May 31, 2016

A vida é mais que pão

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- Ricardo Barbosa

A tentação de Cristo não pode ser compreendida fora do seu batismo no rio Jordão. O que Jesus ouviu no Jordão está diretamente relacionado com o que ele ouviu no deserto. O Espírito que o conduz ao deserto para ser testado e o diabo que o tenta, atuam, de forma completamente opostas, dentro de um mesmo cenário. 

No batismo Jesus tem a sua identidade afirmada: “Este é o meu filho amado”, e tem também sua vocação afirmada: “Em quem me comprazo.” 

Na tentação, sua identidade e vocação são questionadas: “Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães.” 

Toda tentação levanta suspeitas sobre a natureza divina: Deus é bom? É confiável? Sou mesmo seu filho(a)? Ele cuida de mim? 

Em três situações distintas, na Bíblia, encontramos a mesma estratégia do inimigo. Deus disse que nossos primeiros pais poderiam comer livremente de todo fruto do jardim, menos o da árvore do conhecimento do bem e do mal. Entra o inimigo em cena e diz: “Foi isto mesmo que Deus disse: não comam de nenhum fruto das árvores do jardim?”

O mesmo acontece com Jó. Depois de Deus dar um bom testemunho a seu respeito, o inimigo diz: “Será que Jó não tem razões para temer a Deus?” Será que Jó não teria outros interesses para temer a Deus? Será que ele ama e teme a Deus por nada? Existe alguma virtude em sua devoção? 

O diabo inicia sua primeira tentativa de derrubar Jesus levantando a suspeita sobre sua identidade: “Se és o Filho de Deus…”. 

Se Jesus tivesse transformado pedras em pães teria dado um testemunho de incredulidade e não de fé. Estaria assumindo a suspeita sobre a voz do céu que ele ouviu 40 dias antes no Jordão. Jesus, ao compartilhar esta experiência solitária, informa “depois de jejuar 40 dias e 40 noites, teve fome”. Ele faz questão de assumir que estava faminto. A primeira tentação não apresenta nada que tenha alguma conotação moral ou ética. Não há nenhum mal em oferecer pão para quem tem fome, muito pelo contrário. Se temos fome, é natural que queiramos comer. Se temos fome, é saudável que alguém nos ofereça pão. 

A resposta de Jesus nos ajuda a reconhecer a armadilha do inimigo. Ele diz: “Está escrito: Nem só de pão viverá o homem…”. Noutras palavras, Jesus reconhece que o pão é importante, mas a vida é mais do que pão. O trabalho é importante, mas a vida é mais do que o trabalho. O dinheiro é importante, mas a vida é muito mais do que o dinheiro. 

No Sermão do Monte Jesus disse: “Não andeis ansiosos pela vossa vida” e aí ele lista a comida, roupa, bebida etc para concluir dizendo: “não é a vida mais do que estas coisas?” 

O grande problema é que nós somos o tempo todo tentados a colocar nossa confiança e esperança no ‘pão’ e a colocar sobre nosso trabalho e salário o nosso significado.

Vale a pena recordar de onde Jesus extrai esta resposta. “Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o SENHOR, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que nem só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR viverá o homem” (Dt 8:2 e 3). 

O povo de Deus foi testado por Deus no deserto. Deus sempre os cuidou, mesmo quando passaram por alguma tribulação. Ele os sustentou para que aprendessem que a confiança é mais importante do que as necessidades mais urgentes. 

É por esta razão que Paulo exorta os ricos dizendo: “Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição” (I Tm 6:9). “Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (I Tm 6:10). “Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento” (I Tm 6:17).
A resposta de Jesus é que precisamos do pão, mas mais do que do pão, precisamos da palavra que procede da boca de Deus. Qual foi a palavra que veio da boca de Deus para Jesus? “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. Era esta palavra que deveria nutrir e sustentar Jesus e não as pedras transformadas em pães. 

Jesus, certa vez, contou uma pequena parábola sobre um homem que encheu seus celeiros e, depois de vê-los bem cheios, disse: Que faço agora? Vou destruir estes celeiros e construir outros maiores ainda e terei o suficiente para viver tranqüilo pelo resto dos meus dias. Então Jesus responde dizendo: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”

Onde se sustenta a vida?

No fato urgente ou importante, ou na confiança?

A vida e a liberdade repousam na confiança.
Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/a-vida-e-mais-do-que-pao/

May 30, 2016

Os quatro estágios do amor

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- Ricardo Barbosa

Bernardo de Clairveaux foi um monge cistercience que viveu no século 12. Talvez, entre todos os cristãos da idade média, foi ele quem mais escreveu e refletiu sobre a natureza do amor divino. Seu comentário sobre o Cântico dos Cânticos é um dos mais longos de toda a história, onde ele explora, a partir da narração do amor de Salomão por Sulamita, o mistério do amor de Deus. Para ele, a experiência com o amor de Deus acontece em quatro níveis ou estágios, onde o quarto nível mostra a grandeza e plenitude deste amor.

O primeiro nível é quando amamos a Deus por causa de nós mesmos. É o estágio onde suplicamos a Deus suas bênçãos a nosso favor. O fim das nossas orações somos nós mesmos. Buscamos a Deus por causa de nossas necessidades de segurança, realização, saúde.

O segundo é quando amamos a Deus por causa daquilo que ele fez por nós. O amamos por causa da salvação, perdão, misericórdia, redenção, etc. Nossas orações deixam de ser apenas súplicas para dar lugar a ações de graças. Aqui já não são nossas necessidades que determinam o amor por Deus, mas aquilo que ele realizou em nosso favor.

O terceiro nível é quando amamos a Deus por causa de Deus. Aqui já não são nem nossas necessidades, nem mesmo a obra de Deus a nosso favor que nos movem em direção a ele, mas ele mesmo, sua glória e majestade, seus atributos e beleza. Neste estágio aprendemos a contemplá-lo, a adorá-lo. 

O último estágio é quando aprendemos a amar a nós mesmos com o mesmo amor com que Deus nos ama. Neste estágio respondemos à forma como Deus nos vê. É aqui que nossa experiência de oração encontra sua expressão mais íntima. É neste estágio em que nos aceitamos como Deus nos aceita, e provamos do seu amor terno e gracioso para conosco em Cristo, que a oração experimenta o glorioso convite de Jesus para gozarmos de sua amizade.

Quando atingimos este último estágio, toda nossa vida é afetada por ele. Nossas amizades, a forma como servimos, as relações conjugais e opções profissionais, tudo passa a ter uma perspectiva diferente. Já não precisamos mais conquistar o amor dos outros, nem buscar nas realizações pessoais algum significado para a vida

É Cristo, com seu amor incondicional, que nos move e motiva

É com este amor que agora passo a amar, me entregar a Deus e aos outros como um sacrifício vivo e agradável a Deus. É este amor que me torna livre dos meus medos, da necessidade de controlar e dominar, para conduzir outros a experimentarem a mesma natureza de amor que me liberta e redime.

É neste último estágio que podemos, como o apóstolo Paulo, dizer: “Não mais eu, mas Cristo vive em mim”.

É com seu amor, derramado em meu coração pelo Espírito Santo, que amo aos outros e a mim mesmo. É Cristo, não eu. 

É o seu amor, perdão, graça e bondade. 

É a vida que agora vivo na fé pelo Filho de Deus que me amou e a si mesmo se deu por mim.

Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/os-quatro-estagios-do-amor-de-bernardo-de-clairveaux/

May 29, 2016

Medo e ressurreição

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- Ricardo Barbosa

O medo é a força que move nossas vidas, que molda nossas escolhas, que nos impulsiona ou nos paralisa.

Temos medo da solidão, de não ser amado ou ser abandonado. Sofremos com o medo da rejeição e do preconceito. Temos medo de escolher a profissão errada, e dedicar o resto da vida numa atividade frustrante. Temos medo de viver em função dos outros, como também o medo de romper com os outros e mergulhar na solidão. Medo de não encontrar a pessoa certa para casar, ou o medo de encontrar e o casamento fracassar. Medo de não ter filhos, e medo de tê-los e não conseguir educá-los direito ou mesmo perdê-los. Medo de perder oportunidades profissionais e o medo de abraçá-las e sofrer uma grande frustração. Pensamos na aposentadoria e temos medo de não ter recurso suficiente para viver dignamente, ou ter os recursos e seguir vivendo uma vida medíocre.

Se tentamos artificialmente negar estes medos eles vão pipocando em outros lugares e outras experiências. No fim de tudo, sofremos o medo da morte.

O evangelho de Jesus é oferecido num contexto de vida como o nosso. O império romano oprimia os cristãos com diversas ameaças. A escravidão, o sincretismo religioso, as orgias e pornografias, a corrupção, a mentira e a violência, eram realidades com as quais os cristãos tinham que conviver.

Os cristãos viviam, compravam e trabalhavam num contexto assim. Os riscos em relação à saúde, segurança e integridade eram grandes. O medo estava presente no ar que respiravam. O nosso mundo não é diferente. 

Não gostamos do medo, mas também não conhecemos outro lugar para viver. 

Na ressurreição de Jesus ouvimos Deus, anjos, profetas e apóstolos dizerem: “não temas”: “Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia” Mt. 28:19; “Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E, dizendo isto, lhes mostrou as mãos e o lado. Alegraram-se, portanto, os discípulos ao verem o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” Jo. 20:19- 21. “Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último” Ap. 1:17. 

O Deus que criou todas as coisas é o Agenda da Igreja Deus que ressuscitou Jesus dos mortos, é o Deus que nos chama para segui-lo e é o Deus que nos diz: não temas, não tenha medo. 

Crer na ressurreição de Jesus não significa crer apenas na verdade acerca de sua ressurreição física. Esta verdade é central na fé cristã, porém ela aponta para algo além, para o Deus que é o responsável por ela. Crer neste Deus é crer num Deus que tem o poder sobre a morte.

A ressurreição é a revelação do poder e amor do Deus que realiza seus propósitos redentores. 

O apóstolo Paulo viveu experiências difíceis, sofreu açoites e prisões. Uma destas experiências que ele viveu, aconteceu na Turquia, e o levou ao desespero. Ele diz: “Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida. Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e sim no Deus que ressuscita os mortos” (2 Co. 1:8 e 9). 

O mesmo Paulo, que por várias vezes havia demonstrado grande coragem em diversas situações difíceis, descreve que nesta situação específica, que ele chegou no fim de suas forças, no profundo desespero. Será que Paulo não confiava em Deus antes? Certamente sim. Ele já seguia a Cristo por muitos anos, mas agora ele entende, num nível mais profundo e pessoal, o que significa seguir o Senhor crucificado e ressurreto. Como resultado, ele para de se preocupar consigo, com o sucesso do seu trabalho, com a produtividade do seu ministério, e volta a confiar no Senhor.
Vivemos estágios diferentes de crises e de emoções onde novas experiências com o evangelho de Cristo são requeridas.

Crer na ressurreição é entrar num mundo onde Deus reina, e seu governo não tem fim. Mesmo vivendo num mundo onde as ameaças são constantes, podemos viver livres do medo que torna nossas vidas tão medíocres. Esta nova confiança não é fácil. Porém, a mensagem do evangelho, a palavra do Deus vivo que venceu a morte, que nos alcança nas profundezas do desespero, do medo, e nos faz ver as marcas nas mãos do Senhor e ele sopra sobre nós a sua paz

Somos chamados a viver movidos pela fé e não pelo medo. 

Isto muitas vezes acontece somente quando chegamos ao fim, onde todos os nossos recursos se esgotaram. E, enquanto não aprendemos a viver sem o medo, teremos dificuldade de seguir a Jesus.
Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/ressurreicao-e-medos/

May 28, 2016

O séquito do perdão

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Uma boa notícia precisa ser dada aos encurvados. Não aos fisicamente encurvados, por causa de algum problema de coluna. Mas aos emocionalmente encurvados, aqueles que estão carregando sobre os ombros há pouco tempo ou há muito tempo o peso das coisas erradas feitas por querer ou por não querer. Quem precisa dar essa boa notícia são os pais aos seus filhos, os pastores às suas ovelhas, o pároco aos seus paroquianos, os profissionais de saúde mental aos seus pacientes, os amigos aos seus amigos. 

A boa notícia é que o perdão existe. Perdão de toda coisa errada, de todo pecado, de toda transgressão, de todo equívoco, de todo crime, de toda loucura. Esse é o âmago do cristianismo. Essa é a razão pela qual Jesus veio ao mundo. Esse é o motivo pelo qual Jesus foi levado ao matadouro. Essa é a boa notícia que os missionários têm de levar até os confins da terra.

O perdão em sua plenitude é algo eticamente inadmissível. Só existe por causa da graça de Deus. A graça é maravilhosa demais, é alta demais, é larga demais, é comprida demais, é profunda demais. A graça não é prêmio, não é recompensa, não é brinde, não é sorteio, não é mercadoria, não é troco, não é pensamento positivo. A graça não é uma agradável mentira que os pastores, os párocos, os conselheiros e os psicólogos pregam para nós. Nem uma agradável mentira que nós pregamos para nós. 


Graça é graça e pronto.

O que pouco se sabe, o que pouco se prega, o que ainda não foi plenamente atinado, tanto pelo necessitado do perdão como pelos pregadores do perdão, é que o perdão nunca vem sozinho. Ele está atrelado a outros resultados. Quando o perdão chega, chegam também os seus componentes, os seus acompanhantes, o seu séquito, a sua trupe.

Encurvados, prestem atenção! Pastores, párocos, missionários, psicólogos, pais e mães, avôs e avós - todos - prestem atenção. Os que estão internados em alguma clínica, os que estão encarcerados, os que estão no corredor da morte, os que estão no caminho do suicídio, os que estão no confessionário, prestem todos muita atenção! 


O perdão dado por Deus, o perfeito perdão, o perdão completo, o perdão proporcionado pela graça e tornado possível por causa da Sexta-feira Santa, torna-nos:

Livres da culpa - a culpa some, a culpa vai embora, a culpa afoga-se no fundo do oceano (Mq 7.19).

Livres do remorso - aquela dor no íntimo, aquela inquietação da consciência culpada, aquele remordimento constante some, vai embora, afoga-se no fundo do oceano.

Livres da vergonha - aquele rosto corado de vergonha, aquele rosto ruborizado, aquela marca de Caim some, vai embora, afoga-se no fundo do oceano.

Livres da lembrança - aquela triste história, aquele capítulo da vida, aquele horrível episódio some, vai embora, afoga-se no fundo do oceano.

A graça de Deus é perfeita, é completa, é curativa. 


Deus não faz nada pela metade. 

O perdão cura tudo, não apenas parte, não apenas a metade, não apenas 99% do trauma. Imaginemos se Pedro ficasse livre apenas da culpa, e continuasse por toda a vida com o remorso, a vergonha e a lembrança daquele fracasso da tríplice negação.

Essa pastoral está firmada na promessa de Deus a Jerusalém até então coberta de vileza:

"Não tenha medo, pois não provarás mais vergonha, não te sintas mais ultrajada, pois não precisarás enrubescer, esquecerás a vergonha de tua adolescência, a chacota sobre a tua viuvez, não te lembrarás mais dela!” (Is 54.4, TEB).

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/305/perdao


PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=UL6SHVXnLvw
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May 27, 2016

Desonestidade e autoengano

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- Ricardo Barbosa

Integridade, honestidade e transparência são virtudes que exigimos nos outros, mas nem sempre estamos dispostos a oferecê-las. Esperamos que os políticos, colegas de trabalho e cônjuges sejam íntegros, honestos e transparentes, mas nos recusamos a fazer o mesmo. Vivemos como um viciado que aprendeu a negar seu vício; temos nos iludido por tanto tempo a nosso respeito que a desonestidade e o autoengano se tornaram uma forma necessária de sobrevivência.

Os riscos que se encontram por trás do desejo sincero de ser verdadeiro, transparente, íntegro e autêntico são inúmeros. Talvez o maior deles seja o medo terrível da desaprovação e da rejeição. Por isso, escondemos nossos sentimentos, mascaramos nossas emoções, negamos nossos desejos e optamos pela superficialidade. Como resultado deste longo processo em que aprendemos a representar os papéis adequados à aceitação dos outros, tornamo-nos aquilo que não somos.

Sustentar um falso ser não é tarefa fácil. O falso ser está sempre adorando e servindo àquilo que alimenta seus desejos egoístas e autocentrados por meio da idolatria da possessão, posição e aceitação. Estes ídolos atuam como feitores e nós, mais cedo que imaginamos, tornamo-nos seus escravos. Somos emocionalmente dependentes, aprendemos desde cedo a usar os outros, incluindo Deus. Tornamo-nos manipuladores porque tudo precisa acontecer dentro dos termos que nossas carências determinam.

Jesus disse que “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. 

Nossa cultura entende a liberdade em termos de “liberdade para” e não de “liberdade de”. Queremos ser livres para fazer o que quisermos, ir aonde quisermos, como também falar o que bem quisermos. Por essa razão, é comum confundir honestidade e transparência com dizer o que se pensa e faze o que se tem vontade, porém não se trata disso. Há uma grande diferença entre ser “livre para” e ser “livre de”. A Verdade nos liberta de nós mesmos, de nossos medos e inseguranças, de nossas necessidades de impressionar e agradar. Ela nos liberta da desonestidade, do autoengano e da ilusão de ser o que não somos.

Jesus veio para nos salvar de nosso pecado. Ele é a Verdade que perdoa, reconcilia e re-cria. Descobrir nosso verdadeiro ser requer de nós, antes de tudo, a redescoberta da graça salvadora de Jesus. Por outro lado, requer também a humildade necessária para reconhecermos o engano do falso ser. O processo é lento e, muitas vezes, doloroso. Precisamos orar como Davi: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno”.

Enquanto o orgulho não der lugar à submissão sincera, permaneceremos cheios de nós, usando as pessoas e Deus para obter vantagens e protegendo nosso falso ser daqueles que não dançam de acordo com nossa música. O resultado é um mundo cheio de seres falsos lutando para sobreviver sem a dependência radical de Deus.

Sabemos que isso não funciona. Só Deus conhece nosso coração. Só ele pode sondar as profundezas de nossa alma. Só ele nos ama com um amor fiel e eterno. Quando reconhecemos que somos amados por ele, perdoados por sua graça, feitos novas criaturas e participantes de sua natureza divina, abrimo-nos para dar lugar ao verdadeiro ser, redimido e transformado em Cristo. 

Não é fácil, mas é este o caminho. 

É possível ser honesto, íntegro e transparente, mas isso só em Cristo. “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.”

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/359/desonestidade-e-autoengano

May 26, 2016

Quem eu sou para vocês?

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- Ricardo Barbosa

Jesus, certa vez, perguntou aos seus discípulos: “Quem eu sou para vocês?”. Pedro, orientado pelo Espírito Santo, reconhece que Jesus não é simplesmente mais um dos que se autoproclamavam messias. Ele responde: “O Senhor é o Cristo de Deus” – o Senhor é o Rei ungido por Deus que veio trazer o governo de Deus sobre toda a criação, salvando, redimindo e curando tudo o que foi corrompido pelo pecado e pela desobediência. Essa é a confissão básica de onde tudo o mais tem sua origem.

O chamado para seguir a Cristo requer, antes de tudo, uma confissão. Para Pedro e os primeiros discípulos, essa confissão representou um longo caminho de obediência, entrega sacrificial, serviço e martírio. Se Jesus é o Cristo de Deus, o Rei ungido por Deus, enviado para estabelecer seu governo de justiça, paz, alegria e salvação, para aqueles que assim confessam, não existe nenhuma outra opção senão a de segui-lo nos termos que ele mesmo define. C. S. Lewis disse que “o cristianismo, se for falso, não tem valor; se for verdadeiro, tem valor infinito. A única coisa que lhe é impossível é ser mais ou menos importante”.

A experiência cristã começa com uma confissão sobre quem é Jesus. 

Toda confissão é clara, objetiva e racional. Nenhuma confissão diz respeito ao que sentimos ou achamos. Nenhuma confissão se fundamenta em ideias vagas, conceitos abstratos ou sentimentos subjetivos. Quando Pedro afirma “O Senhor é o Cristo de Deus”, ele reconhece quem Jesus é dentro da história e da teologia.

A partir dessa confissão começa uma longa jornada. Essa confissão nos oferece uma identidade, um caminho, um jeito de viver e um destino. O apóstolo Paulo entendeu sua identidade como uma nova criatura em Cristo. Era um apóstolo de Cristo, um servo de Cristo, um prisioneiro de Cristo, estava no mundo para realizar a vontade de Cristo. “Para mim o viver é Cristo” – disse ele.

Essa confissão nos aponta um caminho onde abrimos mão da busca por autoafirmação e realização. Um caminho onde buscamos obedecer incondicionalmente ao Cristo de Deus. Um caminho onde aprendemos a orar dizendo: “Não o que eu quero, mas o que tu queres”. Nesse caminho, tomamos a nossa cruz e com ela renunciamos nossa agenda, e nos entregamos à agenda do reino de Cristo.

A confissão diz respeito a uma pessoa. Confessamos a Cristo. Seguimos a Cristo e vivemos como Cristo viveu. A vida de Jesus define nosso jeito de viver – nossos relacionamentos, valores, ética e moral. A pergunta de Jesus é clara: “Quem eu sou para vocês?”. Não cabe na resposta um conceito impessoal, seja ele religioso ou ideológico. A resposta será sempre pessoal – “O Senhor é…”. Quando seguimos uma pessoa, quem ela é define quem seremos enquanto caminhamos.

A confissão define nosso destino. O destino de Jesus foi a morte na cruz, o nosso também será. Dietrich Bonhoeffer disse: “Quando Jesus Cristo chama um homem, ele o chama para morrer”. Não existe um meio-termo. Ou Jesus é o Cristo de Deus ou é um grande impostor. Se confessarmos que ele é o Senhor, nosso destino será traçado por ele. Porém, a morte na cruz não foi o destino final de Jesus; a ressurreição e sua ascensão revelam sua vitória sobre a morte e nosso destino final.

Quem é Jesus para você? 

Escreva a sua confissão usando apenas uma sentença. Não responda repetindo irrefletidamente o que Pedro ou outros já responderam. Dê sua resposta pessoal, uma resposta que seja coerente com a forma como você vive. 

Todos nós vivemos a partir daquilo que cremos, quer tenhamos consciência da nossa confissão ou não. 

Uma confissão verdadeira nos conduz a uma vida igualmente verdadeira.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/352/quem-eu-sou-para-voces

May 25, 2016

Jesus espera obediência, não conselhos

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Jesus deixou claro aos discípulos que precisava ir a Jerusalém. Ali, haveria de sofrer nas mãos dos líderes do povo, dos sacerdotes e dos líderes religiosos e seria morto, mas no terceiro dia iria ressuscitar.

Pedro segurou-lhe o braço, protestando: “Impossível, Mestre! Não pode ser!”.

Jesus, porém, ficou firme: “Pedro, saia do meu caminho. Fora, Satanás! Você não tem ideia de como Deus trabalha”.

Então, Jesus orientou os discípulos: “Quem quiser seguir-me tem de aceitar minha liderança. Quem está na garupa não pega na rédea. Eu estou no comando. Não fujam do sofrimento. Abracem-no. Sigam-me, e eu mostrarei a vocês como agir. Autoajuda não é ajuda, de jeito nenhum. O autossacrifício é o caminho – o meu caminho – para que vocês descubram sua verdadeira identidade. Qual é a vantagem de conquistar tudo que se deseja, mas perder a si mesmo? O que vocês teriam para dar em troca da sua alma?”. Mateus 16.21-26

Queremos seguir a Jesus, mas como Pedro, também queremos dizer a ele aonde ir.

Jesus não precisa de nossos conselhos, ele precisa de nossa obediência fiel. 

Discipulado significa aprender a ouvir a Cristo, não fazer com que ele nos ouça.
Quais são as condições supremas para o discipulado?
“Jesus chama-nos. Por tuas misericórdias, Salvador, que possamos ouvir teu chamado, entregar nosso coração em obediência a ti, servir-te e amar-te da melhor maneira possível.” 

Amém.
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2016/05/24/eugene-h-peterson/quem-quiser-seguir-me/

May 24, 2016

Liberdade para escolher obedecer

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Introdução - vai lá ; ): Dt 30: 10-20

1) RECAPITULANDO:

SERMÃO DA MONTANHA
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Mt 5-7
A. Abençoados os:
·  Pobres em espírito x arrogantes
·  Choram x frieza emocional
·  Mansos x ira
·  Fome e sede de justiça x perversos (defendem os pp interesses)
·  Misericordiosos x vingativos
·  Puros de coração x maldosos
·  Pacificadores x briguentos
·  Perseguidos x praticam bullying

B. Façam diferença (sal da terra e luz do mundo)! - quantidade não é qualidade

C. Cumprir a lei e a justiça (exceder e muito à dos escribas e dos fariseus) - Mt 5:19-20

D. Começa no coração (olhando a parte debaixo do iceberg):
· Raiva é como morte
· Luxúria é como adultério
· Palavras vazias como juramento sem valor
· Vingança
· Amor aos inimigos

E. Atos exteriores x oferta de coração (fazer o bem não precisa de plateia)
· Caridade
· Oração
· Jejum

F. Foco no que importa - onde estiver seu tesouro aí estará seu coração (Mt 6: 21)
·  Tesouros no céu
·  Olhos como lâmpada para o corpo
·  Reino e justiça (ao invés de comida ou roupas) - Mt 6: 33

G. Relacionamentos:
· Autoexame x discernimento
· Assertividade para resolver
· As duas portas - o caminho estreito é mais difícil
· Frutos da árvore - resultados
· Religiosidade - aparência x essência (falar de Deus x falar com Deus)

H. Conclusão:
· Praticar x não praticar (Jesus obedeceu x satanás não obedeceu)

I. Autoridade de quem fala: Deus vindo ao nosso encontro (Jo 1: 14)

2) ESTUDO:     OBEDIÊNCIA, uma questão de ESCOLHA
  • AUTORIDADE DE QUEM FALA: Jo 1: 1; Jo 7: 44-46; 1 Co 2: 4-5
  • OUVIR: Rm 10: 17 / Mc 7: 16-23 “se alguém tem ouvidos, ouça” / Jo 10: 2-5 “seguem porque conhecem a sua voz” / Hb 3 e 4 “se hoje ouvirdes” / “quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz à igreja (Ap 2:7, Ap 2: 11, Ap 2: 17, Ap 2: 29; Ap 3: 6, Ap 3: 13, Ap 3: 22)
  • PRATICAR: Mc 12: 29-31

  • Mateus 7
24 Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha;
25 e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha.
26 E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia;
27 e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.
28 Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina;
29 porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.

v.24 - nas línguas hebraica e grega, obedecer está atrelado ao ouvir. No AT hebraico não há palavra própria para obedecer. A ideia verbalizada é “escutar a voz de Deus” e responder adequadamente. O culto a Deus consiste em obedecê-Lo. A casa é uma metáfora para a nossa própria vida.
vv. 25 e 27 - as provações, as tentações e o julgamento final vem para os filhos e para as criaturas de Deus. Quando a crise chega é que o alicerce mostra sua importância. Diferença entre o prudente x insensato (Pv 9: 1-12).
v.26 - alicerces humanos: dinheiro, fama, popularidade, vida sem propósito, negligência.
vv.28 e 29 - autoridade de Jesus  (reconhecimento: Jo 7: 44-46): EXOUSIA: poder sobrenatural, que não se baseia em tradição ou sistema/religiosidade (1 Co 2: 4-5) mas na própria pessoa (Jo 1: 1) em detrimento aos fariseus e escribas que diziam “ouvistes o que foi dito” (Mt 5: 19-20)

Lucas 6

46 Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?
47 Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante.
48 É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída.
49 Mas o que ouve e não pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a terra sem alicerces, e, arrojando-se o rio contra ela, logo desabou; e aconteceu que foi grande a ruína daquela casa.

v. 46 - Jesus é Salvador e SENHOR (não adianta chamar de Senhor se não obedece a Ele)
v. 47 - vem, ouve e pratica: diligência (Hb 11: a fé leva sempre à ação!)
v. 48 - cavou, abriu profunda vala e lançou alicerce (dá trabalho, tem de ser cuidadoso = andar pelo caminho estreito)
v. 49 - consequência de não viver a Palavra: o fogo vai provar (1 Co 3: 11-13)

3) PARA REFLETIR:

A. Quem é Jesus para você (a voz dEle, o que Ele diz, é importante para você)?
B. Você tem colocado em prática o que tem ouvido dEle (tem vivido)?
C. Deus nos dá liberdade para escolher obedecê-Lo ou não. Caso queira, mas não tenha obtido sucesso em praticar, será que você necessita de cura (Mc 7: 37 - surdez, Ez 11: 19 - coração de pedra ou Jo 3: 5 - nascer de novo)?

Encerramento (oração): Dá-meu um coração como o Teu” 

Fontes:
Bíblia de estudo Aplicação Pessoal. CPAD, 2004.
Biblia Sagrada edição pastoral. Paulus, 2005.
Bíblia Vida Nova. Sociedade Bíblica do Brasil, 1995.
Novo testamento. Living Stream Ministry, 2008.
Os quatro evangelhos King James (nova tradução atualizada). ABBA Press, 2005.
Bauer, Johannes Baptist. Dicionário bíblico teológico. Loyola, São Paulo. 2000.
Davidson, F. O novo comentário da Bíblia vol. III. Vida Nova, São Paulo. 1963.
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May 23, 2016

Hoje há uma confusão de vozes: a quem escutaremos?

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Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. 

Mateus 4.1

Jesus saiu direto das águas do Jordão para o deserto da Judeia, onde foi impiedosamente tentado pelo demônio. O ataque se deu de duas formas.
Primeiro veio um ataque à sua identidade, sobre quem ele era. As palavras de seu Pai ainda estavam soando em seus ouvidos — “este é o meu Filho” — quando a voz do céu foi desafiada por uma voz do inferno. O Diabo zombou dele: “Se és o Filho de Deus…” (v. 6), querendo dizer que ele não o era. Foi uma tentativa deliberada de semear na mente de Jesus as sementes da dúvida. Para combatê-las, Jesus deve ter repetido constantemente a si mesmo as palavras do Pai: “Este é o meu Filho”. Ainda hoje o Diabo tenta solapar nossa identidade como filhos de Deus, pois ele é diabolos, o caluniador. Devemos tapar nossos ouvidos a ele e escutar as grandes afirmações e promessas de Deus na Escritura.
O segundo ataque do demônio foi contra o ministério de Jesus, contra aquilo que ele havia vindo fazer no mundo. Vimos ontem que a voz celestial identificou Jesus não apenas como Filho de Deus, mas também como servo de Deus, que sofreria e morreria pelos pecados de seu povo. Mas o Diabo propôs outras opções menos custosas. Por que não ganhar o mundo satisfazendo sua fome, por meio de uma exposição sensacional de poder, ou fazendo um acordo com o Diabo - em cada um desses casos evitando a cruz? O Diabo adora nos persuadir de que os fins justificam os meios.
Jesus recusou ouvir a voz do demônio. Imediata, instintiva e veementemente ele rejeitou cada uma das tentações. Não havia necessidade de discutir nem de negociar. A matéria já havia sido estabelecida pela Escritura (“está escrito”). Todas as vezes ele citou um texto apropriado de Deuteronômio 6 ou 8. 

Ainda hoje há uma confusão de vozes. 

O demônio fala através da cultura secular que nos cerca, e Deus fala por intermédio da sua Palavra. 

A quem escutaremos? 

É por meio de nossa disciplina persistente da leitura da Bíblia que permitimos que a voz do Diabo seja sufocada pela voz de Deus.

“Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês” (Tg 4.7).

Para saber mais: Mateus 4.1-11

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2016/05/25/autor/john-stott/as-tentacoes-3/

May 22, 2016

Prática, valores e princípios

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- Luis Antonio Luize

O problema central hoje em nosso país é justamente falar uma coisa e fazer outra. Nossos lideres estão cheios de saber o que fazer, mas não fazem; falam aos quatro ventos o que é certo e fazem o que é errado.
Facilmente entendemos, o que importa não é se sabemos determinada coisa, mas se a colocamos em prática
Temos quatro níveis nesta vida em que podemos viver:
Nível da Suposição – é quando não sei algo, mas faço uma idéia a respeito. Formo a minha opinião sem a comprovação dos fatos. Poderei no futuro descobrir que estava errado.
Nível do Conhecimento – este vem do fato em si, ou seja, observamos o que acontece ou vivenciamos e então adquirimos o conhecimento. De qualquer forma, ainda não o praticamos, apenas sabemos que qual é a verdade.
Nível da Prática – é quando transformamos o conhecimento em ação. Isto é bom, mas se fizermos uma vez só não irá fazer parte de nós, pois nós humanos precisamos fazer algo repetidas vezes para que se torne um hábito.
Nível da Perícia – este é o patamar que todos precisamos atingir sobre algo que passamos a conhecer. É neste nível que podemos fazer a diferença.
Em relação ao amor de Deus Pai pela humanidade, que deu seu Filho Unigênito por nós, temos muita gente nestes quatro níveis. Temos alguns que supõem que Cristo morreu, mas não experimentou os benefícios da sua morte. Já outros conhecem e reconhecem que Cristo morreu por eles, passou a conhecer o amor de Deus, mas resigna a isto.
Outra parte até já praticou o amor alguma vez, mas está quase se esquecendo de como foi isto, enquanto há uma parcela que tem praticado diariamente, habitualmente e tem feito a diferença nesta vida.
Mas apenas o conhecimento não é suficiente, é preciso ter valores e princípios. Imagine alguém que possui um conhecimento prático, mas valores e princípios deturpados. Teremos uma pessoa de alta capacidade capaz de atos terríveis. O contrário também é verdadeiro, alguém com conhecimento, valores e princípios alinhados à Deus, teremos então uma pessoa que marca uma geração.
Quando temos a Cristo, nosso conhecimento, valores e princípios passam a alinhar-se nEle, o que inicia em nós um processo chamado de santificação. Não é um processo simples e rápido, pois é como se todo um edifício fosse reposicionado em outra direção, exige tempo, esforço e determinação.
Ao concluir este processo na nossa vida seremos muito usados por Deus em Seus maravilhosos e perfeitos propósitos, ao passo que uma parte de nós ficará apenas no nível do conhecimento pela falta da prática constante.
Certo dia, Jim e Joy Dawson, um casal abençoado que trabalha na JOCUM, encontraram-se com uma pessoa e Joy lhe disse algo que mudou a sua vida:
— Deus está lhe dando a possibilidade de ser um dos poucos cuja vida foi uma benção em suas mãos, ou um dos milhares que o decepcionaram.

E para ser um destes poucos, você precisa alcançar um nível mais elevado de prática, valores e princípios
Procedendo assim você também vai adquirir a autoridade para liderar a sua vida e a daqueles que estão próximos a você. Influenciará mais do que será influenciado.
PARA EXERCITAR
  • Tenho praticado a verdade com princípios e valores?
  • O que posso fazer para adquirir autoridade e liderar?

Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2016/05/23/pratica-a-mudanca-comeca-em-mim

May 21, 2016

Não emitimos luz própria: a fonte de nossa luz é Jesus!

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- Reinaldo Percinoto Júnior

Texto básico: Efésios 5. 8-14 

Textos de apoio

– Jó 24. 13-25
– Salmo 119. 105-112
– Provérbios 4. 18-23
– Mateus 4. 12-17
– João 1. 1-9
– 1 João 1.5 – 2.11


Introdução

No capítulo 19 do livro de Atos é narrado o início da igreja cristã em Éfeso, capital da província romana da Ásia, por meio do ministério do apóstolo Paulo. Devido à localização estratégica da cidade, esta igreja desempenhou um importante papel na expansão do cristianismo.
A estadia de Paulo na cidade durou cerca de dois anos (mais longa que de costume), e algum tempo depois ele escreveu a carta que contém o texto que embasará nosso estudo. O foco geral da carta é a igreja de Cristo, que representa “a nova humanidade de Deus, […] uma comunidade onde o poder de Deus de reconciliar as pessoas a si próprio é experimentado e compartilhado através de relacionamentos transformados” (Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1399). Paulo desenvolve o argumento de que os cristãos receberam uma nova vida em Cristo, e por isso conformam uma nova humanidade, uma nova sociedade humana que, sendo nova, deve adotar novos padrões de comportamento, despindo-se do “velho homem” e revestindo-se “do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade” (Ef 4.22-24).
É no contexto desta boa notícia de novidade, e renovação no “modo de pensar”, que somos convidados a vivermos como “filhos da luz” (Ef 5.8), em contraposição às trevas de outrora. Qual o significado desta nova e resplandecente “filiação”? Qual a origem desta luz? É sobre isto que pretendemos refletir, entre outras coisas, no estudo a seguir.

Para entender o que a Bíblia fala

  1. Em todo o trecho, Paulo faz uso do rico simbolismo da luz e das trevas. Note que Paulo não diz que antes eles estavam nas trevas e agora estão na luz, mas sim que antes eles eram trevas e agora são luz (v. 8). Por que esta pequena diferença ortográfica é tão significativa? Em que esfera, afinal, havia ocorrido essa radical transformação?      
  2. Qual era, de fato, a fonte ou origem desta mudança? (v.8; cf. João 8.12)
  3. Já que agora os cristãos são luz no Senhor, eles devem também viver como filhos da luz (v.8b). O que isto significava na prática? Segundo Paulo, quais seriam os resultados, ou frutos, de uma vida sob esta condição? (vv.9,10)      
  4. No v. 11, o apóstolo apresenta o outro lado da moeda, ao se viver como luz. Ele menciona dois aspectos, um negativo e outro positivo, da atitude que devemos ter em relação às trevas, quando andamos na luz. Quais são eles? Você consegue citar exemplos práticos desses dois aspectos, que devem fazer parte da nossa vivência cristã?
  5. Paulo esperava também que a luz de Cristo, brilhando por meio dos cristãos, tivesse um efeito duplo à medida que fosse revelado o que estava encoberto pelas trevas. Você consegue perceber esse efeito duplo sendo expresso no v.13?
  6. Muitos comentaristas acreditam que o v. 14 é uma citação de um hino cristão, que era utilizado na Páscoa ou mesmo no batismo. Com que metáforas é descrita a condição anterior dos homens, ou seja, antes de conhecerem a luz de Cristo? Esta poderia ser uma boa descrição do processo que temos chamado de “conversão”?

Hora de Avançar

Assim, aprendemos, desde cedo, que esse simbolismo [da primeira Páscoa] fala de escravidão e de libertação; de trevas e de luz. A servidão no Egito, hoje, materializa-se no jugo do pecado; e a celebração da Páscoa transforma-se em memorial de libertação pelo poder de Deus. 

(Rubem Amorese)

Para pensar
Paulo procura incentivar e motivar seus leitores, e todos nós, com relação às implicações práticas do fato de que agora são luz no Senhor. Eles não são luz em si mesmos, ou por causa de algo que fizeram, mas por causa do que Cristo fez por eles, dando-lhes vida quando ainda estavam “mortos em transgressões” (Ef 2. 4-10).
Devemos notar a preocupação do apóstolo em mostrar a seus leitores que não é suficiente deixar algumas práticas, mas serem proativos e passarem à pratica de novas obras, como “filhos da luz”.
Uma vez unidos a Cristo, que é “a luz do mundo” (Jo 8. 12; 9. 5), os cristãos passam a ser também luz para o mundo (Mt 5. 14-16). E sua presença acabará iluminando as obras do mal, da injustiça e da mentira, promovendo o “fruto da luz”: bondade, justiça e verdade.        

O que disseram

Cristo é ainda a luz verdadeira, totalmente estranha à mentira; sabemos então que também nossa vida tem de ser iluminada pelos raios da verdadeira luz. Os raios do sol da justiça são as virtudes que dele emanam para iluminar-nos, “para que rejeitemos as obras das trevas e caminhemos nobremente como em pleno dia”; pelo repúdio de toda ação vergonhosa e escusa, agindo sempre na claridade, tornamo-nos nós também luz e, o que é próprio da luz, resplandeceremos para os outros pelas obras.
(Gregório de Nissa, bispo, século IV)

Para responder

  1. As lâmpadas só emitem luz a partir de energia. Era assim nos tempos do Novo Testamento (tendo o azeite como combustível), e é assim hoje em dia, com as nossas lâmpadas (usando energia elétrica). Metaforicamente, podemos nos considerar “lâmpadas” de Cristo, pois não emitimos luz própria; a fonte de nossa luz é Cristo. Com qual “combustível” você tem alimentado sua “luz”? Nos seus vários relacionamentos, você tem se comportado como uma “testemunha da luz” (Jo 1. 8)?
  2. Pensando em seu contexto particular de atuação diária – família, bairro, cidade, como você poderia “encarnar” o fruto da luz descrito por Paulo, envolvendo-se em atividades que promovam a bondade, a justiça e a verdade?  

Eu e Deus

Tu, Senhor, a luz do mundo, sê luz em mim para que minha vida mostre a claridade e o calor de tua salvação. Amém.

(Eugene Peterson, “Um ano com Jesus”, Ed. Ultimato)
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/luz-acesa-protecao-e-testemunho/

May 20, 2016

Refletir Sua imagem ; )

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Malaquias 3: 3

Havia um grupo de amigos fazendo um estudo bíblico sobre o livro de Malaquias. Quando eles estavam estudando o capítulo três, eles se depararam com o versículo 3 que diz:
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"Ele assentar-se-á como fundidor e purificador da prata; e purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata, até que tragam ao Senhor ofertas em justiça". 

Este verso intrigou as pessoas e eles se perguntaram o que esta afirmação significava quanto ao caráter e natureza de Deus.

Uma mulher se ofereceu para tentar descobrir como se realizava o processo de refinamento da prata e voltar para contar ao grupo na próxima reunião do estudo bíblico.


Naquela semana esta mulher ligou para um ourives e marcou um horário para assisti-lo em seu trabalho. Ela não mencionou a razão de seu interesse na prata nada além do que sua curiosidade sobre o processo de refinamento da prata. Enquanto ela o observava, ele mantinha um pedaço de prata no fogo e deixava-o aquecer.
Ele explicou que no refinamento da prata devia-se manter a prata no meio do fogo onde as chamas eram mais quentes de forma a queimar todas as impurezas. A mulher pensou em Deus mantendo-nos em um lugar tão quente; depois, ela pensou sobre o verso novamente... "ele se assenta como um fundidor e purificador da prata".
Ela perguntou ao ourives se era verdade que ele tinha que sentar-se em frente ao fogo o tempo todo que a prata estivesse sendo refinada. O homem disse que sim, ele não apenas tinha que sentar-se lá segurando a prata, mas também tinha que manter seus olhos na prata o tempo inteiro. Se a prata fosse deixada, apenas por um momento em demasia nas chamas, ela seria destruída.
A mulher silenciou por um instante. Depois, ela perguntou: - "Como você sabe quando a prata está completamente refinada?". E o homem respondeu: 

"Oh, é fácil! - o processo está pronto quando vejo minha imagem refletida nela".
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