Reverência
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- Abraham Heschel
Existem duas maneiras principais pelas quais o homem se relaciona com o mundo que o cerca: a manipulação e a apreciação. Do primeiro modo ele vê aquilo que o cerca coisas a serem manobradas, forças a serem controladas, objetos a serem usados. Do segundo modo, ele vê no que o cerca coisas a serem conhecidas, compreendidas, avaliadas ou admiradas. É a mão que cria as ferramentas para o propósito da manipulação (manus significa mão) e são pelos ouvidos e pelos olhos que fazemos a apreciação. A aproximação depende da apreciação, enquanto que a manipulação é a causa da alienação.
Uma vida de manipulação distorce a imagem do mundo. A realidade está equacionada com a disponibilidade; aquilo que consigo manipular existe, aquilo que não consigo, não existe. Uma vida de manipulação é a morte da transcendência. A promessa se torna um pretexto, a verdade ficção, a lealdade uma tentativa, o sagrado uma mera convenção. Em vez de se maravilhar, ele tira uma foto; em vez de ouvir uma voz, ele a grava. Ele não enxerga o que lhe seria possível ver. Sua mente se tornou uma parede em vez de porta aberta para aquilo que é maior que sua capacidade de compreensão. Ele se tranca para fora do mundo, reduzindo toda a realidade a coisas banais e todo relacionamento a simples manipulação. Se manipulamos o que está disponível na superfície do mundo, deveríamos também nos deslumbrar diante do mistério do mundo.
O encantamento é mais do que uma emoção; é um modo de compreender, é um insight de um significado maior do que nós. O começo do encantamento é maravilhar-se e o começo da sabedoria é o encantamento. O encantamento é uma intuição da dignidade de todas as coisas, uma percepção de que as coisas não são apenas o que são. Encantamento é um senso de transcendência. Prive-se do seu senso de encantamento e deixe a presunção diminuir a sua capacidade de reverenciar, que o universo se tornará um mercado para você.A perda do encantamento evita o insight.
Uma volta à reverência é o primeiro pré-requisito para reviver a sabedoria.
Fonte: Quem é o Homem? - Abraham J. Heschel - págs. 94, 96 e 100.
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- Abraham Heschel
Existem duas maneiras principais pelas quais o homem se relaciona com o mundo que o cerca: a manipulação e a apreciação. Do primeiro modo ele vê aquilo que o cerca coisas a serem manobradas, forças a serem controladas, objetos a serem usados. Do segundo modo, ele vê no que o cerca coisas a serem conhecidas, compreendidas, avaliadas ou admiradas. É a mão que cria as ferramentas para o propósito da manipulação (manus significa mão) e são pelos ouvidos e pelos olhos que fazemos a apreciação. A aproximação depende da apreciação, enquanto que a manipulação é a causa da alienação.
Uma vida de manipulação distorce a imagem do mundo. A realidade está equacionada com a disponibilidade; aquilo que consigo manipular existe, aquilo que não consigo, não existe. Uma vida de manipulação é a morte da transcendência. A promessa se torna um pretexto, a verdade ficção, a lealdade uma tentativa, o sagrado uma mera convenção. Em vez de se maravilhar, ele tira uma foto; em vez de ouvir uma voz, ele a grava. Ele não enxerga o que lhe seria possível ver. Sua mente se tornou uma parede em vez de porta aberta para aquilo que é maior que sua capacidade de compreensão. Ele se tranca para fora do mundo, reduzindo toda a realidade a coisas banais e todo relacionamento a simples manipulação. Se manipulamos o que está disponível na superfície do mundo, deveríamos também nos deslumbrar diante do mistério do mundo.
O encantamento é mais do que uma emoção; é um modo de compreender, é um insight de um significado maior do que nós. O começo do encantamento é maravilhar-se e o começo da sabedoria é o encantamento. O encantamento é uma intuição da dignidade de todas as coisas, uma percepção de que as coisas não são apenas o que são. Encantamento é um senso de transcendência. Prive-se do seu senso de encantamento e deixe a presunção diminuir a sua capacidade de reverenciar, que o universo se tornará um mercado para você.A perda do encantamento evita o insight.
Uma volta à reverência é o primeiro pré-requisito para reviver a sabedoria.
Fonte: Quem é o Homem? - Abraham J. Heschel - págs. 94, 96 e 100.
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