May 31, 2012

A paz, a guerra e o amor

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Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito,
diz o Senhor dos Exércitos.
Zc 4: 6
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Chérie,

integrar paradoxos é coisa de gente grande (rs), por isto é um desafio para a vida inteira.

Quer ver? Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos... Hã, como assim?! Deu nó?!

Mas olha que descoberta interessante: o oposto de paz não é guerra, e sim a discórdia.

Guerra pressupõe que duas partes defendem fortemente os seus pontos de vista, embora divergentes. Porém se estiverem dispostos a ouvir um ao outro para resolver a questão, é possível chegar num consenso.

Discórdia é estar contra só por estar; sem a preocupação de resolver, de convergir numa solução.

Paz não é a ausência de guerra, e sim a vitória do Amor.

E o que o Amor tem a ver com a paz?

No amor você está inteiro, defende seu ponto de vista sem medo, e ao mesmo tempo está aberto para o outro, acredita que ele é como você, buscando o melhor, por isto respeita e pode sentar para ouvi-lo, mesmo que a opinião seja diferente.

E assim, é possível chegar num acordo. Pois vocês estão comprometidos com o que é melhor, não em definir quem está com a razão.

Capisce?!

Beijos,

KT

PS- Não sabe o que é Amor? Fala sério, francamente (rsrsrs)... vai lá: http://www.bibliaonline.net/biblia/?livro=46&versao=2&capitulo=13&leituraBiblica=&tipo=&ultimaLeitura=&lang=pt-BR&cab=
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May 30, 2012

Para brilhar, o diamante precisa ser lapidado

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Chérie,

você só está vivo enquanto estiver aprendendo (o que significa passar por uns perrengues de vez em quando - como assim?) rsrsrs.

Sabia que um diamante precisa passar por lapidação para brilhar mais?

É, eu sei... crescer doi, mas vale a pena (rs ; )!

Por isto, que tal enfrentar as dificuldades como um desafio, uma oportunidade para crescer?

E se a vida é um eterno aprendizado, entre paideia e aretê, escolha o caminho da excelência.

Gambarê ; )!

KT
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May 29, 2012

A ostra e a pérola

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Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas.

Pérolas são produtos da dor, resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejada no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia. Pérolas são feridas curadas.

Na parte interna da concha é encontrada uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de areia penetra, células de nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola vai se formando.

Uma ostra que não foi ferida, de algum modo, produz pérolas pois a pérola é uma ferida cicatrizada.

Você já se sentiu ferido pelas palavras rudes de alguém? Já foi acusado de ter dito coisas que não disse? Suas ideias já foram rejeitadas ou mal interpretadas? Você já sofreu os duros golpes do preconceito? Já recebeu o troco da indiferença? Então produza uma pérola.

Cubras suas mágoas com várias camadas de amor.

Infelizmente são poucas as pessoas que se interessam por este tipo de movimento. A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos deixando as feridas abertas, alimentando-as com vários tipos de sentimentos pequenos e portanto, não permitindo que elas cicatrizem.

Assim, na prática o que vemos são muitas ostras vazias, não porque não tenham sido feridas, mas porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor.
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May 28, 2012

O potencial criativo do sofrimento

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Chérie,

às vezes passamos por coisas na vida que não fazem o menor sentido (e não adianta perder tempo buscando entender, senão ainda corremos o risco de enlouquecer).

Os orientais acreditam que o sofrimento colabora para manter o foco naquilo que é importante, aumenta o poder de concentração. E todo artista talentoso usa o sofrimento e a melancolia como força motriz para criar.

O que estou aprendendo (não de ouvir, mas de viver na própria pele) é que o nosso sofrimento e as nossas maiores dores tem o potencial criativo de se transformar na nossa maior força.

É quando a nossa vida se torna uma oferta, um transbordar de Amor para quem estiver perto: jorrando, inundando e alagando a partir de nosso próprio coração.

Eu sei, quando a gente está em pedaços, é difícil acreditar, não é mesmo?

Mas o desafio é não perder a esperança; é enxergar o impossível por meio da e continuar amando porque é o Amor que dá valor à nossa existência.

E assim como Jesus trouxe Lázaro à vida (Jo 11), Ele pode trazer a você e a mim.

Chérie, até mesmo os milagres não são instantâneos (Lázaro teve de ser desatado antes de sair da caverna), então seja paciente.

Um dia por vez.

Você não está só: o Pai está carregando você em Seus braços de amor, cuidando, chorando junto (e eu na retaguarda, cobrindo sua vida em oração).

Te amo nEle, viu?

Bjs,

KT

PS1- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=9YU6dtuUxt4

PS2- Para entender melhor o conceito 'Feridos que curam', vai lá: http://bencaopura.blogspot.com.br/2012/02/quando-as-dores-se-tornam-sua-maior.html
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May 27, 2012

Como você utiliza seu tempo e recursos mostram onde está o seu coração

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Chérie,

sabe como a gente descobre o que tem prioridade na nossa vida? Vendo no que a gente investe mais tempo e recursos.

Temos buscado a Deus em 1o. lugar em nossas vidas (Mt 6: 33) confiando que todas as outras coisas vão ser acrescentadas?

Um lembrete importante: onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração.

Um beijo carinhoso,

KT
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May 26, 2012

Nunca

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- Rodrigo Penna

Nunca duvide do tempo, relógio, compromisso, chuva, sol, vento.
Nunca se iluda com a previsão, clima é cheio de temperamento.
Nunca colecione sucessos, esse ouro dos tolos.
Nunca acredite em espelhos e jornais.
Nunca se engane pela expectativa dos outros.
- A chama mora na sua ilusão, seja ela qual for.
Nunca tenha medo de ter medo, a coragem depende disso.
Nunca deixe sua neura ser maior que a paisagem.
- Ah, a paisagem!….
Nunca se esconda atrás dos compromissos, a vida passa.
Nunca desista da dúvida, ela norteia e fortalece.
Nunca aposte contra alguém, isso volta.
Nunca permita que o indivíduo seja maior que o humano. Vaidade.
Nunca diga 'eu te amo' se não puder suspirar.
Nunca abandone um amor se não lembrar o porquê.
Nunca vire as costas pro que te faz sorrir.
Nunca discuta com um idiota, num instante serão dois discutindo.
Nunca leve muito a sério o sofrimento, isso emburrece.
Nunca feche os olhos pro que está por vir, nem olhe pra trás.
Mas nunca esqueça que 'nunca' é tarde demais.
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May 25, 2012

Tempo de ser feliz (ou não) rsrs...

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Chérie,

o tempo é um dos bens mais preciosos da vida, pois o que você deixou passar, não volta mais.

Por isto a importância de valorizar cada segundo.

Tem gente que desperdiça tempo: vive de cara amarrada, colecionando picuinhas.

E tem gente que decide ser feliz: valorizando cada fagulha de vida, desfrutando cada migalha de tempo.

E você?

O que faz do seu tempo?

Bjs,

KT
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May 24, 2012

Que tipo de pessoa estou me tornando?

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Somos capazes de nos orgulhar de coisas em nós que são essencialmente vergonhosas

- por Eduardo Rosa Pedreira

Estou lendo a autobiografia de Andre Agassi. Para aqueles que não acompanham as competições de tênis, talvez tal nome não diga nada. Porém, os fãs desse esporte sabem que Agassi é considerado um dos cinco melhores tenistas da história. Um espetacular jogador, que, curiosamente, entrou nas quadras não por opção, mas pela intensa obsessão do seu pai. Quando o filho tinha cinco anos, ele já o forçava a bater na bolinha amarela com uma raquete. “Você tem que rebater diariamente 2.500 bolas, para sonhar ser um grande tenista”, dizia repetidamente.

No penúltimo jogo da sua carreira, prestes a abandonar as quadras, Agassi descreveu uma interessante jornada por suas memórias. Mentalmente, viu dentro de si a criança que um dia foi, rebatendo bolinhas como louco, para alimentar um sonho que não era seu. Lembrou-se dos altos e baixos, das dores e alegrias, de tudo quanto fizera até chegar àquele condição – um homem rico, famoso e consagrado. A criança do passado fora substituída por um superastro, mas ele não pôde deixar de fazer a si mesmo um inquietante questionamento: - será que a pessoa que havia se tornado era alguém de quem o menino que ainda trazia consigo teria orgulho? Por outras palavras: ele realmente poderia se orgulhar da pessoa que havia se tornado?

Esta não é uma pergunta que, de tempos em tempos, todos nós deveríamos nos fazer? Nós, que somos engolidos pelo cotidiano, pressionados pelos compromissos profissionais e financeiros, sobrecarregados pelas múltiplas demandas pessoais e familiares; nós, que corremos atrás do vento, buscando resultados e reconhecimento; que lutamos para manter um padrão de vida – o que muitas vezes acarreta o sacrifício de sua qualidade – e que acordamos cedo e dormimos tarde, na tentativa de aliviar o cansaço para logo depois começar tudo novamente... O tempo vai passando e, à medida que a vida escorre, eu e você vamos nos transformando em alguém, vamos sendo moldados nas formas da nossa existência. É uma metamorfose inexorável, da qual ninguém escapa.

Experiências boas e ruins vão compondo nossa jornada. Elas podem nos transformar em um indivíduo a ser detestado por nós mesmos ou pelos outros ou em alguém que nada mais é que uma versão madura e bonita da criança que um dia fomos. Acontece que podemos nos tornar uma pessoa deformada e detestável e, ainda assim, gostarmos desta versão de nós mesmos. Somos capazes de nos orgulhar de coisas em nós que são essencialmente vergonhosas. Por isso mesmo, uma segunda reflexão, ainda mais desafiadora, nos é colocada. Será que estamos nos transformando na pessoa que Deus deseja que sejamos?

Verdade que a pessoa em quem estamos nos tornando não é uma criação somente nossa. Ela é resultado das múltiplas influências que incidem cotidianamente sobre nós. Ao longo dessa jornada chamada vida, vamos interagindo com pessoas, com ambientes, com experiências – e é o somatório disso tudo que nos transforma em quem somos. Por saber disso, Deus coloca santas influências em nossa vida, para que, a partir delas, cada um de nós possa ser moldado às condições que ele gostaria que tivéssemos. Quanto mais convivemos com elas, tanto mais próximos estamos do desejo do Senhor. Se descobrirmos quais são essas influências divinas que atuam sobre nós, poderemos, conscientemente, conviver mais de perto com elas, a fim de que sejamos transformados em alguém de quem não somente nós mesmos gostemos, mas, sobretudo, que agrade ao Pai de amor.

Em sua infinita sabedoria, Deus encontrou uma maneira emblemática de nos ensinar isso. Um dia, no passado, ele mandou um de seus profetas entre o povo de Israel, Jeremias, visitar o atelier de um ceramista. Lá chegando, ele viu as hábeis mãos do oleiro transformar lama e barro em lindos vasos. Aquela matéria prima disforme e de aspecto desagradável, nada mais que terra misturada à água, virava verdadeiras obras de arte. Deus queria que o profeta e todos nós víssemos que esta era a história dele conosco. Sim, não importa que sejamos apenas lama, mas sim, aquilo em que podemos nos tornar – vasos de barro, feitos para a glória do Senhor.

Andre Agassi teve a coragem impressionante de admitir que sempre detestou o esporte ao qual se dedicou durante trinta anos. A razão disso? Ele simplesmente descobriu que viveu para ser alguém que era simples projeto de um pai tirano. Ainda bem que tanto ele como nós podemos buscar coisa diferente: ser aquela pessoa que o Pai deseja que cada um de nós seja. A pergunta crucial, que cada um de nós deve responder a si mesmo, é: Que tipo de pessoa estou me tornando?

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/materia.php?k=700
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May 23, 2012

A fé, a esperança e o amor

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Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três;
porém o maior destes é o amor.
1 Co 13: 13
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Chérie,

sempre que pensamos em Amor, a 1a. passagem que vem à mente é 1 Coríntios 13. Engraçado que quase não prestamos (eu, pelo menos) muita atenção nos dois 'acompanhantes': a fé e a esperança.

Sim, o Amor é o maior deles. Mas você já refletiu sobre os outros dois?

Conversei agora com minha prima que é mestre em grego, e ela explicou que a palavra  no original passa o conceito de confiança, de se colocar sobre. É um vocábulo utilizado em guerra, no sentido de permanecer em pé sem tombar.

A esperança aparece no sentido de cultivar uma expectativa positiva, de nunca duvidar, simplesmente esperar, crer acreditar que vai acontecer.

E o amor, bem... este você já sabe, é o ágape (amor incondicional).

Se a Palavra cita os três dons, seria bom a gente refletir sobre o papel que cada um deles tem em nossas vidas.

A , a esperança e o amor estão presentes em você? E em suas crenças e relacionamentos?

É para pensar (e por em prática) rs...

Bjs,

KT

PS- Para ler na íntegra, vá lá: http://www.bibliaonline.net/biblia/?livro=46&versao=2&capitulo=13&leituraBiblica=&tipo=&ultimaLeitura=&lang=pt-BR&cab=
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May 22, 2012

O corpo traído

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- Isabelle Ludovico

O excelente livro de Alexander Lowen, com este título, aponta a síndrome mais freqüente de nossos dias: a cisão entre corpo e alma como forma de se proteger da dor. Vivemos numa cultura que valoriza o conhecimento teórico em detrimento do sentimento, o poder em detrimento do amor, a ação em detrimento da emoção e a mente em detrimento do corpo.

As emoções têm um registro corporal. É o corpo que sente prazer, se arrepia de medo e treme de raiva. A criança descobre logo como prender a respiração e amortecer o corpo para evitar o medo ou uma ansiedade muito forte. A emoção reprimida, por meio do autocontrole, se transforma em angústia e no medo de perder este controle.

É como uma bomba que não explodiu. Sem a consciência do corpo e das emoções, a pessoa se torna um espírito desencarnado e um corpo desalmado. O corpo, com seus sentidos, é sacrificado e submetido ao controle da mente. Come-se porque é meio-dia e não porque se sente fome.

No indivíduo integrado, o desejo de prazer gera um impulso que desperta sentimento, pensamento e ação. Corpo e mente são ligados pela função integrativa do prazer. Ao suprimir o medo, suprime-se também o desejo e o prazer. A unidade mente/corpo passa a ser mantida artificialmente pela força de vontade.

Alienada da sua identidade corporal, só resta à pessoa identificar-se com uma imagem compensatória e irreal de si mesma. O corpo se torna uma vitrine, um objeto moldado em função de critérios estéticos definidos pela sociedade. O sexo compulsivo se apresenta como uma forma de obter proximidade e calor. Pensamentos e fantasias substituem o sentimento e a ação destinada a satisfazer algum desejo. O amor é romanceado para compensar sentimentos genuínos. A pessoa se torna escrava de papéis e desenvolve seu trabalho de forma mecânica. Ela se dedica a empreendimentos egoístas que possam alimentar o culto à imagem ideal de si mesma que ela sobrepôs à realidade e ao corpo.

Quando a criança é seduzida por um dos pais, ela também se protege abandonando o seu corpo. Por outro lado, a ausência de uma intimidade física prazerosa com a mãe é sentida como abandono. Por medo de se sentir abandonada, a criança suprime o sentimento e o desejo e passa a evitar a intimidade. Sem consciência corporal, ela duvida que suas pernas sejam capazes de sustentá-la. É condenada a viver suspensa entre a realidade e a ilusão, entre a infância e a maturidade, entre a vida e a morte. Ela rejeita seu passado, se sente insegura em relação ao seu futuro e não possui presente já que não tem chão firme sob seus pés.

Recuperar o corpo significa resgatar essas emoções contidas debaixo da máscara que esconde que a pessoa está “morta de pavor”. Remover a máscara significa encarar o medo e a raiva. Abandonar a imagem ilusória de si mesmo pode parecer um mergulho no desespero, porém traz a surpresa de descobrir um chão seguro. Não se pode cair mais baixo do que na mão de Deus. A dor reprimida voltará logo que a pessoa restabelecer contato com seu corpo. Assim como o dedo congelado dói quando começa a esquentar, esta dor provém da luta que o corpo trava para ganhar vida. No caminho para a recuperação a pessoa irá passar por uma fase de profunda exaustão que pode durar semanas ou até meses. Nesse processo, a dor será substituída progressivamente por prazer e o desespero por sentimentos positivos.

Assim, o prazer só é acessível a quem não se desvia da dor e a trilha da alegria esbarra inevitavelmente na tristeza. A capacidade de sentir dor é também a capacidade de sentir prazer. Entregar-se ao cansaço é encontrar a paz do repouso. Querer poupar-se de emoções desagradáveis é condenar-se a viver num vácuo frio e sem vida. Como diz a música: “Quem quiser encontrar o amor, vai ter que sofrer, vai ter que chorar...” O sofrimento e a dor fazem parte da experiência humana assim como o amor e o prazer.

Ao resgatar sua identidade corporal, a pessoa torna-se capaz de perceber o que quer, o que sente e de que necessita. Assim, ela pode satisfazer os seus desejos e anseios. Esse processo rumo a uma vida mais integrada pode ser acompanhado por um terapeuta que enfrentará o desespero junto com o paciente e o ajudará a enxergar luz no fim do túnel.

É imprescindível segurar na mão de Deus para entrar nesse vale da sombra da morte onde estão entulhadas as emoções negadas. Abrir mão da imagem de super-homem para se tornar um ser humano de carne e osso, com luz e sombra, com emoções e desejos, é o grande desafio da nossa época que cultiva o narcisismo, o ativismo e o consumismo em vez de reconhecer que o sentido da vida reside fundamentalmente em amar e ser amado.

Isabelle Ludovico da Silva é psicóloga clínica, com especialização em Terapia Familiar Sistêmica. E-mail: isabelle@ludovicosilva.com.br

Fonte: http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=48&materia=60
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May 21, 2012

A experiência interior

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Fazer perguntas pode nos levar a trilhar novos caminhos

- por Eduardo Rosa Pedreira

A maiêutica é um método de aprendizado inventado pelo filósofo grego Sócrates (469-399 a.C.). Ele cria que a verdade estava dentro dos seus discípulos, cabendo-lhe, como mestre, apenas a tarefa de promover o chamado “parto intelectual”. Em outras palavras, o processo ajuda a nascer aquilo que o discípulo intuitivamente já sabia, mas por si só não era capaz de gerar. Usando desta metodologia, que consistia em fazer perguntas e não trazer informações prontas, o sábio ensinava seguidores a dar luz a novas ideias e a todo um conceito de viver. Foram as perguntas, e não as respostas, o ponto de partida de um dos momentos mais férteis do pensamento humano.

Fazer perguntas sem a preocupação de fornecer-lhes respostas pode nos levar a trilhar novos caminhos ou reencontrar rumos que já perdemos. Por exemplo – a nossa experiência com Deus tem várias dimensões ou somente uma? Se tem várias, quais são? Podemos dizer que há uma dimensão exterior desta experiência, perceptível ao olhar daqueles que conosco convivem e a nós mesmos? Mas também é possível afirmar que existe uma outra dimensão, que é interior e não percebida aos outros e a nós? O que acontece em nosso interior quando realmente estabelecemos uma relação de profunda intimidade com Deus? O que se mexe e remexe dentro de nós? Que transformações se dão? É esta dimensão interior da experiência com o Senhor a base para todas as outras?

O viver com Deus segue a ordem do “de dentro para fora”? Tem esta dimensão interior uma primazia sobre a exterior? Ou não tem? Se não, então podemos buscar a Deus fora de nós sem, primeiro, tentar vivê-lo em nosso interior? Ou estas duas dimensões – a exterior e a interior – acontecem sempre unidas uma à outra? Ao encontrar Deus fora de mim, automaticamente passo a vivê-lo dentro de mim? Por outro lado, será que esta divisão do interno e do externo não é meramente algo da reflexão teórica de um artigo como este, e na prática tais realidades são indivisíveis? Mas, se por um momento acharmos que sim, a dimensão interior da experiência com Deus vem em primeiro, se entendermos que é exatamente ali, no coração, “onde nascem as fontes da vida” – para usar a linguagem do poeta – é que tudo começa?

Não seria isso que o sábio autor de Provérbios quis dizer quando afirmou que, sobre tudo que se deve guardar, guarde-se o coração? Não terá sido esta a lição que Jesus quis ensinar-nos quando disse algo como: “Do coração procedem os maus pensamentos: mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias”? Se é assim, então os místicos estavam certos todo o tempo? Vale a pena então mergulhar profundamente na dimensão interior da experiência com Deus para de lá organizar toda a vida externa? Então, Thomas Kelly, devotado pastor quaker, estava na direção certa quando, em seu belíssimo livro Um testamento de devoção, afirma que há um centro divino em nós, a partir do qual todo o resto deve orbitar? Sim, a prevalecer esta lógica, outro Thomas, o Merton, monge trapista, estava correto quando optou por uma vida contemplativa, na qual tudo começa no interior para desabrochar exteriormente, como reflete em seu impactante livro Experiência Interior?

Se esta dimensão interior deveria ser melhor cuidada por nós todos, então quão pobre existencialmente tem sido a complexa vida dos cristão em nossas igualmente complexas cidades? Mas como cultivar algum nível de experiência interior com Deus se o despertador toca e com ele o ritmo alucinadamente externo se impõe na nossa vida? Como viver tal dimensão interior quando se está preso num baita engarrafamento? Seria possível cultivar o senso de presença de Deus dentro de nós se nosso interior está dominado pela tirania do urgente e do resultado que exigem de nós? Como dedicar tempo para esta dimensão interior quando, externamente, multiplicam-se os desafios para pagar contas, manter o emprego e guardar alguma coisa para a aposentadoria?

E quanto aos pastores? Como dar conta desta dimensão interior se cada vez menos eles são valorizados como homens de Deus e mais como oradores, que fazem da pregação ora uma plataforma de manipulação psicológica, ora um palco para exibição de intelectualidade? Como conseguir se interessar por Deus se existe uma enorme pressão para o crescimento das igrejas? Não estariam os ministros do Senhor, assim como a Igreja e a sociedade que a cerca, absoluta e irremediavelmente condenados à superficialidade? A trindade do nosso tempo – o deus-resultado, o filho-entretenimento e o espírito-distração – não estaria matando a dimensão interior da nossa experiência com Deus, mesmo quando estamos no culto?

Perguntas, simplesmente perguntas! Que sejam elas sementes a germinar uma reflexão capaz de nos levar às decisões e transformações necessárias para uma vida mais cheia de Deus.

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/materia.php?k=101
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May 20, 2012

Entre desencontros e reencontros

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Todos temos a difícil tarefa de lidar com amarguras em relação às atitudes de pessoas

- pr. Ricardo Agreste

Um dos maiores desafios que enfrentamos na manutenção de nossa saúde física, emocional e espiritual reside na forma como lidamos com os ressentimentos gerados pelos desencontros em nossas relações interpessoais. Em algum momento de nossa trajetória, todos nós nos deparamos com a difícil tarefa de lidar com as amarguras em relação às atitudes e palavras de pessoas que, consciente ou inconscientemente, nos feriram ou decepcionaram.

No evangelho de Mateus, Jesus inicia uma sessão de ensinamentos com a seguinte frase: “Se o seu irmão pecar contra você (…)”. Diante do que é colocado, Pedro levanta uma palpitante questão: “Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim?” Jesus responde de forma enigmática, dizendo que não deveria fazê-lo somente sete vezes, mas sim, “setenta vezes sete”, conforme Mateus 18.21-22. Dando continuidade ao raciocínio, o Mestre conta a história do rei que, diante da oportunidade de acertar contas com seus servos, optou por cancelar suas dívidas e deixá-los ir.

É interessante que a primeira preocupação que nos ocorre ao lermos este trecho é qual seria o significado da frase “setenta vezes sete”. Isso muitas vezes desvia a nossa atenção de alguns outros elementos bem mais importantes no texto. Um deles é o fato de que este conjunto de ensinamentos trata dos desencontros entre “irmãos” e “conservos”. Logo, nosso questionamento deveria ser identificar quem é esse irmão, a quem devemos perdoar, ou quem é o conservo cuja dívida devemos cancelar. Eles certamente não serão pessoas desconhecidas, aquela gente que simplesmente encontramos na fila do banco ou no ponto de ônibus. Tais termos referem-se a pessoas que têm compartilhado conosco de uma jornada mais constante, andando lado a lado numa caminhada de fé e na construção de uma relação de amizade.

Justamente por isso, somos levados à constatação de três grandes problemas em nosso relacionamento com aqueles que nos são como irmãos ou conservos.

O primeiro deles é que nossa maior dificuldade não é lidar com desencontros ocorridos com estranhos. O sofrimento e a crise se instalam de forma dolorosa e complexa quando o relacionamento com gente que compartilha de nossas vidas é abalado.

O segundo problema diz respeito ao idealismo que criamos em torno dessas pessoas que nos são próximas. É uma expectativa irreal pensarmos que gente que compreende o Evangelho e se rende a Jesus como Salvador e Senhor não está sujeita a sentimentos de inveja, ciúmes, rancor ou inimizade. Daí nossa decepção quando o relacionamento com alguém assim é abalado.

O terceiro problema aponta para a forma como trabalhamos esses nossos relacionamentos. Sempre atribuímos maior valor à última atitude ou palavra, sem levarmos em conta todas as atitudes e palavras que construíram a história daquela relação. Em outras palavras, não importam todos os depósitos que foram feitos ao longo das experiências vividas; diante do desencontro, agimos como se nosso irmão ou conservo não tivesse qualquer saldo em nossas vidas. Em qualquer destas situações, a solução é sempre abrir mão do orgulho, reconhecendo o valor dessas pessoas para nossas vidas e histórias, redimensionando nossas expectativas em relação a elas e levando em conta tudo de bom que construiu nossa história mútua, e que não pode ser desprezado em função de um erro fortuito.

Mas o que Jesus quis nos ensinar com essa história?

Primeiramente, que nós somos como o servo que não tinha como quitar a dívida com seu senhor. Deus é o rei que optou por cancelar nossas contas e deixar-nos ir, salvos e justificados. Logo, existem momentos que somente a consciência de quem somos diante de Deus pode nos dar a humildade suficiente para lidarmos com graça com nosso irmão ou conservo ofensor.

Em segundo lugar, a história nos ensina que perdoar não é um sentimento que brota espontaneamente dentro de nós. O perdão é uma decisão que tomamos de assumir os prejuízos gerados pelo ofensor, abrindo mão de toda e qualquer cobrança. Ao perdoar o devedor, aquele rei não estava dizendo que não existia de fato uma dívida, mas sim, que ele resolvera abrir mão do que lhe era devido. Ou seja, ele assumiu o prejuízo e liberou o outro de qualquer cobrança. E, muitas vezes, o perdão não consiste em um mero ato, mas em um processo – mesmo depois de tomarmos a decisão de cancelar as contas, somos surpreendidos por sentimentos que voltam a nos assaltar e nos impulsionar à demanda por justiça. Diante deles, precisamos renovar nossa decisão pelo perdão.

Agindo dessa forma, nossos desencontros serão movidos na direção de reencontros. Debaixo dos olhos do Pai Celeste, que tanto nos tem perdoado, somos motivados a fazer o mesmo com o irmão que pecou contra nós ou com o conservo que nos deve. Movidos pela graça que nos alcançou, somos capazes de derramá-la sobre aqueles que nos feriram ou decepcionaram.

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/materia.php?k=553
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May 19, 2012

Renovar para viver

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O novo só nasce quando o velho lhe cede espaço

- por Esther Carrenho

Renovação. Palavra que sintetiza novos sonhos, novos rumos, outras descobertas, ideias e conquistas! E é muito bom que a renovação aconteça. Afinal, planejar novos alvos, abrir-se para observar o diferente, reconhecer que há algo errado onde antes havia a certeza de que tudo estava certo e descobrir novas vivências são sinais de que a vida está acontecendo. O cantor e compositor Raul Seixas expressou tal sentimento em uma de suas músicas: “Prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.”

O que não se pode esquecer é que o novo só nasce quando o velho cede espaço. É necessário se despedir daquilo que não serve mais, mesmo que seja algo que cooperou para as novas aquisições. Acontece que agarramo-nos rigidamente a ideias, experiências e coisas herdadas, adquiridas – as boas e as más. E acostumamo-nos até com aquilo que nos prejudica, ao mesmo tempo em que rejeitamos o novo sem a devida reflexão e julgamento para avaliar que o preço a ser pago vale a pena. Assim, negamos a nós mesmos as novas vivências que poderão enriquecer nossas vidas.

Na Bíblia, temos o exemplo dos hebreus, que estavam sendo explorados, escravizados e torturados havia séculos pelos egípcios. A libertação chegou sob a liderança de Moisés, que os conduziu pelo deserto em direção a Canaã. Nas primeiras dificuldades da caminhada, entretanto, boa parte do povo começou a reclamar e a sentir a falta das coisas que ficaram para trás, nos tempos da escravidão. O povo ansiava por alhos, cebolas e melões – enquanto que, mais à frente, ficava a terra da qual, segundo lhes prometera o Senhor, manava leite e mel.

Esse episódio é uma boa ilustração da necessidade que temos de renovar muitas áreas da nossa vida. Quando o velho perde o sentido, temos a escolha de caminhar em direção ao novo. Mas, entre a comodidade do antigo e a estranheza do novo, há o deserto do nada, que é o esvaziamento do que tínhamos antes. Enquanto mantemos os olhos naquilo que não tem mais valor e perdeu o sentido, desprezamos a oportunidade de conhecer e experimentar o que chega. Sim, é preciso deixar o que morre para poder desfrutar do que nasce.

Renovar é um processo que deve fazer parte de toda a vida. O bloqueio das descobertas começa, em geral, na infância, quando as crianças são censuradas duramente por experimentar novos caminhos. Adultos, zelosos em extremo, não permitem aos filhos o risco dos erros da experiência; ou então temem tanto os possíveis acidentes, comuns na infância, que exageram no cuidado, coibindo todo e qualquer comportamento um pouco mais ousado. O menino é criticado por ter subido a um muro, por causa do risco de cair e, quem sabe, quebrar uma perna. Ou então uma garota é punida porque desmontou a boneca por pura curiosidade de conhecer o mecanismo dentro dela. No entanto, as ações típicas da infância só indicam que há um desejo de explorar e conhecer novas coisas, adquirir outras informações.

Há ainda os adultos impacientes que não aguentam esperar o tempo necessário para que o iniciante execute sua tarefa, aprendendo por si mesmo. Crianças e adolescentes que sofrem este tipo de proibições podem se tornar adultos presos, formatados ao que é estabelecido pelos outros. Ou, então, partem para outro extremo, rejeitando, junto com o que é nocivo, todas as boas coisas antigas recebidas e que deveriam ser perpetuadas. Assim, entram no desconhecido sem o devido cuidado, pagando alto preço, sem contar que ainda correm o risco de percorrer caminhos que levam a danos para toda sua vida, sem a possibilidade de retorno e acertos.

Maturidade emocional requer que o indivíduo faça uma avaliação de tudo que foi recebido, julgando por si o que precisa ser descartado e o que deve ser perpetuado. Quem é capaz de filtrar o que lhe chega e ir construindo seu caminho de acordo com as próprias avaliações terá também recursos internos para ouvir, ver e refletir acerca de novas perspectivas, ideias e descobertas. E, ainda que sinta-se inseguro, saberá, sozinho ou com o conselho de outrem, escolher o que deve fazer parte de sua vivência.

Que novos alvos, condutas, atitudes e aquisições possam acontecer na vida de cada um de nós. E, se acontecer o fracasso, que haja coragem para reconhecer que o insucesso é apenas uma boa coisa que não deu certo – e que vale a pena recomeçá-la de outro jeito.

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/materia.php?k=731
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May 18, 2012

Você não está só

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Chérie,

existem momentos pelos quais passamos e dimensões da nossa própria personalidade que não é possível dividir com mais ninguém.

E se você tem dificuldade em se abrir como eu, as coisas ficam mais difíceis para quem está perto; porque as pessoas sabem que alguma coisa está errada, que você está sofrendo, mas não podem fazer nada.

Chérie, deixe o orgulho de lado e permita-se ser cuidado. Se você não quer falar sobre o que te aflige, permita pelo menos que alguém esteja ao seu lado. Claro, nem sempre você vai encontrar alguém com estrutura emocional para apoiar e dar suporte.

Por isto faça de Deus a sua fortaleza, o seu refúgio. Ele sim, nunca falha nem vacila; não dorme nem cochila porque tudo o que diz respeito a você, Ele se interessa.

Palavra para hoje, vai lá: http://www.bibliaonline.net/biblia/?livro=19&versao=2&capitulo=142&leituraBiblica=&tipo=&ultimaLeitura=&lang=pt-BR&cab=

E lembre-se: o Senhor dos Exércitos é quem vai na sua frente, abrindo o caminho, guiando, protegendo (e eu estou na retaguarda, cobrindo a sua vida em oração).

Bjs,

KT

PS- Para ouvir a trilha do dia: http://www.youtube.com/watch?v=fkdWwKyqJuo&feature=related
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May 17, 2012

O prazer de estar perdida (só para ser encontrada ; )!

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Desde ontem tenho percorrido trajetos que fazia quando era mais jovem.

Está tudo tão diferente (novos prédios, novos estabelecimentos), mas parece tudo integrado ao momento atual. É bem aquela coisa do mudar para continuar igual (gatopardismo) rs.

Outra constatação bacana foi sentir o prazer de estar perdida (aquela sensação maravilhosa de liberdade, de não estar presa, de perder o controle) e ao mesmo tempo ter certeza de saber para onde se vai.

Ao longo do caminho, manifestações de convivência pacífica (sinagogas coexistindo ao lado de igrejas), vida ordinária (tem coisa mais gostosa que vendedora de yakult?) rs e diversos encontros e desencontros (possibilidades que descortinam deliciosas surpresas), uma metáfora das descobertas jamais imaginadas graças à generosidade do inesperado.

Mas para isto acontecer é preciso se abrir. E mudar. Mesmo para continuar tudo igual.
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May 16, 2012

Alargue a tenda ; )!

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Chérie,

a natureza e a arte ensinam que é possível transcender, e que a verdadeira beleza é vista com os olhos do coração.

Por isto que tal sair do lugar apertado (perrengues) e alargar a tenda (ampliar os limites)?

Eu sei, não é fácil. Mas se você não tentar, nunca vai saber (vamos, vamos?) rsrsr!

Beijos,

KT

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=pw1ahI_o388&feature=related
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May 15, 2012

O que faz a vida valer

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Desfrute a vida com a mulher a quem você ama, todos os dias desta vida sem sentido que Deus dá a você debaixo do sol; todos os seus dias sem sentido! Pois essa é a sua recompensa na vida pelo seu árduo trabalho debaixo do sol.

Eclesiastes 9.9

Quem escreve isso é um camarada que viveu do jeito que quis. De início preferiu sabedoria às riquezas, conseguiu os dois. Aos poucos se tornou o rei mais respeitado de sua geração. Afirmou que tudo o que seus olhos viram ele provou, que não negou a si mesmo nenhum prazer. Teve mil mulheres.

No fim da vida escreve o livro em que afirma que tudo na vida é vaidade, que quase nada tem sentido. Sua conclusão é de que a única recompensa que uma pessoa tem na vida é o amor. O amor conjugal, romântico, erótico, mas certamente todas as formas de amor.

Amar pessoas, viver com elas, rir e chorar ao seu lado, ter prazer e sofrer, conquistar e doar, abraçar e lembrar, despedir e esperar. Sobretudo, perdoar, pois sem isso não é possível conviver.

Sempre me impressiono com a capacidade que temos de desperdiçar relacionamentos por objetivos que acreditamos mais importantes. Sempre me emociono quando presto atenção àqueles que estão diante de doenças terminais ou em últimos momentos conscientes de vida e os vejo se lembrando de pessoas que amaram e das que deixaram de amar.

2012 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/voce-so-vai-sentir-saudade-de-pessoas/
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May 14, 2012

Olhando firmemente para Jesus

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- Ricardo Barbosa

Uma característica de viver em uma cultura que oferece tantas possibilidades é perder o foco, não saber o que realmente importa. Vivemos de forma dispersa, seduzidos por uma infinidade de ofertas, criando uma ciranda de opções que mudam constantemente nosso olhar de direção.

A perda da objetividade nos conduz a uma dificuldade na integração das diferentes realidades da vida. Somos seres distraídos, ansiosos e inquietos. A obsessão pela autorrealização, autossegurança e autoimagem surge da necessidade de dar nitidez a um cenário desfocado.

Temos a tendência de pensar que nossos problemas são externos. Porém, se não temos um foco internamente seguiremos à deriva. Como diz o velho ditado: “Quando o piloto não sabe o destino do seu barco, qualquer vento sopra a favor”. As distrações externas apenas refletem a falta de integração interna.

Na carta aos Hebreus, o autor dedica todo o capítulo 11 para descrever, em curtas biografias, a vida de homens e mulheres que viveram vidas focadas. Apesar das inúmeras possibilidades e pressões, mantiveram seus olhos fixos em promessas divinas ainda não cumpridas. Viveram e morreram por elas.

O autor entra no capítulo 12 com um relato e um apelo. Todo aquele elenco de homens e mulheres que viveram vidas focadas tornou-se uma “nuvem de testemunhas”, ajudando e encorajando outros homens e mulheres a viverem da mesma forma. O que eles fizeram? Mantiveram seus olhos fixos em Jesus.

Tenho pensado nas testemunhas que têm me ajudado a não perder o foco. Confesso que, às vezes, olho a minha volta e encontro muita gente que me incentiva com métodos, estratégias, técnicas, programas; no entanto, são poucos os que me ajudam a manter meus olhos focados em Jesus.

Algumas destas testemunhas viveram séculos atrás. Agostinho é uma testemunha fiel que sempre me ajuda a olhar com honestidade para o meu pecado e para a bondade de Deus. Ler as “Confissões” mantém meus olhos voltados para Jesus. Outra testemunha pela qual tenho grande apreço é Gregório Magno, que viveu no século 6. Sua obra “Regra Pastoral” tem me ajudado a manter o foco do ministério pastoral e evitado que me entregue às seduções dos atalhos.

Os movimentos mendicantes do século 13 me ajudam a reconhecer o valor da simplicidade. Os reformadores me inspiram tanto na devoção como no estudo cuidadoso e reverente das Escrituras. Ao longo de minha vida algumas testemunhas fiéis e verdadeiras me ajudaram a manter meus olhos fixos em Jesus. Várias delas seguem ao meu lado, anonimamente, insistindo para que jamais perca Jesus de vista.

Uma testemunha que teve grande influência em minha vida e pela qual sempre nutri grande admiração é John Stott, que há pouco tempo deixou este “corpo corruptível” para receber “o corpo glorificado”. Ele, com seus sermões, livros e dedicação, me estimulou a amar a Bíblia, a igreja e o Salvador.

A vida moderna, com suas múltiplas ofertas, intensifica o individualismo e acaba por produzir uma forma de ruptura entre a realidade interna e externa. Por outro lado, a revelação de Deus como Trindade, que tem a comunhão e a interdependência de um no ser do outro, forma a base da vida e da espiritualidade cristã. A consciência de que fomos criados por Deus e para Deus estabelece o eixo para vivermos de forma centrada.

Existe um centro na vida: Jesus Cristo. Ele é o princípio e o fim. Aquele por meio de quem tudo existe e para quem todas as coisas convergem. Diante dele se dobrarão todos os joelhos no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua o confessará como Senhor e Deus. Ele é o que se encontra assentado no trono, em torno do qual nós nos colocamos em adoração e obediência.

Precisamos de testemunhas. Nuvens de testemunhas. Precisamos de pessoas que nos ajudem a desembaraçar os nós do pecado e de tudo o que nos impede de caminhar em direção a Cristo. A vida moderna segue nos oferecendo muitas distrações. Manter os olhos fixos em Jesus nos possibilita viver de forma íntegra e centrada.

• Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília. É autor de “Janelas para a Vida” e “O Caminho do Coração”.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/332/olhando-firmemente-para-jesus
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May 13, 2012

Uma pergunta que você precisa se fazer

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"Por que você está assim tão triste, ó minha alma, e por que você está tão abatida, dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus; Ele é o meu Salvador e o meu Deus" (Salmo 42:11 NVI).

- pr. Paulo Cardoso

Este é o verso final de uma canção composta por um dos filhos de Coré, num momento de muita angústia e tristeza. Quem ainda não passou por um momento assim? Todos nós.

Só que neste simples verso, eu encontro uma pergunta que todos nós precisamos fazer a nós mesmos, toda vez e cada vez que percebermos a nossa alma abatida, confusa, deprimida, amedrontada, encolhida, triste, apagada e angustiada.

A pergunta é: Por que?

Perceba que este não é um "por que" que eu pergunto para Deus, para a vida, para as circunstâncias ou para as pessoas - mas, única e exclusivamente, para a mim mesmo. Você já perguntou à sua alma: Por que?

Por que você está tão triste? Por que está tão abatido? Por que está tão infeliz? Por que está com tanto medo? Por que está tão ansioso? Por que está tão inseguro? Por que está sentindo-se tão solitário?

No Salmo 4, o salmista diz que eu devo consultar o meu coração, no meu travesseiro, e sossegar. É quando eu aprendo a ouvir aquilo que a minha alma está tentando me dizer. Porque ela está falando, eu é que não a estou ouvindo.

Eu estou tão aprisionado pelos falsos conceitos, idéias, imagens, ideais, padrões e mentiras que eu aceitei como verdades na minha mente, que eu não ouço mais o que a minha alma quer me dizer. Eu só ouço aquela conversa que se passa na minha mente, dia e noite, noite e dia, muitas vezes, me jogando para baixo, me denegrindo e me desencorajando. Não é isto que está acontecendo com você?

Mas, eu não faço calar e sossegar a minha alma, como a mãe com a criança desmamada (Salmo 131). Eu não a tranquilizo e acalmo. Pelo contrário, eu deixo a minha alma chorando, com medo, com fome, com frio, abandonada e sem atenção.

Você pode ter sete anos ou oitenta anos: a sua alma é como uma criança que precisa ser ouvida e cuidada, ou ela vai adoecer. E, não é isso mesmo que está acontecendo com você? E não é isso que você vê, o tempo todo, acontecendo, ao seu redor, inclusive no meio daquelas pessoas que confessam crer em Deus e na Sua Palavra?

Que tal começar a se perguntar: Por que?

Por que você mergulhou neste marasmo interior? Por que você está tão inseguro com tudo? Por que você está com tanta raiva? O que foi que você começou a dizer para si mesmo e acreditar como verdade final, absoluta e imutável em sua vida, que jogou você neste fosso de depressão e tristeza? O que foi que você aceitou como sendo a sua sentença na vida e que levou você a todo este desespero?

Não só isto: por que todo este desespero? Por que toda esta aflição? Por que toda esta ansiedade com esta área da sua vida? Por que você está dizendo para si mesmo que isto é a pior coisa que poderia acontecer a você? Por que você está dizendo para si mesmo que isso seria insuportável? Por que você está dizendo que a sua vida está acabada? Por que você está dizendo que nunca vai ser feliz a menos que isto ou aquilo aconteça em sua vida? Por que você sempre precisa que alguém afirme você?

E por que você tem que provar isto para si mesmo? Por que você tem que mostrar isto para os outros? Será que é porque você não se valoriza como pessoa? Será que é porque você ainda não aprendeu a se amar, aceitar, gostar de si mesmo e festejar sua própria existência?

Pare e pense, por favor. Faça como o salmista, no Salmo 42: pergunte a si mesmo por que? Ouça o que a sua alma tem a dizer. Dê atenção a ela. Não a maltrate. Não a pressione desta forma. Faça bem a ela.

E, então, tente encorajar-se a si mesmo, como o salmista fez. Ele disse: Ponha a sua esperança em Deus, Ele é o meu Salvador e o meu Deus.

Posso dizer algo? Deus ainda existe. Ele ainda reina. Ele ainda está no controle de todas as coisas. Ele nos ama e cuida de nós. E nossa vida tem valor em si mesma. E Ele quer que nós nos amemos e cuidemos de nós mesmos. E Ele quer que nós façamos bem a nós mesmos e tranquilizemos a nossa própria alma, colocando nEle a nossa esperança e confiança.

Então, diga para si mesmo: Ponha a sua esperança em Deus! Ele é o meu Salvador e o meu Deus!

Pode estar escuro, as coisas podem não estar do jeito que eu gostaria, eu posso estar limitado, eu posso não ter tudo que eu queria, o mundo pode estar confuso, os problemas podem estar por todo lado; mas Deus é o meu Salvador. Ele nunca vai me deixar e jamais vai me desamparar. É uma questão de aliança.

Deus se comprometeu com todo aquele que colocar a sua confiança em Jesus Cristo e no que Ele consumou na cruz em seu lugar. Ele fez uma aliança com todo aquele que põe a sua fé em Jesus. Nada pode separar você do Seu imenso amor.

Que estas palavras façam muito bem à sua alma.

Fonte: http://www.encontrocomavida.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=4&sg=0&form_search=&pg=1&id=422
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May 12, 2012

Por que eu não consigo?

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- pr. Paulo Cardoso

Muitas vezes, tentamos eliminar as consequências das nossas vidas e não tratamos as causas que nos levam a elas. É aí que perguntar "por que?" para a sua alma tem tanta importância. Porque há algo que ela está tentando nos dizer a respeito daquilo que estamos sentindo e como estamos nos comportando.

Algumas coisas que fazemos são apenas a consequência de nossas ansiedades, carências e desconfortos interiores. Daí que se estas causas não forem tratadas, muitos de nós teremos dificuldade de livrar-nos daquilo que elas geram no nosso comportamento do dia a dia.

William Backus, autor do livro "Fale a verdade consigo mesmo" alerta que aquilo que dizemos para nós mesmos, acaba se transformando em emoções e comportamentos que passamos a ter.

É aí que temos que aprender a questionar esta fala interior, quando percebemos que ela está gerando algo adoecido em nossa vida. Foi o que Davi fez, quando perguntou para si mesmo: "Por que você está assim tão triste, minha alma?".

Por exemplo, quando dizemos que não conseguimos fazer ou deixar de fazer alguma coisa, temos de parar e refletir sobre isto. Por que será que nós, realmente, não podemos parar, ou será que isto é o que sempre repetimos para nós mesmos e assumimos como uma verdade absoluta que está aprisionando o nosso modo de pensar e sentir?

A pergunta é: Por que nós não podemos parar? Por que é impossível? Por que nós dependemos disto para viver? Por que isto é o único prazer que resolvemos ter na vida? Não existe nada além disto? Por que é preciso fugir para isto? E por que sempre nestes momentos?

Pare e pense sobre o que você está, continuamente, dizendo para si mesmo a respeito disto. O que se tornou uma verdade para você e que, na verdade, não passa de um falso conceito, de algo que parece ser verdade, mas não é?

O fato é que se você só tiver um prazer em sua vida, é provável que em sua fala interior, você esteja, sempre, dizendo para si mesmo: "Eu tenho o direito de me dar este prazer, afinal, minha vida é tão sofrida...". Ou, então, "eu preciso disto para aliviar a minha tensão", ou "eu não posso viver sem isto, é a única coisa que me faz relaxar e me dá algum sabor na vida". Será que não é isto que você está dizendo no seu monólogo interior (naquilo que você conversa consigo mesmo o tempo todo)? Mas, será que isto é verdade? E será que isto não está envolvido pela culpa e por cobranças que você mesmo se faz?

Uma outra verdade, é que quanto mais tornamos o libertar-nos de uma coisa uma questão de vida ou morte e de uma repressão moral, mais ela se torna numa prisão em nossas mente e emoções. E, ao contrário, quanto mais nos amamos a nós mesmos, nos aceitamos em Deus e sabemos que Ele nos ama incondicionalmente, mais somos livres para poder fazer nossas escolhas como resultado da nossa consciência e liberdade interior e sairmos daquilo que nos faz mal.

Repressão vira pulsão que vira vulcão que acaba entrando em erupção. É simples assim. Por isso é que ninguém é liberto de nada que faça mal para si mesmo através do moralismo, mas de uma fé que age através do amor, de uma escolha que é resultado de uma consciência boa e clara diante de Deus, de si mesmo e da vida. Jesus disse que conhecer a verdade é que nos liberta.

Pense, num exemplo bem simples: há pessoas que sentem-se em profunda agonia emocional, porque estão há anos e anos seguindo a Jesus, mas nunca conseguiram se livrar do cigarro. Elas transformaram o livrar-se do cigarro numa questão de entrar ou não no céu, estar ou não entre os salvos, poder ou não ter acesso a Deus.

Só que elas estão abordando o problema de uma forma completamente errada. Porque o problema delas não é Deus. Deus as ama. Deus sabe o que as leva àquela atitude. Jesus já rasgou o escrito de dívida que era contrário a elas e que constava de ordenanças, e o encravou na cruz. Deus estava em Cristo reconciliando consigo os homens (o que inclui a elas), não atribuindo a eles os seus pecados (o que inclui a elas) e nos confiou o ministério da reconciliação. O problema não está em Deus. Jesus já gritou do alto da cruz: Está feito! Está pago! Está consumado!

O problema é que o cigarro tem cerca de 4.000 substâncias venenosas e diversas outras substâncias tóxicas, provoca câncer e muitas outras doenças. Não é uma questão moral, é uma questão de saúde e um problema social. É um problema para elas, porque está fazendo mal à saúde delas e das pessoas que com elas convivem, porque o cigarro prejudica, muito, os não fumantes que estão ao redor dos fumantes. Este é o problema. É assim que a questão tem que ser encarada: como uma questão de saúde e não como uma questão moral; como algo que está fazendo mal à pessoa e aos seus e não como uma questão religiosa.

O fato é que ninguém, absolutamente, ninguém se liberta de uma dependência emocional, física e mental se culpando e condenando moralmente. Isto é fato. Primeiro é preciso reconhecer que se tem um problema e questionar aquilo que nos acostumamos a acreditar como verdade a respeito daquilo, com tranquilidade e bom senso.

Quando podemos ver a coisa de uma forma mais sadia, já começamos a caminhar na direção da cura. Por que, de repente, descobrimos que outros, também, já passaram por isto, outros passam por isto e conseguiram sair disto. É uma questão humana. É coisa de gente. Cada um tem uma questão com alguma coisa. Alguns nunca colocaram um cigarro na boca, mas tem uma dificuldade enorme de controlar a ira. Outros, a crítica. Outros, o medo.

Por exemplo, nós dizemos que não temos auto-controle. Mas, será mesmo? Se disso depender a nossa vida, literalmente, será que não vamos ter auto-controle? Se for algo que está ali, bem diante dos nossos olhos, será que não vamos nos controlar? Se disto depender o nosso emprego, o nosso sustento, o pão dos nossos filhos, a vida de quem amamos, de uma forma dramática e visível, será que não vamos ser as pessoas mais controladas do mundo? Então, já não podemos mais afirmar que é impossível nos controlar, porque isto não é verdade. Parece verdade, nós sentimos como se fosse verdade - mas, é uma mentira.

Também se nós vivemos dizendo que nós somos assim e agimos desta ou daquela maneira, porque nossos pais são assim, nossos avós eram assim, e que todos em nosso meio são assim, estamos escolhendo falar uma mentira para nós mesmos. Nós vamos acreditar nela e até viver segundo ela, mas é uma mentira. Porque a Bíblia diz que nós podemos ser transformados pela graça de Jesus.

É claro que há a genética. Há exemplos. Há influências. Há a educação. Há circunstâncias. Há facilidades e dificuldades. E é claro que há situações e situações na história da nossa vida. Mas, ainda assim, nós podemos escolher pensar e ver as coisas de modo diferente.

A história está cheia de exemplos assim. Jacó teve muitos filhos e a maioria criou muitos problemas, mas José escolheu ser uma pessoa diferente. E, pela graça de Deus, ele foi. Jefté nasceu do relacionamento de seu pai com uma "mulher de programa", mas se tornou em um libertador e líder de seu povo, num momento de extrema crise. Nós podemos escolher agir diferente, se começarmos a pensar diferente e a crer diferente. É um processo, mas tem um início.

Agora, nós só podemos mudar algo em nós, quando podemos olhar aquele algo com um olhar diferente do que estávamos olhando anteriormente. Não com o olhar da culpa e da condenação, mas da consciência e da vida.

Se você pensar como sempre pensou, vai sentir como sempre sentiu e se comportar como sempre se comportou. Não é uma questão de convencer a si mesmo. Não é lavagem cerebral. Não é auto-indução. Não é o poder da mente. É sermos transformados por Deus através da renovação do nosso entendimento (Romanos 12:2). É muito diferente. É o poder de Deus se aperfeiçoando em nossa fraqueza. Só que sem culpas e neuroses, mas sabendo que Deus se importa conosco.

Deus sempre pode nos ajudar, não importa a situação. Mas, a primeira coisa é vê-lo conosco. É saber que o Seu amor é o que vai nos ajudar a vencer. Não o medo, não o ódio de si mesmo, não a auto-punição, não a agressão a si mesma, não a repressão doentia - mas o amor de Deus e o passar a ver as coisas com consciência e sensatez.

Espero que estas palavras ajudem alguém que escolheu acreditar que não consegue. Oro para que estas simples palavras a ajudem a ver que o principal é tratar o que nos leva a agir como agimos e que podemos mudar quando entendemos que é o melhor para nós.

A graça de Deus é suficiente para nos socorrer. Deus não está contra nós, Ele está conosco querendo nos ajudar a vencer aquilo que está nos fazendo mal.

Nunca esqueça que não é um moralismo frio, é vida. E é isto porqueJesus nunca pregou moralismo - os fariseus já faziam isto - Ele pregou o amor de um Deus que é capaz de nos alcançar onde nós estivermos e nos levar onde planejou que nós estejamos. Um Deus que desce do Seu trono de glória e poder, se faz homem, em Jesus, e se entrega, por amor a nós, ensanguentado, no alto de uma cruz. É muito diferente!

Não se agrida, não se ofenda, não se bata, não se torture - fale consigo mesmo. Pergunte-se: Por que? E trate sua alma como uma criança que precisa ser curada e restaurada, não espancada e machucada. Jesus pagou um alto preço por você.

Talvez os fiscais da religião não concordem com o que escrevi, mas não escrevi para eles. Eles coam um mosquito, enquanto engolem um camelo. Escrevi para gente sincera que ama a Deus e quer aprender um caminho mais sincero, verdadeiro e sadio para viver. Estamos todos aprendendo com Ele.

Pense nisto!

Fonte: http://www.encontrocomavida.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=4&sg=0&form_search=&pg=1&id=425
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May 11, 2012

Momentos não são eternos... eles passam

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- pr. Paulo Cardoso

Todos nós já vivemos algum momento, em nossa vida, que desejamos que se tornasse eterno. Especialmente, quando o bem e a bondade nos tocam, de uma forma única e especial, o coração anseia para que aquele momento se eternize. Quem nunca, em sua vida, teve um momento, em que pensou: "Eu gostaria que este momento durasse para sempre"?

Mas, da mesma forma, todos nós já tivemos momentos, que nós desejamos que acabassem o mais rápido possível. Foram aqueles momentos em que a maldade e o que nos fazia mal estava, de alguma forma, tocando a nossa existência.

Só que o que nunca podemos esquecer é que momentos passam; quer sejam eles, bons ou ruins. Nenhum momento é eterno, justamente, porque é momento. Lembra daquela vez em que você pensou que aquela dor nunca iria passar? Mas ela passou, não passou? Ou, pelo menos, ela aliviou, não aliviou? Porque momentos são assim: eles vem e eles vão. As recordações podem até ficar e nós escolhemos o que vamos fazer com elas; mas, os momentos, em si, passam.

O que não passa é a fidelidade de Deus e o Seu amor para conosco. É por isso, que quando Jeremias, o profeta, estava andando pelo meio das ruas incendiadas de Jerusalém, depois do cerco e invasão babilônica, enquanto ouvia o choro desesperado de mulheres e crianças por toda parte e passava por sobre corpos de pessoas mortas, pelo caminho, disse algo para que sua alma pudesse ouvir. Ele disse: "Eu quero trazer à memória aquilo que pode me dar esperança. As misericórdias do Senhor são as causas de não sermos consumidos. Porque as Suas misericórdias não tem fim, renovam-se cada manhã. Grande é a Sua fidelidade".

Naquele momento, que parecia uma eternidade, Jeremias teve de fazer uma escolha. Porque as cenas eram chocantes demais, a dor era intensa demais, a impotência diante de tudo era forte demais, a sensação de angústia e desesperança era arrasadora demais. Ou, ele fazia uma escolha para proteger a sua alma ou ela sucumbiria diante de tanta dor e desespero.

Aquele era o grito da alma de alguém que se recusa a ser derrotada pelo seu momento, porque sabe que existe um Deus que é bom e cujas misericórdias o levam a se compadecer da miséria humana; um Deus que se compadece e cuja fidelidade às Suas promessas para o bem, jamais terá fim. Foi colocando a sua mente na graça deste Deus que tem prazer, não em condenar ou destruir; mas em perdoar e restaurar, mesmo que das cinzas, aquilo que foi assolado, que ele encontrou forças para ir em frente.

Momentos são momentos. Apenas momentos. Só momentos. Vão passar. A dor pode ser intensa, a angústia pode parecer além das nossas forças, o choro pode insistir em voltar aos nossos olhos; mas, como escreveu Brennan Manning, o nome de Deus é Misericórdia. Ele é um Deus bom e que tem prazer na bondade.

Jesus, antes de Sua morte e ressurreição, avisou Seus discípulos que eles iriam chorar e se angustiar; mas, que depois, daquele momento, eles iriam vê-lo outra vez, e provariam de uma alegria, tão grande, que ninguém poderia roubar deles. Ele chega a comparar o que aconteceria, com a mãe, que antes de dar à luz, chora e sente as dores do parto; mas que depois que a criança nasce, se esquece, até mesmo, das dores e lágrimas que derramou, pela alegria de abraçar seu neném.

Quem sabe, hoje, é um momento difícil para você? Uma noite escura em sua alma, um dia de lágrimas, uma semana de lutas, um mês de dores, um ano de tempestades, um tempo que parece que nunca vai acabar. Mas, quer saber, é um momento.

A vida tem momentos, fases, cenários e estações diferentes. Mas, seja, por qual deles estejamos passando, Deus sempre está conosco para nos socorrer e nos guiar. Ele é o Nosso Pastor e nada nos faltará. Se um pastor de ovelhas, humano, falho, frágil, imperfeito e rachado na alma, pode arriscar a sua própria vida para salvar os animais que estão sob à sua guarda, será que Deus que nos criou à Sua própria imagem e semelhança e que entregou Seu próprio Filho Jesus, para dar a Sua vida por nós, não cuidaria de nós? Pare e pense.

Momentos passam por mais difíceis que sejam. Cenários mudam, por mais que pareçam ter vindo para ficar como realidade eterna em nossa vida. O que nunca vai mudar é o amor de Deus por nós revelado em Jesus. O que nunca vai passar é a Palavra de Deus em nossas vidas. Ele nunca vai nos deixar e jamais vai nos desamparar. Ele está conosco todos os dias até a consumação dos séculos. Isto foi provado, de uma vez por todas e para todo o sempre, na cruz do Calvário. Deus se importa conosco e quer nos ensinar o Caminho que devemos seguir. E como Bom Pastor, Ele vai nos guiar através de todos os momentos: sejam nos pastos verdejantes, junto às águas de descanso e pelas veredas da justiça; ou, no vale da sombra da morte e na presença dos nossos inimigos.

Os momentos podem mudar; e eles mudam. O que nunca vai mudar é que Ele sempre estará conosco e se nós O reconhecermos em nossos caminhos, Ele endireitará as nossas veredas. Não porque somos bons, justos ou merecedores de algo; mas porque Ele é bom, justo, misericordioso, compassivo e fiel. Não porque fizemos por onde, conquistamos por nossas justiças ou oferecemos algo em troca; mas, porque Jesus consumou tudo por nós na cruz.

Ele me ama. Ele ama você. Isso nunca vai mudar.

Minha oração é que estas simples palavras possam ecoar em seu coração, trazendo consolo, ânimo, forças e vida para você.

Fonte: http://www.encontrocomavida.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=4&sg=0&form_search=&pg=1&id=420
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May 10, 2012

O grão tem de morrer para dar fruto

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Sobre o Amor (C.S. Lewis)

Não existe um investimento seguro. Amar é ser vulnerável. Ame qualquer coisa e seu coração irá certamente ser espremido e possivelmente partido. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto, não deve dá-lo a ninguém, nem mesmo a um animal. Envolva-o cuidadosamente em passatempos e pequenos confortos, evite todos os envolvimentos, feche-o com segurança no esquife, ou no caixão do seu egoísmo. Mas nesse esquife -- seguro, sombrio, imóvel, sufocante e ele irá mudar. Não será quebrado, mas vai tornar-se inquebrável, impenetrável, irredimível. O único lugar fora do céu onde você pode manter-se perfeitamente seguro contra todos os perigos e perturbações do amor é o inferno.

Por vivermos de maneira tão "em-si-mesmada", nosso universo é pequeno (só cabe no pp umbigo) e não conseguimos enxergar os outros. Não conseguimos nos solidarizar com suas dores nem com suas alegrias; temos medo de nos envolver. Não por maldade inata (embora ela tb exista), mas pelo medo de encarar quem a gente é de verdade.

O grande mistério é que, qdo encaramos nossos próprios medos e sentimentos ficando à vontade conosco mesmos, a nossa vida se torna local de encontro e deixamos os outros livres para sentir, expressar e serem eles mesmos. E mais: deixamos de ser hipócritas.

Quando vivemos de maneira limítrofe e não encaramos a vida com coragem, perdemos a capacidade de consolar (como oferecer solidariedade se não temos liberdade de chorar nossas pp dores?). Será que o sofrimento não é um convite, uma oportunidade para crescer? A maneira correta de enfrentar um problema não é se perguntar: - Por que isto está acontecendo? Mas: - Meu Deus, PARA QUÊ? O que tenho para aprender com isto? Ou tb: o que posso aprender com quem já passou pelo que estou passando (ou seja, ter a humildade de aceitar ajuda e abrir a pp vida para relacionamentos verdadeiros)?!

Enxergue o que está por baixo das aparências: - O que dói de verdade? Por que dói? Vc quer crescer? E se vc fosse até o fim do poço para descobrir o que tem no fundo? E se vc chorasse todas as dores e colocasse tudo de podre para fora (imanência) para então passar para a próxima fase, limpo, zerado (transcendência), de mãos abertas para receber tudo o que o Pai quer te dar?

E para terminar, uma exortação: "O que vou fazer não é por amor de vocês, israelitas, mas por amor do meu santo nome, que vocês profanaram em todas as nações para onde foram. Quando eu mostrar às nações a santidade do meu grande nome - o nome que vocês profanaram no meio deles -, aí eles ficarão sabendo que eu sou o SENHOR. Sou eu, o SENHOR Deus, quem está falando. Usarei vocês para mostrar às nações que eu sou santo. Eu os tirarei de todas as nações e países e os trarei de volta para a sua própria terra. Borrifarei água limpa sobre vocês e os purificarei de todos os seus ídolos e de todas as coisas nojentas que vocês têm feito. Eu lhes darei um coração novo e porei em vocês um espírito novo. Tirarei de vocês o coração de pedra, desobediente, e lhes darei um coração bondoso, obediente. Porei o meu Espírito dentro de vocês e farei com que obedeçam às minhas leis e cumpram todos os mandamentos que lhes dei" (Ez 36: 22 a 27).

PS- Para conferir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=SOr3EbTwNEk
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May 09, 2012

Lições do sofrimento

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O sofrimento do outro nos afeta tanto ou mais que o nosso. Em relação ao nosso, levamos vantagem porque geralmente sabemos até onde suportamos. Mas em relação ao dos outros, lidamos com o desconhecido e a sensação que temos ou é de incompetência ou de culpa. Será que fizemos algo para contribuir com esta dor? Será que há algo a ser feito para diminuí-la, mas que não sabemos como nem o que?

Por nossa causa – o temor de sermos incompetentes ou culpados – fazemos de tudo para as pessoas se livrarem do sofrimento, mesmo que sejam táticas que mascaram a realidade, mas que melhoram o humor. É muito difícil estar ao lado de alguém e depois de todas as tentativas não ver o resultado esperado, a alegria renovada.

Mas o melhor a fazer diante do sofrimento de alguém é ouvir mais que falar, é apenas estar, sem se incomodar, é permitir que sua dor se expresse, sem que haja escândalos ou condenações.

Infelizmente esvaziamos o sentido do sofrimento. Somos hedonistas e não aceitamos qualquer realidade que não seja confortável e alegre. Esquecemos que sobre o sofrimento o mais importante não é saber sua causa [se há uma específica ou se é fruto da aleatoriedade da vida], mas seus efeitos, que sempre podem ser bons e podem nos ensinar algo, dependendo da maneira como lidamos com eles.

O bom começo é sempre aceitá-lo e senti-lo, de preferência, ao lado de um amigo.

© 2005 Alexandre Robles

May 08, 2012

A razão do meu afeto

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Chérie,

as coisas mais bacanas da vida não podem ser contadas, pois elas só podem ser vividas ; )!

É quando você acompanha e vê vidas serem transformadas, pessoas anônimas cujos sonhos viram realidade e desabrocham, simplesmente porque alguém acreditou que era possível e encorajou-as a perseguir o que queriam.

Por isto a cada dia me dou conta de quão preciosa é a vida ordinária: as coisas simples, que quase ninguém nota ou dá valor, por não serem grandiosas, por não fazerem parte das estatísticas, não terem glamour...

São estas pequenas coisas que enchem o meu coração de alegria e me ensinam que siiiim, a vida vale a pena ; )!

Um beijo carinhoso,

KT

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=WKuuScgnlDE&feature=related
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May 07, 2012

Disciplina, simplicidade e escolhas

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Chérie, tudo bem por aí?

Faz tempo que a gente não se fala, espero que esteja tudo bem com você ; ).

Eu ando numa fase de introspecção que, apesar de solitária, é importante. A vida é feita de tempos e ciclos (só espero que seja de kairós ao invés de chronos) rsrsrs.

Ontem fui à IBAB e como sempre foi disciplina na veia. A mensagem do pr. Ed Kivitz foi sobre Rm 6: 23 e depois teve Ceia (foi muito bom porque fazia tempo que não participava).

Depois comprei um livro que tem tudo a ver com o momento atual: A liberdade da simplicidade, de Richard Foster. É preciso abrir mão do supérfluo para concentrar-se no que é essencial. É preciso deixar as coisas que para trás ficam e prosseguir para o alvo. Claro que o mais difícil é colocar em prática (que Deus tenha misericórdia e nos ajude).

Chérie, a minha oração é para que - você, eu, nós - escolhamos vida (Dt 30: 19)!

Um beijo carinhoso,

KT

*  *  *

Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna (Rm 6: 23)

O embate não é do bem contra o mal, mas a nossa escolha entre a vida e a morte.

Pecado é uma pretensão, uma postura de independência em relação a Deus (só que, sem Ele não há vida; não há existência).

A oferta de Deus não é apenas para o perdão, mas para a VIDA (existir)!

E qual é o jeito de viver que se parece mais com vida?

- Mt 16: 24-25
- Fp 2: 5-11

Esvaziamento e humildade.

"Morri para mim, para viver para o meu Pai"

Sabe qual foi o problema de Jó? É que ele confiava demais na sua virtude. Só quando ele diz: - Deus, faça o que você quiser, o Eterno diz: - Agora você entendeu...

Será que a nossa vida não está infernal porque o nosso ego é grande? Será que a gente não se acha muito importante?

O "problema" da morte é deixar de existir. Tem muita gente que pensa que está viva, mas está morta!

Você fica contrariado quando suas vontades não são cumpridas? Torne-se servo.

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=uv3NztBLH18
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May 06, 2012

Entre desertos e palácios

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É preciso concordar com Paulo quando diz que tudo podemos no Senhor

- pr. Ricardo Agreste

Ao longo de minha caminhada cristã, não foram poucas as vezes em que me encontrei cercado por circunstâncias adversas. Em diversas ocasiões, carreguei dentro de mim um sentimento de que não conseguiria sair de uma determinada situação. Se não bastassem os problemas externos que me afligiam, meu ânimo se encontrava debilitado e sentimentos contraditórios me deixavam ainda mais confuso. Para completar o cenário caótico, em alguns destes momentos, um outro elemento intensificava ainda mais a crise: a sensação de que Deus não estava ouvindo minhas palavras ou olhando por mim.

Apesar de ouvirmos muito pouco acerca da realidade destes momentos, ao longo da jornada de um cristão eles existem de fato. Descrevendo sua angústia em uma destas fases de sua caminhada cristã, João da Cruz chega a definir tal momento como sua “noite escura da alma”. Eu, particularmente, tenho optado por nomeá-lo simplesmente como deserto. O deserto, como espaço geográfico, é um lugar árido e de visual caracterizado pela desolação. Sua imagem transmite a todos a idéia de ausência de vida e iminência de morte. No entanto, é interessante notar que na espiritualidade bíblica o deserto não representa um lugar de perdição e destruição. Muito pelo contrário – nas páginas das Escrituras ele é retratado inúmeras vezes como um lugar onde pessoas são surpreendidas pela presença de Deus e por seu cuidado gracioso para com suas vidas.

Neste sentido, o deserto pode se visto como um lugar para onde muita gente se desloca por força das circunstâncias, como aconteceu com Davi, ou voluntariamente, a fim de buscar a presença de Deus, como aconteceu com Jesus. Mas o deserto pode também ser momento existencial caracterizado pelas adversidades, decepções, enfermidades, crises e perdas; um tempo que não gostaríamos de atravessar, mas que, no futuro, nos dará plena consciência de sua importância na construção de nossas vidas. Há pessoas que acreditam que este tempo de deserto pode ser altamente perigoso para sua caminhada com Deus. Elas temem que, diante das pressões externas e lutas espirituais, possam vir a desanimar ou mesmo a se decepcionar com o Senhor, abandonando até mesmo a caminhada.

No entanto, as histórias bíblicas nos mostram o contrário. No deserto, servos do Senhor são lapidadas e ganham maior consciência do amor de Deus por suas vidas e de sua vocação na história. É ali que, ao invés de se perderem, foram encontrados pelo Pai. Na verdade, existe um espaço muito mais perigoso e nocivo para a genuína espiritualidade do que o deserto. É o que podemos chamar de palácio: o lugar onde experimentamos o poder e a fartura. No palácio, temos a sensação de que tudo está sob nosso controle. No palácio, nem mesmo precisamos de Deus, pois o pão nosso de cada dia está garantido pelas nossas próprias conquistas.

Por isso mesmo, as histórias bíblicas e as biografias de homens e mulheres do passado nos revelam que, em sua grande maioria, o espaço em que pessoas mais frequentemente se perdem não é o deserto, mas o palácio. É quando vivem no palácio que abaixam a guarda, passam a confiar demais em si mesmas e se veem cercadas de oportunidades que não tinham antes. É no contexto do palácio que o dinheiro, o sexo e o poder se mostram mais sedutores, levando o ser humano à ruína.

Creio que somos convidados a desenvolver nossa espiritualidade ao longo de uma caminhada que envolve tempos de desertos e tempos de palácios. Nos desertos, precisamos encontrar o caminho da confiança no caráter de Deus e da submissão aos seus caminhos, principalmente quando eles não se revelam como os nossos caminhos. Mas, nos palácios, precisamos exercitar a humildade de coração e a dependência do Senhor, reconhecendo que tudo o que temos e somos veio de suas mãos – e que as bênçãos não nos são privilégios, mas sim, responsabildade. Isso porque ambos – tantos os palácios como os desertos – segredam armadilhas próprias. Enquanto desertos são lugares onde a amargura e a desconfiança nos assaltam, nos palácios somos constantemente envolvidos pela tentação de assumirmos o controle de nossas próprias vidas.

É tendo em mente a consciência de que nossa espiritualidade é construída através de desertos e palácios que podemos compreender as palavras de Paulo em Filipenses 4.10-13: “Alegro-me grandemente no Senhor (...) pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece”.

Aprender a cruzar desertos e a viver em palácios é uma tarefa árdua que requer uma vida inteira de muita oração e dependência de Deus. No entanto, é preciso concordar plenamente com o apóstolo quando diz que tudo podemos no Senhor. Só isso pode explicar o fato de que, apesar dos desertos e palácios, ainda estamos firmes – e, apesar de nossos tombos e deslizes, ainda continuamos no caminho.

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/materia.php?k=143
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May 05, 2012

Do outro lado

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Chérie,

a vida prega peças na gente em situações que a gente jamais imaginaria viver (rs).

Lembro que quando era adolescente, trabalhava como baby sitter de uma menininha que chorava muito quando eu ia embora. Você sabe, crianças não tem noção de tempo e que ele é cíclico: você vai embora, mas no dia seguinte você volta. Por isto, todo dia ela abria aquele berreiro.

Já adulta, quando trabalhava e fazia eventos fora de SP, meus amigos não me convidavam para suas festas de aniversário e casamento, pois sabiam que não podiam contar comigo (que triste é deixar de fazer parte da vida de seus queridos)...

Quem diria que um dia quem ia abrir o berreiro e sentir falta dos outros era eu?

Chérie, às vezes é bom a gente sentar e trocar de lado para saber o que os outros sentem, sabia? Da dor que a gente causa (involuntariamente, claro). Para se colocar no lugar do outro e ter compaixão. Para sentir a tristeza de não ter quem você quer do seu lado.

E se a vida é aprendizado, vê se aprende logo a lição para passar para a próxima fase, tá (rsrsrs)?

Beijos,

KT

PS- Para conferir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=lQfzZWHCPGc&feature=related
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May 04, 2012

Tornar-se criança

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- Ricardo Barbosa de Sousa

Jesus disse que ninguém pode entrar no reino dos céus se não se tornar como uma criança. A imagem que surge na mente dos adultos, quando ouvem esta afirmação de Jesus, é a da pureza infantil, da inocência, da dependência -- virtudes que poucos adultos desejam. Assim, a conclusão lógica a que qualquer um chegaria é que poucos deles entrarão no reino dos céus.

A infância, para muitos adultos, é apenas uma lembrança -- boa para uns, ruim para outros. É raro encontrar um adulto que demonstre interesse, por menor que seja, em ser como uma criança. Os poucos que o demonstram, o fazem por razões românticas, não reais. O interesse do adulto pela inocência ou pureza quase sempre é confuso e infantilizado. É também raro encontrar um adulto que, de fato, queira ser dependente. Pode até querer se convencer de suas limitações, mas dificilmente abrirá mão do controle de seu destino.

Ao tomar uma criança como exemplo daqueles que entrarão no reino dos céus, Jesus não tem em mente as imaginações românticas que nós, adultos, temos da infância. Mesmo porque o reino dos céus não será herdado por adultos infantilizados. Maturidade e crescimento são evidências esperadas na vida daqueles que seguem a Cristo.

Ao tomar uma criança como exemplo, Jesus nos ajuda a corrigir uma compreensão equivocada que temos da virtude da humildade. Os discípulos discutiam entre si qual deles seria o maior no reino dos céus -- conversa típica de adulto. No meio desta discussão, Jesus toma uma criança e diz que quem se humilhar como ela -- este, sim -- será o maior no reino dos céus.

Tornar-se criança não é transformar-se em um adulto infantilizado; é aprender o significado da humildade, sem a qual ninguém entrará no reino dos céus. Tornar-se como criança é reconhecer a condição de filho e de filha. Ser humilde como uma criança é reconhecer-se como criatura. A natureza humana frequentemente inverte esta relação. O prazer mais natural de uma criança é agradar seus pais. Humildade é agradar aquele (ou aqueles) a quem amamos. Não se trata de uma virtude que se conquista com atitudes modestas ou com a negação de elogios. Ela se desenvolve na medida em que cresce em nós a consciência de quem somos diante do Criador.

É curioso notar como a fronteira entre a humildade e o orgulho é estreita. Ser elogiado por ter feito algo bom nunca foi um pecado. É legítimo o prazer que sentimos ao agradar alguém a quem amamos. O prazer maior de qualquer cristão será ouvir a voz do Salvador dizer: “Muito bem, servo bom e fiel…” -- um elogio que nos encherá de prazer por termos agradado aquele a quem mais amamos. Porém, o elogio pode se transformar em uma fonte de prazer em si mesmo. Neste caso, não se procura agradar a pessoa amada, mas sentir-se valorizado e importante. O polo é invertido: é a criatura assumindo o lugar do Criador. É neste ponto que o adulto deixa de ser criança e torna-se infantil.

Tornar-se criança significa reconhecer a condição de criatura e saber que nada nos alegra mais do que agradar o Criador. É por isso que Jesus nos ensina a entrar no quarto, fechar a porta, para aprender a orar. Orar em público, faz da oração facilmente um fim. Ouvir elogios dos outros nos faz sentir que somos “bons na oração”, enquanto que orar secretamente no quarto nos leva a experimentar a recompensa que vem de Deus. Aprendemos a orar por causa dele e não por nossa causa. Desejamos agradá-lo e não a nós.

Somente os humildes entrarão no reino dos céus. A verdadeira fé não é fazer grandes coisas em nome de Deus, mas viver de forma a agradá-lo. Não é isto que os pais esperam de uma criança? Tornar-se criança é viver liberto da tirania da vaidade, da busca insana pela autorrealização, da necessidade infantil de ser admirado e reconhecido. Tornar-se criança é experimentar a alegria de viver para aquele que nos criou e agradá-lo.

"Quer louvar-te um ser humano, parte minúscula de tua criação. És tu mesmo que lhe dás o impulso para fazê-lo, assim ele se sente feliz ao louvar-te. Pois para ti nos criaste, e inquieto é nosso coração, até que chegue a descansar em ti". (Agostinho, Confissões)

• Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília. É autor de “Janelas para a Vida” e “O Caminho do Coração”.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/333/tornar-se-crianca
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May 03, 2012

Amor, alegria & paz

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Gentem,

fazia muito tempo que não acordava tãããão feliz ; )!

Amor, alegria e paz enchem o meu coração e transbordam alagando tudo que está perto.

Agora entendo o que Paulo e Silas sentiram quando estavam acorrentados e começaram a cantar (At 16: 23-26) - realmente o louvor liberta.

E que coisa boa é sair da prisão que é a apatia, o tédio, a tristeza, a falta de fé...

Voltar a olhar para os lados, enxergar beleza, não ter mais dúvidas, sair do lugar apertado e caminhar sorrindo livre, leve, feliz ; )!

Chérie, o maior milagre começa dentro de você ; )!

Bjs,

KT

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=yyR8cwK_9z8
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May 02, 2012

O grande desafio ; )!

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A nossa vida é feita de escolhas; todo dia decidimos a vida que queremos ter.

A cada sim descartamos milhares de nãos. Porque a vida hiper-moderna é multifacetada, não oferece apenas duas vertentes, mas infinitas possibilidades.

E assim vamos colecionando momentos que vão formando quem somos.

Dureza que nem sempre experiência e conhecimento tornam uma pessoa melhor (quanto mais sabemos, mais aumenta a nossa responsabilidade); tem gente que piora, sabia?

Os judeus usam o Pardes como alegoria: quatro rabinos entram no paraíso e apenas um sai ileso (hmmm, não sei não... do jeito que as coisas andam...) rsrsr.

Quer pirar junto?
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Ao invés de acumular, descartar.
Ao invés de esconder, mostrar.
Ao invés de dificultar, simplificar.

PS- Chérie, para ouvir a trilha do dia (e não correr o risco de perder a alma): http://www.youtube.com/watch?v=j2xdQu5WH_A&feature=related
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