November 30, 2012

Yes, we can ; )!

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I M P O S S Í V E L

Nosso medo mais profundo não é o de sermos inadequados.
Nosso medo mais profundo é sermos poderosos além de qualquer medida.

É a nossa luz, não as nossas trevas, o que mais nos apavora.

Nós nos perguntamos: quem sou eu para ser brilhante, maravilhoso, talentoso e fabuloso? Na realidade, quem é você para não ser?

Você é filho do Universo.

Você se fazer de pequeno não ajuda o mundo. Não há iluminação em se encolher para que os outros não se sintam inseguros quando estão perto de você.

Nascemos para manifestar a glória do Universo que está dentro de nós. Não está apenas em um de nós: está em todos nós.

E conforme deixamos a nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo.

E conforme nos libertamos do nosso medo, a nossa presença automaticamente liberta os outros.

Nelson Mandela, discurso de posse, 1994.

PS- Precisa de um chacoalhão de amor? Vai lá: http://www.youtube.com/watch?hl=en&v=ZhTrwcKlD3M&gl=US
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November 29, 2012

O valor de uma amizade preciosa ; )!

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Existem pessoas raras,
difíceis de serem encontradas.

Elas são lindas por fora
mas principalmente,
são lindas por dentro.

São feitas de carinho
e recheio de verdade!

Costumam chegar de mansinho
e te conquistam dia a dia.

Conquistam com verdade
e muito amor!

Elas não tem medo de competição
pois valorizam qualidades
não defeitos!

Querem ver você crescer
querem ver você feliz
querem ver você sorrir.

Estão sempre perto,
não deixam você só
e mesmo quando você não percebe
estão cuidando de você!

Se você teve a sorte,
como eu tive
de encontrar uma dessas pessoas
não se esqueça de dizer:

Obrigada por me deixar fazer parte da sua vida!!!
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November 28, 2012

Felicidade momentânea, mas real ; )!

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Shiawase é estar numa mesa rodeada de amigos ; )!
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November 27, 2012

Mais do que existir ; )!

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Viver é a coisa mais rara do mundo.
A maioria das pessoas se contenta em apenas existir.

Oscar Wilde

Por isto, sempre que tiver consciência do privilégio de estar vivo num determinado instante, celebre imediatamente.

PS- Reencontros celebram a vida. A saudade tensiona o presente e enche de expectativa o futuro.
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November 26, 2012

Falar de Deus x falar com Deus

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Às vezes a gente não consegue explicar o desconforto quando percebe uma certa dissonância do que ouve e daquilo que vê.

Talvez porque uma relação autêntica com Deus não se sustenta com palavras e sim com atitudes.

Muita gente fala - e com talento - sobre Deus.

Mas ao invés de falar dEle, o mais importante é falar com Ele.

Se bem que um relacionamento não é para ser falado, e sim vivido.

Isto que gera transformação, isto que gera novidade de vida.

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=-VuGzjpszHQ&feature=related
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November 25, 2012

Anestesia: alívio ou fuga?

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Por que não demonstramos compaixão diante do sofrimento do outro?

Deixamos de sentir para nos proteger ou escondemos há tanto tempo as emoções de nós mesmos, que não sabemos mais demonstrar?

Como amar ao próximo se não sabemos amar a nós mesmos?
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November 24, 2012

Aceitamos o amor que julgamos merecer

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O valor da gente é medido pelo amor: o quanto amamos e o quanto somos amados.

Quando existe amor, não há espaço para o medo (1 Jo 4: 18).

O amor nos constrange (2 Co 5: 14) a tornar pessoas melhores.

Quando a gente se descobre amado - mais do que poderia imaginar ou pensar - se envergonha de se contentar com tão pouco.

Quando a gente se descobre amado, aprende a dar valor - a si mesmo e aos outros.

Onde há Amor, aí há liberdade.
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November 23, 2012

Diga-me com quem andas...

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Talvez não saibamos a importância de fazer parte de uma comunidade.

Talvez desconheçamos a força e o impacto espiritual de fazer parte de um grupo.

Será que perdemos um pouco da consciência ao andar com pessoas com valores diferentes dos nossos?

Será que corremos o risco de apodrecer ao conviver com laranjas podres?

E você?

Tem exercido o discernimento para escolher com quem caminhar?
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November 22, 2012

Gente e gentes

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Tem gente que olha o olho, e tem gente que olha a remela (se bem que dá para olhar os dois e seguir em frente, sem macular o olhar) rsrsrs.

Hoje encontrei uma amiga que tem a capacidade maravilhosa de agregar pessoas em torno de si. Onde quer que vá, sempre tem gente perto dela. E quanto mais a conheço, mais perto tenho vontade de ficar.

Em compensação presenciei uma situação que apertou o coração. Sabe quando você vê uma elite privilegiada tendo um comportamento covarde para se proteger? O mais triste é perceber que isso é apenas uma amostra de como o mundo funciona.

Bom, se a vida é feita de escolhas, está em cada um saber que tipo de pessoa quer ser.
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November 21, 2012

Ficando em paz em ser quem você é

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Que adianta ganhar o mundo e perder a alma?

Tem coisa melhor do que andar de cabeça erguida, digna de ser quem é (pouco, mas sendo você)?

Pelo que vale a pena viver?

Se Deus é Amor, Ele se manifesta em relacionamentos ; )!

Onde houver generosidade, parceria, mutualidade... Ele estará presente.

Você não está só.
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November 20, 2012

Aceite a realidade

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Ninguém muda ninguém.
No máximo, a gente mesmo.

Por isto seja você a mudança que espera ver no mundo.
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November 19, 2012

It´s magic ; )!

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Uma das coisas mais gratificantes da vida é quando você compartilha com alguém um momento mágico.

Nessas horas as palavras são desnecessárias: a comunicação acontece por meio de olhos que sorriem e de corações que se conectam.

É como se o tempo parasse e este momento se tornasse eterno.

Quando você tem oportunidade de viver este milagre, a única coisa que pode fazer é tirar as sandálias, pois está pisando em solo sagrado.

Thanks ; )!
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November 18, 2012

Santidade é a capacidade de distinguir o que é sagrado, não de julgar os outros

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Sede santos porque Eu sou santo.
1 Pe 1:16

Sabia que beber água parada dá doença?

Por isto a importância de ler sempre a Bíblia ao invés de se acomodar em verdades absolutas.

Ultimamente tenho questionado alguns conceitos e me vejo repleta de dúvidas.

Santidade é o mesmo que santificação?

Santidade envolve integridade, separação, enquanto que santificação envolve processo.

A santidade é uma qualidade que nos capacita distinguir o sagrado daquilo que não é.

Ter olhos para ver, ouvidos para ouvir e fazer parte de um novo céu, uma nova terra e inaugurar um jeito novo de viver.

Não para julgar os outros, nem a gente mesmo - mas para ser diferente e fazer o mundo melhor.

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=oaf1lrBgyA4&feature=related
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November 17, 2012

O caminho do coração

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A vida é tão simples... por que a gente complica tanto?

A gente precisa de tão pouco para ser feliz, por que não se contenta com o que tem ao invés de ficar querendo mais, sempre mais?

No excelente O caminho do coração, Henri Nouwen (sempre ele ; ) reflete sobre três pilares:

- a solitude;
- o silêncio; e
- a oração.

Por que é tão difícil ficar só (sem precisar impressionar os outros), em silêncio (para aquietar o coração e ouvir a voz de Deus) e orar (para convergir a nossa vontade com a vontade do Pai)?

Torno a perguntar: é preciso tão pouco para ser feliz, para que complicar tanto?

Quer um conselho?

Volte ao primeiro amor, aquiete o próprio coração e ancore-o no coração do Pai.

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?hl=pt&v=wcC0r-ty1cA
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November 16, 2012

Vida que inspira ; )!

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Se tem um cara que adoraria conhecer é o Henri Nouwen (se eu for para o céu, quero conversar muuuito com ele) rsrsrsr. Seus livros são alimento para o coração ; )!

Apesar de sua formação erudita (autor de diversos livros, deu aulas de espiritualidade em Harvard e Yale), este sacerdote holandês consegue traduzir conceitos complexos como morte e solidão, de maneira simples, honesta e genuína.

Sabe aquelas conversas gostosas que temos, de coração para coração? Quando você não precisa medir as palavras - pode derramar o coração e ser você mesmo, aceito, amado, acolhido? Assim são seus escritos.

Parecem palavras de um amigo íntimo, que dizem exatamente aquilo que você precisa ouvir. E mesmo quando são coisas que doem, são ditas com tanto amor e carinho, que é impossível não ecoarem em seu coração. Bom, nem preciso dizer que li quase tudo dele (destaque especial para A Volta do Filho Pródigo, onde Nouwen traça paralelos com um quadro de Rembrandt e a parábola de Lucas 15).

Por isto a alegria em 'descobrir' um que ainda não havia lido, Beyond The Mirror, onde ele narra um acidente que quase tirou sua vida. São reflexões sobre a morte e a vida, a discrepância entre o que sabe e o que sente, suas dúvidas em relação à identidade, ao propósito... e a descoberta particular de que é Deus quem dá sentido à existência - Ele nos amou primeiro e Seu amor não é dado pelo que fazemos ou temos, mas pelo relacionamento que temos com Ele: - você é filho, filha amada na qual Ele deposita todo carinho.

Realmente Deus é incrível, sabe o que passa em nosso coração (quando precisamos de colo, acolhimento, encorajamento, inspiração)... e o Nouwen tem sido instrumento para mostrar que Ele se importa comigo - obrigada obrigada obrigada!

A minha oração é que a sua vida - e a minha - também se torne local de encontro para que as pessoas ao redor sintam-se amadas e encorajadas em sua caminhada junto ao Pai.

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=06yTLujINmk
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November 15, 2012

Não venci todas as vezes que lutei, mas perdi todas as vezes que deixei de lutar

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- Paulo Roberto Gaefke

Sem esforço nada vai acontecer.

Não adianta reza forte, nem macumba com 20 velas.
Se você não se decidir pelo primeiro passo, se você não sair desse quarto,
Nem os amigos nem os anjos poderão ajudar, se você não se ajudar.

Quer emagrecer?

Caminhe todos os dias.
Pare de dizer que não tem dinheiro para a academia.
A rua é livre, de graça e está lhe esperando, seja noite, seja dia.

Quer um novo emprego?

Estude algo novo.
Aprenda um pouco mais do seu ofício.
Faça a diferença.
E as empresas vão correr atrás de você.

Quer um novo amor?

Saia para lugares diferentes.
Assista a um bom filme.
Leia um bom livro.
Abra a cabeça, mude os pensamentos.
E o amor vai lhe encontrar no metrô, no ônibus, na calçada.
E em qualquer lugar, pois você será de se admirar, pessoa que encanta só de olhar...

Quer deixar de dever?

Pare de comprar.
Não faça dívida para pagar dívidas. Nunca. Jamais.
Faça poupança e peça para o povo esperar.
“Devo, não nego, pago quando puder.”
Assim, a cabeça fica livre e você vai trabalhar.
Em breve, não terá mais nada para pagar.

Quer esquecer uma mágoa?

Limpe o seu coração, esvazie-se...
Quem tem equilíbrio não guarda mágoas.
Só as pessoas com problemas emocionais é que se ressentem.
Ficam guardando uma dor, alimentando como se fosse de estimação.
Busque o equilíbrio emocional.
Doe-se. Ame mais e tudo passa.

Quer viver bem?

Ame-se!
Felicidade é gratuita, não custa nada.
É fazer tudo com alegria, nos mínimos detalhes.

Pergunte-se e se achar resposta que lhe satisfaça, comece tudo de novo:

- Pra que 2 celulares? 1 pra cada orelha?
- Pra que 3 computadores, se não tem uma empresa?
- 4 carros?
- 6 quartos se é você e mais 1 ou 2?
- 40 pares de sapato, se tem apenas 2 pés ?

A vida pede muito pouco e nós precisamos de menos ainda.

Acorde enquanto é tempo e comece a mudança, antes que o tempo venha e apite o final do seu jogo.

Seja feliz!

PS- Chérie, se você precisa de outro chacoalhão, espia a pérola publicada na FSP de hoje (A fé no progresso, por Contardo Calligaris): Essa ideia de progresso natural é falsa e perigosa. Na história, nada é garantido: tudo é sempre conquistado.

O que nos separa de outros mundos possíveis (e horríveis) não é a inelutabilidade do progresso, mas a obstinação de pequenos grandes gestos.
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November 14, 2012

Escravos modernos

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- pr. Ricardo Barbosa

O historiador Theodore Zeldin, em seu livro “Uma História Íntima da Humanidade”, vê a história como meio para interpretar as experiências pessoais e emocionais. Um de seus personagens é uma mulher frustrada com a vida e com sua incapacidade de mudar sua realidade. Ela se vê presa num sistema.

Zeldin mostra que a escravidão, no passado, foi sustentada por três razões principais.

A primeira foi o medo. As pessoas aceitavam os sofrimentos e humilhações impostos por reis e senhores porque tinham medo da morte e das consequências de uma liberdade sem segurança. Para ele “o medo sempre foi mais poderoso que o desejo de liberdade”.

A segunda razão é que os seres humanos tornaram-se escravos voluntariamente. A forma de se escapar da responsabilidade que a realidade impõe é sujeitar-se a algum tipo de dominação.

A terceira é que o escravo do passado é, surpreendentemente, o ancestral do executivo e burocrata de hoje. No passado, os homens livres, que eram parte de uma pequena elite, não trabalhavam, consideravam indigno trabalhar para os outros. Somente os escravos trabalhavam.

De certa forma, a escravidão continua. No passado, famintos vendiam seus corpos como escravos; hoje o corpo continua sendo oferecido como mercadoria para pagar aluguel e colocar comida na mesa. No passado, os escravos trabalhavam em troca de comida, roupa e moradia; hoje uma grande massa de operários trabalha e mal consegue pagar pela comida, roupa e moradia. Executivos trabalham doze horas por dia, às vezes sete dias por semana, para manter algum acionista milionário em seu iate no Mediterrâneo. É claro que recebem um bom salário pelo trabalho, mas no passado os escravos mais sofisticados também eram pagos. Segundo Zeldin, no passado muitos escravos se faziam eunucos e abriam mão de ter uma família para se dedicarem aos seus senhores. Hoje muitos profissionais não querem ter filhos e sacrificam suas famílias em nome da carreira.

A liberdade não consiste num conjunto de leis que garantem algum direito, nem na ilusão de que ser livre é fazer o que deseja. Mesmo sabendo que tenho o direito de ir e vir, pesa sobre mim a escolha do lugar para onde quero ir e quando devo voltar. Mesmo sendo livre para fazer o que desejar, pesarão sobre mim as consequências do meu desejo.

Não somos livres, pelo menos não no sentido que muitos apregoam. Os adultos trabalham - e trabalham para alguém, mesmo quando são donos do seu negócio. Qualquer escolha livre implica a renúncia de outras possibilidades. E isso limita a liberdade. Talvez a nossa única liberdade seja a de escolher a quem servir.

A condição de escravos traz sempre algum tipo de frustração. Numa cultura narcisista, o fracasso é inaceitável e a realidade, insuportável. No entanto, todos nós fracassamos, e a realidade, quase sempre, é dolorosa. As frustrações são fruto de nossas limitações - limitações que insistimos em não aceitar.

“Negar a morte, não visitar os cemitérios, não vestir luto, tudo isto parecia uma afirmação da vida, e de fato o foi em certa medida. Mas, paradoxalmente, acabou se transformando numa armadilha, mais uma das muitas que a sociedade moderna fabricou para que o homem não sinta as situações limite, aquelas em que nosso mundo desaba, as únicas capazes de nos despertar desta inércia que nos move” - observou o escritor argentino Ernesto Sábato (1911-2011).

A consciência de quem somos e quem Deus é nos ajuda a lidar com o dilema da escravidão e das frustrações. Reconhecer que somos pecadores e que vivemos num mundo marcado pela queda nos ajuda a aceitar os espinhos da vida e o lugar do suor para ter o pão de cada dia. Reconhecer Deus, em seu Filho Jesus Cristo, nos ajuda a perceber que somente um ser totalmente livre pode oferecer liberdade. Seguir a Cristo é colocar-se sob a autoridade do único que pode nos conduzir no caminho da liberdade. É por isso que Jesus afirma: “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”.

A escravidão moderna não pode ser simplesmente abolida. A solução estaria em se ter a coragem de escolher a quem servir. Jesus disse: “Não podeis servir a Deus e às riquezas”. É impossível agradar a ambos.

Somente as escolhas feitas por amor refletem a liberdade humana.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/338/escravos-modernos
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November 13, 2012

A cruz de Cristo e a espiritualidade cristã

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- pr. Ricardo Barbosa

Tenho, nos últimos anos, refletido sobre a espiritualidade cristã. Minha preocupação está voltada para a apatia espiritual, a falta de integridade e coerência entre nossas convicções e a vida, a distância entre a teologia e a oração, e o chamado de Cristo para amar a Deus com a mente e o coração. Embora este tema tenha tomado outros rumos e provocado outros interesses, nem sempre fundamentados na Bíblia ou na longa tradição cristã, ele segue sendo um grande desafio para os cristãos do século 21.

Para manter o foco numa espiritualidade cristã e bíblica, é preciso reconhecer a centralidade da cruz. A cruz de Cristo foi única no sentido de que representou uma escolha, um caminho que Jesus decidiu trilhar: o caminho da obediência ao Pai. A espiritualidade cristã requer obediência. Sabemos que no tempo de Jesus existiram muitas outras cruzes e muitos que foram crucificados nelas; alguns culpados, outros martirizados. No entanto, nenhuma delas pode ser comparada com a cruz de nosso Senhor em virtude daquilo que ela representou.

Podemos considerar que a cruz de Cristo começa a ser carregada no episódio da tentação. Ali, o diabo propõe um caminho para Jesus ser o Messias. Um caminho que representou uma forma tentadora de ser o Messias. Transformar pedras em pães, saltar do alto do templo e ser amparado por anjos, e receber a autoridade política e financeira sobre os reinos e as nações. Se Jesus aceitasse a oferta do diabo, rapidamente teria uma multidão de admiradores, de gente faminta encontrando pão nas ruas e estradas, encantada com seu poder sobre os anjos e os seres celestiais e com seu governo mundial estabelecendo as novas regras políticas e econômicas. Seria o caminho mais rápido para implantar seu reino entre os homens.

Porém, o caminho de Deus não era este. O reino que ele oferece precisa nascer primeiro dentro de cada um. As mudanças não acontecem de cima para baixo nem de fora para dentro. É um reino que vem como uma pequena semente e leva tempo para crescer. Não é imposto, é aceito. Não se estabelece pela força do poder, mas pelo coração e mente transformados. O rei deste reino não permanece assentado no seu trono, mas desce e se torna um servo.

A cruz de Jesus não significou apenas o sofrimento final do seu ministério público. Ela representou uma escolha que o acompanhou por toda a sua vida e que culminou em seu sofrimento e morte. Quando Jesus nos chama para segui-lo, ele afirma que, se não tomarmos nossa cruz, não será possível ser seu discípulo. A razão para isto é clara. Se o caminho dele é o caminho do servo obediente, o nosso não pode ser diferente. Por isto, precisamos tomar nossa cruz, e ela deve representar também nossa escolha, que é a mesma que ele fez - uma escolha pela renúncia e pela obediência ao Pai.

O apóstolo Paulo entende o chamado de Jesus para tomar a cruz e segui-lo quando afirma: “Eu estou crucificado para o mundo e o mundo está crucificado para mim”. O caminho do mundo ensina: “Ame seus amigos e seja indiferente com os outros”. O caminho de Jesus diz: “Ame os inimigos e ore por eles”. No caminho do mundo ser o maior e o melhor é o mais importante. No caminho de Jesus o melhor é ser o menor e o servo de todos.

Podemos achar que o caminho de Cristo é muito difícil, que amar os inimigos, orar pelos caluniadores, ser manso num mundo competitivo, humilde numa sociedade ambiciosa, não é só difícil - é impossível. Concordo, por isto o chamado é para tomar a cruz. A cruz significa renúncia, sofrimento e morte.

As opções estão diante de nós diariamente. Todos os dias somos levados ao monte da tentação. Todos os dias o diabo nos oferece suas ofertas e seu caminho, e Deus, pela sua palavra, nos revela seu caminho. Todos os dias temos de fazer nossas escolhas.

Tomar nossa cruz é aceitar o caminho de Cristo, e neste caminho experimentamos uma espiritualidade verdadeira.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/318/a-cruz-de-cristo-e-a-espiritualidade-crista
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November 12, 2012

Mais forte que a morte

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- pr. Ricardo Barbosa

O século 21 tem sido marcado por grandes tragédias. Algumas naturais, outras não. Tivemos os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, que causaram a morte de quase 3 mil pessoas, com desdobramentos que seguem semeando ódio e morte. No dia 26 de dezembro de 2004, um grande maremoto devastou a costa de vários países no Oceano Pacífico, causando a morte de quase 300 mil pessoas, deixando milhões desabrigadas. No dia 29 de agosto de 2005, o furacão Katrina atingiu três estados do sul dos Estados Unidos, no que foi considerada a maior tragédia natural da história do país, levando a vida de mais de mil pessoas e deixando milhares sem abrigo. Aqui no Brasil temos assistido à tragédia de milhares de famílias que perderam parentes e casas nas enchentes de 2009 e deste ano. No início deste ano, o Haiti, pais já devastado pela miséria, viveu sua maior tragédia quando um terremoto destruiu grande parte da nação, matando cerca de 200 mil pessoas e deixando milhões de desabrigados, num cenário com desdobramentos imprevisíveis.

A cada catástrofe a humanidade se volta às mesmas perguntas e discussões para as quais não existem respostas - pelo menos racionais. Uns apelam para a justiça divina como forma de castigar a humanidade pecadora. Outros buscam excluir Deus, fazendo dele um Criador sem criação. Existem ainda aqueles que responsabilizam a humanidade pelo descuido do meio ambiente e pela ambição irracional pelo poder, que agora colhe os resultados de sua insanidade. São tentativas frágeis, por vezes desumanas, que não respondem às grandes perguntas, nem expressam a graça de Deus.

Como olhar para tudo isto e permanecer crendo num Deus que ama? Como continuar crendo num Deus cheio de compaixão e misericórdia diante das catástrofes que roubam a vida de crianças, deixam outras órfãs, em que famílias inteiras perdem tudo o que construíram (parentes e bens) em sua já miserável passagem pela vida? No entanto, o problema continua, com seu terrível peso de morte, destruição e desolação, sem as respostas que todos buscam.

É preciso reverência e temor em nosso olhar para a dor e o sofrimento. Não podemos excluir Deus deles, porque onde há sofrimento Deus está presente, mesmo que silenciosamente. O mesmo mistério divino que nos dá vida, perdoa e salva, que sustenta com beleza e harmonia o universo por ele criado, é também o mistério presente na tragédia e na dor humana. Qualquer esforço para entender será sempre limitado. A resposta de Deus ao sofrimento humano não foi tentar explicá-lo, mas enviar seu Filho eterno, que se fez homem entre nós, mergulhou nos abismos da dor e do sofrimento, para nos mostrar, por meio da cruz e da ressurreição, o caminho da vida e da esperança eterna.

No meio dessas tragédias reconhecemos que não possuímos nada. Não temos controle sobre nada. O futuro não nos pertence. Tudo pode acabar num instante. Somente em Cristo podemos nos alimentar de uma esperança real e eterna. Nele, e somente nele, temos segurança real. Diante do sofrimento devemos nos calar e nos abrir para a solidariedade. Nossa mente finita e limitada não consegue compreender os mistérios do propósito divino; portanto, resta-nos chorar, lamentar e consolar os que sofrem.

Nas tragédias o ser humano tende a manifestar o que há de melhor ou de pior no coração. Manifesta solidariedade ou indiferença. Esperança e fé ou ceticismo e desesperança. Bondade e generosidade ou egoísmo e ambição. Temor e reverência a Deus e aos seus propósitos eternos ou revolta e incredulidade.

Minha oração é que, em meio a tantas tragédias, nosso coração continue crente. Que nossa fé seja fortalecida na esperança do Deus que reina. Que nossa resposta seja solidária, compassiva e generosa. Que nossas orações sejam um clamor para que a humanidade se volte para Cristo, em quem a vida, mesmo em meio às piores tragédias, encontra sentido.

Porque nele, por meio dele e para ele é que todas as coisas existem. “Ele faz a ferida e ele cura”.

Ao Senhor seja toda glória.  

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/323/mais-forte-que-a-morte

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?NR=1&v=lQfzZWHCPGc&feature=endscreen
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November 11, 2012

Gerar vida ; )!

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A cada dia me convenço de que as nossas maiores dores e feridas são a melhor matéria-prima para honrarmos e glorificarmos a Deus (II Co 12: 9).

Sim, porque Ele não desperdiça nada e o Seu poder é tão grande até para transformar todo mal em bem (Gn 50: 20).

Eu sei, na hora de ser testado pelo fogo, dói, machuca e a gente não entende.

É preciso abrir mão da razão para, como Jó, crescer em intimidade com o Pai ao invés de buscar respostas que talvez nem recebamos.

Mais do que saber, o importante é viver.

E quando a gente se dá conta disto, a única resposta é deixar o próprio coração se tornar um local de encontro e acolhimento, e assim nossa vida se tornar fecunda.

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=tV_lNA6ju2s
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November 10, 2012

Beloved ; )!

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Uma das coisas mais poderosas da vida é o Amor.

Quando a gente ama - e é amado - sente confiança, liberdade e força para enfrentar os perrengues.

O mais lindo no amor de Deus é que a gente não precisa fazer nada para conquistá-Lo (aliás, tudo o que a gente fizer vai ser trapo imundo comparado ao que Ele tem a oferecer).

A única coisa que podemos fazer é receber, aceitar.

A certeza de ser amado nos livra da insegurança, da ansiedade e do desempenho.

E assim, podemos seguir em frente, com dignidade e sem medo de nada.

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=RkLltowCX20
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November 09, 2012

Pedalar é preciso, viver também

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Há aspectos da vida que são como andar de bicicleta.

Primeiro porque só se aprende tentando. Por mais que sejamos preparados para algumas situações, apenas quando as estamos vivendo é que descobrimos o que fazer e percebemos que assim como no caso das leis da física, responsáveis por manter em movimento a bicicleta, também há leis que regem cada situação de nossa vida e essas leis estão dentro de nós.

Algumas pessoas têm contato com os livros, outras não, algumas aprendem na escola os cálculos que elegantemente provam sua existência, outras não, mas tais leis estão dentro de todos, apenas esperando que sejam testadas na prática.

Ninguém está pronto para andar de bicicleta, não importa o quanto domine a teoria, até que suba nela e dê as primeiras pedaladas. Quem esperar resolver todas as suas questões para começar ou recomeçar, não vai fazer nunca.

A vida se compara a andar de bicicleta, também porque geralmente não vemos uma criança interessada, desistir quando toma os primeiros tombos. Por mais machucada que fique, ela mal vê a hora de subir novamente na magrela e seguir a aventura do equilíbrio.

A dor não a impede de continuar, porque assim que ela passa nós não temos mais a memória da dor, só do tombo, memória não sente a dor, é cicatriz, e por isso pode ser reprogramada. Temos a capacidade de extrair algo de bom de cada tombo, chegando a transformar o que doeu numa história engraçada.

Deveria ser assim em quase tudo de nossa vida, decepções e frustrações deveriam ser tratadas assim, doem na hora, mas não devem nos impedir de subir na vida e tentar novamente.

E quanto mais pedalamos, maior autonomia ganhamos. A prática associada ao tempo é implacável, tudo aquilo que fazemos com frequência se torna parte de nós mesmos.

Bem no início, muitos precisam das rodinhas de apoio para manter a bicicleta fixa no ângulo correto, mas logo ela são dispensadas. Chega uma hora que nos sentimos seguros para tirar as mãos do guidão e começamos a fazer as primeiras estripulias, isso porque não nos basta dominar as técnicas do equilíbrio e da velocidade, queremos mesmo é nos divertir.

O próximo passo é empinar a roda dianteira e alguns mais ousados passam a surfar, com um pé no guidão e outro no selim, descendo ladeiras íngremes. É assim, não se pode querer surfar na primeira vez, mas um dia nos sentiremos seguros para ir além dos limites.

Um problema é querer começar por onde se termina.

Outro, é acreditar mais na autonomia da prática que nas leis que regem a experiência, é a arrogância que precede a queda.

Por fim, não há idade para aprender a andar de bicicleta, é necessário apenas vontade. Toda pessoa que resolve começar, se faz criança novamente, rejuvenesce a alma, nasce de novo. Nada mais proveitoso pra vida que começar algo novo, mesmo depois de sentir-se velho.

O que nos mantém vivos não é o que já aprendemos na vida, mas o que queremos aprender hoje, amanhã cedo.

Todo ser humano que ousa aprender é digno de viver. Nada melhor que acordarmos um dia, talvez machucados pelas experiências já vividas, sentindo as dores do último tombo, mas vivermos uma epifania: “deixe-me ver, não sei andar de bicicleta, isso, vou aprender”.

Porque viver é a arte de não desistir de pedalar apesar dos tombos, é a arte de nunca considerar tarde demais para começar.

As leis estão dentro de nós, também essa teimosia deliciosa de acreditar que vale a pena, de novo, com a fome de criança que cai, chora, levanta e sai pedalando enquanto arranca as casquinhas do que se tornarão suas mais orgulhosas cicatrizes.

©2012 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/pedalar-e-preciso-viver-tambem/
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November 08, 2012

Quando a luz dos olhos meus e a luz dos olhos teus resolvem se encontrar

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“A minha alma está numa tristeza mortal, fiquem aqui comigo e vigiem”.
Mateus 26.38

Ninguém precisa fazer nada sozinho, nada mesmo. Nem mesmo o mais absoluto silêncio que a alma vez por outra exige, precisa ser experimentado sozinho. Silêncio requer solitude, não solidão. A diferença é a observação.

Fiquem comigo, pediu Jesus. O que seus amigos podiam fazer por Ele? Mudar sua situação? Falar-lhe algo que Ele não soubesse? Explicar o sofrimento? Não, Jesus conhecia a história de Jó e sabia que tentar consertar e explicar o sofrimento não são as melhores maneiras de ajudar quem sofre. Jesus queria companhia, observação, atenção. E queria mesmo! Ele é homem como nós, necessitado do mesmo que nós.

Deus nos criou com a divina capacidade de trocarmos olhares que comunicam, felizes os que falam e ouvem com os olhos. Na hora da dor eles são mais importantes que as palavras. Um olhar comunica que não estamos sozinhos, ainda que precisemos da solitude e do silêncio para enfrentar o dia mau. Um olhar comunica que o outro entende nossa dor, mesmo diante de sua impotência, porque comunica que não pode solucionar, mas que se pudesse faria.

Lamento profundamente quando sou tentado a dispensar as pessoas para enfrentar as minhas mais difíceis experiências. Lamento quando quero apenas me aproximar de alguém e oferecer meu olhar, mas sou rejeitado. Lamento que a frustração tenha o poder de gerar em nós a descrença no poder do olhar do outro e nos lance na ilusão de que precisamos nos bastar, não podemos depender de ninguém.

Dependemos sim uns dos outros e isso jamais vai mudar. O que deve mudar é a expectativa que temos do outro, não a de que ele seja o centro de nossa existência ou que seja a solução de tudo apenas por existir, mas que seja nosso amparo, nosso espelho, nosso olhar protetor, enquanto assumimos a tarefa de cuidarmos de nós mesmos.

No fim, quando eu encontrar Jesus novamente, é no seu olhar que toda minha existência fará sentido. E eu vivo como quem deseja esse olhar mais que tudo na vida, enquanto troco os meus com meus mais caros amigos.

©2012 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/quando-a-luz-dos-olhos-meus-e-a-luz-dos-olhos-teus-resolvem-se-encontrar/
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November 07, 2012

Só para saber que não está louca

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Ela ligou apenas para ouvir que não está louca, e do outro lado da linha encontrou a segurança de uma pessoa que conhece bem os caminhos da dor, tendo sido sovado pela vida, não tinha outra palavra senão dizer que não, ela não está louca.

Vive num ambiente religioso tacanho, onde o sofrimento é tratado como falta de fé ou algum pecado oculto. Deprimida que estava, precisou recorrer ao uso de medicação, receitada por um bom médico psiquiatra. Também se submeteu à terapia com um psicólogo.

Do outro lado, ele acompanhava o relato com atenção, como se estivesse sentando ao seu lado, e antes mesmo de confirmar que suas decisões de buscar ajuda eram corretas, não saía de sua cabeça o quão difícil é para muitas pessoas lidar com o sofrimento e com a depressão dos outros.

Por que?

O que será que as pessoas pensam? Por que a depressão não pode ser tratada com medicação, como uma doença real, física?

Por que o sofrimento assusta tanto?

Enquanto ouvia, seguiu pensando. Talvez o sofrimento de um de nós exponha nossa impotência e nós temos a tendência de repelir pessoas e situações que revelam a nossa vulnerabilidade. Talvez o sofrimento de um de nós denuncie a fraqueza intelectual de nossa propaganda de mundo ideal, para todos os que aderirem aos nossos projetos. Talvez, apenas ignorância e preconceito disfarçados de piedade.

Não, minha querida, você não está louca, está apenas sofrendo. Não, você não está em pecado. Não, não é sua falta de fé que lhe causou depressão. Não, Deus não lhe virou as costas. Disse o seguro e sensível amigo.

Ela sabia, precisava apenas ouvir outro ser humano acolhendo sua dor, sem forjar tentativas de diminui-la, sem julga-la, sem temê-la. Ele disse que ela podia ligar sempre que a confusão e a culpa se avizinhassem de sua dor porque, pior que a depressão, são os sorrisos plásticos de quem não consegue aceitar a dor como parte da existência e a disfunção química que precisa ser tratada de modo adequado.

Ligue, sempre que você precisar apenas passar com a sua dor.

©2012 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/so-pra-saber-que-nao-esta-louca/ .

November 06, 2012

Crer é também viver

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- pr. Ricardo Barbosa

Talvez a maior crise do cristianismo ocidental contemporâneo seja a crise da integridade, a incapacidade de integrar aquilo que cremos com a realidade e a forma como vivemos.

Parece que existe entre nós uma falsa premissa de que, se temos uma boa música, temos uma boa adoração; se temos uma boa doutrina, temos uma boa espiritualidade; se temos um bom programa eclesiástico, temos uma missão, e por aí vai. Porém, uma coisa não implica necessariamente a outra.

Essa presunção tem nos levado a criar uma brutal distância entre o que afirmamos crer e a integração de nossas crenças à realidade; conscientemente ou não, temos dado à mera aparência, uma forma de realidade. Muitos pensam que ser cristão é ter a doutrina certa, cantar as boas e animadas músicas nos cultos, de preferência com os olhos fechados e as mãos levantadas, e ter algum grau de compromisso e envolvimento com as atividades da igreja. Embora nada disso seja necessariamente errado, o chamado de Cristo é para que sejamos seus discípulos, seus seguidores, ou, como o apóstolo Paulo prefere, seus imitadores. E não é isso que acontece entre nós. Somos crentes, cremos nas doutrinas certas, cantamos nos cultos, participamos dos programas da igreja, mas não somos imitadores de Cristo.

É raro encontrar entre nós, verdadeiros discípulos de Cristo, que seguem seu caminho e são comprometidos em fazer outros seguidores de Cristo.

Se cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus, deveríamos deixar que ela, além de revelar as doutrinas certas, molde nossa cosmovisão, a forma como vemos e interpretamos a realidade. Mas não é isso que acontece. Não tem sido a Bíblia, mas a mídia e a cultura em geral que têm moldado nossa leitura da realidade.

Se cremos que Jesus é o Filho de Deus encarnado, nossa humanidade deveria refletir a verdadeira humanidade de Cristo, com sua compaixão, misericórdia, bondade e amor. Mas também, não é isso que vemos entre nós. Se somos verdadeiros adoradores, deveríamos, além de cantar inspirados no domingo, também viver para agradar a Cristo e em obediência a Ele durante toda a semana. Mas nem sempre é isso que acontece. Se cremos na ressurreição e na vida eterna, certamente seríamos menos materialistas e consumistas, menos apegados às coisas deste mundo, ansiando mais o reino de Deus do que o sucesso e a estabilidade neste mundo. Mas não é isso que vemos.

Existe uma forte discrepância entre o que afirmamos crer e a forma como vivemos; não há uma integridade entre o conteúdo e a forma, entre a fé e a realidade.

Precisamos voltar a considerar o chamado de Cristo para segui-lo. É claro que crer nas doutrinas certas é fundamental, mas, é igualmente fundamental, que elas sejam integradas à realidade de nossas vidas e igrejas. Certa vez, Jesus advertiu seus discípulos dizendo: "Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus". Minha impressão é que alguns conhecem as Escrituras, mas não conhecem o poder de Deus; e outros conhecem o poder de Deus, mas não conhecem as Escrituras. Conhecer as Escrituras e o poder de Deus é integrar as verdades bíblicas e a vida, de forma que o testemunho de Cristo seja poderosamente afirmado nos atos de misericórdia, compaixão, serviço e proclamação.

Precisamos buscar uma espiritualidade que encontre nos evangelhos, na pessoa de Cristo e na presença do reino de Deus sua forma e seu conteúdo.

convite corajoso e sincero de Paulo — "Sede meus imitadores como eu sou de Cristo" — é um testemunho poderoso de uma vida e ministério integrados com a vida e o ministério de Cristo. Para Paulo, precisamos da sã doutrina para nos tornar sábios para a salvação, e não para, simplesmente, ter o discurso correto.

Nosso chamado é para sermos seguidores, imitadores de Cristo, e não apenas ter convicções corretas sobre Ele. O descrédito, que o cristianismo vem sofrendo nos últimos anos, tem a ver com a falta de integridade no meio cristão, com a necessidade de uma espiritualidade evangélica, encarnada, vivida no poder do Espírito Santo, que revele, nas palavras e nos atos, o testemunho de Cristo.

Fonte: http://pastorjosericardo.blogspot.com.br/2011/08/crer-e-tambem-viver.html
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November 04, 2012

O potencial criativo do sofrimento

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- Paul Tournier

Algumas pessoas constantemente se preocupam se terão coragem de enfrentar determinadas situações quando envelhecerem: uma doença devastadora, incertezas ou a morte do cônjuge. Procuro sempre orientá-las que, enquanto a provação não está lá, a coragem também não estará.

Diversas vezes fiquei maravilhado com os recursos de coragem que pessoas ansiosas e preocupadas demonstram quando têm que enfrentar a provação real e não o fantasma da provação que habita seu imaginário. Ainda digo mais. Existe uma alegria extraordinária que irradia de muitos que sofrem sérias enfermidades, o que contrasta de forma surpreendente com a morosidade de tantas pessoas saudáveis que encontramos no ônibus.

Qual é a explicação? Penso que isso ocorre devido ao fato de que suas vidas demandam coragem permanente, um constante expandir da coragem, e como a coragem pertence à economia espiritual, quanto mais a gastamos, mais a temos.

É como uma corrente que os atravessa e produz alegria, a alegria da vitória sobre seu destino. Esta alegria da vitória é algo que encontramos em todos aqueles que completam grandes tarefas, como quem escala até o topo de uma montanha, como os campeões nos esportes com lágrimas de exaustão no pódio. Além disso, para uma pessoa seriamente comprometida e privada de algo, não é a vitória de um dia e sim a vitória de todo dia. De onde vem o prazer em viver? O prazer tem origem nos desafios mais do que nas conquistas em si.

A 1a. vez que falei sobre o tema da privação foi em um encontro voltado para mães solteiras. A audiência consistia de mulheres viúvas, divorciadas, solteiras ou abandonadas por seus maridos, todas responsáveis pela criação de seus filhos sem a presença dos pais. O que eu queria dizer a elas sobre órfãos poderia ser um encorajamento para a vida de cada uma.

Mas não precisavam de encorajamento. Fiquei espantado com a alegria que reinava entre elas. Refleti que elas também precisavam ampliar a coragem em cada dia de suas vidas, dias difíceis, e o segredo da sua alegria impressionante era a corrente de energia espiritual que as atravessava. Mas também havia o fenômeno da comunicação desta coragem, passada de uma para outra, cada percepção da coragem na vida da outra e a contribuição da própria coragem para a vida das demais. Era como uma multiplicação de reflexos em uma sala de espelhos.

A pessoa mais encorajada fui eu. Saí daquele encontro cheio de alegria. Quando a organizadora do evento entregou flores para meu jardim eu senti que ela merecia mais do que eu. Era claro que nada nos inunda de coragem mais do que um homem, mulher ou criança que demonstra coragem exemplar na adversidade. É bem mais efetivo que uma exortação.

Parece-me que o mais importante a enfatizar é esta contagiante qualidade de coragem. Vejo tantas pessoas boas que genuinamente tentam resistir a todos os tipos de tentação através da fé em seus ideais, mas que se sentem frágeis perante o contagiante medo do mal, da violência, da injustiça e das mentiras que atacam o mundo. O que podem fazer a respeito disto? Sua obediência diária é valiosa, mas não parece mais do que uma gota perdida em um oceano em meio à tempestade. A bondade contagiante não é tão óbvia. No entanto, uma coisa que não pode ser negligenciada é o efeito contagiante de uma obediência excepcionalmente corajosa.

Na realidade, não penso que devemos exortar pessoas para que sejam corajosas. Para ser frutífera, a coragem deve vir espontaneamente, em resposta a um chamado interior.

Consigo enumerar diversas mulheres que tiveram a coragem de desistir da idéia do divórcio em circunstâncias em que o divórcio seria até justificável. Eu não teria o papel de encorajá-las porque eram elas e não eu, que enfrentavam o sofrimento imposto por sua decisão. Jesus nos exorta quanto a colocar sobre os outros, fardos que nós mesmos não carregaríamos (Lucas 11.46).

Sempre observei que, quando é Deus quem nos chama para tomar este tipo de decisão, Ele também nos fortalece para suportar as conseqüências.

Copyright © 2011 por Christianity Today International

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/interna.php?subcanal=43&id_conteudo=796
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November 03, 2012

Sabendo para onde olhar

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Os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz. Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas trevas são!
Mt : 22 e 23

Ser feliz não significa fechar os olhos para as coisas feias, mas enxergar as coisas boas e as nem tão boas, e saber escolher para onde olhar.

No meio da tempestade na qual você se encontra, talvez seus olhos estejam tão atentos no tamanho das ondas que você nem tenha se dado conta que, dentro do barquinho, o Rei do Universo está com você.

PS- Quer ouvir a trilha do dia? Vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=hMXpHhr_NkA
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November 02, 2012

Morrer pra mim mesmo

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Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=uv3NztBLH18
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November 01, 2012

Apenas hóspede

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Há um tempo certo para cada coisa da vida.
Eclesiastes 3

Um instinto natural é evitar a dor, negando ou sublimando o que sentimos. Outro é domesticá-la até transformá-la num mecanismo psicológico adoecido de compensação e vitimização.

A dor, porém, deve ser tratada como um corpo estranho que nos invade, incomoda, mas que geralmente tem um caminho próprio para sair.

Fazemos isso quando aceitamos sua presença manifesta em forma de medo, ansiedade, saudade ou tristeza. Assumimos que estamos sentindo e que é natural, pelo menos pra nós mesmos, bom quando temos testemunhas.

Depois deixamos ir embora, e ela sempre vai se permitirmos.

Ela precisa realizar seu ciclo em nós, mas ainda assim será um corpo estranho, como uma cicatriz, uma batida na unha que, com o passar do tempo muda de lugar por causa de nosso crescimento, até sumir ou ser apenas encontrado com o esforço de quem quer contar o trauma que um dia houve ali, não sei bem onde, mas houve.

A dor deve ser tratada como visitante, hóspede sim, não há como negar, mas que vai embora uma hora, pois não é da casa.

©2012 Alexandre Robles

Fonte: http://www.alexandrerobles.com.br/dor-e-hospede/

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=jhpt7hA7TjM
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