Proximidade e distanciamento
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Amor não é só proximidade. É também distanciamento.
É sentir o vazio, o buraco que ficou, a lembrança quando não há mais ninguém por perto.
A literatura deve muito ao distanciamento.
Não fosse, como explicar tantos livros sobre memórias da infância? Ora, só valorizamos o que fomos porque infelizmente não somos mais aquele menino. Só descrevemos os lugares por onde passamos e vivemos porque não moramos mais lá.
Quem nunca saiu de casa não a vê com tanto amor.
Com isso, aqui estou pensando: do que ainda preciso sentir falta?
Se não sinto saudades de nada, será que, de fato, vivi algo de forma profunda?
Uma das maiores tragédias existenciais é nos embrutecermos, é perder a sensibilidade para o verdadeiro, belo e santo. Podemos ficar ricos, ter poder ou conseguir planejar a vida de forma muito certinha. No entanto, se perdermos a chama que nos movia antes, que tipo de ser humano nos tornamos?
Só dá para ouvir a voz de Deus se pararmos de endurecer o coração (Hb 3. 7,8).
A redenção de Deus tem a ver com ele nos dar um coração novo e um espírito novo. “Tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne” (Ez 36.26).
A natureza da Nova Aliança é ser superior à Lei, fria e morta. Na Nova Aliança o Espírito Santo “põe as leis de Deus em nosso coração e as escreve em nossa mente” (Hb 10.16).
Não estamos falando de um Deus impassível, insensível. Estamos falando de Jesus Cristo, o Supremo Sumo Sacerdote que sabe o que é sofrer, que nos amou até o fim e que derramou seu sangue em nosso favor para o perdão de nossos pecados (Mt 26.28).
Nossa resposta deve ser: “aproximemo-nos de Deus com um coração sincero e com plena convicção de fé…” (Hb 10.22).
Seja na saudade humana, seja na saudade de Deus, amar é mais do que ter em mãos o objeto/sujeito deste amor.
É aprender a ficar longe, a chorar pelo que perdemos, a resgatar a pérola.
Talvez muitos, como eu, vivam neste momento uma certa tristeza pelo que não somos mais ou pelo que não somos ainda, como se a vida tivesse perdido a beleza.
Isso não deve gerar em nós indiferença.
Não deve nos fazer desistir.
Vale lembrar que a vida é tanto a proximidade quanto o distanciamento.
E que não há esperança sem a incompletude.
A precariedade é o terreno fértil para o novo.
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/fatosecorrelatos/2016/06/20/proximidade-e-distanciamento/
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PS- Para ouvir a trilha do dia: https://www.youtube.com/watch?v=3Sv_876eqxg
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Amor não é só proximidade. É também distanciamento.
É sentir o vazio, o buraco que ficou, a lembrança quando não há mais ninguém por perto.
A literatura deve muito ao distanciamento.
Não fosse, como explicar tantos livros sobre memórias da infância? Ora, só valorizamos o que fomos porque infelizmente não somos mais aquele menino. Só descrevemos os lugares por onde passamos e vivemos porque não moramos mais lá.
Quem nunca saiu de casa não a vê com tanto amor.
Com isso, aqui estou pensando: do que ainda preciso sentir falta?
Se não sinto saudades de nada, será que, de fato, vivi algo de forma profunda?
Embrutecimento
Uma das maiores tragédias existenciais é nos embrutecermos, é perder a sensibilidade para o verdadeiro, belo e santo. Podemos ficar ricos, ter poder ou conseguir planejar a vida de forma muito certinha. No entanto, se perdermos a chama que nos movia antes, que tipo de ser humano nos tornamos?
Só dá para ouvir a voz de Deus se pararmos de endurecer o coração (Hb 3. 7,8).
A redenção de Deus tem a ver com ele nos dar um coração novo e um espírito novo. “Tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne” (Ez 36.26).
A natureza da Nova Aliança é ser superior à Lei, fria e morta. Na Nova Aliança o Espírito Santo “põe as leis de Deus em nosso coração e as escreve em nossa mente” (Hb 10.16).
Não estamos falando de um Deus impassível, insensível. Estamos falando de Jesus Cristo, o Supremo Sumo Sacerdote que sabe o que é sofrer, que nos amou até o fim e que derramou seu sangue em nosso favor para o perdão de nossos pecados (Mt 26.28).
Nossa resposta deve ser: “aproximemo-nos de Deus com um coração sincero e com plena convicção de fé…” (Hb 10.22).
Seja na saudade humana, seja na saudade de Deus, amar é mais do que ter em mãos o objeto/sujeito deste amor.
É aprender a ficar longe, a chorar pelo que perdemos, a resgatar a pérola.
Talvez muitos, como eu, vivam neste momento uma certa tristeza pelo que não somos mais ou pelo que não somos ainda, como se a vida tivesse perdido a beleza.
Isso não deve gerar em nós indiferença.
Não deve nos fazer desistir.
Vale lembrar que a vida é tanto a proximidade quanto o distanciamento.
E que não há esperança sem a incompletude.
A precariedade é o terreno fértil para o novo.
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/fatosecorrelatos/2016/06/20/proximidade-e-distanciamento/
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PS- Para ouvir a trilha do dia: https://www.youtube.com/watch?v=3Sv_876eqxg
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