May 31, 2013

Renovar para viver

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O novo só nasce quando o velho cede espaço
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- Esther Carrenho

Renovação. Palavra que sintetiza novos sonhos, novos rumos, outras descobertas, ideias e conquistas! E é muito bom que a renovação aconteça. Afinal, planejar novos alvos, abrir-se para observar o diferente, reconhecer que há algo errado onde antes havia a certeza de que tudo estava certo e descobrir novas vivências são sinais de que a vida está acontecendo. O cantor e compositor Raul Seixas expressou tal sentimento em uma de suas músicas: “Prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.”

O que não se pode esquecer é que o novo só nasce quando o velho cede espaço. É necessário se despedir daquilo que não serve mais, mesmo que seja algo que cooperou para as novas aquisições. Acontece que agarramo-nos rigidamente a ideias, experiências e coisas herdadas, adquiridas – as boas e as más. E acostumamo-nos até com aquilo que nos prejudica, ao mesmo tempo em que rejeitamos o novo sem a devida reflexão e julgamento para avaliar que o preço a ser pago vale a pena. Assim, negamos a nós mesmos as novas vivências que poderão enriquecer nossas vidas.

Na Bíblia, temos o exemplo dos hebreus, que estavam sendo explorados, escravizados e torturados havia séculos pelos egípcios. A libertação chegou sob a liderança de Moisés, que os conduziu pelo deserto em direção a Canaã. Nas primeiras dificuldades da caminhada, entretanto, boa parte do povo começou a reclamar e a sentir a falta das coisas que ficaram para trás, nos tempos da escravidão. O povo ansiava por alhos, cebolas e melões – enquanto que, mais à frente, ficava a terra da qual, segundo lhes prometera o Senhor, manava leite e mel.

Esse episódio é uma boa ilustração da necessidade que temos de renovar muitas áreas da nossa vida. Quando o velho perde o sentido, temos a escolha de caminhar em direção ao novo. Mas, entre a comodidade do antigo e a estranheza do novo, há o deserto do nada, que é o esvaziamento do que tínhamos antes. Enquanto mantemos os olhos naquilo que não tem mais valor e perdeu o sentido, desprezamos a oportunidade de conhecer e experimentar o que chega. Sim, é preciso deixar o que morre para poder desfrutar do que nasce.

Renovar é um processo que deve fazer parte de toda a vida. O bloqueio das descobertas começa, em geral, na infância, quando as crianças são censuradas duramente por experimentar novos caminhos. Adultos, zelosos em extremo, não permitem aos filhos o risco dos erros da experiência; ou então temem tanto os possíveis acidentes, comuns na infância, que exageram no cuidado, coibindo todo e qualquer comportamento um pouco mais ousado. O menino é criticado por ter subido a um muro, por causa do risco de cair e, quem sabe, quebrar uma perna. Ou então uma garota é punida porque desmontou a boneca por pura curiosidade de conhecer o mecanismo dentro dela. No entanto, as ações típicas da infância só indicam que há um desejo de explorar e conhecer novas coisas, adquirir outras informações.

Há ainda os adultos impacientes que não aguentam esperar o tempo necessário para que o iniciante execute sua tarefa, aprendendo por si mesmo. Crianças e adolescentes que sofrem este tipo de proibições podem se tornar adultos presos, formatados ao que é estabelecido pelos outros. Ou, então, partem para outro extremo, rejeitando, junto com o que é nocivo, todas as boas coisas antigas recebidas e que deveriam ser perpetuadas. Assim, entram no desconhecido sem o devido cuidado, pagando alto preço, sem contar que ainda correm o risco de percorrer caminhos que levam a danos para toda sua vida, sem a possibilidade de retorno e acertos.

Maturidade emocional requer que o indivíduo faça uma avaliação de tudo que foi recebido, julgando por si o que precisa ser descartado e o que deve ser perpetuado. Quem é capaz de filtrar o que lhe chega e ir construindo seu caminho de acordo com as próprias avaliações terá também recursos internos para ouvir, ver e refletir acerca de novas perspectivas, ideias e descobertas. E, ainda que sinta-se inseguro, saberá, sozinho ou com o conselho de outrem, escolher o que deve fazer parte de sua vivência.

Que novos alvos, condutas, atitudes e aquisições possam acontecer na vida de cada um de nós. E, se acontecer o fracasso, que haja coragem para reconhecer que o insucesso é apenas uma boa coisa que não deu certo – e que vale a pena recomeçá-la de outro jeito.

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/materia.php?k=731
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May 30, 2013

Não espere dos outros aquilo que só Deus pode dar

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  1. Sucedeu, pois, que, chegando Davi e os seus homens, ao terceiro dia, a Ziclague, já os amalequitas tinham dado com ímpeto contra o Sul e Ziclague e a esta, ferido e queimado;
  2. tinham levado cativas as mulheres que lá se achavam, porém a ninguém mataram, nem pequenos nem grandes; tão-somente os levaram consigo e foram seu caminho.
  3. Davi e os seus homens vieram à cidade, e ei-la queimada, e suas mulheres, seus filhos e suas filhas eram levados cativos.
  4. Então, Davi e o povo que se achava com ele ergueram a voz e choraram, até não terem mais forças para chorar.
  5. Também as duas mulheres de Davi foram levadas cativas: Ainoã, a jezreelita, e Abigail, a viúva de Nabal, o carmelita.
  6. Davi muito se angustiou, pois o povo falava de apedrejá-lo, porque todos estavam em amargura, cada um por causa de seus filhos e de suas filhas; porém Davi se reanimou no SENHOR, seu Deus.
  7. Disse Davi a Abiatar, o sacerdote, filho de Aimeleque: Traze-me aqui a estola sacerdotal. E Abiatar a trouxe a Davi.
  8. Então, consultou Davi ao SENHOR, dizendo: Perseguirei eu o bando? Alcançá-lo-ei? Respondeu-lhe o SENHOR: Persegue-o, porque, de fato, o alcançarás e tudo libertarás.

Chérie,

uma das coisas mais fascinantes na Bíblia é que ela é repleta de histórias que se repetem na sua, na minha, na nossa vida.

E um dos personagens mais apaixonantes e viscerais é Davi.

Davi, que de pastor desprezado se torna rei. Davi, que é um guerreiro valente, mas não tem vergonha em chorar. Davi, um homem de poucas palavras, mas um poeta de coração.

Nesse episódio em particular você tem um vislumbre da sua personalidade.

Davi sai para guerrear, perde uma batalha, chora, fica angustiado com a revolta de seus companheiros que pensam em matá-lo e - agora o mais lindo - quando não tem ninguém para contar, o que ele faz?

Ele se fortalece no seu Deus.

Você está passando por um perrengue bravo? Não consegue enxergar uma saída? Não tem com quem contar? Faça como Davi: fortaleça-se em Deus.

Claro, existem momentos em que é preciso dividir a carga. E nossos amigos são presentes do Pai para nos ajudar.

Porém, existem dimensões e problemas que dizem respeito apenas a nós mesmos. E é aí que Deus se revela e a nossa fé é desafiada. Ou seja, os problemas são uma oportunidade de crescermos em graça e sabedoria, e de Deus se tornar o nosso Deus.

Eu sei, falar é fácil (difícil é viver).

Mas a verdade é que você não está sozinho no seu vale de lágrimas. O Pai, que promete nunca te deixar ou abandonar, é o mesmo que te sustenta com Sua mão direita e te ajuda.

Por isto chérie, deixe-se ser abraçado por Seu amor.

E mais: fique atento ao que Deus vai dizer a você, pois como Davi, o desafio é se levantar e partir para a luta.

Não tenha medo: quem vai na sua frente é o próprio Senhor dos Exércitos (e eu estou aqui, timidamente na retaguarda, cobrindo sua vida em oração ; )!

Bjs,

KT

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=C4L3rnUtCaE
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May 29, 2013

O Espírito Santo na espiritualidade contemporânea

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- Ricardo Barbosa de Souza

No Evangelho de João, Jesus explora um binômio importante para a compreensão da pessoa e da obra do Espírito Santo na vida cristã. De um lado, ele afirma que o diabo é mentiroso e pai da mentira, que tudo o que ele faz procede da mentira e do engano. De outro, afirma que o Espírito Santo é o Espírito da verdade que nos é enviado pelo Pai para nos ensinar a guardar tudo quanto o Filho nos tem ensinado, e que nos guiará a toda a verdade. Mentira e verdade são dois antônimos que nos ajudam a compreender o papel de cada um.

A missão do diabo é manter o homem alienado, imerso num mundo falso, preso a toda sorte de enganos e sem contato com a realidade. Como ele não é capaz de criar nada, pois a mentira não tem nenhum poder de criação, age dissimulando a verdade e seduzindo com a ilusão. Talvez nada ilustre melhor esta incrível habilidade de dissimulação do que a cultura das drogas. O vício é uma dissimulação da realidade, que cria artificialmente uma sensação que não é verdadeira - é uma ilusão que seduz e cativa. Entramos sem muita consciência do que estamos buscando e, pouco a pouco, vamos perdendo o contato com a realidade e nos tornando mais e mais dependentes da droga ou mesmo de algum hábito. Precisamos de doses mais fortes, experiências mais extravagantes, sensações mais loucas.

O viciado vive num mundo onde somente a droga é capaz de dar-lhe algum sentido, ainda que passageiro. Quanto mais dependente, mais distante encontra-se da realidade. Mas não são apenas os vícios que nos alienam da verdade. Hoje temos a grande indústria do entretenimento e da televisão, que fabrica realidades. Quem já visitou a Disneylândia sabe do que estou falando. É um lugar mágico, onde as fantasias acontecem. Crianças e adultos se encontram, desavenças desaparecem, problemas parecem não existir. Temos a sensação de que seria maravilhoso morar ali e gozar para sempre daquele êxtase e daquela alegria.

A televisão também é uma grande fábrica de ilusões. Ela é capaz de nos fazer chorar de emoção por algo que, na experiência real, nos faria chorar de raiva ou de ódio. Ela estabelece padrões de beleza, de sucesso, de felicidade e de prosperidade. Muitos jovens sentem-se feios, complexados ou inadequados porque a falsa realidade criada pela televisão os leva a se sentirem assim. Ela determina gostos e modas, inclui e exclui, apresenta uma falsa intimidade. Temos uma ilusão da realidade, da intimidade. Tudo isso dissolve a realidade.

Com a perda da realidade, perdemos a identidade. Perguntamos: "Quem sou eu? Qual o sentido para minha vida?" Somos apenas uma expressão da moda, da massificação da sociedade, do consumismo, da obsessão pelo sucesso. Roubaram nossa singularidade. É isto que a mentira faz. Ela nos aliena de Deus, do próximo e de nós mesmos. Quanto mais mergulhamos nos vícios, nos desejos desordenados, nas simulações da verdade, mais ouvimos alguém dizer que precisamos de doses mais fortes, de experiências mais estimulantes, de aventuras mais radicais, de prazeres mais exóticos. Tornamo-nos narcisistas, com uma falsa admiração por nós mesmos, que logo desaparece com um pequeno movimento daquela água.

No entanto, o Espírito Santo é o Espírito da verdade, que nos guia a toda a verdade. Ele é o Espírito que vem para libertar nosso espírito aprisionado pela mentira e pela ilusão do pecado, para quebrar a casca da semente e deixar crescer a planta, tirar as máscaras do rosto e revelar quem verdadeiramente somos. Ele é o Espírito da transcendência, que nos liberta de nós mesmos e nos lança em direção a Deus e ao próximo, conduzindo-nos até as esferas das realidades de Cristo. É ele que abre nossos olhos para buscarmos as coisas lá do alto, transforma nossas mentes para pensarmos nestas coisas e desejarmos aquilo que é verdadeiro, que se encontra oculto em Cristo.

Tenho visto muita gente, muitos irmãos e irmãs, que têm construído suas vidas e sua espiritualidade sobre falsas realidades, sobre simulações da verdade. Encontram-se aprisionados pelo engano e pela mentira. Correm atrás de falsas realizações e buscam se ajustar ao espírito do mundo que nega a verdade. O Espírito da verdade nos é enviado para nos guiar a toda a verdade, para nos levar ao conhecimento de nós mesmos na presença de quem nos conhece verdadeiramente.

É por esta razão que ele sempre nos conduz a Cristo. Yves Gongar foi quem disse que o Espírito Santo é o Deus sem face. Disse isto para demonstrar a anonimidade da pessoa do Espírito Santo. Tom Smail diz que "nós conhecemos o Espírito, não porque temos um encontro face a face com ele, como temos com o Filho e, por meio do Filho, com o Pai. Em vez disso, passamos a conhecer o Espírito quando começamos a entender que nossa capacidade de reconhecer e responder a Cristo e ao Pai não tem sua fonte em nós, mas nos é dada de fora de nós mesmos. O Espírito fica conosco, do nosso lado, no encontro com o Pai e o Filho, permitindo a nós conhecê-los e confiar neles".

Ao conduzir-nos à verdade, ele nos conduz a Cristo, verdadeiro homem, verdadeiro Deus, o único capaz de transformar nossa humanidade confusa numa humanidade verdadeira e redimida. É por intermédio dele que o amor de Deus manifestado através de Cristo é derramado em nossos corações, levando-nos a conhecer a verdadeira natureza de ser amado e amar. À medida que vamos sendo conduzidos à verdade pelo Espírito da verdade, experimentando o amor com que Deus nos ama em Cristo e conhecendo-nos como verdadeiramente somos, caminhamos de glória em glória num processo de transformação na imagem de Cristo.

É neste processo que o Espírito glorifica o Filho. Glorifica-o na confissão do seu nome, na proclamação do Evangelho, na adoração da Igreja, na santidade dos santos, no sofrimento e na morte dos mártires, na obediência e na comunhão. Como diz Tom Smail, "por si mesma, a Igreja jamais poderia pintar um retrato do Filho de Deus encarnado. O único artista habilitado para tal tarefa precisa ser da mesma estatura do modelo. Apenas o Espírito divino pode glorificar apropriadamente o Filho divino através da Igreja".

O Espírito da verdade é que nos conduz à verdade, ajuda-nos a compreender, discernir e encarnar tudo quanto Jesus ensinou. É ele que nos liberta do aprisionamento do nosso espírito para vivermos a vida verdadeira que há em Cristo. Em tudo isso, o Filho é glorificado.

Jesus disse que o mundo não conhece nem pode conhecer o Espírito da verdade. Há uma rejeição natural da humanidade para com a verdade. Todos nós, crentes inclusive, preferimos naturalmente viver numa pseudo-realidade, iludindo-nos com falsas promessas de prosperidade e sucesso ou tomando os atalhos dos modismos religiosos, do que entrar no mundo real de Deus - conhecendo-nos como Deus nos conhece, reconhecendo em nós o pecado como ele nos é revelado pela imagem de Cristo e vivendo uma experiência real de confissão, perdão e transformação, a fim de encontrar em Cristo uma humanidade verdadeira.  

Fonte: http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action=viewnews&id=245
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May 28, 2013

Adoração

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 - Russell Shedd

Do começo ao fim, a Bíblia se apresenta apelando aos homens a adorar o Deus único, Criador dos céus e da terra. O cerne da adoração se resume no conhecimento e na comunhão com Deus, porém, o rompimento com o Criador no Jardim do Éden pelo pecado de rebeldia tornou a realidade de ouvir e falar com Deus mais distante. A natureza caída dos seres humanos torna a adoração algo irreal, vago e, para muitos, irrelevante.

A descrição bíblica do homem como inimigo de Deus, precisando de reconciliação e perdão, destaca o desastre da Queda. A promessa de Satanás de que Adão e Eva seriam como Deus se cumpriu no desejo mais profundo do coração humano: buscar a própria glória, almejar ser honrado, exaltado e até adorado.

A raiz mais profunda e dominante do pecado, portanto, se concentra no orgulho e na soberba. Vemos isso na descrição que Paulo apresenta da sua incapacidade de cumprir a lei de Deus. “Sabemos que a Lei é espiritual: eu, contudo, não o sou, pois fui vendido como escravo ao pecado. Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio... Não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim” (Rm 7.14-17).
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PASSOS BÍBLICOS ESSENCIAIS À ADORAÇÃO

Primeiro, precisamos nos aproximar de Deus, o que é impossível com o pecado reinando no coração. Jesus garantiu que Nicodemos não teria chance de ver o Reino, muito menos o Rei, se não nascesse da água e do Espírito. A água representa o arrependimento e o Espírito o nosso Paracleitos (“Advogado”) para nos apresentar diante de Deus.

A mulher samaritana também foi informada de que adoração não requer tempo nem local especial. O que Deus procura é a verdadeira adoração em Espírito e em verdade. A verdade inclui uma visão correta sobre Deus – infinitamente santo e impossibilitado de aceitar ou ser cúmplice do pecado. Inclui, igualmente, uma visão correta de nós mesmos e de como podemos nos “limpar” para poder entrar na gloriosa presença de Deus.

Jesus falou para Pedro, no Cenáculo, na mesma noite em que foi traído: “Se eu não o lavar, você não terá parte comigo” (Jo 13.8). O simbolismo da lavagem dos pés não nos permite pensar de outra forma senão na necessidade de perdão para adorarmos em verdade. João escreve para seus filhinhos na fé acerca da importância do reconhecimento e confissão do pecado. Admitindo nossa maldade e crendo no sacrifício purificador da morte de Jesus por nós, podemos contar com a fidelidade do Senhor para perdoar os nossos pecados e nos purificar de todo pecado (1 Jo 1.9).

Exatamente como na adoração no Tabernáculo e no Templo, onde o adorador não tinha acesso à “habitação de Deus” sem primeiro passar pelo altar do sacrifício – ali um animal inocente tomava sobre si o pecado do homem culpado –, nós também, somente após a devida purificação, somos, como adoradores, autorizados a entrar no Santo Lugar. Davi perguntou sobre quem poderia subir o monte do Senhor. Sua resposta foi: “Aquele que tem mãos limpas e o coração puro, que não recorre aos ídolos...” (Sl 24.3,4).

Segundo, é necessário exercer a fé, sem a qual é impossível agradar a Deus. Precisamos invocá-Lo e crer que Ele nos ouve, que Ele fala conosco através da Sua palavra. Adorar é também orar e pedir sua intervenção gloriosa em nossas vidas, famílias, nações e no mundo todo. Não devemos esquecer de clamar pelos perdidos e por missões.

Terceiro, precisamos declarar suas grandezas e as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz. Elas devem ser anunciadas, principalmente o seu amor e a sua salvação entre as nações. A Bíblia manda que façamos todos saberem que o seu nome é exaltado.

Quarto, devemos cantar seus louvores, reconhecendo com júbilo e alegria que Ele é nosso Deus.

Quinto, a obediência faz parte da adoração bíblica. “A obediência é melhor do que o sacrifício”, Samuel lembra a Saul. Sendo Ele Senhor nosso, ao comer, beber ou fazer qualquer outra coisa, temos a responsabilidade de fazer tudo para sua glória. Repartir com os necessitados faz, igualmente, parte integral da adoração.

Muitas práticas externas nos cultos não fazem parte essencial da adoração bíblica. Agradam mais ao auditório ou aos dirigentes do que a Deus. Pastores e líderes das comunidades têm a importante responsabilidade de fazer tudo o que puderem para incluir o que essencial à adoração e excluir o que distrai desse propósito.

Fonte: http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action=viewnews&id=7240
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May 27, 2013

Restauração

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 - pr. Russell Shedd

Um dos temas freqüentemente abordados nas Escrituras inclui destruição e restauração, queda e renovação, morte e ressurreição, humilhação e exaltação. A maldição que assola a Terra um dia será retirada. Seria possível perceber um princípio ou lei que governa a existência humana?

O princípio bíblico afirma que o grão de trigo que não morrer ficará só, mas se morrer produzirá muito fruto. A diminuição é seguida pelo aumento, assim como a humilhação pela exaltação. Israel escravizado no Egito, uma vez libertado, se fortalece e conquista a Terra Prometida. O profeta Jeremias, mais de uma vez, repete a promessa divina de que os exilados na Babilônia serão restaurados pela poderosa mão de Deus. Paulo profetiza que todo o Israel será salvo num futuro que ainda aguardamos ansiosamente.

Há, porém, muitas exceções. Adão e Eva não voltaram para o Paraíso. O cristianismo que conquistou o Império Romano caiu na decadência, o que facilitou a sua destruição pelos muçulmanos no século 7. Não reconquistou sua ascendência. Nos dias de hoje a história se repete. Igrejas dinâmicas que proliferaram na Europa após a Reforma se secularizam e morrem. Povos e terras avivados pelo poder do Espírito e do Evangelho paulatinamente se tornam um deserto espiritual. Podemos esperar seu retorno ao compromisso que tiveram no passado?

Há indicação de que Deus restaurará, soberanamente, com seu onipotente braço, a dinâmica missionária das Ilhas Britânicas, da Alemanha ou da Escandinávia? E que dizer das denominações tradicionais da América que perdem membros anualmente? O que podemos esperar do filho criado num lar piedoso que começa a vida comprometido com o Senhor, mas depois abandona suas convicções? A alegria que a volta do filho pródigo trouxe para seu pai não é a experiência de todos os pais.

Neste, como em incontáveis outros casos, parece mais forte o princípio de decadência inevitável de tudo o que está relacionado com a vida humana. “Como uma correnteza, tu arrastas os homens; são breves como o sono; são como a relva que brota ao amanhecer; germina e brota pela manhã, mas à tarde, murcha e seca” (Sl 90.5,6). Não seria mais comum esse quadro do que o de decomposição que favorece a volta para um florescimento maior? Há realmente algum fundamento para crer que haverá uma restauração?

Podemos procurar as respostas nas Escrituras, porém será difícil descobrir o princípio que garanta uma restauração de igrejas mortas ou terras avivadas, recuperando sua dinâmica espiritual. Mesmo que a maioria dos filhos pródigos volte para a casa paterna, não há uma promessa clara divina para estabelecer nossa fé.

De qualquer forma, ainda temos algumas bases para se esperar a restauração.
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  1. A graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens (Tt 2.11). A graça continua sendo uma opção para os que sofrem na desgraça da ira de Deus.
  2. A oração fervorosa de um justo tem sua eficácia. Elias era humano como nós. Demonstrou o poder da oração de fé que venceu as centenas de profetas de Baal e trouxe Israel de volta à adoração do Senhor Deus vivo.
  3. A humilhação tem grande valor, uma vez que a Bíblia ensina que Deus concede maior graça aos humildes, mas se opõe aos orgulhosos. 
  4. O abandono do pecado também é importante; a renúncia das práticas condenadas na Palavra de Deus. Muitas vezes as conseqüências naturais do pecado viram um chicote para castigar suas vítimas. As duras conseqüências do pecado são capazes de chamar a atenção de desviados e convencê-los a se arrepender.
  5. O sofrimento que atinge uma nação, uma família ou um indivíduo, não raro, tem a tendência de incentivar uma busca de renovação espiritual.
  6. A própria aproximação da morte pode ser um instrumento. Os terrores da morte freqüentemente provocam um arrependimento genuíno. Quando uma tempestade assola o navio de tal modo que não há mais esperança de resgate, muitos se dobram diante da mão poderosa de Deus. Lembre-se do desastre do navio Titanic.
  7. Para os que tiveram uma formação cristã e ainda acreditam que a Bíblia merece crédito, devem pensar de vez em quando no inferno. Mesmo não tendo nenhuma certeza de que eles serão lançados no lago de fogo e enxofre, essa possibilidade pode criar uma insegurança incômoda. 
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 Louvemos a Deus por todos os exemplos e possibilidades de restauração!

Fonte: http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action=viewnews&id=7294

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=4NVhBmzEaZI 
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May 26, 2013

Cheios do Espírito

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- pr. Russell Shedd

A expressão “cheio do Espírito” é encontrada algumas poucas vezes no livro de Atos dos Apóstolos.

Em Efésios, Paulo manda que seus leitores “deixem-se encher pelo Espírito” (NVI), a tradução certa do grego. Paulo fala aos Gálatas que ele está sofrendo “dores de parto... até que Cristo seja formado” neles (4.19).

Na segunda oração, registrada em Efésios, o apóstolo culmina seu pedido com a frase: “... para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus” (3.19b).

Jesus também falou para seus discípulos, na noite de sua traição, que eles deveriam permanecer nEle, e Ele permaneceria neles. Por isso, examinemos o significado dessas palavras bíblicas e suas implicações para a vida cristã autêntica.

Em 1o. lugar, parece-me provável que todas essas frases são, senão sinônimas, pelo menos paralelas. Se alguém está cheio de Cristo ou de Deus, entende-se que ele está cheio do Espírito, uma vez que este não é outro senão o Espírito de Cristo, ou o Espírito Santo de Deus. Cristo, formado num cristão, deve equivaler a alguém que goza da plenitude de Deus, “pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). Acreditando firmemente que a Trindade se compõe de três pessoas numa só essência, concluímos que é razoável crer que ficar cheio de um deles significa estar cheio dos outros.

Em 2o. lugar, mesmo que não faça parte de nossa maneira contemporânea de falar, estar cheio de uma pessoa comunica que ela exerce uma influência forte sobre aquele. Diríamos que um indivíduo ficou sob o domínio do outro. Uma vez cheio do Espírito, o crente não agiria de modo independente. Estaria, consciente ou inconscientemente, controlado por um “espírito” distinto do seu espírito humano. O homem cheio do Espírito pensaria, falaria, desejaria e agiria de modo distinto daquele com que ele atuaria se estivesse apenas cheio de si.

Paulo fala dessa distinção quando se refere ao “espírito do mundo” ou o indivíduo “que não tem o Espírito de Deus” (traduz a palavra psuchikos, “almal”, 1 Co 2.12,14). Os espirituais podem ser os que, tendo o Espírito, se dispõem a ouvi-lo e obedecer-lhE. Todos temos ouvido falar de pessoas possessas. Quer dizer, uma pessoa dominada por um espírito que nem é humano e nem divino. A única outra opção seria um espírito imundo ou demoníaco. Jesus enviou seus discípulos numa missão em que uma de suas tarefas era a de “expulsar espíritos imundos” (Mt 10.1). Porém, a maioria maciça dos não-cristãos não é de pessoas endemoninhadas. Paulo ensina que o príncipe do poder do ar, o espírito que está atuando nos que vivem na desobediência (Ef 2.2), influencia até os não-cristãos. Mas isso não quer dizer que todos os que não se submetem ao senhorio de Cristo estão cheios de Satanás, ou possessos. Claro que não.

Essa distinção notável no mundo incrédulo pode nos mostrar bem o caminho para uma compreensão mais clara do enchimento do Espírito. Todos os cristãos verdadeiros, nascidos do Espírito, têm uma medida da influência do Espírito, mas parece que a maioria não está dominada por Ele. Se alguém não tem o Espírito, tal pessoa não deve ser reconhecida como cristão. Mas ter o Espírito e ficar cheio do Espírito referem-se a distinções que podemos observar em qualquer igreja.

Por fim, gostaria de oferecer sugestões que poderão ser úteis num autoexame e dirão se somos ou não cheios do Espírito:
  1. Pessoas cheias do Espírito são as que mais se parecem com o Senhor Jesus. São imitadores de Jesus.
  2. São pessoas humildes. Jesus os chamou de “pobres em espírito”. Consideram os outros superiores a si mesmos.
  3. São membros bem integrados na igreja, o Corpo de Cristo, de maneira que a Cabeça evidentemente os controla. Não são nem egoístas nem independentes, mas servidores.
  4. Elas buscam em primeiro lugar o Reino de Deus, e não seu próprio reino.
  5. Elas confiam de tal maneira no controle soberano de Deus sobre todas as pessoas e eventos que não se preocupam com sua própria vida, mas se entristecem com o sofrimento dos outros.
  6. Elas procuram entender a Bíblia como Jesus a entendeu, e se comprometem em obedecer seus mandamentos.
  7. Elas são semeadores da boa semente do Evangelho e se empenham no discipulado das nações.
  8. Elas vivem na gloriosa esperança da Vinda do Senhor, de modo que não ficam desesperadas com a multiplicação da maldade no mundo.
  9. Elas perdoam em vez de se vingarem.
  10. Acima de tudo, são arraigadas e alicerçadas em amor.

Fonte: http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action=viewnews&id=7368

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=i8l6ergVAHk
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May 25, 2013

Da indiferença à intimidade

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Baseado em Ap 3. 14-22
Ziel Machado

Vivemos dias de intensa superficialidade.

A velocidade frenética de nossos dias afeta nossas relações pessoais e nossa percepção da realidade, deixando-nos reféns de uma avalanche de informações que mal temos tempo de processar. Boa parte do que faz sucesso é puramente descartável, ainda assim, o novo, é a grande atração.

Uma das grandes tragédias da superficialidade é que ela é inimiga mortal da intimidade e para nós, os saudosistas (ou teimosos), fica a pergunta: será ainda possível, nos dias atuais, experimentar relações significativas, desenvolver amizades de alma, sentir-se tocado por alguém?

As pressões de nossa sociedade autosuficiente e arrogante estão determinando a agenda de nossas vidas de tal forma que até nossa relação com Deus tem se tornado superficial. Por isso, para uma época como esta, as cartas dirigidas às sete igrejas de Apocalipse têm muito a nos dizer.

A cidade de Laodicéia

Situada na província romana da Ásia, a cidade, foi fundada por Antíoco II no século III a.C, que usou o nome de sua esposa (Laodice), como inspiração para o nome Laodicéia. Esta localização estratégica fez com que se tornasse um importante centro comercial, extraordinariamente próspero. O Evangelho deve ter chegado muito cedo a Laodicéia.

Provavelmente na época em que Paulo esteve em Éfeso (At 19.10) e possivelmente por meio de Epafras (Cl 4.12-13). A igreja foi acusada de ser tão inútil como a cidade, que se considerava autosuficiente. Alguns estudos indicam que os membros da igreja de Laodicéia faziam parte da elite da cidade e que, esta convivência e a atitude diante da riqueza, foram fatais para esta igreja.

A base da autoridade

Um dos problemas básicos é que, alguns pensam que o simples fato de citar a Bíblia torna determinado ensino, bíblico; o que não é verdade. Um pequeno exemplo são as palavras de Satanás que estão registradas na Escritura, mas ainda não vi ninguém (Deus nos livre!), baseado nelas ensinando a doutrina de "Saltos do Templo", etc.

O fato é que, a cada dia, menos tempo é dedicado ao estudo (com a obediência resultante) da Palavra e, em algumas expressões de culto (individual e coletivo), está se perdendo a santa expectativa por ouvir a voz de Deus por meio de Sua Palavra. Que futuro temos como Igreja se perdemos esta expectativa por ouvir o que o Espírito tem a nos dizer?

O diagnóstico

Uma vez aclarada a autoridade de quem fala, o Senhor apresenta um diagnóstico que revela Seu conhecimento da situação. Através de uma metáfora com o sistema de abastecimento de águas da cidade (sua água era morna e os viajantes a rejeitavam, pois essa água só era útil a quem desejasse vomitar, devido ao mal-estar que causava), o Senhor apresenta a situação da igreja local. "Tu és morna e portanto estou a ponto de vomitar-te".

Que enérgica advertência!

O Senhor não discorre sobre as obras da igreja de Laodicéia, mas de uma maneira direta mostra Sua total reprovação às mesmas.

Percepções em conflito

Temos aqui percepções em total conflito. Uma coisa é o que "você diz" e outra é o que a "testemunha fiel e verdadeira" diz.

Essa autoimagem equivocada demonstra outros equívocos como, por exemplo, seus critérios de avaliação, seus planejamentos futuros e sua própria base de segurança.

Você diz:
a) Estou rico: evidência de sucesso
b) Adquiri riqueza: confiança quanto ao caminho trilhado
c) Não preciso de nada: autosuficiência

A igreja, aqui, expressa a mesma atitude de soberba que a cidade possuía. De alguma forma os critérios pelos quais a igreja se auto-avaliava eram semelhantes aos que os cidadãos julgavam sua cidade.

Entretanto o Senhor a mirou com outros olhos e encontrou algo bem diferente, "não reconheces que és: miserável (digno de compaixão), pobre, cego, nu"?

O novo eixo

Jacques Ellul, considera que esta carta tem uma nota distintiva, a saber: a esperança. As palavras dirigidas a ela são muito fortes, e diferentemente das demais cartas, sem nenhuma nota positiva ou elogio.

Entretanto, o sentido de tão dura advertência é produzir restauração. Mesmo para uma igreja como essa o Senhor tem palavra que produz vida.

1. Cristo: o novo ponto de partida ( v. 18 )

Se a forma de se avaliar, anteriormente, baseava-se num padrão de soberba e autosuficiência o Senhor, agora, propõe um novo eixo, um novo critério, que passa pelo arrependimento - como ação concreta capaz de eliminar o eixo antigo - e coloca, no lugar, a relação com o Senhor.

2. Cristo: a verdadeira riqueza (Mt 6. 19-20; Lc 12.21)

Uma vez mais o Senhor utiliza uma metáfora com os produtos mais destacados de Laodicéia para assegurar que, o que provêm dEle, é infinitamente superior ao que aquela igreja conhecia e, portanto, marcado pela qualidade de "verdadeiro".

3. Cristo: fonte de esperança (v. 19)

A indiferença característica da igreja de Laodicéia não encontrava equivalência no Senhor desta igreja. Para uma igreja indiferente, um Senhor que se importa. Ele ama esta igreja e por isso disciplina (Hb 12.6). A uma igreja equivocada e perdida em sua própria cegueira, Ele chama ao arrependimento - o arrependimento que torna possível a relação com Deus.

4. Cristo: o convite para intimidade (v.20)

Segundo Ladd, o contexto deste versículo é de arrependimento enquanto que, nas passagens citadas, o foco está em Cristo reunindo Seu povo em torno das bençãos do Reino messiânico.

5. Cristo: a testemunha fiel e verdadeira que venceu

A carta a igreja de Laodiciéia começa apresentando o Senhor Jesus como alguém fiel e digno de confiança e conclui, como as demais cartas, reforçando a realidade de Sua vitória.

Considerações Finais

Refletindo sobre o momento histórico em que vivemos podemos nos perguntar sobre o quão conscientes estamos deste processo de influência a que estamos sujeitos, e quão permeáveis estamos ao mesmo.

Podemos fazer uma avaliação nos perguntando sobre o tipo de conceito de "sucesso" que temos, ou sobre a origem de onde nossa postura de auto-suficiência.

Conceitos como estes ficam evidentes pela forma como lidamos com a fraqueza de nossos irmãos, que estão ao nosso redor, sofrendo todo tipo de privações.

Para uma sociedade estéril, indiferente e perdida dentro de uma busca desesperada por algo que satisfaça, aqui está o convite do Senhor que oferece o desfrutarmos de Sua intimidade. Para aqueles de nós que ansiamos por algo mais do que "bençãos" o Senhor nos convida a sermos íntimos com Ele.

Existirá algo mais tremendo do que desfrutarmos da intimidade do Senhor? Para sociedades e igrejas indiferentes o Senhor oferece a Si mesmo; Aquele que tem a palavra final e verdadeira.

Fonte: http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action=viewnews&id=339
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May 24, 2013

Uma questão de princípios

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Quais são os referenciais que norteiam sua vida?
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- por Jaime Kemp

Em Gênesis 39, encontramos uma das ilustrações clássicas de como o sistema de valores pessoais pode pesar na balança de uma sociedade.

José, filho de Jacó, mordomo na casa de Potifar, lutava contra as investidas sexuais de sua patroa, esposa de seu senhor.

Encontramos neste jovem um caráter impecável. Ele estava disposto a abrir mão das delícias sedutoras oferecidas por uma mulher sensual para não comprometer suas convicções.

Em três declarações neste capítulo, ele indica seus valores, que se destacam como um farol em meio à tempestade: "Ele, porém, recusou e disse à mulher do seu senhor: Tem-me por mordomo o meu senhor, e não sabe do que há em casa, pois tudo o que tem me passou ele às minhas mãos. Ele não é maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porque és sua mulher: como, pois, cometeria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?" (Gn 39.8-9).

Na 1a. declaração, José afirmou que seria infiel ao seu mestre se tivesse relações sexuais com a esposa dele.

Em sua 2a. declaração, ele ressalta que seria infiel também consigo.

Na 3a., ele declara que não cometeria tal pecado, pois seria infiel ao seu Deus.

O valor de caráter citado por José, a fidelidade, abrangeu três pessoas: Potifar (mestre), José (ele mesmo) e Deus.

Muitos falam sobre determinados valores que deveriam adotar, mas que, na realidade, não praticam, não inserem no cotidiano de suas vidas.

Potifar não tinha a menor dúvida da fidelidade de José, pois sabia que sua integridade era real, concreta, e não apenas simples palavras levianas.

Há muitos jovens cristãos que sabem exatamente o que é certo e o que é errado sobre, por exemplo, sexo antes do casamento, roubo, drogas, cola nas provas. Mas suas vidas não refletem seu conhecimento.

Valores cristãos e familiares contêm dois elementos essenciais: o quê e por quê. Nossa tendência é enfocar demasiadamente o "quê", esquecendo-nos do "por quê".

Falhamos quando não explicamos por que os valores cristãos são tão importantes para nossas vidas.

Sabemos como firmamos nossa convicção em determinado valor, mas desconhecemos como chegamos à conclusão de que ele é imprescindível.

Quando os pais comunicam valores a seus filhos, precisam ajudá-los a raciocinar sobre a razão de estes valores serem tão importantes e desafiá-los a não aceitá-los apenas porque seus pais o aceitam, mas porque eles concluíram e aceitaram sua importância para si.

O ensino eficaz

Quero fazer algumas sugestões sobre como os pais podem dinamizar o ensino dos valores cristãos a seus filhos.

l) Desenvolvendo um relacionamento de qualidade com os filhos: a melhor maneira de comunicar tais valores aos filhos é através dos relacionamentos interpessoais porque, sendo assim, há o máximo de interação e o mínimo de distorção.

É possível impressionar uma pessoa, mesmo não sendo íntimo. Contudo, o nível de impacto é consideravelmente mais profundo quando partilhamos de sua intimidade, quando estamos próximos dela.

Comunicamos nossos valores demonstrando que o praticamos em nossas vidas, e não falando sobre eles.

2) Deixe seu filho expressar-se, mesmo que suas idéias e opiniões sejam divergentes das suas: quando seu filho discorda de você, agarre a oportunidade de descobrir, pelo diálogo, a razão de tal discordância.

Ele precisa sentir que pode ter opiniões contrárias à de seus pais e que não será recriminado por isto.

Ele necessita ter liberdade para desenvolver suas próprias convicções. Valores forçados pelos pais desfazem-se rapidamente. Convicções adquiridas por determinação própria podem durar uma vida.

3) Deixe seu filho experimentar e aprender através das conseqüências do seu comportamento: quando os pais trabalham com seus filhos em nível de confiança mútua, o vínculo e a aceitação são mais sólidos.

Entretanto, quando o relacionamento e o ensino são pautados por uma série de restrições, os filhos sentem que seus pais não confiam neles.

O resultado deste último posicionamento é a falta de confiança em si mesmos e indefinição quanto a seus próprios valores, já que não tiveram liberdade e chance de testá-los.

4) Encoraje seu filho a se envolver em servir outras pessoa. O jovem adolescente que se envolve em trabalhos de auxílio a outras pessoas, que aprende a ser servo, desenvolve um senso de valor e, também, os valores cristãos.

É positivo que eles sejam voluntários e não recebam remuneração financeira. As crianças da casa devem ser incentivadas a ajudar nas tarefas domésticas sem que, para isto, recebam mesada. Isto fará com que os filhos reconheçam que as pessoas são infinitamente mais importantes do que as coisas.

5) Seja exemplo do que ensina: provavelmente, o elemento essencial na comunicação de valores na família são os pais que se tornam exemplos do que ensinam.

Se não há compromisso entre o valor ensinado e a realidade, certamente os filhos não assimilarão o conceito.

Há uma séria crise de integridade e credibilidade nas lideranças familiares atuais. Filhos aguardam uma demonstração que dará validade aos valores.

Se eles, a longo prazo, testificam a fé dos pais em ação, gradativamente adotarão o padrão e os valores que observaram e que, certamente, trarão bênçãos às suas vidas.

Que nós, pais cristãos, possamos vivenciar mais nossa fé!

Fonte: http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action=viewnews&id=189
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May 23, 2013

Valores

Como surgem e o que representam

- pr. Russell Shedd

É sempre importante pensar sobre valores. Eles referem-se aos elementos e experiências que tornam a vida significativa. Valores também tratam de relacionamentos que criam o sentimento que diz "vale a pena viver". Valores essencialmente motivam pessoas a trabalhar, poupar, gastar, investir e esperar um retorno que recompense o esforço e o tempo investido. Valores podem vir de coisas, sistemas, ideais, experiências, pessoas e muito mais. Qualquer coisa ou experiência que dá significado à vida seria um valor. Qualquer bem no mundo criado pode se tornar um valor, como o teólogo Thomas Oden reconhece no seu livro Two Worlds (Dois Mundos), que descreve a morte da modernidade nos Estados Unidos e na Rússia.

Valores são tentadores porque prometem felicidade. Ela pode ser imediata ou a longo prazo. Jovens estudam dia e noite para passar no vestibular e ingressar numa boa universidade que ofereça o curso mais desejável. Sacrificar-se para tornar-se aluno da melhor universidade e conseguir ser aprovado suscita no estudante a felicidade de ter conquistado um valor intermediário. Em seguida, precisa trabalhar duro para alcançar uma meta que servirá como um degrau na procura de uma futura posição que pague bem. Tem muito significado para o estudante que deseja este valor. Talvez poderá acumular outros valores, como casar com uma moça bonita e bem colocada na escala social. Valores como estes motivam a maioria dos jovens ambiciosos.

Os valores competem entre si. Na corrida para se alcançar sua meta, o estudante poderá criar um atrito sério com seu pai que queria que fosse um mecânico como ele próprio é. O valor de subir para um alto nível na sociedade compete com o desejo de agradar o pai. O pai de Martinho Lutero quis que seu filho fosse um advogado bem-sucedido, não um monge. O conflito na carreira foi fonte de ansiedade para o reformador. Competição entre valores cria ansiedade! O professor Oden aponta para uma verdade prioritária. "Quando se eleva um valor finito para a centralidade, alguém escolhe o que Jesus e os cristãos chamam de um ‘deus’. Trata- se um valor finito como algo do qual não se pode conceber outro valor mais alto" (p.95). O teólogo Paul Tillich acreditava que o último valor está dentro de nós. Seria o único deus que existe, um deus criado pela escolha de um valor pelo qual todos os outros são julgados e avaliados. Onde está o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Deus criador do universo e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo?

Quando se atribui valor a um bem que não seja Deus, esse valor se torna idólatra. Paulo descreve este pecado mais grave cometido pela humanidade como "trocar a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis" (Rm 1.23).

Quando valores não centram em Deus, automaticamente as pessoas procuram valores humanos temporais, idólatras. A idolatria trata um valor limitado como se fosse absoluto, segundo afirmou Agostinho. Um filho ou cônjuge em quem concentramos nossa principal fonte de felicidade tem potencial idólatra (veja Oden, p.95). Por isso, Paulo entendeu que "ganância... é idolatria" (Cl 3.5b).

A tendência de todos os descendentes de Adão é claramente atribuir às coisas boas, tais como relacionamentos familiares, sucesso, uma refeição especial, sexo ou qualquer outro bem, um valor substitutivo, destronizando Deus. Nesse caso, a satisfação vem do bem e não de Deus, motivo pela qual os homens não agradecem àquEle que lhes deu o valor desfrutado. Contudo, congratulam-se pelos próprios esforços.

A salvação, que tem um valor inestimável, não pode ser alcançada pelas obras ou por meio de justiça própria, simplesmente porque nesse caso poderíamos agradecer a nós mesmos e não ao doador de todo bem.

"Dele, por ele e para ele são todas as coisas" (Rm 11.36) é a declaração que apresenta a visão bíblica do único Deus verdadeiro. A definição de quem Deus é nos ajuda a entender como valores intermediários, e não últimos, se tornam os alvos de nossa busca. Se nosso prazer não encontra sua maior satisfação em conhecê-Lo, gozar comunhão com Ele e obedecer-Lhe, automaticamente buscaremos um valor menor. Certamente, esta seria a razão pela qual o maior de todos os mandamentos é amar a Deus de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento e de todas as forças (Mc 12.30).

Nossos valores estão enraizados naquilo que mais amamos.

À luz desta verdade, podemos melhor entender por que "o amor ao dinheiro (algo tão valorizado por muitos) é a raiz de todos os males" (1 Tm 6.10). Cobiçando riqueza, abandonamos o maior bem. Fazemos da riqueza nosso ídolo e relegamos o Senhor a um plano inferior.  

Fonte: http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action=viewnews&id=7461
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May 22, 2013

O caminho da sensatez

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- Ricardo Barbosa de Souza

Como pastor, tenho observado que muitos cristãos vivem aprisionados e não gozam da liberdade em Cristo.

São pessoas movidas por ansiedades, medos e inseguranças. Muitos carregam mágoas, culpas e ressentimentos. Por isso, não conseguem se relacionar livremente, nem com Deus, nem com o próximo.

Jovens e adolescentes que são prisioneiros da aparência ou dominados pelas vontades e caprichos dos outros.

Movem-se por impulsos sexuais e afetivos levianos e descomprometidos, ou são dependentes de drogas e bebidas.

Somos prisioneiros do passado por causa das nossas lembranças e memórias. E somos prisioneiros do futuro por causa das ansiedades. Em virtude disso, o presente torna-se vazio e cheio de tédio.

A falta de significado intensifica a ansiedade e aumenta a vulnerabilidade a toda forma de manipulação emocional e religiosa, o que limita ainda mais a liberdade.

O apóstolo Paulo, grande mestre do ensino sobre a graça de Deus e da liberdade cristã, apresenta na sua carta aos gálatas, capítulo 3.1-5, cinco perguntas que descrevem seu coração perturbado diante do caminho absurdo que o povo de Deus havia tomado.

Para ele, a ignorância daquilo que Cristo fez e a insensatez estavam levando muitos a viverem na mentira e na ilusão, ao invés de gozarem da vida abundante e liberta que Cristo lhes havia conquistado.

As cinco perguntas de Paulo são um apelo à razão, ao bom senso e à lucidez para que, ao refletirem sobre elas, tais pessoas pudessem retornar ao caminho da liberdade.

A 1a. pergunta nos coloca em contato com o evento mais importante da história da fé: "Ó gálatas insensatos! Quem os enfeitiçou? Não foi diante dos seus olhos que Jesus Cristo foi exposto como crucificado?".

A cruz e a ressurreição são os eventos que garantem nossa liberdade. É o fato central em torno do qual todos os outros estão subordinados. A revelação do amor de Deus em Cristo Jesus, a forma como o pecado e a culpa foram resolvidos, a dádiva do "Espírito de adoção" que nos liberta do espírito da escravidão, tudo isso é central e fundamental para nos assegurar uma vida plena e verdadeira.

A 2a. pergunta aponta para a natureza da vida cristã: "Gostaria de saber apenas uma coisa: foi pela prática da lei que vocês receberam o Espírito, ou pela fé naquilo que ouviram?".

O Espírito Santo é a presença de Deus em nós e entre nós, e também o que torna a vida cristã possível.

Cristo não foi apenas um grande exemplo de vida que deve ser imitado; Ele vive em nós pelo poder do Espírito Santo, numa união real que nos possibilita viver pelo poder da ressurreição.

Cristãos sensatos permanecem atentos ao que Deus está fazendo em suas vidas e nas experiências que o Espírito proporciona.

Por outro lado, crentes insensatos ignoram tudo isso, criam regras para a presença do Espírito Santo, insistem em que o cumprimento de tais normas é imprescindível para termos o Espírito de Deus. Acabam vivendo por espasmos espirituais ou ancorados na espiritualidade dos outros.

A 3a. questão que Paulo levanta nos conduz ao caminho da maturidade: "Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio?".

O apóstolo nos apresenta um caminho que se inicia com a revelação de Cristo e que continua com a presença e o poder do Espírito Santo que derrama sobre nós o amor de Deus, possibilitando-nos a viver a vida cristã.

Quanto entramos neste caminho, iniciamos o processo de libertação. O problema é que começamos bem, crendo no amor de Deus e em Sua graça maravilhosa; mas depois continuamos usando recursos próprios do legalismo ou moralismo, da manipulação religiosa e da chantagem. Iniciamos com o amor e continuamos com o cinismo e a desconfiança.

Paulo está dizendo: "Usem a cabeça!". O bom senso nos preserva de abandonar o Evangelho da graça.

A 4a. pergunta conduz ao reconhecimento dos valores que nos asseguram a liberdade: "Será que foi inútil sofrerem tantas coisas?".

O que Paulo está dizendo é que uma pessoa sensata tem valores e por eles sofre - mas isso não inibe, nem limita a liberdade, muito pelo contrário.

Uma pessoa sensata sabe o que quer e o que é importante para ela, e assim persevera no caminho da liberdade.

Por outro lado, aqueles que não têm valores acabam vivendo por impulsos e tornam-se prisioneiros das pressões dos outros.

Como cristãos aprendemos que o amor, a paz, o domínio próprio, a misericórdia e a mansidão são valores fundamentais.

Aprendemos que o corpo é o templo do Espírito Santo e que nossa mente não é nenhum depósito de lixo.

Sabemos que o perdão é melhor que a vingança, e a justiça é o caminho para a santidade. Quando perdemos tais valores, ficamos reféns da propaganda e da ilusão. Perdemos a liberdade.

Por fim, a última pergunta reafirma tudo o que ele tem dito. "Aquele que lhes dá o seu Espírito e opera milagres entre vocês realiza estas coisas pela prática da lei ou pela fé com a qual receberam a palavra?".

Quanto mais fiéis formos para com o Evangelho que recebemos, mais livres e verdadeiros seremos.

O Evangelho nos revela a obra extraordinária da redenção de Jesus Cristo, nos coloca em comunhão com Deus e nos oferece Seu Espírito que realiza os milagres da vida em nós.

Esta é a realidade que nos envolve. Trocar esta realidade por outra é viver na insensatez.

O apelo de Paulo é simples e o que ele propõe é óbvio: "Usem a cabeça! Pensem! Não sejam estúpidos! Vivam sensatamente!".

A ausência de liberdade para muitos cristãos hoje é fruto da ignorância para com as verdades redentoras e libertadoras em Cristo, da substituição da Palavra revelada por palavras vazias e sem propostas transformadoras.

São milhares de irmãos e irmãs que perderam o juízo e se aventuraram por um caminho de manipulação, chantagem e ignorância espiritual e teológica.

Desenvolveram uma espiritualidade tão adoecida quanto a teologia que abraçaram ou que lhes foi ensinada. Só que Paulo nos recomenda a volta para os fundamentos da fé cristã, pois são eles que nos oferecerão o caminho da sensatez e da liberdade.

Fonte: http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action=viewnews&id=146
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May 21, 2013

Corações perturbados

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- Russell Shedd

Antes de Jesus ser preso, na noite em que foi traído por Judas, Ele falou as seguintes palavras de encorajamento para seus discípulos: “Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus, creiam também em mim” (Jo 14.1, NVI). Quem não tem experimentado ansiedade e medo ao enfrentar um futuro desconhecido que promete perigo e assombro? A insegurança intensa e os temores horríveis fragilizam as emoções e perturbam o coração.

Ameaças físicas tiram a paz da pessoa ameaçada porque ela não pode calcular a intensidade do sofrimento que virá. A imaginação age como um carrasco desmontando a segurança da vida interior diante da possibilidade de torturas ainda não sentidas. O sofrimento, que somos incapazes de processar, aflige a alma com dores quase reais, dores agudas e insuportáveis.

Perturbação ocorre quando um médico anuncia tristemente que o câncer que devora as células saudáveis não tem cura. Quais são os sentimentos que desestabilizam o coração no momento em que um passageiro, olhando pela janela de um jato transatlântico, vê um dos motores lançando chamas e fumaça em cima do mar?

Marcos informa que, na noite da traição, os discípulos fugiram (14.50), uma reação natural ao se confrontar com uma ameaça que ultrapassa os recursos disponíveis ao coração. Pedro, mais corajoso, acompanhou o desenvolvimento mantendo sua distância do foco do perigo. Quando, porém, foi acusado repetidas vezes de ser seguidor do réu, negou com veemência e juramentos, afirmando que não era. Aí está mais uma maneira de se tentar escapar do perigo assombroso.

Naquelas horas em que o perigo mortal se aproximava, Jesus declarou: “Não se perturbe o seu coração; creiam”! Quando a mais adequada escapatória for negar, jurar inocência e fugir para se esconder, é bom ouvir do Senhor: “Não se perturbe o coração”. O escudo para o crente fiel continua sendo “Creia”.

Crer, no sentido empregado por Jesus, significa confiar na soberania dEle e na todo-poderosa transformação da ameaça em bênção. Crer em Cristo significa confiar nAquele que, de sua espontânea vontade, aceitou a cruz e todas as agonias inconcebíveis da morte do Filho perfeito. O profeta Isaías relatou esta verdade: “Meu servo justo justificará muitos e levará a iniqüidade deles” (53.11, NVI). Os piores e mais terríveis sofrimentos que a vida ou a morte podem lançar sobre nós foram levados pelo nosso substituto divino. “Ele foi entregue à morte por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação” (Rm 4.25). É essencial que creiamos nesta verdade para nos beneficiarmos deste recurso eterno.

“O aguilhão da morte é o pecado”, disse Paulo (1 Co 15.26), mas se Jesus tomou sobre si o castigo de nosso pecado, que sofrimento sobrará para justificar os nossos temores? Receber pela fé esse preciosismo deve anular a ansiedade e o medo. Logo em seguida, após a ressurreição de Jesus, Pedro mostrou uma invejável segurança e coragem. Acusou os judeus na mesma cidade em que Jesus foi condenado e crucificado. “Vocês”, disse ele, “com a ajuda de homens perversos, o mataram, pregando-o na cruz” (At 2.23b, NVI).

O que mudou nesse discípulo amedrontado, que buscava com juramentos negar sua passada intimidade com Jesus?

Mantenha a si em paz, primeiro”, disse o sábio Thomas a Kempis, “e então você poderá pacificar outras pessoas. O homem pacífico realiza mais bem do que aquele que é erudito... O homem bom, pacífico, vira todas as coisas para o bem” (A Imitação de Cristo, Shedd Publicações, p. 62).

Mas o caminho da paz depende da fé em Deus e no Senhor Jesus, que passou pelo vale profundo da morte e falou para seus seguidores: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou, não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27, RA).

Paulo descreve esta paz que excede todo entendimento como “fruto do espírito”, junto com o amor e a alegria (Gl 5.22). Não se compara com a paz que conversas com um psicólogo possam prover nem uma solução inesperada para uma ameaça sombria. Se um dos maiores males que afligem a civilização ocidental hoje é o stress, resultando em depressão, vale a pena atender a recomendação de Jesus Cristo: “Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus, creiam também em mim”!

Fonte: http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action=viewnews&id=7365
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May 20, 2013

A sarça ardente

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- pr. Ronaldo Perrini

Na minha vida me deparei com pessoas que possuem um senso tão aguçado de perfeição que não conseguem se alegrar com nada. O parâmetro que elas se impõem é inatingível. Outras acreditam que podem mudar ou modificar o que está à sua volta usando apenas o rigor da disciplina. Mas geralmente esse é um processo que carrega em si certa dose de violência, consigo e com os outros.

É verdade que muitas coisas não podem continuar como estão. Por isso a Bíblia nos propõe a fé como caminho de transformação. Transformar é uma atuação essencialmente mais suave e sem violência. Jesus nos propõe uma espiritualidade de transformação.

O primeiro passo da transformação é reconhecer meus pecados, minhas debilidades, meus conflitos, meus problemas. Foi aceitando suas fraquezas que os personagens bíblicos atravessaram suas crises e viram nelas uma oportunidade de Deus despertar neles uma nova e verdadeira pessoa.

Para Anselm Grün, “transformação é um conceito chave de uma espiritualidade que não deseja eliminar todas as falhas e fraquezas que há em nós, mas reconhece que tudo tem um sentido e Deus pode transformar tudo para que sua luz brilhe mais em nós e através de nós”.

Nossa espiritualidade sempre foi dominada por características masculinas, ligadas à necessidade de reprimir, dominar, afastar, controlar. Ela sempre foi baseada na vontade própria, no esforço e gerou violência contra si e contra os outros ou hipocrisia. Porém, nossa espiritualidade deveria ter características mais femininas. Abrir o espaço necessário para a transformação.

Quando estabeleço um diálogo com minhas paixões, fraquezas, doenças, conflitos e até meus pecados, eles podem ser transformados em algo valioso em mim, como a mulher que achou a dracma no lixo varrido de casa. Há um conto alemão onde um rei guardou seus tesouros na torre do seu castelo, e lá colocou cães ferozes para guardá-los. Certo dia, ao hospedar um viajante, colocou-o para dormir na torre, certo de que os cães ferozes guardariam seus tesouros. Como não conseguia dormir, o viajante estabeleceu um contato com os cães, aprendem sua linguagem, e estes lhe revelaram o lugar do tesouro escondido. Dai nasceu um ditado popular que diz: “onde os cães ladram está seu maior tesouro”.

Se quisermos ter experiências espirituais profundas e verdadeiras precisamos nos familiarizar com nossas paixões, fraquezas e debilidades. A Bíblia está cheia de exemplos de transformação daquilo que é vil em algo capaz de manifestar a glória e a presença de Deus no meio dos homens. Um desses exemplos é a Sarça Ardente. A sarça não tem valor algum. É um arbusto seco e imprestável, cheio de espinhos e usado apenas para a fogueira. Se comparada a nós a sarça representa tudo aquilo que em nós está árido, vazio, que foi deixado à margem e foi desprezado; tudo o que em nós não deu certo e se tornou lastimável.

Moisés viu a sarça se queimar sem se consumir e contemplou nesse fato a presença de Deus. Um dia, Moisés, tomado pela fúria, matou um egípcio e o escondeu na areia. Bastou o primeiro vento forte e o resultado de sua ira estava lá, exposto para quem quisesse ver. Nós também, agindo pela nossa própria força e fúria, somos impelidos, pela ilusão que podemos controlar tudo, a esconder as conseqüências de nossas atitudes na areia. Mas isso só é possível até a primeira ventania. Por causa do homicídio que cometeu, Moisés teve de fugir do Egito.

Ele tentou resolver a injustiça contra os hebreus de sua maneira e acabou se tornando um fugitivo numa terra estrangeira. Sua vida se tornou tão árida como aquele deserto em que vivia. Ele pôde se ver naquela sarça. Ele próprio estava à margem do deserto. Tornou-se inútil, desprezado, sem valor. Sua ocupação era cuidar do rebanho do sogro. Seu sentimento foi expresso no nome de seu único filho: Gerson, hóspede no deserto.

A sarça representa a experiência de muitas pessoas que possuem a impressão de sua vida foi um fracasso. Deixaram escapar muitas oportunidades; não viveram o que gostariam de ter vivido; abriram mão de seus sonhos; E agora se sentem desprezados, cansados, inúteis, como a sarça de espinhos. Sentem que para eles não há outra chance. Outros sentem que não estão vivendo suas próprias vidas. Sentem-se condenados a viverem a expectativa dos outros e a realizar o sonho de outros. Não passam de hóspede no deserto cuidando do rebanho de outro.

Chama-me a atenção justamente essa sarça de espinhos onde Deus se manifestou a Moisés. Deus se manifestou como um fogo no meio da sarça, mas não a consumiu. Justamente o que é vazio, aquilo que fracassou em mim, aquilo que foi deixado de lado e desprezado, o que foi ferido e machucado, Deus transforma em lugar de sua presença. Olhar para a imagem da sarça ardendo pode nos encher de fé porque nos revela que Deus pode transformar nossa fraqueza em um lugar onde seu poder se aperfeiçoa; Deus pode transformar em nós o que é vil e desprezível em lugar de honra.

Se há um lugar que Deus habita em mim, esse lugar é o vazio, o deserto que há em mim. Nesse deserto, Deus não divide sua glória com a minha soberba. Quando consigo olhar para a minha vida com esses olhos, vejo que tudo tem seu próprio sentido. Minhas crises, meus fracassos, tudo o que em mim está paralisado, tudo o que está enfermo, pode ser transformado por Deus. É justamente ai que Deus quer se manifestar em minha vida.

Por isso, diante da sarça que existe em mim eu preciso tirar as sandálias. Para olhar para a minha sarça e ver nela a manifestação de Deus eu preciso tocar com meus pés o húmus da terra. Eu preciso de humildade. A soberba impede muitos de ver Deus na sarça que está em seu coração, pois jamais olham para a sua fraqueza. Descalçar as sandálias pode ainda representar despir-se simbolicamente. Indica que ali, em solo sagrado, diante de Deus que se manifesta em nossa fraqueza, posso assumir minha nudez. Posso me desfazer de meus trapos de justiça.

Outra coisa que a sarça ardente me ensina é que mesmo Deus se manifestando em mim, através de minhas fraquezas, eu vou continuar humano. Essas fraquezas não vão desaparecer num passe de mágica. Minha vida não será transformada da noite para o dia, vou continuar sendo fraco e cheio de limites. Não vou encontrar sentido para muitas coisas na minha vida. A sarça continuou a ser uma sarça, mas se transformou também em um lugar onde Deus se manifesta.

Olhar para a nossa sarça ardente pode nos libertar do medo de que nossa vida tenha fracassado e que tudo esteja perdido. Olhar para a nossa sarça ardente nos permite crer que Deus atua em nós, silenciosamente, para tudo transformar, a fim de que tudo em nós anuncie a sua glória, até aquilo que inclusive é fraco e desprezível.

Olhar para a nossa sarça nos livra da paranóia de condicionar a presença de Deus com a nossa perfeição. Sua presença se manifestará em nós não quando formos perfeitos, mas quando, mesmo dilacerados e vazios, fracos e derrotados, nos entregarmos a Ele. Quando tirarmos nossas sandálias e com os pés no húmus da terra, humildemente aceitarmos nossa humanidade, então nosso vazio se encherá de sua presença e nossa angustia se transformará em paz.

Misteriosamente, da sarça ardente, Deus chamou Moisés para ser o libertador de Israel. Ele, que em outra oportunidade fracassou em libertar Israel, justamente agora, que assumiu a sua fraqueza, vai realizar o que sua própria força não conseguiu. E o Moisés furioso, voluntarioso, cheio de ira? Foi transformado no homem mais manso da terra.

Que Deus nos dê a graça de olhar para tudo o que é desprezado em nós e ver ali a manifestação de Deus em nossa vida.
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May 18, 2013

Paulo Vanzolini

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- Drauzio Varella

Fui aluno do professor Paulo Vanzolini no primeiro ano da faculdade. Eram aulas de bioestatística, aos sábados, nos tempos do quadro-negro e do giz que ele só largava na hora de acender o cachimbo.

Era um ídolo, capaz de viver a um só tempo tudo o que eu mais admirava: a paixão pela ciência e pela cultura popular. Tornamo-nos amigos 40 anos mais tarde, depois de uma viagem no barco-escola da Unip, para gravar uma série de entrevistas no rio Negro.

Vou dividir com você, leitor, alguns trechos dessa conversa (que pode ser vista na íntegra no site http://drauziovarella.com.br).

- Sempre gostei de bicho, mas não gostava das aulas. Para ser sincero, nos quatro anos do primário, cinco de ginásio, dois de pré-médico, seis de medicina e três anos em Harvard, nunca assisti às aulas com gosto.

- Com 14 anos, consegui um estágio no Instituto Biológico. No laboratório, eu era uma espécie de segundo auxiliar de cachorro, mas comecei a aprender zoologia e descobri a evolução.

- Meu pai era professor da Escola Politécnica da USP. Um amigo dele, André Dreyfus, fundador da genética no Brasil, me aconselhou: "Se quiser estudar vertebrados, vá à faculdade de medicina aprender anatomia, histologia e fisiologia; na Zoologia, esses cursos são muito ruins.

- Depois de formado, fui para Harvard me achando o maior cientista. Tomei um choque cultural quando vi o que era a zoologia moderna. Com eles, aprendi que o cientista precisa ser generoso, ele não é o dono da ideia. Se tenho uma coleção, devo colocá-la à disposição de todos. A escola científica europeia é baseada na pequena vantagem, na mesquinharia, atributos que a fazem muito diferente da americana.

- Charles Darwin pertencia à classe mais privilegiada da Inglaterra. Nunca precisou trabalhar. Veio para a América do Sul como naturalista numa expedição que passou pelo Brasil e Argentina antes de chegar a Galápagos. Lá, ele se deparou com um cenário intrigante: ilhas que apresentavam fauna e flora distintas.

- Era um gênio, um conservador que chegou a uma ideia revolucionária. A publicação de "A Origem das Espécies" agrediu profundamente o establishment inglês. Darwin viveu um drama pessoal terrível. Só seguiu em frente porque era um pesquisador honesto. Acho que, se pudesse, teria desistido. Imagine contestar a crença de que a Terra tinha apenas 6.000 anos e que as espécies haviam sido criadas ao mesmo tempo por Deus.

- Trabalhando separadamente, Alfred Wallace chegou às mesmas conclusões, mas a documentação de Darwin foi mais completa. Wallace escreveu um artigo maravilhoso, enquanto Darwin escreveu um livro. Mas os dois comprovaram uma regra básica da zoologia: o zoólogo tem de ir para o mato.

- Pensar uma teoria é um ato social. No isolamento ninguém consegue.

- Andei pelo Brasil inteiro, conheço o Nordeste como o fundo de meu bolso. Visitei a Amazônia peruana, a equatoriana e a brasileira. Descia do barco, conversava com as pessoas e anunciava: "Compro lagartixa, sapo, jacaré e cobra". Quando assumi o trabalho no Museu de Zoologia, a coleção de répteis e anfíbios tinha 1.200 exemplares. Agora, no fim da minha carreira, chegou a 220 mil.

- Sou um zoólogo de unhas sujas, apaixonado pelo trabalho. Com quase 80 anos, aposentado, vou diariamente ao museu, das 8h30 às 19h. No momento, passo os dias contando escamas de cascavéis.

- O silêncio do laboratório me faz bem. Gosto do povo, mas de um em um não gosto não.

Nessa altura fiz a pergunta inevitável: - Ainda sobra tempo para compor?

- Houve uma época em que todas as noites eu ia ao jogral do meu amigo Luiz Carlos Paraná, onde havia música da melhor qualidade. Era o bar mais interessante de São Paulo. Quando o garçom faltava, eu vestia a jaqueta e servia as mesas. O Paraná e outros amigos se foram, deixando uma sensação terrível de perda pessoal. Sem eles, diminuí, fiquei menor.

- Olhando para trás, para sua vida de compositor de músicas memoráveis e de cientista consagrado, você se considera feliz?

- Sou um homem em paz. Feliz? Não sei qual filósofo, Sólon ou Thales, disse que só é possível julgar a felicidade de uma pessoa depois de sua morte porque é imprescindível ter uma morte feliz.

Adeus, professor.

Fointe: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2013/05/1280386-paulo-vanzolini.shtml
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May 15, 2013

Potencial nota 10 - como alcançá-lo?

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A parábola do dinheiro investido

14. E também será como um homem que, ao sair de viagem, chamou seus servos e confiou-lhes os seus bens
15. A um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um; a cada um de acordo com a sua capacidade. Em seguida partiu de viagem.
16. O que havia recebido cinco talentos saiu imediatamente, aplicou-os, e ganhou mais cinco.
17. Também o que tinha dois talentos ganhou mais dois.
18. Mas o que tinha recebido um talento saiu, cavou um buraco no chão e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19. Depois de muito tempo o senhor daqueles servos voltou e acertou contas com eles.
20. O que tinha recebido cinco talentos trouxe os outros cinco e disse: ‘O senhor me confiou cinco talentos; veja, eu ganhei mais cinco’.
21. O senhor respondeu: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco; eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor! ’
22. Veio também o que tinha recebido dois talentos e disse: ‘O senhor me confiou dois talentos; veja, eu ganhei mais dois’.
23. O senhor respondeu: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco; eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor! ´
24. Por fim veio o que tinha recebido um talento e disse: ‘Eu sabia que o senhor é um homem severo, que colhe onde não plantou e junta onde não semeou.
25. Por isso, tive medo, saí e escondi o seu talento no chão. Veja, aqui está o que lhe pertence’.
26. O senhor respondeu: ‘Servo mau e negligente! Você sabia que eu colho onde não plantei e junto onde não semeei?
27. Então você devia ter confiado o meu dinheiro aos banqueiros, para que, quando eu voltasse, o recebesse de volta com juros.
28. ‘Tirem o talento dele e entreguem-no ao que tem dez.
29. Pois a quem tem, mais será dado, e terá em grande quantidade. Mas a quem não tem, até o que tem lhe será tirado.
30. E lancem fora o servo inútil nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes’.

- por Esther Carrenho

É a última parábola de Jesus antes da crucificação (Mateus). Sabendo que a sua hora era próxima, Jesus falou coisas que julgava serem muito importantes (“quem sabe viver bem, sabe morrer bem”). De cara vemos que Ele quis chamar atenção. Na época, o valor de 1 talento era equivalente a 18 anos de trabalho.

Hoje este talento pode ser um dom nato, desenvolvido ou espiritual.

Devemos prestar atenção tb no servo "preguiçoso", que pôs a culpa em seu senhor.  No texto vemos que o senhor antes de viajar, distribuiu os talentos CF A CAPACIDADE DE CADA UM. Muitas vezes a pessoa fica tão focada na vida do outro, se comparando ao invés de se perceber como SER UNICO (Deus nos criou únicos, não existe ninguém igual) e fica com ciúmes ou inveja (que é a 'filha' da admiração), desejando e querendo a vida do outro ao invés de desenvolver seu próprio potencial.

Antes de desenvolver-se, você precisa saber QUEM É VOCÊ (autoconhecimento).

"Quem não tem, até o que lhe tem será tirado" - a pessoa que negligencia, que é letárgica, ela se torna inútil pois fica acomodada, parada na zona de conforto e não enfrenta riscos. Não é nem questão de usar mal o seu talento, é nem usar!

A habilidade é a VIDA (movimentos internos e externos, que precisam estar sincronizados para crescer). Vc tem batalhas? Está se desenvolvendo? Tem atitude?

Tem pessoas que se "enterram" internamente - nunca tem novidade, sempre são "vítimas" e assim anulam o próprio potencial. É preciso desenvolver o potencial, a sua vocação e o seu caráter através das 9 partes do fruto do Espírito (Gálatas 5: 22 e 23)!!!

Muitas vezes a pessoa não se desenvolve porque tem uma percepção distorcida, ela não consegue enxergar a verdade. Muitas vezes o medo leva a gente a ver fantasmas onde eles não existem. É preciso diferenciar o MEDO x PRUDÊNCIA (riscos calculados) - lembre-se de que o Inimigo é o pai da mentira, da distorção, então devemos pedir discernimento ao Senhor.

Existem vários tipos de medo: da rejeição, do sucesso (inconscientemente a pessoa se sabota). Ela tem medo de expor seus acertos e tentativas (a gente só acerta quando tb erra).

Na mais tenra idade, aprendemos com nossos erros; é na brincadeira que aprendemos a correr riscos e em alguns casos, os pais não tem maturidade e fazem com que os filhos cresçam achando que não tem capacidade e estes, quando adultos, se tornam inseguros por causa de crítica, indiferença, falta de aprovação, comparação etc...

O único medo que devemos ter "medo" é a covardia porque NÃO vem de Deus.

Para desenvolver o seu potencial é preciso:
  • identificar o medo;
  • compartilhar com alguém confiável;
  • usar os recursos disponíveis; e
  • aceitar que o ser humano tem medo (na Bíblia aparece 365 vezes a expressão "não temas") sendo que 90% dos nossos medos não acontecem!
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May 14, 2013

O que rege a sua vida?

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1 PEDRO 4: 1-11

Lectio divina: olhos fechados, posição confortável e silêncio para aquietar a escola de samba dentro de nós (rs), ouvir a Palavra e escrever o que Deus falou especificamente ao seu coração.

1. Ora pois, já que Cristo padeceu na carne, armai-vos também vós deste mesmo pensamento; porque aquele que padeceu na carne já cessou do pecado;
2. para que, no tempo que ainda vos resta na carne não continueis a viver para as concupiscências dos homens, mas para a vontade de Deus.
3. Porque é bastante que no tempo passado tenhais cumprido a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias.
4. E acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós;
5. os quais hão de dar conta ao que está preparado para julgar os vivos e os mortos.
6. Pois é por isto que foi pregado o evangelho até aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito.
7. Mas já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração;
8. tendo antes de tudo ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados;
9. sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmuração;
10. servindo uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.
11. Se alguém fala, fale como entregando oráculos de Deus; se alguém ministra, ministre segundo a força que Deus concede; para que em tudo Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo, ma quem pertencem a glória e o domínio para todo o sempre. Amém.
1 Pedro
  • Livro de ética (instruções práticas)
  • Quem escreve: Pedro, homem de ação
  • Contexto: Clima de perseguição (quando a morte está próxima, o sentido de urgência reorganiza nossas prioridades)
O que achei mais lindo é que o autor não nega a realidade (partes boas e não boas), porém desafia a olhar para o futuro (vislumbrar a Eternidade) ao invés de lamentar.

Ninguém gosta de sofrer (num mundo pós-moderno, fragmentamos a vida e escolhemos só as partes boas), mas os cristãos não estão imunes às provações da vida; ao contrário, podemos estar sujeitos até a uma pressão maior por sermos estrangeiros, peregrinos neste mundo hostil (1 Pe 2: 11).

A caminhada cristã não propõe sair em busca de atalhos mas seguir pelos passos de Cristo (1 Pe 2: 21) que sofreu e nos deixou o exemplo.

- Cap. 1: Presente (sofrimento) x Futuro (alegria e esperança pela herança)
               Passado (maneira vazia de viver) x Futuro (santidade)
- Cap. 2: Mundo x Povo Escolhido (sacerdócio real)
               Sofrimento pelo mal (justiça) x Sofrimento por praticar o bem (Cristo sofreu injustamente)
- 2/3:       Ética cívica: cidadãos, escravos, casados (mulher e marido)
- Cap. 3: Sofrimento por fazer o bem
- Cap. 4: VIVEMOS PARA DEUS 
               Ética privada: passado x presente com foco no futuro

A. Pergunta: Se você fosse morrer e tivesse apenas 1 mês de vida, o que faria? Uso consciente do tempo!              
  • Cristo morreu para vivessemos em novidade de vida
  • Passado: morrer para a velha natureza
  • Presente: seguir pelos passos de Cristo
  • Futuro: consciência de julgamento e vida eterna
* Deus glorificado em nosso falar e servir: sabedoria, oração, amor, perdão, hospitalidade, talentos

B. O que isto tem a ver comigo?
     Você está entre 2 mundos, 2 culturas: o que a gente escolhe aqui, ecoa na eternidade.

C. Foco no futuro: esperar com expectativa (como um casamento) - esteja pronto!

D. Para refletir: Estamos vivendo de modo a estimular os que nos observam a glorificar a Deus?

Se instruções práticas exigem respostas práticas, é o caso de examinarmos nossas vidas e ambições.

Oremos para que Deus sonde nossos corações, convença-nos a voltar para Ele e que o Espirito Santo faça morada e promova mudanças de dentro para fora para podermos viver em, com e para Cristo.

Que Deus complete esta verdade em nossas vidas!

PS- Para ouvir na íntegra, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=6QaUQYHrNs4&feature=c4-feed-u
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May 04, 2013

A janela, o espelho e as pérolas


Como é fácil julgar os outros, principalmente pelas faltas que julgamos não ter!

Como é difícil ver as coisas e não emitir uma opinião sem enclausurar os outros em prisões estereotipadas.

Mas a Palavra é clara: não julgueis para não serdes julgados, pois com o mesmo critério que você julgar os outros, será julgado por ele.

Pior: e se a falta do outro for menor que a sua? E se o outro tiver um cisco no olho perto da trave que está no teu (que de tão grande dá para fazer gol)?

Dureza quando a gente tem consciência e nem assim quer se livrar das traves; muito pelo contrário, alimenta e transforma em pecados de estimação.

Talvez seja por isto que Jesus diz para não jogar pérolas aos porcos.

Porque quando a pessoa não está aberta para aprender, não tem quem a tire do chiqueiro.
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May 01, 2013

Dia do Trabalho

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Hoje é feriado e acordar com notícias publicadas na mídia pode ser desanimador.

Você levanta com o Bom dia Brasil botando lenha na fogueira sobre a maioridade penal para crimes cometidos aos 16 anos (é preciso educar ao invés de punir - mas quem está interessado em trabalho árduo?), lê na Exame a farsa do Eike Batista (só foi enganado quem quis) e na FSP dá com a foto da monarquia mundial presente ao coroamento do rei da Holanda.

Desço para tomar café e contemplo o condomínio que está para ser inaugurado em frente à pousada. Penso comigo: parece o Brasil e uma apresentadora botocada de TV; imponente na fachada, mas estragado por dentro.

Penso na vergonha anunciada da Copa (as capas de chuva para DF, a tecnologia 4G entregue no limite minimo para cumprir o protocolo), na conversa para boi dormir do restaurante brasileiro que figura na lista dos melhores do mundo (você percebeu que no ranking não consta nenhum francês? Será que é por que foi organizado por ingleses, conhecidos pela notória cozinha inventiva?) rsr e o microtoy no colo da loira (ah, se a vigilância sanitária passasse no programa)...

Mas o dia começa agora: depois de 25 anos, descubro que meu marido fala guarani e, enquanto tomo sol, admiro um jovem pai brincando de escorregador com o filho pequeno (claro que depois de 5 minutos a candura vira irritação pois o garoto de 2 anos é o demônio da Tasmânia).

E o que uma coisa tem a ver com outra?

Nada.

Como na crônica de Antonio Prata, são tantas informações que não consigo me concentrar ou fazer com que o Dia do Trabalho seja apenas um feriado para relaxar.
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