February 22, 2007

Tirando as sandálias para amar

3. Tirando as sandálias para amar
Os italianos dizem que se conhece uma pessoa pelos calçados que usam, mas para relacionarmos com nosso Senhor a primeira atitude é tirar as sandálias (Ex 3: 5; Js 5: 15; Is 20: 2; Mq 1: 8; At 7: 33). Com os pés descalços, precisamos nos lamentar (2 Sm 15: 30) e nos render deixando Deus ser Deus (Sl 46: 10). Ele é a coluna de nuvem que guia durante o dia e coluna de fogo que aquece e protege à noite (Ex 13: 21); o Vento que sopra para onde quer (Jo 3: 8).

Quando existe intimidade num relacionamento, não é preciso esconder-se atrás de armaduras, ter posses ou títulos para impressionar o outro ou desenvolver estratégias de ataque e defesa.

Na antiguidade, as sandálias representavam proteção, riqueza, honra e agilidade. Proteção (Mc 6:9; At 12:8), porque as ruas não eram asfaltadas e nem todos tinham animais de transporte. Riqueza, porque os prisioneiros (2 Cr 28: 15) e escravos andavam descalços; só os ricos tinham acesso aos calçados (Ct 7: 1; Ez 16:10; Lc 15: 22). Honra, porque os contratos eram firmados mediante a troca de calçados (Dt 25: 9; Rt 4: 7 e 8). Agilidade, porque as sandálias eram diferencial competitivo: com os pés protegidos, os soldados lutavam com destreza (Is 5: 27; Ef 6: 15) e movimentam-se com mais velocidade.

E você? Quais são as sandálias que você costuma usar?

Vários modelos, diversos tamanhos

Para nos relacionarmos de maneira íntima, as sandálias são desnecessárias. Um dos maiores entraves à perfeita comunhão, senão o maior, é a comunicação.

Complexidade - Platão usava como alegoria uma caverna: qdo entramos em uma, ficamos assustados com as sombras e pensamos se tratar de ameaças. Da mesma maneira, as palavras são sombras, pois não refletem a realidade. Os ocidentais têm dificuldade em distinguir a comunicação não-verbal, que se caracteriza pelas pausas, olhares contidos, entonação da voz etc. Por falta de tempo, não integramos signos tão importantes. E assim, os relacionamentos se tornam fragmentados, não interpretamos corretamente o que os outros querem nos dizer.

A inabilidade em estabelecer relacionamentos também nasce da falta de transparência e acolhimento, que deveriam coexistir no processo de comunicação. Isto acontece quando as palavras são usadas para ferir ou machucar, ao invés de abençoar. Eugene Peterson fala da linguagem do coração, onde expressamos de fato nossos sentimentos, em detrimento à linguagem persuasiva ou de informação.

Precisamos aprender com Jesus, o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade (Jo 1: 14). Como nascidos de novo, nossas palavras precisam gerar ação: de sentimentos, precisam virar atitudes.

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