October 25, 2016

Você quer ser amado ou quer ser amado nos seus termos?

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- Ruth Manus

Confesso que não li o livro de Gary Chapman “As 5 linguagens do amor”, mas ouvi a respeito e a ideia me parece interessante. Basicamente, o autor afirma que as pessoas manifestam o amor de 5 formas diferentes: através do toque físico, das palavras, dos presentes, dos atos de serviço e do tempo que dispensam ao outro. Algumas pessoas exploram diversas destas formas, outras apenas uma ou duas, mas todos o fazem de alguma maneira.
Frequentemente ouvimos as pessoas queixarem-se de falta de amor- sejam aquelas que vivem em relacionamentos estáveis, sejam aquelas que vivem na busca deles. As pessoas reclamam do egoísmo alheio, sentem que apenas elas se doam nas relações (ou nas tentativas de se relacionar) e consideram-se injustiçadas por, teoricamente, darem mais amor do que recebem.
Hoje fui assistir a uma palestra de uma amiga sobre Direito de Família e ela associou as ideias de Gary Chapman aos processos de divórcio, afirmando que algumas vezes as separações acontecem porque as pessoas não são capazes de identificar o amor no comportamento do outro, apesar dele existir. E muitas vezes a perpetuação destes processos são formas de tentar manter o vínculo com o outro, uma vez que, nesses casos, o afeto perdura.
Realmente é muito difícil tentar entender e sentir como amor, atos que não nos parecem amor, frequentemente porque a nossa forma de amar é mais óbvia. Sobretudo para aqueles que, como eu, são os adeptos das palavras e do toque, tão facilmente identificados como expressões de afeto, é difícil entender o amor nos atos mais práticos ou mais subjetivos.
A questão é que é muito mais fácil acusar o outro por suas supostas falhas do que analisar calmamente os atos, buscando entender o que eles querem verdadeiramente transmitir. É fácil queixar-se por não ser amado quando, na verdade, estamos reclamando por não sermos amados à nossa maneira. E isso vale para todos os nossos relacionamentos: conjugais, familiares, amizades.
Muitas vezes, a personalidade e a história de vida das pessoas trazem certos bloqueios à expressão verbal do amor ou aos beijos e abraços. Uma criação mais fria por parte dos pais, insegurança com o próprio corpo, questões culturais e quiçá astrológicas podem fazer com que alguns amores fiquem camuflados no dia a dia. O que não quer dizer que eles não existam, nem que essas pessoas não façam o melhor que podem.
Isso não quer dizer que nossas formas de amar não devam ser revistas ou repensadas. Parece-me que também é preciso fazer um certo esforço para tentar dar um pouco do que os outros esperam. Ao mesmo tempo que é preciso não esperar exclusivamente um amor que seja o reflexo do nosso.
Um “eu te amo” reside em muitas frases diferentes. Em “comprei essa bolacha que eu sei que você gosta”, em “deixa que eu te ajudo com a declaração de imposto de renda”, em “vem aqui que você precisa cortar a unha”, em “eu te busco no aeroporto”, em “pega um casaco que tá frio lá fora”, em “você tem dinheiro pro táxi?”. Algumas vezes o “eu te amo” sai em forma de “eu te amo”. Tantas outras não. Mas ele está lá. 
Basta que a gente esteja disposto a encontrá-lo ao invés de reclamar a sua suposta ausência.
Fonte: http://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/ruth-manus/voce-quer-ser-amado-ou-quer-ser-amado-a-sua-maneira/

October 24, 2016

Recomeço

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"Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do seu lugar." 
Ap 2:5

- Mário Fernandez

Uma das coisas mais lindas que acho do Reino de Deus é a liberdade que o Senhor nos dá de percebermos onde erramos e acertar a caminhada. Toda história do povo de Israel nos ensina isso: mesmo cometendo graves erros a oportunidade de conserto vinha em tempo oportuno.

Contudo, eu guardo duas preocupações em meu coração a respeito deste tema: menosprezo e procrastinação. São duas palavras bonitas e complicadas, mas fáceis de entender.

De tanto que Deus é bom que as pessoas tendem a menosprezar a sua justiça. O versículo que lemos nos mostra muito nitidamente o que acontece com quem não se arrepende. Tirar o candelabro (um tipo de lâmpada a vela ou a querosene) representa tirar a luz, lançar nas trevas, deixar no escuro. Nem vou comentar, acho que isso se explica por si. Ficar nas trevas é ruim. Não se iluda meu querido, não somos donos do tempo como não mandamos nas ondas do mar, apenas surfamos quando elas vêm. Temos oportunidade de arrependimento, mas isso deve ser feito e não ignorado. Lembre-se de onde caiu e volte lá para consertar.

Procrastinar é o ato de deixar para depois, é pensar que vai dar tempo mais tarde. Arrepender-se é um ato imediato e não algo para ser planejado e repensado inúmeras vezes. Voltar às primeiras práticas é para já e não para amanhã. Não somos donos do tempo (lembra?). Mas a correria deste tempo presente parece cumprir o que Paulo disse em Romanos 16:20 de um jeito muito bizarro, ou seja, abreviando o tempo de maneira estranha - nós é que corremos demais.

Se adequadamente usada, a misericórdia e a tolerância de Deus para com a nossa fraqueza servirá para nosso aperfeiçoamento e não para perdição. Uma vida que pretende andar em novidade é uma vida de reavaliação e recomeço constante. É uma tal de "sonda-me ó Deus" constante e permanente. Sem parar, sem desistir, sem vacilar.

Recomeçar não é motivo de vergonha, vergonhoso será a condenação de Deus. Arrepender-se dói (na verdade, dói muito) mas é o caminho da cura. Voltar às primeiras obras é pesado e exige bastante esforço, mas dá resultados e vale a pena.

Eu tenho clamado por misericórdia e proteção pela minha casa e pela minha igreja praticamente todos os dias. Tenho encontrado consolo na Palavra de Deus diariamente. Mas reconheço que tenho sacrificado o que é importante no altar do deus da urgência. Tudo é urgente, daí o importante se perde. É tempo de mudar, de refazer, de recomeçar. É tempo de acertar a caminhada para poder chegar no destino.

"Senhor, eu me arrependo dos desvios que eu mesmo coloquei no Teu caminho para minha vida. Eu errei, eu fui arrogante achando que sabia para onde ir. Pega na minha mão e me leva para mais perto de Ti, onde eu possa ouvir Tua voz e te obedecer."

Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2014/03/30/novidade-de-vida-recomeco/

October 23, 2016

Amar é escolher

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Nova Tradução na Linguagem de Hoje

1 Eu poderia falar todas as línguas que são faladas na terra e até no céu,
mas, se não tivesse amor,
as minhas palavras seriam como o som de um gongo ou como o barulho de um sino.
2 Poderia ter o dom de anunciar mensagens de Deus, 
ter todo o conhecimento, entender todos os segredos
e ter tanta fé que até poderia tirar as montanhas do seu lugar,
mas, se não tivesse amor,
eu não seria nada.
3 Poderia dar tudo o que tenho e até mesmo entregar o meu corpo para ser queimado,
mas, se eu não tivesse amor,
isso não me adiantaria nada.
4 Quem ama é paciente e bondoso.
Quem ama não é ciumento,
nem orgulhoso, nem vaidoso.
5 Quem ama não é grosseiro nem egoísta;
não fica irritado, 
nem guarda mágoas.
6 Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo.
7 Quem ama nunca desiste, 
porém suporta tudo com fé, esperança e paciência.
8 O amor é eterno.
Existem mensagens espirituais, porém elas durarão pouco.
Existe o dom de falar em línguas estranhas, mas acabará logo.
Existe o conhecimento, mas também terminará.
9 Pois os nossos dons de conhecimento e as nossas mensagens espirituais são imperfeitos.
10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é imperfeito desaparecerá.
11 Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança.
Agora que sou adulto, parei de agir como criança.
12 O que agora vemos é como uma imagem imperfeita num espelho embaçado,
mas depois veremos face a face.
Agora o meu conhecimento é imperfeito,
mas depois conhecerei perfeitamente, assim como sou conhecido por Deus.
13 Portanto, agora existem estas três coisas: 
a fé, a esperança e o amor.
Porém a maior delas é o amor.

Chérie,

esta passagem mostra que se o amor não estiver presente em tudo que fizermos, nada vale a pena.

Amar é a essência da vida e viver apaixonado é a melhor maneira de viver - mas como é difícil amar!

Amor não é sentimento, é escolha.
Amar envolve coração, mente e vontade.

Ser paciente, bondoso, generoso, humilde, delicado, equilibrado, perdoador, justo, persistente, forte e corajoso são desafios para a vida inteira!

Todos os dias precisamos ser criativos para demonstrar amor, seja por meio de palavras de encorajamento, ações de serviço, presentes, tempo de qualidade ou toque físico.

Ninguém ama perfeitamente por isto precisamos pedir a Deus que nos ajude a amar como Ele nos ama.


Não nos transformamos de uma hora para outra; temos de ser pacientes enquanto o amor de Deus é formado em nós e Ele mesmo nos ensina a amar.

Seguir em amor é seguir em crescimento.

E é isto que desejo hoje a você: que cresça criativamente em amor e verdade ; ).

Bjs,

KT
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October 22, 2016

Oração

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“Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração” 
Romanos 12:12
- Mário Fernandez
Não dá para viver sem orar. O apóstolo Paulo sabia perfeitamente bem o quanto é importante estar na busca constante de Deus através da oração, de forma persistente, perseverante.
Eu acho que nunca encontrei um “cristão” ou termo equivalente, que diga que simplesmente não ora nada. Mas a esmagadora maioria dos que conheço tem na oração uma prática distante, irregular, desprovida de satisfação e que não permeia sua vida, suas decisões, suas atitudes. Igualmente, não lembro de ter encontrado alguém que seja contra a oração, mas os persistentes são minoria.
O resultado disso é um completo afastamento das bênçãos que Deus tem para nós, pois neglicenciar a oração é como esvaziar o tanque do carro ao último gole e reclamar que não anda. Tudo que fazemos e deixamos de fazer tem consequências, diretas ou indiretas, imediatas ou tardias, pessoais ou coletivas. Orar e deixar de orar também. MAS a advertência ou ensino deste texto é mais forte do que isso – persista orando.
Perseverar, sinônimo de persistir, é mais do que não desistir. É gostar de tentar, é amar mais o resultado do que o processo em si, é desejar tanto conseguir terminar o que começou que não para, é desconsiderar a desistência como uma opção. Perseverar é saber o motivo e o resultado do que está fazendo, é enxergar o alvo mesmo que distante. Ou seja, é ter fé no fim da história.
Perseverar na oração é orar quando não faz sentido continuar, é orar quando o resultado é impossível, é orar quando ninguém mais está orando, é orar quando a circunstância deixa bem claro que o fracasso é garantido.
Não é preciso ter muita fé para orar pelo alimento com ele diante de si – ora pela refeição quando não tem o que comer e te direi que isso sim é fé. Ore agradecendo por uma cura que não tem chance de chegar. Ore pela conversão de um desgraçado (desprovido de graça) que não dá sinal de querer mudar de vida. Ore por um relacionamento que não tem mais cacos para juntar do chão. Isso, meu querido, é perseverar.
Tive grandes lições sobre isso na minha vida. Conheci uma senhora com quase 70 anos que acordava todas as madrugadas as 4h para orar. Um dia cruzei com ela orando, sou de pouco sono. Me juntei a ela. Orava pela conversão de seus irmãos. Pela manhã no desjejum lhe perguntei algumas coisas e fiquei envergonhado com as respostas. Já orava há mais de 40 anos, faltavam dois se converterem e um estava mal de saúde, mais velho que ela. Orava diariamente neste mesmo horário fazia mais de 25 anos e só falhava quando adoecia. Só ia parar ou com a conversão ou com a morte de seus irmãos. Isso é perseverar. 
Viver o evangelho, por mínimo que seja, exige uma vida de oração máxima. Se o evangelho fosse um mero conjunto de regras teria métricas de oração bem claras e numéricas. Mas não é, pois trata-se de um estilo de vida, portanto “tudo” é o mínimo.
“Senhor, me ensina a perseverar em oração, aplicando fé naquilo que não posso ver ou sentir, mesmo quando isso fuja da lógica. Me fortalece para eu crescer nisso ao ponto de te agradar.”
Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2016/10/19/oracao-maxima-vivendo-o-evangelho

October 21, 2016

Oferta de si mesmo

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“Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala.” 
Hebreus 11:4
- Mário Fernandez

Um dos assuntos mais polemizados nos nosso dias é o que diz respeito às coisas materiais, financeiras, dinheiro, riqueza, prosperidade, etc. Nesse tema, como dizia minha avó materna, qualquer pé de galinha faz uma sopa. Há os que dão mau testemunho de todo tipo, há os que ensinam bobagens e heresias, há os que simplesmente não sabem o que pensar, há os que querem enriquecer, há os que preferem manter a pobreza – e há os indecisos, claro. Meu foco aqui é falar sobre oferta (material ou financeira) do ponto de vista de um evangelho que é estilo de vida.
Poderíamos resumir ao dizer que é questão de obediência, mas isso está muito batido e é pouco convincente. Mesmo porque é isso que alimenta a polêmica, na medida em que um entende de uma forma e outro de outra. Meu ponto é fé. 
O que tem fé com ofertar?
Não coincidentemente, o primeiro “herói” da galeria da fé de Hebreus 11 é um ofertante. Pela fé Abel ofereceu um sacrifício aceitável a Deus. Não coincidentemente isso lhe deu testemunho de justiça, pelo que sua memória se preserva como a de um justo. Se lermos o texto original de Gênesis 4 quando a oferta foi entregue, esta mesma a que se refere Hebreus, é uma oferta como conhecemos. Algo material, que tinha custo, foi dado a Deus de forma irreversível, não reembolsável, sem chance de retribuição.
Hoje quando alçamos ofertas em nossas reuniões, seja qual for a reunião, pouco ou nada mencionamos sobre fé. Ao entregar uma oferta eu tenho de ter fé que Deus supre minhas necessidades, não apenas entender que é uma forma de obediência ou teste de fidelidade. Nada disso está errado, mas é pouco. Preciso ter fé de que Deus aceitará minha oferta, pois Caim deu uma oferta, ao que tudo indica equivalente, mas com a disposição de alma errada e por isso não achou graça diante de Deus. Quando oferto, preciso aplicar minha fé de que aquilo é muito mais em meu benefício do que de Deus, afinal Ele não precisa de nada.
Ter fé para ofertar não significa crer que receberá algo em troca, ainda que isso seja bíblico. Semear sempre é um ato de fé, mas ninguém semeia com a certeza de que não vai colher. Eu posso dar testemunho de dezenas de vezes que ofertei e recebi muito. Mas posso testemunhar de centenas de vezes que ofertei e nada aconteceu. Dei meus últimos R$20 de oferta e adivinha – fiquei duro, nada mais. Dei um carro e fiquei a pé. Dei mantimento e tive de comprar comida a crédito. E daí? Nada. 
Mas por fé – pela fé, com fé, através da fé – eu vejo o invisível
Creio no meu bom depósito na eternidade onde a traça não corrói, eu sei que meu Redentor vive e age em meu favor, eu posso sentir o cheiro do vento que traz a chuva para minha lavoura, eu vejo o que não pode ser visto – MAS EXISTE.
Ofertar é um ato de fé GRANDE. Com a disposição correta fará revoluções na sua vida. Por que é necessário? Por que Deus nos deve isso? Por que é a única forma? Não, não e não. Porque ofertando eu encho o céu de depósitos e esvazio o inferno de expectativas. Anulo a chance do diabo usar mal meus recursos.
Se os pastores ou líderes da igreja usarem mal os recursos ofertados é problema deles. Se a organização eclesiástica não aplicar corretamente é problema dela. Eu ofertarei, eu terei fé, eu serei abençoado e meu depósito eterno está selado pela minha fé. Como se diz de onde venho “azar o deles, eu fiz minha parte”.
Viver o evangelho é mais do que seguir regras e o que faz toda diferença é justamente a fé. Se o primeiro herói da fé era um ofertante, algum dos demais nunca ofertou? Olhe bem. 
Todos eram generosos e desprendidos. 
Mas o primeiro, é sempre o primeiro.
“Senhor, eu quero aprender a desenvolver uma fé bíblica que vai além de obter favor de Ti. Quero ter fé suficiente para semear no meu futuro eterno ainda nesta vida. Me ensina a ver o invisível.“
Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2016/10/27/ofertar-vivendo-o-evangelho/

October 20, 2016

A imaginação é fundamental para a compreensão dos mistérios divinos

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Eugene Peterson, o professor emérito de teologia da espiritualidade no Regent College, em Vancouver, no Canadá, de 80 anos, é um apaixonado pelo Apocalipse.

Em seu devocionário “Um Ano com Eugene Peterson” (p. 65-66), Peterson declara:

"Alguns poucos parágrafos no Apocalipse e a adrenalina começa a correr pelas artérias da minha fé, e fico sobre os meus pés, vivos, formigando. É impossível ler o Apocalipse e não ter minha imaginação estimulada. 

O Apocalipse me força e me capacita a olhar para o que está espalhado diante de mim, e vê-lo com olhos renovados. Ele me força porque, sendo o último livro da Bíblia, não posso concluir minha história sem ele. Ele me capacita porque, ao usar a linguagem não familiar da visão apocalíptica, minha imaginação é chamada à ação rigorosa.

Para pessoas que estão cansadas de tamanha fúria suave, o Apocalipse é um presente – uma obra de intensa imaginação que empurra o leitor para dentro de um mundo de batalhas no céu entre anjos e bestas, punições assustadoras e salvações gloriosas, visões caleidoscópicas e canções cósmicas. É um mundo no qual crianças estão instintivamente em casa e no qual adultos, ao se tornarem criancinhas, recapturam um envolvimento elementar nos conflitos e lutas básicos que permeiam a existência moral, e então continuam para descobrir novamente a adoração elevada e as afirmações primordiais.

Não leio o Apocalipse para obter mais informação sobre a vida da fé em Cristo. Eu li tudo isso na lei e nas profecias, nos evangelhos e nas epístolas. Tudo no Apocalipse pode ser encontrado nos primeiros 65 livros da Bíblia. O Apocalipse não acrescenta nada de substancial ao que já sabemos. A verdade do evangelho já está completa, revelada em Jesus Cristo. Não há nada de novo a ser dito sobre o assunto.

Mas há uma nova maneira de dizê-lo.

Eu leio o Apocalipse não para obter mais informação, mas para reviver a minha imaginação".

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/336/eugene-peterson-eu-leio-o-apocalipse-nao-para-obter-mais-informacoes-mas-para-reviver-a-minha-imaginacao

October 19, 2016

Apocalipse e a imaginação

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- Eugene Peterson

A imaginação cristã é fecunda na criação de imagens que levem a entender Cristo como o primeiro, o último e o centro. Essas imagens são sempre moldadas com o metal das Escrituras para expressar o que é necessário no momento e no contexto para enfocar a fé em e por meio de Jesus. (p. 68)

(O livro do) Apocalipse não contribui com o testemunho apresentando instruções ou ensinando a fazer uma apologia coerente da fé. Contribui com imaginação, fortalecendo o espírito com imagens que nos mantém como foi recomendado: “... mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor... “ (1 Co 15.58). (p. 152) 

Apocalipse, em grande parte, prepara a imaginação para levar a sério os perigos que residem na tribulação e na tentação e ao mesmo tempo entender a maravilhosa segurança e assim, permanecer firme no meio do mal e saber resistir a ele. (p. 151)

“A imaginação é nosso caminho para penetrar na imaginação divina e nos permite enxergar inteiramente – com integridade e santidade – o que antes víamos como disperso; com ordem, o que considerávamos aleatório.” * [Wendell Berry, Standing by words (San Francisco: North Point Press, 1983), p. 90] citado por E. Peterson, Trovão Inverso, (p. 18)

A consciência racional e científica moderna criou uma forma de atrofia para a imaginação e, consequentemente, uma compreensão limitada para a revelação bíblica. (Ricardo Barbosa no prefácio do livro Trovão Inverso, p.11)

Uma parte considerável das Escrituras é composta de textos poéticos, e muitos conceitos são apresentados na forma de metáforas. Além da tarefa de compreendê-los em seu contexto histórico, geográfico, cultural e literário, eles são um convite ao exercício da imaginação, que é fundamental para a compreensão dos mistérios divinos. (Ricardo Barbosa no prefácio do livro Trovão Inverso, p.11)

O ataque satânico mais sutil e mais constante aos que andam com Deus em nosso meio se dá por meio da subversão da palavra. Há uma separação discreta entre a imaginação e a Palavra de Deus, e passamos a considerá-la uma maravilhosa obra impressa, ao mesmo tempo que vai se apagando toda percepção de que ela foi pronunciada pelo Deus vivo. (p.39)

“Einsten afirmou, certa vez, que a imaginação é mais importante do que o conhecimento.”* Isso significa que não pode haver pleno uso da inteligência sem imaginação. (p.38) *[(Eugene Peterson usou citação feita por R.R. Browne, Ministry of the word (Philadelphia: Fortress Press, 1976), p.115]

Eis por que a imaginação é tão importante. A imaginação é a capacidade interna de reunir, arranjar e conectar todos os dados da existência numa totalidade correta e adequada. Não se pode desprezar o intelecto, mas cabe à imaginação a obra mais pesada na adoração. (p. 243)

Um dos dons de Apocalipse é apresentar Cristo de uma forma que nossa imaginação é capturada pela visão de “cristologizar” incansavelmente as Escrituras. Isso significa discernir com seriedade as linhas que levam a Ele. (p.56)


Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/o-apocalipse-e-a-imaginacao-em-eugene-peterson

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=uuDI-sk2nJU
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October 18, 2016

Até onde devo ir com a minha imaginação?

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- Gabrielle Greggersen

A pergunta, antes de ser teológica ou cristã, é antropológica. Seria como perguntar ao peixe, até onde ele deve ir na água. Será que ele poderia se afogar, se ele der muita trela para a água? Ora, ele foi criado na e para a água. Ela faz parte do ser e do seu habitat natural. Aliás, ele não vive sem ela e pronto.

Acontece que o peixe muitas vezes não se dá conta da água de tanto que está envolto por ela. E a turma do deixa disso diz que ela pode ser prejudicial a ele. E, de certa forma, pode ser mesmo, mas como tudo o mais na vida, não porque seja uma característica intrinsecamente maligna ou perigosa da água. O peixe não vai se meter num esgoto, que vai contaminá-lo, ou numa correnteza de água, que ele sabe que vai arrastá-lo para lugares que ponham a sua integridade em risco. Mas isso é uma questão de bom senso (que, aliás, também está cada vez mais raro nos dias de hoje).

Do ponto de vista antropológico, o ser humano é tal, que tem alma, mente e coração. É certo que não se pode fazer uma separação rígida entre essas instâncias, mas pode-se dizer que enquanto a razão se associa mais à mente; e a emoção, ao coração; a alma está mais associada à psicologia, em particular à fé e, pasmem, à imaginação. Em primeiro lugar, porque somos uma imagem por excelência, criados como um reflexo de Deus. A nossa imagem é o que temos em comum com Deus desde o primeiro instante em que somos concebidos, o que inclusive não depende de sermos salvos ou não. Imaginação tem a ver com imagem. Tanto que a oração é o momento de máxima imaginação que se pode ter, em que a nossa imagem se comunica com a imagem de um Deus invisível, que não podemos tocar nem ouvir como os órgãos dos sentidos externos, só imaginar.

C.S. Lewis, que se converteu mais pela via da imaginação, do que da razão, dizia que, enquanto a razão se concentra na verdade das coisas, a imaginação se encarrega do sentido. Uma coisa não vive sem a outra, e eu acrescentaria a emoção como ombro que une essas duas asas do anjo da compreensão humana. Sem imaginação, as coisas e, no fim, a própria vida, perdem o sentido. Não é para menos que o professor sábio não fica socando conhecimentos racionais à força na cabeça dos seus alunos, mas os veste de histórias, anedotas, provérbios e contos de fada.

O conto de fadas (e antes dele, o mito) é um patrimônio cultural comum da humanidade desde os tempos mais remotos, que tem relação com o inconsciente coletivo – o que significa que até um cristão participa dele, a menos que ele queira viver como um alienígena sobre a face da Terra. E ele tem pelo menos três funções psicológicas importantes para qualquer ser humano, de acordo com J.R.R. Tolkien:

Escape – de uma visão ordinária das coisas, excessivamente materialista e consumista, voltada exclusivamente para o aqui e agora. O elemento da magia e do sonho contribui para esse distanciamentos saudável da realidade do trabalho.

Consolo – dos sofrimentos da vida. Afinal de contas, a vida de qualquer leitor é menos dolorosa, desesperadora e ruim do que a que os heróis dos contos de fada têm que enfrentar. 

Recuperação – das feridas da vida, que uma vez constatadas pela identificação com o herói ou mesmo com o vilão ou coadjuvantes da história, são tratadas e saradas. Isso porque a história sempre tem uma perspectiva positiva, esperançosa e cheia de fé e amor, principalmente com o seu final feliz. Essa culminância é um prenúncio da boa nova do evangelho, que Tolkien chamava de evangelium e pode preparar o terreno para uma pessoa se abrir para Jesus, que é o caminho para o verdadeiro final feliz.

Aliás, 90% dos filmes que vemos e dos livros que lemos têm um final feliz. Esses algumas vezes são tentativas de imitação dos clássicos contos de fada, mas muitas vezes com uma moral questionável nas entrelinhas, que desviam da moral universal e universalizável dos contos de fada, muitas vezes distorcendo intencionalmente essa moral, para parecerem modernos.

Então, onde está o limite da imaginação e dos contos imaginativos? No mesmo lugar em que está o limite da comida, da bebida, das amizades e de tudo o que é humano: no excesso. Quando a imaginação serve para se alienar da vida e nunca mais voltar à realidade dos fatos; quando ela serve para satisfazer desejos e fantasias que não temos a coragem de realizar na prática; quando serve para promover o mal e uma moral depravada e desviada (portanto, não bíblica); quando substitui a Bíblia e se torna mais importante que a doutrina, então aí está o limite.

Mas não se deve voltar à época da caça às bruxas, vendo o diabo à espreita atrás de toda página de um Harry Potter, ou de Percy Jackson, mas considerar todas as coisas e reter o que é bom (1 Tessalonicenses 5.21). Esse, aliás, é um exercício de sabedoria, ou discernimento, que muitos têm preguiça de realizar, principalmente pais, junto com seus filhos; e pastores, junto com as suas ovelhas. Mais fácil é “jogar o bebê com água do banho” e condenar tudo que tenha seres feéricos como feiticeiras e faunos. Então a Bíblia teria que ser condenada porque fala em serpente e diabo. 

É preciso considerar em que medida esse tipo de literatura está fazendo as crianças voltarem a ler e exercitar a sua imaginação de forma saudável. Pois não é o que entra no homem o que o contamina, mas o que sai (Mateus 15.11) E esse é precisamente o sentido e significado dos contos imaginativos: o exercício da sabedoria e a extração dos valores éticos contidos nas histórias, que são perfeitamente compatíveis com o cristianismo.


Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/sou-cristao-ate-onde-devo-ir-com-a-minha-imaginacao

October 17, 2016

As crianças e a insuportável sensatez dos adultos

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Klenia Fassoni

- Uma história sem pé nem cabeça, do início ao fim divertida, ‘sem’ propósito e ‘sem’ coerência. Tinha ritmo e figuras. Um mundo de impossibilidades que parecia real por suas cores tão nítidas!

- Uma menina dançando, rodopiando, como se estivesse de olhos fechados sem notar ninguém. Tímida, naquele momento estava solta, feliz. Estava em outro mundo, devaneando. Eu a invejei.

- Uma pedra alta no caminho de casa, que virou monumento, onde sempre voltava e reafirmava pequenas certezas de criança, teologia difusa, mas sincera. Eu o acompanhava com o coração.

- Uma alegria “que doía”, de tão intensa, por causa de uma música “triste/alegre”. Ouvia de olhos fechados para senti-la melhor. Neste momento não estava ali, estava em outro lugar invadido por felicidade.

- Uma oração - o Pai Nosso orado como se de fato o Reino de Deus pudesse vir para todos os espaços da vida. Se na escola ensinavam sobre reciclar o lixo, o menino suplicava que “todo mundo do mundo” aprendesse a cuidar do lixo; se tinha dificuldade de dormir, pedia a Deus um bom sono e que isto se estendesse a “todo mundo do mundo”.

- Um prato de comida que era também a sua ilha onde guerreiros e dinossauros duelavam.

- Bolhas de sabão podiam ser tudo, nuvens no céu também. Vagalumes mensageiros. Bichos voadores. Que delícia de absurdos!

São algumas das relíquias que guardo da minha convivência com os filhos crianças. Dádivas do céu, eles tiraram um pouco da minha excessiva sobriedade, desorganizaram meu espaço e meu tempo e emprestaram novos significados a minha vida. Pouco imaginativa, recebi deles este precioso presente, que me permitiu uma inocência infantil que vê além do rigor racional.

Ainda hoje preciso das crianças para desenvolver esta habilidade. Os filhos cresceram; vieram as netas que à distância me oferecem pequenas doses de imaginação. Recorro aos filhos dos amigos e a outras crianças. Não nego! Roubo deles um pouco de sua imaginação. E recomendo que outros o façam.

Há alguns anos rascunhei a história de um personagem caricaturado, com o qual me identificava parcialmente. A história está só esboçada; ao final há uma anotação de que ele se redimiria de sua insuportável sensatez, e que isso aconteceria por meio de sua convivência com as crianças.

Amaro era grávido de ideias, dono de uma lógica impecável. Argumentava, especulava, questionava: a respeito de tudo e todos, de si para si. Respondia o que ninguém perguntava. Inferia intenções, pesquisava causas, pressagiava efeitos, antecipava juízos, vaticinava destinos. Desde que se conhece por gente é assim. Achava que era um dom, e houve época que até se gabava disto. Depois passou a ser um peso. Percebeu que a aridez de imaginação lhe empobrecia a vida, e, de uns tempos para cá, deu para se autoexaminar: investigava a si mesmo, acusava-se, defendia-se, replicava. Fora de controle, o autotagarela, o tiranizou. Exausto e infeliz, procurou ajuda.

Ainda bem que podemos contar com as crianças para nos levar de volta pelo caminho da imaginação. Que podem nos ajudar a desenvolver a habilidade e a usufruir a liberdade para imaginar, um dom dado por Deus!

Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/as-criancas-e-a-insuportavel-sensatez-dos-adultos

October 16, 2016

Entre o visível e o invisível

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As realidades visíveis causam dor e sofrimento; no entanto, são realidades invisíveis como a ressurreição e a vida eterna que fortalecem nossos passos

- Ricardo Barbosa

Diariamente os jornais, telejornais, revistas e conversas com amigos nos inundam de informações sobre as realidades do mundo. Estas leituras e conversas geralmente giram em torno das crises pessoais e familiares, econômicas e políticas. Fazem parte da pauta de nossos assuntos preferidos as guerras, a violência urbana, a corrupção política, as injustiças sociais, as crises familiares e o medo do desemprego. São temas bem reais, visíveis - estão aí, diante de nós, todos os dias. Não podemos fugir deles.

Estas realidades visíveis determinam não apenas a agenda das conversas, mas também a agenda emocional. Elas criam o medo, a ansiedade, tornam-nos mais apreensivos, confusos e assustados. Nunca a humanidade sentiu tanto medo como hoje. É o medo da enfermidade incurável, da guerra bacteriológica, do colapso econômico, do desemprego. Este medo é proporcional ao volume de informações que recebemos. Para muitos, o mundo deixou de ser um lugar tranquilo para se viver. A plataforma que nos ajuda a enxergar e compreender o mundo são as notícias e as conversas derivadas delas. As notícias mostram o cenário visível, real, onde todos nós vivemos. Um cenário assustador e sombrio.

O apóstolo Paulo, distante de nós quase vinte séculos, também viveu num cenário semelhante. Certamente não haviam tantas informações como temos hoje, mas a sensação de vulnerabilidade e fragilidade pessoal diante das grandes ameaças era tão intenso quanto hoje. Ele mesmo descreve que sentia-se pressionado, perplexo, perseguido e abatido. Não havia segurança nem certezas. Encontrava-se física e emocionalmente no limite da sua resistência. No entanto, embora as realidades visíveis provocassem nele toda sorte de perplexidade e abatimento, ele reage não se deixando contaminar pelo desânimo, pelo desespero ou pela sensação do abandono.

A reação de Paulo às realidades visíveis, resistindo às suas pressões e seu poder, foi construída por outras realidades menos visíveis, algumas completamente invisíveis. A leitura do mundo para Paulo não era determinada apenas pelas notícias dos jornais do dia, mas, sobretudo, pelas ações não noticiadas do soberano Deus.

Paulo diz que "mesmo que o homem exterior se corrompa, o homem interior se renova de dia em dia". O homem exterior, o corpo, o esgotamento físico, as marcas do sofrimento e da dor, é visível. Pode-se perceber sem muito esforço o desgaste externo. Este desgaste é o resultado das perplexidades, perseguições e abatimentos causados pelas crises relacionais, pelas injustiças sociais, pelas corrupções da política e pela desordem econômica. As realidades visíveis causam dor e sofrimento, abatem o corpo e minam nossas resistências.

Mas há uma realidade interior, não visível, que nos renova de dia em dia. Uma realidade que resiste às pressões, que não se deixa desanimar diante das perplexidades, que nos faz sentir amparados e acolhidos diante das perseguições e tribulações. São realidades não noticiadas, nunca aparecem nas manchetes, não aumentam a audiência da TV nem a tiragem dos jornais. São realidades que tornam, na linguagem quase irônica de Paulo, "nossa leve e momentânea tribulação" em "eterno peso de glória, acima de toda a comparação".

É por causa destas realidades invisíveis que Paulo afirma que não desanima. São realidades que nos permitem caminhar e sonhar a despeito daquilo que acontece a nossa volta e que corrompe nosso físico e consome nossas energias. O profeta Isaías, alguns séculos antes de Paulo, diante da perplexidade do seu povo ao achar que Deus os havia abandonado e que não se importava mais pelo que acontecia com eles e nem pelas injustiças que estavam sofrendo, responde dizendo: "Será que vocês não sabem? Nunca ouviram falar? O Senhor é o Deus eterno, o Criador de toda a terra. Ele não se cansa nem fica exausto; sua sabedoria é insondável. Ele fortalece o cansado e dá grande vigor ao que está sem forças. Até os jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem; mas aqueles que esperam no Senhor renovam suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam".

Havia uma outra realidade maior e mais definidora do que aquela que estavam acostumados a ver, uma realidade invisível, determinada por um Deus eterno, que dava a todos os que criam nela um ânimo e uma disposição que ninguém conseguia compreender.

Para Paulo, havia também uma realidade invisível que dominava sua vida. Ele afirma que "fixava seus olhos, não naquilo que se via, mas naquilo que não se via, pois tudo o que se via era transitório, mas o que se não via, era eterno". Seus olhos estavam postos na ressurreição, na realidade invisível da vida eterna. A plataforma sob a qual Paulo contemplava o mundo era a plataforma das realidades eternas e invisíveis, daquilo que só podia ser visto e percebido com os olhos da fé.

Os jornais ou a TV não vão colocar em suas manchetes nenhuma nota sobre o poder da ressurreição ou a maquete da nossa casa eterna nos céus. Eles não se preocupam com o tribunal de Cristo diante do qual todos nós um dia estaremos, nem noticiam as boas obras praticadas em nome e por amor a Cristo. No entanto, são estas realidades invisíveis que renovam o homem interior, que fortalecem nossos passos, que nos dão asas para voar como as águias e que nos preservam animados e dispostos num mundo dominado pelas notícias e conversas que deprimem e corrompem.


Fonte: http://www.monergismo.com/textos/vida_piedosa/visivel.htm

October 15, 2016

Ainda que...

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- Ricardo Barbosa

A visão de João no Apocalipse nos mostra que no centro de tudo existe um trono. A soberania e governo de Deus não dizem respeito apenas aos seus atos soberanos, mas também à consciência de que a vida, com todas as suas complexidades, só pode ser compreendida enquanto mantiver um trono no seu centro.
John Newman expressou assim sua confiança em Deus: “…Portanto eu confiarei nele…Se cair enfermo, minha enfermidade o servirá; se me vir perplexo, minha perplexidade também o servirá; se sobrevir uma grande tristeza, minha tristeza lhe será útil. Ele nunca faz nada em vão. Ele sabe o que faz. Ele pode me tomar meus amigos, pode me jogar no meio de estranhos. Pode me fazer sentir a desolação, levar meu espírito ao naufrágio, esconder meu futuro de mim. Ainda assim, ele sabe o que faz”.
A vida fora do trono nos coloca à mercê das propagandas, da sedução e de toda sorte de apelos. Sem um centro somos vulneráveis a todo tipo de manipulação, nos entregamos a toda forma de ilusão, nos curvamos aos falsos poderes que nos levam para o cativeiro. Sem um trono para adorar viveremos num vasto mundo adoecido sem uma direção segura.
O povo de Deus no Velho Testamento, de vez em quando, deixava de lado o centro, afastava-se do trono e entregava-se a outros deuses, vivendo vidas tão falsas quanto falsos eram esses deuses. O profeta Jeremias chama o povo de volta e alguns ouvem e respondem: “Sim! Nós viremos a ti, pois tu és o Senhor, o nosso Deus. De fato,  a agitação idólatra nas colinas e o murmúrio nos montes é um engano. No Senhor, no nosso Deus, está a salvação de Israel” (Jr. 3:22 e 23). Os montes eram uma grande ilusão como são todas as tentativas de se alcançar algum sentido, alguma satisfação ou algum propósito para a vida fora do centro.
Precisamos preservar nossos olhos voltados para Aquele que está assentado no trono para lembrar de que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm. 8:28), e de que “nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem demônios, nem o presente, nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm. 8:38 e 39).
Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/ainda-que%E2%80%A6-2/

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=LiK9S8iq4ek

October 13, 2016

Here with You

October 01, 2016

Jesus nasceu, a vida chegou. José e Maria foram os primeiros a ver. E você, já encontrou a Vida?

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Quando essa vida apareceu, nós a vimos.
1 Jo 1.2

Os primeiros a ver “quando essa vida apareceu não foram João, Pedro e Tiago nem os demais apóstolos. Não foram os dois idosos que moravam em Jerusalém (Simeão e Ana). Não foi um casal muito especial para Maria (Zacarias e Isabel). Não foi o recém-nascido João Batista. Não foi o rei Herodes, que dizia querer muito adorar o menino. Na verdade, também não foram os magos que vieram do Oriente para presentear a criança e se curvar diante dela, nem mesmo os pastores das montanhas ao redor de Belém, os únicos a receber as boas-novas naquela noite.
Os primeiros a ver a vida quando ela apareceu, se não foi a sortuda parteira, foram José e Maria, os pais do menininho. 

Além de ter concebido a criança de modo absolutamente contrário às leis da natureza e além do fato de ser Jesus o primeiro filho de Maria, ela, além do marido, era uma das poucas pessoas que sabia que aquele nenê era o Verbo que se fazia carne.
Só depois de Maria e José (e a parteira, quem sabe) é que os pastores (não se sabe quantos) deixaram as ovelhas sozinhas e desceram as montanhas para ver o Salvador deles enrolado em panos e deitado numa humilde manjedoura. A partir daí, sabe-se que outras pessoas viram a vida aparecer, mas não se sabe quantas nem a ordem de chegada. Nesse grupo podemos incluir os magos e os religiosos do templo que participaram da cerimônia da apresentação oficial de Jesus ao Senhor (o Pai), o piedoso Simeão (que aguardava ansioso esse dia) e a profetiza Ana, uma viúva muito idosa.
João e os demais apóstolos e discípulos possivelmente só viram a vida aparecer quando Jesus era um adulto de 30 anos. De qualquer modo, eles entram na lista dos privilegiados.
Maria era uma das poucas pessoas que sabia que aquele nenê era o Verbo!
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2016/09/29/autor/elben-cesar/os-privilegiados/?platform=hootsuite