November 30, 2014

Implicância

.
"Eliabe, o irmão mais velho de Davi, ouviu-o conversando com os soldados. Então ficou zangado e disse:— O que é que você está fazendo aqui? Quem é que está tomando conta das suas ovelhas no deserto? Seu convencido! Você veio aqui só para ver a batalha! — O que foi que eu fiz agora? — perguntou Davi. — Será que não posso nem fazer uma pergunta?" (1 Samuel 17:28,29)

- Luís Antonio Luize
 
Davi era o último de 8 irmãos em sua casa e, pelo que nos relata a Bíblia, era deixado de lado pelo seu pai e por seus irmãos. No capítulo anterior à esta passagem, observamos Samuel indo à Belém para ungir Davi como rei.

Jessé e sete de seus filhos estavam reunidos para o sacrifício, menos Davi. Entretanto, este era o escolhido por Deus, que estava trabalhando para seu pai como se fosse um empregado, pois não tinha o direito de estar junto aos demais.

Como era o mais novo, talvez fosse deixado de lado como alguém que não precisava ficar junto deles, pois era criança. Quando eu era criança os demais chamavam os pequenos que não sabiam brincar ainda de “café com leite”, pois é, Davi era mais ou menos assim naquela casa.

Pois bem, Samuel pediu que chamassem a Davi e este foi ungido rei. No episódio citado, vemos que seu pai enviou os três filhos mais velhos para lutar na guerra, ficando com os outros cinco em casa.

Observamos que quatro deles não são sequer citados, enquanto Davi é o responsável por levar alimentos e trazer mensagens ao pai, já idoso. Provavelmente os demais irmãos estavam trabalhando nas atividades da propriedade que possuíam em Belém.

Eliabe, o irmão mais velho de Davi, chama a atenção dele quando o vê conversar com os soldados e fica irado. Mas é de se pensar porque se acendeu a ira dele contra o irmão. Davi estava ali para levar alimentos para eles e levar notícias ao pai, que havia pedido isto.

Irar-se contra ele demonstra que havia uma implicância dos irmãos para com ele. Está claro que a tarefa de cuidar das ovelhas era de Davi e se estava ali as ovelhas estavam sozinhas ou com algum empregado do seu pai. O temor de que algo de errado acontecesse com as ovelhas leva Eliabe a implicar com Davi do porquê não estava em sua tarefa.

Seu irmão imaginou que o objetivo de Davi era ver a batalha somente e que estava ali passando tempo, distraindo-se. É muito mais fácil criticar o outro do que olhar para si mesmo e resolver o que esteja incomodando tanto.

Davi entretanto, tinha um objetivo, queria a vitória de Israel. Devemos observar que quando Davi foi ungido rei, a Bíblia nos diz que ele foi cheio do Espírito de Deus.

A questão portanto, parece ser a de que havia desde o nascimento de Davi algo que o distinguia dos demais irmãos, que era a unção de Deus. Esta unção o levava a fazer coisas destemidas, corajosas, como outra pessoa da sua idade não faria. Isto por si só deixava as pessoas a sua volta desconfiadas, pois não compreendiam o que estava acontecendo.

Sempre que há alguém em nosso meio que faz algo inesperado, pode gerar em nós muitos sentimentos diferentes.

No ambiente do lar acontece da mesma forma. Em muitas famílias vemos irmãos, e até mesmo pais, implicando com um dos filhos. Tudo que aquela pessoa faz é errado ou tem segundas intenções.

Isto talvez se origine do fato de que amamos nossos irmãos, pais e filhos e desejamos que estes não errem como nós erramos. Em outras palavras, queremos super protegê-los e tentar impedir que cometam erros na vida.

Logo, o que está em questão não é o que a pessoa que amamos faz, mas sim o que nós detestamos em nós e vemos reproduzido no outro. É como estarmos em frente a um espelho e nos vermos agindo.

Imediatamente a nossa autocensura nos freia, mas não conseguimos impedir que o outro faça, pois o indivíduo é outro, é diferente.

Nos resta criticar o ato na esperança de que não o repitam o que também reafirma nossa própria conduta atual e esperada no futuro.

Eliabe é que estava lá para assistir a batalha, pois não teve a coragem de lutar com o gigante.

Fica claro no texto que a motivação de Davi era vencer enquanto a de Eliabe era proteger a si mesmo e a seu irmão.

Parece-me melhor que em vez de implicarmos com nossos familiares e amigos, deveríamos examinar as nossas próprias motivações, algo mais ou menos na linha do que Jesus disse: “antes de tirar o cisco do olho do teu irmão, retire a trave do seu olho”.

“Pai amado, quanto mais me aproximo de Ti, mais posso examinar meu estado e ter certeza que ainda mais preciso de Ti. Perdoa-me por tantas situações em que impliquei com as pessoas à minha volta e não olhei para mim mesmo. Ajuda-me a crescer e amadurecer de forma que alcance um coração sábio. Amém!"

Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2014/11/25/a-fe-comeca-em-casa-implicancia/

November 27, 2014

Nem dentro, nem fora

.
- Ricardo Barbosa

Blaise Pascal (1623–1662), o grande físico, matemático e teólogo francês, em seus “Pensamentos”, falando sobre a grandeza do homem, afirma o seguinte: “Os estoicos dizem: Tornai a entrar dentro de vós mesmos; é aí que encontrareis o vosso repouso: e isso não é verdadeiro. Outros dizem: Saí e buscai a felicidade divertindo-vos: e isso não é verdadeiro. […] a felicidade não está nem em nós, nem fora de nós; está em Deus, tanto fora como dentro de nós”.

Tenho a impressão de que as tentações mais sutis nos são apresentadas aos pares: ou isto ou aquilo, ou dentro ou fora. Todas as vezes em que optamos por uma, somos levados a negar, ou a minimizar, a outra. Exemplo: Amamos a Deus para então obedecer-lhe ou obedecemos-lhe para então amá-lo? Servimos ao próximo porque esse é o nosso chamado ou precisamos primeiro sentir o chamado para então servir? O que é mais importante: A razão ou a emoção? A convicção ou o sentimento?

A escolha entre um e outro, ou mesmo a tentativa de valorizar um em detrimento do outro, tem tornado a fé de muitos cristãos morta, levado inúmeros casamentos ao fim, comprometido a ética e a moral e contribuído com uma espiritualidade frágil e confusa.

Quando Pascal afirma que “a felicidade não está nem em nós, nem fora de nós; está em Deus, tanto fora como dentro de nós”, ele não propõe um equilíbrio entre uma coisa e outra, mas uma compreensão completamente diferente. Ao afirmar que a felicidade está em Deus, ele muda não só o foco da discussão -- dentro ou fora --, mas também o eixo da discussão, afasta o “nós” e coloca “Deus”.

Quando o apóstolo Paulo afirma que Deus fez convergir todas as coisas em Cristo (Ef 1.10), ele reconhece que em Cristo encontramos a síntese, a unidade, de todas as coisas. A felicidade não está nem dentro, nem fora de nós, mas nele. A verdade não é isso ou aquilo, mas ele. Em Cristo, o amor e a obediência são uma coisa só, a fé e as obras nunca estão dissociadas. As convicções e os sentimentos estão alinhados e a mente e as emoções não são realidades distintas e, muitas vezes, paradoxais.

A fé que temos em Cristo nos revela um novo jeito de ser e de perceber as coisas. Em Cristo, Paulo considerava-se livre, mesmo estando acorrentado numa masmorra qualquer do Império Romano. A liberdade não era definida por viver desta ou daquela forma. Ele era tão livre a ponto de escolher ser escravo por amor à Igreja. A fé em Cristo nos confere uma nova identidade que não depende mais de nós, mas dele. Como disse Paulo, “já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”. Quanto mais estou nele, mais me reconheço pleno e real.

A vida do Filho estava no Pai. O Pai era a fonte integradora de todas as coisas. A violência do mundo não fazia sentido, mas a confiança e a entrega do Filho ao Pai fizeram com que seu amor pelo ser humano não fosse abalado pela violência que sofreu. Sua segurança ou alegria não eram internas ou externas, mas no próprio Pai. É somente por causa dessa compreensão que Jesus pode dizer, no momento mais crítico de sua existência: “Eu venci o mundo”. Aos olhos de todos, era um derrotado, mas não era assim que ele se via.

Quanto mais eu me encontro em Cristo, mais livre e verdadeiro me torno. Quanto mais eu vivo nele e por ele, mais seguro me encontro. Minha alegria, confiança, felicidade, dignidade e meu reconhecimento não estão numa coisa ou noutra, nem dentro, nem fora, mas nele, que tudo me proporciona para minha plena realização.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/344/nem-dentro-nem-fora

November 26, 2014

Seja feita a tua vontade

.
- Ricardo Barbosa

Há uns anos, assisti a um documentário sobre os mosteiros no Brasil e me chamou atenção a conversa entre o repórter e um jovem monge. O repórter perguntou qual era a maior dificuldade que ele enfrentava no dia a dia dentro de um mosteiro. O jovem respondeu que não era o voto de castidade, como muitos pensavam, mas o voto de obediência.

Jesus nos ensina a suplicar dizendo: “Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu”. Essa súplica implica o reconhecimento e a aceitação da revelação de Deus nas Escrituras, uma vez que a vontade de Deus é o conteúdo daquilo que nos foi revelado na Palavra dele. Não se trata de saber se é a vontade de Deus que eu faça este ou aquele curso, ou se devo mudar para esta ou para aquela cidade. Trata-se do conteúdo moral, ético e espiritual dos mandamentos e dos propósitos de Deus que constituem a norma de vida e conduta.

Quando oramos com essa súplica em mente, entramos num conflito entre a nossa velha e corrompida natureza, com suas vontades e caprichos, de um lado, e a vontade boa, perfeita e agradável de Deus, de outro. A aventura da oração é o longo caminho que nos leva a submeter a nossa vontade à de Deus. Nesse caminho, aprendemos a dizer sim para Deus e não para nós. É a aceitação de que Deus é quem tem a iniciativa para a nossa vida. É a abertura do coração e da mente para a entrada do céu na terra.

Quando oramos assim, em vez de virar as costas para o mundo, voltamos nosso rosto para ele. Essa oração nos ajuda a ver a vida com grande realismo. Aprendemos a olhar para o mundo e o ser humano como o Criador olha para eles. Sem essa oração, o que vemos é apenas um mosaico de desejos e escolhas de indivíduos voluntariosos e rebeldes. O pecado é a grande realidade que nos mantém cegos. Quando negamos o pecado, nós nos tornamos vítimas de um otimismo frágil, inconsistente e, muitas vezes, desesperador em relação ao ser humano, à sociedade e à vida.

Jesus certa vez disse: “Não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou”. Por que era tão decisivo para Jesus compreender e realizar a vontade do Pai? A resposta está na oração do Jardim do Getsêmani: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero e sim como tu queres”. A vontade de Deus trouxe grande sofrimento e, finalmente, a morte ao Filho de Deus. Porém, a obediência dele realizou a libertação e a salvação de todo o que nele crer.

Foi a vontade de Deus e a obediência do Filho de Deus que trouxeram ao mundo a grande verdade do propósito divino.

Santo Agostinho dizia que “Deus é como o médico: não atende aos desejos do doente; atende apenas às exigências da saúde”. Para ele, a vontade é a força por meio da qual se erra, ou se vive em retidão. Submeter-se à vontade de Deus é viver a partir da realidade do mundo de Deus, um mundo de justiça, verdade e amor.

Por isso, o jovem monge reconheceu que a obediência é a virtude mais difícil. Porém, é por meio dela que nos tornamos verdadeiros.

Nas palavras de C. S. Lewis, “Só há duas espécies de pessoas no final: as que dizem a Deus: ‘Seja feita a tua vontade’, e aquelas a quem Deus diz: ‘A tua vontade seja feita’”.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/347/seja-feita-a-tua-vontade

November 25, 2014

E se você morresse amanhã?

.
Em todos os lugares na Paulista, o assunto era o mesmo: e se o avião cair amanhã?
  
Algumas empresas decidiram fechar as portas, outras vão trabalhar em esquema de plantão e outras mais abrirão mais tarde.

O que me preocupa não é a premonição em si, mas a falta de discernimento para o que de fato importa.

Chérie, se você tivesse apenas 24h de vida, o que faria

Continuaria levando a vida da mesma maneira de sempre? Iria para o trabalho e deixaria as coisas arrumadas? Despediria das pessoas que mais ama? Iria ao banco
  
Conscientes de nossa finitude, deveríamos viver a vida com sentido de urgência ao invés de adotar a postura do homem rico que priorizou a fortuna e esqueceu da alma.

A vida é um sopro perto da Eternidade.

Quem é Jesus para você?

PS- Precisa de um 'pedala, Robinho'? Vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=fpSBE6u1Zu8  
. 

November 24, 2014

O deserto e a liberdade

.
- Ricardo Barbosa

Não é sem motivo que Deus, logo após libertar o povo da escravidão no Egito, os conduziu para o deserto. A passagem pelo deserto era necessária para ajudá-los a deixar para trás a mentalidade da escravidão e a compreender a nova liberdade que Deus lhes estava oferecendo. Quando damos o nosso sim a Deus, ele sempre nos conduz ao deserto.

O nosso deserto não é igual ao das areias do Neguebe ou do Saara. Nosso deserto é o lugar onde somos levados a refletir sobre nossas ilusões, as expectativas infantis que nos mantêm alienados, inclusive de pessoas que amamos; os medos que mascaramos ou sublimamos em nossa busca frenética por realização e entretenimento. No deserto, não temos um caminho claro e seguro, nenhuma distração, nada que nos excite. Nele, o futuro é incerto, nos vemos vulneráveis e fragilizados, e experimentamos a força das trevas interiores do medo.

Por outro lado, o deserto é o lugar do encontro com Deus, da rendição do orgulho e da ilusão de sermos senhores do nosso destino. É o lugar da companhia divina, do silêncio diante de Deus, onde a quietude nos ajuda a reconhecer a presença dele. O silêncio que nos torna mais atenciosos à voz de Deus. Para sermos livres, precisamos nos afastar, por um tempo, do mundo dos homens para entrarmos, a sós, no mundo de Deus. Um tempo no qual as paixões, tensões, pressa, vão, lentamente, cedendo espaço para percebermos a realidade à luz da eternidade e restabelecermos o valor correto das coisas. No deserto, reduzimos nossas necessidades àquilo que é essencial.

A enfermeira americana Bronnie Ware escreveu um livro sobre os “cinco maiores arrependimentos ou lamentos de pacientes terminais”. Depois de acompanhar por vários anos estes pacientes, ela listou aquilo que eles gostariam de ter feito e não fizeram, como: ter mais tempo para os amigos e não ter trabalhado tanto. O deserto deles trouxe uma outra dimensão de suas reais necessidades.

Na solidão do deserto, descobrimos a suficiência da graça de Deus. Teresa de Ávila (1515--1582) descreveu num poema sua experiência no deserto:

Nada te perturbe,
Nada te espante.
Tudo passa.
Deus não muda.
A paciência tudo alcança.
Quem tem a Deus,
Nada lhe falta.
Só Deus basta.

Nossa necessidade primeira é Deus. De tudo o que aprendemos no deserto, a lição mais importante é que aquilo de que mais necessitamos encontramos na comunhão com Deus. A experiência do deserto nos conduz ao autoesvaziamento, ao desapego dos ídolos que nos oferecem a falsa segurança, e à completa submissão a Deus e aos seus caminhos. Aprendemos a ver a vida desde a perspectiva da eternidade, o que nos ajuda a colocar em ordem nossos valores.

A verdadeira liberdade nasce do deserto. Foi no deserto que Jesus reafirmou a identidade dele e seguiu livre para realizar a missão dele em obediência ao Pai. Não precisou usar nenhum artifício para se autopromover. Foi livre para fazer o que tinha de fazer, assumir a cruz e, no fim, morrer. O deserto nos liberta dos falsos deuses, das mentiras e ilusões que nos fazem pessoas controladoras e manipuladoras. Rompe com a falsa sensação de que temos controle sobre o nosso destino.

O deserto nos torna pessoas mais verdadeiras, livres, e mais conscientes de nossa total dependência de Deus.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/348/o-deserto-e-a-liberdade

November 22, 2014

Integridade e paz: restaurando a unidade da pessoa

.
- Ricardo Barbosa

Sabemos que existem três dimensões de relacionamento que constituem e fundamentam nossa existência – Deus, o próximo e nós mesmos.

Jesus resumiu os mandamentos em um só: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e […] amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.30-31).

Este grande mandamento integra esta realidade tridimensional da existência humana.

Encontrar o caminho de volta para Deus, para mim mesmo e para o meu próximo é a grande aventura humana e a experiência de redenção.

Integrar estas dimensões de relacionamento nos conduz à liberdade e à unidade da pessoa.

Quero sugerir três princípios que podem nos ajudar a integrar estas dimensões, tantas vezes fragmentadas.

O primeiro princípio é o da revelação. A fé cristã nasce da revelação de Deus a nós. Não se trata de uma auto-descoberta. Ao se revelar em Cristo, encontramos Deus nascendo, vivendo, morrendo e ressuscitando por nós.

A graça nos é revelada e nos é dada.

A fé é um presente de Deus para nós, não uma conquista nossa.

O conhecimento de Deus, do próximo e de nós mesmos não tem seu princípio em nós, mas em Deus.

Diante da beleza inefável e amorosa de Deus em sua identificação conosco por meio de Cristo, somos atraídos por seu amor e nos curvamos diante de seu poder e glória.

Somos convertidos a ele.

O nosso egoísmo é definitivamente vencido, a nossa rejeição e o nosso medo do outro são superados pela graça divina, que nos liberta e transforma.

Por meio da revelação de Deus a nós, sua graça nos acolhe e infunde em nós o mesmo amor com que o Filho Unigênito é eternamente amado pelo Pai.

O segundo princípio é o do afeto. Deus se revela a nós como um grande e poderoso Deus. Temê-lo é uma atitude natural e necessária. Mas ele também se revela como um Deus cheio de misericórdia, amor e compaixão.

Amá-lo e nos abrir para ele é também uma resposta natural e necessária. Esta tensão entre o temor e o amor cria em nós o que chamamos de reverência – distância e proximidade, respeito e intimidade.

Porém, se o temor se transforma em medo, nos afastamos e nos escondemos. Mas quando o temor nos atrai a uma devoção reverente e amorosa, nos abrimos para Deus, para o próximo e para nós mesmos.

Surge um novo afeto, um desejo que nos atrai para Deus, nos aproxima do outro e nos leva a olhar com compaixão para nós. Nasce a comunhão cristã.

O terceiro princípio é o da disciplina espiritual. A prática das disciplinas espirituais é o processo por meio do qual readquirimos a autoridade sobre nós mesmos a partir do fortalecimento das convicções (revelação), do bom uso da razão e da resistência às paixões e seduções que há no mundo.

O domínio próprio é uma das virtudes que mais desafiam o cristão moderno.

Perdemos a integridade porque nosso corpo, nossas emoções, razão, vontade e sexualidade funcionam sem harmonia alguma.

O pecado desestrutura e desorganiza a vida humana.

Já as disciplinas espirituais da meditação bíblica e da oração, da quietude e do silêncio, da confissão e da adoração pública, do exercício zeloso dos deveres cristãos e do trabalho para o bem comum reordenam nossa vida interior, integrando as dimensões fundamentais do grande mandamento.

A unidade interior – Deus, o próximo e nós, uma vez integrados pela graça por meio da revelação, dos afetos redimidos e das disciplinas espirituais – nos conduz a uma nova liberdade, fruto da harmonia e da paz que nos torna íntegros.

Alcançar esta liberdade é a vocação e o chamado de todo cristão: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou […]” (Gl 5.1).

A meditação nas Escrituras, que nos revela Deus na pessoa de seu Filho encarnado, a vida de oração, que nos abre para Deus e para nós mesmos, e a comunhão fraterna com o povo de Deus, que, gradualmente, quebra o gelo que o medo criou em nós, nos levam a viver, integralmente, o grande mandamento do amor.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/342/integridade-e-paz-restaurando-a-unidade-da-pessoa

November 21, 2014

Resistência ativa


“... resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7)

- Vinicios Torres

Quando se fala em resistência qual é a imagem que lhe vem à mente? Na minha, imediatamente aparece um lutador de boxe acuado em um canto do ringue protegendo-se dos golpes do adversário, resistindo até o momento em que o sino toca o final do assalto. 

Durante muitos anos, toda vez que se falava em resistir ao diabo, eu transportava essa imagem para o campo espiritual. O diabo "descendo a lenha" na igreja e nós, lá, resistindo, aguentando firmes às suas investidas, orando intensamente pedindo a misericórdia de Deus para que esse ataque termine o mais rápido possível. O inimigo sabe que, se conseguir manter você acuado, ele poderá continuar golpeando-o até você se cansar e desistir. 

No entanto, existe outra forma de resistência pouquíssimo falada e ainda menos praticada, a resistência ativa. A resistência ativa é aquela em que você não fica parado se protegendo, como o lutador de boxe acuado no canto do ringue. É aquela em que você reage, indo para cima do inimigo e contrariando as suas intenções. Em vez de ficar se protegendo no canto, o lutador empurra o seu adversário e inicia uma sequência de ataques. Não é isso que o adversário espera; o que ele quer é manter você imóvel para que ele tenha o controle da luta. 

No campo espiritual, a resistência ativa se dá quando nós reagimos às investidas do inimigo praticando o contrário dos seus intentos. Se ele nos arma uma situação onde alguém nos machuca com a intenção de nos mandar para as cordas da mágoa e do ressentimento, nós o resistimos perdoando. Se ele nos coloca em situação de odiar alguém, nós o resistimos amando. Se alguém é ríspido conosco, nós seremos amorosos e suaves

Em muitas situações a resistência terá de ser individual. Mas, em outras circunstâncias, a família ou a igreja deverá resistir coletivamente às investidas do inimigo. Quando houver desânimo para orar, resistir sendo fiel ao propósito de continuar orando. Quando houver desânimo para participar dos cultos, resistir indo e participando com entusiasmo. Quando a pregação do evangelho se torna restrita por qualquer motivo, devemos seguir o exemplo dos apóstolos: "importa obedecer a Deus do que aos homens" e continuar pregando a Palavra independentemente das consequências. 

Ao resistir ativamente ao inimigo, não apenas não o deixamos no controle da luta, como também seremos abençoados com a vitória que nos foi garantida por Cristo na cruz.

Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2014/11/20/resistencia-ativa/?utm_medium=email&utm_source=devocional&utm_campaign=dev-1643

PS- Precisa ser encorajado? Vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=mlV3GcMH83w&app=desktop

November 19, 2014

532 km

.
- Vai chover - decreta meu irmão assim que piso os pés em ATA.

No interior é assim: basta olhar o céu para saber como vai ser o dia (diferentemente de SP que concentra as 4 estações num único dia).

São 17h30 e meus pais preferem pedir comida para a gente não pegar chuva.

Pego a bolsa para buscar o jantar. 

- Vai chover. 
- Vou mesmo assim. 
- Leva o guarda-chuva.
- Não consigo carregar guarda-chuva, bolsa e comida tudo junto.
- E se chover? 
- Tomo banho e troco de roupa.  

Na rua, cumprimento as pessoas mesmo sem conhecê-las. E apesar de xexelenta, sinto um olhar de admiração (será por causa da proporção de 7 homens para 3 mulheres? Ou porque aqui o mais importante são as pessoas e não a aparência?).

Passo na casa da manicure para agendar horário, mas ela não atende. Começam a cair as primeiras gotas e algumas pessoas correm para baixo das árvores. 

Mas não eu.

Amo chuva e faço questão de andar de cabeça erguida.

No meio da rua, encontro a Silvana. Ela se dispõe a me atender no feriado. Caminho feliz em direção ao restaurante e encontro um casal querido que acabou de ter o primeiro nenê.

É incrível como tudo aqui é diferente!

São apenas 532 km de SP, mas parece que estou em outro país. O ritmo é diferente (o tempo rende: dá para fazer tanto e com calma), as pessoas são simples mas educadas e a vida acontece.

Será que consigo voltar a viver no interior? 

Claro que sim, a gente carrega o mundo dentro da gente. E se a gente está de bem com a gente, tudo mais - o que nos rodeia - fica melhor.

Pego a encomenda e volto para casa. Meus pés estão cheios de bolhas - não estou acostumada a andar de chinelo. 

Será que consigo me adaptar a esta vida simples?

Jantamos. Sem celular, TV ou música ligada. Apenas nossas vozes. 

Dignidade, uma questão de humanidade. 

Estou exausta, preciso urgente de um banho.

21h. Me preparo para dormir.

Começa a chover.
.

November 16, 2014

Se não escaparmos do pecado, não escaparemos do choro

.
Se quisermos chorar menos, temos de pecar menos. Existe uma relação entre choro e pecado. Seja pecado próprio, seja pecado dos outros. Seja pecado recente, seja pecado remoto. Naturalmente, o pecado de grande vulto provoca muito mais lágrimas que o pecado de menos gravidade. Mas, se não escaparmos do pecado, não escaparemos das lágrimas.

Em suas memórias, ao saber em primeira mão que a cidade de seus antepassados ainda estava em ruínas, Neemias escreve: “Quando ouvi isso, eu me sentei e chorei. Durante alguns dias, eu fiquei chorando e não comi nada” (Ne 1.4). No ano 586 antes de Cristo, o exército de Nabucodonosor, rei da Babilônia, entrou em Jerusalém e incendiou o Templo de Salomão, o palácio do rei e as casas das pessoas mais importantes da cidade, além de derrubar suas muralhas e levar para fora do país boa parte de sua população (Jr 52.12-34). Essa tragédia sem igual aconteceu por causa do pecado dos reis e do povo de Israel, como os profetas anunciaram repetidas vezes e com bastante antecedência.

Personagens importantes choraram amargamente depois de terem pecado contra Deus. O que aconteceu com Pedro quando o galo cantou na casa de Caifás? Marcos conta: “Então Pedro caiu em si e começou a chorar” (14.72). Os dois outros evangelhos sinóticos são mais enfáticos: “Então Pedro saiu dali e chorou amargamente” (Mt 26.75; Lc 22.62).

O advérbio “amargamente”, relacionado com o sofrimento causado pelo pecado, aparece pelo menos mais uma vez na Bíblia. Na época dos juízes, todas as tribos de Israel choraram amargamente na presença de Deus (Jz 21.2). E não era para menos, pois o povo cometeu uma longa série de erros para corrigir o brutal abuso contra uma mulher em trânsito pela cidade benjamita de Gibeá, a ponto de deixá-la morta em frente à porta da casa onde ela havia se hospedado. O pecado dos rapazes que cometeram a violência sexual acabou provocando uma guerra civil que matou 65 mil soldados e a população masculina de Gibeá (Jz 19.1--20.48). Depois de tal pecado, o que se poderia fazer, senão chorar amargamente?

Chora-se imediatamente após o pecado ou algum tempo depois por causa do peso da mão do Senhor sobre a cabeça do pecador, por causa do remorso, por causa do arrependimento, por causa das consequências naturais, por causa da vergonha do pecado cometido diante da família, da igreja e da sociedade, por causa do castigo infligido em vida pelos homens e por Deus.

Quanto mais vincularmos o pecado ao choro, melhor será para o gênero humano. É um benefício que se presta ao pecador. É uma prova de amor que se lhe dá. É uma pregação do evangelho. Porque, além de todos os choros que acontecem dentro do tempo, há outro choro, do outro lado da vida terrena. Um choro diferente, que não passa, não acaba, não termina. É o choro eterno, provocado pelo pecado não assumido, não confessado, não colocado nos ombros do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, não perdoado, não redimido. É impressionante o fato de Jesus se referir seis vezes a esse choro em seus discursos e parábolas (Mt 8.12; 13.42, 50; 22.13; 24.51; 25.30). Em todos esses versículos, Jesus declara que na eternidade os não salvos serão jogados fora, na escuridão, na fornalha de fogo, “onde vão chorar e ranger os dentes de desespero”!

Se em nossa presente caminhada quisermos chorar menos, temos de pecar menos. Mas, se o pecador não redimido não quiser chorar para sempre na eternidade, que ele seja humilde hoje e aceite o evangelho!

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/348/se-nao-escaparmos-do-pecado-nao-escaparemos-do-choro

November 15, 2014

Olhando firmemente para Jesus

.
- Ricardo Barbosa

Uma característica de viver em uma cultura que oferece tantas possibilidades é perder o foco, não saber o que realmente importa. Vivemos de forma dispersa, seduzidos por uma infinidade de ofertas, criando uma ciranda de opções que mudam constantemente nosso olhar de direção.

A perda da objetividade nos conduz a uma dificuldade na integração das diferentes realidades da vida. Somos seres distraídos, ansiosos e inquietos. A obsessão pela autorrealização, auto-segurança e autoimagem surge da necessidade de dar nitidez a um cenário desfocado.

Temos a tendência de pensar que nossos problemas são externos. Porém, se não temos um foco internamente seguiremos à deriva. Como diz o velho ditado: “Quando o piloto não sabe o destino do seu barco, qualquer vento sopra a favor”. As distrações externas apenas refletem a falta de integração interna.

Na carta aos Hebreus, o autor dedica todo o capítulo 11 para descrever, em curtas biografias, a vida de homens e mulheres que viveram vidas focadas. Apesar das inúmeras possibilidades e pressões, mantiveram seus olhos fixos em promessas divinas ainda não cumpridas. Viveram e morreram por elas.

O autor entra no capítulo 12 com um relato e um apelo. Todo aquele elenco de homens e mulheres que viveram vidas focadas tornou-se uma “nuvem de testemunhas”, ajudando e encorajando outros homens e mulheres a viverem da mesma forma. O que eles fizeram? Mantiveram seus olhos fixos em Jesus.

Tenho pensado nas testemunhas que têm me ajudado a não perder o foco. Confesso que, às vezes, olho a minha volta e encontro muita gente que me incentiva com métodos, estratégias, técnicas, programas; no entanto, são poucos os que me ajudam a manter meus olhos focados em Jesus.

Algumas destas testemunhas viveram séculos atrás. Agostinho é uma testemunha fiel que sempre me ajuda a olhar com honestidade para o meu pecado e para a bondade de Deus. Ler as “Confissões” mantém meus olhos voltados para Jesus. Outra testemunha pela qual tenho grande apreço é Gregório Magno, que viveu no século 6. Sua obra “Regra Pastoral” tem me ajudado a manter o foco do ministério pastoral e evitado que me entregue às seduções dos atalhos.

Os movimentos mendicantes do século 13 me ajudam a reconhecer o valor da simplicidade. Os reformadores me inspiram tanto na devoção como no estudo cuidadoso e reverente das Escrituras. Ao longo de minha vida algumas testemunhas fiéis e verdadeiras me ajudaram a manter meus olhos fixos em Jesus. Várias delas seguem ao meu lado, anonimamente, insistindo para que jamais perca Jesus de vista.

Uma testemunha que teve grande influência em minha vida e pela qual sempre nutri grande admiração é John Stott, que há pouco tempo deixou este “corpo corruptível” para receber “o corpo glorificado”. Ele, com seus sermões, livros e dedicação, me estimulou a amar a Bíblia, a igreja e o Salvador.

A vida moderna, com suas múltiplas ofertas, intensifica o individualismo e acaba por produzir uma forma de ruptura entre a realidade interna e externa. Por outro lado, a revelação de Deus como Trindade, que tem a comunhão e a interdependência de um no ser do outro, forma a base da vida e da espiritualidade cristã. A consciência de que fomos criados por Deus e para Deus estabelece o eixo para vivermos de forma centrada.

Existe um centro na vida: Jesus Cristo. Ele é o princípio e o fim. Aquele por meio de quem tudo existe e para quem todas as coisas convergem. Diante dele se dobrarão todos os joelhos no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua o confessará como Senhor e Deus. Ele é o que se encontra assentado no trono, em torno do qual nós nos colocamos em adoração e obediência.

Precisamos de testemunhas. Nuvens de testemunhas. Precisamos de pessoas que nos ajudem a desembaraçar os nós do pecado e de tudo o que nos impede de caminhar em direção a Cristo. A vida moderna segue nos oferecendo muitas distrações. Manter os olhos fixos em Jesus nos possibilita viver de forma íntegra e centrada.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/332/olhando-firmemente-para-jesus

November 14, 2014

Ouvindo a voz de Deus

.
“A intimidade do SENHOR é para os que O temem, aos quais Ele dará a conhecer a sua aliança”
 .
Salmo 25:14
- Vinicios Torres

Recentemente, enquanto estava ouvindo uma mensagem que falava, entre outras coisas, sobre como ouvir a voz de Deus, o pregador explicava como na maioria das vezes nós ignoramos Deus nos falar por não compreendermos como Ele faz isso.

Ficamos muitas vezes esperando uma manifestação grandiloquente da parte de Deus como a aparição de um anjo, uma voz vinda do céu ou uma luz cegante que nos faça cair do cavalo. Todas essas coisas aconteceram na Bíblia e somos levados a crer que podem ocorrer conosco também.

Mas na maioria das vezes não é assim que acontece.

Jesus declarou um princípio que se aplica a praticamente todas as áreas da nossa existência: aquele que for fiel no pouco também será fiel no muito, mas o que não for fiel no pouco, também não será fiel no muito (Lucas 16:10). Ou seja, se não honramos e obedecemos a Deus em pequenas coisas, não devemos esperar que experimentaremos grandes manifestações da sua parte.

Devemos aprender a obedecer à voz de Deus quando Ele nos fala ao coração e nos induz a fazer a sua vontade. Paulo ensina que é Ele “quem efetua em vocês tanto o querer como o realizar” (Filipenses 2:13).

Muitas vezes, após períodos de oração e busca de comunhão com o Senhor, sentimos vontade de fazer algo que na verdade não é a nossa vontade própria. Olhamos para aquele desejo ou pensamento que nos surge na cabeça e perguntamos de onde ele veio, pois nos conhecemos e sabemos que normalmente não desejaríamos aquilo.

Pense em quantas vezes:

  • Você sentiu vontade de procurar alguém e se reconciliar após um rompimento de relacionamento?
  • Passou pela sua cabeça o pensamento de ligar para alguém?
  • Lembrou-se de alguém que não vê há muito tempo e se preocupou sobre o seu estado?
  • Lembra-se frequentemente de um problema e fica incomodado com ele?
  • Toda vez que ora por um determinado assunto uma solução lhe vem à cabeça e fica se perguntando por que ninguém fez aquilo ainda?
Essas “impressões”, “pensamentos” e “desejos” podem parecer coisas pequenas ou indesejáveis e ignoramos que é Deus agindo em nós. Se resistirmos e desobedecermos perdemos a oportunidade de conhecer a voz do nosso Pastor e de segui-lo (João 10:27), incapacitando-nos a experimentar um relacionamento mais profundo com Deus.

Se obedecermos, abrimos novos caminhos, teremos novas experiências e Deus poderá nos confiar os seus pensamentos mais profundos.

“Senhor, ensina-me a ‘identificar’ a Sua voz e obedecê-la. Que o nosso relacionamento cresça até a intimidade que o salmista afirma.”


Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2014/11/13/ouvindo-a-voz-de-deus-comecando-com-as-pequenas-coisas/
.

November 12, 2014

O perdão

 .
"Mas, antes que chegue aquele grande e terrível dia, eu, o Senhor, lhes enviarei o profeta Elias. Ele fará com que pais e filhos façam as pazes para que eu não venha castigar o país e destruí-lo completamente.” (Malaquias 4:5,6)

- Luis Antonio Luize
 
A mais poderosa arma que existe para religar gerações é o perdão. Alguns podem ficar chocados com esta afirmação e retrucar que a mais poderosa arma é Jesus ou o amor.

Mas eu digo a vocês que muitos que se dizem cristãos possuem um coração amargurado e triste, carregam muitas dores em si mesmos, andam pela vida quebrando relacionamentos e sem comunhão e quando caem em si não possuem amigos ou familiares por perto, tudo porque não perdoam.

Afirmo, novamente, que uma pessoa perdoadora possui amor-próprio e pelos demais e se não conhece Jesus, certamente Ele irá se apresentar a ela e passarão a ser bons amigos.

Uma pessoa perdoadora torna-se um missionário, pois fala das bênçãos que recebeu a todos que encontra, já que o remédio do perdão cura muito mais do que imaginamos.

Tudo começa com a conscientização de que você não é o centro do universo e, portanto, algumas vezes toma atitudes que não são corretas. Por não trilhar o caminho do perdão as pessoas ficam desesperadas e algumas dão fim à sua vida, pois acreditam que não tem mais jeito. Fizeram tanta coisa errada que não tem como consertar.

Isto não é verdade.

A Palavra de Deus diz “eis que tudo se fez novo”. Se há quem possa tornar tudo novo é Jesus, através do reconhecimento e do perdão. A 1a. coisa a ser feita é reconhecer que é falho e que suas atitudes não são suficientes para corrigir tudo. Correr para os braços de Jesus e deixar Ele assumir suas dores e erros e tornar tudo novo.

Auxiliamos no caso de uma jovem senhora que, quando o seu relacionamento conjugal foi estremecido, acusou-se de tal maneira que estava a beira do desespero. A orientação dada foi bem simples: perdoe.

Ela assim fez. Gostou tanto do resultado que procurou todos os relacionamentos quebrados para pedir perdão e acabou por unir com laços de amor todos à sua volta. Ela está bem consigo mesma, já não sente mais a culpa em seu coração, mas uma paz duradoura proporcionada por Cristo Jesus.

Telma teve uma experiência própria com o perdão. Ela teve uma criação bastante dura por parte dos pais, principalmente por parte de sua mãe. Quando casamos ela possuía marcas emocionais fortes que precisavam do bálsamo de Gileade.

Foram muitas as noites de conversa, escutando seu coração ferido e orientando para o perdão. A mágoa era grande o que a impedia de ministrar o perdão imediatamente.

Foram necessários períodos de jejum e de oração, até que o Espírito Santo falou diretamente com ela e disse:

— Você precisa perdoar sua mãe.
— Até você está contra mim, Deus? Ela respondeu indignada.

Ainda com o coração ferido mas disposta a agir conforme esta orientação ela propôs um desafio para fortalecer a sua fé.

— Está bem, então eu vou pedir perdão. Como ela me ofendeu publicamente, eu vou perdoar a ela em público também. Farei assim, vou no culto de quinta-feira na igreja que ela dirige e se é o Senhor que fala comigo e se é o perdão que preciso dar, então a missionária Maria Rosa estará lá, vai ser chamada para cantar e vai cantar tal música, ao final ela mesma irá me chamar para dar uma saudação ao povo.

Desafiar a Deus é pedir para ser abençoado, Jacó lutou com o anjo e ganhou um novo e poderoso nome, Israel. Moisés salvou o povo da destruição. Como seria este caso?

Pois bem, na semana seguinte ela vai ao culto. Chega lá com o culto já iniciado e senta-se discretamente para ninguém notar.

Em alguns minutos chega a missionária Maria Rosa, que é chamada à frente para saudar a igreja.

— Boa tarde irmãos! Diz ela. É um prazer estar aqui com vocês. Como sabem estou morando em Cuiabá, mas o Espírito Santo me tocou a semana passada para que viesse para Curitiba e estivesse aqui no culto hoje.
— Eu vou louvar a Deus com uma música, pode soltar o playback, irmão!

Telma levou um susto, era a música que ela tinha pedido a Deus e pensou: - Vou ter que perdoar.

Concluída a música ela procura por uma pessoa no meio do povo e parece encontrar.

— Não costumo fazer isto irmãos - diz ela - mas o Espírito Santo insiste comigo que é para eu chamar a irmã Telma para dar uma saudação ao povo. Estou vendo ela ali, vem aqui irmã Telma.

Pronto!

Desafio cumprido, não tinha outro jeito senão ir em público e perdoar à sua mãe. Era esta a vontade de Deus para ela.

— Boa tarde, irmãos. Ela inicia dizendo meio sem jeito. Bem, eu estou aqui hoje para perdoar a minha mãe.

E explica por que precisa perdoar e como Deus a havia dirigido a fazer desta forma. Chama a sua mãe, abraça-a e perdoa-a. Imediatamente sente um alívio intenso, como se um peso houvesse sido tirado das suas costas. Ela está bem.

Terminada sua saudação e perdão e ainda abraçada à sua mãe, Telma lhe passa o microfone. Abraçadas, naquele clima terno, todos esperavam um gesto de carinho dela, mas ao contrário:

— Estão vendo irmãos, quem fala de mim, Deus manda aqui no púlpito para pedir perdão - disse ela de maneira altiva.

Poderia ser uma decepção. Telma havia acabado de perdoar e novamente era ofendida, mas desta vez esta atitude da sua mãe não mexeu mais com suas emoções, ela estava curada. Pela 1a. vez ela pode enxergar sua mãe como uma pessoa humana com falhas, assim como todas as demais e teve compaixão dela. Passou a orar por ela para que Deus pudesse tocar seu coração e transformar suas atitudes.

Hoje, são amigas e confidentes, o relacionamento foi restaurado e as atitudes são novas, da mesma maneira como as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã.

“Pai amado, Graças te dou por me orientar em cada passo da minha vida. Faz com que eu tenha um coração perdoador, assim serei um mensageiro de boas novas e restaurador de gerações. Desejo que a minha família seja restaurada, a comunhão entre nós, a amizade e o companheirismo. Ajuda-me nisto. Amém!"

Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2014/11/11/a-fe-comeca-em-casa-como-religar-geracoes/

.

November 06, 2014

Gratidão, sabedoria e responsabilidade

.
Poema do Tempo
 .
Tem o importante que sabe que é comum
Tem o comum que se acha importante
Tem o diamante que sabe que é pedra
Tem a pedra que se acha diamante
Enquanto isso, o tempo passa levando
Comuns, importantes, pedras e diamantes

.Ricardo Azevedo

In: Ninguém sabe o que é um poema

PS- Precisa de um chacoalhão? Vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=CDcBpd6cwYg
.

November 05, 2014

Legado

.
"Mas, antes que chegue aquele grande e terrível dia, eu, o Senhor, lhes enviarei o profeta Elias. Ele fará com que pais e filhos façam as pazes para que eu não venha castigar o país e destruí-lo completamente." (Malaquias 4:5,6)

- Luis Antonio Luize

Quando Telma e eu começamos a namorar, conversamos sobre como seria nosso lar. Após analisar toda a nossa situação familiar, decidimos que queríamos uma família abençoada e segundo o coração de Deus.

Posso dizer que trilhamos este caminho continuamente e que somente chegamos até aqui porque buscamos a restauração de nossos relacionamentos, confiando na operação de Deus em nossas vidas. Foi um trabalho árduo de unir gerações, reparando as brechas que nos distanciavam.

Tudo que não reparamos em nossa geração será repassado à geração seguinte, isto é legado. Eu bem sei que ninguém quer passar aos seus qualquer coisa ruim, entretanto, tudo que passamos na vida e não buscamos conserto, os atingirá, cedo ou tarde.

O melhor legado que podemos deixar aos nossos filhos é saberem que tiveram um pai e uma mãe tementes a Deus.

Uma equipe de sociólogos americanos fez uma pesquisa para saber se um legado positivo ou negativo poderia influenciar as gerações seguintes ou não, sendo transmitido de geração em geração. 


Pois bem, foram em busca de famílias do século 18 para as quais haviam registros suficientes e fizeram uma busca até o século 20.

A 1a. família descendia de Max Jukes, ateu, assim como sua esposa. Seu legado gerou:

  • Dos 1.200 descendentes, 400 viviam em completa libertinagem
  • 310 eram muito pobres ou vagabundos
  • 190 eram prostitutas
  • 130 foram condenados como criminosos
  • 100 eram alcoólatras
  • Mais de 100 eram ladrões contumazes
  • 55 sofriam de doenças sexualmente transmissíveis
  • 7 eram assassinos.
A outra família descendia de Jonathan Edwards, pastor, teólogo e missionário, reitor de uma universidade e sua fiel esposa. Esta família gerou o seguinte legado:
  • Mais de 300 eram pastores, missionários ou teólogos
  • Mais de 120 eram professores
  • Cerca de 110 eram advogados
  • 60 eram médicos
  • Outros 60 eram autores de livros bons e úteis
  • 30 eram juízes
  • 14 eram reitores de universidades
  • Muitos eram gigantes da indústria
  • 3 eram membros do congresso americano
  • Um deles foi vice-presidente dos Estados Unidos.
É um fato que quando vamos para a batalha da vida com as gerações desconectadas, o preço a ser pago é bem alto. Temos exemplos bíblicos disto e a pesquisa acima confirma.

Para obter um legado abençoado é necessário religar as gerações através do perdão e do mover de Deus.


Moisés, por exemplo, quis resolver pela violência matando um egípcio mas, depois de reconciliado com Deus, foi o homem mais manso da terra. Davi era excluído e rejeitado, mas ao confiar em Deus tornou-se rei.

Muita gente despreza seus pais porque entende que eles não podem ajudá-los ou ainda, que eles pedem que se faça algo que não é mais importante. Outro tanto se ressente pelo que eles fazem ou como julgam os atos dos filhos.

Esta situação lembra a passagem do Velho Testamento em que Josué está lutando enquanto Moisés ficava no monte com os braços levantados. Quando Moisés abaixava os braços os inimigos avançavam, quando ele levantava os braços Josué e seu exército prevalecia sobre o inimigo. Então Arão e Ur seguraram os braços de Moisés no alto e o mantiveram assim até que a batalha foi vencida.

Resta-nos a pergunta: Qual geração é mais importante, a velha ou a nova?

Resposta: As duas são. Enquanto uma intercede a outra avança pela vida obtendo vitórias e acrescentando um legado positivo .à sua geração.

Talvez neste ponto você possa estar com sentimento de culpa e remorso. Você não pode voltar atrás, mas seguir em frente.

A boa notícia é que você acertar daqui para frente. Arrependa-se de seus erros e confesse aos seus filhos a decisão de mudar, melhorar e seguir em frente de maneira diferente. Poderá levar tempo para que a situação volte ao que Deus planejou, mas se você regar as boas sementes que Deus lhe deu - os seus filhos - bênçãos virão para eles e para as gerações seguintes.

Confie em Deus e siga em frente.

“Pai amado, Graças te dou por tudo que tem feito em minha vida e pelas boas sementes que proporcionou ao meu lar. Peço perdão por todos os meus atos que lançaram sementes ruins sobre meus filhos e sobre minha casa. Abençoa-me para que possa restaurar a ponte que me liga aos meus pais e aos meus filhos para que a bênção de gerações se instale na minha família. Amém!"

Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2014/11/04/a-fe-comeca-em-casa-legado/

PS- Um filminho para refletir: http://www.youtube.com/watch?v=rcCAOUur2mg 

 

November 03, 2014

Competência e eficácia

.
- Ronaldo Lidório

Ao observar o universo cristão sob o ângulo da missão, seja na formalidade de um ministério definido ou na informalidade de um serviço diário, percebe-se claramente a necessidade de equilíbrio entre competência e eficácia.

“Competência” é a capacidade adquirida em alguma área. Isto é, capacidade para aprender uma língua, estudar uma cultura, liderar uma equipe, evangelizar um grupo, coordenar um projeto social ou plantar uma igreja. Não é a ação em si, mas a aptidão de agir. A competência é reconhecida pelos que estão ao redor, produz segurança e transmite credibilidade.

Já a “eficácia” é a capacidade transformada em ação. Enquanto a competência está enraizada na capacidade, a eficácia é demonstrada na realização. Ela está presente, especialmente, em processos mais objetivos, proativos e simplificados. Podemos pensar que “competente” é quem sabe o que está fazendo e “eficaz” é aquele que dá conta do recado.

Há também quem diga que a distância entre a competência e a eficácia é a mesma entre o engenheiro e o construtor. Precisamos de ambas, ou melhor, de um equilíbrio entre as duas forças. A competência nos direciona à aptidão para um trabalho sério, bem embasado e com conhecimento de causa. Eficácia nos leva para a reta final, para a produção, ajuda-nos na objetividade e na manutenção do foco de nosso trabalho.

Observando a caminhada da Igreja brasileira e sua relação com a missão, sinto certo temor ao perceber os dois extremos, igualmente danosos. Competência sem eficácia gera especialistas, mestres e doutores das áreas de conhecimento da missão, porém sem iniciativas aplicadas aos que sofrem, desconhecem o Evangelho ou necessitam de pastoreio. Eficácia sem competência gera ações pragmáticas, desmedidas e, mesmo, antibíblicas, que mais espalham do que juntam.

Destino estas próximas linhas àqueles que se encontram na segunda categoria [competência sem eficácia] por entender que é um perigo mais iminente em nossos círculos. Enquanto valorizamos de forma exclusivista o conhecimento e as respostas em detrimento das relações e iniciativas, corremos o risco de nos perder nas questões “de meio”. O perigo é chegarmos ao final de uma temporada com muito conhecimento, mas pouca aplicação.

Muita compreensão, mas pouca produção. Com mais competência que eficácia.

É rotineiro observar que assuntos de menor importância, ou pouco associados ao nosso alvo maior, ganhem o centro do palco de nosso dia a dia, o que pode nos levar à frustração de vida e ministério em algum ponto.

Devemos sempre relembrar a pergunta chave: qual o presente objetivo de minha vida e ministério? A resposta deve nos conduzir de volta ao essencial. Paulo entendia que a finalidade da igreja era a glória de Deus e a sua prioridade era proclamar Cristo onde não havia sido anunciado. Estes são os grandes alvos. Ao longo da estrada estes alvos maiores se traduzem em objetivos temporários como o testemunho na família, o discipulado de um irmão, a colaboração no orfanato, a ajuda ao que está caído ao longo do caminho ou a busca por uma vida mais santa.  Neste caso é importante que nos perguntemos se as práticas associadas a estes objetivos estão no centro do palco da nossa vida. E para saber localizar o assunto no palco você pode seguir esta pista: o que consome o seu tempo, energia e dinheiro é o que está no centro do palco?

Gosto de observar missionários. Ouvi-los contando suas histórias e ver como agem nos campos. Há algum tempo, tivemos a oportunidade de trabalhar com aproximadamente 30 missionários que atuam em áreas desafiadoras do norte da Índia. Não tenho dúvida: os que conseguem equilibrar a competência e eficácia completam a carreira olhando com mais alegria para trás. Esses aproveitam a oportunidade para conhecer as estratégias, técnicas, política, língua, cultura e vida em equipe, mas ao mesmo tempo não se deixam amarrar com as questões “de meio”. Correm para a realização dos objetivos prioritários. Os que não equilibram tendem a se frustrar, seja por conhecimento sem prática ou prática sem conhecimento.

É preciso simplificar nossos pensamentos e dias para caminharmos bem, tendo em mente, de forma clara, qual o presente objetivo do Senhor para cada um de nós, na estrada que trilhamos. Pensemos em uma pequena equipe que chegou a Nova Deli para trabalhar com crianças dalit. Se pela manhã estudam a estratégia para o trabalho com as crianças abandonadas, preparam o material e conduzem o treinamento necessário, e pela tarde e noite estão nas ruas conversando com essas crianças e conduzindo-as a um abrigo e a Jesus, está clara e abençoada a conciliação entre competência e eficácia. É simples assim.

Que o Senhor nos ajude a sempre equilibrar a balança em nossas vidas e nos livre de correr atrás do vento. Coloquemos no centro do palco aquilo que, para o Senhor, é mais valioso.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/competencia-e-eficacia

November 02, 2014

Consolação

.
Consolação é uma bela palavra.

Ela significa "estar" (con), "com o solitário" (solus).
Oferecer consolação é uma das formas mais importantes de cuidado.

A vida é tão cheia de dor, tristeza e solidão que muitas vezes pensamos no que podemos fazer para aliviar o imenso sofrimento que testemunhamos.

Podemos e devemos oferecer consolação.

Podemos e devemos consolar a mãe que perdeu seu filho, o jovem com aids, a família cuja casa foi destruída pelo incêndio, o soldado ferido, o adolescente que pretende se suicidar, o idoso que se pergunta por que ainda vive.

Consolar não significa eliminar a dor, mas estar lá e dizer: "Você não está sozinho, estou com você. Juntos podemos carregar o fardo. Não tenha medo. Estou aqui".

Isso é consolação. Todos nós podemos dá-la e recebê-la.

- Henri Nouwen 
. 

November 01, 2014

Mostra-nos o Pai

.
João14: 8 e 9  
- Esther Carrenho

  • última conversa pessoal entre Jesus e Filipe (contexto de despedida)
  • personalidade de Filipe: altamente racional, cognitivo, bom de cálculo*, provavelmente hoje seria engenheiro.
* podemos comprovar esta característica no milagre de multiplicação dos pães (Jo 6: 5 a 9), pois Filipe calculou de cabeça o quanto de dinheiro era necessário para alimentar a multidão. Neste episódio vemos o quanto Filipe era razão/cérebro (fez os cálculos imediatamente) enquanto que André era coração/alma (mostrou um começo para o milagre acontecer).

Nesta passagem percebe-se que Filipe sabia que ia perder Jesus, que ele estava triste. E a pergunta dele nos mostra que hoje nós tb temos Deus em nossa companhia e muitas vezes não nos damos conta; não O reconhecemos.

Este diálogo aconteceu na quinta, um dia antes da paixão de Cristo (sexta-santa). E no domingo vemos a mesma coisa acontecer com os discípulos em Emaús (Lc 24: 13-24); eles caminharam com Jesus, mas os seus olhos estavam meio que fechados, impedidos de enxergar, de reconhecer o Senhor.

Jesus se preocupa com o que a gente pensa, sente. O que os discípulos no caminho de Emaús estavam sentindo? 

Decepção, desolação, frustração, perplexidade (preste atenção nas emoções porque elas sempre nos indicam, dão pistas). E como eles, nós tb podemos deixar estes sentimentos “cegarem” a nossa visão e não reconhecermos que Jesus reina e tem poder! Muitas vezes criamos uma imagem daquilo que é ideal e não enxergamos a realidade. 

Qual é a visão que vc tem? É a perspectiva humana ou a visão de Deus (1 Co 2:9)?

Em Mt 11: 2-3 vemos João Batista preso por Herodes e ele deprimido pede aos seus discípulos para perguntarem a Jesus se Ele era mesmo o Messias. João Batista estava preso por fazer a coisa certa! Assim como José (Gn 37)! Pessoas justas também sofrem. Jó tb sofreu. Neste mundo vamos passar sofrer injustiças. Às vezes até na igreja.

Outro sentimento que nos cega é o medo. O medo distorce a visão que temos, não conseguimos enxergar a realidade. Em Mc 6: 47-49 os discípulos estavam num barquinho no meio da tempestade e quando Jesus se aproxima, eles não enxergam o Mestre; eles vêem um fantasma. O medo tira a tranqüilidade, ele impede de ver, faz a gente ver assombração onde não tem. 

Outro sentimento que impede ver Jesus é a tristeza profunda. Quase todos os milagres as pessoas procuram Jesus, mas no caso da viúva de Naim (Lc 7: 11-12) ela estava tão prostrada na própria dor que nem percebeu Jesus. Se Ele não se aproximasse dela, talvez nunca soubesse que o Autor da Vida estava ao lado dela! 

A tristeza impede de enxergar uma saída no fim do túnel. Quando perdemos alguém, nos sentimos impotentes; nesta hora a dor é tão grande que parece que até Deus está morto (“aonde está Deus?”).

Decepção, frustração, depressão, medo, profunda tristeza – tudo isto nos impede de ver o nosso Libertador.

Eu queria que vc refletisse agora: - “Como vc lida com estas emoções na sua vida?”

Não fuja construindo defesas fingindo que estes sentimentos não existem. Perdemos o nosso calor, a nossa humanidade. Prefiro estar com alguém que sente, cheio de falhas, do que um santo/legalista que se esconde atrás de uma máscara. Não devemos ter medo destes sentimentos. 

Porque para tudo Jesus tem uma resposta!

- Para os discípulos de Emaús (Lc 24: 25-35): Ele relembrou, refrescou a memória deles falando sobre os profetas, de tudo o que precisava acontecer; caminhou com eles, aceitou o convite para ficar e dormir com eles. Só depois de dividir o que tinham, no partir do pão é que viram o seu Senhor! Então ganharam uma força extra, ficaram tão felizes que até voltaram para levar esperança aos outros discípulos. “Ele vive! Ele está vivo!”

- Para João Batista (Mt 11: 4-6): Jesus fez milagres e disse aos discípulos de João: - vão até lá e contem o que viram!

- Para a viúva de Naim (Lc 7: 13-15): Ele falou para ela parar de chorar, tocou no morto, trouxe-o à vida e levou-o para a mãe.

- Para os discípulos no barco (Mc 6: 50-52): Ele disse - “Sou Eu, não tenham medo, estou caminhando até vocês!”

Jesus confronta de maneira amorosa, Ele não critica e nem julga.

Para Filipe, Jesus faz um apelo ao seu racional: - “Filipe, há quanto tempo vc está comigo?” 

DEUS é particular. Ele trata de maneira única cada filho, Ele é muito criativo.

Jesus Cristo sabia que Filipe não sabia viver desestruturado porque era muito racional, não entende por que tem de perder alguém. Então Jesus fala: - “Eu vou, mas vou deixar o Consolador” (Jo 14: 16-17). Filipe, que sempre precisou que as coisas fossem palpáveis e visíveis, agora precisa de coração! Para receber o Espírito Santo. Porque o Espírito Santo não tem corpo físico apesar de usar as pessoas.

O Senhor caminha conosco nas nossas decepções, nas nossas tristezas, nas injustiças e nos diz que temos alguém que podemos CONFIAR.

Aconteça o que acontecer, mesmo que você não enxergue, mesmo que veja tudo com visão distorcida, que sinta vazio, saiba que Ele está PRESENTE na sua vida através do Espírito Santo e que Ele nunca te condena, mas te acolhe.

Que o Pai esclareça e complete estava VERDADE na sua vida! 

Deus te abençoe.
.