Integridade e paz: restaurando a unidade da pessoa
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- Ricardo Barbosa
- Ricardo Barbosa
Sabemos que existem três dimensões de relacionamento que constituem e
fundamentam nossa existência – Deus, o próximo e nós mesmos.
Jesus resumiu os mandamentos em um só: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e […] amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.30-31).
Este grande mandamento integra esta realidade tridimensional da existência humana.
Encontrar o caminho de volta para Deus, para mim mesmo e para o meu próximo é a grande aventura humana e a experiência de redenção.
Integrar estas dimensões de relacionamento nos conduz à liberdade e à unidade da pessoa.
Quero sugerir três princípios que podem nos ajudar a integrar estas dimensões, tantas vezes fragmentadas.
O primeiro princípio é o da revelação. A fé cristã nasce da revelação de Deus a nós. Não se trata de uma auto-descoberta. Ao se revelar em Cristo, encontramos Deus nascendo, vivendo, morrendo e ressuscitando por nós.
A graça nos é revelada e nos é dada.
A fé é um presente de Deus para nós, não uma conquista nossa.
O conhecimento de Deus, do próximo e de nós mesmos não tem seu princípio em nós, mas em Deus.
Diante da beleza inefável e amorosa de Deus em sua identificação conosco por meio de Cristo, somos atraídos por seu amor e nos curvamos diante de seu poder e glória.
Somos convertidos a ele.
O nosso egoísmo é definitivamente vencido, a nossa rejeição e o nosso medo do outro são superados pela graça divina, que nos liberta e transforma.
Por meio da revelação de Deus a nós, sua graça nos acolhe e infunde em nós o mesmo amor com que o Filho Unigênito é eternamente amado pelo Pai.
O segundo princípio é o do afeto. Deus se revela a nós como um grande e poderoso Deus. Temê-lo é uma atitude natural e necessária. Mas ele também se revela como um Deus cheio de misericórdia, amor e compaixão.
Amá-lo e nos abrir para ele é também uma resposta natural e necessária. Esta tensão entre o temor e o amor cria em nós o que chamamos de reverência – distância e proximidade, respeito e intimidade.
Porém, se o temor se transforma em medo, nos afastamos e nos escondemos. Mas quando o temor nos atrai a uma devoção reverente e amorosa, nos abrimos para Deus, para o próximo e para nós mesmos.
Surge um novo afeto, um desejo que nos atrai para Deus, nos aproxima do outro e nos leva a olhar com compaixão para nós. Nasce a comunhão cristã.
O terceiro princípio é o da disciplina espiritual. A prática das disciplinas espirituais é o processo por meio do qual readquirimos a autoridade sobre nós mesmos a partir do fortalecimento das convicções (revelação), do bom uso da razão e da resistência às paixões e seduções que há no mundo.
O domínio próprio é uma das virtudes que mais desafiam o cristão moderno.
Perdemos a integridade porque nosso corpo, nossas emoções, razão, vontade e sexualidade funcionam sem harmonia alguma.
O pecado desestrutura e desorganiza a vida humana.
Já as disciplinas espirituais da meditação bíblica e da oração, da quietude e do silêncio, da confissão e da adoração pública, do exercício zeloso dos deveres cristãos e do trabalho para o bem comum reordenam nossa vida interior, integrando as dimensões fundamentais do grande mandamento.
A unidade interior – Deus, o próximo e nós, uma vez integrados pela graça por meio da revelação, dos afetos redimidos e das disciplinas espirituais – nos conduz a uma nova liberdade, fruto da harmonia e da paz que nos torna íntegros.
Alcançar esta liberdade é a vocação e o chamado de todo cristão: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou […]” (Gl 5.1).
A meditação nas Escrituras, que nos revela Deus na pessoa de seu Filho encarnado, a vida de oração, que nos abre para Deus e para nós mesmos, e a comunhão fraterna com o povo de Deus, que, gradualmente, quebra o gelo que o medo criou em nós, nos levam a viver, integralmente, o grande mandamento do amor.
Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/342/integridade-e-paz-restaurando-a-unidade-da-pessoa
Jesus resumiu os mandamentos em um só: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e […] amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.30-31).
Este grande mandamento integra esta realidade tridimensional da existência humana.
Encontrar o caminho de volta para Deus, para mim mesmo e para o meu próximo é a grande aventura humana e a experiência de redenção.
Integrar estas dimensões de relacionamento nos conduz à liberdade e à unidade da pessoa.
Quero sugerir três princípios que podem nos ajudar a integrar estas dimensões, tantas vezes fragmentadas.
O primeiro princípio é o da revelação. A fé cristã nasce da revelação de Deus a nós. Não se trata de uma auto-descoberta. Ao se revelar em Cristo, encontramos Deus nascendo, vivendo, morrendo e ressuscitando por nós.
A graça nos é revelada e nos é dada.
A fé é um presente de Deus para nós, não uma conquista nossa.
O conhecimento de Deus, do próximo e de nós mesmos não tem seu princípio em nós, mas em Deus.
Diante da beleza inefável e amorosa de Deus em sua identificação conosco por meio de Cristo, somos atraídos por seu amor e nos curvamos diante de seu poder e glória.
Somos convertidos a ele.
O nosso egoísmo é definitivamente vencido, a nossa rejeição e o nosso medo do outro são superados pela graça divina, que nos liberta e transforma.
Por meio da revelação de Deus a nós, sua graça nos acolhe e infunde em nós o mesmo amor com que o Filho Unigênito é eternamente amado pelo Pai.
O segundo princípio é o do afeto. Deus se revela a nós como um grande e poderoso Deus. Temê-lo é uma atitude natural e necessária. Mas ele também se revela como um Deus cheio de misericórdia, amor e compaixão.
Amá-lo e nos abrir para ele é também uma resposta natural e necessária. Esta tensão entre o temor e o amor cria em nós o que chamamos de reverência – distância e proximidade, respeito e intimidade.
Porém, se o temor se transforma em medo, nos afastamos e nos escondemos. Mas quando o temor nos atrai a uma devoção reverente e amorosa, nos abrimos para Deus, para o próximo e para nós mesmos.
Surge um novo afeto, um desejo que nos atrai para Deus, nos aproxima do outro e nos leva a olhar com compaixão para nós. Nasce a comunhão cristã.
O terceiro princípio é o da disciplina espiritual. A prática das disciplinas espirituais é o processo por meio do qual readquirimos a autoridade sobre nós mesmos a partir do fortalecimento das convicções (revelação), do bom uso da razão e da resistência às paixões e seduções que há no mundo.
O domínio próprio é uma das virtudes que mais desafiam o cristão moderno.
Perdemos a integridade porque nosso corpo, nossas emoções, razão, vontade e sexualidade funcionam sem harmonia alguma.
O pecado desestrutura e desorganiza a vida humana.
Já as disciplinas espirituais da meditação bíblica e da oração, da quietude e do silêncio, da confissão e da adoração pública, do exercício zeloso dos deveres cristãos e do trabalho para o bem comum reordenam nossa vida interior, integrando as dimensões fundamentais do grande mandamento.
A unidade interior – Deus, o próximo e nós, uma vez integrados pela graça por meio da revelação, dos afetos redimidos e das disciplinas espirituais – nos conduz a uma nova liberdade, fruto da harmonia e da paz que nos torna íntegros.
Alcançar esta liberdade é a vocação e o chamado de todo cristão: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou […]” (Gl 5.1).
A meditação nas Escrituras, que nos revela Deus na pessoa de seu Filho encarnado, a vida de oração, que nos abre para Deus e para nós mesmos, e a comunhão fraterna com o povo de Deus, que, gradualmente, quebra o gelo que o medo criou em nós, nos levam a viver, integralmente, o grande mandamento do amor.
Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/342/integridade-e-paz-restaurando-a-unidade-da-pessoa
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