, Babette”? Babette sorriu e disse: “Não, nunca vou ser pobre. Já lhes disse que sou uma grande artista. Uma grande artista nunca é pobre”.

Comunhão e amizade é o trabalho de artistas. A riqueza de um artista nasce de sua capacidade de oferecer o melhor. Ao oferecer o melhor que podia, Babette abençoou a si e aqueles que provaram do seu dom. Na arte da construção da comunhão e da amizade, precisamos oferecer o que temos de melhor, seja uma boa refeição ou uma boa música, uma boa conversa ou um lindo sorriso.

Não foi isto que Cristo fez?

Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília. É autor de Janelas para a Vida e O Caminho do Coração.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/?pg=show_artigos&secMestre=1253&sec=1274&num_edicao=301
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March 13, 2012

Novos caminhos

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"Vejam, estou fazendo uma coisa nova! Ela já está surgindo! Você não a reconhecem? Até no deserto vou abrir um caminho e riachos no ermo."

Isaías 43:19 NVI

Muitas vezes pedimos a Deus para mudar as situações da nossa vida. Oramos e choramos diante de Deus pedindo que Ele reverta uma situação que caminha para o que nós consideramos o caos. Outras vezes oramos para que um desejo que temos seja realizado. Quando fazemos isso, oramos sempre desejando manter o controle da vida em nossas mãos.

No entanto, o nosso Deus é criativo, e como todo criativo não consegue deixar as coisas como estão sem desejar que elas melhorem. Ele olha para nossa vida e na Sua sabedoria decide que certas coisas devem mudar, para o nosso próprio bem.

Aí, ele põe a mão e começa a mudança.

Sabe o que nós fazemos? Na maioria absoluta das vezes nós nos desesperamos. Ficamos totalmente descontrolados com o que está acontecendo pois as coisas simplesmente saíram do NOSSO controle e nós não conseguimos enxergar ninguém dirigindo essa bagunça que se tornou a nossa vida.

Mas Deus está dizendo através do profeta que este é o tempo da transformação e ele afirma com entusiasmo "eu estou fazendo uma nova obra de arte aqui! Já está surgindo, já dá para ter um vislumbre, você consegue ver?"

Se você já começou o ano com sensação de turbulência, então aperte os cintos, porque o ano está só no início e Deus tem o ano todo para fazer a obra dEle em sua vida. Deixe que Ele te transforme, que Ele mude o precisa ser mudado. Tenha certeza: Ele só fará o que for melhor para você!

Abra mão do que não é necessário, mude de opinião se for preciso, aprenda mais, estude o que não sabe, seja humilde em aceitar conselho, não importa o que Deus pedir de você neste tempo, obedeça.

Enquanto estiver fazendo isso você vai começar a ver as estradas se formando no seu deserto.

"Pai querido, continua a realizar a Tua obra em minha vida e ajuda-me a enxergar rapidamente o que estás fazendo, para que eu possa compreender e colaborar contigo."

- por Vinicios Torres

Fonte: http://ichtus.com.br/publix/ichtus/devocional/novoscaminhos.html
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March 12, 2012

Um novo dia, um novo recomeço

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COMEÇAR DE NOVO
2 Samuel 12.16-24

Todo mundo tem de chorar seus mortos. Quem não vive os seus lutos não consegue se libertar da presença da morte. Quando o filho de Davi, fruto de seu adultério com Bate-Seba, estava para morrer, Davi se trancou no quarto, não quis falar com ninguém, não se barbeou, caiu prostrado na cama e ali "curtiu" sua dor até o limite em que sua alma podia agüentar. Quando o menino morreu, ele se levantou da cama, tomou seu banho, chamou sua mulher e resolveu fazer outro filho.

Sua história se tornou paradigma de recomeço. Tem uma hora que nós devemos permitir que os mortos se vão, que o passado fique pra trás, que as tragédias e amarguras sejam deletadas do arquivo das emoções. Há tempo para tudo e a integridade do ser está em sofrer, lutar e se alegrar nos tempos devidos.

Há pessoas que preferem manter seus mortos-passados bem presentes em sua memória e até visíveis a todos ao seu redor, fazendo disso um álibi para justificar sua decisão de 'não' viver, de morrer lentamente, porque tem medo de lutar. Preferem conviver com o estigma de perdedor e 'coitadinho' a levantar a cabeça e começar de novo.

Quando acabar o tempo do choro o melhor é levantar e começar de novo. O passado está na cruz, o futuro é eterno.

Foi porque Davi recomeçou que Salomão nasceu.
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March 11, 2012

Ambiente de intimidade

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- pr. Ricardo Barbosa

Nas orações podemos apresentar nossas dúvidas e inquietações com liberdade:

  • Até quando? (Sl 13)
  • Por quê? (Hc 3)
O que é necessário para tornar um relacionamento uma realidade?
Abrir mão de uma fatia de liberdade.

Preciso abdicar do que sou para que este relacionamento aconteça (abrir mão de certas prerrogativas). Num casamento não pode existir monopólio de poder.

Humilhar é a atitude adequada para quem decidiu amar.

É estar aberto para o talvez, para as possibilidades. Temos dificuldade em lidar com paradoxos, integrar diferenças.

Quanto mais amo, mais livre
A minha identidade está no amor que tenho pelo outro
Quanto mais amo e me doo, mais verdadeiro me torno
Quanto mais me volto e me entrego, mais rico fico
A minha segurança, dignidade e liberdade
É Ele quem me assegura!

Pelo medo de amar, de sofrer, de permanecer leal, a gente se afasta.

"A intimidade do Senhor é para aqueles que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança" (Sl 25: 14). 
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March 10, 2012

À toa na vida

Baseado na Parábola dos Talentos
Mateus 25.14-28

Jesus Cristo era sabatinado por seus discípulos às portas de sua despedida-crucificação-até breve-retorno. O tema era seu retorno. Mas os discípulos queriam chegar ao fim da história e se ocuparam dos tópicos a respeito do Fim do Mundo. Queremos saber quando tudo vai acabar. Como vai acabar? Quando as Nações serão julgadas? Como serão julgadas? Enfim, eles queriam mais saber das realidades que estão sob controle Onipontente de Deus, misteriosas e incognicíveis ao limitado entendimento humano. Eles estavam ocupados do sobrenatural.

Então Jesus chama sua atenção para a vida, para a história de cada um, contando uma metáfora que utilizava recursos de dinheiro investido em banco pelos empregados de um patrão poderoso. Dois deles investiram os valores recebidos que ao final da tarefa haviam multiplicado, enquanto um outro, por medo de arriscar, enterrou o que recebera e devolveu do mesmo jeito. O empregado medroso perdeu o que havia recebido e foi reprovado pelo patrão, enquanto os outros dois foram elogiados e receberam mais.

Partindo do contexto e da conversa, creio que Jesus estava alertando os discípulos de que não era necessário e prudente contar com realidades sobrenaturais e misteriosas na lida com a vida. Esperar pelo imponderável, contar com o que não existe, jogar na responsabilidade de Deus, das cartas, da Lua, de outras vidas a única vida que recebemos, é como enterrar talentos [os valores que cada empregado deveria administrar] e esperar chegar o patrão [a vida que cobrará de cada um o que foi feito com o que recebeu, segundo Salomão em Eclesiastes 12].

Ocupar-se do além, do amanhã, do desconhecido, é ficar deitado em casa esperando o emprego cair do céu, é viver a angústia paranóica das suposições ao invés da conversa madura e franca, é guardar rancor por anos, décadas, é conviver com o silêncio e a “solidão a dois” dos relacionamentos sem liga, é postergar pra daqui a pouco ações e sofrer com as intenções frustradas. Enfim, é ficar esperando que algo sobrenatural aconteça, à toa, vendo a vida passar.

A fé sadia é a que mexe nas águas da existência, é a que levanta uma pessoa de seu ostracismo existencial e a faz viver, com o que recebeu na vida, a fim de multiplicar sua história e chegar ao final da vida tendo vivido tudo o que podia, sem medo.

Fé não é principalmente o que faz operar o sobrenatural em nosso favor, mas é o que opera a nós mesmos em nosso favor, em favor da vida, de tudo.

© 2006 Alexandre Robles

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March 09, 2012

Orar é experimentar intimidade com Deus

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Chérie,

hoje termina o curso ministrado pelo Ricardo Barbosa sobre Oração - quanto preciso crescer em graça!

Às vezes a gente pensa que sabedoria é o bastante, mas não adianta ter conhecimento se ele não gera vida.

Para refletir:

  • a oração é a conversa que nos sustenta nesse mundo iníquo e sem sentido (existe lógica em apanhar num campo de concentração, qual a razão? não busque sentido senão você vai enlouquecer);
  • a oração é a consciência de que sou único porque Deus me ouve e me compreende;
  • a oração nos dá identidade em Cristo para experimentarmos uma nova realidade (entender a realidade com a consciência de quem somos diante de Deus);
  • mais do que falar, oração é ouvir;
  • cuidado para não "usar" Deus e as boas ações para atender aos nossos próprios interesses;
  • a vontade de Deus já foi revelada: que em tudo sejamos cada vez mais parecidos com Cristo;
  • o teste vai acontecer, a súplica é para que você não caia (o teste desnuda quem você pensa que é);
  • intimidade é algo que se constroe (ouvir, ser atencioso, respeitar na singularidade, devotar paciência);
  • confissão não tem a ver com o que aconteceu no passado, mas sobre quem eu sou.
Depois escrevo mais.

Bjs,

KT
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March 08, 2012

Fidelidade

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Deus é um Deus de memórias.

A nossa paciência tem limites, mas Deus não deixa de amar.

O que Deus está fazendo na sua vida é maior do que você está imaginando ou pensando.

O perigo é que algumas pessoas podem se perder em meio às perguntas.

Eu tinha planos extraordinários e vejo você preocupado com coisas mesquinhas... Você se afasta de mim e busca outras coisas.

Filho, Eu sofro por você!

PS- Para conferir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=j2xdQu5WH_A&feature=related
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March 07, 2012

Paciente ou cliente?

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Chérie,

eu sei, o dia do consumidor é só em 15 de março, mas o tema é válido para reflexão.

Hoje fui a um médico para uma consulta de retorno e fui tratada com uma consumidora (ao invés do carinho costumeiro e habitual) - mêda!

Em seguida, recebi um email de uma profissional da qual fui paciente e infelizmente senti um interesse utilitarista ao invés de uma preocupação genuína.

Que mundo é este cada vez mais permeado por relações monetarizadas?
E pior, por que ainda me espanto com este tipo de atitude?

A minha oração é para que você, eu, nós, descubramos nosso valor por meio do Amor!

Bjs,

KT
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March 06, 2012

Três perguntas que você precisa fazer

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- O que você quer?
- O que Deus quer?
- O que você vai fazer com o que Deus quer?
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March 05, 2012

A oração na noite escura da alma

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- pr. Ricardo Agreste

A ansiedade emerge dentro de nós por causa do medo ou falta de controle de uma situação.

Muitas vezes o Pai entra com providência e livra de uma situação qdo vc pede, mas às vezes Ele pode permitir que vc passe por determinada situação COM ELE (nunca sozinho) para vc crescer.

Os problemas te levam para mais perto dEle. Como Jó afirmou: “antes eu te conhecia só de ouvir, hoje eu te vejo” (Jó 42: 5).

Vc cresce e se fortalece com os problemas (na verdade são bênçãos disfarçadas) porque o nosso Deus não desperdiça nada, Ele transforma todo mal em bem (Gn 45: 4 a 8).

Visão grega (fragmentada, onde o espírito está separado do corpo)  x Visão hebraica (holística, integrada, o ser é uma coisa só)

Temos uma visão fragmentada do que é um problema, não percebemos que no meio de coisas ruins sempre têm coisas boas.

Alguns problemas que vivemos emergem sem que tenhamos sido envolvidos, mas se confiamos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8:28) podemos acreditar que alguma coisa boa está escondida!

Na noite escura da alma, Deus nos transforma.

Porque “o problema nunca é o problema, mas o que vc vai fazer com o problema”. O problema não é o que fizeram contigo, mas qual atitude vc vai tomar, como irá responder ao problema.

MATEUS 26

36 Então Jesus foi com seus discípulos para um lugar chamado Getsêmani e disse-lhes: "Sentem-se aqui enquanto vou ali orar".
37 Levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.
38 Disse-lhes então: "A minha alma está profundamente triste até à morte. Fiquem aqui e vigiem comigo".
39 Indo um pouco mais adiante, prostrou-se sobre seu rosto e orou: "Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres".
40 Então, voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo. "Vocês não puderam vigiar comigo nem por uma hora?", perguntou ele a Pedro.
41 "Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca".
42 E retirou-se outra vez para orar: "Meu Pai, se não for possível afastar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade".
43 Quando voltou, de novo os encontrou dormindo, porque seus olhos estavam pesados.
44 Então os deixou novamente e orou pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras.
45 Depois voltou aos discípulos e lhes disse: "Vocês ainda dormem e descansam? Chegou a hora! Eis que o Filho do homem está sendo entregue às mãos de pecadores.
46 Levantem-se e vamos! Aí vem aquele que me trai!"

Jesus tinha vários tipos de relacionamento: lidava com as multidões, com o grupo de 70, com os 12 discípulos, mas era com os 3 amigos Pedro, Tiago e João que abria o coração. É importante a gente aprender a desenvolver a capacidade do discernimento: o nosso viver não é para ser confidenciado com a torcida do Corinthians!

As tristezas precisam ser vividas ao limite, esgotadas até o fim (imanência) e nunca negadas.

O que adoece a nossa alma:
  • rejeição
  • apego à tristeza, como se ficasse “de estimação”
Não é errado verbalizar nossos desejos. O importante é submetê-los ao Pai porque Ele sabe o que é melhor (todo trabalho é do Pai; o nosso é apenas confiar nEle).

Fico pensando como deve ter sido difícil “partir o pão e oferecer o cálice” logo após ser traído. E dizer que um “beijo” selou a traição (para mostrar para a gente que um ritual fica vazio quando perde a sua essência, o seu significado)!

A oração na noite escura da alma

1) Oportunidade de vc tornar-se cúmplice do outro.

v. 27 - Jesus chama seus amigos “ Em todo tempo ama o amigo, mas na angústia se faz o irmão” (Pv 17:17)
v. 38 - Jesus compartilha seus sentimentos “Levai a carga uns dos outros” (Gl 6: 2)

2) Exercita-nos numa fé genuína.

Tipos de fé:
  • imatura (está no seu próprio mérito)
  • utilitária (está focada nos seus pedidos)
  • madura (fé no caráter de Deus)
v. 39 - Jesus tinha absoluta confiança no Pai e submeteu sua vontade (verbalizou) dando espaço para o Pai agir “Pai, passa de mim este cálice, mas não seja como eu quero, e sim como Tu queres”

Etapas na oração de Jesus:
  • pede que Deus transforme as circunstâncias (v. 39)
  • pede que Deus mude o seu coração e fortaleça-o p/ viver e enfrentar a situação (v. 42).
Conclusões e desafios:
  1. Vc possui parceiros de oração?
  2. Que tipo de fé se manifesta na sua oração:  imatura, utilitarista ou madura?
  3. Vc tem resistido às pressões? "Muita oração, muito poder. Pouca oração, pouco poder. Nenhuma oração, nenhum poder".
  4. Como vc se relaciona com Deus? "Ele é teu Deus ou é teu garçom?" - Desafio: Deixe Deus ser DEUS!
Oração envolve intimidade, reconhecimento e silêncio.

É um movimento do seu coração para o coração de Deus; e do coração de Deus para o seu coração.

Só depois que isto acontece que o seu coração se torna instrumento do Pai para falar ao coração dos outros.

Porque é na comunidade e nos relacionamentos que o mover e o amor do Pai se manifestam!
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March 04, 2012

Deus está no escuro da nossa alma

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Salmo 139

Uma das mais desgastantes tentativas humanas é a de disfarçar o que de pior há em si mesmo. Isso acontece até mesmo de maneira inconsciente.

Essa tentativa de mascarar o que há de pior em nós se deve ao medo da rejeição. Se virem o que lutamos para não mostrar, tememos que nos abandonem. Portanto, nossas energias são dispensadas na busca de uma imagem correta.

O problema é que exige ininterrupta atenção à pessoa que criamos, convivemos com a esquizofrenia de sermos alguém e parecermos outro. Não se trata de dupla personalidade, porque esta “resolveu” o dilema dos dois seres às avessas, quando os dois se manifestam e já não se sabe quem é quem. Mas se trata de personalidade dividida, que todo ser humano sob o efeito da Queda tenta administrar da melhor maneira que pode. Somos ambíguos, cindidos entre o que somos e o que gostaríamos de ser ou pensamos que gostariam que fôssemos.

Mas o certo é abraçarmos o pior que há em nós submetendo à verdade aquilo que somos, com nossas tendências e desvios. Devemos assumir quem somos e não lutar para esconder. E somente faremos isso quando entendermos que Jesus Cristo morreu pelo pior que há em nós e não pela imagem que projetamos.

Ele veio resgatar aquilo que somos e não aquilo que aparentamos ser e por isso Ele está ao lado de quem somos nas profundezas do ser, esperando pacientemente que tomemos coragem para ir até lá. Deus não está de fora resolvendo circunstâncias, Ele está dentro de nós, trabalhando no escuro de nossas almas, esperando-nos chegar.

© 2005 Alexandre Robles

Fonte: http://www.atual.info/dev/atual_devocionais_one.asp?IDDev=227
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March 03, 2012

Problemas, paradoxos e perplexidades

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- pr. Ed René Kivitz

Fecha a porta do teu quarto para orar. Esta orientação de Jesus pode significar a necessidade de um ambiente onde os ruídos na comunicação sejam mínimos: nada de telefones tocando, crianças reclamando atenção, chefes cobrando tarefas, religiosos cochichando, rádios e televisores ligados, sinais anunciando e-mails recebidos, sinais de amigos no messenger, gritarias pela casa, ou qualquer coisa que possa competir com a atenção que deve ser exclusivamente dedicada a Deus, que recebe nossa oração.

Fechar a porta do quarto pode também significar outra coisa, a saber, a busca de um estágio profundo de instrospecção. Abandonar o barulho das vozes, silenciar os pensamentos e alcançar aquela quietude de alma recomendada pelo Pai Celestial: "Aquietai-vos e sabei que sou Deus".

Algumas pessoas conseguem apreender apenas aquilo que as palavras traduzem. Estão na camada dos óbvios e naturais da vida. Ficam na cadeia de causas e efeitos e tratam tudo como PROBLEMA: o que dá para montar, dá também para desmontar; o que pode deixar de funcionar, pode também ser consertado; o que pode ser expresso em palavras, pode ser compreendido e controlado. Isso vale para máquinas de lavar, aviões supersônicos, pessoas e relacionamentos, pensam elas.

Mas há pessoas que vão um pouco mais longe e descobrem que a vida não é tão lógica assim. Tratam a realidade na categoria do PARADOXO. Sabem que duas pessoas podem ter razão ao mesmo tempo, que pessoas podem ser capazes de fazer tanto o bem quanto o mal, enfim, que a vida é muito mais um degradê de cinzas do que um quadro em preto e branco.

Finalmente, há pessoas que penetram a dimensão da PERPLEXIDADE. Já não se ocupam tanto em compreender, explicar e controlar. Sabem que algumas coisas simplesmente são, sem qualquer explicação aparente ou apesar de todo o absurdo. Sabem apreciar a música e a poesia. Abraçam crianças, rolam no chão com seus cães e ficam extasiados com um pôr de sol. Não precisam de palavras para trocar segredos de amor, sabem como foi o dia dos filhos pelo bater da porta do quarto e se comunicam com os olhos, mesmo estando nos extremos de um salão de festa. Suas vidas estão além das fronteiras da razão e dos sentidos físicos. São sensíveis ao belo, ao bom, ao justo e ao verdadeiro.

A mente de Deus é, também, lógica e sua sabedoria capaz de oferecer solução às questões mais complexas da existência. Mas a intimidade com Deus se aprofunda no quarto, a portas fechadas, na quietude da alma, onde as palavras funcionam mais para fugas do que aproximações e o silêncio é significativo, como a mais bela das vozes a pronunciar a mais fértil das frases: "Tu és meu filho amado, em quem tenho prazer".

Fonte: http://www.ibab.com.br/palavra-pastoral.php?id=24
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March 02, 2012

Paradigmas

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Um paradigma é uma maneira de ver e examinar a realidade. Um paradigma estabelece onde começamos os nossos pensamentos sobre um assunto.

Paradigmas são poderosos e importantes.

Considere este exemplo: um grupo de pessoas cansadas viajava dentro de um vagão de um trem de metrô. Quando o trem parou para embarque e desembarque de passageiros, entrou ali um pai e quatro filhos pequenos. O pai parecia completamente exausto e os filhos estavam totalmente descontrolados.

Ninguém falou com as crianças apesar do desconforto que criaram no vagão. Corrigir os filhos dos outros no metrô não faz parte do paradigma de viagens de metrô.

Finalmente um passageiro mais idoso viu o suficiente e resolveu chamar a atenção do pai porque uma das crianças pisou no seu pé e o barulho o incomodou muito. O idoso olhou para o pai de disse: "Qual é o seu problema? Você não consegue controlar os seus filhos?"

O pai olhou como alguém acordando de um sonho. Ele conseguiu juntar os filhos perto dele e com lágrimas nos olhos disse "Eu sinto muito. Acabamos de sair do hospital. A mãe deles, minha esposa, acabou de falecer.".

De repente o paradigma mudou de uma avaliação que julgava o pai por violar o paradigma de viagens pelo metrô para um paradigma de compaixão por pessoas em grande sofrimento.

Todos no vagão fizeram a mudança de paradigma e começaram a abraçar o pai e os filhos oferecendo apoio de todo tipo. Este é o poder de um paradigma sobre o nosso comportamento e avaliações.

Existem muitas pessoas que entram nas páginas da Bíblia com um paradigma errado. O paradigma que tem ao entrar no estudo da Bíblia é que ela descreve uma batalha entre o bem e o mal e entre pessoas boas e pessoas más.

Este paradigma faz com que elas vejam a Bíblia em termos de certo e errado. Isto é um desastre porque dividir o mundo em gente boa e gente má cria mais e mais sofrimento.

O paradigma correto para entrarmos na Bíblia nós iremos encontrar em Genesis 1-3. É a história do amor perfeito de Deus e sua constante generosidade com a humanidade. Também é a história da morte do Pai e da Mãe de todos nós. Como esta morte nos deixou tristes, sofrendo e perdidos!

Se não olharmos a humanidade como enlutada e perdida após a morte de Adão e Eva será olhar tudo e todos com o julgamento de “certo versus errado” e como “gente boa versus gente má”.

Quando você estuda a Bíblia procure ver o caráter amoroso de Deus em tudo. Esqueça-se do paradigma do certo e errado e gente boa versus gente má.

Todas as pessoas que você vê todo dia sofreram uma perda enorme quando Adão e Eva morreram. Nós sofremos a mesma perda.

Seu paradigma da Bíblia permite que você chore por elas e amá-las? Jesus chorou por elas. Jesus não veio julgá-las porque Ele estava presente no jardim quando o Adão e a Eva morreram no pecado.

Jesus sabe porque somos o que somos. Ele sabe que julgar não vai ajudar.

Somente o amor de Deus em Cristo por todos no Calvário pode ajudar. Que paradigma libertador é a cruz!

Cuidado com os seus paradigmas. Veja tudo e todos com os olhos de Jesus.
 
Fonte: http://www.permanecer.com.br/v2/devocionais/blog.html
 
PS- Para refletir: assista a animação russa http://www.youtube.com/watch?v=gG-TL0S3sN8
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March 01, 2012

A arte de viver

A função da arte
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- Eduardo Galeano

Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul.

Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.

Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.

E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:

- Me ajuda a olhar!
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