September 30, 2012

Bebês de colo

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Hoje vi dois bebês lindos, dormindo confiantes no colo de suas mães, o lugar mais seguro do mundo.

Para qualquer mãe, os filhos sempre serão bebês, independente da idade.

Será que Deus também não nos enxerga assim?

Por mais que o tempo passe, por mais presepadas que façamos... Ele sempre está pronto a nos acolher, perdoar, cuidar.
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September 29, 2012

Entendes o que vês?

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No mundo de hoje, todo mundo tem acesso à informação, mas somente alguns demonstram interesse em saber.

Das pessoas interessadas, poucas possuem a capacidade de interpretar.

E das poucas que interpretam, raras conseguem agir com base naquilo que sabem.

Triste, não?

A seguir, o texto de um anúncio que vale a reflexão:

Visão não é só a capacidade de enxergar.
É entender o que está vendo.

E para isto não bastam olhos saudáveis ou óculos de grau.

É preciso informação. Mas não qualquer informação.
Não aquela mastigada de forma tendenciosa.

Ela necessita ser independente, precisa e imparcial.
Apurada antes de noticiada, e por isto, carregada de credibilidade.

Noticiando com pressa, mas sem precipitação.
Falando de asuntos sem tabus.
Sendo isentos para investigar e expor os fatos.
Sem deixar também de manifestar a opinião.
E seguindo sempre o princípio da pluralidade.

Pluralidade de assuntos, informações e opiniões.
Que dá ao leitor não apenas a capacidade de enxergar nosso ponto de vista.
Mas de desenvolver o seu.

Ler. Entender. Opinar.
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September 27, 2012

Onde está você?

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“Ouvindo o homem e sua mulher os passos do Senhor Deus que andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim. Mas o Senhor Deus chamou o homem, perguntando: Onde está você?”
Gênesis 3: 8 e 9

É impressionante como nos escondemos de Deus quando ouvimos Seus passos.

A humanidade vem se escondendo de Deus, para todos os lugares que olhamos percebemos este distanciamento, seja através de noticiários, filmes ou comportamento de pessoas próximas.

Nos escondemos de Deus a todo instante de nossas vidas: podemos nos esconder quando estamos nos relacionando com outras pessoas, que acabam tomando o lugar de Deus, ou mesmo no relacionamento com nós mesmos, permitindo que o orgulho tome o lugar de Deus. Escondemos de Deus nas ruas, na família e até na Igreja, são inúmeras as tentativas de nos escondermos da Presença de Deus.

Onde você tem se escondido?

Vamos refletir: - Você acha que Deus não sabia onde Adão e Eva estavam?

Lembrando que Deus conhece cada espaço do universo, todas as galáxias existentes, da mesma forma que, conhece também uma pequena formiga de um grande formigueiro.

Deus sabe até quantos fios de cabelo há na sua cabeça (Lc 12: 7). Ele sabe da sua vulnerabilidade e fraquezas, bem como, dos pensamentos que passam em sua mente.

Como Deus não saberia que Adão e Eva estavam escondidos entre as árvores do paraíso?

A grande questão é saber: - Por que Deus pergunta a Adão: Onde está você?

A pergunta: “Onde está você” vai bem mais fundo do que o espaço físico que o casal estava. Logicamente, Deus sabia que eles estavam detrás das árvores, Deus não necessita perguntar onde nós estamos, Ele é onipresente, Ele vê tudo em todas as dimensões.

A pergunta que Deus faz é direcionada para o interior de Adão: “Onde está você” é a coisa mais profunda que Deus pode nos perguntar.

Onde está seu medo? Onde está sua ansiedade? Onde está sua hipocrisia? Onde está sua intolerância? Onde está sua solidão? Onde está sua culpa?

Quando Deus pergunta, onde nós estamos, não tem o objetivo de nos acusar e expor nossas falhas, podemos lembrar-nos da mulher pega em adultério (Jo 8: 4-11). Judeus trouxeram a Jesus uma mulher pega no ato de adultério, falaram que a lei ordenava que fosse apedrejada até a morte, Jesus respondeu, que aquele que não tivesse pecado atirasse a primeira pedra, todos do mais velho para o mais novo largaram as pedras e foram embora. Jesus falou para a mulher, onde estão os que te acusaram? Vá e não peques mais.

Podemos entender a pergunta de Deus desta maneira: Onde você está que não está perto de Mim, da Minha presença, para que Eu possa fazê-lo crescer, tirar suas roupas internas, rasgar seu coração fazendo-o sangrar de dor, mas também curá-lo de suas fraquezas, ou pelo menos libertá-lo de suas amarras que o prende?

“Onde nós estamos?” Onde estamos em Deus, onde estamos como Igreja, onde está nossa sinceridade. Precisamos tirar as roupas de falsidade, da religiosidade, para que possamos partir rumo à Deus.

Pode ser muito dolorido partir para encontrar com Deus na viração do dia: A natureza de Deus choca com a nossa, e no primeiro momento, ficamos machucados, mas depois crescemos.

A presença de Deus primeiro fere depois cura, mas não devemos temer tirar nossas roupas internas (falsidade, hipocrisia e orgulho) e ficarmos nus perante Ele, pois misericórdia e amor fazem parte da Natureza do Pai, jamais nos deixará perdido se O buscarmos, Sua natureza de amor choca com a nossa natureza ególatra, mas devemos continuar a busca de Suas verdades a respeito de nós mesmos, aliás, só sabe quem realmente somos Aquele que tem o manual de nossa criação e propósito: Deus!

- Osvaldo Camargo Neto
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September 26, 2012

Abra sua mente ; )!

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Uma das coisas mais bacanas nas aulas de arte é perceber que o professor possui a grandeza e a generosidade em apresentar os períodos com imparcialidade, ou seja, sem macular com preconceito, julgamento ou condenção.

Assim, ele deixa aberta a possibilidade de cada aluno examinar os movimentos sob diversos ângulos e de formar a própria opinião.

A última aula foi estarrecedora por constatar que, desde a mais remota civilização, a religião se valeu da autoridade para oprimir e se perpetuar no poder ao invés de promover a liberdade.

Triste também foi perceber que o olhar político ou artístico de todos nós é atraído por aquilo que está dentro de cada um (mêda).

O convite que Cristo faz é para sair do lugar apertado e expandir fronteiras. E como Josué (Js 5: 13-15), se dar conta que o importante não é saber de que lado se deve estar, mas sim tirar a sandália porque o lugar onde estamos pisando é santo.

PS- Precisa de um chacoalhão? Então espia o texto deste anúncio:

Saber ouvir é uma arte.

Que nem todo mundo domina.

Mas se engana quem pensa que a culpa é do ouvido. É da mente.

Uma mente bem treinada entende o que os ouvidos escutam. Desenvolve a capacidade de discernir. Absorve a informação para depois interpretá-la.

E isto é o mais importante: o tipo de informação.

Se for imparcial, isenta e correta, é combustível.
Se for tendenciosa, é veneno.

Uma mente bem treinada é uma mente aberta.
Capaz de ouvir outras opiniões.

E é assim, ouvindo, que se constrói um espírito crítico.
É assim, ouvindo, que se faz uma democracia.

Há 40 anos nós falamos para quem sabe ouvir.
Oferecendo, sempre, um conteúdo plural.

Que, em vez de definir um caminho, abre muitos.
E deixa os próprios leitores escolherem o seu.

Ler. Entender. Opinar.
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September 25, 2012

O presente de estar presente no presente

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Fui almoçar sozinha e vi uma cena estarrecedora: uma mesa com sete amigas, na qual quatro estavam presas em seus solilóquios no celular (por que as pessoas se dispõem a sair com outras, se não conseguem estar inteiras?)...

Por isto o meu encantamento em participar das aulas de arte: é estimulante conviver com gente interessada em desfrutar aquele momento, com os I-pads e smartphones desligados, bebendo do que o professor tem a ensinar (e para as anotações, dá-lhe caderninho) rsrs...

O mais triste é não encontrar este tipo de reverência nem na igreja (mêda)!

PS- Sabe o que significa desconectar para conectar? Vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=yjQjEnqByBk 

September 24, 2012

Cristo e o anticristo: semelhanças sutis, diferenças vitais

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- Ricardo Barbosa

Sabemos que a mentira não existe. O que existe é a corrupção da verdade. Uma grande mentira nasce de uma pequena mudança na verdade. Nossos primeiros pais foram enganados quando a serpente manipulou a verdade lançando a semente do engano. E assim tem sido na longa história da humanidade. O que Cristo oferece ao ser humano, o anticristo também oferece, com pequenas variações. As ofertas vêm sempre aos pares. As semelhanças são grandes, porém, as diferenças são fatais, tanto para o corpo como para o espírito.

Nem sempre é fácil distinguir uma coisa da outra. Principalmente em uma época de conceitos subjetivos e moral relativa. Geralmente, quando os valores tornam-se vagos e o narcisismo rompe com qualquer princípio absoluto, nosso julgamento é reduzido aos interesses privados de um ego carente. Neste cenário, as ofertas do anticristo tornam-se mais atraentes.

Cristo e o anticristo desejam que tenhamos uma vida sem culpa. É claro que todos nós queremos viver sem culpa. O anticristo propõe eliminá-la. Você não é culpado de nada, quando muito, apenas cometeu uma pequena e justificada falta. O melhor a fazer é negá-la ou, quem sabe, minimizá-la. É isto que se vê nos livros de autoajuda, nas palestras motivacionais e nas inúmeras formas de terapia. Cristo também deseja que vivamos sem culpa, porém ele não a nega, mas a redime. A culpa existe, é real e traz consequências dramáticas para a vida. Ninguém resolve o problema da culpa simplesmente negando-a. Cristo resolve assumindo-a e oferece ao ser humano perdão, reconciliação e restauração por meio do arrependimento e da confissão.

Cristo e o anticristo desejam que sejamos felizes. A felicidade é um anseio básico do ser humano. O anticristo apresenta a felicidade como um direito, ou melhor, uma obrigação. Não importa o que é necessário fazer para obtê-la. Mereço ser feliz, devo ser feliz e serei feliz mesmo que isto gere infelicidade para os outros. É isto que seus porta-vozes estão afirmando por todos os cantos. Cristo também deseja que sejamos felizes. Não porque temos o direito nem porque merecemos. A felicidade que Cristo oferece é resultado de uma vida de confiança e entrega. Não é a que encontramos no final de uma conquista, mas a que nos acompanha à medida que andamos em humildade e mansidão. É no ato de nos doar em amor a Deus e ao próximo que experimentamos a vida feliz, e não na busca egoísta da satisfação de nossos desejos mesquinhos e infantis.

A liberdade é também um desejo comum de Cristo e do anticristo. A liberdade que o anticristo oferece é para fazer o que quiser, como quiser e quando quiser, como se isto fosse possível. Uma liberdade que, no final, nos transforma em reféns de nós mesmos, mergulhados em um mundo de ilusões e frustrações. Cristo também quer que sejamos livres. Paulo afirma que “foi para a liberdade que Cristo nos libertou”. E conclui dizendo: “Porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor” (Gl 5.13). É somente no ato de amar que o ser humano encontra e expressa sua liberdade.

As semelhanças são sutis. Os profetas do anticristo estão por toda parte oferecendo o que Cristo oferece. A diferença entre um e outro está na cruz. Tudo aquilo que nega a cruz, nos conduz à morte. Tudo o que vem da cruz, nos conduz à vida. C. S Lewis, no final do livro “Cristianismo Puro e Simples”, afirma: “Submeta-se inteiramente a Cristo e você encontrará a vida eterna. Não retenha nada. Nada em você que não tenha sido entregue será realmente seu. Nada em você que não tenha morrido ressuscitará da morte. Se você procurar a si próprio, encontrará, no decorrer do tempo, somente ódio, solidão, desespero, rancor, ruína e decadência. Porém, se você procurar a Cristo, você o encontrará, e com ele tudo o mais que você tiver renunciado”.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/cristo-e-o-anticristo-semelhancas-sutis-diferencas-vitais
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September 23, 2012

A capacidade de encantar e se maravilhar

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Dia desses, uma pessoa muito querida disse que a lua estava linda e eu, "crente" que veria no dia seguinte, deixei passar a oportunidade.

Resumo da ópera: o tempo virou, o céu fechou e a lua não apareceu por uma semana.

Será que a gente não faz isto com outras coisas na vida? Liga no piloto automático, desperdiça chances de ficar assombrado e esquece que cada minuto da nossa existência nunca mais irá se repetir?

Me dei conta disto depois de assistir Octopus, da Cia. Philippe Decouflé, um dos espetáculos mais belos, instigantes e sensuais.

Sabe quando você perde o fôlego e é surpreendido o tempo inteiro?

O diretor da companhia é mímico, trabalhou no Cirque du Soleil e incorporou essas técnicas em sua criação.

Tudo muito perfeito e sincronizado: música, figurino, luzes, coreografia.

Os dançarinos são espetaculares (domínio completo do corpo, inclusive um gordinho com uma agilidade incrível) e alguns bailarinos que também tocavam instrumentos musicais.

Quando a gente tem o privilégio de participar de algo tão grandioso (sim, porque a reação do público também integra o espetáculo) percebe que cada instante é único e só quem tem reverência pela vida pode usufruir com intensidade cada fagulha de tempo.

E quando a gente se dá conta de tudo isto, a única reação possível é agradecer a oportunidade de estar vivo ; )!

PS- Para saber mais, acesse: http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,decoufle-volta-ao-brasil-e-fala-sobre-como-combina-pesquisa-e-entretenimento,934395,0.htm
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September 22, 2012

Consolação

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Consolação é uma bela palavra.

Ela significa "estar" (con), "com o solitário" (solus).

Oferecer consolação é uma das formas mais importantes de cuidado.

A vida é tão cheia de dor, tristeza e solidão que muitas vezes pensamos no que podemos fazer para aliviar o imenso sofrimento que testemunhamos.

Podemos e devemos oferecer consolação.

Podemos e devemos consolar a mãe que perdeu seu filho, o jovem com aids, a família cuja casa foi destruída pelo incêndio, o soldado ferido, o adolescente que pretende se suicidar, o idoso que se pergunta por que ainda vive.

Consolar não significa eliminar a dor, mas estar lá e dizer: "Você não está sozinho, estou com você. Juntos podemos carregar o fardo. Não tenha medo. Estou aqui".

Isso é consolação.

Todos nós podemos dá-la e recebê-la.

(Henri Nouwen)
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September 21, 2012

Cinderela

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Tem um sapato que eu amo de paixão, porém toda vez que uso, "acontece" alguma coisa: chove, tem areia ou sujeira no caminho, pisam no meu pé e por aí vai (rsrsr).

Com medo de estragar, passei a usá-lo apenas em ocasiões especiais.

Mas olha o absurdo - a função do sapato não é exatamente esta: proteger o pé? Para que deixar guardado?

Chérie, olha se a gente não faz isto com a gente mesmo: deixa de se relacionar com os outros para não ter de se irritar ou machucar. Ou pior, só aceita aquilo que cabe dentro de nossas tacanhas métricas.

Ficamos trancados em nossas regras e verdades, para não expor a situações nas quais não temos controle e segurança.

Só que, ao não dar a cara para bater, deixamos de viver.

Pode uma dessas?
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September 20, 2012

Uma folha em branco

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A prova era simples por isto o professor estranhou quando o aluno pediu outra folha em branco.

- Eu tentei responder as questões, rabisquei tudo, fiz uma confusão danada e queria começar outra vez.

Quantas pessoas recebem uma folha em branco que é a vida e só fazem rabiscos, confusões, tentativas frustradas e uma confusão danada...

Que hoje seja o momento de pedir a Deus uma folha em branco, uma nova oportunidade para ser feliz.

Não importa a idade, condição financeira, religião - no dia de hoje peça uma folha em branco e passe sua vida a limpo.
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September 19, 2012

Não importa por qual estrada você passou

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Jesus pegou a bacia com água, enrolou a toalha na cintura e passou a lavar os pés dos discípulos.
João 13

Ao lavar os pés de seus discípulos, Jesus revela Deus fazendo pelos homens o que é necessário, não importando o que esperam que seja feito e nem o susto que levam. Pedro que o diga, tentou impedi-lo.

Aqueles homens andavam por grandes distâncias, em estradas de terra que cansavam, sujavam e machucavam seus pés pouco protegidos.

A vida tem o poder de nos causar estragos semelhantes.

Jesus deseja nos limpar da poeira da viagem. Não importa qual estrada nos trouxe até aqui, nem quão sujo estamos, Ele lava.

Ele também quer nos dar alívio de todo cansaço que, assim como aos pés, sobrecarrega e fere a alma.

Ainda, quer que nos sintamos intimamente acolhidos, assim como permitimos que somente pessoas íntimas nos toquem os pés.

É assim que Jesus demonstra seu amor por nós.

©2012 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/que-estrada-o-trouxe-ate-aqui/
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September 18, 2012

A maturidade da paixão

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A Paixão, do grego pathos, é uma doença, como o nome mesmo sugere. É um estado de alteração que afeta todo o organismo humano e faz com que o cérebro experimente sensações viciantes.

Por causar tanto impacto e alteração físicas, existe um prazo de tolerância para a paixão, semanas, meses, poucos anos. Após isso, nenhum ser humano consegue manter a paixão ativa, sob o risco de entrar em colapso.

É bom que toda experiência humana inicie com paixão. Carreiras profissionais, relacionamentos conjugais. Quando iniciam sobre outra base que não a paixão, há muitas razões para que não resistam ao tempo.

Em algum momento sofremos a frustração do término da paixão. É a encruzilhada da maturidade, ou escolhemos pela manutenção em amor do que temos, ou escolhemos o caminho da troca das realidades.

Quem se vicia na experiência da paixão não cria vínculos saudáveis. O amor é a plenitude da paixão. Amar é comprometer-se em rotinas nobres e saudáveis pois é assim que se faz a vida.

©2010 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/a-maturidade-da-paixao/
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September 17, 2012

Não basta dizer, é preciso fazer

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- Ricardo Barbosa

Muitos gostariam que o Sermão do Monte terminasse com a conhecida “lei áurea” - “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas” (Mt 7.12). E o mais famoso sermão de Jesus terminaria com um bom resumo de tudo o que ele havia acabado de ensinar.

Porém, Mateus não termina assim. Ele segue com uma recomendação e conclui com uma pequena parábola, na qual Jesus deixa claro o que ele espera dos seus ouvintes. Uma forma de entender a conclusão desse sermão são os pronomes: “nem todo o que “me” diz”, “aquele que faz a vontade do “meu” Pai”, “hão de dizer-‘me’”, “apartai-vos de ‘mim’”, “ouve as ‘minhas’ palavras”. Eles nos levam a considerar quem ensina, e não apenas o que se ensina. São essas palavras que formarão o texto que definirá o julgamento, que terá como fundamento o que as pessoas fizeram com suas palavras.

Jesus começa sua recomendação dizendo: “Entrai pela porta estreita” (v. 13). Não é simplesmente um convite, mas um imperativo. No final do sermão, Jesus afirma que existem duas portas e dois caminhos. Um deles leva à morte; o outro, à vida. Jesus reconhece, com tristeza, que são poucos os que entram pelo caminho estreito (v. 14).

O caminho estreito é o herdado. É o caminho da criação, da redenção, o caminho de Jesus. Não é algo imposto a nós, é o caminho que Jesus trilhou e que agora nos convida a trilhar. O caminho largo é o imposto. Chega a nós pela imposição da maioria, da propaganda, daqueles que não suportam seguir sozinhos pelo caminho da perdição e da destruição. O caminho largo não é congruente com aquilo que fomos criados para ser.

O caminho estreito é o do reino preparado para nós antes da fundação do mundo. Jesus não diz que quem não andar pelo caminho estreito será punido. É o próprio caminho largo que nos conduz à morte. Seguir pelo caminho largo ou procurar entrar pelo estreito é uma escolha que fazemos.

O caminho estreito envolve o ouvir e o fazer. Na parábola dos dois construtores, a diferença não está no ouvir -- ambos ouviram. A diferença está no fazer. Existem duas opções: ouvir as palavras de Jesus e não praticá-las ou ouvi-las e praticá-las. A casa que cai é composta por crentes que consideram as palavras de Jesus bonitas para se ouvir, boas para se falar e ensinar, mas irreais para serem praticadas. Como diz C. S. Lewis em O Grande Abismo: "Só há duas espécies de pessoas no final: as que dizem a Deus: “Seja feita a tua vontade”, e aqueles a quem Deus diz: “A tua vontade seja feita”. Todos os que estão no inferno foi porque o escolheram. Sem essa autoescolha não haveria inferno. Alma alguma que desejar sincera e constantemente a alegria irá perdê-la. Os que buscam encontram. Para aqueles que batem, a porta é aberta".

Jesus afirma na conclusão do sermão que “nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (v. 21). Existe uma diferença entre os sinais do poder e da ação de Deus e os sinais de que pertencemos a ele. Deus pode expulsar demônios usando qualquer pessoa. Os milagres são sinais do poder de Deus, não de que pertencemos a ele. Os sinais de nosso pertencimento são os frutos da obediência, do praticar aquilo que Jesus ensinou. São estes os frutos que Jesus espera encontrar naqueles que dizem: Senhor, Senhor! Fé em Jesus não é fé real enquanto não fazemos o que ele nos manda fazer.

Nosso problema com o Sermão do Monte é mais com aquele que ensina do que com o ensino em si. Confiamos neste Senhor? Cremos que ele é bom? Estamos seguros de que ele realmente sabe o que necessitamos? Se não confiamos nele, vamos achar suas palavras bonitas de se ouvir e boas para se falar - mas não reais para se viver. O julgamento para aqueles crentes que ouvem, mas não praticam, será a ausência da comunhão divina: “Nunca vos conheci”.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/331/nao-basta-dizer-e-preciso-fazer
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September 16, 2012

Falácias da espiritualidade cristã

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- pr. Ricardo Barbosa

Nas últimas décadas, a expressão espiritualidade ganhou espaço e relevância nos círculos evangélicos. Muita coisa tem sido falada e escrita sobre o tema. Como sempre, coisas boas e ruins. Algumas expressões e temas importantes para a compreensão da espiritualidade tomaram um rumo que pouco ou nada tem a ver com a herança espiritual cristã. Um deles envolve o equívoco de confundir intimidade com intimismo.

A palavra intimidade aparece uma única vez na Bíblia. O que mais aparece é a palavra íntimo, quase sempre se referindo ao interior, não à intimidade. Embora seja uma palavra com sentido um tanto nebuloso, ela transformou-se na palavra-chave para o movimento espiritual: a busca pela intimidade com Deus.

É claro que a intimidade como expressão de um relacionamento pessoal com Deus, no qual todo nosso íntimo está envolvido, é legítima. Por outro lado, o que presenciamos é uma forma de intimidade que, em vez de explorar o íntimo, vem desenvolvendo um “intimismo” narcisista que nada tem a ver com intimidade.

Nesse sentido, intimidade é o que acontece na esfera privada. Não me refiro a alguma forma de solitude ou introspecção, como entrar para o quarto e orar, mas à busca de uma sensação ou linguagem que não caracteriza, necessariamente, um relacionamento. Ser íntimo é “beijar o rosto de Deus” ou “passear de mãos dadas com ele”. São expressões vagas, abstratas, com sentido duvidoso.

A única vez que a palavra “intimidade” aparece na Bíblia é no Salmo 25.14, que diz: “A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança”. Três palavras-chave: intimidade, temor e aliança. Precisamos das duas (temor e aliança) para entender o sentido de intimidade. “Temor” é uma palavra que evoca assombro, espanto, medo, reverência. Intimidade sem temor rapidamente se transforma nesse “gostar” infantil. Temor que não leva à intimidade se transforma em superstição ou num medo que traumatiza e paralisa.

Ter temor implica reconhecer a grandeza de Deus. Reverência é a postura adequada daqueles que temem. Reverenciar significa respeitar, calar, prostrar, ouvir. A intimidade de Deus é para aqueles que o reverenciam. Para aqueles que se calam diante dele, que primeiro ouvem para depois falar, que prestam atenção em suas palavras e obedecem. É dessa postura que nasce a intimidade com Deus.

No que consiste tal intimidade? Em Deus nos dar (ou nos fazer conhecer) a sua aliança. Aliança é uma palavra que expressa a forma de relacionamento em que Deus propõe ser o nosso Deus e nós, o seu povo. Ser íntimo de Deus é participar dessa aliança. Nela Deus se revela como o Senhor, aquele que nos salva e liberta, e que nos dá os seus mandamentos como expressão do seu amor. Nós respondemos obedecendo a ele e andando em seus caminhos, como expressão do nosso amor para com ele.

Ter intimidade com Deus é participar da aliança de Deus com o seu povo. Não há aqui lugar para um intimismo infantil e narcisista. Ser íntimo de Deus é reconhecer que sou único diante dele, mas também reconhecer que sou parte do seu povo, sua igreja. É viver no seu amor revelado em sua Palavra e em seus mandamentos, é responder ao seu amor em obediência sacrificial. Jesus diz: “Quem me ama, guarda os meus mandamentos”.

Estou casado há 32 anos e considero que eu e minha esposa, ao longo destes anos, conquistamos uma razoável intimidade. Contudo, não consigo imaginar como seria nossa vida se vivêssemos o tempo todo trancados num quarto, trocando declarações apaixonadas, num êxtase interminável. Certamente não suportaríamos isso por muito tempo. A intimidade que minha esposa e eu temos experimentado envolve nossas diferenças e conflitos, longas conversas seguidas de silêncio. Envolve nossos filhos e amigos, alegrias e tristezas, sofrimentos e esperanças. Envolve responsabilidades e rotinas, trabalho e contas para pagar. É uma intimidade que tem seus momentos reservados, é claro, mas a maior parte do tempo ela é experimentada e vivida nas rotinas que requerem doação e devoção.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/329/falacias-da-espiritualidade-crista
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September 15, 2012

Suficiente graça

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- pr. Ricardo Barbosa

Recentemente, eu e minha esposa reencontramos uma velha amiga que não víamos há algum tempo. Ela se submetera a uma cirurgia plástica que lhe fez muito bem. Estava alegre, falante, bem-humorada e mais disposta. Por muitos anos ela tinha sido uma pessoa complexada, bastante confusa em seus relacionamentos, mal-humorada, amarga e hostil, provavelmente em virtude de sua baixa auto-estima e de seu profundo sentimento de rejeição. Ficamos felizes ao vê-la bem.

Voltando para casa fiquei pensando no poder que a tecnologia tem para transformar as pessoas. Não pensei no poder de transformar o corpo, dar nova forma à estética ou corrigir anomalias, mas no poder de transformar a vida, os relacionamentos, a auto-imagem, as emoções e os sentimentos. Os recursos tecnológicos dos quais dispomos hoje têm este poder. São capazes de realizar sonhos que seriam impossíveis em outros tempos. E me refiro não apenas à cirurgia plástica, mas também a muitos outros recursos.

O que aconteceu com nossa amiga foi muito bom, mas fiquei me perguntando: Qual o sentido da graça de Deus numa sociedade tecnológica? Cresce, cada dia mais, a sensação de que aquilo de que necessitamos para a realização pessoal, felicidade ou segurança, não é mais a graça de Deus e seu amor revelado em Cristo Jesus, mas o acesso aos meios que nos garantirão a realização dos nossos sonhos. Parece-me que a linha que separa uma coisa da outra é estreita e cada vez mais confusa.

Imagino que para muitos cristãos pós-modernos a graça de Deus funcione como um facilitador, uma espécie de trampolim, o empurrão de que precisamos, mas ela, em si mesma, não é o que nos satisfaz ou realiza. Ela, em si, não é suficiente, não basta. Já não somos capazes de reconhecer, como Paulo, que a graça de Deus é suficiente.

Não pretendo protestar contra as vantagens que a moderna tecnologia nos oferece, embora muitas delas possam ser questionadas; minha intenção é voltar os olhos para a suficiência da graça de Deus e redescobrir seu significado hoje. Afirmar que a graça é suficiente, que ela, por si só, satisfaz plenamente o ser humano, é reconhecer a suficiência do amor de Deus revelado em Cristo. Quando Davi declara no Salmo 23: “O Senhor é o meu pastor e nada me faltará”, ele está reconhecendo a suficiência da graça de Deus. Certamente muita coisa falta na vida de Davi, mas ele reconhece que, tendo o Senhor como seu pastor, não lhe falta absolutamente nada.

Paulo escrevendo aos filipenses também reconhece: “Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.11-13).

A questão que quero levantar não é se devemos ou não usar os recursos tecnológicos, mas qual é a fonte de nosso contentamento. Por que já não somos capazes de viver contentes em qualquer circunstância? Por que nossa felicidade depende tanto do dinheiro e do consumo? Por que ficamos freqüentemente tristes ou frustrados por não ter o que os outros têm? Ou por nos acharmos fisicamente inadequados? Um dos sinais da vida que nasce da fé em Cristo é a alegria ou o contentamento que surgem da compreensão e aceitação do amor gracioso de Jesus Cristo.

Tenho certeza de que, no dia em que compreendermos o grande amor com que temos sido amados por Deus, a dádiva do perdão e da reconciliação, nossa participação na ressurreição de Cristo, o significado de termos sido aceitos como filhos e filhas amados de Deus, incluídos na comunhão e amizade eterna que Pai, Filho e Espírito Santo gozam, nossa realização, gozo e satisfação não mais serão determinados pelos ganhos que o mundo tecnológico nos oferece, nem mesmo pela realização de nossos sonhos, mas pela suficiente graça de Deus. Então poderemos dizer como Paulo: “Pela graça de Deus, sou o que sou”.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/303/suficiente-graca
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September 14, 2012

O pão nosso de cada dia

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- pr. Ricardo Barbosa

Durante muito tempo achei esta súplica meio fora de lugar na oração do Senhor. Minha maior dificuldade vinha de uma sensação hipócrita de saber que este pão encontra-se estocado na despensa de minha casa. Para as famílias que não sabem o que terão para o almoço, esta súplica parece fazer sentido, mas para mim e tantos outros que entram nos supermercados e abastecem suas despensas para os próximos quinze ou trinta dias, não faz muito sentido pedir pelo “pão nosso de cada dia”. Sabemos que ele já está garantido na mesa hoje, amanhã ou na semana que vem. Por que então orar pelo “pão de cada dia”?

Eu poderia minimizar minha dificuldade dizendo que, mesmo este pão já garantido, é dádiva de Deus. Sei que é. O que não fazia sentido para mim era o porquê desta súplica (não a gratidão por tudo que Deus tem me dado). Pensemos, por um instante, num paciente de classe média aguardando uma cirurgia num hospital. Provavelmente sua preocupação será mais com a competência da equipe médica, com os recursos tecnológicos disponíveis, e menos com a oração; a oração entra como um ator coadjuvante, caso alguma coisa saia do controle, mas não como a preocupação central. Somos tentados a crer que Deus está presente apenas nas sombras de nossa consciência. Que ele é capaz de atender às necessidades emocionais confusas, aos problemas para os quais a ciência não tem respostas, mas totalmente irrelevante para o “pão de cada dia”.

O “Pai Nosso” é nossa primeira escola de oração. Nesta súplica Jesus nos ensina que a oração não é uma ferramenta técnica, usada para excitar nossa curiosidade. Pelo contrário, ela nos envolve num exercício de fé e compreensão da realidade que está além da ciência. Ela não é um meio de manipular a criação, mas uma forma de compreender e penetrar na realidade dela.

Ao suplicar “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje” colocamos Deus no centro de nossas necessidades cotidianas. Se Deus é percebido apenas nas fronteiras de nossas vidas, nas grandes crises ou nos grandes eventos, esta súplica não tem significado algum. Mas, como Deus nos é revelado como nosso “Pai que está nos céus”, a súplica pelo “pão de cada dia” revela a presença de Deus no que há de mais simples e comum no nosso dia-a-dia.

O reino de Deus envolve a vida inteira. Nada é trivial diante de Deus. Nossas necessidades profissionais, afetivas, físicas, emocionais, tudo importa a Deus. Ele é o Deus do cotidiano, das pequenas coisas, do pão sobre a mesa e do sol que se põe ao entardecer. Deus se interessa pelo fio de cabelo que cai e pela mão que o toca no meio de uma multidão. A oração do “Pai Nosso” nos torna conscientes de que a experiência da oração não envolve apenas as situações de emergência ou as ansiedades do futuro, mas é pão para hoje, para as necessidades e situações do presente. É uma oração que nos ensina a não nos preocupar com o dia de amanhã. A fé cristã, para muitos, se mostra mais relevante nas lembranças do passado ou nas preocupações com o futuro, mas não tem nenhuma relevância para o presente. É no “pão de cada dia” que a graça de Deus se mostra real. O maná do deserto servia somente para o presente, nunca para o futuro. A ansiedade do futuro apodrece a graça do presente.

Outro aspecto desta súplica é que ela nos ensina a orar pelo “pão nosso”, não “meu”. É uma oração que precisa ser feita com os olhos bem abertos porque, ao fazê-la, nos tornamos mordomos responsáveis dos bens de Deus. Ela integra o básico, o “pão de cada dia”, em meio a tantas “necessidades” criadas pelo espírito consumista. Ela pede por justiça, que é fruto da conversão do “meu” para o “nosso”, e rompe com o egoísmo, nos transformando em seres solidários. Com ela aprendemos a valorizar o essencial (oramos pelo pão, não pelo caviar), porque a vida está na relação comunitária, na fidelidade e responsabilidade para com Deus, dono da prata e do ouro, da comida e da bebida, que nos confiou os seus bens para cuidar dos seus filhos.

É a fé tomando forma nas situações mais reais da vida.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/314/o-pao-nosso-de-cada-dia/ansiedade
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September 13, 2012

Participando do mundo de Deus por meio da oração

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- pr. Ricardo Barbosa

A oração é o retrato da alma. É nossa identidade espiritual, a impressão digital do cristão. A maneira como oramos e o conteúdo de nossas orações revelam o que pensamos sobre Deus e o que pensamos sobre nós. A melhor forma de conhecer a teologia e o caráter de uma pessoa ou de uma igreja é observar sua oração.

É por isso que gosto de meditar nas orações na Bíblia. Gosto também de observar a forma como oramos. As orações do apóstolo Paulo em sua Carta aos Efésios nos ajudam a perceber sua teologia e seu caráter. Meditando nelas, percebemos que existem duas formas de orar: a primeira é quando apresentamos nosso mundo a Deus. A segunda é quando participamos do mundo dele.

Na primeira forma de oração, que é mais comum entre nós, oramos por nossa família, trabalho, saúde, projetos e outras necessidades pessoais. Deus quase sempre é invocado para atender a essas necessidades e emergências. Elas constituem o centro das orações. São orações que dizem respeito mais a nós do que a Deus.

Outra forma de orar é quando participamos do mundo de Deus. Oramos a partir daquilo que ele tem feito, das grandes realizações de sua graça em nosso favor. É o mundo de Deus, não o meu, que constitui o centro da oração.

É assim que Paulo ora. Ele começa agradecendo as bênçãos com que Deus nos tem abençoado nas regiões celestiais em Cristo. Ele é grato pelo fato de que Deus nos escolheu em Cristo, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis. Louva a Deus por nos ter adotado como filhos e filhas, por sua eterna bondade. Agradece pela redenção e libertação do pecado e reconhece a riqueza da graça de Jesus Cristo. É grato a Deus pela revelação de sua vontade e pela dádiva do seu Espírito, que sustenta nossa salvação.

Ele segue orando e suplicando para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo conceda à igreja espírito de sabedoria e revelação para o pleno conhecimento de Jesus Cristo. Para que Deus abra os olhos do seu povo para que compreendam a esperança da vida em Cristo, o poder da ressurreição pelo qual agora vivemos e a exaltação e glória de Cristo. Mais do que ser liberto da prisão, seu grande desejo é ver seus irmãos e irmãs tendo um conhecimento verdadeiro de Cristo e crescer em direção à sua real humanidade.

Ele coloca-se de joelhos diante do Pai e suplica para que Cristo habite nos corações do povo de Deus, transformando seu interior, para que possam, juntos, compreender a riqueza do amor de Cristo que transcende toda a compreensão humana e ser tomados de toda a plenitude de Deus. São esses os motivos de gratidão e as súplicas de Paulo.

É uma oração na qual podemos perceber a teologia e também o caráter do apóstolo. Antes de apresentar seu mundo a Deus, ele busca participar do mundo de Deus. Sua preocupação não se limita às necessidades pessoais. Não são suas prisões ou reputação que têm prioridade em suas súplicas. Sua atenção não está em sua saúde ou bem-estar. O que ele revela em sua oração é a paixão pela obra de Cristo, o desejo de ver o povo de Deus crescendo em direção a Cristo.

Podemos e devemos apresentar nosso mundo a Deus por meio da oração. Interceder pela família, trabalho, saúde e outras necessidades pessoais e comunitárias é parte de nossa resposta ao chamado de Cristo. No entanto, se permanecemos apenas conosco, atrofiamos a alma. Concebemos a oração a partir do nosso mundo e não do mundo de Deus. Das nossas necessidades e não das gloriosas riquezas de Cristo. Nossa compreensão de Deus torna-se confusa e a experiência de oração, frustrante.

A oração sempre começa com Deus e não conosco. O que Deus fez por nós em Cristo precede o que ele faz por nós em nossas necessidades diárias. Participar do mundo de Deus nos ajuda a entender a forma como Deus participa do nosso mundo. Se permanecemos com aquilo que Deus fez e segue fazendo em Cristo, crescemos na medida da estatura de Cristo.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/326/participando-do-mundo-de-deus-por-meio-da-oracao
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September 12, 2012

A árvore da minha vida

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Tudo o que o homem plantar, também colherá.
Gálatas 6.7

O tempo não muda a essência das realidades. Ele é apenas parceiro do processo invariável do plantio. Ele não é mágico, embora carreguemos romanticamente a ilusão de que a mudança das estações e épocas também mudam nossa história.

Tudo o que ele faz é respeitar sementes. Não cura feridas e nem resolve desavenças. Ele tão somente é testemunha fiel de nossas escolhas.

Assim é que o que cura as dores da alma não é o tempo, mas o perdão. O que transforma-nos e traz maturidade não é o tempo, mas uma renovação constante de consciência a partir da entrega ao Evangelho e do enfrentamento de si mesmo.

O que é ruim, não melhora com o tempo, mas apenas com uma mudança de atitude. O que é bom, não se mantém ou melhora só por causa do tempo, mas apenas se preservado e alimentado de modo intencional.

Tudo o que nós decidirmos pensar, fazer, omitir, abandonar, mudar, o tempo apenas dará o crescimento devido.

A Árvore de minha vida terá exatamente a qualidade das sementes que eu lançar no solo da minha existência.

© 2012 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/a-arvore-da-minha-vida/
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September 11, 2012

Até onde vai este amor?

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Será que a mãe poderia esquecer o filhinho que ainda mama, poderia deixar de amar seu próprio filho? Mesmo que isso acontecesse, Eu nunca esqueceria de você.
Isaias 49.15

Meu filho é uma criança comum, desobedece, testa limites, quer tudo do seu jeito, na sua hora. Eu, um pai comum, disciplino, coloco limites, faço valer as regras, sou firme. Depois de uma de nossas disputas cotidianas, quando ele estava mais calmo, olhei em seus olhos e naquele instante experimentei a mais verdadeira expressão do amor de Deus como Pai por mim, por nós, enquanto via meu coração amando meu filho.

Nada há o que meu filho faça que diminua meu amor por ele. Ele pode vir a ser um péssimo ser humano, ainda assim o amarei em sofrimento e angústia. Amá-lo está em mim. Quando num instante, hoje, percebi isso, lembrei-me do amor de Deus, maior ainda por mim. Na verdade, boa parte das atitudes hostis de nossos filhos é tentativa de verificar o quão elástico é nosso amor.

Então, olhei nos olhos do meu filho e lhe disse que não importa o que ele faça, eu o amo, que mesmo quando ele desobedece, eu o amo, mesmo quando desrespeita minha autoridade, eu o amo e que isto nunca vai mudar.

Foi quando ele me abraçou confiante e aliviado. Assim como eu, ele precisa saber disso para que cresça sem medo. O medo atrofia a alma. O amor seguro a desenvolve.

©2010 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/ate-onde-vai-esse-amor/
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September 10, 2012

Livre arbítrio ou predestinação?

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No que você acredita: eleição ou livre arbítrio?
Destino traçado ou liberdade de escolha?

Quer pirar ainda mais no corpinho?
Vai lá (rs): http://www.youtube.com/watch?v=H78XCiJamXc
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September 09, 2012

Quando o acaso de um olhar muda a vida de outra pessoa sem que a mesma se dê conta : )!

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Pondo os pingos nos is

- Danuza Leão

A Bienal de São Paulo deste ano vai ter Arthur Bispo do Rosário como sua estrela maior, e ele merece. É fundamental ver o que ele fez e se comover com a beleza da obra desse singular personagem, marinheiro em sua juventude.

Um dia, a partir de uma alucinação, Bispo se acreditou enviado de Deus, razão que o levou a ser internado na Colônia Juliano Moreira, um depósito de loucos, lugar onde as pessoas entravam e só saiam depois de mortos. Lá ficou durante 50 anos, sendo que parte deles encerrado dentro de uma pequena cela, de onde se recusava a sair.

Foi nessa cela que Bispo começou a trabalhar com tudo que encontrava: tirava fios de camisas e lençóis, um por um, para costurar, usava palha de vassouras de piaçava, botões, colheres, canecas, pentes, tampas de garrafa, objetos hospitalares e toda a sucata disponível e com isso produzia objetos insólitos; em suas mãos tudo virava arte, seus estandartes eram comoventes, mas nada foi mais grandioso que o "Manto da Apresentação".

Nesse manto, que bordou durante 30 anos, ele catalogou o mundo, bordando nomes de pessoas, artistas, cantores, países, acontecimentos, faixas de misses, retratando tudo o que ele lembrava ou ouvia falar que existia; tudo o que ele fazia era perturbador. Esse manto foi feito para ser usado no momento em que o mundo se encontraria com o Todo Poderoso, e que seria seu grande encontro com Deus.

Chamado de "o senhor do labirinto", Bispo tinha seu universo particular, alucinado e delirante, mas sempre com algo de sagrado. Suas obras, que foram expostas na Bienal de Veneza, devem ser vistas com muita atenção, lembrando das circunstâncias e condições em que foram criadas.

Há muitos anos vi uma exposição dele no Rio, numa pequena sala num 15º andar, se não me engano da Caixa Econômica, e que não fez nenhum sucesso. Ele ainda não era famoso, mas eu tinha minhas razões para ir vê-la, e vou contar.

Num domingo de 1980, eu estava em casa, quando me telefonou um jovem repórter da TV Globo dizendo, em tom urgente e excitado, que eu não podia deixar de ver o "Fantástico" naquela noite.

Ele havia ido fazer uma matéria para expor as terríveis condições dos internos da Colônia Juliano Moreira, e como era muito curioso, como todo bom repórter, foi fuçando tudo, até que viu uma cela escura; entrou e encontrou um estranho homem, sozinho, cercado de panos bordados e objetos sem nenhum significado aparente.

Ele entrou e conseguiu dialogar com o homem (que você já adivinhou ser Bispo do Rosário). Rolou uma simpatia, e Bispo não só mostrou tudo o que vinha fazendo havia sete anos, sem sair da cela nem um só dia, como também contou de onde tirava o material, e como fazia suas obras, o que deu uma matéria inacreditável no "Fantástico"; foi depois desse programa que Bispo do Rosário surgiu para o mundo.

A partir daí a classe artística o descobriu, suas obras foram expostas em museus, galerias, e livros escritos sobre sua pessoa. Livros que ele provavelmente não entenderia, se lesse.

Um ser tão extraordinário como Bispo do Rosário seria descoberto mais dia menos dia, imagino. Ou não; e se algum servente do hospital resolvesse fazer uma faxina em sua cela antes da matéria aparecer na TV, e jogasse tudo que encontrasse num lixão?

Nunca vamos ter resposta para isso, e não me lembro de jamais ter ouvido alguém citar o nome desse repórter, o primeiro a vislumbrar a importância de Arthur Bispo do Rosário, mas eu sei quem ele foi.

Seu nome era Samuel Wainer Filho, e ele era meu filho.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/danuzaleao/1150744-pondo-os-pingos-nos-is.shtml
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September 08, 2012

Expectativa no futuro ; )!

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É quando o amor e a verdade se encontram, quando a justiça e a paz se beijam (Sl 85: 10).

O paraíso é possível - aqui e agora - quando a liberdade é maior que a justiça, e a generosidade é maior que a igualdade.
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September 07, 2012

Maturidade ; )!

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O preço a ser pago para conquistar a maturidade é a morte da inocência.

Morte e vida estão entrelaçadas, por isto só pessoas maduras conseguem abarcar este paradoxo.

A maturidade é percebida em como as pessoas se relacionam umas com as outras. Pessoas maduras amam, o que significa envolver-se sem autoproteção.

É uma confiança adquirida em Deus para que Ele cuide do seu mais profundo bem-estar, libertando-as para direcionar suas energias em ajudar os outros.

Só quem tem o coração transbordando de Amor, pode doar-se sem esperar nada em troca.

E isso não é algo que se conquista, pois não depende de cronograma. É um exercício diário, por meio das escolhas que fazemos ao longo de nossa jornada.

No caminho da maturidade, você tanto pode ir para frente como recuar.

Ficou com medo?

Que bom.

É este medo que vai fazer você dar valor a cada centelha de vida.
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September 06, 2012

A gente só pode melhorar quando sabe onde está errando ; )!

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Chérie,

hoje foi dia de faxina: resolvi pedir perdão para um monte de gente.

Deus não fez o ser humano com estrutura para aguentar falta de perdão, acúmulo de mágoa, mentira e por aí vai. Por isto, quanto mais rápido a gente se livrar do lixo, mais leve a vida fica.

No entanto, não sei para você, mas para uma orgulhosa de plantão, ter de pedir perdão é bem mais difícil do que perdoar.

E lá vamos nós, de cabeça baixa, admitir onde pisamos na bola e pedir perdão formalmente (ah, sim; a gente só pode melhorar quando sabe onde está errando, não é?).

E assim vamos vivendo; tentando nos tornar pessoas melhores um dia após o outro (e torcendo para que uma hora a gente aprenda) rsrsrs.

Bjs e bom feriado!

KT
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September 05, 2012

Vemos nos outros o que temos dentro de nós mesmos

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Conhecer gente nova é sempre um grande privilégio.

Adoro observar pessoas e aprender com elas ; )!

É preciso estar o tempo todo com os olhos abertos e os ouvidos atentos...

O mais doido é perceber que aquilo que incomoda nos outros é o que temos dentro de nós mesmos (mêda)!

É, a melhor história é aquela que se aprende vivendo...
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September 04, 2012

A máscara da hipocrisia

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Chérie,

não sei se você leu o artigo do Pondé de ontem na FSP, mas vale a pena (mó tapa na cara).

Às vezes é bom a gente tomar um 'pedala Robinho' para ver se acorda (rsrsrs).

Bjs,

KT

MARKETING SOCIAL

Esse papo furado contemporâneo vende mentiras como verdades e serve a agendas ideológicas

- Luiz Felipe Ponde

1. Ser gay está na moda. 2. Ter filha solteira é legal. Mulher não precisa de homem. 3. Não dou valor a dinheiro. 4. Não tenho preconceito. 5. Os homens hoje lidam bem com mulheres que ganham mais do que eles. 6. Minha tia é muito bem resolvida. 7. Vivemos uma crise de valores. Meus valores não são materiais. 8. Existem pessoas que não se vendem. 9. Meu pai me ensinou a ser digno. 10. Não tenho religião, tenho espiritualidade.

Eis alguns exemplos de papo-furado contemporâneo. Trata-se de marketing social. Filho do politicamente correto, grande exercício de lixo cultural.

O marketing social vende mentiras como verdades porque serve a agendas ideológicas de quem as produz. As outras pessoas apenas as repetem para aliviar seus fracassos pessoais ou para vender uma boa imagem social de si mesmas.

Como sempre, a mentira rege o mundo. Não somos mais pecadores, mas continuamos mentirosos. Eliminou-se da agenda moral a consciência do mal como parte de nós mesmos, ficou apenas o hábito contumaz da mentira.

Eis dez teses contra o marketing social:

1. Ser gay não está na moda. A maioria esmagadora do mundo é indiferente ao tema. Isso não significa nada "contra". Se não fosse o fato de grande parte das pessoas que trabalha com cultura (mídia, arte, universidade) ser gay, ninguém daria bola para o assunto. A própria "teoria de gênero" que afirma que você pode ser sexualmente o que quiser é uma invenção de militantes gays e feministas. Além, é claro, da grana que grande parte da população gay tem por ser constituída de profissionais altamente qualificados que não têm filhos, até "ontem". Agora, ficarão pobres como os héteros.

2. Mãe solteira é péssimo. E, sim, mulher precisa de homem. Sem homem, a maioria revira no vazio da cama. E vice-versa. Mãe solteira é opção para quem não tem mais opção afetiva ou é coisa de gente altamente narcisista. E para a criança é péssimo. Gente que abraça o marketing social, além de mentirosa, é muito egoísta. O mundo inteligentinho está cheio de gente ressentida que prega essa bobagem.

3. Todo mundo dá valor a dinheiro, principalmente quando não tem. Quem mais diz que não dá valor a dinheiro, é justamente quem mais dá. Dizer "não dou valor a dinheiro" prepara o terreno para se pedir dinheiro emprestado ou justificar dívidas não pagas.

4. Todo mundo tem preconceito. Quem diz que não tem, normalmente acha meninas virgens doentes, mulheres que cuidam dos filhos umas idiotas, religiosos burros, os EUA uma nação do mal e Obama um santo. A maioria continua tendo preconceito contra gay, mulher que transa muito e homem chorão. Eu, por exemplo, tenho preconceito contra gente bem resolvida e que diz que não tem preconceito.

5. Nenhum homem lida bem com mulheres que ganham mais do que ele. A menos que ele tenha problema de caráter. É sempre um sofrimento que se enfrenta dia a dia, sonhando com seu fim. Nem as mulheres bem-sucedidas lidam bem com homens fracassados. Muitas "rezam" para que seus maridos falidos ganhem mais ou, pelo menos, o mesmo que elas.

6. Ninguém é bem resolvido, somente os mentirosos, principalmente tias solitárias que fingem ser donas de seus afetos.

7. Valores são sempre materiais, ligados a poder, patrimônio, sucesso, reconhecimento. Não existe "crise de valores" porque nunca existiram valores sólidos, a moral pública sempre foi fundada na hipocrisia e na superficialidade de julgamento do comportamento alheio.

8. Todo mundo tem um preço, sempre menor do que se imagina. Às vezes as pessoas se vendem por muito menos do que dinheiro, se vendem por afetos baratos, promessas falsas e deuses vagabundos.

9. Aprende-se muito pouco com os pais, na maior parte do tempo, o que nos define é o temperamento e as circunstâncias da vida. Aristóteles mesmo dizia que ética é uma ciência imprecisa dominada pela contingência. Quem elogia demais os pais, está ocultando suas vergonhas.

10. Esse negócio de "espiritualidade" é religião sem compromisso. Produto de butique. Pessoas "espiritualizadas" são normalmente as piores e mais indiferentes.

Fonte: http://sergyovitro.blogspot.com.br/2012/09/luiz-felipe-ponde-marketing-social.html
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September 03, 2012

Por uma vida ordinária ; )!

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Chérie,

você já se deu conta dos pesos desnecessários que carrega ao longo da vida?

Se você quer correr com cavalos (Jr 12: 5), precisa se desfazer de tudo aquilo que atrapalha a sua jornada (Hb 12: 1-3).

Se apenas uma coisa é necessária (Lc 10: 42), o que é importante para você?

Sabia que onde está o seu tesouro, ali estará o seu coração (Mt 6: 21)?

Por isto, preste atenção no seu quintal (Mt 7: 5).

A liberdade da simplicidade está ao alcance de todos, mas poucos tomam posse dela.

Bjs,

KT
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September 02, 2012

Qual é a sua maior dor?

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Chérie,

às vezes a gente passa por certas situações em que o coração chega até a doer e não consegue entender por que Deus está permitindo tudo isto.

Queria que você enxergasse este sofrimento com uma nova perspectiva: será que a sua maior dor não pode se transformar num meio da glória de Deus se manifestar (Jo 11)?

Para o nosso Deus não existe impossível, sabia?

Pense nisto ; )!

Bjs,

KT
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September 01, 2012

O valor da liberdade

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Chérie,

por mais que a liberdade seja condição sine qua non para uma vida plena e abundante, é maluco perceber que pouquíssimas pessoas a desejam (ou tem noção) de verdade.

Segundo a pirâmide hierárquica de Maslow, os indivíduos são regidos por 5 tipos de necessidade: as básicas que envolvem as necessidades fisiológicas, as de segurança, as de reconhecimento social, as de estima e as de realização pessoal.

Será que isto explica por que poucas pessoas dão valor à ela?

E para você? A liberdade é importante?

Qual preço você está disposto a pagar? Daria a sua vida em troca?

Reflita sobre o que tem valor para você e depois a gente conversa (rs).

Bjs,

KT
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