July 31, 2012

A arte da comunhão

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- Ricardo Barbosa de Sousa

Uma das reclamações mais freqüentes em nossas igrejas é a falta de amizades sinceras, amor verdadeiro, relacionamentos profundos. Podemos ter uma boa estrutura eclesiástica, boa doutrina, boa música, bons programas, mas nada disto é suficiente para atender a necessidade humana de ser amado, aceito, acolhido, reconhecido e valorizado. Por um tempo, os programas ajudam a preencher este vazio, a música parece criar um clima saudável, o trabalho e a participação nos programas dão a sensação de que é disto que precisamos, porém mais cedo do que imaginamos, nos vemos de novo frustrados com a superficialidade afetiva, a hipocrisia dos que nos cercam, a ausência de amizades sinceras e profundas.

A conversão é a transformação do “eu” solitário num “nós” comunitário. É o chamado para sermos amigos de Deus e dos nossos irmãos. As parábolas e imagens do reino glorioso de Cristo sempre envolvem mesas fartas, festas, multidão de todas as línguas, tribos, raças e nações; Paulo nos fala de uma nova família, um corpo; João nos fala de um rebanho e de uma cidade — essas imagens revelam que o reino de Deus é o lugar onde as pessoas se encontram na comunhão festiva com Cristo.

Porém, para muitos, a igreja não tem sido este lugar; pelo contrário, tem sido um lugar de desilusão, frustração e solidão. Um lugar de mágoas, ressentimentos e traições. Sei que existem aqueles que se sentem acolhidos e amados em suas comunidades, mas esta não é a regra geral. No entanto, mesmo os que se sentem bem nem sempre experimentam uma verdadeira comunhão de amizade e amor.

Grande parte do fracasso na comunhão deve-se aos falsos ideais e às fantasias que projetamos. Para Bonhoeffer, a comunhão falha porque o cristão traz em sua bagagem “uma idéia bem definida de como deve ser a vida cristã em comum, e se empenhará por realizar esta idéia... Qualquer ideal humano introduzido na comunhão cristã perturba a comunhão autêntica e há que ser eliminada, para que a comunhão autêntica possa sobreviver”. Para ele, o ideal que cada um traz para a igreja acaba sendo maior que a própria comunhão e termina destruindo-a.

As imagens bíblicas de banquete, mesa farta cheia de amigos, nos ajudam a refletir melhor sobre o significado da comunhão e da amizade. Quem viu o filme ou leu o livro A Festa de Babette percebe isto. Babette chega a um vilarejo na Dinamarca fugida da guerra civil em Paris e emprega-se na casa de duas filhas de um rígido pastor luterano. As irmãs seguem à risca os rigores da sua fé pietista, que as proíbe de qualquer prazer na vida, sobretudo o material. Um dia, Babette descobre que ganhou um prêmio na loteria e, em vez de voltar para a França, onde havia sido uma exímia cozinheira em Paris, pede permissão para preparar um jantar em comemoração do centésimo aniversário do pastor.

Sob o olhar suspeito das irmãs, Babette prepara o banquete. Durante o jantar, o sabor de cada prato, o aroma do vinho, o prazer de cada mordida, foi lentamente quebrando a frieza, demolindo as antigas mágoas e transformando aquela mesa num encontro de corações libertos. Quando terminou, uma das filhas, Philippa, assustada pelo fato de que Babette teria usado toda a fortuna da loteria naquele jantar, disse: “Não deveria ter gasto tudo o que tinha por nossa causa”. Depois de pensar um pouco, Babette respondeu: “Por sua causa?”, retrucou. “Não, foi por minha causa”. Depois disse: “Sou uma grande artista”. Após algum silêncio, Martine, a outra irmã, perguntou: “Então vai ser pobre o resto da vida, Babette”? Babette sorriu e disse: “Não, nunca vou ser pobre. Já lhes disse que sou uma grande artista. Uma grande artista nunca é pobre”.

Comunhão e amizade é o trabalho de artistas. A riqueza de um artista nasce de sua capacidade de oferecer o melhor. Ao oferecer o melhor que podia, Babette abençoou a si e aqueles que provaram do seu dom. Na arte da construção da comunhão e da amizade, precisamos oferecer o que temos de melhor, seja uma boa refeição ou uma boa música, uma boa conversa ou um lindo sorriso.

Não foi isto que Cristo fez?

Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília. É autor de Janelas para a Vida e O Caminho do Coração.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/?pg=show_artigos&secMestre=1253&sec=1274&num_edicao=301
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July 30, 2012

Sócios do bem ou do mal?

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Na oração do Pai Nosso Jesus nos ensina que devemos ter a expectativa de que Deus nos livre do mal ou do Maligno, como sugere outra tradução da Bíblia.

A primeira informação relevante que este texto nos traz é a de que o diabo existe. Assim como outros textos apresentam sua origem, sua rebelião e sua ação no mundo, neste Jesus diz que é verdade, o mal é uma força que se personifica. Assim como o amor é personificado em Deus, visto que Ele é amor, é todo amor, o mal é no diabo, Ele é todo mal.

Como persona, o diabo foi expulso do céu por sua rebelião e tentativa de tomar um lugar no Universo que não era dEle. O lugar que o diabo desejou assumir não é o de Deus, mas dos homens.

Ele foi criado para servir a Deus e comandar os anjos nos céus. Era o mais importante entre eles. Certo dia ele decidiu que queria ser servido, assim como Deus era servido por ele e os demais anjos. Acontece que o serviço que ele exigia para si não era necessariamente o serviço dado diretamente a Deus, mas aos homens.

Os seres humanos foram criados à Imagem e Semelhança de Deus, receberam porção de Deus em si mesmos. Deus escolheu habitar os seres humanos e decidiu ser um deles para que a imagem e semelhança espiritual entre Ele e os homens se tornasse uma igualdade de condições entre os homens e Ele. Ao anjos Deus não deu esta condição, eles não têm corpos, não se dão em casamento e não carregam sobre si a imagem e semelhança de Deus.

Com os homens Deus resolveu ter uma relação de amor, que transcende o serviço. O restante da criação, incluindo os anjos, tem sobre si a vocação de servir, apenas. Ao homem foi dada a vocação de amar. O homem é dotado da capacidade de se relacionar em igualdade com Deus por sua expressão de amor e afeto. Por isso os homens, e somente eles, são chamados de filhos.

E como filhos de Deus, os homens têm direitos semelhantes no Universo, inclusive o de ser servido. Aos anjos cabem esta tarefa, servirem ao homem. E foi justamente contra esta tarefa e desejando este posto que o diabo se rebelou contra Deus e foi expulso de sua presença, tornando-se inimigo dos homens.

No entanto sua inimizade e seu ataque são feitos a partir de uma corrupção dos fatos e a partir de uma proposta de sociedade com os homens. A maneira como o diabo atua no mundo é através dos homens.

A sua ação, em sociedade com os homens, se dá de três maneiras fundamentais:

1. Ele exerce influência sobre os homens através da intriga – A influência do mal visa a destruição, a desordem, o caos. E para desarmonizar o Universo, o primeiro passo, e mais importante em sua estratégia, é desarmonizar os homens, que receberam de Deus a tarefa de administrar e dominar a criação. Então o mal induz os homens a toda espécie de inimizade, de maledicência, de fofoca. Destruimos ambientes, grupos e comunidades inteiras a partir de nossa influência maléfica. Por isso que é uma sociedade, porque o mal não age sozinho como uma força sobrenatural, mas oferece parceria aos homens, que sendo a parte determinante da sociedade, aceita suas idéias e demoniza seus próprios ambientes.

A maneira de romper o contrato com o mal é através do perdão e do amor. Se há aspectos insuportáveis ao mal, aqui estão, amor e perdão. E todos os seus derivados, como respeito, tolerância, aceitação, paciência, bondade. Contra tais aspectos não há lei, nem mal. O problema é que nos ocupamos dos diabos externos, que fazem barulho, que assustam, que vêm de longe e não percebemos os contratos assinados com o mal a partir de nós, que resultam na maneira como nos relacionamos com as pessoas e desarmonizamos os ambientes.

2. Ele exerce sedução sobre os homens minando nossa confiança no caráter de Deus – Para cativar a atenção no mundo, o mal não vem como mal, mas vestido de bem. É o lobo em pele de ovelha. Alguém já disse que se o diabo aparecesse vestido como as caricaturas nos mostram, com chifres, olhos vermelhos, mau hálito, aparentemente horroroso, certamente fugíriamos. Mas ele se apresenta como a mais bela e acessível tentação de cada um. Para seduzir os homens, o diabo se apresentou como amigo, mais que Deus. Ele diz, que Deus não é verdadeiro e depois se apresenta como alguém confiável. Foi o que fez com Eva quando disse que não era verdade que se comessem do fruto proibido os homens morreriam, na verdade, eles seriam como Deus, caso comessem. Era como dizer que Deus havia mentido, porque era egoísta e não queria que os homens fossem como Ele e que o diabo era quem desejava e oferecia o melhor dos mundos aos seres humanos. Ele tentou fazer isso com Jesus também, mas este não caiu na tentação. Adão e Eva, porém, assinaram o contrato.

O diabo precisa minar nossa confiança no caráter de Deus para nos seduzir. Precisamos nos sentir insatisfeitos para buscar satisfação no que ele nos promete. Acontece que o que ele diz sobre Deus é mentira, desde Adão. Ao primeiro casal ele disse que seriam como Deus e a percepção óbvia que podemos ter dos fatos é que ele prometia algo que o ser humano já tinha porque Deus resolvera compartilhar. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, ou seja, éramos como Deus! Além de nos oferecer o que já tínhamos, mentindo sobre o caráter de Deus, ofecereceu o que não podia entregar, afinal somente Deus pode nos fazer parecidos com Ele e nos dar autoridade que Ele tem.

A sua sedução consiste em nos oferecer o que temos em Deus e, portanto, o que Ele não pode dar, porque não conhece e não tem acesso. Ele não pode nos oferecer amor, aceitação, conforto, sucesso, embora sejam estas as propostas que nos faz por traz de cada tentação que nos impõe.

A maneira de quebrar o contrato de sociedade com o mal é louvar a Deus. Uma atitude de louvor a Deus é precedida de fé, porque nem sempre a circunstância comunica a bondade de Deus. No entanto, pela fé, podemos crer que o que estamos vendo não é toda a realidade, não é toda a história, ainda há algo pra acontecer e sabemos que o que o nosso Pai nos prometeu é verdade e vai acontecer, que cuida de nós, que está sempre conosco, que há de nos suprir a necessidade. Louvar a Deus com uma atitude que pode ser expressada em palavras, em músicas, em ações, em silêncio, esta é a maneira de quebrar os efeitos da sedução malígna.

3. Ele exerce poder na terra através do poder dos homens - Dando poder aos homens, o diabo exerce seu poder na terra. Trata-se de uma sociedade entre os homens e o mal. Por isso, a oração de Jesus, antes de ser um apelo a que Deus nos afaste do mal como se fôssemos vítimas inocentes, é um alerta de que o mal só tem poder por causa dos homens que estão no poder e o exercem a partir da maldade.

A maneira do mal exercer seu poder é através da procura de seus próprios interesses. Esta é a mãe de todos os males causados pelos poderosos, é a raiz de todas as torpezas cometidas na história, é a fonte de toda a corrupção e de toda a injustiça social.

Toda vez que alguém passa a reconhecer direitos e privilégios do cargo de liderança que ocupa, tudo o mais resulta em corrupção e opressão. Ainda que feita em nome de Deus. Seja poder religioso ou político, comercial ou empresarial, familiar ou comunitário, sempre que aquele que detém o poder acredita que seu exercício deve ser através de sua satisfação pessoal, as pessoas sofrem.

Quando o poder passa a ser mais importante do que as tarefas que devem ser feitas e os ideais, então tudo vale para se chegar até ele. É por isso que homens nobres, depois de tanto tentarem chegar ao poder através de caminhos legítimos, sucumbem a tentação de que os fins justificam os meios e aceitam as propostas corruptas para conseguirem o que pretendem. É por isso que pessoas com ideais nobres, passam a acreditar que a força do cargo de poder é a única maneira de agir no mundo, e passam a se concentrar nos mecanismos que as podem levar até ele, ao invés de se concentrarem nas tarefas.

Mas a maneira de exercermos o poder no Reino de Deus é através do serviço. Quando escolhemos servir aos outros, exercemos o poder real no Reino de Deus. Quem serve, manda. De acordo com Mateus 20, o exercício do poder que não corrompe e que não oprime é realizado a partir do serviço ao próximo, de qualquer tarefa. Presidir, liderar, não é ordenar para que seja feito, mas é ter maior possibilidade de servir e inspirar aos serviço através do serviço.

Este é um desafio dos mais importantes e creio que é o único capaz de transformar uma sociedade, onde todos os homens serão iguais e terão acesso ao exercício de seu serviço, onde todos servem e são servidos, onde a corrupção é anulada e a opressão inexistente, tudo porque os homens decidiram romper contrato com o mal, deixaram de servir aos seus próprios interesses e passaram a servir os outros. Só assim é que o povo de Deus pode agir politicamente na terra.

© 2005 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/socios-do-mal/
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July 29, 2012

Atitude correta diante do Pai

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Se tem uma coisa que agrada a Deus, é um coração adorador ; )!

E não existe receita porque Davi foi chamado de um homem segundo o coração de Deus apesar de ter matado milhares de pessoas e ter cometido adultério.

Ou seja, mais um paradoxo da vida cristã!

Uma mulher que também tinha o coração adorador é Maria.

Maria, irmã de Marta e Lázaro (Jo 11). Maria, que ficava aos pés de Jesus, contemplando e ouvindo o Mestre enquanto Marta corria de um lado para outro, refém do desempenho (Lc 10: 38-41). Maria, que derramou um vaso de perfume caro nos pés de Jesus e secou com os cabelos, logo após Lázaro ser ressuscitado (Jo 12). Maria, que não tinha tanto para falar, mas que pelas atitudes, mostrava foco e sabia o que era importante.

E você? Tem buscado a Deus em 1º. lugar? Tem feito da justiça prioridade na sua vida (Mt 6: 33)?

Sabia que a gente se torna parecido com aquilo que adora?

PS- Para conferir a trilha do dia, vai lá: http://www.letras.com.br/comunhao-e-adoracao/nossa-adoracao
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July 28, 2012

O cântico dos sobreviventes

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Apesar disso tudo
Eu sei que o meu Redentor vive
E finalmente aparecerá na terra.

Habacuque

Ainda que as figueiras não produzam frutas e as parreiras não deem uvas
Ainda que não haja azeitonas para apanhar nem trigo para colher
Ainda que não haja mais ovelhas nos campos nem gado nos currais
Mesmo assim eu darei graças ao Senhor e louvarei a Deus, o meu Salvador.

Paulo

Aprendi o segredo de me sentir contente em todo lugar e em toda situação
Quer esteja alimentado ou com fome, quer tenha muito, quer tenha pouco.
Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação.
 
Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/327/o-cantico-dos-sobreviventes

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=GGXfiyh17uY&feature=fvwrel
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July 27, 2012

Uma palavra de Viktor Frankl para animar os desalentados

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Quando Paulo e Barnabé, em cerca de 46 depois de Cristo, entraram num sábado na sinagoga de Perge, na costa sul da atual Turquia, os responsáveis lhes disseram: “Se vocês têm alguma palavra para animar o povo, podem falar agora” (At 13.15, NTLH). Paulo não perdeu a oportunidade. Ele discursou de tal modo que as pessoas “pediram com insistência que eles voltassem no sábado seguinte a fim de falarem sobre o mesmo assunto” (At 13.12, NTLH).

A seguir, o leitor vai encontrar palavras, não de Paulo, mas de Viktor Frankl, o famoso psiquiatra austríaco que passou quase três anos em campos de concentração (veja Como é possível sobreviver num campo de concentração?)

Sobre a arte de viver

• Não procurem o sucesso. Quanto mais o procurarem e o transformarem num alvo, mais vocês vão errar. Porque o sucesso, como a felicidade, não pode ser perseguido; ele deve acontecer, e só tem lugar como efeito colateral de uma dedicação pessoal a uma causa maior do que a pessoa, ou como subproduto da rendição pessoal a outro ser.

• A vontade de humor -- a tentativa de enxergar as coisas numa perspectiva engraçada -- constitui um truque útil para a arte de viver.

• Com o fim da incerteza chega também a incerteza do fim.

• Quem não consegue mais acreditar no futuro -- seu futuro -- está perdido num campo de concentração.

• O prazer é e deve permanecer efeito colateral ou produto secundário. Ele será anulado e comprometido à medida que se fizer um objetivo em si mesmo.

• O ser humano é um ser finito e sua liberdade é restrita.

Sobre o sentido da vida

• Ouso dizer que nada no mundo contribui tão efetivamente para a sobrevivência, mesmo nas piores condições, como saber que a vida da gente tem um sentido.

• O que o ser humano realmente precisa não é um estado livre de tensões, mas antes a busca e a luta por um objetivo que valha a pena, uma tarefa escolhida livremente. O que ele necessita não é a descarga de tensão a qualquer custo, mas antes o desafio de um sentido em potencial à espera de ser cumprido.

• O sentido de vida difere de pessoa para pessoa, de um dia para o outro, de uma hora para outra. O que importa, por conseguinte, não é o sentido da vida de um modo geral, mas antes o sentido específico da vida de uma pessoa em dado momento.

• O sentimento de falta de sentido cumpre um papel sempre crescente na etiologia da neurose.

• As pessoas têm o suficiente com o que viver, mas não têm nada por que viver; têm os meios, mas não têm o sentido.

• O niilismo não afirma que não existe nada, mas afirma que tudo é desprovido de sentido.

Sobre a arte de sofrer

• Se é que a vida tem sentido, também o sofrimento necessariamente o terá. Afinal de contas, o sofrimento faz parte da vida, de alguma forma, do mesmo modo que o destino e a morte. Aflição e morte fazem parte da existência como um todo.

• Precisamos aprender e também ensinar às pessoas em desespero que a rigor nunca e jamais importa o que nós ainda temos a esperar da vida, mas sim exclusivamente o que a vida espera de nós.

• Deus espera que não o decepcionemos e que saibamos sofrer e morrer, não miseravelmente, mas com orgulho!

• Ninguém tem o direito de praticar injustiça, nem mesmo aquele que sofreu injustiça.

• Quanto mais uma pessoa esquecer-se de si mesma -- dedicando-se a servir uma causa ou amar outra pessoa --, mais humana será e mais se realizará.

• Sofrimento, de certo modo, deixa de ser sofrimento no instante em que se encontra um sentido, como o sentido de um sacrifício.

• O sofrimento desnecessário é masoquismo e não ato heroico.

Sobre o “nem tudo está perdido”

• Se houve um dia na vida em que a liberdade parecia um lindo sonho, virá também o dia em que toda a experiência sofrida no passado parecerá um mero pesadelo.

• O ser humano é capaz de viver e até de morrer por seus ideais e valores.

• O passado ainda pode ser alterado e corrigido.

• Quando já não somos capazes de mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós próprios.

• Quando o paciente está sobre o chão firme da fé religiosa, não se pode objetar ao uso do efeito terapêutico de suas convicções espirituais.

• Uma das principais características da existência humana está na capacidade de se elevar acima das condições biológicas, psicológicas e sociológicas, de crescer para além delas.

• As pessoas decentes formam uma minoria. Mais que isso, sempre serão uma minoria. Justamente por isso, o desafio maior é que nos juntemos à minoria. Porque o mundo está numa situação ruim. E tudo vai piorar mais se cada um de nós não fizer o melhor que puder.

(Todas as frases foram retiradas do best-seller “Em Busca de Sentido”, publicado em alemão em 1945.)

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/327/uma-palavra-de-viktor-emil-frankl-para-animar-os-desalentados


PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?gl=BR&v=YAmRdK1gAH8
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July 26, 2012

Como é possível sobreviver num campo de concentração?

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Como é possível acomodar, em cada uma das três camas de tábua de um triliche, nove prisioneiros deitados de lado, um atrás do outro? (Qualquer metrô transporta, no horário de pico, no máximo 9,8 pessoas em pé por metro quadrado.)

Como é possível manter o organismo vivo com 300 gramas de pão e um litro de sopa por dia durante meses a fio?

Como é possível realizar trabalhos braçais ao relento, sem luvas e agasalhos apropriados, se o termômetro marca 20 graus abaixo de zero? Como é possível não explodir de raiva ao ver o capataz com luvas grossas e casaco de couro forrado de peles?

Como é possível ficar mais de trinta meses sem escrever e receber cartas?

Como é possível conviver, em barracos superlotados, com pessoas até então estranhas, de vários países da Europa, com idiomas e comportamentos diferentes e com profissões e níveis diversos? (Certa ocasião havia 1.100 prisioneiros numa cobertura que comportava, no máximo, duzentas pessoas.)

Como é possível suportar “a mais inconcebível falta de higiene” por causa do acúmulo de gente e da ausência ou escassez de vasos sanitários apropriados?

Como é possível continuar vivo apesar da saudade de pessoas, coisas e acontecimentos, dentro de um cercado de arame farpado, com fios de alta tensão, torres de vigia e holofotes acesos a noite inteira?

Como é possível não se desesperar por completo se, do lado de fora, em dois barracões, estão quatro grandes câmaras de gás venenoso e se quase todo o dia se vê a fumaça que sai da chaminé do forno crematório levando consigo as cinzas dos que ontem estavam no mesmo barracão?

Como é possível lidar com a sensação de estar andando atrás de seu próprio cadáver, de ser um cadáver vivo, de ser uma partícula numa massa de carne humana cercada por todos os lados?

Como é possível não ceder à tentação do suicídio, não satisfazer a vontade de “ir para o fio” (agarrar-se à cerca elétrica para morrer)?

Como é possível sujeitar-se à morosidade do tempo se, num campo de concentração, “um dia demora uma semana”?

Como é possível não perder a identidade própria depois de ser despojado de todos os documentos, de todos os bens e até de nome e sobrenome em troca de um mero e comprido número?

Como é possível não perder a autoestima sem ver o próprio rosto no espelho durante dois anos e meio?

O austríaco Viktor Emil Frankl, nascido em Viena cinco anos depois do século 19 e morto na mesma cidade três anos antes do século 21, conseguiu passar por cima de todos esses impossíveis. Antes de ser levado para o campo de concentração de Theresienstadt em setembro de 1942, Frankl, aos 37 anos, já tinha um doutorado em medicina e era um conhecido e respeitado neurologista e psiquiatra. Depois de passar por outros campos de concentração, inclusive Auschwitz, e ser libertado pelo exército americano em abril de 1945, Frankl tornou-se chefe do Departamento de Neurologia do Hospital Policlínico de Viena e doutorou-se em filosofia. Valendo-se de sua própria experiência, fundou a logoterapia, muitas vezes chamada de “3a. escola vienense de psicoterapia” (depois da psicanálise de Freud e da psicologia individual de Adler).

Em seu mais famoso livro “Em Busca de Sentido”, com mais de 9 milhões de exemplares vendidos, Viktor Frankl explica a razão de sua sobrevivência: “Não há dúvida de que o amor-próprio, quando ancorado em áreas mais profundas, espirituais, não pode ser abalado por uma situação de tremendo sofrimento”.

Foi por isso que ele escreveu também “A Presença Ignorada de Deus”.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/327/como-e-possivel-sobreviver-num-campo-de-concentracao
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July 25, 2012

Completamente destemidos ; )!

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“Este mundo parece alegre quando admiro este belo jardim à sombra destas videiras. Contudo, se escalo uma grande montanha e contemplo as vastas terras em derredor, você sabe muito bem o que vejo: bandidos na estrada, piratas nos mares, pessoas sendo mortas para agradar multidões e sob todos os tetos vejo miséria e egoísmo. É realmente um mundo mau, um mundo incrivelmente mau.

Porém, em meio a tudo isto, encontrei pessoas sossegadas e santas. Elas descobriram uma alegria mil vezes melhor que qualquer prazer nesta vida. Elas são perseguidas, mas não se importam. Essas pessoas são cristãs e eu sou uma delas.” (Carta de Cipriano, bispo de Cartago escrita em 248 d. C. para seu amigo Donato).

F. R. Maltby disse que Cristo prometeu três coisas aos seus discípulos: "Eles serão absurdamente felizes, completamente destemidos e constantemente atribulados".

O Novo Testamento começa com anjos anunciando a boa nova de grande alegria e termina com a alegria inundando o céu. Deus nos deu tanto a capacidade de chorar como o dom da jovialidade de forma que experimentemos tanto a melancolia quanto a capacidade de viver.

O bispo alemão Otto Dibelius examinou o programa de sua igreja e escreveu ao seu secretário geral: "Ao verificar os temas que você anunciou fico pensando se em seu Novo Testamento (Lc 2) não teria sido alterado para "Eis aqui lhes trago bons problemas de grande importância que irão mantê-lo ocupado pelos próximos dois mil anos" (rs). O que aborreceu o bispo foi o fato da igreja demasiadamente envolvida com seus problemas; faltava-lhes alegria.

A incapacidade para o bom humor é um sinal de pouca saúde mental e a falta de alegria pode ser sinal de falta de saúde espiritual. Deus deseja que sejamos felizes, cheios de alegria, o que evidencia que o Espírito Santo habita em nós.

Nunca se esqueça: Evangelho quer dizer boas-novas!

Fonte: Alegria, John Dreschner, United Press.

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=yOXmW48OIVs&feature=related
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July 24, 2012

Na contramão

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Depois de um tempo na contramão com mêda, resolvi assumir que sou desvio-padrão mesmo (e daí?) rsrs:
  • Não, não vou entrar no facebook;
  • Não, não quero aprender a dirigir (por enquanto) rsrsr;
  • Não, não quero dar bolada nas costas de ninguém (o mal é inevitável, mas ai daqueles que o praticam);
  • Sim, vou continuar me relacionando com pessoas de carne e osso, independentemente de sexo, idade ou formação;
  • Sim, vou continuar andando a pé, de táxi, metrô, ônibus, avião, jegue, bicicleta, patinete, carona - e descer onde, quando e toda vez que tiver vontade;
  • Sim, vou fazer aquilo que acredito ser correto, independente do que os outros achem ou deixem de achar.
E se você pensa que pirei no corpinho, paciência (o que não falta neste mundo é gente maluca) rsrsr:
PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=S_hY89b05mo&feature=fvwrel
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July 23, 2012

Coma este livro

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- pr. Eduardo Pedreira Rosa

Uma das cenas mais marcantes descritas por João no livro do Apocalipse é aquela na qual ele tem um encontro com um anjo que trazia nas mãos um livro aberto. Dos muitos aspectos impressionantes daquele encontro, salta aos olhos o momento no qual ele recebe uma ordem para comer o livro. Assim João relata o fantástico diálogo: “A voz que ouvi, vinda do céu, estava de novo falando comigo e dizendo: ‘Vai e toma o livro que se acha aberto na mão do anjo em pé sobre o mar e sobre a terra’. Fui, pois, ao anjo, dizendo-lhe que me desse o livrinho. Ele, então, me falou: ‘Toma-o e devora-o; certamente, ele será amargo ao teu estômago, mas, na tua boca, doce como mel’. Tomei o livrinho da mão do anjo e o devorei; e, na minha boca, era doce como mel; quando, porém, o comi, o meu estômago ficou amargo” (Apocalipse 10.8-10).

Essa maravilhosa cena é uma metáfora perfeita da relação que os primeiros cristãos nutriam com a Bíblia. A Palavra de Deus não era apenas lida ou estudada; era degustada. O simbolismo de comer o livro aponta para esta maneira de ler o texto bíblico, que ia além da especulação racional. Assim, não era apenas João, na dimensão celeste, quem comia o livro; cotidianamente, na dimensão terrestre, cristãos se reuniam em torno das Escrituras para, por assim dizer, mastigá-la, ora saboreando as doçuras das suas promessas consoladoras, ora encontrando o amargo sabor dos seus juízos.

A prática de comer, deglutir, mastigar – ruminar, mesmo – a Palavra de Deus, ao invés de simplesmente lê-la, é outra das poderosas ideias que marcaram a história da espiritualidade cristã que temos compartilhado neste espaço. A lectio divina, como depois veio a ser conhecida tal maneira de ler a Bíblia, desde o século 4, com os pais do deserto, até aos dias de hoje, tem se revelado uma das mais profundas e transformadoras disciplinas espirituais daqueles que avançam para um nível de profundidade maior na sua relação com Deus. Os seus praticantes comparavam a prática da lectio divina com a experiência de Jacó quando teve visão de uma escada, conforme descrito em Gênesis 28.12 – “E sonhou: e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela”.

A lectio divina é essa escada. Ela tem sua base na terra, mas a outra extremidade está no céu; é o ponto de ligação entre as duas dimensões da nossa existência. É bom dizer aos que desejam subir essa escada que ela tem cinco degraus. Em outras palavras: todos aqueles que, no corre-corre do cotidiano, desejam praticar essa poderosa ideia de comer a palavra (lectio divina) deverão dar cinco passos. Mas, atenção – todos esses degraus estão relacionados entre si e há somente uma maneira de se chegar ao último: é preciso subi-los um a um.

O primeiro está mais perto da terra e é mais fácil de ser alcançado; contudo, à medida que se vai subindo, a dificuldade aumenta. Os passos para a lectio divina são o silêncio, a leitura, a meditação, a oração e a contemplação. O silêncio nos aquieta, preparando-nos para a leitura. Caladas as vozes internas e externas, lê-se pausada e vagorosamente o texto. Depois da leitura, começa a meditação. É aquele processo de refletir e assimilar o que foi lido. Então, o passo seguinte é a oração, para oferecer resposta àquilo que o texto diz. Somente então mergulha-se na contemplação, um estado de gozo advindo do encontro com a Palavra de Deus.

O poeta do Apocalipse nos fez ver a Palavra de Deus como um alimento, um livro a ser comido. Se é assim, cada passo da lectio divina tem um sentido muito especial. O silêncio é o aperitivo que abre o apetite; a leitura nos leva a comer o pão da Palavra; a meditação faz com que absorvamos o conteúdo das Escrituras lidas; a oração é que dá o sabor; e a contemplação é aquela gostosa sensação de satisfação que vem depois de se saborear um banquete. Agora, imagine, por um momento só, se essa poderosa ideia de comer a Palavra todos os dias através desses cinco movimentos fosse vivida profundamente por cada cristão? Qual não seria a qualidade do nosso cristianismo? Não seríamos todos nós o tempero de Deus para salgar este mundo? A maldição da superficialidade não seria substituída pela bênção da profundidade? Então, subamos a escada de cinco degraus e comamos o livro! Que ideia poderosa!

Fonte: http://www.cristianismohoje.com.br/materia.php?k=786
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July 22, 2012

Liberdade e felicidade

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- pr. Ed René Kivitz

Tenho certeza que você quer ser livre e feliz. Então faça o seguinte: esqueça a liberdade e a felicidade. Preste atenção na Voz. Quando você ouvir a Voz e fizer o que ela mandar, então a liberdade e a felicidade chegarão sem que você se dê conta.

Imagino que você é uma pessoa muito parecida comigo. Quando as coisas não vão muito bem, você fala sem parar - mesmo que suas palavras não saiam da sua cabeça, tenta resolver do seu jeito e acha que "quem sabe faz a hora, não espera acontecer". Você deve ser do tipo que acha que as coisas acontecem para quem se mexe, e mesmo que você seja uma daquelas pessoas que não têm muita iniciativa, no fundo sente uma pequena culpa achando que poderia se mexer mais. Em síntese, você sabe que o tempo não para, e que a melhor coisa que você tem a fazer é ir à luta: falar e fazer um monte de coisas.

Tudo errado. Nossas palavras e ações não são suficientes para colocar as coisas em ordem. Somente a Voz sabe o que, porque, para que, quando e como as coisas devem ser feitas. Agora preste atenção: tenho uma notícia boa e outra ruim. A boa é que a Voz quer contar o segredo da liberdade e da felicidade para você. A ruim (que na verdade é boa, mas quase ninguém acredita) é que a primeira coisa que a Voz vai dizer para você é que você precisa de uma profunda transformação para experimentar a liberdade e a felicidade.

A Voz vai dizer para você que a felicidade está dentro de você, e que quando você for você mesmo, ou mesma, a felicidade será natural, porque o que faz você infeliz é tentar ser o que todo mundo diz que você deve ser-ter-fazer-conquistar e por aí vai. Para saber quem você é de fato, você tem que ouvir a Voz. A Voz vai funcionar como um espelho, onde você vai ver sua imagem falsa e seu semblante desfigurado, e vai sussurrar no seu coração como você deve ser. E a melhor coisa que você terá a fazer será obedecer a Voz.

A Voz também vai dizer que as correntes que impedem você de experimentar a liberdade atende pelo nome de "egoísmo". A Voz vai dizer que enquanto você estiver vivendo em busca da liberdade e da felicidade tudo o que você vai conseguir é se tornar cada vez mais escravo ou escrava dos seus desejos e caprichos. A Voz vai dizer que quando você fizer morrer seu ego infantil e melindroso e se converter ao seu próximo, a liberdade vai bater à sua porta. Ninguém é tão livre quanto aquele que já não vive para si mesmo.

Livre é quem rompe os grilhões do egoísmo. Esse também é feliz.

Fonte: http://www.ibab.com.br/palavra-pastoral.php?id=60
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July 21, 2012

Extorsão x sacrifício: a verdadeira expressão do amor

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Por isto o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim, pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.
Jo 10: 17 e 18

Estes dois versículos, que fazem parte do contexto em que Jesus se apresenta como um Pastor que protege e dirige a vida de suas ovelhas e distingue com propriedade o evangelho de qualquer religião humana. A religião prevê o sacrifício de seus fiéis à divindade, seja nesta ou em outra vida. Tais sacrifícios se diferem em intensidade e qualidade. Dinheiro, tempo, vidas humanas e animais, qualificam um sacrifício. O evangelho, porém, é a notícia de que Deus se sacrificou pelo homem.

Além de afirmar que se sacrificou pela humanidade, Jesus descreve como foi seu sacrifício. Ele ofereceu sua vida pelos homens, nada lhe foi tirado. Ele não foi obrigado a morrer, morreu porque quis.

Equivocadamente temos interpretado e proclamado que a causa da morte de Cristo foram os pecados dos homens, como se Ele estivesse forçado a resolver um problema ocasionado após a Criação. Como se Deus tendo criado o Universo e colocado o homem como seu administrador na Terra fosse pego de surpresa pela rebelião humana e para resolver o problema se viu forçado a morrer na cruz. Tal compreensão é contrária à afirmação fundamental deste texto, de que Jesus entregou sua vida, sem que fosse forçado, sem que ela lhe fosse tirada.

Foi sua decisão entregar-se como sacrifício pela humanidade, antes mesmo de criar o Universo. Sabedor que é de tudo o que há, antes mesmo que seja manifesto na história, de acordo com seu poder como Deus, decidiu criar, mesmo sabendo que a humanidade se rebelaria e por isso, como já disse um profeta nosso contemporâneo, antes de dizer Haja Luz, Deus disse Haja Cruz. O cordeiro foi imolado antes da fundação do mundo, como nos diz João em apocalipse. Pedro, em sua carta, nos afirma que o sacrifício de Cristo é conhecido antes da fundação do mundo e manifesto na história. O fato do qual tomamos conhecimento na história da humanidade é apenas a manifestação concreta da realidade existencial que é a razão de todas as coisas, que Deus nos amou antes, se entregou antes, para que a criação fosse possível. Por isso é que Paulo afirma em Colossenses que tudo foi feito por Cristo, para Cristo, em Cristo.

Enfim, Cristo entregou-se por amor ao homem. Por isso que o evangelho padroniza o amor afirmando que Deus é amor. Amor é o que Ele é e a maneira como o expressou. Portanto, amar é entregar-se, é dar de si ao outro na expectativa de redimir o outro. Nada tem a ver com a versão caótica de amor que o prevê como uma troca, apenas sendo digno de nosso amor quem da mesma maneira nos ama. Na versão divina, amar é dar na expectativa de que a oferta torne digno o objeto do amor; não ama pela dignidade do ser, mas para dignificá-lo.

A resposta do seguidor de Jesus é amar como Ele amou. No entanto, o que poderia sugerir um caminho ainda mais utópico de prática cristã, se torna uma libertação. Porque poderíamos dizer que se devemos amar como Jesus amou então devemos entregar nossa vida pelas pessoas e literalmente morrer por elas. Tal sugestão nos levaria a trilhar ou o caminho do cinismo e dizer que já que é impossível então nem deve ser levado a sério, ou o caminho da tentativa de dar além de nossos limites. Aqui é que está a questão.

Porque no exemplo de Jesus, amar é dar tudo o que se tem. O que Ele tinha era sua vida. Nós não. Nós temos bem menos.

Acontece que geralmente somos forçados a dar além de nossas possibilidades, além de nossos limites. Somos violentados, furtados, invadidos por exigências e cobranças sem fim. E fazemos isso com os outros. Nossas relações se sustentam em um sem número de cobranças e exigências, de expectativas ora declaradas e ora veladas. Esperamos muito das pessoas e as cobramos se não satisfizerem-nos, depositamos sobre os outros nosso prazer e alegria. Sofremos com isso do mesmo modo e assim vamos criando um ambiente de relacionamento adoecido.

As pessoas invadem nossa privacidade, roubam nosso tempo, tiram nosso dinheiro, abusam de nossos favores e não se saciam. Fazemos as mesmas coisas. E achamos que isso tudo é amor. Mas não é este tipo de sacrifício que se assemelha ao amor de Jesus porque nestes casos nós estamos dando o que não temos, estamos sendo forçados a dar, alguma coisa nos está sendo tirada, configurando então não sacrifício, mas extorsão. Dar o que se tem já é o sacrifício e nunca nos diminiu, nunca nos deixa com menos, porque da mesma maneira que Jesus deu sua vida e a teve de volta, quando damos de nós, o que é nosso e o que fazemos, recebemos de volta a experiência de quem ama como Jesus ama. Quem dá de si, se sacrifica e sempre recebe de volta.

Este equivocado sacrifício que exige das pessoas além do que elas podem ser, dar ou produzir não é amor, é extorsão, adoece o ser. Então as pessoas passam a vida toda sacando de suas contas emocionais e físicas tudo aquilo que lhes é exigido e um dia seu corpo grita “não aguento mais”, um dia o coração avisa “estou parando, não vou aguentar”, um dia a mente diz “vou embora, não aguento mais”.

E por que permitimos que nos invadam e nos agridam? Porque temos medo de que se dissermos não, seremos mal interpretados e, consequentemente, rejeitados. Queremos ser aceitos e por isso aceitamos dar além do que podemos, colocando nossa saúde em risco. Algumas pessoas chegam a níveis patológicos de permissão ao abuso, se tornam escravas dos apetites alheios, servem a todos os fetiches do outro, por medo de serem abandonadas se submetem a todas as exigências.

Quando damos além do que podemos, esquecemos que damos não somente de nós mesmos, mas daqueles que convivem conosco. Esquecemos que nós não existimos sozinhos e que nossos atos afetam diretamente algumas pessoas muito próximas de nós. Por isso é que quando damos além da conta, passamos a dar o que é dos outros, o que é dos nossos queridos, que se vêem forçados a fazer parte de nossas aventuras de doação e mesmo não querendo fazer aquilo, passam a ser extorquidos também. Então os filhos sofrem com os atos dos pais, os cônjuges e por aí vai. E a situação piora quando o argumento usado é o amor e a bondade, porque aqueles que se sentem usados e invadidos pela oferta do outro passam a se sentir também culpados por não serem “tão dadivosos”.

Quem quiser amar como Jesus amou terá de aprender a dizer não. E em dizendo não terá de aprender a conviver com a rejeição. Porque nós jamais poderemos suprir todas as necessidades das pessoas, satisfazer todas as carências e expectativas, sequer conseguiremos atender a todas as pessoas, por isso precisaremos dizer não com regularidade.

Tal atitude convicta nos aliviará. Seremos libertos de uma vida de atendimento aos outros sem a permissão de nosso coração. Pensaremos primeiro em nós. E isso não é egoísmo, mas responsabilidade porque egoísmo não é pensar primeiro em si mesmo, mas pensar somente em si mesmo. Quem pensa primeiro nos outros, dá além do que pode, quem pensa primeiro em si mesmo, cuida de si mesmo e se descobre em si mesmo e está pronto para atender às outras pessoas dando de si, aquilo que tem e que pode dar, atendendo algumas necessidades e criando um ambiente de amor sacrificial verdadeiro, onde o sacrifício não usurpa ninguém. Egoísmo é poder dar de si e não dar, amor é dar apenas o que se tem pra dar, a religião, no entanto, cobra que demos além do que podemos dar.

Amar como Jesus amou é amar a Deus com todo o ser e ao próximo como a si mesmo. Podemos traduzir que cuidar como Jesus cuidou é cuidar do outro como se cuida de si mesmo. E por aí vai. Quem cuida de si mesmo, reconhece seus limites, não permite agressões e invasões, é mais saudável e tem mais saúde para transmitir às pessoas. Não dá para ser reconhecido e aplaudido porque não teme mais ser rejeitado quando não satisfaz todas as expectativas dos outros, portanto ama livremente, porque amar é dar o que se tem, livre e espontaneamente, sem pressão, sem agressão, sem roubo, apenas porque se quis dar.

Todo o evangelho se sustenta nisso. Dá a Deus quem dá com alegria o que propôs no coração e de nada vale dar a vida para ser queimada, todo dinheiro aos pobres ou oferecer todo o conhecimento para o bem da humanidade, se isso não for feito com amor, ou seja, se não for o que se tem e o que se pode dar.

Seja liberto dos roubos a que você foi submetido até hoje. Liberte as pessoas que você prende em suas armadilhas emocionais e agressivas, em suas chantagens e cobranças. E somente depois de se libertar, observe o que há em você, quem é você, o que você tem e aí então, com amor e gratidão, sacrifique o que tem para cooperar com Deus na redenção da humanidade.

Para a Glória dEle e para o bem de todos: de quem recebe e de quem dá, porque só é mais feliz quem dá do que quem recebe; se quem dá, dá aquilo que tem, só o que tem.

© 2005 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/extorsao-versus-sacrificio-a-verdadeira-expressao-do-amor/
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July 20, 2012

Um bom amigo é presente de Deus ; )!

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"Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão".
Pv 17: 17

Se você tem um bom amigo, agradeça a Deus: uma amizade autêntica e genuína é uma joia rara, um pequeno grande milagre.

Num ambiente hostil como este em que vivemos, uma boa amizade é como encontrar um oásis de liberdade onde é possível abaixar a guarda e ficar vulnerável; o outro já conhece nossas qualidades e defeitos, e até nossos pontos cegos (e amigo que é amigo, quer o nosso bem, por isto nos alerta e nos desafia a melhorar).

Hoje foi um dia especial, pois almocei com um destes amigos-irmãos.

São 25 anos de jornada: muitas risadas, puxões mútuos de orelha, confidências, desabafos... e que sensação boa é descobrir que ninguém se perdeu no meio do caminho (ainda) heheh.

Se a gente continuar assim, que as comemorações de feliz dia do amigo se repitam por muitos e muitos anos rsrsr; )!
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July 19, 2012

O Reino de Deus está dentro de nós ; )!

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UMA VIAGEM AO NÚCLEO DE NÓS MESMOS

A Verdade que o Evangelho apresenta não é uma crença, uma declaração, uma informação, mas uma experiência existencial. Buscá-la dentro de nós mesmos, perante o que afirma Jesus sobre a vida, é o que nos liberta. Fundamentalmente a verdade que nos move em direção a tudo é a sensação elementar do medo. Este é o núcleo de nossa existência.

Somos programados para nos mantermos distantes deste núcleo e desenvolvemos esquemas emocionais que encontram paralelo em nossa convivência social. São camadas que nos afastam da verdade e nos estabelecem confortavelmente. O conforto é inimigo da verdade. Nossas necessidades, objetivos e desejos nada mais são do que enganos produzidos por tais esquemas.

O núcleo é feito do medo da rejeição e da morte. O primeiro cria camadas de sentimentos de solidão, inadequação e menosprezo. O segundo cria camadas de desejo de eternização, medo dos perigos contra o corpo e os bens, e a necessidade de relevância e de reconhecimento.

A busca pelo prazer como um fim em si mesmo pretende saciar a o sentimento de rejeição, mas acaba produzindo mais fome e a experiência da alteração do paladar, tornando necessária “mais da mesma coisa”, sem causar o efeito pretendido. Viciamos em prazer e nos sentimos cada vez mais sozinhos.

A falsa sensação de segurança, vinda de conquista e manutenção de bens duradouros e de consumo, e do reconhecimento e fama adquiridos, potencializam ainda mais o medo da morte, gerando uma fobia da perda de coisas e situações.

Enquanto nos distraímos com as camadas fantasiosas da existência, somos impedidos de chegar ao núcleo de nossas vidas e alterar sua força motriz. O que nos move não pode ser o medo, mas a confiança - que é a vida pela fé.

O Evangelho nos propõe esta troca de força. A fé pelo medo. Fé baseada no amor. Esta fé gera a energia que nos limpa dos enganos e nos capacita para experimentarmos cada camada da vida de modo adequado.

O medo de não possuir amanhã, me torna avarento hoje. O medo de morrer me leva a menosprezar o significado da vida e a tratá-la irresponsável e perigosamente. O medo de não termos futuro cria uma corrida pela experimentação de tudo. O medo da rejeição impõe que sejamos parecidos com o que a maioria determina como bom e adequado. O medo da solidão nos arremessa em busca do consumo do prazer, especialmente o sexual.

A fé no amor de Deus e a identidade fundamentada neste amor criam propósito, fornecem esperança, anulam fobias, porque desativam o medo.

Somente quando viajamos ao núcleo de nossa vida é que nos encontramos de verdade e ali descobrimos que Deus está nos transformando de dentro pra fora, mesmo quando estamos distraidos, lutando por manter as camadas enganosas.

© 2010 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/uma-viagem-ao-nucleo-de-nos-mesmos/
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July 18, 2012

O amor

1 Coríntios 13
Bíblia Viva
  1. Se eu tivesse o dom de falar em outras línguas sem tê-las aprendido, se pudesse falar em qualquer idioma que há em toda a terra e no céu e no entanto, não amasse os outros, eu estaria só fazendo barulho.
  2. Se eu tivesse o dom de profetizar, e conhecesse tudo sobre o que vai acontecer no futuro, soubesse tudo sobre todas as coisas, e contudo não amasse os outros, que bem faria isso? Mesmo que eu tivesse o dom da fé, a ponto de poder falar a uma montanha e fazê-la sair do lugar, ainda assim eu não valeria absolutamente nada sem amor.
  3. Se eu desse aos pobres tudo quanto tenho e fosse queimado vivo por pregar o Evangelho, e contudo não amasse os outros, isso não teria valor algum.
  4. O amor é muito paciente e bondoso, nunca é invejoso ou ciumento, nunca é presunçoso nem orgulhoso,
  5. nunca é arrogante, nem egoísta, nem tampouco rude. O amor não exige que se faça o que ele quer. Não é irritadiço, nem melindroso. Não guarda o rancor e dificilmente notará o mal que outros lhe fazem.
  6. Nunca está satisfeito com a injustiça, mas se alegra, quando a verdade triunfa.
  7. Se você amar alguém, será leal para com ele, custe o que custar. Sempre acreditará nele, sempre esperará o melhor dele, e sempre se manterá em sua defesa.
  8. Todos os dons e poderes especiais que vêm de Deus terminarão um dia, porém o amor continuará para sempre. Algum dia a profecia, o falar em línguas desconhecidas e a sabedoria especial - os dons desaparecerão.
  9. Porquanto agora sabemos mito pouco, mesmo com nossos dons especiais; e a pregação dos mais dotados é ainda muito imperfeita.
  10. Entretanto, quando tivemos sido feitos completos e aperfeiçoados, então cessará a necessidade desses dons especiais e insuficientes, e eles desaparecerão.
  11. É como neste caso: quando eu era criança, falava, pensava e raciocinava como criança. Mas quando me tornei homem, meus pensamentos se desenvolveram muito além dos pensamentos da minha infância, e agora eu deixei as coisas de criança.
  12. De igual modo, agora só podemos ver e compreender um pouquinho a respeito de Deus, como se estivéssemos observando seu reflexo num espelho muito ruim; mas o dia chegará quando O veremos integralmente, face a face. Tudo quanto sei agora é obscuro e confuso, mas depois verei tudo com clareza, tão claramente como Deus está vendo agora mesmo o interior do meu coração.
  13. Há três coisas que perduram - a fé, a esperança e o amor - e a maior destas é o amor.
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PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=6rjXkXpX8Wk
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July 17, 2012

A alegria

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A alegria é uma das partes do Espírito Santo (Gl 5: 22 e 23).

Interessante notar que ela vem logo em seguida do Amor (ao invés da paz).

Alegria não é como a felicidade, que depende de circunstâncias (é difícil ser feliz vendo as notícias todos os dias).

Alegria é uma atitude diante da vida, uma forma de afrontá-la.

PS- Para saber mais sobre o conceito, vai lá: http://keilida.blogspot.com.br/2011/02/um-convite-alegria.html.
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July 16, 2012

A paz

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Shalom, o conceito hebraico de paz, abrange três dimensões: a paz com Deus, a paz com os outros e a paz consigo mesmo.

Parece idílico falar assim, mas como vida cristã envolve integrar paradoxos, já sabe...

"Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo". (Jo 14: 27)

"E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus". (Fp 4: 7)

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=59FPCjrfbDE
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July 15, 2012

Gratidão


Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação.
Fp 4: 11

Um coração grato e confiante está apaziguado, tranquilo, relaxado (Sl 131); não precisa ter medo porque sabe em quem tem crido (II Tm 1: 12).

Falar é fácil, difícil é agradecer quando a gente está no meio do olho do furacão...

E se o desafio de toda a vida é integrar mente e coração; palavras, crenças e atitudes - mais do que falar, é preciso sentir, viver.

Por isto a gratidão em alinhar razão e emoção ; )!

Novamente e de verdade.

Obrigada!

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=edwMZQubVcM
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July 14, 2012

Por amor a Ele mesmo

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Chérie,

se você pensa que as conquistas na sua vida são fruto de mérito próprio ou merecimento, lamento informar, mas você está tremendamente equivocado.

Meditei recentemente em Ezequiel 36 e fiquei chocada (e ao mesmo tempo aliviada) com um chacoalhão, espia só:

22 O que vou fazer não é por amor de vocês, mas por amor do meu santo nome, que vocês profanaram em todas as nações para onde foram.
23 Quando eu mostrar às nações a santidade do meu grande nome, o nome que vocês profanaram no meio deles, aí eles ficarão sabendo que eu sou o SENHOR. Sou eu, o SENHOR Deus, quem está falando. Usarei vocês para mostrar às nações que eu sou santo.
24 Eu os tirarei de todas as nações e países e os trarei de volta para a sua própria terra.
25 Borrifarei água limpa sobre vocês e os purificarei de todos os seus ídolos e de todas as coisas nojentas que vocês têm feito.
26 Eu lhes darei um coração novo e porei em vocês um espírito novo. Tirarei de vocês o coração de pedra, desobediente, e lhes darei um coração bondoso, obediente.
27 Porei o meu Espírito dentro de vocês e farei com que obedeçam às minhas leis e cumpram todos os mandamentos que lhes dei.
28 Aí vocês viverão na terra que dei aos seus antepassados. Vocês serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
29 Eu os livrarei de todas as coisas que os tornam impuros. Darei ordem para que haja bastante trigo, e assim não haverá mais tempos de fome no meio de vocês.
30 Aumentarei a produção de frutas e das plantações de cereais, de modo que não haverá mais épocas de fome que façam vocês passarem vergonha no meio das outras nações.
31 Vocês lembrarão da sua má conduta e das maldades que cometeram e ficarão aborrecidos com vocês mesmos por causa dos seus pecados e maldades.
32 Povo de Israel, quero que saibam que eu não estou fazendo tudo isso por amor de vocês. Quero que vocês sintam como é vergonhoso e desonroso aquilo que estão fazendo. Eu, o SENHOR Deus, estou falando.
33 O SENHOR Deus diz: No dia em que eu os purificar de todos os seus pecados, deixarei que construam de novo as suas cidades arrasadas e vivam nelas.

Percebe que o tempo todo Deus diz que fará as coisas por amor a Ele mesmo?

Chérie, não somos agentes, mas objetos do Seu amor!

Por isto, se você pensa que faz e acontece, mais humildade e reverência - quem está no controle é Ele, e não você.

Bjs,

KT

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=8fj2dybkuVY&feature=related
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July 13, 2012

Jesus usa a linguagem que você usa ; )!

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Chérie,

no livro Crime e Castigo uma personagem cita a ressurreição de Lázaro e a passagem bíblica tornou-se tema recorrente de reflexão.

Você já prestou atenção na riqueza de detalhes? O elenco é grande e o caldeirão ferve de palavras, atitudes e crenças.

Marta, mulher racional e ações, recebe uma resposta verbal transcendente de Jesus: "Eu sou a Ressurreição e a Vida, aquele que crer em mim, ainda que morra viverá"... "se você crer, verá a glória de Deus"...

Maria, contemplativa e emotiva, recebe acolhimento e consolo de Jesus por meio de suas lágrimas e presença. Jesus não fala nada; apenas vela e chora com ela.

Lázaro, no silêncio da morte, volta à vida às custas do amor de Cristo (que é crucificado logo após o milagre). O mais lindo é ver que Jesus não atropela processos; Ele respeita o tempo, a necessidade, a linguagem e a personalidade de cada um. No caso de Lázaro, pede que seja desatado antes de retornar ao convívio comunitário.

Ao longo da história, aparecem outros personagens: os discípulos míopes em entendimento, a multidão que murmura, os fariseus ciumentos que conspiram...

E você, hoje? Consegue se identificar com alguém na história?

Tem necessidade de respostas racionais? Precisa de colo? Ou está morto na ingratidão?

Dureza perceber que temos deles todos um pouco dentro de nós, não é mesmo?

E que bom é sentir que Deus não julga nem acusa, muito pelo contrário, acolhe e ama.

Por isto fique atento ao que Ele quer te dizer.

Se você prestar atenção, vai ouvir um sussurro baixo em seu ouvido que diz: - você é meu filho, minha filha amada, em quem deposito todo o meu carinho.

Bom finde!

KT

PS- Para conferir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=W8FK79_PO2s
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July 12, 2012

Mais do que falar, o importante é viver

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Chérie,

sabia que até mesmo a mediocridade da vida consegue ter mais força que um brilhante discurso filosófico?

Por isto, preocupe-se mais em viver (fazer e sujar os pés na lama) ao invés de intelectualizar (falar e não se envolver).

Bjs,

KT
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July 11, 2012

Hoje eu aprendi

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Chérie,

almocei na casa do meu primo de 22 anos (ele quem cozinhou!) e fiquei encantada com a avó dele.

Do alto dos seus mais de 80 anos, sorridente, animada, falante, acolhedora, ela soltou a pérola: - hoje eu aprendi...

Wow, fiquei passada!

Tem coisa mais linda do que isto? Uma pessoa com quase 1 século de vida dizendo que ainda aprende coisas?

Acho que o segredo de uma vida bem vivida é exatamente este: manter a humildade e aprender todo dia uma coisa nova (porque quando a gente acha que sabe tudo e não tem mais nada para aprender, é porque já morreu).

Bjs,

KT
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July 10, 2012

Piscina, uma metáfora da vida

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Existe coisa mais prazerosa do que começar o dia com um bom mergulho?

Como algo tão simples pode fazer a gente tão feliz?

Quando a gente nada, é confrontado por aqueles pensamentos e inquietações dos quais tenta fugir a vida inteira e que, na água, é obrigado a encarar.

São 60 minutos de enfrentamento, luta e apaziguamento, quando você se dá conta de que o mundo não é tão assustador como parece e que, por maiores que sejam os problemas, as soluções estão ali ao seu alcance, todas dentro da piscina.

E assim, tudo o que te incomoda, fica para trás; como ondas que se desfazem a cada braçada que você dá.

Não acredita?

Tente nadar e depois diga se não concorda comigo (rsrsrs).
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July 09, 2012

Ser gente

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Diz o Gênesis que um casal rompeu com o Criador justamente porque quis ser igual a Ele. Na verdade, já era feito à imagem e semelhança do Criador, sendo quem era. No momento em que abriu mão de sua humanidade, perdeu a imagem. Este é o paradoxo, todo homem que quer ser deus, perde a imagem dEle.

Esta pretensão se manifesta fundamentalmente quando nos propomos como centro de todas as coisas, determinando a partir de nossa própria experiência o que é certo e errado, como se tudo existisse para nos fazer felizes e como se apenas nosso sofrimento fosse importante.

Alguém já disse que o problema do ser humano é querer ser anjo ou besta, nunca gente. Outro disse que todo homem quer ser rei, todo rei quer ser Deus, somente Deus quis ser homem.

Jesus foi gente sem tirar nem pôr. Respeitou as leis do Universo ao não transformar pedras em pães e ao não pular do alto do Templo. Nasceu criança, cresceu, sentiu tudo o que sentimos, fome, frio, sono, cansaço, tristeza, solidão, angústia. Comeu, bebeu, riu, chorou, dançou. Dele se diz que é a Imagem Perfeita de Deus. Acho que isso também se deve ao fato de ter sido perfeitamente homem.

Este é um bom projeto de espiritualidade, ser gente, não gente como nós que pretendemos a todo custo ser mais ou menos do que somos, mas gente como Jesus.

©2011 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/gente-sem-tirar-nem-por/
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July 08, 2012

Sexualidade integral

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Entre a satisfação física e o afeto

- por Isabelle Ludovico

A sexualidade foi grandemente afetada pela queda. A intimidade entre o homem e a mulher foi substituída por acusações e desconfiança. O desejo que despertava uma atração mútua foi transformado em arma de manipulação e dominação. A mulher foi confinada ao espaço privado enquanto o homem construía sozinho um mundo técnico e desafeiçoado. A dicotomia mutilou ambos. O homem foi privado da emoção e a mulher do domínio sobre seu próprio corpo.

Esse desencontro é patente até hoje pela percepção de que os homens fazem sexo enquanto as mulheres fazem amor. Os homens buscam uma satisfação puramente física, enquanto as mulheres buscam afeto. O grande medo do homem é ser engolido pela mulher e o da mulher é ser usada pelo homem. Quanto mais a mulher se aproxima para ter intimidade, mais ele foge por medo de ser controlado e castrado. Quanto mais ele a procura para uma troca lúdica de prazer, mais ela se sente transformada em objeto descartável.

Mas nascer de novo significa restaurar o projeto original de Deus para cada um de nós e para nossos relacionamentos. Deus criou o ser humano, macho e fêmea, isto é, dotado de características sexuais e de sentidos que garantem uma troca prazerosa entre eles. Freud ajudou a derrubar um tabu ao mostrar que a criança é um ser dotado de sexualidade. Assim, a compreensão da sexualidade passou a ser bem mais abrangente que a genitalidade. Ela diz respeito à capacidade de sentir prazer através do corpo. A criança descobre logo esse presente e tenta entrar em competição com o genitor de mesmo sexo para ocupar o seu lugar, mas essa fantasia não pode tornar-se realidade.

Cabe aos adultos garantir à criança um espaço protegido para superar essa fase edipiana e preparar-se para a fase adulta, quando irá se unir a um parceiro e viver uma sexualidade plena. Karin Wondracek lança mão da bonita metáfora de um rio para expressar o processo de amadurecimento sexual. “Quando as margens são muito rígidas, o rio não tem espaço para se expandir e acaba transbordando, destruindo tudo o que encontra pela frente. Margens flexíveis permitem que o rio cresça e forme um estuário que se abre para o homem-mar”.

Durante séculos, a mulher foi privada do prazer sexual através de uma cliteridectomia física ou emocional de forma a garantir a primazia do gozo masculino. Hoje, nossa sociedade estimula as mulheres a reivindicar seu direito à igualdade. Mas o gozo não pode ser fruto de cobrança ou exigência. É mais um mistério e um presente livremente compartilhado. Se os meios de comunicação focalizam técnicas para garantir um bom desempenho sexual, a Bíblia nos desperta através de poesia e metáforas. O livro de Cantares revela que o amor envolve o ser humano em todas as suas dimensões. O prazer é suscitado por um olhar e uma troca verbal que valoriza o outro: seu corpo, sua beleza, sua liberdade de se aproximar ou distanciar.

Nossos sentidos foram embotados pelo pecado. A capacidade de olhar, deturpada pela concupiscência dos olhos, nos leva a querer possuir e usar o que desejamos. Através do amor incondicional de Deus, que supre nossa carência infinita, podemos voltar a olhar para abençoar e honrar. Assim, descobrimos a dimensão espiritual dos nossos sentidos. Olhar, tocar, sentir, saborear e ouvir são pontes que nos levam ao encontro do outro. Elas apontam para os sentidos da nossa alma. Além do corpo do outro, enxergamos também a sua essência invisível aos olhos. Tornamo-nos vulneráveis a ponto de sermos tocados e fertilizados por sua existência.

A sexualidade enquanto troca que mobiliza os cinco sentidos está presente em todos os nossos relacionamentos. A sexualidade genital que envolve tornar-se um com o outro, não apenas a nível físico, mas também emocional e espiritual, é privilégio de uma relação exclusiva, permanente e assumida socialmente. É o compromisso diferenciado que nos permite construir uma intimidade que irá se desenvolver ao longo da vida. Com o tempo, aprendemos a confiar um no outro, superamos traumas e arriscamos descobrir juntos o presente que recebemos de Deus para o nosso deleite.

Fonte: http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=83&materia=1081
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July 07, 2012

Silêncio de todos os tipos

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- Esther Carrenho

Há vários tipos de silêncio. Alguns são tidos como sábios. Outros, como necessários para se alcançar a maturidade emocional e espiritual. Mas há também silêncios que revelam dificuldades e bloqueios que podem trazer prejuízo – tanto para quem silencia como para aqueles que vivem ao redor daquele que não se expressa.

O primeiro desses silêncios, e no caso um silêncio prejudicial, é aquele de quem silencia por medo, embora precise falar e tenha o que dizer. Medo de errar, de ofender, de não ser aceito, de sofrer punição. Tal dificuldade em romper o silêncio pode ser conseqüência de várias situações decorrentes da fase de formação do indivíduo. Muitos filhos são proibidos de falar pelos pais. Não podem expressar suas opiniões e idéias; são obrigados a obedecer sem nenhuma explicação e não têm permissão para questionar. Se insistem, são punidos. E ainda há aqueles que são criticados pela forma, pelo tom de voz, pelo ritmo ou pelo jeito com que falam, sendo até ridicularizados por meio de zombarias. Pessoas assim precisam se conscientizar de que cresceram, tornaram-se adultos e podem agora expressar seus pensamentos e desejos.

O segundo tem a ver com a avaliação que cada pessoa faz de si. Muitos se abstêm de falar porque têm vergonha das suas ideias, do que pensam; acreditam que o que têm a dizer não tem valor. Gente assim vive num tipo de esconderijo, ainda que no meio de um ajuntamento. Por causa da autoavaliação distorcida que fazem a respeito de si mesmas, se omitem, não participam e não revelam o potencial e o valor que possuem. Agindo assim, não se mostram, e em muitas situações a habilidade que possuem não é vista. Deixam, portanto, de cooperar para possíveis transformações no ambiente em que vivem.

Um outro tipo de silêncio é aquele que surge quando o assunto a ser abordado é tão dolorido e difícil de ser expressado que a pessoa não consegue falar. A dor emocional é tão grande que só lhe resta silenciar, sufocada. Tal sofrimento é o resultado de alguma mágoa, ofensa, experiência ou uma situação não resolvida da sua história. A melhor forma de vencer este bloqueio é lidar, em primeiro lugar, com as memórias doloridas de que se tem lembrança. Ou seja, é necessário, antes de tudo, expressar toda a fala referente àquele assunto para tornar possível um esvaziamento da dor acumulada. Nesse processo, o indivíduo terá a oportunidade de fortalecer seus recursos internos e expressar o que tem em mente, sem se deixar engolir pela mudez emocional.

O quarto tipo de silêncio é aquele que surge como retaliação ao interlocutor. Trata-se de situação comum entre cônjuges ou membros de uma mesma família ou grupo de pessoas próximas. A pessoa sabe que devia falar, mas silencia como punição ao outro. O uso da vingança pelo silêncio impede que a comunicação se estabeleça na solução de diferenças, conflitos e ofensas entre as pessoas que convivem entre si. E a consequência é óbvia – os problemas que prejudicam o relacionamento não são resolvidos.

Mas há também o silêncio, que chamo de sábio, que surge por simples escolha. Muitas pessoas sabem o que falar, acreditam em si mesmas e não têm medo do interlocutor, mas ainda assim escolhem silenciar – ou porque julgam que o momento não é adequado para se expressar, ou porque temem que o que for falado será usado como arma contra elas mesmas. Isso, sem falar naquelas situações em que o falante percebe que seus ouvintes não estão interessados no que ele tem, pode e sabe falar. Quantos de nós já não passaram pela situação incômoda de perceber que ninguém à nossa volta dá a mínima atenção ao que dizemos e que o melhor seria nem ter começado o assunto?

O último tipo de silêncio é aquele de quem não se preocupa se tem ou não o que falar; apenas silencia para escutar o outro, ao mesmo tempo em que escuta também a si mesmo. Rubem Alves, em seu livro O amor que acende a lua, escreve exatamente sobre isso. Diz o escritor que há muitos cursos sobre oratória, mas nenhum de nós se preocupa em aprender a arte de escutar. O apóstolo Tiago já nos alertava, em sua epístola, para sermos “prontos para ouvir e tardios para falar”. E os escritores do Antigo Testamento, em várias ocasiões, usam o termo hebraico shemah em relação ao convite que Deus faz ao povo de Israel para escutá-lo. Ora, não se pode escutar nada de não houver silêncio.

Que possamos nos expressar livre e corajosamente quando se fizer necessário em toda e qualquer situação. Mas que possamos, também, escolher o silêncio para ouvir da melhor maneira possível – e, principalmente, que saibamos silenciar quando falar não for conveniente.

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/materia.php?k=598
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July 06, 2012

Pedras que falam

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- Cindy Crosby

Todo verão eu faço uma viagem sozinha. Meu maior medo é de me perder, por isso geralmente escolho uma ilha. Conseqüentemente eu sei que vou parar na beira da praia para tomar um ponto de referência. Para amparar minha coragem sempre tenho um mapa à prova d’água e duas bússolas – uma presa na minha jaqueta e a outra na minha mochila.

Uma bússola não ajuda muito se você esquecer o caminho, e muitos desses caminhos são feitos de pedra com uma camada fina de capim e flores. Quando se caminha entre pedras, você tem apenas a intuição para encontrar o caminho. Mas a intuição vai te levar somente até aqui.

Quando minha intuição falha, eu procuro por pistas; pequenas pilhas de pedras que outras pessoas deixaram em lugares cruciais para mostrar o caminho. Essas pistas podem ser facilmente proveitosas; pequenas pedras amontoadas. Algumas são artísticas, maravilhosamente arranjadas. Normalmente, as pistas são deixadas pelos primeiros mochileiros que passam pelo caminho durante uma temporada. Eles erraram o caminho, erraram de novo, até acharem a direção certa. Depois, eles retrocederam e construíram a pilha de pedras para mostrar o caminho aos futuros peregrinos.

É fácil perder uma pista. Para enxergá-las eu tenho que prestar muita atenção. Achar pistas tem me poupado rodeios desnecessários e desistências. Se você tiver carregando quinze, vinte quilos, vai ficar feliz por qualquer passo economizado. Você vai ter mais energia e menos frustrações para prosseguir a jornada.

Descobri que a vida espiritual é cheia de pistas. Indicações que me mostram o caminho a seguir. As pistas espirituais são como as pistas de pedra. Cada uma é singular. A maioria delas aparece quando estou perdida. Todas me levam para adiante.

Algumas vezes, a pista pode ser uma pessoa que oferece uma palavra inesperada de encorajamento. Certa vez, uma pista veio de uma mulher mais experiente do que eu, cujo trabalho e vida admiro. Lamentei pelo fato de estar totalmente fora do culto. Não gostei das músicas, da pregação. Eu estava insatisfeita até com o arranjo de flores no altar.

“Oh, querida”, ela disse com sua doce voz, “você não está sozinha, escritores têm momentos terríveis no meio de pessoas”. Palavras simples, mas iluminadoras. Talvez não fosse minha igreja que estivesse mal, talvez fosse minha vida espiritual que estivesse ruim. Talvez eu estivesse tão presa que a igreja estava se tornando problemática para mim.

Ela não estava me contando aquilo porque a igreja era desagradável, eu era livre para ir embora. Ela estava me contando... bem, isso iria se tornar desagradável. Eu a respeitei - ela é uma escritora maravilhosa, e uma irmã muito ativa na nossa igreja, e quando ela disse que eu deveria viver em comunidade, ouvi. Paradoxalmente, agora a igreja é simples porque sei que não sou a única que acho isso complicado. Essa pista, suas palavras, me ajudou a encontrar uma direção.

Algumas pistas podem vir das escrituras, especialmente dos Salmos. Os Salmos me fazem lembrar que está tudo bem em se irritar, chorar, questionar, sabendo que Deus possui as respostas mesmo que eu não tenha. Ao invés de me manter imobilizada, eu posso continuar prosseguindo.

Músicas também podem ser pistas. Um exemplo para mim é um antigo hino, “Seja minha visão, Ó Senhor do meu coração, Seja tudo, mas não para me salvar por tua arte, Seja meu melhor pensamento no dia e na noite, Assim como caminhando e dormindo em Tua presença, minha luz”. Uma pista pode ser algo que já cantei, ou vi, ou ouvi antes, mas que toma um novo sentido por causa de uma situação específica ou de uma época em especial. Eu não precisava dessa pista antes. Mas ela estava lá quando eu precisei. Isso me ajudou a dar mais um passo à frente.

Às vezes, uma pista pode ser um livro que nos revela algo na hora certa. Pilgrim at Tinker Creek, de Annie Dillard, me ajudou a lidar com o sofrimento, quando eu sentia que Deus e o sofrimento eram incompatíveis. Quando senti que a minha vida era uma repetição de tarefas mundanas, Praticando a presença de Deus, do Irmão Lourenço, me fez lembrar que lavar a louça e preparar o almoço são atos de adoração. Divine Hours, de Phyllis Tickle, me convidou a estabelecer um momento para oração.

Os poetas e seus poemas podem dar pistas também. Os poemas de Mary Oliver me recordam que eu preciso prestar atenção. A poesia de Wendell Berry me leva a viver em comunidade. Os poemas de Jane Kennyon refletem suas lutas contra a depressão, mas ele continuou escrevendo e amando Deus. Até John Updike, cujos poemas me lembram que há beleza na escassez. Cada um desses livros, músicas, poemas, pessoas, e a escritura... cada uma dessas pistas estavam no lugar certo, na hora certa, e me ajudaram a prosseguir na minha jornada espiritual.

Não há nada muito atraente em pedras que são pistas. A maioria delas são feitas de tons cinza e preto. Se encontrasse uma pelo caminho eu não daria a mínima. Tão desgastada. Tão antiga. Por isso é que essas pedras são juntadas, por isso que alguém gasta tempo para arrumá-las em beneficio de outros, isso as torna valiosas.

Quando você usa pistas para se guiar em um caminho, surge uma expectativa. Se você encontrar um montinho de pedras desarrumado, você vai parar e reorganizar da melhor forma que puder. Isso assegura um trajeto melhor para aqueles que seguem você, mesmo que isso atrase sua jornada.

Cada dia traz seu desafio. Eu decido ceder um espaço para prestar atenção e achar as pistas que me apontam o caminho. Eu sei que vou me perder às vezes. Mas, a cada passo que dou, me conforta saber que alguém esteve ali antes e marcou o caminho para casa.

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/materia.php?k=722
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July 05, 2012

O Intérprete

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Em Babel, pretenderam dispensar Deus na construção da sociedade. O idioma foi confundido a fim de pela dificuldade na comunicação, a força gregária e empreendedora fosse diminuída.

No Pentecostes, para que pessoas de todas as nações, raças, tribos e língua fossem congregadas num só corpo, Deus visitou os homens e unificou sua linguagem.

Metáforas de nossa comunicação. Muitas vezes vivemos sob o mesmo teto, queremos as mesmas coisas, sofremos das mesmas carências, precisamos dos mesmos afetos, mas não conseguimos nos comunicar com clareza. Falamos a mesma língua, mas ouvimos diferentes. Estamos mais ocupados em falar que ouvir.

Melhor que explicar ao outro qual é a linguagem emocional que entendemos é decidir ouvir o outro se expressando na linguagem que ele sabe falar. É possível percebermos que o amor que esperamos existe, apenas se expressa através de outro vocabulário.

Precisamos do Espírito que agiu em Pentecostes, o Intérprete que diminui nossa distância e nos faz compreender um ao outro.

©2011 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/o-interprete/
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July 04, 2012

Sucesso é...

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O homem é um sucesso se pula da cama de manhã e vai dormir à noite,
e nesse meio tempo, faz o que gosta.

Hoje acordei pilhada por causa da campanha da TKS (mó medo de algo dar errado): antes das 8h já estava no Giramondo para acompanhar a montagem, blábláblá (só a estressada de plantão apareceu) rsrsrsr.

Passei a manhã com o coração na mão, e a galera no maior relax: - caaaaalma, tudo vai dar certo (e eu, mentalmente, listando tudo o que poderia ser aprimorado) rsrsrs...

É engraçado o conceito que cada pessoa tem de sucesso, não?!

Para mim seria venda total de produtos, divulgação da campanha e repercussão do projeto. Mas o saldo do dia foi uma divulgação personalizada, a arrecadação de fundos e relacionamentos estreitados (se eu convivesse mais um pouco com o grupo, viraria paraibana desde criancinha) rsrsrs.

Se a vida é feita de sorrisos, a cota do dia foi superada ; )!

Lição para toda a vida: alargue seus limites, abra-se e aprenda a ver (e a viver) a vida com novos olhares.

PS- Para saber como funciona (e ajudar) o projeto TKS, vai lá: http://tkscamisetas.com.br/
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July 03, 2012

Ideias são como sementes

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- Eduardo Pedreira Rosa

Ideias são como sementes. Se lançadas no solo da nossa mente, são acolhidas, desenvolvem-se, criam raízes. Há ideias frágeis; sementes sem força, tocam nossa superfície mental, mas não se aprofundam. Com estas, não precisamos nos ocupar, uma vez que não nos afetam. Existe, porém, outra classe de ideias. São aquelas cuja força de penetração é maravilhosamente assustadora. Alojam-se dentro de nós de maneira tão forte e se enraízam em regiões tão profundas do nosso ser que nada parece ter o poder de removê-las. Os anos passam, as experiências se multiplicam, os cenários mudam – mas, aquelas ideias parecem permanecer para sempre.

Ideias são como sementes. Existem as de boa qualidade e as essencialmente danificadas. Não podemos evitar que nossa mente seja exposta a ideias-sementes ruins, mas somos potencialmente capazes de selecionar aquelas que valem a pena serem acolhidas. É verdade que nem sempre nosso discernimento está afiado o suficiente para fazer este juízo; daí, pensamos que acolhemos em nós uma boa ideia que, com o passar do tempo, descobrimos se tratar de ervas daninhas. E vice-versa.

Ideias são como sementes. Elas modelam o nosso comportamento. Assim como uma árvore é o resultado de uma semente, nossa maneira de agir é a consequência natural do conjunto de ideias que formam nosso pensamento e nossa visão de mundo. Alterações na nossa maneira de agir podem decorrer das circunstâncias e de adaptações para sobrevivermos a determinados ambientes. Contudo, este não é um caminho sobremodo excelente. As melhores mudanças de comportamento não são as acontecidas sob a pressão do meio, mas as resultantes de pensamentos a partir de um novo ângulo, de uma inusitada percepção, de uma nova descoberta.

Ideias são como sementes. Seu poder está na invisibilidade. Debaixo da terra, elas germinam para produzir plantas e flores que mudarão toda uma paisagem. Assim são as ideias. Nós pensamos e nos comportamos através delas, mas não as vemos; são invisíveis, e por isso mesmo, poderosíssimas em nossa vida.

Ideias são como sementes. Não podem ser apenas de um tipo. É a pluralidade das sementes que garante a variedade dos frutos. Suas diferenças são a garantia de uma colheita capaz de alimentar muitos. Mentes presas a um só tipo de ideia são como campos de uma só semente. Semeadores limitados e pensadores incapazes de se abrir à pluralidade têm como resultado fundamentalismo, obscurantismo, conservadorismo, radicalismo, fanatismo. Não é sem razão que existem hoje críticos vorazes de tudo quanto se pareça novo (ainda que o considerado “novo” seja apenas a busca por resgatar heranças do passado). Há nos dias de hoje, por exemplo, rica literatura de espiritualidade publicada no Brasil, fruto da maravilhosa pluralidade da nossa tradição espiritual cristã. São livros e autores compartilhando novas-antigas sementes que já começam a receber o veneno de “teólogos” comprometidos em ter apenas um só campo, com uma só semente, excluindo pela via da análise de gabinete quaisquer outras que lhes pareçam uma ameaça à “sã doutrina”.

Ainda bem que ideias são como sementes – elas não morrem simplesmente pela ação tóxica daqueles que esquecem que somos todos semeadores, e não donos do campo! Gostaria de fazer um convite a todos os leitores deste espaço a que, neste ano, nos acompanhem numa fascinante história de oito ideias que foram capazes de influenciar a visão, modelar comportamentos e marcar durante séculos homens e mulheres de Deus. Ao longo das próximas colunas, vamos nos deter em cada uma delas.

Nosso objetivo é tentar resgatar e atualizar preciosas ideias capazes de nos ajudar em nossa busca por Deus. Não, elas não são em nada novas. Sua força não está na inovação, mas sim, no seu poder de penetração, na sua boa qualidade, na invisibilidade, na variedade. Sementes do passado produziram maravilhosos frutos e fartas colheitas – e podem fazer o mesmo por nós hoje. Quero, pois, compartilhar ideias que têm me ajudado a chegar mais perto do Senhor, de mim mesmo e do meu próximo. Faço isso apenas por trazer comigo nos últimos anos a voz de Jesus, que um dia disse, ao contar uma de suas, no dizer de Eugene Petterson, subversivas parábolas: “E o semeador saiu a semear.”

Desejo semear algumas ideias na esperança de que sejam acolhidas em solo fértil, a fim de produzir vistosos frutos para a glória daquele que é o Senhor de todos os campos e autor de toda boa semente. Aguardo por você na próxima coluna para um encontro com a primeira dessas ideias.

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/interna.php?subcanal=53&id_conteudo=737
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July 02, 2012

Quem ama espera

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O amor é paciente. O amor tudo espera.
1 Coríntios 13

Quem ama se dedica através de atitudes concretas, expressa seu amor de diversas maneiras, cuida, deseja o bem do outro e, ao fim de tudo, espera.

O próprio Deus ama deste modo. Ele diz que amou primeiro, amou sem haver merecimento em nós, amou sabendo que iria sofrer por nós, amou esperando que o amemos como resposta, que dediquemos nossas vidas a Ele, que o louvemos porque tudo foi criado para o louvor da sua Glória.

A questão não é o amor não esperar, mas como se portar enquanto espera. Nisso sim o amor verdadeiro se fundamenta, pois não desiste de amar enquanto não recebe.

Quem desistiu de ser correspondido não ama, apenas exerce a resignação de uma forma bem comportada. Quem ama de verdade quer ser amado em troca, se comporta com paciência e delicadeza, não desiste de amar, nem desiste de esperar.

©2012 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/quem-ama-espera/
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July 01, 2012

Conhece a tua pequenez

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Hoje fui na IBAB e como sempre a mensagem foi flecha certeira (1 Co 11: 28-29): "Examine-se, pois, o homem a si mesmo e assim coma do pão e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si".

Logo após houve celebração da Ceia (sempre fico emocionada e claro que a manteiga derretida chorou, né).

Muita coisa passou pela cabeça e a oração do Ed resumiu o que estava sentindo: - Pai, ajude-nos a não nos esconder atrás do cinismo, da displicência, da ingratidão e da hipocrisia.

Sola gratia.
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