Os quatro estágios do amor
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- Ricardo Barbosa
Bernardo de Clairveaux foi um monge cistercience que viveu no século 12. Talvez, entre todos os cristãos da idade média, foi ele quem mais escreveu e refletiu sobre a natureza do amor divino. Seu comentário sobre o Cântico dos Cânticos é um dos mais longos de toda a história, onde ele explora, a partir da narração do amor de Salomão por Sulamita, o mistério do amor de Deus. Para ele, a experiência com o amor de Deus acontece em quatro níveis ou estágios, onde o quarto nível mostra a grandeza e plenitude deste amor.
O primeiro nível é quando amamos a Deus por causa de nós mesmos. É o estágio onde suplicamos a Deus suas bênçãos a nosso favor. O fim das nossas orações somos nós mesmos. Buscamos a Deus por causa de nossas necessidades de segurança, realização, saúde.
O segundo é quando amamos a Deus por causa daquilo que ele fez por nós. O amamos por causa da salvação, perdão, misericórdia, redenção, etc. Nossas orações deixam de ser apenas súplicas para dar lugar a ações de graças. Aqui já não são nossas necessidades que determinam o amor por Deus, mas aquilo que ele realizou em nosso favor.
O terceiro nível é quando amamos a Deus por causa de Deus. Aqui já não são nem nossas necessidades, nem mesmo a obra de Deus a nosso favor que nos movem em direção a ele, mas ele mesmo, sua glória e majestade, seus atributos e beleza. Neste estágio aprendemos a contemplá-lo, a adorá-lo.
O último estágio é quando aprendemos a amar a nós mesmos com o mesmo amor com que Deus nos ama. Neste estágio respondemos à forma como Deus nos vê. É aqui que nossa experiência de oração encontra sua expressão mais íntima. É neste estágio em que nos aceitamos como Deus nos aceita, e provamos do seu amor terno e gracioso para conosco em Cristo, que a oração experimenta o glorioso convite de Jesus para gozarmos de sua amizade.
Quando atingimos este último estágio, toda nossa vida é afetada por ele. Nossas amizades, a forma como servimos, as relações conjugais e opções profissionais, tudo passa a ter uma perspectiva diferente. Já não precisamos mais conquistar o amor dos outros, nem buscar nas realizações pessoais algum significado para a vida.
É Cristo, com seu amor incondicional, que nos move e motiva.
É com este amor que agora passo a amar, me entregar a Deus e aos outros como um sacrifício vivo e agradável a Deus. É este amor que me torna livre dos meus medos, da necessidade de controlar e dominar, para conduzir outros a experimentarem a mesma natureza de amor que me liberta e redime.
É neste último estágio que podemos, como o apóstolo Paulo, dizer: “Não mais eu, mas Cristo vive em mim”.
É com seu amor, derramado em meu coração pelo Espírito Santo, que amo aos outros e a mim mesmo. É Cristo, não eu.
É o seu amor, perdão, graça e bondade.
É a vida que agora vivo na fé pelo Filho de Deus que me amou e a si mesmo se deu por mim.
Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/os-quatro-estagios-do-amor-de-bernardo-de-clairveaux/
- Ricardo Barbosa
Bernardo de Clairveaux foi um monge cistercience que viveu no século 12. Talvez, entre todos os cristãos da idade média, foi ele quem mais escreveu e refletiu sobre a natureza do amor divino. Seu comentário sobre o Cântico dos Cânticos é um dos mais longos de toda a história, onde ele explora, a partir da narração do amor de Salomão por Sulamita, o mistério do amor de Deus. Para ele, a experiência com o amor de Deus acontece em quatro níveis ou estágios, onde o quarto nível mostra a grandeza e plenitude deste amor.
O primeiro nível é quando amamos a Deus por causa de nós mesmos. É o estágio onde suplicamos a Deus suas bênçãos a nosso favor. O fim das nossas orações somos nós mesmos. Buscamos a Deus por causa de nossas necessidades de segurança, realização, saúde.
O segundo é quando amamos a Deus por causa daquilo que ele fez por nós. O amamos por causa da salvação, perdão, misericórdia, redenção, etc. Nossas orações deixam de ser apenas súplicas para dar lugar a ações de graças. Aqui já não são nossas necessidades que determinam o amor por Deus, mas aquilo que ele realizou em nosso favor.
O terceiro nível é quando amamos a Deus por causa de Deus. Aqui já não são nem nossas necessidades, nem mesmo a obra de Deus a nosso favor que nos movem em direção a ele, mas ele mesmo, sua glória e majestade, seus atributos e beleza. Neste estágio aprendemos a contemplá-lo, a adorá-lo.
O último estágio é quando aprendemos a amar a nós mesmos com o mesmo amor com que Deus nos ama. Neste estágio respondemos à forma como Deus nos vê. É aqui que nossa experiência de oração encontra sua expressão mais íntima. É neste estágio em que nos aceitamos como Deus nos aceita, e provamos do seu amor terno e gracioso para conosco em Cristo, que a oração experimenta o glorioso convite de Jesus para gozarmos de sua amizade.
Quando atingimos este último estágio, toda nossa vida é afetada por ele. Nossas amizades, a forma como servimos, as relações conjugais e opções profissionais, tudo passa a ter uma perspectiva diferente. Já não precisamos mais conquistar o amor dos outros, nem buscar nas realizações pessoais algum significado para a vida.
É Cristo, com seu amor incondicional, que nos move e motiva.
É com este amor que agora passo a amar, me entregar a Deus e aos outros como um sacrifício vivo e agradável a Deus. É este amor que me torna livre dos meus medos, da necessidade de controlar e dominar, para conduzir outros a experimentarem a mesma natureza de amor que me liberta e redime.
É neste último estágio que podemos, como o apóstolo Paulo, dizer: “Não mais eu, mas Cristo vive em mim”.
É com seu amor, derramado em meu coração pelo Espírito Santo, que amo aos outros e a mim mesmo. É Cristo, não eu.
É o seu amor, perdão, graça e bondade.
É a vida que agora vivo na fé pelo Filho de Deus que me amou e a si mesmo se deu por mim.
Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/os-quatro-estagios-do-amor-de-bernardo-de-clairveaux/
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