September 04, 2015

Amor e liberdade

.
- Ricardo Gondim

Liberdade e amor.

Não se pode ter liberdade e coerção ao mesmo tempo. Ninguém pode sujeitar o ser que ama com o intuito de conquistar seus afetos.

O ser amado precisa sentir-se livre para mudar, rejeitar ou sumir; e eu que lhe ofereço minha afetividade, sofrerei pelas suas escolhas.

Também, quanto maior o amor, maior a possibilidade de dor. Quem ama com amor infinito corre o risco de sofrer uma dor infinita.

Juan Luis Segundo afirmou: “… significa também que a pessoa amada, permanece livre para mudar, para rejeitar-me e infringir-me, assim, a maior dor que posso experimentar. De fato, amar é oferecer-se desprotegido à dor (segundo frase de Freud)“.

Que quer, então, verdadeiramente, a pessoa que acredita poder exigir de Deus uma criação onde o amor seja infalivelmente feliz?

Pretende um amor sem dom de si, isto é, um não amor, um egoísmo onde a pessoa a quem digo amar se converte em instrumento determinado e cego, sem capacidade de expressar livremente seu ser.

O amor infalível não é amor.

A dor é a outra face do dom de si mesmo, sem reservas, gratuito, como é todo amor verdadeiro.

Assim, o Deus que não se vulnerabilizou à possibilidade de ser rejeitado, não ama.

E o Deus incapaz de amar não é o Deus bíblico.

Soli Deo Gloria.

Fonte: http://www.ricardogondim.com.br/meditacoes/amor-e-liberdade/
.

0 Comments:

Post a Comment

Note: Only a member of this blog may post a comment.

<< Home