September 30, 2016

Verdadeira liberdade

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Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão. (Gálatas 5.1)
O Novo Testamento apresenta Jesus como nosso supremo libertador e a vida cristã como uma vida de liberdade. O próprio Jesus disse a alguns judeus que creram: “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (Jo 8.31-32). Mas o que significa essa liberdade cristã? Antes de tudo, ela nos liberta da servidão terrível de ter que obter a salvação por meio da obediência à lei. Ela também nos liberta da culpa e da consciência culpada, e nos dá a inexprimível alegria do perdão, da aceitação e do acesso a Deus, e a incrível experiência da misericórdia sem mérito. A liberdade cristã, porém, não significa que estamos livres de todas as restrições e limitações.
Em primeiro lugar, liberdade cristã não significa ceder aos desejos da nossa natureza caída e egoísta. “Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade”, escreveu Paulo, “mas não usem a liberdade para dar ocasião à vontade da carne” (Gl 5.13). Assim, a nossa liberdade em Cristo não deve ser usada como pretexto para a satisfação dos nossos próprios desejos, pois se vivemos no Espírito, não podemos satisfazer aos desejos de nossa natureza pecaminosa (v. 16).
Em segundo lugar, liberdade cristã não significa explorar nosso próximo. Antes “sirvam uns aos outros mediante o amor” (v. 13). Temos um maravilhoso paradoxo aqui. Não temos liberdade para ignorar, negligenciar ou abusar de nossos semelhantes, ao contrário, somos exortados a amá-los e, através do amor, servi-los. De certa forma, a liberdade cristã é um tipo de escravidão, mas não devemos ser escravos da nossa natureza egoísta, e sim do nosso próximo.
Somos livres em relação a Deus, mas escravos em relação ao outro.
Por fim, liberdade cristã não significa liberdade para desrespeitar a lei, pois “toda a Lei se resume num só mandamento: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’” (v. 14). O apóstolo não diz que se amamos o nosso próximo não precisamos cumprir a Lei, e sim que estamos cumprindo.
A verdadeira liberdade não significa que somos livres para satisfazer os nossos desejos, mas para controlá-los; não somos livres para explorar nossos semelhantes, mas para servi-los e não somos livres para desobedecer a lei, mas para cumpri-la.
Para saber mais, vai lá: Gálatas 5.1-15 

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2016/10/17/autor/john-stott/verdadeira-liberdade-3/

September 29, 2016

Perdão: quando o pecado não tem vez

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- Reinaldo Percinotto

Texto básico: Lucas 7. 36-50
Textos de apoio

– Gênesis 18. 1-5; 19. 2
– Salmo 23. 5
– Marcos 2. 13-17
– João 1. 29-30
– Hebreus 4. 14-16
– 1 João 1. 5 – 2. 2

Introdução

Não é difícil encontrarmos pessoas que consideram totalmente injusta a sua inclusão no “rol de pecadores dependentes da graça”, uma vez que elas não cometem pecados “sérios”: não roubam, não matam, não são corruptas como os políticos, e assim por diante. Claro que os pecados são diferentes em suas consequências para a sociedade, mas não em sua natureza diante de Deus. Para Deus, não há “pecadinho” e “pecadão” – todo pecado representa uma ruptura no nosso relacionamento com Ele.
Por isso, independentemente da amplitude pública ou social dos nossos erros, todos nós somos carentes da graça e do perdão de Deus. Somente o perdão de Deus pode nos alinhar novamente com o propósito original da nossa criação: nos relacionarmos em harmonia com Deus, com o próximo e com a natureza.
Você está convencido da sua dependência da graça e do perdão diário de Deus? Ou seu orgulho o tem levado para a trilha da autossuficiência? Ou ainda, quem sabe, você está no outro extremo desta questão, considerando-se tão indigno, mas tão indigno do perdão de Deus que acabou ficando prisioneiro da autodepreciação. Num, ou noutro caso, precisamos acreditar que Deus deseja a nossa liberdade completa, e o perdão é o veículo para isto.                   

Para entender o que a Bíblia fala

(adaptado de People Who Met Jesus, Rebecca Pippert, InterVarsity Press, 2004)
  1. Na sua opinião, por que o fariseu Simão convidou Jesus para aquele jantar? A omissão de Simão, quanto às três cortesias obrigatórias para qualquer convidado no Oriente Médio (vv. 44-46), nos revela algo sobre suas intenções?
  2. Se você estivesse presente como um espectador naquela noite, como vários que estavam ali, e fosse um judeu religioso, como você descreveria o que estava se passando nos vv. 37-38? O que você sentiria?
  3. Jesus sabia que ser tocado em público por qualquer mulher, ainda mais uma que tivesse má fama, mancharia muito sua reputação. Por que ele não a interrompeu e pediu que ela expressasse sua gratidão de uma maneira mais “socialmente aceitável”?
  4. Na parábola contada por Jesus (vv. 40-43), um devedor devia o equivalente a dois anos de salário, e o outro devia o equivalente a dois meses. Ao contar-lhe esta história, o que Jesus estava tentando provocar em Simão?
  5. O que as ações “extravagantes” daquela mulher, desde o momento em que entrou no jantar, revelam sobre o que tinha acontecido em sua vida por causa de um encontro com Jesus (vv. 44-48). Se fé (v. 50), gratidão e afeição a Cristo são evidências do estado espiritual de alguém, então o que a ingratidão de Simão revelam sobre ele?
  6. Como os outros convidados reagiram quando Jesus declarou que os pecados da mulher estavam perdoados (v. 49)? Que efeitos devem ter ocorrido na vida daquela mulher pelo fato de Jesus ter elogiado publicamente a sua fé (v. 50)?

Hora de Avançar

A chegada do perdão, o benefício do perdão, a alegria do perdão, a surpresa do perdão – a graça sempre surpreende – e o alívio do perdão acabam com o auto-nojo, o auto-ódio e a autodepreciação.
(Elben César)

Para pensar

A julgar pela resposta de Simão (v. 39), aquela mulher era uma “pecadora” bem conhecida. O que causou o maior choque não foi o fato dela estar lá sem ser convidada (era comum no mundo antigo ter moradores da cidade reunidos na “varanda” de casa quando um mestre importante estava presente), mas o fato dela ter se aproximado tanto de Jesus, com a permissão dele!
As ações desta mulher implicaram grande custo, carinho e emoção. Obviamente ela tinha ouvido falar que Jesus estaria naquela casa, durante o jantar. É possível que ela tenha ido até lá porque tinha ouvido a mensagem de Jesus antes, e tenha sido transformada por ela. Mas também é possível que ela estava ofendida pela forma como Simão insultou Jesus.

O que disseram

Se soubermos como é grande o amor de Jesus por nós, nunca teremos medo de ir a Ele em toda a nossa pobreza, toda a nossa fraqueza, toda a nossa indigência espiritual e fragilidade. De fato, quando compreendermos o verdadeiro sentido de seu amor por nós, haveremos de preferir vir a Ele pobres e necessitados. Nunca nos envergonharemos de nossa miséria. A miséria é para nós vantagem quando de nada precisamos a não ser de misericórdia.
(Thomas Merton, Na liberdade da solidão, Editora Vozes, 7ª Ed. 2001, pág. 31)
Para responder
  1. O que podemos aprender, neste estudo, sobre as atitudes que devemos demonstrar para evidenciar nossa salvação?
  2. Como vimos, Jesus arriscou sua reputação pública ao demonstrar compaixão pela mulher pecadora. Que riscos similares você pode ou deve enfrentar para ajudar pessoas necessitadas?
  3. Você tem avaliado o “tamanho” do amor que você tem demonstrado a Deus? Ele é consoante com o “tamanho” do perdão que você tem recebido? Como aprofundar sua consciência da necessidade do perdão de Deus?

Eu e Deus

            O Senhor é indulgente, é favorável,
               é paciente, é bondoso e compassivo.
            Não fica sempre repetindo as suas queixas,
               nem guarda eternamente o seu rancor.
            Não nos trata como exigem nossas faltas,
               nem nos pune em proporção às nossas culpas.(…)
            Bendizei-o, obras todas do Senhor
               em toda parte onde se estende o seu reinado!
               Bendize, ó minha alma, ao Senhor!
Salmo 103. 8-10, 22 (Tradução da CNBB)
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/perdao-o-pecado-ja-era/

September 28, 2016

Pecado repetido, perdão repetido

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Deus não perdoa o pecado tal só uma vez. Ele perdoa o pecado tal quantas vezes ele for cometido.

Pecado repetido reclama perdão repetido.

No entanto, ao cometermos um pecado mesmo que apenas uma única vez e, honestamente não nos arrependermos dele, não haverá perdão para nós.

Mas se cometermos um pecado sete vezes, setenta vezes, setenta vezes sete, ou mais vezes ainda, caso nos arrependamos honestamente dele sete vezes, setenta vezes, setenta vezes sete ou mais vezes ainda, seremos tão perdoados como o fomos na primeira vez.

Quem diz isso é o próprio Jesus, quando nos ordena agir assim quando alguém faz o mesmo contra nós.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/362/pecado-repetido-perdao-repetido

September 27, 2016

Libertação

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“Assim direis a José: Perdoa a transgressão de teus irmãos, e o seu pecado, porque te fizeram mal. Agora, pois, rogamos-te que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. E José chorou quando eles lhe falavam.” 
Gn 50:17
- Luis Antonio Luize
Muita gente carrega dentro de si culpa por algo que fez. Foi o caso dos irmãos de José, que tanto mal lhe fizeram. Os irmãos de José achavam que seu pai Jacó era o motivo pelo qual ele não se vingava deles.
No coração deles era certo que uma pessoa que foi ofendida iria se vingar. Eles mesmos fariam isso se estivessem no papel dele. Normalmente somos como eles, ao fazer algo esperamos que alguém revide com a mesma intensidade ou mais.
A questão é que eles não conseguiam perceber as mudanças na vida de José que o tornavam diferente deles. Aqueles muitos anos na prisão de forma injusta não causaram em José uma revolta, mas uma certeza de que Deus estava no controle.
Essa compreensão é muito difícil de se levar em conta quando é com a gente. Imagine estar preso, entender que Deus está no comando e que é um passo necessário para a benção que se seguirá na nossa vida.
É por isso que quando Jacó morre eles se apressam a pedir perdão. Já deveriam ter feito isso há muito tempo, mas deixaram para a última hora, quando sentiram que a morte estava próxima.
Como pastor tenho contato com pessoas à beira da morte, e vejo como deixam tudo para o último instante. Têm pessoas a pedir perdão e pessoas a serem perdoadas. Privam-se de viver em comunhão com os familiares e amigos pelo orgulho de não pedir perdão, não se humilham e perdem o melhor da vida em família.
Acabam estando juntos fisicamente mas emocionalmente estão desconectados um do outro. Enfim, pedem perdão, e José chora.
Creio que ele chora porque há muitos anos esperava esta atitude deles, assim como percebe o medo que se apodera dos seus irmãos. Chora porque não pedem perdão por amor a José, mas sim por medo dele. Respeitam a sua autoridade mas não a sua pessoa.
Sempre que temos algo a pedir perdão ou a perdoar, a culpa, o medo, a raiva e a insegurança toma conta do nosso coração.
Certa vez fui enganado por uma pessoa que acabou me causando muitos problemas financeiros. Achei que o tinha perdoado e segui minha vida.
Mas Deus, que é soberano e conhece todas as coisas, sabia que não estava tudo certo. Então, começou a trabalhar na mesma empresa que eu trabalhava um rapaz que me lembrava aquela pessoa que tinha feito mal a mim e minha família.
Cada vez que ele cruzava por mim nos corredores da empresa algo ruim subia no meu coração. O tempo foi passando, até que em uma ocasião estava no supermercado comprando iogurte na seção dos gelados e quando olho no corredor procurando minha esposa vejo aquele rapaz vindo na minha direção.
Meu coração encheu-se de raiva e ódio por ele, meu punho se fechou e fui na direção dele determinado a dar-lhe um soco.
Imaginem, sempre fui uma pessoa pacífica, e lá estava eu indo para bater em alguém. Foi quando percebi que de fato não era aquele rapaz, mas alguém muitíssimo parecido com ele.
Imediatamente me recompus e fui buscar a Deus para entender o que se passava. Foi quando percebi que deveria perdoá-lo não somente pelo que havia feito a mim e minha família, ma também pelos sentimentos que havia despertado em nossos corações e pelas consequências do seu ato, que não foram poucas.
Imediatamente senti alívio e poucos dias depois cruzei de novo com aquele colega de empresa e percebi que não sentia mais nada. Me lembrava de tudo, mas não tinha mais nenhum sentimento ruim em meu coração.
José não tinha sentimento ruim nenhum em seu coração porque já havia perdoado há muito tempo. Todos os seus sentimentos sobre aquele episódio haviam sido liberados, assim como havia sido para mim.
Foi essa liberdade que José desfrutou e que seus irmãos jamais conheceram. Eu e você também podemos desfrutar desta liberdade em Cristo Jesus.
PARA EXERCITAR
  • Quais sentimentos ruins tenho em meu coração?
  • A quem preciso perdoar ou pedir perdão?
“Pai celestial, quero pedir perdão por todos os meus atos que foram em desacordo com Tua palavra, pelos sentimentos que isto despertou em mim e pelas consequências disto sobra minha vida. Também perdoo a quem me ofendeu, perdoo pelos sentimentos que despertou em mim e pelas consequências disto sobre nosso relacionamento e vida. Que o amor de Jesus possa entrar em meu coração através do perdão e libertar-me. Amém!“
Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2016/09/30/liberte-se-a-mudanca-comeca-em-mim/#.V-5yfdQrJkg

September 26, 2016

Escravos de hábitos estranhos

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Cada pessoa é escrava daquilo que a domina. 
2 Pe 2.19

Como ninguém gosta de ser chamado de escravo, a linguagem de Pedro é dura. Todavia, a verdade é esta mesmo: somos escravos daquilo que não conseguimos dominar. Quando dizemos que tal pessoa é dependente do álcool, por exemplo, queremos dizer que ela é escrava do álcool ou, em outras palavras, ela não é independente da bebida.

Se deixarmos o sol se pôr antes de nos livrarmos da ira, somos escravos da ira (Ef 4.26). Se só pensarmos em aumentar os ganhos, somos escravos do dinheiro. Se nos deleitarmos em falar mal de uma pessoa, somos escravos do mexerico. Se mancharmos costumeiramente o nome de uma pessoa atribuindo a ela coisas que ela nunca fez, somos escravos da calúnia.
Os que não conseguem deixar de roer as unhas, deixar de ranger os dentes, deixar de espremer cascas das espinhas são escravos dessas coisas.
Por causa do contexto da carta, é possível que Pedro esteja se referindo a “hábitos imorais”. Ele tinha acabado de fazer uma denúncia séria quanto aos falsos profetas (“Não podem ver uma mulher sem a desejarem”). Deve ser exatamente nessa área que muitos são escravos de seus impulsos. Tim Challies, autor de Desintoxicação Sexual, afirma que “a pornografia é tão predominante, que é praticamente certo que todo jovem vai se deparar com ela, e, depois de a experimentar, é difícil não se entregar”.
Jesus surpreendeu os mestres da lei e os fariseus declarando: “Quem peca é escravo do pecado” (Jo 8.34). Eles não gostaram dessa palavra e responderam soberbamente: “Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém!” (Jo 8.33). Se o Senhor pôde quebrar o bastão dos poderosos que oprimiam o povo de Israel, ele pode nos libertar do bastão daquilo que nos domina!
Enquanto não localizar a sua dependência, o crente jamais será libertado!
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2016/09/09/autor/elben-cesar/escravos-de-habitos-estranhos-3/

September 25, 2016

É possível tudo ir bem quando tudo vai mal?

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No correr da história tem havido vozes que insistem em dizer que “tudo vai bem, quando tudo vai mal”. São vozes que desejam manter o “status quo” e não mudanças. 

Nenhum remorso, nenhum arrependimento, nenhuma confissão de fracasso, nenhuma reviravolta, nenhuma limpeza, nenhuma reforma são necessários porque “tudo vai bem”. São incapazes de assumir o contrário, que tudo vai mal. Para essas pessoas o mundo vai bem, o país vai bem, a sociedade vai bem, a igreja vai bem, a economia vai bem, a moral vai bem, o casamento vai bem, a família vai bem e “eu vou bem”. Isso ocorre mais por causa de alguma estratégia oculta de ordem política, de ordem econômica ou de ordem religiosa do que por causa da falta de atenção e observação. Os portadores da mensagem de que “tudo vai bem, quando tudo vai mal” pretendem fazer uma lavagem cerebral.
Como se pode dizer que o mundo vai bem se os atentados terroristas estão cada vez mais frequentes, mais sangrentos e mais ousados, principalmente na Europa? 

Se uma em cada 113 pessoas no mundo, no final de 2015, era refugiada ou deslocada ou estava em busca de refúgio em algum país? 

Se “estamos em meio de algo como uma verdadeira epidemia mundial de depressão que fez números insignificantes saltarem a proporções massivas” (Vladimir Safatle)? 

Se em abril de 2016, Barack Obama solicitou ao Congresso americano a aprovação de um orçamento de um bilhão e cem milhões de dólares para prevenção e tratamento do uso de opiáceos, e se 450 novas drogas sintéticas se juntaram às demais em 2014? 

Se o racismo ainda mata brancos e negros, menos de cinquenta anos depois da morte de Martin Luther King?

Se “há uma enorme possibilidade” de Donald Trump, caso seja eleito presidente dos Estados Unidos, ter acesso aos códigos nucleares (Tony Schwartz)?
Como se pode dizer que o Brasil vai bem se “a Lava Jato ameaça transformar o país numa imensa jaula onde todos ficaremos presos e difamados” (Carlos Heitor Cony)? 

Se o jornal The New York Times sugere que o Brasil deve ganhar a medalha de ouro em corrupção, e o ministro de nosso Supremo Tribunal Federal diz que a corrupção se tornou “uma espantosa regra”?
Como se pode dizer que o casamento e a família vão bem se “casamentos não mais são feitos para durar” e se “a traição conjugal virou vício” (Walcyr Carrasco)?
Como se pode dizer que a moral vai bem se comportamentos amorais são cada vez mais divulgados e ensinados sem o menor pudor? Se o beijo gay de 2014 é substituído agora por uma cena de sexo gay, tudo muito natural?
Por volta dos anos seiscentos antes de Cristo, quando os exércitos da Babilônia estavam bem próximos, quando Nabucodonosor armou aríetes — máquinas de guerra para derrubar muralhas — em torno de Jerusalém, quando a fome era tal que as mães matavam, cozinhavam e comiam seus próprios filhos — os falsos profetas enganavam o povo de Israel dizendo “tudo vai bem, quando tudo vai mal” (Ez 13.10).
Por causa dessa mensagem sem cabimento, o povo não deu ouvidos às vozes de Isaías, Jeremias, Ezequiel e outros. 

Então a guerra, a fome e a doença deram cabo deles.
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/blogdaultimato/2016/09/20/tudo-vai-bem-quando-tudo-vai-mal/

September 24, 2016

Para viver um grande amor

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A cruz é este paradoxo onde a gente aprende que é impossível uma relação de amor sem horror

Quem quer amar sem sofrer, não vai amar.
Quem quer amar sem ser cuspido na cara, não vai amar.
Quem quer amar sem ser rejeitado, não vai amar.
Quem quer amar sem ser traído, não vai amar.
Quem quer de fato amar sem ter de conviver com a necessidade constante de perdoar, não vai amar.
Quem quer amar sendo compreendido sempre, não vai amar.
Quem quer amar sendo tratado com justiça sempre, não vai amar.
Quem quer amar sem ter pedaços de si arrancados, não vai amar.

Então vc diria: que dura coisa é amar! A menos que o amar seja um ato voluntário. Porque cada pedaço arrancado, a gente diz: não foi vc quem arrancou, fui eu que deixei vc arrancar. Porque eu te amo.

A cada injustiça, a gente diz: não foi vc que não me entendeu, não foi vc que me ofendeu, não foi vc que me agrediu, mas eu entendo que vc é incapaz de enxergar e eu estou disposto a amar assim.

Vc não faz de mim gato e sapato, eu estou escolhendo pagar o preço de te amar. Não é que não estou vendo tudo o que vc faz comigo, contra mim. Não é que eu estou iludido de paixão. Eu tomei uma decisão de amar. E se vc pensa que me controla, vc está enganado. É que vc ainda é cego e eu espero que te amando, os teus olhos se abram.

Por isto que há muita gente infeliz. Que quer amar sem sofrer, quer amar sem se dar. E abre mão de qq relacionamento de amor tão logo começa a doer, tão logo exige sacrifício, tão logo exige renúncia, tão logo exige perdão. É porque não consegue transformar estas exigências todas em ato voluntário. E já não chama mais de sacrifício.

É dom de si, é oferta de si mesmo. É uma oferta de si mesmo porque há uma aliança com o Pai e há um compromisso com a ovelha.

Meu filho, sabe por que vc faz tudo isto comigo? É porque eu te amo.

E sabe quando é que vc vai conseguir despertar ódio no meu coração ao seu respeito? Nunca. Porque eu tenho uma aliança com meu Pai e eu tenho um compromisso de amor com vc.


Fonte: Trecho da mensagem O paradoxo da cruz de Cristo (João 10: 14-21) ministrada pelo pr. Ed René Kivitz na Igreja Batista da Água Branca no dia 02/10/05 às 10h.

September 23, 2016

Você está disposto a amar assim?

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1 Coríntios 13

Bíblia Viva

1 Se eu tivesse o dom de falar em outras línguas sem tê-las aprendido, e se eu pudesse falar em qualquer idiomas que há em toda a terra e no céu e no entanto não amasse os outros, eu estaria só fazendo barulho.
2 Se eu tivesse o dom de profetizar, e conhecesse tudo sobre o que vai acontecer no futuro, soubesse tudo sobre todas as coisas, e contudo não amasse os outros, que bem faria isso? Mesmo que eu tivesse o dom da fé a ponto de falar a uma montanha e fazê-la sair do lugar, ainda assim eu não valeria absolutamente nada sem amor.
3 Se eu desse aos pobres tudo quanto tenho e fosse queimado vivo por pregar o Evangelho, e contudo não amasse os outros, isso não teria valor algum.
4 O amor é muito paciente e bondoso, nunca é invejoso ou ciumento, nunca é presunçoso nem orgulhoso,
5 nunca é arrogante, nem egoísta, nem tampouco rude. O amor não exige que se faça o que ele quer. Não é irritadiço, nem melindroso. Não guarda rancor e dificilmente notará o mal que outros lhe fazem.
6 Nunca está satisfeito com a injustiça, mas se alegra quando a verdade triunfa.
7 Se você amar alguém será leal para com ele, custe o que custar. Sempre acreditará nele, sempre esperará o melhor dele, e sempre se manterá em sua defesa.
8 Todos os dons e poderes especiais que vêm de Deus terminarão um dia, porém o amor continuará para sempre. Algum dia a profecia, o falar em línguas desconhecidas e a sabedoria especial - os dons desaparecerão.
9 Porquanto agora sabemos muito pouco, mesmo com nossos dons especiais; e a pregação dos mais dotados é ainda muito imperfeita.
10 Entretanto, quando tivermos sido feitos completos e aperfeiçoados, então cessará a necessidade desses dons especiais e insuficientes, e eles desaparecerão.
11 É como neste caso: quando eu era criança, falava, pensava e raciocinava como criança. Mas quando me tornei homem, meus pensamentos se desenvolveram muito além dos pensamentos da minha infância, e agora eu deixei as coisas de criança.
12 De igual modo, agora só podemos ver e compreender um pouquinho a respeito de Deus, como se estivéssemos observando o seu reflexo num espelho muito ruim: mas o dia chegará quando o veremos integralmente, face a face. Tudo quanto sei agora é obscuro e confuso, mas depois verei tudo com clareza, tão claramente como Deus está vendo agora mesmo o interior do meu coração.
13 Há três coisas que perduram - a fé, a esperança e o amor - e a maior destas é o amor.
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September 22, 2016

Você já foi amado assim?

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A Mensagem

1 Se eu falar com eloquência humana e com êxtase própria dos anjos e não tiver amor, não passarei do rangido de uma porta enferrujada.
2 se eu pregar a Palavra de Deus com poder, revelando todos os seus mistérios e deixando tudo claro como o dia, ou se eu tiver fé para dizer a uma montanha, "Pule!" e ela pular e não tiver amor, não serei nada.
3-7 Se eu der tudo que tenho aos pobres e ainda for para a fogueira como mártir, mas não tiver amor, não cheguei a lugar algum. Assim, não importa o que eu diga, no que eu creia ou o que eu faça: sem amor, estou falido.

O amor nunca desiste.
O amor se preocupa mais com os outros do que consigo mesmo.
O amor não quer o que não tem.
Amor não é esnobe,
Não tem a mente soberba,
Nem se impõe sobre os outros,
Não age na base do "eu primeiro"
Não perde as estribeiras,
Não contabiliza os pecados dos outros,
Não festeja quando os outros rastejam,
Tem prazer no desabrochar da verdade,
Tolera qualquer coisa,
Confia sempre em Deus,
Sempre procura o melhor,
Nunca olha para trás,
Mas prossegue até o fim.

8-10 O amor nunca morre. A palavra inspirada um dia será esquecida; a oração em línguas vai passar; o entendimento alcançará seu limite. Nós conhecemos apenas parte da verdade e o que dizemos a respeito de Deus sempre é incompleto. Mas quando o que é Completo chegar, tudo que é incompleto em nós deixará de existir.
11 Quando eu era bebê, no colo da minha mãe, eu balbuciava como qualquer bebê. Depois que cresci, deixei para sempre essas coisas de bebê.
12 Hoje não vemos as coisas com clareza. Estamos como que num nevoeiro, enxergando com dificuldade por entre a neblina. Mas isso não vai durar muito. O tempo vai melhorar e o Sol vai aparecer! Então veremos tudo tão claramente quanto Deus nos vê, conhecendo-O diretamente assim como Ele nos conhece!
13 Mas, por enquanto, até chegar a perfeição, temos três coisas que nos guiam até a consumação de tudo: confiança firme em Deus, esperança inabalável e amor extravagante. E o melhor desses três é o amor.
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September 21, 2016

Você sabe o que é Amor?

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Nova Tradução na Linguagem de Hoje

1 Eu poderia falar todas as línguas que são faladas na terra e até no céu, mas, se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como o som de um gongo ou como o barulho de um sino.
2 Poderia ter o dom de anunciar mensagens de Deus, ter todo o conhecimento, entender todos os segredos e ter tanta fé, que até poderia tirar as montanhas do seu lugar, mas, se não tivesse amor, eu não seria nada.
3 Poderia dar tudo o que tenho e até mesmo entregar o meu corpo para ser queimado, mas, se eu não tivesse amor, isso não me adiantaria nada.
4 Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso.
5 Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas.
6 Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo.
7 Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência.
8 O amor é eterno. Existem mensagens espirituais, porém elas durarão pouco. Existe o dom de falar em línguas estranhas, mas acabará logo. Existe o conhecimento, mas também terminará.
9 Pois os nossos dons de conhecimento e as nossas mensagens espirituais são imperfeitos.
10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é imperfeito desaparecerá.
11 Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Agora que sou adulto, parei de agir como criança.
12 O que agora vemos é como uma imagem imperfeita num espelho embaçado, mas depois veremos face a face. Agora o meu conhecimento é imperfeito,mas depois conhecerei perfeitamente, assim como sou conhecido por Deus.
13 Portanto, agora existem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. Porém a maior delas é o amor.
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September 20, 2016

A arte do não poder

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- Rubem Amorese

Somos todos fracos. Nascemos ameaçados de morte. Não somos capazes de sobreviver aos primeiros desafios de nossas vidas. Sem o cuidado de alguém, ou o simples recurso de um fogo aceso, morremos. Se comparados a uma simples formiga, somos muito fracos. Quem de nós é capaz de carregar dez vezes o seu peso, por dez quilômetros? Quem de nós é capaz de fazer isso apenas uma hora após o nascimento?
Temos medo das ameaças de morte. Medo da fome, do frio, de animais, de insetos, de gente desconhecida, de ambientes hostis, de abismos, de assaltantes, de mar bravio – e de baratas e lagartixas. Mas isso já é outra história.
Em razão desse medo, tão natural e corriqueiro a todos nós, passamos a vida em busca de segurança. Conforto esse que vem dos “recursos” que amealhamos. Recursos, aqui, podem ser a ajuda dos outros, como o desvelo dos pais, ou o poder pessoal, simbolizado pelos músculos. O sobrevivente por excelência é uma pessoa forte, cercada por uma rede de cooperação. Antigamente, ao escolher um marido, a mulher procurava para seu companheiro um homem musculoso ou hábil guerreiro e líder de um grupo vitorioso. Alguém que lhe garantisse a sobrevivência da prole.
A sofisticação que a vida traz a esses “recursos” pode nos levar a buscar diversas formas de poder, seja sobre a natureza, seja sobre as pessoas. Assim, em nossa luta pela sobrevivência, amealhamos energias provenientes de complexos mecanismos de troca com nossos semelhantes. Essas energias e recursos, ao serem acumulados, convertem-se em alianças, ferramentas, contas bancárias, patrimônio, tecnologia etc., sem mencionar os bens imateriais, tais como honra, prestígio e fama. No fundo, tudo isto se resumiria em poder, em sobrevivência.
Em geral, as origens de nossa busca por segurança são invisíveis aos nossos olhos. São inconscientes. Não distinguimos naquilo que fazemos a luta pela sobrevivência, ou o medo da morte. Nossas inseguranças, ansiedade, timidez, vaidade etc. são vistos como temperamentos e modos de ser, sem ligação com a forma como resolvemos os problemas básicos relacionados ao medo que, em última instância será medo da morte.
Alguns passam a gostar do poder. E do complexo jogo que ele instaura. Chegam a achá-lo um recurso necessário, inevitável. Ou uma vantagem pessoal. Como no caso da riqueza, distribuída de forma assimétrica na sociedade. Afinal, “os pobres sempre os tereis convosco”. Não vou mencionar as heranças políticas, as dinastias ou as unções divinas.
Na vida comum, o poder é exercido para abrir uma torneira enferrujada ou para convencer um comprador a fechar o negócio. Ou mesmo para vencer um oponente numa modalidade esportiva. Todos os jogos são jogos de poder. Como se a vida fosse um “jogo de dificuldades”, no qual o mais hábil ou forte vencesse e adquirisse vidas, como num videogame.
Adormecido, por toda uma existência, esse assunto saltará à consciência na velhice. Seja como lembrança do desamparo dos primeiros anos (marcas profundas, que ficam em atividade por toda a vida), seja para viver novas formas daquele mesmo medo, daquela insegurança. Sim, a senilidade é também um problema de poder. O problema de não mais poder. Com o agravante da consciência sobre o que se passa. E por isso, o idoso tem medo. Muito antes de ter consciência disso, ele já começa a se tornar controlador. Está lutando contra a perda de poder. Em última análise, do poder de se manter vivo.
Existem muitas palavras de sabedoria, nas Escrituras, para lidar com esse tema na infância, na vida adulta e na velhice. Sabendo que a fase anterior prepara para a posterior. De modo que a recomendação de obediência à criança, ou aquela de honrar pai e mãe estão tratando da questão do poder. As exortações contra a ansiedade também. E a recomendação caminha sempre na direção da confiança num Deus bom e cuidadoso e na entrega dos seus fardos a ele (sim, a luta pelo poder é um fardo imenso). Essa sabedoria nos ensinará sobre o cultivo da mansidão; da disciplina, ou da arte, do “não poder”; sobre devoção e entrega (Sl 37.5).
Não é assim o ato de adoração? Não é assim o ato de contrição? Não é assim a invocação do Senhor como rocha, força, castelo, refúgio? Não é essa a oferta de um jugo suave e de um fardo leve?
Sem essa sabedoria, jamais compreenderemos a graça de Deus, pois, para aprender sobre ela é preciso se colocar na posição de quem recebe, uma posição de fragilidade; jamais usufruiremos de sua providência, pois para isso, precisaremos esperar nele, atitude de grande vulnerabilidade; jamais descansaremos em seu amor, como as aves do céu ou os lírios do campo. Sim, jamais nos fará sentido um poder que se aperfeiçoa na fraqueza.
A sabedoria bíblica nos propõe a lógica do Cordeiro, como objeto de imitação: a de que seremos tão mais poderosos quanto menos medo da morte tivermos – porque ele cuida de nós.
E quando a idade chegar, não nos angustiaremos. Saberemos vivê-la na harmonia e confiança de que o mesmo Deus que cuidou de nossa infância, juventude e vida adulta, livrando-nos dos perigos, cuidará, agora, da nossa progressiva fragilidade. Teremos sido treinados, ao longo da vida, como testemunhas do Cordeiro, na arte do não poder.
Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra (Mt 5.3-5 – ARA).
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/amorese/2016/09/10/a-arte-do-nao-poder-versao-completa/

September 19, 2016

Discipulado e formação

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O desafio de transmitir a fé para as novas gerações

- Reinaldo Percinotto Júnior

Texto básico: 2 Timóteo 3

Textos de apoio
– Deuteronômio 6. 4-9
– Salmo 51. 10-13
– Provérbios 6. 20-23
– Mateus 28. 18-20
– Atos 2. 42-47
– 1 Timóteo 4. 11-16

Introdução

Podemos enxergar o desafio da transmissão de nossa fé para os mais novos como um desafio de “formação”. Afinal, não se trata apenas de compartilhar conceitos ou doutrinas, mas muito mais de “educar” novos seguidores de Cristo, que aprendam a obedecer a tudo o que ele nos ensinou (Mateus 28. 20) e que por sua vez se dediquem a formar novos seguidores.
Falar de formação é falar de um processo, contínuo, que envolve todas as dimensões do nosso ser – intelectual, moral, espiritual. Os novos seguidores aprendem com o ensino e, sobretudo, com a prática deste ensino na vida de seus “formadores”. Este processo nunca vai funcionar na base do “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
Timóteo, um jovem seguidor de Cristo (1 Timóteo 4. 12), propenso à introspecção (2 Timóteo 1. 6-8) e de frágil saúde (1 Timóteo 5. 23), teve um “formador” de nome Paulo. E experimentou este processo de formação que temos mencionado; um processo integralizador das várias dimensões da vida humana, pois ele seguia de perto não apenas o ensino de Paulo, mas também “a conduta, os projetos, a fé, a longanimidade, a caridade, a perseverança, as perseguições e os sofrimentos” do apóstolo (2 Timóteo 3. 10-11).
Portanto, este é um processo que envolve intimidade, transparência e autenticidade. Não perfeição, pois senão nenhum de nós (incluindo Paulo e, principalmente, Timóteo!) poderia participar dele. Temos nos envolvido neste processo de formação? Quem tem nos formado como seguidores de Cristo? A quem temos “educado” neste processo? Nossa comunidade se preocupa genuinamente com este assunto?                                          

Para entender o que a Bíblia fala

  1. Timóteo, filho na fé e colaborador de Paulo na cidade de Éfeso (1 Timóteo 1. 1-3), já estava vivendo “nos últimos dias” (2 Timóteo 3. 1, 5b), período inaugurado na primeira vinda de Cristo, e que aguarda seu desfecho na volta do Senhor. Nos vv. 2-4, Paulo fornece uma lista geral (sem a pretensão de ser definitiva) contendo as atitudes características das pessoas neste período. Note a primeira e a última atitude listada por Paulo (v. 1, 4). De que maneira elas podem resumir bem toda as demais características? Que evidência temos aqui de que essas pessoas também eram religiosas (v. 5)?
  2. Observe a forma como as pessoas controladas por aqueles líderes religiosos são descritas (v. 6). Por que nos tornaremos vulneráveis às manipulações espirituais e religiosas quando estamos “instáveis, sobrecarregados de pecados e levados por toda espécie de desejos” (v. 6, NVI)?
  3. Ao contrário daqueles líderes, Timóteo deveria se apoiar na influência espiritual de Paulo (vv. 10-13). Por que Timóteo poderia confiar neste apoio? É possível percebermos aqui um “legado integral” por parte do apóstolo? Como?
  4. Paulo não esperava, da parte de Timóteo, fé e confiança cegas. O que ele esperava, e quais as duas razões que ele fornece para isto (vv. 14-15)?
  5. Qual é a origem da Escritura Sagrada, e por que ela é fundamental tanto para o “mestre” quanto para o “aprendiz” (vv. 16-17)?

Hora de Avançar

Diante do desafio de transmitir a fé para novas gerações, precisamos considerar com seriedade três dimensões que demonstram a natureza pessoal de nossa fé em Cristo. A primeira é a necessidade de sermos intelectualmente íntegros.(…) Muitos jovens abandonam a fé porque encontram respostas evasivas aos grandes questionamentos, o que os leva a uma crise de confiança.(…) A segunda é a necessidade de sermos moralmente íntegros. A fé cristã requer de nós uma coragem moral como expressão do caráter transformado que experimentamos em Cristo.(…) A terceira é a necessidade de sermos espiritualmente íntegros. A fé cristã é um chamado para nos relacionarmos com a Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo. O convite de Jesus para segui-lo envolve estar com ele e não somente aprender com ele. (Ricardo Barbosa)

Para pensar

John Stott, em seu comentário (A mensagem de 2 Timóteo, ABU Editora), resume o ensino de Paulo com as seguintes sentenças: guarda o evangelho (cap. 1), sofre pelo evangelho (cap. 2), permanece no evangelho (cap. 3), e prega o evangelho (cap. 4). No terceiro capítulo, portanto, Timóteo é chamado e animado a permanecer com fidelidade no caminho que havia escolhido trilhar, caminho que havia sido pavimentado previamente com a fé de sua família (2 Timóteo 1. 5) e com o ensino e exemplo do apóstolo.
Timóteo havia não apenas ouvido Paulo, mas também presenciado a encarnação daqueles ensinamentos no viver diário e nas reações do apóstolo. Ele devia permanecer firme naquilo que havia aprendido, pois sabia quais tinham sido seus mestres (v. 14).

O que disseram

“Alguém perguntou a Pai Poimen: ‘O que devo fazer com minha alma: ela é insensível e não teme a Deus!’ Ele lhe disse: ‘Vai e junta-te a um homem temente a Deus. Quando dele te aproximares, ele acabará te ensinando a temer a Deus!’” (Apotegma, 639). Aqui não se oferece uma solução fácil, mas mostra-se uma caminhada que poderá durar muitos anos.(…) Assim, quando se trata de dar um conselho, os monges reportam-se à experiência. Não é a teoria, mas sim a vida na prática que nos ensina a viver corretamente, a crer corretamente e a amar corretamente.
Anselm Grun, “A orientação espiritual dos Padres do deserto”, Editora Vozes.

Para responder

  1. Numa dinâmica saudável do discipulado cristão, nós sempre estaremos cuidando de alguém e sendo cuidados por outros. Em outras palavras, sempre estaremos influenciando e sendo influenciados em nossa caminhada. Como tem sido esta dinâmica em sua vida? Quem tem acompanhado e influenciado sua relação com Deus? E como você tem influenciado as pessoas mais novas ou inexperientes do que você?
  2. De que maneiras a minha comunidade cristã pode estar construindo “uma aparência de piedade, mas de fato negando seu poder” (v. 5)? Como transformar essa situação?

Eu e Deus

Senhor Jesus Cristo, quando eu usar teu nome, mantém-me honesto de modo que eu esteja expressando um relacionamento contigo e me comprometendo com uma resposta a tua vontade. Quero que toda a minha vida, não apenas minha boca, expresse teu nome. Amém.
Eugene Peterson, “Um ano com Jesus”, Ed. Ultimato
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/evangelizacao/discipulado-o-desafio-de-transmitir-a-fe-para-as-novas-geracoes/

September 16, 2016

Foco


“Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus” .

Hb 12.1,2

Manter o foco é uma expressão corriqueira tanto entre fotógrafos quanto cinegrafistas, cineastas. Ultimamente até jogadores de futebol falam em manter o foco para a próxima partida, decisão e temporada. Todavia, o apóstolo Paulo também falou algo muito parecido em sua segunda epístola ao jovem pastor Timóteo.

Paulo já sabia do resultado do seu julgamento em Roma, teria alguns poucos dias de vida e já não cabia nenhum outro recurso ou instância para apelação. Seguramente ele se recordava dos inícios de sua carreira cristã e da revelação feita ao irmão Ananias sobre o quanto deveria sofrer por causa do Nome de Cristo. Todavia, o que angustiava o espírito do veterano apóstolo, mais que a sua condição de encarcerado e condenado em Roma, era a situação pela qual passava a Igreja de Éfeso. Perseguições externas, inimigos do Evangelho e toda sorte de detratores conspiravam contra a segurança e o progresso da comunidade. Internamente a igreja estava convulsionada e a ausência de Paulo e a liderança de Timóteo parece ter mexido com a ambição de alguns.

Timóteo, jovem pastor, que possuía excelentes qualidades espirituais, passava por um momento de depressão, inconstância, temor, covardia e estava perdendo o foco da sua vocação e ministério. Em meio a todas as adversidades que lhe sobrevinham, Timóteo parecia não só desesperançado, mas muito perdido e sem saber para onde correr. Ele perdeu o foco das prioridades e das coisas mais essenciais da vida cristã.

Paulo dá um choque de realidade em Timóteo, lembrando-o do próprio enredo de sua vida apostólica: esquecido, abandonado, traído, aprisionado e, por fim, condenado à morte. Todavia, Paulo parece gritar aos ouvidos de Timóteo: “mas eu não perdi o foco, corri a minha carreira, combati o bom combate, guardei a fé, perseverei, mantive a tocha acesa e estou prestes a cruzar a linha de chegada!”.

O que nos faz manter o foco em nossa carreira cristã, além da fé e do amor que devemos ao nosso amantíssimo Senhor Jesus Cristo, é também a consciência de qual nobre é a causa com a qual estamos envolvidos e sob que bandeira militamos, a saber, o Evangelho da Salvação e da Graça. É a paixão por guardar intacta a fé, por guardar e transmitir o bom depósito da Palavra de Deus às gerações futuras que deve mover-nos em nossa caminhada cristã. Isso significa que não estamos apenas preocupados com as coisas que fazemos hoje ou que fizemos no passado em nome da fé. Exige antes que devemos nos preocupar com a nossa condição, situação espiritual, quando a nossa hora de prestar contas chegar.

Paulo lembra a Timóteo que sabendo estar às portas da morte tem a sua consciência tranquila e o seu coração pacificado, pode oferecer-se sobre o altar como sacrifício e libação porque fez exatamente o que lhe foi pedido. Paulo recorda a Timóteo de que lhe foi proposta uma corrida, uma competição de superação de desafios interiores e exteriores, e não uma vida de lazer e devaneios. Não à toa em outros contextos o apóstolo fala em termos olímpicos e militares. Ora, tanto atletas que desejam alto rendimento, como militares que lutam por sua pátria, por seu rei e por suas vidas, não são pessoas que andam tomando ou deixando de tomar decisões ao sabor dos acontecimentos. São pessoas focadas naquilo que perseguem. Se preparam para vencer obstáculos, esperam pelo perigo e sabem como se defender e quando atacar o inimigo.

A igreja contemporânea parece estar perdendo o foco, anda distraída com a “marcha para Jesus”, show gospel, a produção de uma subcultura ou pseudocultura cristã, a expansão de impérios denominacionais ou a preservação de privilégios concedidos pelo poder público ou a obtenção deles, como no ridículo caso dos passaportes diplomáticos que vimos nesses dias. Nosso foco deve ser o de batalhar pela fé evangélica que uma vez por todas foi entregue aos santos (Jd 3).

Não sabemos e nem temos como nos responsabilizar pela geração futura, pelo que hão de fazer os que nos sucederão. Mas, é nossa responsabilidade fazer de tudo ao nosso alcance para entregar-lhes uma igreja santa, fiel, rica e zelosa em boas obras, comprometida com a justiça do Reino. É nosso dever oferecer-nos todos os dias no altar do sacrifício para que o Evangelho de Deus chegue intacto aos corações e às vidas para quem somos enviados como igreja.

Não sei ao certo como Timóteo terminou a sua carreira ministerial, contudo, as preocupações de Paulo com a perda do foco eram muito razoáveis. Nos dias em que o Apocalipse foi escrito, justamente a Igreja de Éfeso sofreu uma dura repreensão de Jesus (Ap 2.1-5) e uma clamorosa exortação para retomar o foco perdido. Que Deus nos ajude, e que nós mesmos desejemos nunca desviar os olhos dos essenciais de nossa fé e missão.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/mantenha-o-foco

September 15, 2016

Paciência, a arte de viver o evangelho

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“Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração” 
Rm 12:12
- pr. Mário Fernandez
Viver uma vida centrada em Deus, com busca constante de santidade, fugindo do pecado, desenvolvendo dons, evangelizando, dedicando-se ao Reino – tudo isso é apenas mera e fraca retribuição pela salvação que recebemos. Ainda ssim, para alguns é um fardo ou um fanatismo inaceitável. Para mim é um prazer e uma satisfação. Mas, isso não nos insenta de passar tribulações neste mundo. Não estou afirmando que Deus tenha prazer em nos atribular, mas é necessário para nosso crescimento e aprendizado que Ele permita que passemos por certas coisas.
Ainda que nesta vida não possamos compreender determinadas situações desagradáveis, precisamos delas para aprender algo. Eu não sei o que é, mesmo porque talvez para mim a mesma prova ensine uma coisa diferente do que para outra pessoa. Mas a mesma doença que mata um fortalece outro. A mesma traição que a um foi quase indiferente ao outro foi mortalmente insuportável. A certeza é a de que tem algo para ser aprendido, desenvolvido, algum crescimento está encomendado e a prova ou tribulação é o mensageiro.
Para quem ler este texto pode parecer que foi escrito por alguém que nunca sofreu na vida, que vive num aquário protegido de tudo e de todos. Mas pode acreditar, nada é mais falso. Sou um homem que passou por muitas situações neste mundo que para outros seriam insuportáveis. Não passei por outras que para mim o seriam, é verdade. Mas a constante nisso tudo é sempre a mesma – se perseverarmos aprenderemos. Viver um evangelho verdadeiro é a busca constante e interminável pelo aperfeiçoamento. Ser perseverante é a chave. Este texto não diz para se alegrar na tribulação, não diz para agradecer por ela, não diz para comemorar a vitória depois dela, não diz nem para enfrentar de boa vontade – tudo isso tem seu papel, seu momento e sua atitude corretos, citados em outros textos. Aqui nossa admoestação é para ser paciente, perseverante, persistente, tenaz.
A paciência é filha da espera com a disposição. Esperar é ter paciência, mas desde que com a disposição correta. Esperar murmurando ou amaldiçoando não é paciência. Ter boa vontade com pavio curto e atropelar, não é paciência. Ser paciente é encarar a tribulação, esperar ela dar o seu tempo, mas manter a alma na disposição ou inclinação correta. Vejo e convivo com muitas pessoas que esperam a tribulação passar se martirizando, murmurando ou mesmo se rebelando. Isso não é paciência e estica o tempo de tribulação, pode acreditar.
Dias atrás ouvi uma palavra que me marcou. Um jovem dizia “eu queria estudar medicina, mas quando penso que vai levar 8-10 anos para ser médico, me desanimo”. O seu conselheiro, mais velho e sábio lhe disse “e se você não estudar medicina; esses 10 anos não vão passar? Sabe qual a diferença entre fazer e não fazer? O resultado. O tempo vai passar igual, se fizer outra coisa daqui 10 anos você será 10 anos mais velho, médico ou não”. Estou digerindo esta palavra desde então. Se encaramos as tribulações com paciência podemos vencer e o sofrimento será certamente abreviado. Encarar de forma impaciente só vai piorar.
Vivamos um evangelho que nos anima e motiva a prosseguir, pacientemente, mesmo diante de tribulações. O evangelho não nos vacina nem nos blinda contra elas, mas nos ajuda a vencer.
“Senhor, não consigo imaginar algum motivo para eu me alegrar ou me motivar que não venha de Ti. Se o Senhor não me fortalecer qualquer desafio será grande demais para mim.“
Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2016/09/19/paciencia-vivendo-o-evangelho/#.V-GAWdQrJkg

September 14, 2016

Integridade e obediência financeira

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  “Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar.” 

1 Sm 15:22

- Luis Antonio Luize
Se há algo que influencia a vida de todo mundo é o dinheiro, aliás é uma das três áreas que mais geram problemas num relacionamento, as outras duas são a comunicação e o sexo.
O uso que fazemos do dinheiro é um expressão visível da nossa fé, demonstrando como tratamos nossa vida e a dimensão do valor que atribuímos a ela.
Muita gente se sente muito poderoso com dinheiro por ele permitir adquirir muitos bens. Pode comprar o sexo, mas não o amor. Pode obter o tempo de alguém, mas não sua fidelidade e lealdade. Conquista o prazer mas não a felicidade.
Nossas crenças são como forças que atraem e repelem coisas em nossas vidas. Nossa crença a respeito do dinheiro pode tanto atraí-lo quanto repeli-lo. A imagem que temos sobre o dinheiro é que nos dá as convicções a seu respeito.
O dízimo, por exemplo, não se resume a contribuir financeiramente. Do mordomo cristão requer-se que este entregue o dízimo do seu tempo também. Se todos nós fizéssemos isto, a evangelização mundial cresceria à velocidade da luz e não no ritmo em que estamos.
Alguns dos grandes influenciadores cristãos do último século surgiram ao dizimar seu tempo à obra de Deus. Se Jesus morreu por nós porque Deus, por amor, entregou tudo que tinha de mais precioso, então a medida da nossa contribuição revela a profundidade do nosso amor.
O amor deseja dar, mas a cobiça está interessada apenas em receber. O texto lido acima mostra o momento em que Saul desobedece a Deus e perde o seu reino. Um ato de desobediência fez com que passasse toda sua vida se esforçando e se sacrificando para voltar ao trilho.
Buscou em oração a Deus durante muito tempo, mas não alcançou mais. Quer dizer, nenhum esforço nosso é capaz de nos dar aquilo que perdemos por desobediência. Nós colhemos o que semeamos.
Trabalhamos o mês todo para receber um salário, e ao final quando recebemos, o que fazemos com o dinheiro revela como vivemos.
Soube de uma mulher que tinha dificuldade em aceitar a vida que seu marido estava lhe proporcionando, sentia vergonha de andar naquele carro tão bonito e até certo ponto caro. Aquela imagem de pobreza havia sido gravada na sua mente durante a parte inicial da sua vida. Pensava que se fosse rica não entraria no céu.
Certamente é difícil para o rico entrar no céu, mas a razão não está na riqueza em si, mas na confiança que se deposita nela.
Tanto a riqueza como a pobreza podem ser uma prisão para qualquer pessoa. Nestes dias, o Senhor tem feito uma desconstrução e reconstrução em minha vida financeira, mudando os valores e princípios errados e colocando-os em linha com Sua vontade.
Certo pastor tinha uma mentalidade errada sobre finanças e Deus dizia a ele para mudar para um apartamento maior, o que ele relutava em fazer. Certo dia o Espírito Santo lhe perguntou:
— Se eu lhe pedir para mudar para um apartamento menor você vai?
— Sim. Respondeu ele prontamente.
— Então por que não quer mudar para a casa maior se estou lhe pedindo isso?
O problema não era o tamanho da casa, mas se ele estava sendo obediente ou não. Se não obedecesse estaria pecando. Parece que tudo se resume em ser obediente e não se somos ricos ou pobres.
A esposa do profeta Oseias era infiel a ele. Se dava aos homens em troca de dinheiro. E prostituir-se é isso, entregar-se a alguém em troca de benefícios.
Quem se entrega totalmente ao seu trabalho esquecendo-se de Deus e da família está se prostituindo emocionalmente. Quem ama a Deus interessado apenas em receber bençãos materiais está se prostituindo espiritualmente.
O Senhor nosso Deus deseja nos prosperar, é algo próprio dEle e faz parte da Sua natureza. Mas amá-lo somente por isso é entregar-se por benefícios.
Ele deseja que sejamos prósperos em todas as áreas da nossa vida. Portanto, arrependa-se dos seus atos de desobediência e prospere.
PARA EXERCITAR
  • Tenho vendido meus valores em troca de algo?
  • O que posso fazer para realinhar minha vida à vontade de Deus?
“Pai celestial, quero pedir perdão por todas as vezes em que fui desobediente. Perdoa-me e ensina-me a andar nos Teus caminhos fazendo a Tua vontade. Ajuda-me a consertar minha vida financeira e profissional e alinhar com Teus propósitos eternos. Amém!“
Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2016/09/21/prospere-a-mudanca-comeca-em-mim/?utm_medium=email&utm_source=devocional&utm_campaign=dev-2425#.V-QUhNQrJkg