October 31, 2014

União, confiança e sucesso

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Há seis coisas que o Senhor odeia, sete coisas que ele detesta... aquele que provoca discórdia entre irmãos."

Provérbios 6:16,19b

- Vinicios Torres

Certa vez, quando trabalhava em uma grande empreiteira e gerenciava a área de informática de uma das diretorias, participei de uma equipe relativamente grande. A diretoria tinha várias áreas e eu ajudava todas elas prestando-lhes o suporte necessário para que fizessem bem o seu trabalho através dos recursos computacionais.

Quando a equipe foi contratada muitos bons profissionais do mercado foram atraídos visto que o desafio da nova área era grande.

Apesar de haver espaço para todos se destacarem e fazerem um excelente trabalho de equipe, certo dia uma moça foi até a nossa área e enquanto recolhia um enorme relatório na impressora começou a falar para mim: 

- Sabe, eu não devia fazer isso, mas como você é meu amigo vou te contar.

Ela havia sido contratada depois de mim e nunca havíamos nos visto anteriormente, o que, obviamente, fez uma luz vermelha se acender na minha cabeça.

Ela continuou:

- Eu passei na sala do engenheiro Fulano e ouvi uma conversa dele com o engenheiro Sicrano. Eles estavam falando de você. Nossa, você não imagina como eles estavam reclamando do seu serviço. Se eu fosse você tomava cuidado com eles.

Então ela terminou de arrumar o relatório e saiu da sala.

O que ela não sabia é que eu já conhecia bem os respectivos engenheiros e tinha liberdade de conversar francamente com eles. Logo que ela saiu da sala, eu me levantei e fui conversar com o engenheiro Fulano e perguntei se havia algo do meu trabalho que o estava prejudicando e que precisava ser melhorado. Ele disse que estava tudo bem e que estava estranhando a pergunta.

Eu lhe respondi que um “passarinho verde” havia me contado que tinha ouvido ele reclamar de mim para outra pessoa. Ele deu risada e falou que aquele “passarinho” já havia passado por lá e feito um comentário parecido para ele.

Daquele dia em diante eu tomei o máximo de cuidado com o que falava ou fazia na presença daquela pessoa e contribuía com ela com o estritamente necessário para que o desempenho da equipe não fosse prejudicado. Algumas semanas adiante ela se demitiu alegando que não “havia clima de coleguismo” na empresa.

Infelizmente, isso é um defeito de caráter muito comum de ser encontrado por aí. Pessoas que parecem não entender que os outros componentes da equipe se comunicam e que aquilo que elas disserem, com certeza, será passado adiante. Principalmente em um grupo no qual o líder valorize a comunicação transparente e a construção de um resultado onde a equipe seja vencedora e não apenas o indivíduo.

Jogar as pessoas umas contra as outras é uma forma de minar os relacionamentos e a confiança entre os membros da equipe. Ao conseguir isso, a pessoa acha que consegue tornar os outros mais fracos que ela e assim prejudicar-lhes o desempenho, abrindo caminho para o seu próprio destaque. O problema desse tipo de raciocínio é que esta pessoa pode até conseguir, a curto prazo, alguma atenção para si, mas, no futuro, quando ela precisar de uma equipe para dar respaldo aos seus novos desafios, ela não encontrará ninguém em quem possa confiar realmente. Pois, afinal, ela mesma destruiu esta confiança com os seus procedimentos.

Os líderes devem estar atentos para ver se este tipo de atitude está sendo adotada por alguém da sua equipe. Se for o caso, deve chamar o indivíduo para uma conversa e tentar fazê-lo ver que este procedimento só trará prejuízo para ele e afetará o relacionamento e resultado da equipe como um todo. Se o indivíduo entender e mudar, ótimo; se não, então será necessário afastá-lo da equipe para o bem do resultado desejado pelo esforço da equipe.

Mas e se for o líder que usar deste péssimo subterfúgio para tentar controlar os seus liderados?

Bem, eu vejo duas possibilidades.

Ou isso evidencia que o líder ainda tem sérios problemas de auto-imagem que o faz se sentir ameaçado pelos componentes da equipe; ou ele tem sérios problemas com o projeto e está tentando transferir a culpa/responsabilidade.

O líder que usa deste expediente dá um tiro no próprio pé, como diz o ditado popular. A primeira coisa que ele perde é a confiança daquele que o ouve. Afinal, esta pessoa vai pensar: “Se ele está falando assim de fulano para mim, o que ele não estará falando de mim para outros?” A falta de confiança traz com ela a falta de comprometimento.

Para a construção de uma equipe coesa e sadia é necessário que o líder seja confiável e a maneira como ele se comunica com a sua equipe e como ele gerencia a comunicação entre seus liderados é essencial para a construção dessa confiabilidade.

Senhor, dá-me discernimento para compreender as intenções daquilo que ouço, de maneira que eu consiga tornar a comunicação da minha equipe a mais saudável possível."

Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2014/10/30/liderando-com-o-coracao-nao-jogue-a-sua-equipe-contra-si-mesmo/

October 29, 2014

Aprendendo a orar

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"Um dia Jesus estava orando num certo lugar. Quando acabou de orar, um dos seus discípulos pediu: — Senhor, nos ensine a orar, como João ensinou os discípulos dele.” (Lucas 11:1)
 
- Luis Antonio Luize
 
Quando criança, minha família era muito católica, como é a família da maioria dos imigrantes italianos. É praticamente uma tradição, não necessariamente o conhecimento de Cristo. Desta forma também era eu.

Eu estava com muita sede de conhecer a Deus verdadeiramente, mas as rezas que tinha aprendido não me ajudavam a ter contato com Ele, achava tudo tão mecânico, repetitivo e sem vida. Eu tinha algo dentro de mim que pedia por mais. No meu coração entendia Deus como uma pessoa com a qual eu poderia me relacionar e não estava conseguindo me expressar e tampouco ouvir o outro lado.

Eu orava toda noite antes de dormir agradecendo pelo dia e pedindo para guardar a noite de descanso.

Certo dia, por volta dos meus 12 anos, chamei a minha mãe e lhe disse: 


— Mãe, eu queria falar com Deus, contar algumas coisas para Ele e não sei como fazer.
— Meu filho - disse ela. Faça sua primeira reza, dai fale para Deus o que você quer e depois faça a outra reza que costuma fazer.
— Mas Ele vai me escutar? Perguntei.
— Deus escuta tudo que falamos e vê tudo que fazemos - ela me disse.

Aquela orientação me tocou profundamente, pois tinha acabado de entender uma verdade espiritual e se abriu no meu entendimento algo muito sublime.

Agradeci a ela e imediatamente comecei a rezar, aguardando para entrar na parte tão esperada, falar o que estava no meu coração, o que sempre me enchia de alegria quando fazia.

A partir daquele dia eu ansiava por orar, me relacionar com Deus. Passei a lhe contar tudo sobre minha vida e pedir que me orientasse sobre como proceder.

Por outro lado, a linha de agir do meu pai era mais rígida, pois cria que deveríamos fazer sacrifícios para alcançar a Graça de Deus. 


Um dia, minha mãe foi a um encontro da igreja e nós ficamos com ele, que para interceder a Deus por ela pediu que déssemos as mãos estendidas em cruz como sacrifício em oração, e assim ficamos muitos minutos rezando. 

Aquilo me causou muita dor nos braços além de estranheza, pois não testificava em meu coração, mas atendi o meu pai e fiz como nos pediu.

Mas orando da forma como havia sido ensinado é que Ele começou a falar comigo. Uns dois anos depois enquanto orava eu ouvi a sua voz falar comigo de maneira forte, como uma pessoa fala com a outra. 


— Eu quero que você cuide da minha casa - Deus me disse.

Fiquei assustado ao ouvir a voz e principalmente com o pedido que me fez. Eu poderia atender seu pedido, mas no meu coração tinha o desejo de ter uma família, esposa e filhos e viver bem com eles, em harmonia e felicidade. 


Assim, o pedido me chocou, pois eu era católico e, nesta doutrina, eu entendia que deveria ser um padre, não poderia me casar e deveria sacrificar meus desejos pela igreja.

 — Eu posso - disse àquela voz. Mas eu quero ter uma esposa e filhos.

Nosso pequeno diálogo terminou assim. Depois de muitos anos conheci a Telma e fui a uma igreja evangélica com ela. Eu era católico não praticante naquela época, estava bem morno, para não dizer outras coisas.

Ao entrar naquela igreja, com o culto já iniciado, levantou-se uma profeta de Deus e disse apontando para mim: 


— Eis que entrou aqui o ungido do Senhor!

Telma brinca dizendo que eu perguntei a ela, o que é ungido? O fato é que eu ainda tinha um longo caminho a percorrer para cumprir o propósito de Deus na minha vida, que olhando para o desejo do meu coração me concedeu uma esposa maravilhosa, quatro filhos lindos e abençoados e, atualmente, cuido da sua casa (igreja) como Pastor.

Oro a Deus todos os dias por seu cuidado a cada um dos meus filhos e que possam glorificar a Deus com suas vidas, assim como seus filhos e os filhos dos seus filhos, até a milésima geração.

Este relato nos leva a entender que precisamos deixar de querer cumprir as promessas de Deus pelo nosso próprio esforço e sacrifício, deixando Ele nos conduzir pelo Seu caminho, que nos levará à vitória sem desgastes e machucados desnecessários.

“Pai amado, sou grato por ouvir as nossas orações. Desejo colocar na tua presença todos os meus sentimentos e desejos, para que o Senhor possa agir por mim em todas as áreas da minha vida e produzir o teu fruto, que é doce e alegra o coração. Quero ouvir tua voz me orientando sobre como proceder. Ao ouvir farei a tua vontade. Ajuda-me. Amém!"

Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2014/10/28/a-fe-comeca-em-casa-aprendendo-a-orar-como-convem/

October 26, 2014

Epifania

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Qual é o quid proprium da igreja de Jesus Cristo no mundo? Que função tem a igreja na sociedade? Qual é a dimensão indelegável da igreja na teia de forças que tecem a vida humana? A igreja ainda é relevante nesta sociedade moderna ou pós-moderna? Vale a pena ser igreja e trabalhar pela manutenção e expansão da igreja ou vivemos dias onde a vida religiosa está ultrapassada e obsoleta? A espiritualidade é apenas uma outra forma de falarmos em autoajuda ou, de fato, há algo na experiência espiritual que a torna imprescindível à saúde pessoal e coletiva?

As respostas que encontro para estas perguntas podem ser resumidas na palavra "sagrado": a igreja é o ambiente facilitador, a comunidade guardiã e a protagonista na manifestação e experiência do sagrado na sociedade. Rudolf Otto diz que a experiência do sagrado é o sentimento de mistério terrível e fascinante: misterium tremendum fascinans. Mistério porque trata daquilo que extrapola a razão humana e sua capacidade de apreensão por si mesma; mistério é aquilo a que se tem acesso mediante revelação; trata do sobrenatural, do metafísico. Tremendo, ou terrível, porque produz pavor, assombro, êxtase, arrebatamento e alumbramento. E fascinante porque cativa e seduz.

A teologia diz que a experiência do sagrado acontece mediante a manifestação do divino, a aparição surpreendente de Deus, quando somos surpreendidos diante de algo, ou alguém, que nossa razão não dá conta. Esta manifestação, aparição, revelação do divino é chamada de epifania. Por exemplo, quando Jacó exclamou "Deus estava aqui e eu não sabia" ou o profeta Isaías disse "Ai de mim, pois meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos". Da mesma maneira, quando o apóstolo Pedro caiu aos pés de Jesus gritando "Afasta-te de mim, pois sou pecador" ou Saulo de Tarso tombou a caminho de Damasco, cegado pela luz e pela voz do Cristo ressurreto.

Conta-se que, muitos anos antes de sua morte, o rabino Abraham Joshua Heschel sofreu um ataque do coração quase fatal. Seu melhor amigo estava ao lado de seu leito. Heschel estava tão fraco que só conseguiu sussurrar: "Sam, sou grato pela minha vida, por todos os momentos que vivi. Estou pronto pra partir". Fez uma longa pausa e concluiu "Nunca na minha vida pedi a Deus sucesso, sabedoria, poder ou fama. Pedi a Deus assombro. E Ele me concedeu".

Vivemos em um mundo que perdeu não apenas o contato com o sagrado e a sensibilidade para percebê-lo, mas também, e tristemente, a capacidade de desejá-lo. A igreja é ainda a última fronteira. A igreja é o dedo que aponta a realidade do sagrado. A igreja é a síntese das epifanias. A igreja é a comunidade dos assombrados. A igreja é a reunião dos que caíram de joelhos diante de Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus. Bendito seja, antes e agora e para todo o sempre. Amém. 


© 2006 Ed René Kivitz
Fonte: http://www.ibab.com.br/ed060514.html

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=GUw3fJ0XGGY
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October 24, 2014

Gostar ultrapassa qualquer entendimento

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Estamos mais intolerantes com o lirismo. Queremos logo o resumo dos fatos, a polêmica das opiniões, a serventia de tudo. Mas a poesia não serve para nada – e por isso mesmo é imprescindível.

- Renato Essenfelder

Já estávamos havia dez minutos parados diante do quadro. Uma pintura abstrata de cores berrantes. Então minha filha falou: - Pai, eu não entendo nada. O quê? O que ele quer dizer. Eu não consigo entender o quadro. Mas você gosta? Gosto. É bonito. Isso basta, filha, eu respondi. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento. Como assim? Reformulei: gostar ultrapassa qualquer entendimento.

Uma pausa. Vamos ao café do museu. Ela aprendeu a beber cappuccino comigo e tenho certeza de que é uma contribuição à sua educação afetiva. Gostamos de um sopro de canela sobre a espuma alva. Conto que o nome cappuccino faz referência ao capuz de um frade. A espuma de leite forma um capuz sobre a bebida, e o hábito dos franciscanos é marrom como essa mistura. Cappuccino, entendeu? Ela diz entendi, com cara de enfado.

Mas você acha que é preciso entender a história do cappuccino para gostar dele? Você prefere beber ou prefere saber o cappuccino? Tenho a sua atenção. Repito: não se preocupe demasiado com entender. Gostar ultrapassa qualquer entendimento.

Outro dia, uma leitora elogiou os textos desta coluna. Amo suas crônicas, disse, porque são tão poéticas. Amo, mas tenho de confessar que metade do que escreve eu não entendo. Eu apenas sorri, sem jeito.

Se tivesse de escolher entre gostar ou decifrar racionalmente, entre me afetar e apreender racionalmente, eu escolheria toda a vida o coração. A razão é boa para os que querem ter razão, mas eu, violentado pelos excessos da vida, aturdido por suas misérias e belezas, não tive nem sequer a alternativa de entender racionalmente o mundo.

Eu deixei que fosse embora, mas pensei: ela entendia. Entender não é primazia da cabeça. O coração também entende (e o afeto descortina, e a paixão compreende). Eu entendo o mundo das duas maneiras, que se completam. Entendo uma nuvem como um aglomerado de partículas d’água. E também como o suspiro de um poeta.

A dificuldade de compreensão, portanto, eu não sei se é ferrugem do afeto ou da razão. Não entendo ainda tantos poemas de Eliott, tantos versos de Pound, tantos cânticos de Homero e Dante, tantos versos de Drummond, Bandeira. Manoel de Barros eu não entendo, mas choro feito menino, porque sua poesia me faz chorar.

Mas entendi a preocupação dela, como tenho entendido a preocupação de editores, jornalistas, professores, revisores, preparadores de texto. A obsessão com o fácil e rápido entendimento de tudo. Mas o que não se apreende pela razão, o que é apreendido pelo coração é de lento entendimento. Não me atraiu Faulkner aos 16. Aos 20 o reverenciei solenemente. Aos 25, enxaguou os meus olhos.

Estamos mais intolerantes e ignorantes hoje e parte disso se deve à indisposição para com os prazeres da vagareza – e da vagueza. Hoje, poético é pejorativo. Complexo é pecaminoso.

Meu destino é pecar. Perguntam-me o que quero dizer, porque tenho de querer dizer algo polêmico. Porém não quero dizer nada – ou melhor, o que quero dizer não tem nome.

Frustro-me uns dias, alegro-me em outros. Escrever assim, desse modo, é a coisa mais triste. O mal crônico sou eu. Mas ela me disse que gostava dos textos, embora não soubesse o que fazer com eles. Sem que soubesse por que, tornam suas segundas-feiras menos modorrentas. Eu achei bom. Gostar é bom.  

Gostar basta.

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/renato-essenfelder/2014/10/20/entendimento/ 
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October 22, 2014

A responsabilidade de ser pai

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“Que o Senhor os abençoe e os guarde.”

Números 6:24

- Luis Antonio Luize

Temos vivido uma grande crise em várias áreas, mas principalmente na família, que chamamos “Crise de Autoridade”.

Os conceitos modernos de educação têm procurado corrigir os problemas de criação que tivemos através da entrega de poder e autoridade dos pais aos filhos.

Explico. Muitos adultos que tiveram sérios problemas de criação na sua geração, entenderam que o melhor caminho para resolver isto seria ajudando e protegendo as crianças dando-lhes mais poder.

A partir de então os filhos não são somente ouvidos mas suas opiniões são respeitadas além do que se deve. Chegamos ao cúmulo de ter leis que impedem que os pais repreendam seus filhos quando necessário, e isto com a desculpa de que os pais estão maltratando seus filhos.

A Palavra de Deus nos pede que sejamos pessoas amorosas, não somente com nossos filhos, mas com todas as pessoas à nossa volta. Os filhos, por sua vez, devem respeitar e obedecer aos pais.

Problemas acontecem quando os pais têm situações não resolvidas do seu passado e transferem aos seus filhos, gerando discórdias e desentendimentos de várias formas.

Nós, como pais, devemos ir em busca do coração de nossos filhos e abençoá-los para que possam obter vitória nas suas vidas e, como filhos, devemos nos aproximar de nossos pais e com respeito ouvir suas opiniões sobre nossas decisões, obtendo sua bênção.

Quando Telma e eu estávamos para iniciar nosso namoro, ela foi em busca da bênção do seu pai. Naquela manhã quente de fevereiro de 1984 estavam caminhando em direção ao trabalho, pois ambos trabalhavam na mesma empresa.

— Pai – disse a Telma. Eu preciso falar uma coisa. Estou namorando aquele rapaz, filho do pastor, que o senhor conhece. Mas estes dias um outro rapaz me procurou e disse que quer namorar comigo. 
— E o que você lhe respondeu? Perguntou ele.
— Falei que estava namorando, que ele precisava esperar eu terminar com o outro e que iria namorar somente se o senhor deixar.
— E o que ele respondeu minha filha?
— Disse que ia esperar eu fazer isto.
— Eu te abençôo minha filha! Respondeu seu Tiago prontamente.
— Mas pai – disse a Telma – eu vou parar de namorar com um e começar com o outro em seguida.

Seu Tiago parou de caminhar, olhou para ela, colocou sua mão grande e pesada sobre sua cabeça e ali mesmo, no meio da rua orou abençoando a Telma.

Havia todo um contexto em relação ao nosso namoro, que posso escrever numa outra oportunidade, mas o importante aqui é que o namoro iniciou com a filha indo até o pai, diminuindo a distância e obtendo a bênção deste.

Muitas vezes são os pais que vão ao encontro de seus filhos, pois vêem que estão com dificuldades de se encontrarem.

Conheço um casal que teve o namoro abençoado pelos pais antes mesmo de se conhecerem. O caso foi assim: havia uma moça grávida de um rapaz que a desonrou e desrespeitou de maneira que ficou impossível manterem um relacionamento. Restou à moça cuidar de sua filha e trabalhar para poder dar sustento à ela, enquanto o rapaz se perdia pelo mundo.

Ela começou a trabalhar num escritório de contabilidade. O dono do escritório gostou do serviço da moça e via virtudes nela e seu esforço por sua filha. Ajudava ela como podia, e acabou por ajudá-la com um serviço extra para que pudesse ter um pouco mais para pagar todas as suas despesas. Ela trabalhava o dia todo no escritório e a noite pegava sua filha, ia para casa, fazia as lições com ela, o jantar, colocava para dormir e depois ia até duas três da manhã fazendo o serviço extra.

No dia do aniversário dela, o dono do escritório foi até sua casa dar-lhe um presente, uma blusa. Ao chegar na frente da casa encontrou o pai da moça e falou com ele.

— Boa tarde seu João, vim trazer um presente para sua filha, mas antes de entregar quero perguntar algo para o senhor.
— Boa tarde seu Antonio, pode dizer.
— Eu quero saber se o senhor abençoa o namoro do meu filho com a sua filha.
— O senhor está falando daquele seu filho que trabalha no escritório com o senhor? Ele é bem mais velho que minha filha.
— Não seu João, é um outro filho que eu tenho que o senhor não conhece.
— Ele é um bom moço? Perguntou seu João.
— Ainda não seu João, mas vai ser.

Aquele rapaz, um tipo empreendedor, estava trabalhando com um restaurante numa cidade turística distante dali, obtendo resultado em seu negócio, mas distante de Deus. O pai estava orando por ele e sabia que aquela moça tinha todas as qualidades necessárias para seu filho, mesmo que ela ainda não conhecesse a Cristo.

— Se o senhor está dizendo eu acredito e abençôo o namoro deles.

Assim, eles foram abençoados e algum tempo depois o rapaz sentiu o desejo de vender seus negócios naquela cidade e veio ajudar o pai no escritório, conheceu a moça e depois de várias situações vieram a namorar sem a influência dos pais, mas já com sua bênção. Conheceram Jesus, casaram-se, tiveram mais dois filhos e vivem em aliança e na Graça de Deus.

A oração dos pais pelos filhos possui um poder e autoridade que muitos desconhecem, mas que quando praticada, seus efeitos mudam vidas e gerações.

“Pai celestial, desejo me aproximar de meus pais e obter sua bênção sobre minha vida e minha família. Da mesma maneira, desejo ir em busca do coração de meus filhos e proclamar bênção e vitórias sobre cada um deles. Peço teu auxílio para que seja bem sucedido nisto. Amém!”

Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2014/10/21/a-fe-comeca-em-casa-quem-e-que-manda-aqui/

October 20, 2014

Mudanças

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METANÓIA: basta concordar

- pr. Ariovaldo Ramos

Satanás nos venceu no jardim, que era o nosso ambiente. Por isto agora Jesus vai ao deserto, para vencer o inimigo no ambiente dele. O deserto é o lugar árido da solidão, da desolação. Com Jesus, Deus inaugura um novo mundo, uma nova fase de relacionamento. Não é mais a lei e sim a graça: é o novo mundo!

"Convém que Ele cresça e que eu diminua". Qdo João diz isto, é como se ainda existissem 2 ministérios paralelos. Ele não compreende que falando, Jesus não podia falar. E enquanto João não parou, o novo mundo não pôde começar. João não entendeu que era a última voz e, como não soube fechar a porta (pq Jesus é a porta), Deus teve de levá-lo.

E nós? O que é que temos de parar para Deus começar? O que estou fazendo, pensando, sentindo, sonhando... que deixo Deus em tempo de espera?

Note a paciência de Jesus, Ele fica em tempo de espera (Deus é um ser que agüenta não ser amado).

João não percebeu que o novo mundo só começaria quando ele parasse. O novo mundo começa quando a gente toma consciência. E pela graça, a gente não precisa fazer nada, só concordar que precisa parar. O resto é com Deus, o controle passa a ser dEle.

Uma edição antiga da revista Mensagem da Cruz (editora Bethânia) conta a história de uma tribo africana que capturava macacos com uma cumbuca que tinha uma pedrinha dentro. O macaco era atraído pelo barulho (se ele soltasse a pedra, a armadilha não prenderia mais a sua mão, porque era assim que ele era capturado). Jesus veio para nos libertar da paixão mórbida pela pedrinha e nos fazer agentes do mundo novo.

Qual é o mundo novo em:

- nossos relacionamentos familiares;
- nosso trabalho;
- sociedade;
- agir/escolher (quais as escolhas que não são mais viáveis)?

João devia estar deprimido: o seu primo nem foi visitá-lo na prisão, por isto pediu que seus discípulos perguntassem se Ele era mesmo o Messias. E Jesus teve de fazer milagres para responder: - Sou eu mesmo, vc é que não é mais vc - vc deixou de ser vc mesmo! Por isto o Altíssimo resolveu intervir, não há nada que eu possa fazer.

Reflexão: - Senhor, o que é que tem de parar na minha vida?

A gente só precisa concordar que precisa parar.

Vamos pedir que Deus liberte-nos da paixão pela pedrinha e nos ajude a concordar com Ele. Para que o novo mundo comece dentro de nós.

Fonte: Mensagem ministrada na IBAB dia 27/11/05 às 10h.

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=-VuGzjpszHQ
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October 19, 2014

Lições que só Deus ensina

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“Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios” 
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Salmo 90:12

- Russell Shedd

A vida é uma escola. Ela nos ensina a ser espertos, calcular riscos, a investir para receber mais e especialmente a cuidar de nós mesmos. Mas não é exatamente isso que o Salmo 90.12 recomenda. Esta peça poética de Moisés concede preciosas lições a todos os que perceberam que somos mal orientados se não buscarmos instrução do Senhor. Uma vez que o profeta foi inspirado por Deus, estamos certos de que essa orientação não pode ser encontrada em nenhuma outra escola. Isaías prometeu (e Jesus repetiu) que Deus ensinaria aos que seriamente desejassem matricular-se em Sua escola (Is 54,13; Jo 6,45).

É uma oração que articula este pedido: Ensina-nos a contar nossos dias. 

O tempo não pára. Ele passa. Alguns se preocupam com o envelhecimento somente quando os anos já se passaram. Não ouviram a advertência do Pregador: Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias (...) (Ec 12.1). Os dias desperdiçados são justamente os que não trouxeram nenhuma lição sábia ao coração. Mesmo que a maioria dos homens despreze a instrução que vem do Criador, o fiel servo pede, insistentemente, que Deus o ensine o que tem importância eterna.

A educação secular valoriza informação e inteligência. Quem sabe mais pode resolver problemas mais eficientemente e, assim, tem vantagem. As escolas se interessam mais por matricular os melhores alunos. As universidades de elite despejam seus formandos nas profissões, nas indústrias, nos laboratórios e nos altos escalões do governo. Os benefícios financeiros são invejáveis. A sociedade reputa mais feliz quem desfruta mais privilégios neste mundo globalizado que promove e enriquece seus melhores jogadores. Valores secundários, tais como distribuição justa de renda, cuidado especial dos marginalizados e esquecidos têm menos importância. E nem se fala da busca do Reino de Deus em primeiro lugar.

Mas o lado negativo dessa corrida à busca do conhecimento e das vantagens materiais coroa seus corredores mais bem sucedidos, como já foi descrito por um dos seus mais famosos adeptos: Mark Twain, escritor americano. Ele utilizou seu extraordinário talento para escrever livros há mais de cem anos. Suas obras são conhecidas e apreciadas por milhões de crianças e de adultos. Declarou esse ateu em sua autobiografia: “O único presente não envenenado que a vida concedeu é a morte”.

No Salmo 90, Moisés pede que Deus nos ensine a (...) contar os nossos dias para alcançar um coração sábio. Consideremos alguns elementos chaves nessa oração: Primeiro, somente Deus conhece quantos dias restam da nossa vida. A certeza da morte é inegável. Igualmente certo é o fato de que ninguém sabe em que dia ela virá. Deus, nosso Professor Supremo, conhecedor de todas as coisas, marca a carga horária na escola da vida. Ele é quem assina o diploma ou reprova os alunos.

Segundo, os melhores alunos pedem a ajuda de Deus para evitar o desperdício do tempo. Dias não-contados referem-se a dias não-aproveitados, horas em que nada se fez ou não se aprendeu nada de valor. Nenhuma palavra de encorajamento emanou da boca e nenhuma influência sadia impediu alguém de ir em direção a Deus. 

O homem que quer aprender a sabedoria de Deus avalia tudo à luz da eternidade.

Terceiro, o objetivo das lições de Deus visa alcançar um coração sábio. Ele mostra o caminho e motiva seus servos a progredir nessa direção. Revelou sua infalível Palavra para ser luz e lâmpada para os pés dos que andam nos caminhos sinuosos deste mundo.

Quarto, indagaremos sobre o que quer dizer “coração sábio”. Estas palavras têm um paralelo na mensagem de Paulo: Não cessamos de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual. (Cl 1.9). Se Deus nos ensina clara e inconfundivelmente Sua vontade, não ficaremos mais presos à cegueira que baseia suas decisões no acaso de loteria. Infinitamente melhor é escolher sob a direção daquele que conhece o futuro tão plenamente como o passado (Rm 8.14). 

Sabedoria quer dizer inteligência que enxerga bem, além do horizonte desta vida curta e insegura. Escolher de acordo com a orientação bíblica permite ao servo ecoar as palavras do famoso missionário David Brainerd no limiar da morte. “Não teria vivido a minha vida diferentemente do que vivi por nada neste mundo”. Jim Elliot, inspirado pela sabedoria de Brainerd, foi morto por uma lança dos selvagens aucas no Equador, em 1956. Disse o mártir: “Não é tolo quem deixa o que não se pode reter para alcançar o que não se pode perder”.

Quem, além de Deus, pode ensinar a um filho de Adão essa realidade? Ninguém nasce sábio. Pecadores buscam prazer e sucesso com uma visão curta. Não olham além da morte física, enquanto o homem que quer aprender a sabedoria de Deus avalia tudo à luz da eternidade. Paulo disse que, se recebermos sabedoria e entendimento espiritual, devemos viver (...) de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado (Cl 1, 10). Uma definição de pecado destaca precisamente esse aspecto - desagradar a Deus agindo de maneira indigna do Pai que nos gerou pelo Seu Santo Espírito.

Moisés percebeu a importância de se alcançar sabedoria. Durante quarenta anos foi instruído em tudo o que havia de melhor da sabedoria humana. Matou o egípcio que maltratava um israelita. Foi uma decisão aparentemente inteligente, mas não sábia. Depois fugiu para Midiã onde teve tempo para as aulas de Deus. Por quarenta anos foi adquirindo sabedoria do alto que lhe serviu tão bem durante os últimos anos do governo do Povo Escolhido. Mesmo sendo Moisés um servo humilde, Deus o escolheu para conduzir Israel, tirando-o do Egito até a Terra Prometida e para escrever os primeiros cinco livros da Bíblia. Foi esse mesmo Moisés que escreveu o Salmo 90 e gravou esse pedido de ajuda para contar os seus dias de modo que alcançasse a sabedoria. 

Dias são desperdiçados porque não os contamos como preciosas pérolas que podem ser trocadas por sabedoria do alto. O Salmo 90.12 aponta na direção de verdadeiro sucesso. Pedir a instrução do Criador infinito em poder e sabedoria é o único meio de chegarmos ao fim da vida felizes e bem-sucedidos aos olhos de Deus. Para se viver bem, no mundo e no céu, sabedoria do alto (Tg 3.17) é tudo! 

Jonathan Edwards sabia que a sabedoria celestial valia mais que dinheiro ou fama. Ele e sua santa mulher tiveram setecentos e vinte e nove descendentes. Dessa família surgiram trezentos pregadores, sessenta e cinco professores universitários, treze reitores de universidades, sessenta autores de bons livros, dois deputados do congresso americano e um vice-presidente do país. 

Que explicação única haveria para um fenômeno como a família de Edwards, senão a busca de um coração sábio vindo de Deus e a valorização do tempo que o Senhor lhe concedeu? 

Fonte: http://www.monergismo.com/textos/meditacoes/licoes_deus_ensina_shedd.htm

October 16, 2014

A graça de Deus

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A expressão ocupa o imaginário religioso com muitos significados distintos.

Pode se referir aos benefícios de Deus, como em "receber uma graça", ou também a completa ausência de qualquer boa vontade de Deus, como em "desgraça": quem está longe da graça é alvo e também promotor do mal.

Traduz a idéia de algo que nada exige de quem recebe, como em "de graça", ou também a licença para viver de qualquer maneira, já que "onde abundou o pecado, superabundou a graça" (Romanos 5.20).

No sentido da relação com Deus, já que ninguém é salvo pelas obras, mas pela graça (Efésios 2.8,9), sugere que nada ("nenhuma obra") é necessário ser feito para garantir acesso ao céu.

Enfim, "graça" pode se tornar uma palavra mágica para quem espera tudo de Deus, sem assumir minimamente qualquer compromisso, desenvolver qualquer reciprocidade ou senso de obrigação piedosa.

Mas a Bíblia tem outra maneira de compreender a graça de Deus.

De fato, a graça implica o impulso de boa vontade de Deus baseado em seu próprio caráter e não em qualquer mérito de quem por Ele é abençoado.

Exatamente isso: a graça de Deus não é o oposto de sacrifício, mas de mérito. Isso significa que aquele que não está disposto ao sacrifício não deve estranhar ao se ver privado da graça de Deus (Hebreus 12.15).

A graça de Deus indica que nada que o ser humano possa fazer será suficiente para torná-lo merecedor do mínimo favor divino.

Mas não indica que o favor divino será recebido sem que o ser humano faça algum sacrifício. Como bem disse Martinho Lutero: "É certo que ninguém será salvo pelas obras, mas é igualmente certo que ninguém será salvo sem elas".

Coerente com o ensino dos apóstolos: aquele que pretende receber o favor de Deus mediante o mérito pessoal decaiu da graça, e Cristo de nada lhe aproveitará.

O favor de Deus é recebido mediante a fé.

Mas não qualquer tipo de fé, somente a fé que opera pelo amor, pois a fé sem obras é morta (Gálatas 5.1-6; Tiago 2.17).

A graça, e não o mérito humano, é o que explica o favor de Deus. Mas todo aquele que recebe o favor de Deus não fica impassível, em estado de mórbida letargia diante de tão grande expressão de amor.

Além de impulso bondoso, a graça é também o poder de Deus em ação sobre os que crêem.

Estar sob a graça é estar *sob a ação e a influência* de Deus.

Paulo apóstolo disse "pela graça de Deus sou o que sou, pois a graça de Deus para comigo não foi vã", e como conseqüência, trabalhou mais do que todos os apóstolos, pois também disse: "todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo" (1Coríntios 15.10).

Por esta razão orientou Timóteo, seu filho na fé: "busque forças na graça que está em Cristo Jesus" (2Timóteo 2.1), pois junto ao trono da graça achamos graça para socorro em qualquer circunstância (Hebreus 4.16).

Porque somos alvos do favor gracioso de Deus e porque sua graça opera em nós, transbordamos em favor e influência abençoadora sobre todos ao nosso redor.

Na verdade, Deus manifesta graça - ação bondosa e influência poderosa - através de todos os que se colocam sob sua graça.

Os que se colocam sob a graça de Deus percebem que estar sob a graça é fruto da graça, e percebem também que transbordar graça é uma graça, principalmente num mundo marcado pela desgraça (2 Coríntios 8.1-5).

© 2006 Ed René Kivitz

Fonte: http://www.ibab.com.br/ed060806.html

October 15, 2014

Ir além

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Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.”

Atos 1:8

- Luis Antonio Luize

Pelos registros que dispomos esta foi a última orientação dada por Jesus antes de subir aos céus.

É interessante notar a progressão da atividade proposta por Jesus. Ele diz “ser-me-eis testemunhas tanto em … como em … e até”.

Aí está uma revelação poderosa do Senhor Jesus a nós.

Jerusalém (tanto em) representa o que está mais próximo e ligado ao judaísmo e àqueles novos cristãos sendo formados.

A Judeia e Samaria (como em) representava os povos judeus miscigenados, misturados pelos reis que haviam vencido Israel nas inúmeras batalhas, mas que não deixava de representar seu país como um todo, enquanto os confins da terra (e até) significando o mundo todo, qualquer pessoa, raça e credo.

Portanto, um cristão, deverá dar testemunho vivo de Cristo na sua família e igreja (tanto em), somente depois pode ser testemunho para seu estado e país (como em) e em seguida para as nações do mundo (e até).

Jesus está nos falando a respeito de integridade, pois pede para sermos a mesma pessoa em todos estes lugares para chegarmos a ir além.

Normalmente as pessoas vivem uma vida emocional pobre em suas casas, mas então se vestem de uma máscara e saem por ai mostrando-se superiores aos demais, falando de santidade mas sem vida com Deus.

Desejando ir além, mas com sua vida construída sobre pilares que não podem sustentar os desafios que se apresentam diariamente.

O crescimento pessoal é progressivo e dinâmico, não podemos obtê-lo instantaneamente e nem parar achando que já obtivemos tudo que precisamos.

É preciso construí-lo a cada momento e oportunidade que surgirem.

Também é assim na família.

Não temos como pular degraus no relacionamento familiar e acreditar que teremos vitória.

Nossa família precisa ser fundamentada na rocha que é Cristo e vivermos de acordo com a sua Palavra para o casamento.

Muitas vezes, quando nos pedem aconselhamento conjugal, numa breve análise da situação nos deparamos com cônjuges que desejam ter vitória na vida conjugal, mas que não estão dispostos a fazer o que a Palavra pede, tal como: fidelidade em aliança; viver em acordo e harmonia; ter comunhão com o cônjuge, com os filhos e com os demais familiares, e viver em novidade de vida, alegre pelo que Deus lhe concedeu.

Assemelha-se a uma pessoa ferida que apenas a cobre sem tratar.

Isto me lembra da situação que minha mãe conta de um acidente que eles tiveram. Devia ser aproximadamente o ano de 1958. Meu pai e minha mãe estavam casados há alguns anos e minha irmã mais velha estava com uns 2 aninhos.

Papai tinha uma charanga, na época um carrão, e saiu com a família, muito alegre. Entretanto, um outro veículo se chocou com eles causando um acidente. Os carros daquela época eram muito fortes mas pouco seguros para os passageiros.

O vidro se quebrou e provocou muitos cortes. Minha irmã perdeu a ponta de um dos dedos da mão, algo que a incomodava, pois não conseguia alcançar as notas necessárias no piano com aquele dedo.

Mas meu pai ficou muito machucado na sua mão direita. Todos os tendões da parte de cima da mão foram cortados pelos cacos de vidro e seus dedos ficaram caídos.

Ao chegar ao hospital o médico queria limpar o machucado e engessar sua mão.

Minha mãe apesar de abalada emocionalmente, não estava machucada, e discutiu com a enfermeira e exigiu que o médico fizesse a sutura dos tendões e somente depois de curada desta ferida que colocasse o gesso.

Resultado, a mão do meu pai foi restaurada e ele brincava que tinha mais força nesta mão porque os tendões haviam sido encurtados.

Com esta mão ele pôde trazer o sustento para nossa casa, pois trabalhou em cartório durante muitas décadas e digitava todos os dias com aquela mão, fruto da luta vitoriosa pela restauração.

Muita gente escuta o conselho de pessoas que acreditam que podem ajudá-las mas cujo fim será a morte.

Mas aqueles que desejam ter vitória lutam por aquilo que é de valor em suas vidas e passam a ser testemunhas vivas do agir e do mover de Deus na família (tanto em), na igreja, no trabalho (assim como) e em todos os lugares aonde vai o respeitam (e até).

“Pai celestial, que eu possa ser uma testemunha viva do teu mover em minha vida e que a minha família seja restaurada. Faz de mim uma pessoa vitoriosa, para isto coloca em meu coração o desejo de lutar por mim, pelos meus e pela família. Amém!"

Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2014/10/15/a-fe-comeca-em-casa-ir-alem/

October 13, 2014

Responsabilidade da herança

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"E, se vocês são de Cristo, são descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa."
 Gálatas 3:29
- Mário Fernandez 

Eu ouvi uma palavra muito motivadora sobre ser herdeiro das bênçãos de Abraão e confesso que, de fato, me fez muito bem. Mas esta mente pensadora que o Senhor me concedeu me levou ao outro lado da moeda. Pense comigo: para ser herdeiro da fortuna, temos de herdar junto as responsabilidades da fortuna! 

Abraão recebeu promessa e Deus fez pacto/aliança com ele. Prometeu a ele um filho na velhice, nações herdeiras, terras, multidão como estrelas do céu e areia da praia, nome perpetuado... 

Mas medite comigo nas responsabilidades de ser o pai da fé.

Imagine ter de desenvolver uma fé que manteria seu nome e sua fama por mais de 4.000 anos. Imagine sair da sua casa, do arredor dos seus parentes para sei lá onde. Imagine acreditar que vai ter um filho depois dos 90 anos. Imagine ser circuncidado aos 99 anos de idade. Imagine peregrinar pelo deserto só por causa de uma ordem vinda do céu. 

Medite comigo na responsabilidade de ser um ascendente do Salvador, Rei dos Reis e Senhor dos Senhores - Jesus é descendente de Abraão. 

Se somos de Cristo, somos assim também descendentes de Abraão e portanto herdeiros dele segundo a promessa. 

Entender os direitos que temos no Reino de Deus é legal, é importante, é motivador, é tudo de bom. Mas não nos isenta de nossa responsabilidade como herdeiros. 

Gosto de comparar as coisas do Reino com coisas terrenas mais fáceis de compreender, como Jesus fez (ainda que minha habilidade não se compare com a Dele).

Pensemos na herança de Abraão não como uma conta bancária que basta ir ao banco e desfrutar. Pensemos como uma empresa lucrativa e próspera, muito rentável mas que, para continuar, precisa ser presidida. 

Ser herdeiro de uma fortuna é uma coisa, de um empreendimento ou negócio é outra. 

Nada disso vai mudar o conceito de Deus a nosso respeito, mas vai mudar o nosso conceito diante de nós mesmos e diante das pessoas que nos rodeiam. 

Quando pedi fé ao Senhor, Ele me levou ao vale do impossível e apenas me disse "agora se vira". Se ainda estou vivo, se ainda caminho por essa Terra de Jeová, é por que estou conseguindo me virar. 

Não tem sido dias fáceis em praticamente todas as áreas. Mas vencer a prova é fazer a minha parte para que a fé de Abraão se expresse em minha vida. 

A grande virada, meu querido leitor, que denota o quanto nossa vida está renovada no Senhor, é cumprir a responsabilidade mesmo não tendo clareza da grandiosidade da herança. 

A mim pouco importa o que o Senhor tem para mim - é mais do que mereço, certamente. 

Junte-se a mim no desafio de levar Deus a sério a tal ponto que tenhamos a missão de obedecê-lo acima do interesse de desfrutar do que Ele tem para mim.

"Senhor, quero cumprir meu papel e meu chamado na minha geração, independente do que o Senhor tenha para mim. A minha fé está a Teu serviço para Te glorificar. Fortalece-me para eu ser encontrado apropriado e digno para Te honrar."

Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2014/10/13/novidade-de-vida-responsabilidade-da-heranca/

October 08, 2014

Transmitindo bençãos

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“São coisas que ouvimos e aprendemos, coisas que os nossos antepassados nos contaram. Não as esconderemos dos nossos filhos, mas falaremos aos nossos descendentes a respeito do poder de Deus, o Senhor, dos seus feitos poderosos e das coisas maravilhosas que ele fez.”

Salmo 78:3,4

- Luis Antonio Luize

Somos formados no seio da família e produtos dela. A identidade de cada um nós é formada pelos aspectos físicos, espirituais e emocionais do contexto familiar. Inicialmente nos formamos no útero de nossas mães e, posteriormente, somos moldados pelo contexto familiar para sermos o que somos quando adultos.

Neste processo alteramos algumas coisas que percebemos em nossa criação que não nos agradam e outras ficam inalteradas.

A herança física é muito simples de compreender pois, normalmente, nossos filhos se parecem conosco.

Não é raro escutar alguém dizer:
— É a cara do pai!
— Tem o mesmo rostinho da mãe!
— A boca é tua e os olhos são meus! Dizem os casais românticos.

De qualquer forma, nosso aspecto físico, assim como nosso idioma, nossa nacionalidade e quem somos são heranças físicas recebidas de nossos pais.

Nossa capacidade moral e de estabelecer relacionamentos também é recebida no lar. Algumas famílias possuem muita facilidade em se relacionar com os familiares e com as pessoas ao derredor, enquanto outras possuem dificuldade.

O interessante é que raramente nasce no seio de uma família alguém muito diferente em relação ao comportamento praticado por ela. Quando isso acontece, pelo convívio, logo aprende a comportar-se como a sua família e torna-se mais ou menos comunicativo, conforme o caso.

É na família que desenvolvemos os primeiros contatos e recebemos a capacidade de iniciar e nutrir relacionamentos. Construímos esta capacidade sobre a confiança que por sua vez se apoia na integridade.

Quando temos dificuldade crônica de realização pessoal, frequentemente deve haver algum problema no relacionamento com os pais.

Vejamos o exemplo de Jacó. Ele foi preterido pelo pai e apoiado pela mãe. A mãe o orientou a mentir para seu pai e assim ele fez. Depois o orientou a fugir de seu irmão e ele novamente seguiu o conselho dela. Jacó passou muitos anos tentando descobrir qual era sua identidade e objetivo de vida, vagando por terras distantes de sua casa.

Somente quando foi em busca de restauração de seu relacionamento familiar é que recebeu a bênção e a cura para suas emoções e prosperou. Sua história mudou completamente a partir deste momento.

O terceiro ponto importante que recebemos no lar é a herança espiritual. Esta herança determina quem somos em Deus. Muitas famílias não possuem um histórico espiritual, ou o possuem de forma deturpada.

Quando nós falhamos em entregar esta herança aos nossos filhos poderemos gerar feridas em seus corações que podem levam a inferioridade ou superioridade, que são extremos de um mesmo problema.

Ao participar da Escola Bíblica Dominical, por exemplo, e levarmos nossos filhos, estamos transmitindo a eles o nosso legado pessoal e proporcionando a oportunidade para que possam experimentar a Cristo e segui-lo por conhecê-lo e não por ouvir falar.

Existe um ditado popular que diz: a primeira geração gera riqueza, a segunda geração usufrui e a terceira geração a destrói. Quando examinamos famílias cujos pais geraram grandes impérios econômicos, frequentemente descobrimos que seus filhos e/ou netos já destruíram o legado deixado.

Isto ocorre porque não foram capazes de deixar a eles a herança que mais importa. Esta herança não é financeira, mas sim comportamental e espiritual.

Os pais vieram de famílias sem recursos e aprenderam a poupar, os filhos foram criados com menos austeridade e os netos já nem sabiam o que era lhes faltar algo.

Ao reunir a família e contarmos nossas histórias, estamos proporcionando que eles passem a conhecer um pouco do que vivemos e assimilem parte do que vivenciamos, moldando seu caráter e comportamento.

Estar presente e participar dos acontecimentos familiares traz firmeza e define a identidade de nossos filhos.

Vejam o exemplo de Jesus. Quando ele foi batizado, Deus Pai e Deus Espírito Santo estavam presentes lá.

O Espírito Santo compareceu na forma de uma pomba branca que pousou sobre Ele, enquanto Deus Pai falou de forma audível que se agradava do ato do seu Filho, confirmando a paternidade, o ato de Jesus e que era filho legítimo.

Não por acaso, logo em seguida, Jesus é tentado pelo Diabo exatamente a respeito de sua identidade: “se és o filho de Deus”. Este tipo de questionamento não abalou Jesus, não nos abala e também não abalará nossos filhos aos quais transmitimos nossa herança.

“Pai celestial, gera em nós um coração grato pelo teu mover em favor de nossa família. Restaura nossa herança comportamental, física e espiritual. Que possamos transmitir aos nossos filhos e netos tudo de bom que temos recebido de Ti. Amém!”

Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2014/10/08/a-fe-comeca-em-casa-transmitindo-bencaos/

October 03, 2014

Convite à contrição e humildade

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Assim diz o Alto e Sublime, que vive para sempre, e cujo nome é santo: "Habito num lugar alto e santo, mas habito também com o contrito e humilde de espírito, para dar novo ânimo ao espírito do humilde e novo alento ao coração do contrito".

Pela boca do profeta Isaías (57.15) ouvimos o convite de Deus à contrição e humildade, duas atitudes pouco celebradas em nossa sociedade competitiva e cosmética, que vive de aparências de sucesso efêmero, alegrias artificiais e felicidades de fotografia.

A contrição é "sentimento pungente de arrependimento por pecados cometidos e pela ofensa a Deus, menos pelo receio do castigo do que pelo amor e gratidão à divindade" (Houaiss). Nunca estamos tão próximos de Deus quanto quando nos enxergamos debaixo de sua santidade onde recebemos uma pequena noção da distância entre sua perfeição e nossa finitude. Sob sua luz de brilho intenso e quase insuportável nenhum mortal permanece em pé, nenhum canto da vida humana fica na penumbra, nenhum mal fica camuflado. O ato consequente desta experiência é o cair de joelhos gritando "Ai de mim que sou pecador e meus olhos viram a glória do Deus Santo", seguido de uma súplica desesperada "Afasta-te de mim, pois sou pecador", para em seguida ouvirmos a voz doce e suave "Tu és meu filho amado, e em ti tenho prazer". Jamais ouviremos a voz do Abba enquanto não nos despojarmos de todo e qualquer senso de merecimento e virtude: somente o contrito desfruta o prazer de sentar-se à mesa com o Alto e Sublime.

A humildade, por sua vez, pode ser compreendida como a "virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações" (Houaiss). Não se trata de uma pseudo modéstia nem uma auto diminuição diante de quem quer que seja. Humilde não é aquele que se julga inferior aos outros. Talvez o oposto seja verdadeiro, humildade é a capacidade de não se julgar superior a ninguém. A contrição nos esvazia do senso de mérito, e a humildade nos esvazia da necessidade de comparações, pois quem se enxerga pela lente da santidade de Deus não pode tomar o outro como padrão: nem para se sentir menor, nem para se considerar maior


Sob a luz de Deus todos somos o que somos, e se somos alguma coisa, pela graça de Deus o somos. Somos sim, alguma coisa, mas é a graça de Deus que explica o que somos. A auto desvalorização é uma ofensa à graça que visita nossa contrição e nos confere a dignidade de filhos de Deus. Humilde é quem sabe de si, e sabe de si pela graça de Deus.

Não se ocupe em aparentar força, demonstrar virtude ou exercer controle. Ocupe-se em cair de joelhos em humildade e contrição


Sua recompensa está prometida: o Deus Alto e Sublime cujo nome é santo estará com você, trazendo alento e ânimo, soprando sobre você fôlego de vida que dissipa toda escuridão de morte, e refazendo sua anima, dando a você uma nova alma, não mais tenebrosa, mas iluminada pela glória do céu. 

© 2006 Ed René Kivitz 

Fonte: http://www.ibab.com.br/ed060205.html

October 02, 2014

Lutando com Deus

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Jacó lutou com Deus no Vale de Jaboque. Disse a Deus "não te deixarei ir até que me abençoes". Literalmente, saiu no tapa com Deus, e levou a pior: foi ferido no nervo da coxa e passou o resto da vida mancando. Mas foi abençoado, e nesse sentido se deu bem. Seu nome deixou de ser Jacó, que quer dizer "aquele que age traiçoeiramente", e passou a se chamar Israel, "aquele que luta com Deus".

A pergunta por trás dessa história é por que um homem tem de lutar com Deus para ser abençoado? Estaria Deus se recusando a abençoar? Teria Deus má vontade em fazer o bem? Seria o caso de Deus não ser tão generoso quanto queremos acreditar? Será que as bençãos de Deus nós as conquistamos às custas de muito esforço, através de vigílias de oração, correntes de fé, jejuns, sacrifícios com ofertas financeiras, penitências, e tantas outras expressões próprias das religiões? Seria a nossa parte "tomar posse" das bençãos e a parte de Deus dificultar ao máximo o acesso aos seus favores para que somente os muito perseverantes os alcancem? Precisamos mesmo reivindicar o que é nosso? Enfim, por que a Bíblia diz que Jacó lutou com Deus até ser abençoado por Ele?

A luta com Deus não se justifica pela necessidade de convencer Deus a abençoar. A luta com Deus não visa a mudar o coração de Deus em relação a nós e nossas necessidades e desejos. Lutamos com Deus porque queremos ser abençoados em nossos termos. Lutamos com Deus porque não queremos permitir que Ele transforme nossos corações e mentes. Lutamos com Deus porque nos recusamos a mudar. Lutamos com Deus porque queremos os favores de Deus e ao mesmo tempo queremos permanecer as mesmas pessoas que sempre fomos, agarradas aos mesmos vícios, padrões de pensamento, idéias fixas, comportamentos maléficos e sentimentos mesquinhos. Lutamos com Deus como quem diz "anda logo, responda a minha oração, atenda os meus anseios e não se meta na minha vida". Lutamos com Deus porque queremos impor sobre Ele nossa vontade, em vez de nos submetermos à Sua vontade, que é sempre boa, perfeita e agradável.

O evangelho não é um caminho de conquista de bençãos. O evangelho é um convite à intimidade com Deus, numa caminhada onde nossos corações e mentes vão sendo transformados de modo a nos ocuparmos tanto com o reino de Deus, a justiça de Deus e a glória de Deus, que nem nos damos conta que as coisas que desejamos Deus no-las concede como expressão de Seu cuidado paterno amoroso e fiel.

© 2006 Ed René Kivitz

Fonte: http://www.ibab.com.br/ed060226.html

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=svHhGAmGz5g
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October 01, 2014

Oceans (where my feet may fail)

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You call me out upon the waters
The great unknown where feet may fail
And there I find You in the mystery
In oceans deep
My faith will stand

I will call upon Your name
And keep my eyes above the waves
When oceans rise my soul will rest in your embrace
For I am Yours and You are mine

Your grace abounds in deepest waters
Your sovereign hand
Will be my guide
Where feet may fail and fear surrounds me
You've never failed and you won't start now

So I will call upon Your name
And keep my eyes above the waves
When oceans rise
My soul will rest in your embrace
For I am Yours and You are mine.

Spirit lead me where my trust is without borders
Let me walk upon the waters
Wherever You would call me
Take me deeper than my feet could ever wander
And my faith will be made stronger
In the presence of my Savior

I will call upon Your Name
Keep my eyes above the waves
My soul will rest in Your embrace
I am Yours and You are mine.

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: http://www.youtube.com/watch?v=eLqTZ07ja7g
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