Peregrino ou turista?
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- Ricardo Barbosa
- Ricardo Barbosa
O povo de Deus no
Velho Testamento é descrito como um povo peregrino. Abraão foi chamado
por Deus, deixa a sua terra, seus parentes e inicia uma longa jornada
sem saber ao certo para onde ia. Deixar a segurança de sua terra natal,
seus amigos e parentes, seus negócios e um futuro seguro e sair sem
saber para onde, envolve um estado de vulnerabilidade e incerteza.
Abraão caminhou, pela fé, em direção à terra que Deus lhe prometera. Não
sabia onde era e nem quando chegaria, mas seguiu adiante confiando na
providência divina.
O peregrino sabe que não pertence a um determinado lugar
e por isso caminha em direção a um destino, mesmo que este destino não
seja totalmente claro. Escrevendo aos cristãos dispersos, Pedro os
exorta “como peregrinos que são”, que suportem as dificuldades porque
eles sabem a quem pertencem e devem seguir adiante para o destino que
Deus reservou a eles. O apóstolo Paulo, preso em Roma, escreve aos
discípulos de Jesus na cidade de Filipos e os consola dizendo: “pois a
nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o
Senhor Jesus Cristo…”. Toda vez que oramos a oração que Jesus nos
ensinou e dizemos: “Pai Nosso que estás nos céus…”, somos levados a
reconhecer que nosso verdadeiro habitat não é aqui.
Em contraste, temos a figura do turista. O turista
valoriza a viagem, não o destino. Enquanto o peregrino se vê vulnerável e
sem um lugar seguro, o turista sempre se vê no controle de sua jornada.
Se um determinado lugar não lhe agrada, faz as malas e procura outro.
Se as pessoas que o acompanham não são agradáveis, ele procura novas
companhias ou pode, se preferir, seguir sozinho. Enquanto o peregrino
não pensa em voltar, o turista sempre volta. O peregrino aprende a
confiar e a depender da providência divina, o turista confia no seu
planejamento e nos recursos que reservou para sua viagem. O turista
evita o conflito porque o prazer da viagem é o que importa. O peregrino
enfrenta o conflito e os obstáculos porque o que importa é seguir em
frente.
O arquétipo que melhor define o cristão é o peregrino.
Jesus disse a Pilatos: “meu reino não é deste mundo” e na oração
sacerdotal ele afirma em relação aos seus discípulos que eles também
“não são do mundo”. Ao fazer esta afirmação, Jesus nos revela o lugar da
transcendência na jornada do peregrino. Se este não é o meu mundo, sigo
em direção à “Nova Jerusalém”, à “cidade que desce do céu”.
Como você se vê em relação à sua fé hoje? Um turista ou um peregrino?
Como você se vê em relação à sua fé hoje? Um turista ou um peregrino?
Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/peregrino-ou-turista/
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