September 30, 2013

Anjos ocultos

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- Denise Fraga

Seu nome é Sebastião e ele nem imagina o bem que nos faz. É garçom de um restaurante que frequentamos, nos traz ótima comida, é muito gentil e duvido que tenha noção do alcance de seu sorriso e de seu olhar de bondade. Sebastião é dessas pessoas que melhoram o seu dia sem que você nem ele percebam.

É um anjo oculto. Simplesmente não se economiza. Derrama o melhor de si sobre os dias banais e, toda vez que vou ao restaurante, sua vida me parece verdadeiramente melhor que a dos outros garçons que trançam com ele pelo salão.

Nas semana passada, pensei muito no Sebastião. Uma amiga querida foi demitida e, entre outras coisas, seu novo chefe a acusava de ser "overfriendly".

"Você acha que eu sorrio demais?, ela me perguntou, às lágrimas. Minha amiga não é "overfriendly", se é que posso entender essa palavra. Trabalhava nessa empresa há muitos anos e era absolutamente querida por seus colegas.

Como Sebastião, é uma pessoa verdadeiramente gentil, sorridente e preocupada com os outros. Consegue dar bom dia sorrindo às oito da manhã, e isso talvez ofenda.

Estamos ficando muito mal acostumados. Ser bom virou qualidade quase pejorativa. Vivemos uma espécie de economia humana, na qual damos em gotas, e o sentimento maior é o medo do abuso.

Sorrir pode ser perigoso e, se alguém insiste em fazê-lo, cuidado. Os sorrisos e elogios foram tão fartamente usados como moeda de troca que o primeiro sentimento em relação a alguém muito gentil passou a ser a desconfiança. Com isso, vamos dando e recebendo o que há de pior em nós, enquanto os anjos ocultos continuam seu trabalho secreto.

Estive ontem no restaurante. Lá estava o Sebastião, de sorriso pronto. Fiquei pensando se ele chegaria a ser diretor de alguma empresa, caso tivesse estudado. Quanto sobreviveria de seu sorriso, sentado numa cadeira de poder? Não sei.

Sebastião é uma existência livre. Não tem medo de dar nem de perder nada - e nem imagina o que seja "overfriendly".

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/denisefraga/2013/09/1348154-anjos-ocultos.shtml
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September 29, 2013

Verdade

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 “Seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’, ‘não’;
o que passar disso vem do Maligno”.” 
Mt 5:37

- pr. Mário Fernandez

Um homem de verdade é um homem verdadeiro, nos dois sentidos. Quero destacar o sentido de verdadeiro como quem fala a verdade, é confiável naquilo que fala, mas também de quem mantém e sustenta aquilo que fala.

Tenho convivido na minha carreira profissional com homens que falam coisas que sabem não ser verdade e o único nome para isso é mentira. Não podemos atalhar ou simplificar, é mentira sim. Se eu falar algo enganado, que eu cria ser verdadeiro ou tinha informações de que era verdadeiro, isso é outra coisa. Mas sabendo que não corresponde a verdade, é mentira.

Também tenho conhecido homens que falam a verdade, mas posteriormente não sustentam suas afirmações. Ou voltam atrás, ou negam ter dito, ou simplesmente se omitem. Isso pode até não ser mentira, mas é falta de confiabilidade e portanto fere o senso de hombridade. Está igualmente errado.

Com grande alegria testifico que também tenho convivido com homens que falam a verdade e sustentam suas afirmações, honram seus compromissos e suportam a tentação de se omitir. São homens tementes a Deus, independente de como creem.

Um homem temente a Deus tem uma única palavra para dizer sim e esta palavra é “sim”. Tenho aprendido nesse tempo que a palavra mais libertadora do nosso vocabulário é “não”. Quando dizemos um “não” claro, confiável e sustentado, estamos livres. Igualmente a palavra mais escravizadora é “talvez”. Nada como um não para nos deixar livres.

Finalmente, atentemos que Jesus disse que tudo que vai além disso, tudo, procede do Maligno. Não creio ser necessário explicar o que seja “passar” nem tampouco explicar quem é o referido. Para mim é o bastante, já sei que vem encrenca e devemos fugir disso.

Devemos ser homens cujo “sim” e cujo “não” reflitam a verdade, se sustentem e nos libertem dos compromissos indevidos. Sofreremos por isso, com certeza. Mas estamos sendo observados pelo Justo Juiz que, no devido tempo, julgará a cada um segundo seus atos.

“Senhor, obrigado por me mostrar o modo correto de expressar minhas afirmações para que eu seja abençoado e possa Te agradar com as minhas palavras.”

Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2013/09/10/hombridade-verdade/
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September 13, 2013

O melhor lugar do mundo para estar é aqui e agora ; )

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Chérie,

o melhor lugar do mundo para estar é aqui e agora.

E quando se está inteiro, integrando corpo, mente e coração... o céu é o limite.

Não tem ideia do que estou falando?


Bjs,

KT
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September 12, 2013

Fazendo da dor a sua redenção

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Atire a 1a. pedra que nunca acordou como se tivesse sido atropelado por um caminhão.

E passasse o dia com o coração moído, dilacerado, acabado...

Mas quer saber?

Talvez essa dor seja grande apenas dentro de você.

E se não for, talvez se torne o maior motivo de redenção.

Vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=QGJuMBdaqIw

September 09, 2013

O amor lança fora o medo

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Se o amor lança fora o medo, está na hora de voltar para casa.

Sair da tapera do medo para a morada do amor ; ).

Vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=QGJuMBdaqIw
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September 08, 2013

A benção da traição

A Bênção da Traição
- H. L. ROUSH

A neve caía silenciosamente como plumagem flutuante, cobrindo a terra parda e manchada por uma camada alvíssima. Havia caído neve a noite toda e eu estava contemplando da janela do meu escritório esta primeira nevasca de inverno com um coração contente e quieto. Era o dia seguinte ao Dia de Ações de Graças e esta nevada me fornecia desculpa suficiente para que eu desacelerasse meu horário atarefado e gastasse o tempo necessário para gozar a comunhão da minha família.Tínhamos muitos motivos para dar graças naquele ano, como aliás sempre tivemos.

A calma preciosa daquela manhã foi destronada pela chamada insistente do telefone. Seria o primeiro elo numa corrente pesada que em breve me envolveria em desespero e tristeza; pois a voz no telefone me informava que um grande transtorno acabava de penetrar na minha vida. As circunstâncias que acabavam de suceder, colocariam todo o meu ministério em perigo, e pressagiariam a ruína potencial da minha vida familiar e pessoal. É espantoso notar como o mundo toma outro aspecto de acordo com as nossas circunstâncias. Verdadeiramente, a beleza está nos olhos de quem contempla, pois a alvura tranqüila da neve agora representava apenas uma hipocrisia que escondia os fatos duros e cruéis que estavam, como eu bem sabia, sob sua capa enganadora. Denúncias sérias haviam sido feitas contra mim por um acusador desconhecido, mas Deus conhecia meu coração que eu era uma vitima inocente de circunstâncias distorcidas.

Eu só podia clamar: "Ó Pai, quem teria feito isto?" Minha oração foi respondida dentro de poucos dias e com a resposta veio a dor mais aguda de todas, pois descobri que meu traidor fora um amigo que professava me amar.


Por dois dias meditei em silêncio estupefato e desespero tenebroso. A crise na qual me encontrava já era suficientemente séria, mas ela se complicava e ultrapassava, segundo eu pensava, as minhas forças para suportá-la por causa do fato incrível de que o instrumento desta aflição na minha vida era alguém que partia pão comigo em torno da mesa do Senhor e que freqüentemente expressava o seu amor por mim.  

Nossas experiências "pessoais" não são tão pessoais ou peculiares quanto geralmente imaginamos - o que sucede nas nossas vidas como membros do corpo de Cristo está acontecendo para trazer conforto e apoio a outros (2 Co 1). Está "acontecendo" porque é a herança mútua dos membros do corpo de Cristo compartilhar dos sofrimentos da cabeça (Fp 1:29; Cl 1:24). 

A CERTEZA DA TRAIÇÃO

A experiência debilitante de ser traído pelos próprios amigos e amados necessariamente virá a vida de cada crente. Baseio esta observação em muita experiência na vida cristã e no ensinamento claro e simples da Palavra de Deus. É uma descoberta interessante aprender que a palavra "trair" e suas formas derivadas são empregadas somente em relação à traição de Jesus por Judas, com uma exceção em Lc 21:16. Nesta passagem profética, a palavra é empregada para retratar o final da era da graça, e é identificada como uma das marcas características ou sinais da vinda do Senhor Jesus Cristo. No versículo lemos simplesmente o seguinte:

"E sereis entregues (traídos) até por vossos pais, irmãos,parentes e amigos; e matarão alguns dentre vós."

E terrível aguardar tal acontecimento, mas essa é a promessa clara da palavra de Cristo. A era da graça vai findar com um engano religioso mundial. Será uma hora de grande falsificação - hora perigosa em que se resistirá à verdade por engano e engenhosidade (estudar as palavras de Paulo em 2 Tm 3:1-18). 

Creio que todo homem em quem Jesus habita terá nestes últimos e terríveis dias o seu próprio Judas particular; pois no dia de engano e falsificação será preeminente o irmão falso. Além disso, traição é a experiência comum de todo homem que Deus já usou em qualquer época para a sua glória.

Nosso texto em Lc 21:16 diz que a traição vem por intermédio de "pais, irmãos, parentes e amigos". Fato espantoso, mas verdadeiro e com boa razão. Em primeiro lugar, nossos inimigos não podem nos trair. Não lhes permitimos se aproximarem suficientemente dos nossos corações. Não temos intimidade suficiente com nossos inimigos. Compartilhamos do nosso coração com os nossos irmãos e amigos. Já que nossos inimigos não nos podem prejudicar, são os nossos amigos que nos ferem.

Assim disse o salmista em Sl 55:12-14:


"Com efeito, não é inimigo que me afronta: se o fosse, eu o suportaria; nem é o que me odeia quem se exalta contra mim pois dele eu me esconderia; mas és tu, homem meu igual, meu companheiro, e meu intimo amigo. Juntos andávamos, juntos nos entretínhamos e íamos com a multidão à casa de Deus."

Da mesma forma, toda a história da Bíblia repete o fato da traição que vem por intermédio dos nossos amigos. Abel foi traído pelo seu irmão único, Esaú pelo seu irmão gêmeo, Isaque pelo seu filho, Urias pelo rei em quem ele confiava e pela sua bela esposa. Jesus por seu discípulo dedicado, Paulo por "falsos irmãos". Não precisamos prosseguir, pois esta verdade solene e grave permanece: freqüentemente são os nossos amigos que se levantam contra nós e desta forma multiplicam nossas aflições na vida cristã.

O MÉTODO DA TRAIÇÃO

O método será sempre o mesmo. Em primeiro lugar, os nossos traidores escolherão cuidadosamente a hora. No caso de Jesus, ele foi traído justamente na hora precisa da sua vida, quando ele precisava mais do que nunca de comunhão com outros homens (Mc 14:37); na hora da sua maior necessidade; e quando ele estava no limiar da sua maior obra (Calvário). 

Os nossos traidores também conhecem o lugar de nos atacar. Jo 18:2 mostra que Judas conhecia o lugar secreto do refúgio de Jesus. Eles nos observam e conhecem o nosso lugar de agonia e oração; tendo assim a vantagem da intimidade, atacam-nos num lugar oportuno.

Seu instrumento de traição será sempre o beijo. Encoraja-nos por seu amor para que possam nos atacar num momento em que estamos desprevenidos. A Palavra de Deus diz: Até o meu amigo íntimo, em quem eu confiava, que comia o meu pão, levantou contra mim o calcanhar". (Sl 41:9) 

Há um quadro precioso retratado aqui pelas palavras deste versículo. O sentido original é de um cavalo doméstico de confiança escoiceando maliciosamente um amigo confiante e despercebido, pelas costas. 

VITÓRIA SOBRE O TRAIDOR

Qual foi o fim de Judas? A história registra seu fim trágico, mas encoberto pela obscuridade aparente dos relatos sumários da sua morte, se encontra um drama que tem permanecido demasiadamente oculto.

A fim de colocar este drama na sua devida perspectiva, devemos examinar ligeiramente o relacionamento que existia entre Jesus e Judas. Jesus escolheu Judas e orou por ele (Lc 6:12,13), assim como ele fez também por Jerusalém que o rejeitou e por aqueles que o crucificaram. Jesus desejou que Judas comesse a última páscoa com ele (Lc 23:14,15), amou-o e ofereceu-lhe o lugar de amor e comunhão à mesa no cenáculo da páscoa (Jo 13:26). Jesus lavou os seus pés (Jo 13:5) e desta forma expressou-lhe um amor não fingido e verdadeiramente digno do Filho de Deus. Jesus concedeu a Judas reconhecimento total e nunca o apontou como seu futuro traidor, referindo-se a Judas como o seu "amigo" (Mt 26:50). Meditação cuidadosa sobre os acontecimentos que antecederam à traição revela que Jesus ofereceu a Judas toda demonstração de amor possível, e, que ele não quis repudiá-lo mesmo no momento do seu crime. 

Jesus ensinou em Mt 5:44 que devemos amar os nossos inimigos, e ele mesmo praticou tudo o que ensinou sobre este assunto. Ainda que soubesse, bem antes o mal que Judas praticaria contra ele, demonstrou-lhe o seu amor genuíno de toda forma possível.

Em Marcos 14:45 Judas conspira para trair Jesus com um beijo. Há duas palavras na língua original que podem ser traduzidas como "beijo". Uma significa o beijo da amizade e a outra significa um beijo fervoroso ou o beijo do verdadeiro amor. Agora, venha a Getsêmani e veja a cena final. Judas chega com a multidão armada de espadas e cacetes para prender Jesus. Judas sauda Jesus e beija-o; porém, de acordo com o original, não com o beijo da amizade conforme havia combinado, mas com o beijo de amor genuíno. Só a eternidade poderá revelar o que sucedeu naquele momento no coração de Judas. Possivelmente, diante das tochas tremeluzentes, Judas percebeu no rosto de Jesus a verdade assustadora de que, apesar da sua traição, Jesus ainda o amava, pois lhe chamou de "amigo". Jesus é levado embora e Judas clama, dizendo que traíra sangue inocente; descobriu que o amor de Jesus por ele era real. Seu coração sofreu, sem dúvida, um abalo esmagador e agora lhe é impossível racionalizar sua loucura ou justificar seu feito infame. 

Será que Judas se matou? Parece-me claro que Judas morreu sob a força do amor irresistível de Cristo. Judas destruiu-se porque não podia mais viver consigo próprio nem com os outros - e tudo isto resultou da operação do amor não fingido do Senhor Jesus Cristo. Parece-me que as palavras em Romanos 12: 20, 21 neste contexto, de repente se tornam claras: 

"Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem."

Não se cumpre assim aquela palavra que afirma: "porque as armas da nossa milícia não são carnais..." (2 Co 10:4), e: "o amor jamais falha" (1 Co 13:8)? De fato, precisamos desesperadamente firmar nos nossos corações que a Palavra de Deus é verdade. Só damos mais razão ao ódio dos nossos inimigos e motivo à traição dos nossos amigos quando retribuímos o mal com o mal.  

A NECESSIDADE DA TRAIÇÃO

Há uma outra consideração no fato da traição de Judas. Ele foi escolhido pelo Senhor Jesus Cristo, ainda que o Senhor soubesse de antemão que Judas havia de traí-lo (Jo 6: 64). Na minha própria experiência pessoal de traição por intermédio de um amigo, o querido Senhor mostrou-me esta verdade preciosa. Enquanto eu estava passando pelo fogo desta prova, fui deitar-me certa noite, meditando melancolicamente a respeito daquela pessoa que professava me amar e que usou essa confissão para trair-me as mãos de inimigos. Durante a noite, acordei orando e recebi a resposta por meio destes pensamentos: o Senhor Jesus escolheu os seus próprios amigos e sabendo de antemão da traição de Judas, escolheu-o assim mesmo! Ele disse dos seus discípulos que os escolheu em número de doze, mas que, um deles era diabo. Eu fui instruído a agradecer a Deus por aquele diabo, pois era necessário ao ministério de Jesus, e igualmente por meu traidor, visto que certamente eu precisava dele na minha vida também.

Que necessidade poderia ter o crente de ser traído por amigos ou parentes, que propósito aproveitável teriam a dor e a tristeza de um coração ferido? Perguntei essas coisas naquela noite e encontrei respostas que vieram ao encontro das necessidades do meu coração. Temos de reconhecer a fidelidade do Espírito Santo nas nossas vidas. Considere o fato de que Jesus nunca foi enganado por Judas. 

"Pois Jesus sabia desde o princípio quais eram os que não criam, e quem o havia de trair". (Jo 6:64).

Estou certo de que em cada experiência de traição na vida de um crente, ele poderá olhar em retrospecto e se lembrar dos avisos fiéis do Espírito Santo. Num caso, recordo-me que eu poderia ter sabido desde o principio se tivesse apenas prestado atenção ao testemunho do Espírito no meu interior. Quem poderá explicar a natureza de uma advertência ou alarme de Deus dentro da sua alma contra um falso irmão? Isto não se exprime facilmente através de palavras, mas todo santo conhece a inquietude e desassossego que o raciocínio não pode apagar a respeito de alguém que professa ser seu amigo. A experiência da traição põe em evidência a verdade de que a aceitação pública no meio dos crentes, o emprego do vocabulário comum entre os santos, a realização de obras religiosas, a pregação da palavra, ou qualquer outro sinal exterior que normalmente constitui uma "prova" da salvação e probidade de alguém, nem sempre manifestam a situação verdadeira. "... porque o homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração" (l Sm 16:7).

Reconheçamos em cada pessoa a posição que ela mesma professa ter diante de Deus, porém nunca devemos ultrapassar o testemunho do Espírito de Deus nos nossos corações em relação ao nosso relacionamento com outros. Lemos nos evangelhos de muitos que vieram a Jesus e professavam ter fé nele, baseados puramente nos milagres que ele realizava e não numa fé real de coração em Cristo como o Filho de Deus. Atraídos apenas pelos efeitos das suas obras exteriores, consideravam-se seus seguidores:

"Mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos. E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque Ele mesmo sabia o que era a natureza humana". (Jo. 2:24.25)

Nossa obrigação é não abrir os nossos corações a toda pessoa que deseja penetrar no nosso homem interior, mas pelo contrário, permitir que nossos corações sejam inclinados aos outros pelo Espírito Santo que nunca falhara em nos advertir sobre aqueles que procuram nos enganar. Aprendam os que "comunhão" é obra do Espírito Santo e não do homem. Não procuremos estabelecer comunhão sem o seu auxílio e nem a rejeitemos quando claramente ele está criando uma ligação entre os nossos corações e outros no corpo de Cristo.

Por que precisamos da traição? Talvez possamos ver um raio de luz através das palavras de Pedro na sua primeira epístola, quando ele declara que "se necessário, sejais contristados por várias provações". Isto é necessário porque, como ele explica com tanta perfeição, tais experiências dilacerantes e doídas produzem fruto tanto presente como futuro. No futuro, essa prova da nossa fé, como ouro depurado por fogo, sairá da fornalha da aflição como louvor, glória e honra para o Senhor Jesus Cristo na sua vinda. Se pudéssemos apenas tomar posse deste tremendo potencial no meio das nossas provas, que diferença haveria nas reações dos nossos corações ao desafio do momento? Mas, além disso, (graça sobre graça), as provas duras da vida têm o propósito de realizar uma obra tão necessária a todos nós - a obra de aumentar o nosso amor e gozo nesta vida presente. Leia 1 Pe 1:6-8 e lembre que de cada fornalha de aflição saímos amando o Senhor como nunca antes e regozijando-nos na realidade da sua comunhão.

Precisamos da experiência da traição para que aprendamos a verdadeira submissão ao Senhor. A maior oração que um filho de Deus pode fazer é a oração do filho perfeito: "... sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado" (Lc 10:21). Quando podermos assim clamar do íntimo dos nossos corações feridos, saberemos que o amargo já passou e que triunfamos; pois a nossa submissão á vontade do Pai nas nossas vidas traz vitória sobre todo ataque que vier contra nós (ver 2 Co 2:14). 

Leia 2 Co 4:15-18, onde encontrará outras razões que justifiquem os grandes desapontamentos e frustrações aparentemente inexplicáveis da vida . Paulo põe as nossas mágoas e tristezas de coração na perspectiva certa ao dizer-nos que não estamos sendo atacados no homem exterior, mas sim, no interior. Freqüentemente estremecemos por causa do medo das "conseqüências disto tudo na minha vida" e nos esquecemos de que nas horas de provação e dificuldade nada poderá atingir o homem interior, se tivermos nos revestido dá armadura de Deus. Estas coisas duram apenas um momento em comparação à eternidade e um dia operarão um eterno peso de glória. Estas águas profundas só servirão para erguer os nossos olhos dos laços terrenos e das "coisas" deste mundo e firmá-los sobre valores eternos. O inimigo gostaria de nos acabrunhar e escurecer a nossa razão, fazendo-nos concentrar a nossa atenção sobre os detalhes temerosos da experiência exterior. 

Dessa forma, enquanto nos ocupamos com preocupações inúteis sobre o exterior, freqüentemente somos feridos no homem interior, e consequentemente derrotados. Quantos santos têm sobrevivido aos ataques exteriores apenas para caírem, feridos mortalmente por amargura, ressentimento, malícia e um coração que não perdoa. Nas horas de traição, que os santos aprendam em 1º. lugar a cingir os lombos da sua mente em Cristo e a apropriar-se de toda a armadura de Deus, que na verdade significa se revestir de Cristo em toda a sua força e vigor.


A BÊNÇÃO DA TRAIÇÃO

Considere a benção que a traição traz quando aprendemos através dela a reconhecer tão somente a mão do nosso amoroso Pai que está no céu, em todas as coisas. Damos muitas vezes mais glória ao diabo, ao mundo e à carne nas circunstâncias das nossas vidas do que merecem. Culpamos os nossos inimigos quando somos esbofeteados; mas recebemos grande paz e quietude de coração quando nos recusamos a reconhecer causas secundárias nas nossas vidas. Deus é soberano e ele é nosso Pai. Ele se agradou em permitir que essas coisas nos acontecessem é a nossa parte é crer que " ... todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8:28).

Na bênção dessa quietude, Davi suportou com um espírito paciente a maldição de Simei e proibiu que se retribuísse mal algum pelo mal praticado. Davi viu apenas uma mão atrás de tudo isso - a mão amorosa de Deus operando o bem através do mal de Simei. 

José foi cruelmente traído pelos seus irmãos, lançado numa cova e vendido como escravo, para depois ser favorecido por Potifar e outra vez maliciosamente traído pela sua esposa. Lançado no cárcere, ele se tornou amigo do mordomo do rei e brevemente conheceu a agonia do beijo mais uma vez. Mas os anos passaram e o Senhor se lembrou de José e o exaltou ao trono do Egito em vitória. O segredo bendito da sua sabedoria, sim da sua paciência triunfante e conquistadora é revelado nas suas palavras aos seus irmãos: "Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou. em bem." (Gn 50:20).

Pedro manifestou essa mesma verdade na sua perspectiva da cruz do calvário. Mesmo acusando a nação de ter tomado Jesus com aos de iníquos para crucificá-lo e matá-lo, Pedro não viu nisto nenhuma vitória de Satanás; porém, anuncia triunfantemente que o Senhor Jesus Cristo foi "... entregue pelo predeterminado desígnio e presciência de Deus" (At 2:23).

E assim, mui amados santos de Deus, que neste momento se encontram em perplexidade por causa da traição de um amigo, reconheçam nesta hora que Deus bem poderia ter impedido o acontecimento se assim quisesse, mas o permitiu para o, seu bem. Regozijem-se nesta bênção, pois ele está aceitando-os como filhos e preparando-os como instrumentos de conforto e consolação a outros (2 Co 1:3,4). Ele tem agraciado assuas vidas com o privilégio glorioso de compartilhar dos sofrimentos mais íntimos de Cristo (Fp 3:10). Esta comunhão é dada a um grupo selecionado, pois nem todos gozam o privilégio de conhecer a agonia da traição, cuja finalidade é levar-nos a compartilhar em alguma medida a profundidade do amor de Cristo. Seu traidor intentou-lhe mal, mas Deus tornará tudo para o bem; e como Jesus escolheu Judas porque ele precisava daquela traição na sua própria vida, da mesma maneira Deus na sua fidelidade tem escolhido os nossos traidores - pois ele sabe muito bem que se deixasse a escolha para nós, nunca teríamos aceitado.

Mas alguém pergunta: "Escolheu os nossos traidores? Que bem podem fazer a nós?'' Você se esqueceu que a traição de Judas levou Jesus Cristo à sua maior obra e desencadeou os eventos que cumpriram os Propósitos eternos de Deus em Cristo? A redenção eterna pelo sangue de Cristo foi o fruto daquele ato infame de Judas! 

O fato permanece que nossos amigos não farão isto por nós. Somente os nossos inimigos nos entregarão à dor de circunstâncias além do nosso controle, desta forma realizando ou prestando um verdadeiro serviço aos santos de Deus.


Foi um traidor que me entregou às circunstâncias que transformaram o curso do meu ministério e me libertaram à maior obra da minha vida. Foi um traidor que trouxe sofrimento à minha vida, cujo resultado foi a minha libertação da dependência de homens e que me tornou livre no Senhor! 

A bênção da traição? Só Deus poderia fazer assim, mas eu descobri que o paradoxo destas palavras contém uma realidade. A traição às mãos daqueles em quem temos confiado o nosso coração, pode trazer uma bênção impossível de se conter. Através da traição aprendi o que o salmista quis dizer quando cantou: "Com isto conheço que tu te agradas de mim; em não triunfar contra mim o meu inimigo" (Sl 41:11).

Também o que o profeta quis dizer quando escreveu: "Toda arma forjada contra ti, não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor, e o seu direito que de mim procede, diz o Senhor" (Is 54:17).

Através da traição aprendi que a força e graça do Senhor Jesus Cristo na minha vida só podem ser operadas através da bênção da fraqueza que é produzida pelas bofetadas do mensageiro de Satanás como um espinho na carne (2 Co 12:7).

Através da traição somos preparados para a benção de sermos usados para confortar outros que atravessam a mesma prova da sua fé, com a mesma consolação que nós mesmos recebemos de Deus (2 Co 1:4). 

Através da experiência de traição por falsos amigos, recebi uma das maiores bênçãos da vida ao aprender como amar aos meus inimigos e abençoar os que me perseguem.

Quando se concretizar a benção da traição, olharmos em retrospecto, e virmos o quanto colhemos na multiplicação de alegria, amor, graça, força e comunhão com o querido Senhor Jesus, nos sentiremos abismados pelo reconhecimento do bem imensurável que nosso traidor tem operado em nosso favor.

Não importa quais foram as suas intenções. Importante é o fruto bendito que ele introduziu nas nossas vidas. 


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Esta mensagem foi traduzida por John Walker do original em inglês:
The Blessing of Betrayal
Copyright by H.L.Roush
Em março de 1967

September 07, 2013

Uma declaração de amor

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Chérie,

achei tão bonito este artigo da Maria Ribeiro ; ).

Ela foi de uma delicadeza tão grande, de uma generosidade tão gigas, que resolvi reproduzir na íntegra.

Bjs,

KT

VOCÊ

Tivemos um filho, fizemos uma casa, conhecemos lugares. E eu, estranhamente, 
ainda não sei se você prefere água gelada ou fresca, Godard ou Truffaut, praia ou serra

Foi no dia 1º de agosto de 2003. Eu havia sido convidada pra fazer uma peça, você estava no elenco, e era nosso primeiro ensaio. Com camisa jeans de manga curta e uma sandália meio hippie, uma coisa desculpando a outra, bati os olhos nos seus cabelos compridos e ali fiquei, pensando quem, afinal, era você.

Ok, eu já te achava bonitinho, mas isso era o de menos: o que realmente me desafiava era a sua fama de esquisito. Sim, você tinha essa fama, não vem dizer que não sabia. Essas famas, aliás, no plural: louco, alternativo, mulherengo, religioso. E eu te achava também pretensioso e confiante, embora tudo isso estivesse disfarçado de simplicidade, o que tornava tudo mais enigmático. Eu realmente não te decifrava.

É verdade que você viajava muito de ônibus, o que eu achava uma graça de tão ingênuo. Admito também que estar sempre lendo livros enormes e comer maçã desidratada pesaram pra que em uma semana eu mudasse a sua classificação de ator-que-cozinha-e-finge-que-entendeu-Ulisses pra ator-que-quer-um-dia-cozinhar-e-entender-Ulisses. O que muda tudo.

A questão é que ficamos meio amigos. Meio porque não dava pra ser inteiro. Meio porque assim conseguimos suspender um encontro que só aconteceria três anos depois, quando você me convidou pra passar o Carnaval em São Paulo, em um apartamento na Bela Vista, onde o maior sinal da folia era a TV de 10 polegadas do porteiro. E eu pude enfim me apaixonar, totalmente Colombina.

Eu estava recém-separada e com aquele discurso cafona de não morar junto nunca mais. Mas aí você começou a jogar sujo e fez coisas terríveis e imperdoáveis, como brincar com o meu filho e saber o número do meu pé. E eu fui te estudando desesperadamente pra descobrir seus defeitos, porque não era possível alguém acordar bem-humorado e ainda por cima fazer cappuccino com aquela espuma profissional. E assim eu fui ficando... uma semana, um mês, sete anos. E assim estou, sem planos de ir embora.

Os dias vão passando e eu percebo que tivemos um filho, fizemos uma casa, conhecemos alguns lugares. Mas eu, estranhamente, ainda não sei se você prefere água gelada ou fresca, Godard ou Truffaut, praia ou serra. Não importa. Seu lado B acabou aparecendo, você não era tão perfeito como aparentava: a versão do homem zen, conforme eu intuía, era uma peça de venda. E aí eu me apaixonei ainda mais.

Você acha que sabe tudo, o que é irritante. Você canta, não só em casa, mas no carro, em cima do Julian Casablancas, uma heresia. Você vira seus personagens, não importa se é um retirante ou um monge budista, e eu que me adapte. Você é irritadinho no trânsito, do tipo vingativo. Você é gêmeos com gêmeos, um ser que quer conversar às nove da manhã. E o pior: você não gosta de ar-condicionado.

Mas por que escrevo tudo isso, pequenezas particulares que não interessam a ninguém? Ah, sim, porque essa semana fez dez anos que te conheci, e eu queria te dizer uma coisa seríssima.

É que acho que te amo e se você quiser renovar os votos de fingir que fevereiro não existe pelos próximos vinte anos, pode contar comigo.

Fonte: http://revistatpm.uol.com.br/revista/135/colunas/voce.html
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September 04, 2013

Nem uma coisa, nem outra

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Chérie,

segue um texto que está reverberando em mim desde o começo da semana:

13 Estando Josué já perto de Jericó, olhou para cima e viu um homem de pé, empunhando uma espada. Aproximou-se dele e perguntou-lhe: "Você é por nós, ou por nossos inimigos?"
14 "Nem uma coisa nem outra", respondeu ele. "Venho na qualidade de comandante do exército do Senhor". Então Josué prostrou-se, rosto em terra, em sinal de respeito, e lhe perguntou: "Que mensagem o meu senhor tem para o seu servo?"
15 O comandante do exército do Senhor respondeu: "Tire as sandálias dos pés, pois o lugar em que você está é santo". E Josué as tirou.


Josué 5: 13-15 

Não sei se vc conhece a história: Moisés (que tirou o povo hebreu do Egito) treinou Josué para assumir a liderança quando morresse.

Josué era um homem estrategista, de guerra (tanto é que no diálogo fica aparente: - Você é por nós ou pelos nossos inimigos?).

Às vezes a gente fica tão obcecado por resultados e preocupado em definir, categorizar (coisas, pessoas etc.) que esquece que algo maior está acontecendo.

Esta resposta ´tire as sandálias porque onde o solo onde vc está pisando é santo´ é tuuuudo porque mostra a reverência que temos de ter com a vida.

Dureza para quem vive ligado no piloto automático (rsrsr)... e desafio para focar naquilo que importa: o Amor!

Bjs,

KT
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