October 31, 2017

Você confia em mim?

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- Joyce Meyer

Deus tem bênçãos guardadas para cada um de nós. Antes de você e eu podermos recebê-las, Ele precisa desenvolver em nós um certo nível de maturidade e faz isto através de várias provações que somos conduzidos a passar. Assim como o Espírito Santo conduziu Jesus para o deserto para ser provado antes de promovê-Lo ao ministério, o Espírito de Deus nos conduz a épocas de provações antes de nos promover. Deus usa as provações para tirar de nós atitudes, mentalidades e comportamentos errados.

Uma provação que Deus nos concede repetidamente é a provação da confiança. Quando nossa fé é provada, estamos sendo preparados para a promoção. Quando Deus pediu para eu deixar a igreja em que servia, foi muito difícil CONFIAR que o lugar onde Ele estava me levando seria melhor de onde eu estava porque todas as pessoas me conheciam e eu era importante (ou pensava que era). Porém, quando deixei de fato, Deus tirou a minha confiança dessas coisas e estabeleceu uma confiança profunda nEle e somente nEle.

DEUS QUER QUE CONFIEMOS NELE até mesmo quando não entendemos o que está acontecendo.


Talvez vc esteja em uma situação difícil agora e é difícil para vc confiar em Deus para suprir suas necessidades. Talvez Deus falou algo com vc em seu coração e vc não entende como Ele vai fazer com que isto aconteça. 

Não entre em pânico, é apenas uma prova. Vá a Deus e diga a Ele "Pai, preciso da sua ajuda. Quero confiar em Ti, mas estou tendo dificuldades. A Tua Palavra diz que posso ir a Ti e pedir por graça para ajudar-me quando eu precisasse (Hb 4: 16). Por isto estou aqui agora. Como um ato da minha vontade, eu escolho lançar todas as minhas preocupações e ansiedades em Ti e peço que cuide delas (1 Pe 5: 7). Recebo Tua graça para confiar em Ti e para entrar no Teu descanso".

Uma vez que vc lançou seus cuidados nEle, comece a pensar em todas as vezes na quais Deus proveu no seu passado e cumpriu o que Ele disse em seu coração. Pode ser que vc queira escrever uma lista.

A sua confiança em Deus vai crescer e a paz dEle vai inundar a sua alma. Antes de vc perceber, a provação vai ter passado e vc estará desfrutando de um novo nível de vitória em sua vida.

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October 30, 2017

Imaginação e autenticidade

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"Era uma vez duas meninas e dois meninos: Susana, Lúcia, Pedro e Edmundo." 

- Mark Carpenter

Com esta frase, meu mundo se transformou. Meu pai havia reunido todos seus filhos para a leitura do primeiro capítulo de um livro que acabara de receber dos Estados Unidos. Ele leu em voz alta, criando vozes para cada personagem, reservando o vozeirão mais grave e sábio para o seu predileto, Aslam.

A imaginação de C. S. Lewis me transportou para fora da minha casa em Maringá para um outro país e outra dimensão. Como filho de pais que prezavam a boa literatura e valorizavam o papel da fantasia na vida de uma criança, sempre tive a impressão de habitar um mundo maior que nossa pequena cidade no interior do Paraná.

Lewis entendeu que a imaginação do escritor só surte o efeito desejado se ela encontra correspondência na capacidade do leitor em evocar imagens e experiências alheias a partir dos estímulos apresentados no texto. Respeitou a inteligência e os limites de quem o lia. Entendeu que a imaginação começa com o que todos nós temos em comum e avança pelos cenários e narrativas cada vez mais distantes e improváveis. Sabia que podia contar com a cumplicidade do leitor desde que as sequências e as emoções possuíssem o tilintar da autenticidade. Como leitores, conseguimos entender a maldade da Feiticeira Branca porque também já fizemos coisas erradas. Entendemos o pavor da Lúcia porque um dia também já sentimos medo. Enxergamos nos personagens as grandes virtudes que nos reconfortam, e percebemos as manifestações delas mesmo em espíritos, monstros ou animais que ganham vida nas páginas dos contos e romances.

Leitor voraz de inúmeros gêneros, Lewis aprendeu cedo a admirar a imaginação como veículo para revelar verdades. O livro A biblioteca de C. S. Lewis (Mundo Cristão, 2006), disseca as diversas influências literárias que moldaram seu pensamento. Entre os dez livros favoritos de Lewis, identificados pelo próprio autor em entrevista concedida em 1962 para a revista The Christian Century, figuram dois romances (Phantastes, de George MacDonald — um livro que lhe "batizou a imaginação" — e Descida ao inferno, de Charles Williams), um poema épico ficcional (Eneida, de Virgílio) e um discurso filosófico baseado num diálogo fictício (A consolação da filosofia, de Boécio). Até mesmo entre seus escritores prediletos de não-ficção, há diversos que utilizavam as linguagens figurativas da imaginação para ilustrar ou defender seus postulados ou para reduzir a resistência contra novas ideias, submetendo-as ao campo das experiências imaginadas e compartilhadas. 

Os elementos de ficção estão presentes em quase tudo que C. S. Lewis escreveu. Mesmo nas suas obras de não-ficção, o escritor apela frequentemente para a imaginação do leitor. Ao trazer o leitor para algum campo imaginário com a finalidade de lidar com algum dilema ou paradoxo, Lewis sabe que a imaginação desarma o leitor de seus preconceitos e estabelece um terreno plano onde a troca de ideias e experiências é submetida às verdades partilhadas da existência. Assim, por exemplo, em O problema do sofrimento ele nos ajuda a entender a presença constante da tribulação na vida do cristão: "Se Ele embainha a espada por apenas um segundo, eu já começo a me comportar como um cachorrinho que sai do detestado banho — fico me chacoalhando para me secar e saio correndo novamente para o conforto da sujeira dum monte de esterco ou pelo menos da terra fresca do jardim. E por isto as tribulações não podem cessar..."

Quando Lewis convoca o leitor para embarcar num pequeno exercício imaginativo como este, ele utiliza um recurso poderoso da narrativa. E quando naturalmente abrimos um sorriso de reconhecimento ou de memória de infância, somos mais facilmente persuadidos. Tanto nos seus romances quanto nos seus ensaios mais acadêmicos, Lewis nunca abriu mão de se divertir com os seus leitores. 

E nunca deixou de usar a imaginação como caminho para chegar à alma para que esta voltasse, mudada, à realidade.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/imaginacao-e-autenticidade-c-s-lewis-e-as-ferramentas-da-fantasia

October 29, 2017

Humildade e identidade


- Rafaela Senfft 

Durante a vida inteira procurei na prateleira do mercado de personalidades alguém para ser. Assim fui me construindo, consumindo as personas que os círculos nos quais eu estava inserida consideravam como as melhores. Isso foi um mal acumulado durante anos.

Mas quando chega sua vez na fila da cura, Deus arranca tudo isso do seu interior, a fim de inserir a sua verdadeira identidade. Aquela que Ele planejou antes da fundação do mundo pra você, e da qual você fugiu a vida inteira, enchendo seu carrinho de bugigangas que não eram suas.

O processo de implantação da identidade de Deus em nós é doloroso, mas libertador. Quando começa esse trabalho, Deus primeiro tira toda parafernália que fazia de você a pessoa que achava que era, e a sensação é a de que você se tornou alguém que não tem mais vontade própria, nem planos e certezas. Muitos ídolos e a tal persona adquirida através dos modelos de um mundo caído vão desaparecendo, e a sensação inicial é de perda.
Mas a realidade é justamente o contrário: Deus está nos preenchendo com o conteúdo dEle, com os planos que tem pra cada um, planejados de maneira tão criativa e ilimitada, despadronizada. A gente descobre que essa identidade vinda dEle é a melhor, é a que se encaixa perfeitamente a cada pessoa, muito mais original do que tudo aquilo que você perseguiu ao longo da vida.
Certa vez saiu na mídia um artigo sobre uma jovem cantora que aos 24 anos conquistou uma carreira promissora e muitas coisas materiais. A chamada da reportagem era: “E você? O que conquistou aos 24 anos?”. Isso indica o modelo almejado pela nossa sociedade ocidental contemporânea. Mas povo de Deus não carrega esse fardo. Não ligue se você tem 24, 25… 40 anos e não conquistou algumas coisas que o mundo vangloria como indicadores de sucesso.
Se aos 30 você ainda não se casou, não tem um apê legal ou não tem a carreira dos sonhos, não se entristeça; volte-se para Deus, para a busca dos sonhos dEle para sua vida. Deixe que venha dEle a sua vocação, tão cuidadosamente planejada pra você, sonhada por um pai de amor, que sabe todas as coisas, que te criou para uma vontade perfeita e agradável! Deixe que Ele coloque desejos genuínos em seu coração. Largue toda identidade que você construiu baseada no sucesso desse mundo e deixe Deus revolucionar você.
Pedro mantinha a tradição familiar da pesca, mas largou os peixes e se tornou pescador de homens, pregando o evangelho. No final, ele foi feliz com sua nova identidade. Não tente ser igual a ninguém, Deus tem uma história unicamente sua e não há nada melhor que ser o que se foi feito pra ser. Deus não errou quando te fez.  E nós ainda temos uma vantagem: apesar de buscarmos uma vida que não é a nossa, sempre temos a oportunidade de começar de novo, não importa o ponto em que nós perdemos, ou se ainda não nos encontramos.
Infelizmente, muitas identidades são destruídas dentro da igreja, nas padronizações, nos achatamentos, nos pré-conceitos, nos julgamentos pela aparência e por aí vai. E, muitas vezes, quando estamos no centro da vontade de Deus, vamos ser incompreendidos por aqueles que o senso comum da cultura evangélica, seguindo o mesmo caminho de mentes padronizadoras. Mas siga em frente!
É um processo, lento e lindo! Deus vem tirando a bagunça que fizemos interiormente nessa tentativa de “sermos alguém”, de nos enturmar e agradar um determinando grupo de pessoas. Mas é necessário que Ele cresça e você diminua.
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2017/10/23/e-necessario-que-voce-diminua/

October 28, 2017

O retorno da alegria

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Coisas grandiosas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres. 
Sl 126.3

A alegria é muito agradável e muito saudável. É sempre bem-vinda. Por razões complexas, a alegria vem e, depois, vai embora. Graças a Deus, a alegria vai embora, e depois volta. É um lamentável rodízio quando a alegria vai embora e um bem-aventurado rodízio quando a alegria volta… Daí as exclamações opostas: “Que bom que a alegria chegou!” e “Que pena que a alegria foi embora!”
A alegria deve ser buscada, deve ser cultivada, deve ser agarrada. A alegria não é uma opção, é um mandamento: “Alegrem-se sempre no Senhor” (Fp 4.4). A tristeza deve ter hospedagem curta, deve ser mandada embora, deve ser evitada. Não é pecado ter uma tristeza de vez em quando. Até Jesus experimentou uma dose muito alta de tristeza: “A minha alma está profundamente triste” (Mt 26.38). O que for possível fazer para evitar a tristeza, além de ser uma atitude sensata, é uma obrigação.
A volta da alegria, depois de uma tristeza ou depois de um marasmo, não é tão difícil assim. Às vezes, é simples demais. É o caso de Paulo: “Alegrei-me com a vinda de Estéfanas, Fortunato e Acaico, porque eles supriram o que estava faltando da parte de vocês” (1Co 16.17). O calor humano aqueceu de alegria o apóstolo.
No caso do salmista, o repente de alegria ou a prevalência da alegria ou o período de alegria vieram de uma observação, de uma constatação: “Sim, coisas grandiosas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres” (Sl 126.3). 

Não há como negar: a verdadeira alegria tem tudo a ver com o Senhor.
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2017/10/29/autor/elben-cesar/estamos-alegres/

October 27, 2017

Elevo os olhos para os montes

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Salmo 121
  1. Elevo os meus olhos para os montes; de onde me vem o socorro?
  2. O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra.
  3. Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não dormitará.
  4. Eis que não dormitará nem dormirá aquele que guarda a Israel.
  5. O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua mão direita.
  6. De dia o sol não te ferirá, nem a lua de noite.
  7. O Senhor te guardará de todo o mal; ele guardará a tua vida.
  8. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre.
PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=b1d6C681f4Y
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October 26, 2017

Não se esqueça de que Deus está no controle

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Renan Vinícius

O dicionário Michaelis traz, entre as definições da palavra “ansiedade”, a declaração de que a mesma se trata de um “estado emocional frente a um futuro incerto e perigoso no qual um indivíduo se sente impotente e indefeso”. As palavras “sofrimento físico e psíquico; aflição, agonia, angústia, ânsia, nervosismo” também são utilizadas pelo mesmo dicionário para definir este estado que pode trazer profundo sofrimento aos que convivem com este mal.

É normal sentirmos um frio na barriga quando alguém manda uma mensagem dizendo: “Fulano, preciso falar com você”. Nessas situações, como diria Tiago Iorc, “o coração dispara, tropeça, quase para”. O complicado mesmo é quando os pensamentos excessivos sobre o futuro tomam conta da sua mente e do seu coração, tirando a paz, criando crises internas – inclusive de fé – e te fazendo esquecer do mais importante: de que Deus está no controle.

Agora você pode estar pensando: “lá vem essa frase clichê”. Sim, é verdade que a frase já virou clichê, mas também é verdade que ela é profundamente verdadeira. Mesmo sendo tão popular, essa frase pode ser difícil de ser compreendida e vivida. Por isso, vou compartilhar contigo o que tenho aprendido sobre a ansiedade. Minha formação acadêmica é em Exatas e esse campo não me permite trazer informações precisas a respeito de ansiedade, portanto, me perdoe, por favor, se alguma informação não estiver de acordo com conceitos e definições clínicas. Esse relato se baseia inteiramente em minha experiência.

Escrevo este texto enquanto estou à espera, há pelo menos dois meses, de uma resposta que pode mudar significativamente o meu futuro. Em outros tempos, a esta altura eu provavelmente já estaria me descabelando, pensando em milhares de respostas possíveis e em infinitas possibilidades. Hoje, para a minha surpresa – e inclusive para a surpresa dos meus amigos -, estou esperando esta resposta com uma tranquilidade que chega a ser anormal para os meus padrões. 

De certa forma, minhas últimas experiências me fizeram entender que, no meu caso, a ansiedade acontecia pela sensação e pelo desejo de estar no controle de todas as situações, quando na realidade sou apenas mais uma personagem no roteiro da peça chamada vida. Quando crio um projeto e tenho a expectativa de que sua realização depende exclusivamente de mim, estou reivindicando uma responsabilidade a qual não tenho como cumprir. Tento, uso todas as minhas forças, me desgasto, e o máximo que costumo conseguir é uma mistura de cansaço com revolta e decepção.

Por outro lado, quando entendo que o autor da peça é soberano sobre todas as coisas, que Ele tem o melhor para mim e o fará no tempo certo, independentemente se esses planos são os mesmos que os meus, posso descansar e aproveitar as maravilhas que Ele preparou.

Isso não significa, por exemplo, que você deva ficar em casa deitado no sofá o dia todo enquanto espera um emprego “cair do céu”. O que estou dizendo é que você deve sim sair para procurar um trabalho, mas deve descansar em Deus, ciente de que, no tempo certo, a oportunidade certa surgirá para você. E se não surgir, é porque não era o momento nem a oportunidade certa.

Ainda tenho um longo caminho a percorrer. Se você também sofre com pensamentos ansiosos, minha oração é que o Senhor nos ensine a caminhar no tempo Dele e que nosso coração possa estar sempre atento a estas palavras: “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus” (Filipenses 4:6-7).

Que, nos momentos de incessantes preocupações, nos lembremos também das palavras de Jesus:
“Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer?’ ou ‘Que vamos beber?’ ou ‘Que vamos vestir?’ Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a vocês. Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal” (Mateus 6:31-34).
Fonte:  http://ultimato.com.br/sites/jovem/2017/10/09/nao-se-esqueca-de-que-deus-esta-no-controle/

October 25, 2017

Socorro

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O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra. (Sl 121.2.)
Há duas perguntas soleníssimas. Uma é: “Até quando?” A outra é: “De onde?”
Com a primeira se quer saber quanto tempo vai durar o sofrimento. Com a segunda se quer saber de onde virá o livramento.
O “até quando?” tem ficado sem resposta. Pode durar “um instante” ou apenas uma noite (Sl 30.5), como pode durar “sete tempos” (Dn 4.32) ou a vida inteira. A rigor, a única certeza que se tem quanto à durabilidade da dor é que ela só será plena e definitivamente debelada na plenitude da salvação, cuja ocasião é guardada em segredo (Mc 13.32).
Já o “de onde vem o meu socorro?” é diferente. A resposta está escondida no coração humano desde a criação. Os crentes lembram-se dela constantemente. Os não-crentes só se lembram dela nos momentos de maior angústia e quando não enxergam outro tipo de socorro.
Num dos salmos de peregrinação, os judeus perguntavam quando subiam juntos para Jerusalém: “Levanto os meus olhos para os montes e pergunto: De onde me vem o socorro?” E, em seguida, ofereciam uma resposta corajosa e precisa: “O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra” (Sl 121.1,2).
A mesma pergunta e a mesma resposta fluíram da boca de Paulo, quando ele chegou à conclusão de que o pecado mora dentro dele e guerreia contra ele: “Quem me livrará da minha escravidão a essa mortífera natureza inferior?” (Rm 7.24, BV). 

A resposta do apóstolo ao seu próprio grito de desespero é tão convincente que ele a apresenta em forma de adoração: “Que Deus seja louvado, pois Ele fará isso por meio do nosso Senhor Jesus Cristo!” (Rm 7.25, NTLH).
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2017/10/19/autor/elben-cesar/o-socorro-do-senhor/
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October 22, 2017

O séquito do perdão

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Uma boa notícia precisa ser dada aos encurvados. 

Não aos fisicamente encurvados por causa de algum problema de coluna. Mas aos emocionalmente encurvados, aqueles que estão carregando sobre os ombros o peso das coisas erradas feitas há pouco tempo ou há muito tempo, por querer ou por não querer. Quem precisa dar essa boa notícia são os pais aos seus filhos, os pastores às suas ovelhas, o pároco aos seus paroquianos, os  profissionais de saúde mental aos seus pacientes, os amigos aos seus amigos.  

Perdão de toda coisa errada, de todo pecado, de toda transgressão, de todo equívoco, de todo crime, de toda loucura. Esse é o âmago do cristianismo. Essa é a razão pela qual Jesus veio ao mundo. Esse é o motivo pelo qual Jesus foi levado ao matadouro. Essa é a boa notícia que os missionários têm de levar até os confins da terra. 

A graça é maravilhosa demais, é alta demais, é larga demais, é comprida demais, é profunda demais. A graça não é prêmio, não é recompensa, não é brinde, não é sorteio, não é mercadoria, não é troco, não é pensamento positivo. A graça não é uma agradável mentira que os pastores, os párocos, os conselheiros e os psicólogos pregam para nós. Nem uma agradável mentira que nós pregamos para nós. 

Graça é graça e pronto. 
  • Livres do remorso - aquela dor no íntimo, aquela inquietação da consciência culpada,  aquele remordimento constante some, vai embora, afoga-se no fundo do oceano. 
  • Livres da culpa - a culpa some, a culpa vai embora, a culpa afoga-se no fundo do oceano (Mq 7.19). 
  • Livres da vergonha - aquele rosto corado de vergonha, aquele rosto ruborizado, aquela marca de Caim some, vai embora, afoga-se no fundo do oceano. 
  • Livres da lembrança - aquela triste história, aquele capítulo da vida, aquele horrível episódio some, vai embora, afoga-se no fundo do oceano. 
O perdão dado por Deus, o perfeito perdão, o perdão completo, o perdão proporcionado pela graça e tornado possível por causa da Sexta-feira Santa, torna-nos: Deus não faz nada pela metade. O perdão cura tudo, não apenas parte, não apenas a metade, não apenas 99% do trauma. 

Imaginemos se Pedro ficasse livre apenas da culpa, e continuasse por toda a vida com o remorso, a vergonha e a lembrança daquele fracasso da tríplice negação.

A boa notícia é que o perdão existe.

O perdão em sua plenitude é algo eticamente inadmissível. Só existe por causa da graça de Deus.

O que pouco se sabe, o que pouco se prega, o que ainda não foi plenamente atinado, tanto pelo necessitado do perdão como pelos pregadores do perdão, é que o perdão nunca vem sozinho. Ele está atrelado a outros resultados. Quando o perdão chega, chegam também os seus componentes, os seus acompanhantes, o seu séquito, a sua trupe.

Encurvados, prestem atenção! Pastores, párocos, missionários, psicólogos, pais e mães, avôs e avós - todos - prestem atenção. Os que estão internados em alguma clínica, os que estão encarcerados, os que estão no corredor da morte, os que estão no caminho do suicídio, os que estão no confessionário, prestem todos muita atenção! 

A graça de Deus é perfeita, é completa, é curativa. 

Essa pastoral está firmada na promessa de Deus a Jerusalém até então coberta de vileza: “Não tenha medo, pois não provarás mais vergonha, não te sintas mais ultrajada, pois não precisarás enrubescer, esquecerás a vergonha de tua adolescência, a chacota sobre a tua viuvez, não te lembrarás mais dela” (Is 54.4, TEB).

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/360/o-sequito-do-perdao


October 19, 2017

Para cantar com graça no coração

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Texto básico: Salmos 13.1-6

Leitura diária
D Sl 108.1-13 Firmeza alegre de propósito

S Sl 50.1-23 O culto que glorifica a Deus
T Sl 96.1-13 Um cântico que se renova
Q Sl 122.1-9 Alegria pela Casa do Senhor
Q Tg 5.12-20 Uma expressão de alegria
S Fp 4.1-23 A alegria contagiante do Senhor
S Sl 28.1-9 O meu coração exulta em louvor

Introdução

O júbilo começa no coração. A nossa sen­sibilidade para com a grandiosidade do culto a Deus só pode ser originada e cultivada pela Palavra de Deus. “A pregação determina o foco e profundidade da adoração” (Horton). 

O nosso culto, portanto, é determinado basi­camente pelo conhecimento e pela prática da Palavra. O nosso louvor é a expressão de um coração alegre diante de Deus: o júbilo começa no coração e os lábios apenas o expressam.

O nosso culto começa por uma vida de obediência com um coração sincero. O ato público de adoração é a complementação in­dispensável de nosso culto cotidiano a Deus. “Porquanto Deus preceitua, em primeiro lugar, que o adoremos interiormente, e em seguida também verbalizemos uma profissão de fé externa. O principal altar, no qual Deus é adorado, deve estar situado dentro de nós, pois Deus é adorado espiritualmente através da fé, de orações e de outros ofícios de piedade. 

A confissão externa deve ser forçosamente acrescentada, não só para que nos exercitemos na adoração a Deus, mas também para que nos ofereçamos inteiramente a ele, tanto no corpo quanto na mente, assim como Paulo preceitua (1Co 7.34; 1Ts 5.23) – em suma, para que ele nos possua inteiramente” (Calvino).

Deste modo, devemos entender que o louvor alegre é um aprendizado da fé em submissão à Palavra. 

I. Os cânticos refletem nossa experiência com Deus

É natural e até desejável que usemos de nossos talentos para servir a Deus com novas composições que reflitam a nossa fé decorren­te da Palavra. Como a vida cristã é dinâmica, é natural que isto se manifeste também em nossa música. Lloyd-Jones está correto ao enfatizar: “O canto cristão não deve ser uma repetição enfadonha”. Portanto, a nossa fé, por proceder da Palavra, deve ser orientada pela Palavra em nossas experiências cotidia­nas. O Livro de Salmos se constitui em um modelo majestoso e singular deste emprego. No entanto, a novidade do que cantamos não estará circunscrita à data da composição ou à atualidade do ritmo, mas sim à forma como cantamos: Com “graça no coração”. Agostinho (354-430) colocou esta questão em termos belos: “Quem canta com parcia­lidade, canta canções antigas; qualquer de seus cânticos é velho, é o velho homem que canta. Está dividido, é carnal. Certamente, enquanto é carnal é velho, e à medida em que é espiritual, é novo”. Devemos cantar ao Senhor com novidade de vida e integridade; somente assim cantaremos um “cântico novo” (Sl 96.1; 98.1; Is 42.10).

Os cânticos devem ser a expressão de uma experiência com Deus, “porque é certo que jamais agradarão a Deus os louvores que não procedam desta fonte de amor” (Calvino). É natural que, com o tempo, os hinos passem a fazer parte de nossa história de vida: Eles, sem dúvida, retratam verdades bíblicas; contudo, estas verdades, cridas por nós, assumem um significado subjetivo quando são vivenciadas, muitas vezes – ainda que não exclusivamen­te –, em nossas crises, angústias e mesmo júbilo. Assim como há textos marcantes das Escrituras que falam de modo especial à nossa experiência de vida, há hinos que realçam momentos de nossa comunhão com Deus e, também, às vezes a dura realidade cotidiana. Se vocês pararem por um instante para refletir sobre isso certamente se lembrarão de hinos que estiveram associados à sua conversão, a momentos alegres e dolorosos, à determinadas épocas de sua vida. Obviamente, a nossa experiência não esgota o sentido dos hinos, mas, sem dúvida, elas resignificam a mensagem. De passagem, podemos entender também, que a letra que cantamos é funda­mental na compreensão, fixação e expressão do nosso louvor.

Lloyd-Jones, fazendo eco a Agostinho e a Calvino, acentua: “Sempre nos compete lembrar de que não devemos concentrar-nos só em cantar a melodia. No momento em que fazemos isso, já nos afastamos da instrução do apóstolo [Ef 5.19]. As palavras vêm em pri­meiro lugar – elas são mais importantes que a melodia. Naturalmente, as palavras e a melodia devem vir juntas, consorciadas e fundidas para darem expressão ao nosso louvor. Mas não há nada que seja tão fatal como entoar a melodia somente, sem dar atenção às palavras”.

O meditar nos feitos de Deus é um imperativo ao louvor. O salmista louva a Deus considerando o seu livramento (cf. Sl 28.6-7). “Quando Deus esparge alegria em nossos corações, o resultado deve ser que nossos lábios se abram para entoar seus louvores” (Calvino). “Quanto mais atenta e diligentemente os crentes consideram as obras de Deus, mais eles se aplicarão aos seus louvores” (Calvino). 

II. O cantar está associado à nossa fé “em busca de compreensão”

O nosso louvor está também associado à nossa fé. Davi, angustiado, fugindo de uma perseguição implacável de Saul, assim mesmo vislumbrava alegremente o seu salvamento: “Regozije-se o meu coração no teu salvamen­to” (Sl 13.5). O curioso é que o salmista, além de olhar para o futuro, não perde o contato com a realidade presente, enxergando que, apesar de todas as suas dificuldades, Deus lhe tem feito muito bem (Sl 13.6).

No v. 3, ele pede a Deus: “Ilumina-me os olhos” . Iluminar os olhos, no idioma hebrai­co, significa o mesmo que soprar o fôlego de vida, porquanto o vigor de vida transparece principalmente nos olhos” (Calvino).

Analisando de outra perspectiva, muitas vezes o que de fato necessitamos é ter os olhos iluminados para poder enxergar a situação com mais clareza. Aqui, o salmista pede a Deus que ilumine para que ele, tomando alento, possa ver as coisas com maior discernimento, já que, no momento, a realidade parecia-lhe extremamente aflitiva e tenebrosa.

Somente Deus, por sua graça, pode iluminar os nossos olhos para que vejamos os seus feitos em nossa vida e, assim, nos alegremos na esperança (Rm 12.12). “É possível que não vivamos totalmente livres do sofrimento, não obstante é necessário que essa fé regozijante se erga acima dele e nossa boca se abra em cântico por conta da alegria que está reservada para nós no futuro, embora ainda não seja experimentada por nós….” (Calvino). Deste modo, o salmo, que começa com perguntas angustiantes e dolorosas (Sl 13.1-2), termina com um cântico de confiante fé e alegria radiante. O seu desânimo transforma-se em alegre confiança. Tendo os olhos iluminados, conforme pediu a Deus, pôde ver com mais clareza as bênçãos de Deus; por isso diz: “[Deus] me tem feito muito bem” (Sl 13.6).

Assim, assume o compromisso: “Cantarei ao Senhor” (Sl 13.6). “… Davi, ao apressar-se com prontidão de alma a cantar os benefícios divinos, mesmo antes que os houvesse rece­bido, coloca o livramento, que aparentemente estava então distante, imediatamente diante de seus olhos” (Calvino). A alegria do salmista se manifesta em cântico. Mas o cantar não é uma simples terapia, antes, a expressão de uma alma confiante e agradecida. Daí, seguindo a linha de Agostinho e Calvino, é que para nós reformados o que cantamos assume a preponderância em nosso louvor. Devemos fazer com sinceridade, integridade de coração, expressando o que aprendemos biblicamente e, que, pelo Espírito, faz parte de nossa fé. “Nosso louvor só pode ser aprovado verdade” (Calvino).

Nesta mesma tradição litúrgica, acentua Lloyd-Jones: “Sempre nos compete lembrar de que não devemos concentrar-nos só em cantar a melodia. No momento em que fa­zemos isso, já nos afastamos da instrução do apóstolo. As palavras vêm em primeiro lugar – elas são mais importantes que a melodia. Naturalmente, as palavras e a melodia devem vir juntas, consorciadas e fundidas para darem expressão ao nosso louvor. Mas não há nada que seja tão fatal como entoar a melodia so­mente, sem dar atenção às palavras”.

Davi ainda não pôde enxergar completa­mente o livramento futuro, no entanto, confia em Deus, por isso, louva a ele firmado na fé que vê o invisível (cf. Hb 11.1).

Aqui ele pode dizer como no salmo 116: “Volta, minha alma ao teu sossego, pois o Senhor tem sido generoso para contigo” (Sl 116.7).

Deste modo, o nosso louvor é um tes­temunho de nossa confiança no cuidado providente de Deus. Este discernimento só é possível por intermédio da Palavra. Uma esperança fundamentada simplesmente em otimismos resultantes de um “pensar positi­vo” pode, quando muito, dar uma sensação momentânea de alívio, contudo, não muda a realidade dos fatos. Deus, no entanto, nos convida a um exame de sua Palavra; nela temos os seus ensinamentos e promessas que, de fato, podem iluminar os nossos olhos, apontando e nos capacitando a seguir o seu caminho.

A Palavra de Deus nos dá discernimento com clareza: “A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples (tolo, “mente aberta”, imaturo)” (Sl 119.130).

A Palavra nos conduz à maturidade, ao discernimento para que não mais tenhamos uma “mente aberta”, sendo suscetível a todo tipo de sedução e engano não percebendo as armadilhas e contradições do seu mosaico inconsistente de pensamento. Deus deseja que exercitemos o senso crítico (Pv 1.4; 14.15), deixando a paixão pela “necedade” (Pv 1.22), nos apegando às suas promessas.

Somente a Palavra de Deus pode transmitir a alegria real e duradoura ao nosso coração. Ela dispersa as nuvens de incertezas e contradições de uma sociedade pervertida, mostrando-nos os verdadeiros valores (Sl 119.105).

O salmo que começa com perguntas angus­tiantes e dolorosas, termina com um cântico de certeza de fé e alegria radiante. Aparentemente a sua situação não mudou, contudo, ele obteve outra perspectiva, a sabedoria divina que o permitiu se alegrar em Deus. A visão anteci­pada da manifestação da graça é graça. 

Conclusão

O Diretório de Culto de Westminster (1645) orienta: “É dever dos cristãos louvar a Deus publicamente cantando salmos juntos na igreja, e também em particular, na família.

“Ao cantar os salmos, a voz deverá ser afinada e ordenada com seriedade; mas o cuidado maior precisa ser o de cantar com o entendimento e com graça no coração, erguendo melodias ao Senhor”.

Devemos, portanto, cantar com sincerida­de, meditando naquilo que cantamos como expressão de nossa fé, com integridade e mo­deração. Os cânticos são didáticos; por meio deles aprendemos as Escrituras, expressamos a nossa fé e, eles também nos ajudam a fixar os ensinamentos bíblicos. Os cânticos que não nos conduzem à Palavra, por mais emocionan­tes, “alegres”, cativantes e contagiantes que sejam, não edificam. 

Precisamos ter sempre diante de nós o fato insubstituível de que é impossível ser edificado espiritualmente fora da Palavra. As Escrituras devem ser sempre o critério aferidor de todas as nossas experiências, emoções e gosto. Insistimos: fora da Palavra não há edificação, nem crescimento espiritual. 

Deus não requer de nós simples­mente criatividade; ele requer fidelidade. 

Aplicação

Nossa experiência e o conhecimento de Deus costumam estar presentes em nossos cânticos? O que pode ser feito para que eles sejam ade­quados ao ensino da Palavra de Deus?

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/para-cantar-com-graca-no-coracao/

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=Q2-yldhqnL8
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October 18, 2017

Olhando firmemente para Jesus

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- Ricardo Barbosa

Uma característica de viver em uma cultura que oferece tantas possibilidades é perder o foco, não saber o que realmente importa. Vivemos de forma dispersa, seduzidos por uma infinidade de ofertas, criando uma ciranda de opções que mudam constantemente nosso olhar de direção.

A perda da objetividade nos conduz a uma dificuldade na integração das diferentes realidades da vida. Somos seres distraídos, ansiosos e inquietos. A obsessão pela autorrealização, autossegurança e autoimagem surge da necessidade de dar nitidez a um cenário desfocado.

Temos a tendência de pensar que nossos problemas são externos. Porém, se não temos um foco internamente seguiremos à deriva. Como diz o velho ditado: “Quando o piloto não sabe o destino do seu barco, qualquer vento sopra a favor”. As distrações externas apenas refletem a falta de integração interna.

Na carta aos Hebreus, o autor dedica todo o capítulo 11 para descrever, em curtas biografias, a vida de homens e mulheres que viveram vidas focadas. Apesar das inúmeras possibilidades e pressões, mantiveram seus olhos fixos em promessas divinas ainda não cumpridas. Viveram e morreram por elas.

O autor entra no capítulo 12 com um relato e um apelo. Todo aquele elenco de homens e mulheres que viveram vidas focadas tornou-se uma “nuvem de testemunhas”, ajudando e encorajando outros homens e mulheres a viverem da mesma forma. O que eles fizeram? Mantiveram seus olhos fixos em Jesus.

Tenho pensado nas testemunhas que têm me ajudado a não perder o foco. Confesso que, às vezes, olho a minha volta e encontro muita gente que me incentiva com métodos, estratégias, técnicas, programas; no entanto, são poucos os que me ajudam a manter meus olhos focados em Jesus.

Algumas destas testemunhas viveram séculos atrás. Agostinho é uma testemunha fiel que sempre me ajuda a olhar com honestidade para o meu pecado e para a bondade de Deus. Ler as “Confissões” mantém meus olhos voltados para Jesus. Outra testemunha pela qual tenho grande apreço é Gregório Magno, que viveu no século 6. Sua obra “Regra Pastoral” tem me ajudado a manter o foco do ministério pastoral e evitado que me entregue às seduções dos atalhos.

Os movimentos mendicantes do século 13 me ajudam a reconhecer o valor da simplicidade. Os reformadores me inspiram tanto na devoção como no estudo cuidadoso e reverente das Escrituras. Ao longo de minha vida algumas testemunhas fiéis e verdadeiras me ajudaram a manter meus olhos fixos em Jesus. Várias delas seguem ao meu lado, anonimamente, insistindo para que jamais perca Jesus de vista.

Uma testemunha que teve grande influência em minha vida e pela qual sempre nutri grande admiração é John Stott, que há pouco tempo deixou este “corpo corruptível” para receber “o corpo glorificado”. Ele, com seus sermões, livros e dedicação, me estimulou a amar a Bíblia, a igreja e o Salvador.

A vida moderna, com suas múltiplas ofertas, intensifica o individualismo e acaba por produzir uma forma de ruptura entre a realidade interna e externa. Por outro lado, a revelação de Deus como Trindade, que tem a comunhão e a interdependência de um no ser do outro, forma a base da vida e da espiritualidade cristã. A consciência de que fomos criados por Deus e para Deus estabelece o eixo para vivermos de forma centrada.

Existe um centro na vida: Jesus Cristo. Ele é o princípio e o fim. Aquele por meio de quem tudo existe e para quem todas as coisas convergem. Diante dele se dobrarão todos os joelhos no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua o confessará como Senhor e Deus. Ele é o que se encontra assentado no trono, em torno do qual nós nos colocamos em adoração e obediência.

Precisamos de testemunhas. Nuvens de testemunhas. Precisamos de pessoas que nos ajudem a desembaraçar os nós do pecado e de tudo o que nos impede de caminhar em direção a Cristo. A vida moderna segue nos oferecendo muitas distrações. Manter os olhos fixos em Jesus nos possibilita viver de forma íntegra e centrada.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/332/olhando-firmemente-para-jesus

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=b1d6C681f4Y
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October 17, 2017

Há solução para o pecado que as máscaras escondem

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- Ronaldo Lidório

Frequentemente julgamos a vida a partir de valores mais externos, contábeis e visíveis do que pelas coisas do coração. Corremos, assim, o risco de nos encantarmos com histórias, livros e pessoas que não encantam a Deus, aprovando aquilo que Ele desaprova e desaprovando o que Ele aprova.

A sociedade nos leva a crer que somos aquilo que aparentamos e, não raras vezes, somos julgados pelos nossos títulos, realizações, influência, aparência e tantas outras credenciais que tentam definir nossa identidade.


A razão para tal postura sociocultural é a natureza pecaminosa humana e sua tendência a esconder-se de Deus e da verdade. Desde Adão, que fugiu ao ser convocado por Deus em Gênesis 3, nos tornamos seres construtores de máscaras, agindo com ar de espiritualidade enquanto os interesses do coração e a satisfação do ego tornam-se o centro da vida.



Qual a sua máscara?

O uso de máscaras é prática comum em diversas culturas, festas e apresentações teatrais ao longo da história. Dentre a diversidade de significado e função, máscaras são frequentemente usadas para esconder a verdadeira face ou projetar uma aparência diferente. De igual modo, somos uma sociedade inclinada ao uso de máscaras, tanto para esconder a verdade como para projetar uma imagem idealizada. 


Máscaras de pureza em vidas sem compromisso com a santidade; máscaras de amor em relacionamentos marcados pelos interesses pessoais; máscaras de compromisso em casamentos internamente destruídos; máscaras de tolerância, que escondem planos vingativos; máscaras de espiritualidade em decisões puramente políticas e interesseiras; máscaras de exortação em sermões que não correspondem com a própria vida; máscaras de misericórdia, sem coração compassivo ou qualquer interesse em aliviar a dor do aflito.

Na busca por um coração íntegro talvez a oração mais marcante na Palavra tenha sido proferida pelo salmista: “Sonda-me ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139:23, 24).


No Reino de Deus a verdade é o fundamento de toda avaliação. Não por acaso a Palavra nos diz que ela nos libertará. A ausência da verdade, por outro lado, nos mantem cativos às mesmas masmorras psíquicas e comportamentais de sempre. De quando em quando, precisamos ser chocados com a verdade sobre as nossas vidas, que faz depor as máscaras, reconhecer o estado do coração e buscar misericórdia e transformação em Cristo. Estes choques de realidade geralmente acontecem no encontro com a Palavra de Deus.



Deus não se impressiona com seus feitos

O elemento principal com o qual Jesus nos avalia é bem menos visível, menos contábil e certamente menos observado por aqueles que nos cercam, pois Ele nos conhece no íntimo, sem máscaras, manipulações ou enganos. A Palavra usa expressões como “coração puro” (Sl 51:10), “de todo o teu coração” (Mt 22:37), “integridade do coração” (Sl 78:72), e “santidade ao Senhor” (Ex 29:6) para nos fazer entender que Deus nos avalia mais pelas coisas do coração do que pela nossa roupagem.


Sim, Jesus conhece o secreto da sua vida. Ele certamente não se impressiona pelas grandes construções que levantou, realizações aplaudidas por multidões ou teses defendidas debaixo dos holofotes. O Carpinteiro de Nazaré olha direto para o seu coração e vasculha a sua alma. E é justamente neste campo que seremos encontrados, fieis ou não.



A racionalização, a fuga e a hipocrisia: inimigas da santidade

Há vários elementos humanos que nos preterem de buscar um coração puro. São os inimigos da santidade, contra os quais devemos lutar. Três deles são a racionalização, a fuga e a hipocrisia.


O problema central da racionalização é que ela nos distancia da verdade. Leva-nos, tão somente, a construirmos as razões que justificam o nosso pecado, não nos confronta e jamais nos ajuda a termos corações transformados. Se você convive com alguém que sempre racionaliza seus problemas pessoais, há uma alta chance de que ele venha a repeti-los muitas e muitas vezes. A soberba e orgulho são aliados da racionalização, pois ajudam a pensar que o outro é sempre inferior e, consequentemente, participante maior em nosso próprio erro. Tolstoi, no livro Celebração da Disciplina, argumenta que todos pensam em mudar a humanidade, mas poucos pensam em mudar a própria vida. E a racionalização é um sério elemento que nos impede de buscarmos uma vida confrontada e transformada pela verdade.


A fuga, assim chamemos, trata o pecado como um objeto distante e jamais o observa de perto. Tal mecanismo provoca constantes evasivas no pensamento e discurso quando se trata de avaliar o próprio coração. Corações em fuga jamais lidam com seus erros de forma objetiva, pois há sempre outra pessoa, circunstância ou motivo que deve ser o foco de atenção e para onde se transfere a responsabilidade primária do pecado. O problema da fuga, bem como da racionalização, é que nos distanciamos da verdade, andando sempre nas adjacências dos nossos erros, sem jamais vê-los confrontados.


O caminho para um coração santo inicia na Palavra que nos encoraja, ensina, confronta, conduz à retidão e alinha nossos pensamentos, impedindo a racionalização improdutiva ou a fuga irresponsável. Sendo assim, a busca por uma vida cristã autêntica faz-nos olhar para Deus e torna-nos sensíveis ao pecado, “para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus, inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Fp. 2:15).


A hipocrisia, por sua vez, é quase sempre resultado de um coração soberbo e olhar altivo, que impede de perceber que o pecado apontado e combatido no outro corresponde, muitas vezes, à tendência do nosso próprio coração. Um coração hipócrita é aquele que é duro, rápido e assertivo para apontar o pecado alheio, com expressão de surpresa e repúdio, mas se mantem em silêncio com os próprios pecados, tratados com extrema tolerância. Salomão enfatiza que Deus se entristece profundamente com tal conduta, pois o Senhor aborrece olhos altivos (Pv 6:17). Gálatas 5 nos revela que as obras da carne estão todas no mesmo pé de igualdade. Os pecados contra a pessoa de Deus (idolatria, feitiçaria), contra o próprio corpo (prostituição, impureza, lascívia, bebedeiras e glutonarias) e contra o outro (inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções e invejas) igualmente nos distanciam do Senhor.


Devemos lutar não apenas contra a prostituição e a idolatria, como claramente se faz na Igreja de Cristo, mas também contra a arrogância, a murmuração, o orgulho, a malícia, a avareza, a inveja, a altivez, a jactância, o desrespeito e o atrevimento.


É certo, porém, que não podemos purificar nosso próprio coração. Dentre tantas verdades marcantes do Cristianismo, uma das principais é que dependemos de Deus. Que o Senhor nos leve a orar com sinceridade e humildade, a cada dia, como o salmista: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro em mim um espírito inabalável” (Sl 51:10).


Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/ha-solucao-para-o-pecado-que-as-mascaras-escondem

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=MB8Af0j3iEM
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October 16, 2017

Ele está no controle

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1Crônicas 16.23-33

Cantem uma nova canção a Deus, o Senhor.
Cantem ao Senhor,
todos os povos da terra!
Cantem ao Senhor e o louvem.
Anunciem todos os dias
que ele nos salvou.
Falem da sua glória às nações;
contem a todos os povos
as coisas maravilhosas
que ele tem feito.
O Senhor é grande
e merece todo o nosso louvor;
ele deve ser temido
mais do que todos os deuses.
Pois os deuses das outras nações
são somente ídolos,
mas o Senhor fez os céus.
Ele está cercado de glória
e majestade;
poder e beleza enchem o seu Templo.
Louvem o Senhor,
todos os povos da terra!
Louvem a sua glória e o seu poder.
Deem ao Senhor a honra que ele merece;
tragam uma oferta e entrem nos pátios
do seu Templo.
Curvem-se diante do Santo Deus
quando ele aparecer;
trema diante dele toda a terra.
10 Digam em todas as nações:
“O Senhor é Rei!
A terra está firme no seu lugar
e não pode ser abalada;
ele julgará os povos
de acordo com o que é direito.”
11 Alegre-se a terra,
e fique contente o céu.
Ruja o mar e todas as criaturas
que nele vivem.
12 Alegrem-se os campos
e tudo o que há neles.
Então as árvores dos bosques
gritarão de alegria
diante de Deus, o Senhor,
13 pois ele vem governar a terra.
Com justiça e sem parcialidade,
ele governará os povos do mundo.

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=9xPzTSpbYmk
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October 10, 2017

Tirania

Esquizofrenia

Meio maluco falar de esquizofrenia e igreja num mesmo parágrafo. Mas é isto que me vem à cabeça. O grilo da vez (rs) começou qdo o Ed foi no semináqrio falar sobre sagrado x secular. Na minha cabeça isto não existe pq a gente não consegue departamentalizar a vida (para efeitos de pesquisa sim, mas em termos de vida não). O que é necessário é sabedoria para distinguir o bem do mal. Pq o caos vem exatamente desta não-distinção.

E pq falar de igreja e de esquizofrenia? Pq normalmente as pessoas que separam sacro de profano vão de um extremo ao outro. Quem não é cristão, não se mistura com quem é. E quem é cristão, tb não se mistura com quem não é. Só que os dois não percebem que, ao negarem as diferenças, ressaltam ainda mais o que têm em comum.

Estou cansada de gente que classifica os crentes como chatos (em alguns casos, são sim) rs. Tem muita gente que não é cristã e é chata do mesmo jeito (em alguns casos, até pior) rs.

O que me incomoda não é apenas ficar classificando as pessoas como pode-não pode, mas ver gente que perde tempo vigiando o quintal dos outros ao invés de cuidar do próprio. Ora esta, ao invés de ficar dando palpites de como melhorar a vida alheia (se conselho fosse bom, ninguém dava) rs, que ela mude a única coisa que efetivamente tem poder para mudar, no caso, a propria vida.

Mas não. Pq quem quer arregaçar as mangas e correr o risco se algo der errado? É mais fácil reclamar... dos crentes (ou dos não crentes)!

Viver de maneira coerente tem sido um exercício e tanto nos dias atuais. Pq nos tornamos escravos da tirania do agora. Temos de nos sentir bem, mas tem de ser agora. Temos de ser felizes, mas tem de ser agora. E nesta ansiedade, atropelamos os outros e a nós mesmos. Negamos nossos valores e crenças, não sabemos no que acreditamos. Existe um divórcio entre o que falamos, fazemos e pensamos.


Esquizofrenia. Nos relacionamentos pessoais, nos discursos profissionais, na espiritualidade. 

Mêda...

October 03, 2017

O meu coração anda inquieto enquanto não repousar em Ti

SENHOR, o meu coração não se elevou nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes matérias, nem em coisas muito elevadas para mim.
Certamente que me tenho portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; a minha alma está como uma criança desmamada.
Espere Israel no Senhor, desde agora e para sempre.
Salmos 131:1-3
SENHOR, o meu coração não se elevou nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes matérias, nem em coisas muito elevadas para mim.
Certamente que me tenho portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; a minha alma está como uma criança desmamada.
Espere Israel no Senhor, desde agora e para sempre.
Salmos 131:1-3
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Certamente que me tenho portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; a minha alma está como uma criança desmamada.
Sl 131: 2

PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=WdMBAsQooLk
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October 02, 2017

Criados para adorar ou trabalhar?

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- Patrick Lai
Trabalho é adoração

A palavra hebraica “avodah (ah-vod-ah)” é traduzida por “trabalho” e, também, “adoração”. Uma melhor tradução [em inglês] para trabalho é “serviço”. Deus recebe o trabalho como adoração feita a Ele. Simplificando – Trabalho é adoração. A similaridade entre as duas palavras esclarece que, aos olhos de Deus, nosso trabalho é adoração e não é feito para nosso próprio benefício, mas antes como uma oferta a Ele. Isso quer dizer que o local de trabalho é o lugar de Deus. Nós vamos interagir com Deus e falar sobre Deus no nosso local de trabalho como o fazemos na igreja ou em casa. O local de trabalho é o local de adoração onde podemos expressar a compaixão de Cristo em palavra e ação.

Ao construir uma teologia do Trabalho, nós precisamos começar com a Palavra de Deus e as palavras de Deus. A palavra hebraica avodah é central para entendermos a visão de Deus de trabalho e adoração. Essa palavra עבדה (avodah) aparece 145 vezes, tornando esse tema substancial no Antigo Testamento. A raiz do verbo עבד (avad) aparece 289 vezes na Bíblia, mais comum na forma qal. Isso não inclui a forma de substantivo, עבד (eved), que aparece mais 780 vezes no Antigo Testamento. O grupo de palavras עבד é traduzido no Antigo Testamento em inglês de três maneiras principais:

1. Avad (עבד) é mais traduzido por “serviço”, onde alguém se submete a outro. Exemplos disso são um escravo ao seu mestre (Êxodo 21:6), um súdito ao rei (2 Samuel 16:19), ou até um filho ao seu pai (Malaquias 3:17). Esse uso de “serviço” é encontrado em 1 Reis 12, quando o povo de Israel pede ao Rei Roboão para aliviar os impostos que seu pai Salomão havia colocado sobre eles. Se ele abaixasse os impostos, o povo então prometia servi-lo (avad) como rei.

2. Avad (עבד) pode ser traduzido como “adoração”, referindo-se à adoração a YHWH (Josué 24:14; Ezequiel 20:40) ou a adoração a ídolos (Êxodo 20:5; Josué 23:7; Salmo 97:7;). Quando Ele chama Moisés para liderar Seu povo para fora do Egito, Deus dá a Moisés essa promessa: “Quando você tirar o povo do Egito, vocês prestarão culto [avad] a Deus neste monte” (Êxodo 3:12).

3. Avad (עבד) é também traduzido por “trabalho” ou “ocupação comum”. Essa palavra se refere a ambas as vocações, “secular” (Êxodo 5:18; Ezequiel 29:18) e “sagrada” (Êxodo 13:5; Números 3:8; Josué 22:27); ambas, paga (Gênesis 29:27) e não paga (Jeremias 22:13). Em Êxodo 34:21, Deus falando sobre o Sabbath diz: “Trabalhe [avad] seis dias, mas descanse no sétimo; tanto na época de arar como na da colheita.”

Jesus nunca falou da divisão em sagrado e secular porque tal divisão nunca existiu no pensamento judaico

Os Hillman, em seu estudo sobre o trabalho nos Evangelhos aponta “[...] que das 132 aparições públicas de Jesus no Novo Testamento, 122 foram no local de trabalho. Das 52 parábolas que Jesus contou, 45 tinham o local de trabalho como contexto.” Jesus nunca abordou a divisão entre sagrado e profano (secular) porque tal divisão nunca existiu no pensamento judaico. Os judeus entendiam que tudo o que eles faziam, no trabalho e na sinagoga, era para ser feito para a glória de Deus. Este é o porquê da qualidade ser tão importante para trabalhadores judeus. Eles não estão trabalhando apenas para eles mesmos, mas também como adoração a Deus.

O rabino Ira F. Stone esclarece isso quando escreve: A palavra hebraica para serviço, “avodah”, é a mesma palavra que usamos para trabalho e adoração. Isso não é por acaso... o verdadeiro dever não é meramente adorar em palavras, mas fazer o difícil trabalho de servir. Veja você, para o judeu, trabalho (avodah) e adoração (avodah) são a mesma coisa. E foi assim até que a igreja, há cerca de 1000 anos, ao buscar dominar os poderosos líderes ricos e políticos, passou a separar essas duas ideias.

O local de trabalho é o lugar onde nossas limitações, nossos medos e nosso egoísmo são revelados para nós. É o lugar onde nosso verdadeiro eu pecador vem à superfície. Assim, é onde as pessoas estão mais abertas para encontrar a Deus. 

Ensinar e exemplificar para pessoas que oração e adoração devem acontecer naturalmente e frequentemente no escritório, na sala de aula, na fábrica, é essencial para vivermos a vida como Deus a criou e nos chamou para vivê-la. Se somos para ser sal e luz, o local de trabalho – ou melhor dizendo, o lugar de adoração – é a maneira natural que Deus nos propôs a sermos isso. 

Trabalho (ocupação, empreendimento, emprego) é sempre serviço. Para o adorador de Deus, o crente em Jesus, é sempre servir a Deus. Ou, como Paulo diz, “Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus” (Colossenses 3:17).


Separar adoração e trabalho é separar Jesus e o Espírito Santo

Um dos grandes resgates da Reforma Protestante foi a afirmação da dignidade de todas as ocupações honestas e trabalho como vocações (literalmente, “chamados”). Historicamente, o pai judeu seria considerado negligente se ele não ensinasse ao seu filho uma ocupação. A maioria dos rabinos também tinha uma ocupação (por exemplo, Rabino Moshe, o sapateiro, ou Rabino Shaul, o fabricante de tendas).

Deus pretendia que o trabalho fosse uma parte essencial e expressão de nossa humanidade. O trabalho não é, como alguns assumem erroneamente, o resultado da Queda. O trabalho era parte das atividades de Adão e Eva no Éden antes deles pecarem. Eles tinham que “trabalhar” o Jardim “cuidar dele” (Gênesis 2:15). Trabalho é uma expressão da criatividade inerente na natureza humana, feita à “imagem de Deus”. Afinal, Deus está trabalhando continuamente, como Jesus ressaltou: “Meu Pai continua trabalhando até hoje, e Eu, também, estou trabalhando” (João 5:17).

Trabalho (qualquer trabalho) não é ruim aos olhos de Deus, e certamente não era em Sua criação. Considere: Deus nos criou para trabalhar. Antes da Queda, “trabalho” era o nosso propósito. Deus colocou Adão no jardim do Éden “cuidar dele e cultivá-lo” (Gênesis 2:15). E então, logo depois da Queda, o trabalho se torna “duro”: “Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó, e ao pó voltará” (Gênesis 3:19). E Paulo escreve para seus contemporâneos e para nós: “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo coração, como para o Senhor e não para homens” (Colossenses 3:23); claramente, isso se aplica hoje em dia.

Trabalho, adoração, até mesmo lazer, é para ser feito com todo nosso coração para a glória de Deus. Avodah não é apenas um sermão na igreja, ou cantar hinos no domingo de manhã; avodah é para ser parte de cada fôlego que tomamos e cada pensamento que passa pela nossa cabeça. Separar adoração e trabalho é separar Jesus e o Espírito Santo, e isso é impossível.

Nós entendemos trabalho como labuta, como consequência da Queda. Nós, no nosso pecado, fazemos do trabalho uma coisa ruim. No Messias nós podemos experimentar uma redenção considerável, de labuta para trabalho agradável, com sentido, realização. Qualquer que seja o seu trabalho, ele pode ser uma expressão de adoração, se você o faz para o Senhor.

Outro ponto é necessário: “Respondeu Jesus: ‘Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento [adoração].’ Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’” (Mateus 22:37-39). Esses mandamentos estão sempre nessa ordem. Se você inverter a ordem, isso vai arruinar você. Isto é um fato. Não vai funcionar; não é condizente com a realidade. Se você se dedicar primeiramente a amar o seu próximo, você vai descobrir que isso não pode ser sustentado. Você vai se esgotar. Apenas o amor ao próximo que se desenvolve do amar primeiro a Deus tem o poder de permanecer. O amor ao próximo funciona quando ele brota de uma vida de adoração. Adoração não pode ser separada do trabalho. Adoração não pode ser separada de nada do que fazemos, porque tudo o que fazemos é para ser para a glória de Deus. Somos criados para adorar. Somos criados para trabalhar. Isso não é contraditório no pensamento celestial, apenas no pensamento humano. Pois a verdadeira adoração é trabalho duro. Trabalho é uma forma de adoração, e o trabalho de adorar é para o que Deus nos criou, não apenas em nossos esforços e ocupações, mas em nosso próprio ser.

Oportunidades especiais da estratégia de negócios como missão

Cada um deve servir a Deus como Deus os chamou para servir. Quer seja sendo um pastor, um fazendeiro, um padeiro, um engenheiro, um missionário, ou uma mulher de negócios. Eu gosto de negócios porque ter um trabalho me permite:
  • Ter credibilidade com as pessoas.
  • Eu tenho uma identidade que é compreensível.
  • Eu me sinto íntegro de alma, fazendo um trabalho transparente e honesto.
  • O trabalho me contextualiza.
  • Um trabalho me dá respeito na comunidade, que abençoa a Deus.
  • Sou favorecido junto ao governo.
  • Constrói relacionamentos naturais e autênticos com as pessoas.
  • Faz-me como o apóstolo Paulo.
  • Fornece um visto de longo prazo.
  • Exemplifica o Evangelho de maneira natural e compreensível.
  • Proporciona dinheiro para a igreja.
  • Obedece às Escrituras.
  • Quando eu era um missionário, eu não tinha várias dessas coisas que me permitem ser uma melhor testemunha de Jesus.
Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/criados-para-adorar-ou-trabalhar